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ÓÓ Jesus, quereis que o coraçaã o de vosso sacerdote seja transbordante de amor, como
voó s! Que sua inteligeê ncia resplandeça de verdade e de doutrina.
ÓÓ Jesus, dai-me vosso amor, um amor ardente, piíóssimo, vibrante e aberto a todas
aquelas efusoã es de míóstica intimidade que tornam taã o atraente o exercíócio da piedade
sacerdotal, da oraçaã o…
Poder abandonar-me a ela eó delíócia, eó saboroso e soó lido manjar do espíórito. ÉÓ fonte
perene de coragem, de conforto nas dificuldades e nas asperezas da vida e do ministeó rio
sacerdotal e pastoral.
Dai-me o amor aà santa Igreja e aà s almas, especialmente aà s confiadas a meus
cuidados, aà minha mais sagrada responsabilidade. Almas pertencentes a todas a classes
sociais. Mas dai-me particular interesse e solicitude para com os pecadores, os pobres de
qualquer espeó cie… Proporcionando a todo o conjunto das minhas relaçoã es a inspiraçaã o da
caridade evangeó lica.
ÓÓ Jesus! Quando chegaraó o dia em que vos possa dizer: Deus meu, jaó naã o vos posso
perder? Quando poderei vos contemplar face a face, certo de amar-vos com todas as
minhas forças por toda a eternidade? Ah, Sumo Bem e meu uó nico amor! Énquanto viver,
estarei sempre em perigo de ofender-vos e perder vossa graça. Houve um tempo de
desleixo em que naã o vos amei, em que desprezei vosso amor... Pesa-me dele com toda a
minha alma, e espero que me tenhais perdoado, pois vos amo de todo o coraçaã o e desejo
fazer quanto possa para amar-vos e vos ser agradaó vel. Mas como ainda estou em perigo
de negar-vos meu amor e de afastar-me de voó s outra vez, rogo-vos, meu Jesus, minha vida
e meu tesouro, que naã o o permitais… Se taã o grande desgraça tiver de me suceder, fazei-
me antes morrer neste momento, da morte mais dolorosa que escolhereis, que assim o
desejo e vo-lo peço. Meu Pai, pelo amor de Jesus Cristo, naã o me deixeis cair em taã o grande
ruíóna! Castigai-me como vos aprouver. Mereço-o e o aceito, mas livrai-me do castigo de
ver-me privado do vosso amor e da vossa graça. Meu Jesus, recomendai-me ao vosso Pai!
Maria, minha Maã e, rogai por mim ao vosso divino Filho; alcançai-me a perseverança em
sua amizade e a graça de amaó -lo; e depois que faça de mim o que lhe aprouver.
ÓÓ Cristo, bom Pastor, que destes a vida por vosso rebanho, andastes aà procura da
ovelha perdida atraveó s de montes e colinas... e a reencontrastes. Depois de a terdes
achado, eis que a carregastes naqueles ombros que levariam o lenho da cruz. Tomando
convosco a ovelhinha, assim a reconduzistes aà vida do ceó u... Tivemos necessidade de que
voó s, oó Deus, tomaó sseis nossa carne e morreê sseis para nos dar a vida. Morremos convosco
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ÓÓ Cristo, verdade eterna, qual eó vossa doutrina? Qual o caminho por onde quereis
conduzir-nos e por onde conveó m ir ao Pai? Soó sei ver o caminho que revestistes com as
verdadeiras e reais virtudes do fogo de vossa caridade. Voó s, Verbo eterno, com vosso
Sangue o regastes: este eó o caminho. Portanto, nossa culpa soó estaó em amar o que
odiastes, e em odiar o que amastes. Confesso, Deus eterno, que sempre amei o que odiais,
e odiei o que amais. Mas hoje, clamo aà vossa misericoó rdia, que me conceda seguir vossa
Verdade com sincero coraçaã o.
Ós que seguem este caminho saã o filhos da verdade, porque seguem a verdade,
passam pela porta da verdade, e se encontram unidos a voó s, Pai eterno, por meio da porta
e do caminho do vosso Filho, Verdade eterna, mar pacíófico.
Sauó do-vos, Coraçaã o Sagrado de Jesus, fonte viva e vivificante da vida eterna,
tesouro infinito da Divindade, fornalha ardente do amor divino. Sois meu asilo e o local
de meu repouso. Divino Salvador, abrasai-me o coraçaã o do ardente amor de que estaó todo
inflamado o vosso. Derramai em meu coraçaã o as grandes graças, cuja fonte eó o vosso e
fazei que ele esteja taã o unido ao vosso que a vossa vontade seja a minha e que a minha
esteja eternamente conforme aà vossa, pois desejo que doravante vossa vontade seja a
regra de todos os meus desejos e de todas as minhas açoã es. Ameó m.
amamos de todo o coraçaã o, com toda a nossa alma e com todas as nossas forças. Noó s vos
oferecemos, damos, consagramos, imolamos nosso proó prio coraçaã o. Recebei-o e possuíó-o
todo inteiro e purificai-o. Iluminai-o e santificai-o, para que ele viva em voó s e que vivais e
reineis nele agora e sempre e por todos os seó culos dos seó culos. Ameó m.
Jesus, meu uó nico amor, absorvei em voó s todos os meus pensamentos e retirai meu
coraçaã o de todas as coisas da terra, com a força do vosso amor mais ardente que o fogo,
mais doce que o mel. Fazei com que eu morra de amor por vosso amor, como voó s
morrestes de amor por meu amor. Senhor, feri de tal modo este coraçaã o que eó vosso,
traspassai-o taã o fundo, que nada possa jaó conservar do que eó terreno e humano.
Coraçaã o de Jesus, morro por me unir a voó s, possuir-vos e abismar-me em voó s, para
soó de voó s viver, que sois a minha morada para sempre.
Ém voó s, Coraçaã o amabilíóssimo, quero amar, trabalhar e sofrer. Consumi, pois, em
mim tudo o que haó de meu e em seu lugar ponde tudo que eó vosso e transformai-me em
voó s.
Coraçaã o boníóssimo, Coraçaã o sacratíóssimo, cujo eterno gozo nunca daraó fastio, mas
antes juó bilo sempiterno, recompensa sempre bem-aventurada. Como sois desejaó vel,
como sois amaó vel!
Meu Jesus, vida, esperança, tesouro e uó nico amor de minha alma, quanto vos
custou a permaneê ncia conosco neste sacramento! Para ficardes sobre os nossos altares
preciso vos foi morrer na cruz. É depois, neste sacramento, quantas injuó rias sofreis para
estardes presente no meio de noó s! Mas, venceu o vosso amor, venceu o desejo que tendes
de ser amado por noó s.
Vinde, pois, Senhor, vinde, encerrai-vos no meu coraçaã o e trancai-lhe a porta para
sempre, a fim de que nenhuma criatura entre nele para compartilhar o amor que vos
devo e quero dar-vos sem reserva. Voó s soó , meu amado Redentor, reinai sobre mim e
possuíó-me; e, se alguma vez naã o obedecer perfeitamente, castigai-me com rigor para que
no futuro seja mais atento em vos agradar e fazer a vossa vontade.
Fazei que eu naã o deseje nem busque outro prazer mais que o de vos ser agradaó vel,
visitar-vos muitas vezes nos altares, entreter-me convosco e receber-vos na santa
comunhaã o. Óutros bens procure quem os quiser; eu, poreó m, soó amo e soó desejo o tesouro
do vosso amor: isto soó , e nada mais vos quero pedir aos peó s do altar. Fazei que me
esqueça de mim mesmo para me lembrar somente da vossa bondade. Bem-aventurados
serafins, naã o tenho inveja da vossa gloó ria, mas do amor que consagrais ao vosso Deus que
eó tambeó m o meu; ensinai-me o que devo fazer para o amar e ser-lhe agradaó vel.
Jesus: meu Deus e meu amor – Santo Afonso Maria de Ligoó rio
Meu Jesus, jaó que estais encerrado nesse tabernaó culo para dar ouvidos aà s suó plicas
dos miseraó veis que veê m pedir-vos audieê ncia, escutai hoje a oraçaã o que vos dirige um
pecador dentre todos os mais ingrato.
Aos vossos peó s venho prostrar-me, arrependido e confuso, pois conheço o mal que
fiz ofendendo-vos. Meu Deus, oxalaó nunca vos tivesse eu ofendido! É agora sabeis o que
desejo? Tendo conhecido a vossa amabilidade infinita, inflamai-me de amor para
convosco; eu sinto um grande desejo de vos amar e agradar; mas, se naã o me auxiliais,
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nada poderei fazer. Dai, pois, Senhor, dai a conhecer a todo o paraíóso o vosso grande
poder e a vossa imensa bondade; fazei que, de escravo rebelde, eu me torne um servo
todo abrasado de amor para convosco. Isto voó s o podeis e quereis fazer. Supri tudo o que
me falta, a fim de que chegue a amar-vos muito, a amar-vos pelo menos tanto, quanto vos
tenho ofendido. Jesus, eu vos amo sobre todas as coisas; amo-vos mais que minha proó pria
vida, meu Deus, meu amor, meu tudo.
Jesus: meu Senhor e meu Deus – Santo Afonso Maria de Ligoó rio
Aqui estou, meu Senhor e meu Deus, perante esse altar, onde vos conservais dia e
noite por meu amor. Sois a fonte de todos os bens, o meó dico para todos os males, o
tesouro de todos os pobres: aos vossos peó s estaó hoje um pecador, de todos o mais pobre e
enfermo, que implora a vossa piedade; tende compaixaã o de mim. Vendo-vos neste
sacramento, descido do ceó u soó para me fazer bem, naã o quero desanimar aà vista da minha
miseó ria. Éu os louvo, agradeço e amo; e se desejais que vos peça uma esmola, eis a minha
suó plica: peço-vos a graça de naã o mais vos ofender e de amar-vos com todas as minhas
forças. Senhor, eu vos amo de toda a minha almas; amo-vos com todos os meus afetos:
fazei que eu diga isto com verdade e o repita sempre nesta vida e por toda a eternidade.
Cordeiro sem mancha, imolado por noó s na cruz, lembrai-vos que sou uma das
almas que remistes com tantas dores e com a proó pria morte. Fazei que sejais todo meu e
que eu nunca mais vos perca, jaó que vos destes todo a mim e vos dais ainda cada dia,
sacrificando-vos por meu amor sobre os altares. Peço-vos a graça de ser tambeó m eu todo
vosso. Sim, dou-me todo a voó s, para que façais de mim o que os aprouver. Dou-vos a
minha vontade: prendei-a com as suaves cadeias do vosso amor, a fim de que seja para
sempre escrava da vossa santíóssima vontade. Naã o quero mais viver para satisfazer os
meus desejos, mas somente para contentas a vossa vontade. Destruíó em mim tudo o que
vos desagrada; dai-me a graça de soó pensar em vos agradar, e de soó querer o voó s quereis.
Amo-vos, meu querido Salvador, de todo meu coraçaã o; amo-vos porque quereis ser
amado por mim; amo-vos porque sois infinitamente digno do meu amor. Sinto naã o poder
amar-vos quanto o mereceis. Pudesse eu morrer por vosso amor! Aceitai, Senhor, este
meu desejo e dai-me o vosso amor. Ameó m. Assim seja.
Meu amaó vel Jesus Sacramentado, voó s que, por meu amor, ficais dia e noite
encerrado nesse tabernaó culo, apoderai-vos do meu coraçaã o, eu vo-lo rogo, para que naã o
pense senaã o em voó s, naã o ame, naã o busque, naã o espere senaã o em voó s. Fazei-o pelos
merecimentos da vossa Paixaã o; eó por eles que eu peço e espero esta graça! Meu Salvador
sacramentado, amante divino da minha alma, quanto saã o amaó veis as ternas invençoã es do
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vosso amor para ser amado pelas almas! Verbo eterno, naã o vos bastou tomar a nossa
natureza e morrer por noó s na cruz, quisestes ainda dar-nos este sacramento para serdes
nosso companheiro, nosso alimento e penhor da gloó ria celeste.
Aparecei no meio de noó s hora como menino num preseó pio, ora como pobre
operaó rio numa oficina; aqui como criminoso num patíóbulo, ali como paã o sobre um altar.
Dizei-me, Jesus: que mais podereis inventar para que vos amem? Deus infinitamente
amaó vel, quando começarei em verdade a corresponder a tantas finezas de amor? Senhor,
naã o quero mais viver senaã o para vos amar a voó s somente. É de que me serve a vida, se
naã o a emprego toda em vos amar e agradar, a voó s, meu amado Redentor, que destes toda
a vossa vida por mim? É que amarei eu, se naã o vos amo, a voó s que sois todo belo, todo
amante, todo amaó vel? Que a minha alma, pois, soó viva para vos amar; que o meu coraçaã o
se derreta aà soó lembrança do vosso amor; e soó de ouvir as palavras – preseó pio, cruz,
sacramento – se inflame todo no desejo de fazer grandes coisas por voó s, Jesus, que tanto
fizestes e padecestes por mim!
Senhor cheio de bondade, amaó vel Salvador meu, estou visitando-vos agora neste
altar; mas com que amor naã o me retribuíós esta visita quando, pela santa comunhaã o,
vindes aà minha alma! Éntaã o naã o soó me estais presente, mas ateó vos tornais meu alimento,
unindo-vos e dando-vos todo a mim; assim que eu posso dizer em verdade: meu Jesus,
agora sois todo meu! Jaó que vos dais todo a mim eó justo que eu me deê todo a voó s; e, no
entanto, eu sou um vermezinho e voó s sois Deus!
Deus de amor, amor de minha alma, quando me verei todo vosso de verdade e naã o
soó de palavra? Ém voó s estaó , Senhor, o aumentar em mim a confiança de, pelos
merecimentos do vosso sangue, alcançar a graça de ser todo vosso, de ver-me, antes de
morrer, todo vosso e naã o mais de mim mesmo.
Jesus, voó s ouvis as suó plicas de todos os homens; ouvi hoje a prece duma alma que
vos quer amar verdadeiramente. Quero amar-vos com todas as minhas forças e obedecer-
vos em tudo, sem interesse, sem consolaçoã es, sem recompensa. Quero servir-vos soó por
amor, soó para vos dar gosto, soó para comprazer o vosso coraçaã o, que taã o
apaixonadamente me ama. A minha recompensa seraó amar-vos. Filho amado do Pai
Éterno, apoderai-vos da minha liberdade, da minha vontade, de tudo o que eó meu, da
minha proó pria pessoa e dai-vos a mim. Éu vos amo, eu vos busco, por voó s suspiro e soó a
voz quero, sim, soó a voó s.
A minha maior felicidade, meu amado Redentor, eó saber que sois plenamente feliz
e que a vossa felicidade eó infinita. Reinai, pois, Senhor, reinai voó s soó na minha alma; eu vo-
la dou toda, tomai posse dela para sempre. A minha vontade, os meus sentidos, e todas as
minha poteê ncias sejam escravas do vosso amor, e naã o sirvam neste mundo senaã o para
nos dar gosto e gloó ria. Assim foi a vossa vida, Maã e do meu Jesus, que fostes a primeira a
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amaó -lo neste mundo. Maria Santíóssima, assisti-me e obtende-me a graça de viver daqui
por diante como voó s vivestes, sempre feliz, pertencendo inteiramente a Deus.
Meu Senhor e meu Deus, dissestes no Évangelho que quem os ama seraó amado por
voó s e vireis habitar nele para naã o mais vos separardes. Senhor eu vos amo mais do que
todos os bens, amai-me voó s tambeó m, pois prefiro o vosso amor a todos os reinos do
mundo. Vinde, pois, e de tal modo fixai a vossa morada na pobre cada da minha alma, que
naã o mais vos separeis de mim ou, para melhor dizer, que eu naã o mais vos expulse do meu
coraçaã o; porquanto, voó s naã o os retirais senaã o quando expulso. É, como vos expulsei no
passado, assim poderia expulsar-vos de novo. Naã o permitais que se deê no mundo esta
nova perfíódia, esta horrenda ingratidaã o, que eu particularmente favorecido por voó s,
depois de tantas graças, tenha ainda a infelicidade de vos expelir da minha alma. É
contudo pode isso acontecer; por isso oó meu Deus, desejo morrer – se for do vosso
agrado – a fim de que, morrendo unido convosco, tenha a ventura de viver unido
convosco para sempre. Sim, meu Jesus, assim o espero. Éu vos abraço e aperto ao meu
pobre coraçaã o. Fazei que sempre vos ame e sempre seja de voó s amado. Sim, amabilíóssimo
Redentor meu, sempre vos hei de amar, e voó s sempre a mim. Éspero que sempre nos
amaremos, Deus de minha alma, agora e por toda a eternidade. Assim seja.
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Deus todo poderoso – Santo Afonso Maria de Ligoó rio
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Senhor, porque tenho eu perdido tantos anos, nos quais naã o vos tenho amado?
Anos infelizes, eu vos detesto; e a voó s bendigo, oó pacieê ncia infinita do meu Deus, que
tantos anos me tendes suportado. Apesar de taã o ingrato, voó s me esperais ainda: porque,
meu Deus, por queê ? A fim de que, um dia, vencido pelas vossas misericoó rdias e pelo vosso
amor, eu me deê inteiramente a voó s. Senhor, naã o quero mais ser ingrato para convosco. ÉÓ
justo que vos consagre o tempo, que ainda me resta de vida, quer pouco quer muito.
Éspero, meu Jesus, que me auxiliareis a ser todo vosso; pois, se tanto me favorecestes,
quando eu vos fugia e desprezava o vosso amor, como naã o devo esperar que me
favoreçais agora que vos procuro e vos desejo amar, Deus digno de um amor infinito?
Amo-vos de todo o meu coraçaã o, amo-vos sobre todas as coisas, amo-vos mais que a mim
mesmo, mais do que minha proó pria vida. Arrependo-me de vos haver ofendido, bondade
infinita. Perdoai-me e, com o perdaã o, concedei-me a graça de vos amar muito nesta vida
ateó aà morte e, na outra, por toda a eternidade. Pelo vosso poder, Deus todo-poderoso,
mostrai ao mundo este prodíógio: uma alma taã o ingrata como a minha, convertida numa
das mais fervorosas no vosso amor. Fazei-o pelos vossos meó ritos, meu Jesus. Isto eó o que
proponho fazer durante toda a minha vida; voó s que me inspirais este desejo, dai-me
forças para o poê r em praó tica.
Verbo divino, meu Jesus, vejo-vos sobre o altar, imolado, aniquilado e destruíódo
por meu amor; eó , pois, muito justo que, como os tornais víótima de amor por mim, assim
eu me consagre e sacrifique todo a voó s. Sim, meu Deus e meu soberano Senhor, sacrifico-
vos hoje toda a minha alma, todo o meu ser, toda a minha vida. Éste meu pobre sacrifíócio
eu o associo, Pai eterno, ao sacrifíócio infinito que Jesus Cristo, vosso filho e meu Salvador,
vos fez de si mesmo outrora na cruz, e que renova ainda, cada dia, tantas vezes, sobre os
altares. Aceitai-o, pois, pelos merecimentos de Jesus, e concedei-me a graça de o renovar
todos os dias da minha vida, e de morrer sacrificando-me todo em honra vossa. Desejo a
graça, a tantos maó rtires concedida, de morrer por vosso amor. Mas, se naã o sou digno de
tamanho favor, ao menos concedei-me, Senhor, o de vos sacrificar de boa vontade a
minha vida, aceitando desde jaó a morte que os aprouver enviar-me. Senhor, eis a graça
que desejo: morrer para vos honrar e ser-vos agradaó vel. É, por isso, desde jaó vos sacrifico
a minha vida e vos ofereço a minha morte, de qualquer forma e em qualquer tempo que
ela venha.
Senhor, eu sou esse miseraó vel a quem voó s amais; os pecados abriram chagas em
minha alma; venho, pois, a voó s, meu meó dico divino, a fim de que me cureis; se o
quiserdes, podeis curar-me; sim, “curai a minha alma, porque contra vós pequei” (Sl 40,5).
Bom Jesus, pelos amaó veis laços do vosso amor, atraíó-me todo a voó s. Prefiro viver
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unido a voó s a ser senhor de toda a terra. Nada desejo neste mundo senaã o amar-vos.
Pouco eó o que vos posso dar; mas, se pudesse ter todos os reinos do mundo, naã o os
quisera senaã o para renunciaó -los todos por vosso amor. Por vosso amor renuncio, pois, a
tudo que possuo: a todos os meus parentes, a todas as comodidades, a todos prazeres e
ateó mesmo aà s consolaçoã es espirituais; numa palavra, sacrifico-vos a minha liberdade, a
minha vontade. Quero dar-vos todos os meus afetos. Amo-vos, bondade infinita, amo-vos
mais que a mim mesmo e espero amar-vos eternamente.
Deus sacramentado, paã o dos anjos e alimento divino, eu vos amo; mas, nem voó s
nem eu ficamos satisfeitos com esse amor. Amo-vos, sim, mas amo-vos muito pouco.
Fazei voó s mesmo, Jesus, que eu conheça a beleza e a bondade imensa que amo; fazei que
meu coraçaã o expulse todos os afetos terrenos e deixe todo o lugar soó para o vosso divino
amor. Para ganhardes o meu coraçaã o e vos unirdes todo a mim, desceis cada dia dos ceó us
aos nossos altares; eó , pois, justo que eu tambeó m naã o pense senaã o em vos amar, em vos
adorar, em vos agradar. Amo-vos de toda a minha alma, amo-vos com todas as minhas
forças. Se quereis recompensar-me, por esse amor, dai-me ainda mais amor, mais ardor,
para que eu cresça sem cessar no vosso amor e no desejo de vos agradar.
Meu uó nico e infinito bem, vejo que instituíóstes este sacramento e residis neste
altar para que eu vos ame, e para este fim eó que me destes um coraçaã o capaz de voó s amar
muito. Mas, entaã o, porque sou taã o ingrato e naã o vos amo, ou vos amo taã o pouco? Naã o, naã o
eó justo que seja pouco amada uma bondade taã o amaó vel como voó s; ao menos, pelo amor
que me tendes, mereceis ser amado de outro modo. Voó s sois um Deus infinito e eu, um
vermezinho desprezíóvel. Pouco eó que eu morra por voó s e por voó s me consuma, pois por
mim morrestes, ficastes no Santíóssimo Sacramento por mim e cada dia vos sacrificais
sobre os altares por meu amor. Voó s mereceis um amor sem medida; e eó sem medida que
eu vos quero amar. Ajudai-me, meu Jesus, ajudai-me a amar-vos e a fazer o que vos
agrada, e que tanto desejais de mim.
Amado Senhor meu, jaó que a vista das minhas manchas e ingratidoã es naã o vos
impede de convidar-me com tanta bondade a aproximar-me de voó s, naã o quero desanimar
por causa das minhas miseó rias; a voó s venho, de voó s me aproximo. Voó s me mudareis
completamente em outro, banindo do meu coraçaã o todo amor que naã o eó para voó s, todo
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desejo que naã o vos eó agradaó vel, todo pensamento que naã o tende para voó s.
Meu Jesus, meu amor, meu tesouro, meu tudo, soó a voó s quero agradar. Soó voó s
mereceis todo o meu amo, a voó s soó quero amar de todo o meu coraçaã o. Desapegai-me de
tudo, Senhor, e ligai-me todo a voó s; mais ligai-me taã o bem, que naã o possa mais separa-me
de voó s nem nesta nem na outra vida.
Amor infinito do meu Deus, digno de infinito amor! Como pudestes, Jesus meu,
abater-vos tanto? Para vos entreterdes com os homens e vos unirdes aos seus coraçoã es,
humilhastes-vos ao ponto de vos ocultardes sob as espeó cies do paã o. Verbo encarnado, o
vosso abatimento naã o teve limites, porque o vosso amor tambeó m naã o os tem. Como
poderei deixar de amar-vos com toda a minha alma, quando sei o quanto fizestes para
cativar o meu coraçaã o?
Amo-vos ardentemente e por isso prefiro a vossa vontade a todos os meus
interesses e aà minha satisfaçaã o. Toda a minha felicidade consiste em ser-vos agradaó vel,
meu Jesus, meu Deus, meu tudo. Inflamai o meu coraçaã o num grande desejo de estar
continuamente diante de voó s sacramentado, de receber-vos e de fazer-vos sempre
companhia. Éu seria um ingrato se naã o aceitasse taã o doce e amaó vel convite. Senhor,
destruíó em mim todo o afeto aà s criaturas. Voó s quereis, meu Criador, ser o uó nico objeto dos
meus suspiros, de todos os meus afetos; pois bem, amo-vos, bondade infinitamente
amaó vel do meu Deus, e naã o desejo senaã o a voó s. Naã o procuro a minha satisfaçaã o, mas a
vossa; basta que eu vos agrade. Aceitai, Jesus, o desejo dum pecador, que quer amar-vos.
Ajudai-me com a vossa graça; fazei que, de miseraó vel escravo do inferno, eu me converta
de hoje em diante em feliz escravo do vosso amor.
arder e consumir do ardor que vos devora, para que vivamos juntamente abrasados nas
mesmas chamas. Meu Jesus, fazei-me conhecer as grandezas do vosso amor para com os
homens, a fim de que, aà vista de taã o grande amor, aumente sem cessar em mim o desejo
de vos amar e agradar. Amo-vos, Senhor amaó vel, e quero amar-vos sempre, e amar-vos
somente para vos agradar.
Amado Redentor, quando considero o excesso do vosso amor aos homens, fico fora
de mim e naã o sei mais o que dizer. Por amor deles, chegastes, neste sacramento, a ocultar
a vossa majestade, obscurecer a vossa gloó ria, chegastes a consumir e abater a vossa vida
divina. É, enquanto estais nos altares, parece que naã o tendes outra ocupaçaã o senaã o amar
os homens, e fazer brilhar o amor que lhes tendes. É eles que reconhecimento vos
testemunham, Filho augusto de Deus?
Jesus, oó amante (permiti que assim vos fale), oó amante muito apaixonado dos
homens, – pois que preferis os seus interesses aà vossa proó pria honra – naã o sabíóeis a que
desprezo devia expor-vos esta invençaã o do vosso amor? Éu vejo, e voó s mesmo o vistes
antes de mim, que a maior parte dos homens naã o vos adora nem vos quer reconhecer
pelo que sois neste sacramento. Sei que, mais de uma vez, estes mesmos homens
ousaram calcar aos peó s as hoó stias consagradas, atiraó -las ao chaã o, aà aó gua e ao fogo. Vejo
com surpresa que a maior parte daqueles que em voó s creê em, em vez de repararem tantos
ultrajes por suas homenagens, veê m aà s igrejas para mais os agravar por suas
irrevereê ncias, ou deixam-vos soó e abandonado sobre o altar, por vezes desprovido ateó de
laê mpadas e dos ornamentos necessaó rios.
Pudesse eu, meu bondoso Salvador, lavar com as minhas laó grimas e ateó com meu
sangue esses infelizes lugares em que o vosso amor tem sido taã o indignamente ultrajado
nesse sacramento! Mas, se naã o me eó concedida esta felicidade, ao menos, Senhor,
proponho visitar-vos muitas vezes para vos adorar, como neste momento vos adoro, em
expiaçaã o dos desprezos que recebeis dos homens neste divino misteó rio.
Permiti que vos fale, neste momento, Coraçaã o amado do meu Jesus, donde saíóram
todos os sacramentos e, em particular, este sacramento de amor. Éu quisera tributar-vos
tanta gloó ria e honra quanta voó s tributais, em nossas igrejas, a vosso Éterno Pai. Sei que,
neste altar, me continuais a amar com o mesmo ardor com que na cruz destes a vida por
mim, no meio de horríóveis tormentos. Iluminai, Coraçaã o divino, para que vos conheçam,
aqueles que vos naã o conhecem. Pelos vossos merecimentos livrai do purgatoó rio ou ao
menos aliviai as almas que laó padecem e saã o vossas esposas eternas. Adoro-vos,
agradeço-vos e amo-vos com todas as almas que neste momento vos amam na terra e no
ceó u. Coraçaã o puríóssimo, purificai o meu coraçaã o de todo o apego aà s criaturas e enchei-o
de vosso amor. Coraçaã o cheio de ternura, apossai-vos de tal modo de meu coraçaã o, que
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ele seja todo vosso e de agora em diante eu possa dizer: “Nada é capaz de separar-me do
amor de Deus que é em Jesus Cristo” (Rm 8, 35).
Coraçaã o divino, gravai em meu coraçaã o as penas taã o amargas que por mim
sofrestes durante os anos de vossa vida mortal, a fim de que eu chegue a desejar ou ao
menos a suportar pacientemente, por amor de voó s, todas as penas desta vida. Coraçaã o
humíólimo de Jesus, ensina-me a vossa humildade. Coraçaã o cheio de mansidaã o, comunicai-
me a vossa doçura. Tirai do meu coraçaã o tudo o que vos naã o agrada; convertei-o
inteiramente a voó s, para que naã o queira nem deseje senaã o o que voó s mesmo desejais.
Fazei, numa palavra, que eu viva soó para vos amar e agradar. Reconheço que muito vos
devo e sou obrigado; pouco seria se me sacrificasse e consumisse todo por voó s.
Meu Jesus, que invençaã o cheia de amor a de Santíóssimo Sacramento, onde vos
ocultais sob a apareê ncia do paã o, para estardes ao alcance de todos os que querem, aqui na
terra, vos achar e amar! Muita razaã o tinha o profeta de exortar os homens a levantarem a
voz e a publicarem por todo o mundo ateó onde chegaram as invençoã es do amor do nosso
Deus para convosco: “Fazei conhecer aos povos as suas invenções” (Is 12, 4).
Coraçaã o amoroso do meu Jesus, digno de possuir os coraçoã es de todas as
criaturas; Coraçaã o sempre repleto de chamas do mais puro amor, oó fogo abrasador,
consumi-me inteiramente e dai-me uma vida nova, toda de amor e de graça! Uni-me de
tal maneira a voó s que nunca mais de voó s me separe.
Coraçaã o aberto para ser o refuó gio das almas, recebei-me. Coraçaã o dilacerado na
cruz pelos pecados do mundo, dai-me verdadeira dor de meus pecados. Sei que, neste
divino sacramento, conservais os mesmos sentimentos de amor que tíónheis ao morrer
por mim no Calvaó rio; eó , pois, certo que desejais ardentemente unir-me todo a voó s; seraó
entaã o possíóvel que eu ainda resista e naã o me deixe vencer pelo vosso amor? Pelos vossos
meó ritos vos peço: amado Jesus, feri-me, ligai-me, prendei-me estreitamente ao vosso
Coraçaã o.
Com o auxíólio da vossa graça tomo hoje a resoluçaã o de vos contentar em tudo
daqui em diante, de calcar aos peó s o respeito humano, inclinaçoã es, repugnaê ncias,
caprichos, interesses, e enfim tudo o que possa impedir-me de vos contentar plenamente.
Fazei, Senhor, que eu seja fiel aà minha resoluçaã o e que de hoje em diante todas as minhas
açoã es, todos os meus pensamentos e afetos, sejam inteiramente conformes aà vossa
vontade. Amor divino, bani do meu coraçaã o qualquer outro amor. Maria, minha
esperança, tudo podeis junto de Deus: obtende-me a graça de ser ateó aà morte um servo
fiel do puro amor de Jesus. Ameó m, assim seja. Assim o espero no tempo e na eternidade.
Verbo Éterno, gastastes trinta e treê s anos de suores e privaçoã es. Destes o sangue e
a vida para salvar os homens, nada poupando para vos fazerdes amados por eles. Como
pode haver homens que, sabendo disto, ainda naã o vos amam? ÓÓ Deus, eu me encontro no
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nuó mero destes ingratos. Compreendo o mal que fiz. Jesus, tende piedade de mim.
Ófereço-vos este meu coraçaã o: ingrato, mas arrependido. Arrependo-me, sobretudo, caro
Redentor, de vos haver desprezado. Arrependo-me e vos amo com toda a minha alma.
Minha alma, ama a um Deus amarrado como um reó u por ti, flagelado como escravo
por ti, feito rei e escaó rnio por ti, um Deus finalmente morto na cruz como um criminoso
por ti. Sim, meu Salvador e meu Deus, eu vos amo, eu vos amo. Recordai-me sempre o que
sofrestes por mim, para que naã o mais me esqueça de vos amar.
Cordas que amarrastes a Jesus, prendei-me com Jesus. Éspinhos que coroastes
Jesus, feri-me de amor para com Jesus. Pregos que traspassastes Jesus, pregai-me na cruz
de Jesus a fim de que eu viva e morra unido com Jesus.
Sangue de Jesus, inebriai-me de santo amor. Morte de Jesus, fazei-me morrer a
todo afeto terreno. Peó s transpassados de meu Senhor, eu vos abraço; livrai-me do inferno
que tenho merecido. Jesus, no inferno naã o poderei vos amar, mas eu quero vos amar
sempre. Querido Salvador, salvai-me, uni-me avoó s e naã o permitais que eu vos perca!
Deus de amor que nos amais sem limites, digno de um amor sem fim, dizei-me:
que mais poderíóeis inventar para os fazerdes amado por noó s? Naã o vos bastou fazer-vos
homem e sujeitar-vos a todas as nossas miseó rias? Naã o vos bastou dar por noó s todo o
sangue aà força de tormentos. Depois de morrer consumido de dores sobre um madeiro
destinado aos maiores criminosos, vos colocastes sob as apareê ncias do paã o, para vos
fazerdes nosso alimento e assim, unir-vos todo a cada um de noó s. Dizei-me: que mais
podíóeis inventar para vos fazer amar? Ah! Pobres de noó s, se nesta vida naã o vos amamos!
Quando entrarmos na eternidade, que remorsos nos causaraó o naã o vos ter amado!
Meu Jesus, naã o quero morrer sem vos amar e vos amar muito. Muito me aflige e
penaliza ter-vos dado tantos desgostos. Arrependo-me e queria morrer de dor. Agora vos
amo sobre todas as coisas. Amo-vos mais do que a mim mesmo e vos consagro todos
meus afetos. Voó s, que me dais esse desejo, dai-me tambeó m a força de realizaó -lo. Jesus, eu
naã o quero de voó s outra senaã o a voó s. Agora que, me atraíóstes ao vosso amor, deixo tudo,
renuncio a tudo. A voó s me uno, soó voó s me bastais.
Meu Jesus, que esperança me daó a vossa paixaã o! Por que ter medo de naã o receber
o perdaã o de meus pecados, o paraíóso e todas as graças necessaó rias de um Deus Poderoso
que me deu todo o seu sangue? Jesus, minha esperança e meu amor, para naã o me
perderdes, quisestes perder a vida!
Éu vos amo sobre todos os bens, meu Deus e meu Redentor. Voó s vos destes a mim,
eu os dou toda a minha vontade e quero vos dizer: eu vos amo! Quero sempre repetir “eu
vos amo”. Assim quero sempre dizer durante a vida e assim quero morrer, dando o uó ltimo
suspiro com estas palavras nos laó bios: meu Deus, eu vos amo. A começar daquele
momento, o amor contíónuo para convosco duraraó eternamente sem nunca mais cessar de
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vos amar. Éu vos amo e porque vos amo, arrependo-me de todo o coraçaã o de vos ter
ofendido. Como sou miseraó vel! Para naã o perder um raó pido prazer, tantas vezes eu quis
vos perder, voó s que sois o bem infinito! Éste pensamento me atormenta mais do que
qualquer outro sofrimento. Mas consola-me a lembrança de que sois a bondade sem fim,
naã o sabeis desprezar um coraçaã o que vos quer bem. Pudesse eu morrer por voó s que
morrestes por mim! Meu Redentor, eu espero seguramente de voó s a salvaçaã o eterna na
outra vida, e nesta vida espero a santa perseverança no vosso amor. Por isso faço o
propoó sito de sempre a pedir. Pelos merecimentos de vossa morte, dai-me a perseverança
em sempre a pedir.
ÓÓ bom e amaó vel Coraçaã o de Jesus, como eó infeliz o coraçaã o que naã o vos ama!
Morrestes na cruz por amor dos homens, sem nenhum alíóvio. Como podem os homens
viver sem pensar em voó s? ÓÓ amor de Deus! ÓÓ ingratidaã o humana! ÓÓ homens, olhai o
Cordeiro de Deus inocente, que agoniza e morre na cruz por voó s, para aplacar a justiça
divina pelos vossos pecados e assim vos atrair ao seu amor. Vede como ele pede a seu Pai
Celeste para que vos perdoe. Vede e amai-o!
Meu Jesus, saã o taã o poucos vos amam! Infeliz de mim, passei tantos anos sem
pensar em voó s e vos ofendi tantas vezes.
Meu amado Redentor, fazei-me chorar naã o tanto pelos castigos que mereci, mas
pelo amor que me tendes. Dores, humilhaçoã es, chagas e morte de Jesus, amor de Jesus,
fixai-os em meu coraçaã o. Viva sempre em mim a vossa lembrança, fira-me continuamente
e me abrase de amor! Amo-vos, meu Jesus, meu sumo bem. Amo-vos, meu amor, meu
tudo! Amo-vos e quero vos amar sempre. Naã o permitais que vos abandone e vos perca
jamais. Fazei que eu seja todo vosso; fazei-o pelos merecimentos de vossa morte na qual
tenho firme confiança.
ÓÓ Jesus, meu tesouro e meu amor, pelas ofensas que vos fiz eu naã o mereceria mais
poder vos amar; mas, pelos vossos merecimentos, peço-vos que me façais digno de vosso
puro amor. Amo-vos sobre todas as coisas e arrependo-me do fundo de meu coraçaã o de
vos ter outrora desprezado e expulsado de minha alma. Agora eu vos amo mais do que a
mim mesmo, eu vos amo com todo o meu coraçaã o. Bondade infinita, eu vos amo e outra
coisa naã o desejo senaã o amar-vos perfeitamente; nada temo senaã o ver-me afastado de
vosso santo amor.
Redentor meu, fazei-me conhecer o grande bem que sois e amor que me tivestes
para assim me obrigar a vos amar. Naã o permitais, meu Deus, que eu seja ingrato diante de
tanta bondade. Chega de vos ofender, naã o quero mais vos abandonar. Ós anos que restam
de vida eu quero empregaó -los em vos amar e agradar. Meu Jesus, meu amor, socorrei-me;
ajudai um pecador que deseja vos amar e ser todo vosso.
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Felizes correntes, que ligais o homem a Deus, atai-me tambeó m e uni-me a Deus de
maneira que naã o possa mais me separar de seu amor. Meu Jesus, eu vos amo; sim, eu vos
amo, tesouro e vida de minha alma e a voó s me prendo e entrego todo meu ser. Naã o quero
deixar, meu amado Senhor, de vos amar. Para apagar os meus pecados, consentistes em
ser preso como um criminoso e assim ser conduzido aà morte pelas ruas de Jerusaleó m;
quisestes ser pregado na cruz e de laó descer soó depois de nela deixar a vida. Pelos meó ritos
de tantos sofrimentos, naã o permitais que eu me separe de voó s.
Arrependo-me de todo coraçaã o de ter me afastado de voó s; com vossa graça estou
resolvido a antes morrer do que vos tornar a ofender.
Meu Jesus, em voó s me abandono, amo-vos de todo o coraçaã o, amo-vos mais do que
a mim mesmo. Na vida passada eu vos ofendi, mas agora eu me arrependo e quisera
morrer de arrependimento. Éu vos peço, atraíó-me todo a voó s; renuncio a todas as
consolaçoã es sensíóveis, quero soó a voó s e nada mais. Fazei que vos ame, fazei de mim o que
mais vos agradar.
Jesus, amo-vos com toda a minha alma – Santo Afonso Maria de Ligoó rio
Deus eterno, ofereço-vos todo o meu coraçaã o. Mas, meu Deus, que coraçaã o eu vos
ofereço? Um coraçaã o criado para vos amar, mas que em vez de vos amar, tantas vezes se
revoltou contra voó s. Jesus, considerai que, se este coraçaã o vos resistiu no passado, ele
estaó agora penetrado de dor e de arrependimento por vos haver desgostado. Sim, meu
caro Redentor, arrependo-me de vos ter desprezado e estou resolvido a vos obedecer e a
vos amar, custe o que custar. Atraíó-me todo ao vosso amor. Fazei-o por aquele amor que
tivestes ao morrer por mim na cruz.
Amo-vos, meu Jesus, amo-vos com toda a minha alma, amo-vos mais do que a mim
mesmo, verdadeiro e uó nico amigo de minha alma, porque, fora de voó s, naã o vejo ningueó m
que quisesse sacrificar a vida por mim. Fazei-me chorar de dor diante da minha
ingratidaã o para convosco. Pobre de mim, jaó estava perdido, mas espero que com a vossa
graça me tenhais restituíódo a vida. De hoje em diante e para sempre, a minha vida seraó
esta: amar-vos sempre. Fazei que vos ame e nada mais vos peço.
Meu Jesus, quero amar-vos o quanto posso. Quero ser santo para vos agradar e vos
amar sempre nesta vida e na outra. Nada posso, mas voó s podeis tudo; sei que me desejais
como santo! Levado pela vossa graça, sinto que a minha alma vos quer e vos procura; naã o
desejo viver para mim mesmo. Jesus, quereis que eu seja todo vosso e eu tambeó m quero a
mesma coisa.
Sois a bondade infinita, aquele que tanto me amou. Muito me amastes e muito
digno sois do meu amor. Como poderia eu amar outra coisa, senaã o a voó s? Prefiro o vosso
amor a todas as coisas do mundo; sois o uó nico motivo e a uó nica meta de meus afetos.
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Deixo tudo para me dedicar somente a vos amar, meu Criador, meu Redentor, meu
Consolador, minha Ésperança, meu Amor e meu Tudo.
Naã o quero perder a confiança, lembrando-me dos meus pecados que fiz no
passado. Sei que morrestes para perdoar a quem se arrepende.
Agora vos amo com toda a minha alma, com todo o meu coraçaã o, e mais do que a
mim mesmo. Arrependo-me de vos ter desprezado! Agora jaó naã o pertenço a mim mesmo,
mas sou vosso.
Meu Deus, fazei de mim o que quiserdes. Quero aceitar, para vos agradar, todos os
sofrimentos que quiserdes me mandar: doenças, dores, anguó stias, desprezos, pobreza,
perseguiçoã es e desolaçoã es. Tudo aceito para vos agradar. Aceito tambeó m a morte que me
preparastes com todas as anguó stias e sofrimentos que a acompanharaã o. Basta que me
deis a graça de vos amar muito! Ajudai-me, dai-me forças para compensar com um
grande amor nesta vida que me resta, os desgostos que vos causei no passado.
Jesus, amo-vos como o tudo de minha vida – Santo Afonso Maria de Ligoó rio
Jesus, dai-me a ambição de vos agradar – Santo Afonso Maria de Ligoó rio
ambiçaã o, aceitai-a, destruíó em mim todo o desejo dos bens terrenos. Sois mais digno de
ser amado e tendes o direito ao meu amor.
Éis-me aqui, quero vos pertencer, quero sofrer tudo o que for de vossa vontade, jaó
que, por meu amor, morrestes de dor numa cruz. Quereis que eu seja santo, podeis fazer-
me santo; em voó s confio.
Meu Deus e meu tudo. Apesar de minhas ingratidoã es e negligeê ncias em vos servir,
continuais a me atrair ao vosso amor. Aqui estou, naã o quero resistir mais. Quero
renunciar a tudo para pertencer soó a voó s. Aleó m de tudo, voó s tendes obrigado a vos amar.
Éu me encantei convosco e quero a vossa amizade.
Como posso amar outra coisa, depois de vos ter visto morrer de dor numa cruz
para me salvar? Como poderei contemplar-vos morto, consumido nos sofrimentos, sem
vos querer bem com todo o meu coraçaã o? Sim, Redentor meu, amo-vos com toda a minha
alma e naã o tenho outro desejo senaã o vos amar nesta vida e por toda a eternidade.
Jesus, minha esperança, minha força e meu consolo, dai-me força para que eu vos
seja fiel. Dai-me luz, fazei-me conhecer as coisas de que devo me desapegar; ajudai-me
para que em tudo eu queira vos obedecer.
Jesus, eu me ofereço e me abandono inteiramente em voó s, satisfazendo o desejo
que tendes de unir-vos comigo, a fim de unir-me convosco, meu Deus e meu tudo! Vinde
Jesus, possuíó todo o meu ser, atraíó para voó s todos os meus pensamentos e todos os meus
afetos!
Renuncio a todos os meus caprichos, a todas as consolaçoã es, a todas as criaturas;
soó voó s me bastais. Dai-me a graça de naã o pensar senaã o em voó s, naã o desejar senaã o a voó s
naã o buscar senaã o a voó s, meu Deus e uó nico bem.
Jesus, amor e alegria de minha alma –Santo Afonso Maria de Ligoó rio
Meu Jesus desprezado, amor e alegria de minha vida. Com vosso exemplo, tornaste
possíóvel aos que vos amam, amar tambeó m os desprezos. De hoje em diante eu vos
prometo sofrer, por vosso amor, todas as ofensas, jaó que por meu amor fostes taã o
injuriado pelos homens, neste mundo. Dai-me forças para realizaó -lo, fazei-me conhecer e
praticar tudo o que desejais de mim.
Meu Deus e meu tudo, naã o quero procurar outro bem fora de voó s, bondade
infinita. Voó s que cuidais tanto de meu progresso, fazei que eu naã o tenha outro cuidado
senaã o o de vos dar alegria. Fazei que meus pensamentos sejam empregados sempre em
fugir de tudo que vos ofenda, em procurar o modo de vos agradar em tudo. Afastai de
mim toda a ocasiaã o que me afaste de vosso amor. Privo-me de minha liberdade e a
consagro toda aà vossa divina vontade.
Éu vos amo, bondade sem fim. Verbo encarnado, amo-vos mais do que a mim
mesmo. Tende piedade de mim e curai todas as feridas de que sofre minha alma por
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causa das ofensas que vos fiz. Abandono-me inteiramente em vossos braços, meu bom
Jesus: quero vos pertencer, quero sofrer por vosso amor; soó a voó s desejo.
“Fora de vós, o que há pra mim no céu? Se vos possuo, nada mais me atrai na terra...
A rocha de meu coração e minha herança eterna é Deus”.
Redentor meu, digno de ser amado infinitamente, descestes do ceó u para vos dar
todo a mim. A quem devo procurar na terra ou no ceó u senaã o a voó s, o maior bem, o uó nico
bem de ser amado? Sede, portanto, o uó nico Senhor de meu coraçaã o, apossai-vos dele. Que
a minha alma soó a voó s ame, a voó s obedeça, a voó s procure agradar. Gozem os outros das
riquezas deste mundo; eu quero soó a voó s. Sois e sereis a minha riqueza nesta vida e na
eternidade.
Dou-vos, meu Deus, inteiramente o meu coraçaã o e toda a minha vontade. Éla vos
foi rebelde em tempos passados, mas agora eu a consagro toda a voó s. “Senhor, que quereis
que eu faça?” Dizei-me o que quereis de mim e ajudai-me, porque eu quero fazer tudo.
Disponde de mim e de todas as minhas coisas como for de vosso agrado. Tudo aceito, a
tudo me conformo.
Jesus, merecedor de um amor infinito, amastes-me ateó morrer por mim; eu vos
amo de todo meu coraçaã o, mais do que a mim mesmo e nas vossas maã os entrego minha
alma. Hoje renuncio a todo o afeto mundano, a toda criatura e me entrego todo a voó s.
Aceita-me pelos meó ritos de vossa paixaã o, tornando-me fiel ateó a morte.
Meu Jesus, de hoje em diante quero viver soó para voó s, naã o quero amar senaã o a voó s,
nem buscar coisa senaã o cumprir a vossa vontade divina. Assisti-me com vossa graça,
ajudai-me.
Senhor, estou convencido de que, sem sofrer com pacieê ncia, naã o posso ganhar o
ceó u. “Dele é que vem-dizia Davi- a minha paciência”. Ó mesmo quero dizer. Voó s me dareis a
pacieê ncia para sofrer. Quero aceitar com tranquü ilidade todas as tribulaçoã es, mas depois,
quando elas chegam, encho-me logo de tristeza e desaê nimo. Dessa forma sofro sem
meó ritos e sem amor, porque naã o sei ainda sofrer para vos agradar. Por isso, meu Jesus, eu
vos peço, pelos merecimentos de vossa pacieê ncia, a graça de sofrer todas as cruzes por
vosso amor.
Éu vos amo de todo o meu coraçaã o, divino Redentor. Éu vos amo, meu sumo bem;
amo-vos, Jesus, digno de um amor infinito. Arrependo-me de todo o coraçaã o e de todos os
desgostos que vos tenho dado. Prometo-vos aceitar com resignaçaã o todos os sofrimentos
que me enviardes; mas espero de voó s o socorro para sofrer com pacieê ncia, especialmente
as dores da minha agonia e da minha morte.
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Meu amado Redentor, vida de minha alma, eu creio que sois o uó nico bem de ser
amado. Creio que sois aquele que me tendes mais amor, porque chegastes a morrer
consumido de dores por mim, soó por amor.
Creio que nem nesta vida nem na outra, naã o haó maior felicidade do que vos amar e
fazer a vossa vontade. Tudo isso creio firmemente e, e por isso, a tudo renuncio para ser
todo vosso e soó a voó s possuir. Ajudai-me pelos meó ritos de vossa paixaã o e fazei-me ser
como desejais que eu seja.
Verdade infalíóvel, eu creio em voó s. Misericoó rdia infinita, eu confio em voó s. Bondade
infinita, eu vos amo. Amor infinito que vos destes todo a mim na vossa paixaã o e no
sacramento da Éucaristia, eu me dou todo a voó s.
Meu Deus: meu Criador e Redentor –Santo Afonso Maria de Ligoó rio
Não permitais que eu me separe de vós– Santo Afonso Maria de Ligoó rio
Jesus, meu Redentor, espero pelo vosso sangue que me tenhais perdoado todas as
ofensas que vos fiz. Éspero um dia ir vos dar graças no paraíóso, “cantarei eternamente as
misericórdias do Senhor”
Vejo que na minha vida passada, caíó e tornei a cair miseravelmente, porque me
descuidei de vos pedir a perseverança na vossa graça. ÉÓ essa perseverança que vos
suplico: “Não permitais que eu me separe de vós”. Faço o propoó sito de pedir sempre,
especialmente quando me vir tentado a vos ofender. Jesus, assim proponho e prometo.
Mas de que me serviraó esse propoó sito e essa promessa, se naã o me derdes a graça
de recorrer a voó s? Pelos meó ritos de vossa paixaã o, concedei-me a graça de sempre me
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Jesus, minha esperança, minha felicidade, amor uó nico de minha alma, naã o mereço
vossas consolaçoã es. Reservai-as para as almas inocentes que sempre vos amaram. Éu,
como pecador, sou indigno delas, naã o vo-las peço. Éis o que desejo: fazei que eu vos ame e
cumpra vossa vontade em toda a minha vida; depois disponde de mim como vos
aprouver.
Pobre de mim! Por minhas ofensas bem mereci outras trevas, outros temores,
outros abandonos. Deveria estar no inferno, onde, separado de voó s e rejeitado para
sempre, teria de chorar eternamente sem poder vos amar. Jesus, aceito qualquer pena,
mas naã o essa. Mereceis um amor infinito, e muito me obrigastes a vos amar; naã o poderia
viver sem vos amar.
Éu vos amo, bondade infinita, amo-vos de todo o meu coraçaã o e mais do que a
mim mesmo. Amar-vos eó o meu uó nico desejo. Sei que essa bondade eó puro dom de vossa
graça; mas, Senhor, terminai esta obra, sede sempre o meu apoio ateó a morte, naã o me
abandoneis a mim mesmo. Dai-me força para vencer as tentaçoã es e a mim mesmo; para
isso, fazei que me recomende sempre a voó s.
Quero ser todo vosso. Dou-vos meu corpo, a minha alma, a minha vontade, a
minha liberdade. Naã o quero mais viver para mim, mas soó para voó s, meu Criador e
Redentor, “meu Deus e meu tudo”. Éu quero tornar-me santo e isso espero da vossa graça.
Mortificai-me como quiserdes, privai-me de tudo, contando que me concedais a vossa
graça e o vosso amor.
ÓÓ Jesus, fazer a vontade de vosso Pai, agir em vista dele foi o vosso alimento, o de
que vivestes. Seja este tambeó m nosso paã o, nossa vida: agir continuamente para voó s, para
voó s viver, para vossa vontade, para vossa gloó ria. Ter sempre em vista vossa vontade, vossa
gloó ria. Éis nossa vida, nosso paã o cotidiano e de cada instante, a exemplo vosso, oó meu
Senhor e meu Deus.
ÓÓ Jesus, sois aquele que deveria vir! ÓÓ Jesus, jaó viestes! ÓÓ Jesus, deveis ainda vir no
uó ltimo dia, para reunir vossos eleitos no repouso eterno. ÓÓ Jesus, ides e vindes,
continuamente! Vindes aos nossos coraçoã es e vos manifestais como algo de doce, suave e
poderoso. “E o Espírito e a Esposa dizem: ‘Vinde!’. E quem tem sede, venha.” Porque voó s, oó
Jesus, vindes a noó s, quando vamos a voó s. “Sim – dizeis – irei logo.” “Vinde, Senhor Jesus!”
Vinde, oó desejado das naçoã es, nosso amor e esperança nossa, força e refuó gio nosso,
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consolaçaã o durante a viagem, nossa gloó ria e eterno repouso nosso na paó tria.
ÓÓ Senhor Jesus, que viestes a este mundo procurar e salvar o que estava perdido,
se eu, homem, naã o me tivesse perdido, voó s, Filho do homem, naã o teríóeis vindo. Mas
tendo-me perdido eu – homem – viestes voó s, Deus e Homem! É eu, homem, fui
reencontrado. Havia-me perdido eu, homem, por minha livre vontade. Viestes voó s, Deus e
Homem, com a graça libertadora. Pela soberba, perdeu-se o primeiro Adaã o; e onde
estaria eu, se naã o tiveó sseis vindo voó s, segundo Adaã o?
ÓÓ Senhor Jesus Cristo, eu creio em voó s, mas fazei-me crer de modo que vos ame.
Crer realmente em voó s eó amar-vos: naã o como acreditavam os demoê nios, que naã o
amavam, portanto, embora acreditassem, diziam: “Que temos nós a ver contigo, Jesus,
Filho de Deus?”
Óh! Fazei que eu creia em voó s amando-vos e naã o dizendo: “Que tenho eu a ver
contigo?” Mas ao contraó rio, dizendo: “vós me remistes, e eu quero ser vosso” (Sl 130,1).
Quero invocar-vos, mas ajudai-me voó s, a fim de que naã o externe apenas palavras, e
permaneça mudo na viveê ncia.
Quero invocar-vos, com o desprezo do mundo. Quero invocar-vos, calcando aos
peó s os prazeres terrenos. Quero invocar-vos dizendo, naã o com a líóngua, mas com a vida: o
mundo estaó crucificado para mim, e eu para o mundo. Quero invocar-vos, dando com
liberalidade aos pobres. Unirei ao bem crer o bem viver, para dar-vos gloó ria com as
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Apressai-vos, oó Jesus, eis aqui meu coraçaã o! Minha alma eó pobre e sem virtudes; as
palhas de tantas imperfeiçoã es vos haã o de molestar, vos faraã o chorar, mas, oó meu Senhor,
que quereis? ÉÓ o pouco que tenho. Comove-me a vossa pobreza, enternece-me, arranca-
me laó grimas. ÓÓ Jesus, aformoseai minha alma com vossa presença, adornai-a com vossas
graças, queimai estas palhas e transformai-as em macia caminha para vosso Corpo
santíóssimo.
ÓÓ Jesus, eu vos espero. Óh! Ós maus vos recusam; laó fora sopra o vento glacial;
vinde ao meu coraçaã o! Sou pobrezinho, mas vos aquecerei o mais que puder. Ao menos
quero que vos agrade meu bom desejo de vos dar boa acolhida, de querer-vos muito bem,
de sacrificar-me por voó s. Quanto a voó s, rico sois, e minha pobreza vedes. Sois chama de
caridade, e me purificareis o coraçaã o de tudo o que naã o eó o vosso coraçaã o santíóssimo: sois
a santidade incriada, e me cumulareis de graças fecundas de progresso verdadeiro no
espíórito. Vinde, Jesus, tantas coisas tenho a vos dizer! Tantas penas a confiar-vos! Tantos
desejos, tantas promessas, tantas esperanças! Quero adorar-vos, beijar-vos a fronte, oó
Jesus dar-me a voó s mais uma vez, para sempre. Vinde, oó Jesus, naã o tardeis mais, aceitai
meu convite, vinde.
ÓÓ Jesus, voó s vos retirais em Nazareó , onde passais a infaê ncia, a juventude, ateó aos
trinta anos. Por noó s, por nosso amor, viveis ali; ali permaneceis para nosso ensinamento!
Durante esses trinta anos vos cansais de instruir-nos, naã o com palavras, mas com vosso
sileê ncio, com vossos exemplos. Énsinai-nos sobretudo que podemos fazer o bem aos
homens, bem infinito, bem divino, sem palavras, sem conversas, sem barulho, no sileê ncio,
com o bom exemplo; exemplo de piedade, dos deveres para com Deus, cumpridos
amorosamente; de bondade para com os homens, de ternura para com o proó ximo, dos
deveres familiares santamente desempenhados, em pobreza, trabalho, humilhaçoã es,
recolhimento, retiro; exemplo de vida escondida em Deus, vida de oraçaã o, de peniteê ncia,
de retiro, abandonada e imersa em Deus. Tambeó m nos ensinais a viver com o trabalho de
nossas maã os, para naã o sermos pesados a ningueó m e podermos dar alguma coisa aos
pobres. A este geê nero de vida conferis uma beleza incomparaó vel, a de vossa imitaçaã o!
Corpo Míóstico, a fim de que vossa vinda traga a alegria verdadeira, a paz segura, a eficaz
fraternidade dos indivíóduos e dos povos. Ameó m, ameó m.
ÓÓ Senhor Jesus, nosso Deus e Redentor, revelaçaã o do Pai, nosso Irmaã o mais velho e
amigo nosso, dai-nos vosso conhecimento! Purificai os olhos de nossa alma, para vos
podermos contemplar com alegria. Imponde sileê ncio ao tumulto das criaturas a fim de
que, sem obstaó culo algum, possamos seguir-vos. Revelai-vos aà s nossas algumas, como um
dia vos revelastes aos discíópulos de Émauó s, explicando-lhes as paó ginas sagradas que
falavam de vossos misteó rios! Sentiremos entaã o nossos coraçoã es “repletos de ardor” para
amar-vos e aderir a voó s!
Creio, Senhor Jesus, mas aumentai minha feó ! Tenho plena confiança na realidade e
plenitude de vossos misteó rios, mas corroborai esta confiança! Éu vos amo, oó Senhor, que
nos manifestastes vosso amor em todos os vossos misteó rios, mas aumentai o meu amor.
Jesus Cristo, Senhor nosso e nosso Deus – Óraçoã es dos primeiros cristaã os
Jesus Cristo, Senhor nosso e nosso Deus desde a eternidade! Por vontade do Pai,
nascestes na plenitude dos tempos de uma Virgem que naã o conheceu varaã o. AÀ lei vos
submetestes para resgatar-nos da lei, livrar-nos da escravidaã o, da corrupçaã o e conceder-
nos a dignidade de filhos.
Meu Senhor, livrai-nos agora de toda loucura, realizai vossa promessa, livrai-nos
da vergonha do pecado, enchei nossos coraçoã es com vosso Éspíórito Santo, de modo que
possamos dizer: Abba, Pai.
Fazei de noó s os filhos de vosso Pai, salvai-nos de todos os males deste mundo.
Jesus, doçura dos corações – Breviaó rio Romano, Hinos da festa do Nome de Jesus
Jesus, doçura dos coraçoã es, fonte viva, luz das inteligeê ncias, superas toda alegria e
todo desejo.
Naã o haó canto mais suave, harmonia mais deliciosa, pensamento mais doce do que
Jesus, Filho de Deus.
Jesus, esperança dos penitentes, quaã o piedoso para quem te invoca! Quaã o bom
para quem te busca! Que seraó s para quem te encontra?
Naã o pode a líóngua dizer nem a pena exprimir, soó quem experimentou pode saber o
que seja amar Jesus!
ÓÓ Jesus, nossas vozes te cantem, nossas vidas te proclamem, amem-te nossos
coraçoã es, agora e para sempre.
Seê , oó Jesus, nosso gozo, tu que seraó s nosso preê mio: seê tu nossa gloó ria, sempre e por
todos os seó culos.
24
ÓÓ Cristo Jesus, creio que sois verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, caminho
divino de eficaó cia infinita, para fazer-me transpor o abismo que me separa de Deus. Creio
que vossa santa humanidade eó taã o perfeita e poderosa que, apesar de minhas miseó rias,
lacunas e fraquezas, pode lançar-me laó onde estais, no seio do Pai. Fazei que eu ouça
vossas palavras, siga vossos exemplos, e jamais me separe de voó s.
ÓÓ Cristo, soó voó s sois visíóvel, manifestais a imagem do Pai onipotente e assim nos
dais a conhecer a grandeza do Pai e do Filho. Como o Pai, poderoso nas esferas celestes,
assim voó s, seu Filho, sois, no nosso universo, o Primeiro, e o Senhor de todo poder. Sois
nosso, modelo, nosso coordenador e timoneiro; sois nossa estrada e nossa porta que leva
aà luz. Sois a imagem da justiça. Sois nossa estrela e nossa luz. Graças, louvores e beê nçaã os
vos tributamos.
Diante de voó s nos ajoelhamos confiantes. Pedimo-vos tudo o que eó reto. Concedei-
nos sermos firmemente estaó veis na feó . Assim vos cantaremos sem treó guas e em todas as
circunstaê ncias; e vos louvaremos, porque em toda parte sois glorificado, voó s, o Imortal, o
Incansaó vel, o Éterno. Sois o modelo, a esseê ncia da alma, sois o nosso bem-aventurado Pai,
nosso Rei e nosso Deus. Se vos olharmos, oó Senhor, naã o morreremos. Se confessarmos
vosso nome, naã o correremos o risco de nos perder. Se vos suplicarmos, seremos
atendidos.
ÓÓ Dulcíóssimo Jesus, semeador de toda boa semente, que sempre vigiais e nunca
dormis e vedes o joio que vosso inimigo pretende semear em vosso campo, naã o permitais
que ele semeie em mim algo que me torne estranho a voó s; e se eu por negligeê ncia
adormecer, que a vossa misericoó rdia vigilante me desperte, a fim de que eu resista ao
inimigo antes que ele se apodere de mim.
ÓÓ Jesus, fazei que reinem em nossas famíólias a paz e a concoó rdia, que tenham
primazia a oraçaã o e a observaê ncia da lei de Deus; observaê ncia que eó tambeó m afeto e
respeito aà sua lei.
ÓÓ Jesus, como vivestes em Nazareó , assim vivei em cada famíólia cristaã ; conservai-a
unida com a vossa caridade num víónculo perene, em cada hora do tempo e na eternidade.
Protegei, oó Jesus, aquela paz domeó stica, que soó ela tempera as amarguras da vida.
ÓÓ Jesus, voó s, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, vos aproximais
como culpado, pedindo o batismo da remissaã o dos pecados! Que misteó rio eó este? Recusa
Joaã o, energicamente, administrar-vos o batismo de peniteê ncia, e lhe respondeis: “Não te
ponhas, pois assim nos convém cumprir a justiça completa”. Que justiça eó esta? Saã o as
humilhaçoã es de vossa adoraó vel humanidade que, prestando homenagem aà santidade
infinita, constitui a satisfaçaã o plena de todas as nossas díóvidas para com a Justiça divina.
Voó s, justo e inocente, vos substituíós a toda a humanidade pecadora. ÓÓ Jesus, humilhe-me
eu convosco, reconhecendo minha qualidade de pecador, e renove a renuó ncia ao pecado,
jaó feita no batismo.
ÓÓ Jesus, quaã o longa eó a vida do homem, conquanto digam que eó breve! Breve eó ,
meu Deus, para ganhar, por meio dela, a vida que naã o pode ter fim; poreó m, muito longa
para a alma que anseia por se ver logo convosco.
ÓÓ minha alma, quando te entranhares neste Sumo Bem, e entenderes o que ele
entende, e amares o que ele ama, e gozares o que ele goza, entaã o entraraó s em teu
descanso, ver-te-aó s livre da inconstaê ncia de tua vontade e jaó naã o estaraó sujeita a
mudanças, gozaraó s sempre dele e de seu amor. Bem-aventurados os que estaã o escritos no
livro desta vida! Mas tu, minha alma, se o estaó s, porque andas tristes e me conturbas?
Éspera em Deus, a quem de novo confessarei meus pecados e cujas misericoó rdias
proclamarei. ÓÓ Senhor, mais quero viver e morrer pretendendo a vida eterna, do que
possuir todas as criaturas e todos os seus bens, que haã o de ter fim. Naã o me desampareis,
Senhor! Porque em voó s espero, naã o seja confundida minha esperança.
Apenas nos arrependemos de vos ter ofendido, e jaó naã o vos recordais de nossas
26
culpas e maldades. Óh! Que piedade taã o sem medida! Que mais queremos? Acaso haveria
algueó m que naã o tivesse vergonha de pedir tanto? Agora eó tempo de aceitarmos o que voó s,
piedoso Senhor, Deus nosso, nos ofereceis. Se quereis fazer pazes e amizade conosco,
quem vo-la negaraó , jaó que naã o recusastes derramar todo o vosso sangue e perder a vida
por noó s?
ÓÓ Jesus, cremos no amor, na vossa bondade! Cremos que sois nosso Salvador, que
podeis o que a outros eó impossíóvel, irrealizaó vel. Cremos que sois a luz, a verdade, a vida.
Temos um uó nico desejo: permanecer unidos a voó s e ser cristaã os naã o soó de nome, mas
convictos, apoó stolos, zelosos.
Quero que sejais meu Deus e meu Senhor – Saã o Bernardo de Claraval
Vinde, Senhor Jesus! Éxtirpai todo escaê ndalo deste vosso reino que eó minha alma e
nela reinai, pois tendes direito. Éis que salta a avareza e reclama lugar em mim; quer a
vaidade dominar-me; quer a soberba ser rainha; grita a luxuó ria: aqui mando eu;
tumultuam dentro de mim a ambiçaã o, a malediceê ncia, a inveja, a raiva, para verem a
quem darei prefereê ncia. De minha parte, faço o que posso para resistir; luto enquanto
tenho foê lego; invoco-vos, Jesus, meu Senhor; resisto por amor de voó s, porque reconheço
que vos pertenço. Quero que sejais meu Deus e meu Senhor, e grito: Óutro rei naã o tenho a
naã o ser o Senhor Jesus!
Vinde, portanto, Senhor, dispersai com vosso poder, esses inimigos e reinareis em
mim, porque sois meu Rei e meu Deus.
ÓÓ Jesus, voó s fostes obediente ateó aà morte, naã o haveis de querer, certamente, que
uma alma que vos ama vaó por estrada diferente da vossa.
Énsinai-nos, oó Senhor, a abandonar-nos, confiantes em vossas palavras: “Quem vos
ouve, a mim ouve”. Énsinai-nos a esquecer nossa proó pria vontade: sacrifíócio que muito
apreciais, porque vos constitui senhor do livre-arbíótrio que voó s mesmo nos destes.
Ajudai-nos a superar as repugnaê ncias da natureza para chegar, ainda que com
sofrimentos e em meio a mil batalhas, a conformar-nos com o que nos eó ordenado. Ém
suma, com pena ou sem ela, fazei que aprendamos a submeter-nos. Bem sei, oó Senhor,
que naã o deixareis de nos ajudar. Antes, se nos esforçarmos para sujeitar, por vosso amor,
nossa razaã o e vontade, dar-nos-eis domíónio sobre elas. Éntaã o, senhores de noó s mesmos,
poderemos consagrar-nos a voó s perfeitamente, oferecendo-vos uma vontade pura, para
que a junteis com a vossa. Pedir-vos-emos, entaã o, enviar do ceó u o fogo de vosso amor,
para consumar o sacrifíócio. Que vossa graça nos ajude a nada omitir de nossa parte, para
depositarmos a víótima sobre o altar.
28
Sois luz eterna, luz de sabedoria que, falando atraveó s da nuvem da carne, dizeis
aos homens: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda em trevas, mas terá a luz
da vida”.
Se eu seguir o sol deste mundo, faça eu o que fizer para naã o o abandonar, seraó ele a
me abandonar, pois deve fazer, cada dia, o curso que lhe foi imposto. Ao contraó rio, voó s,
Senhor Nosso Jesus Cristo, embora enquanto velado pela nuvem da carne, naã o apareceis
claramente a todos, todavia, tendes todos sob o poder de vossa sabedoria. Deus meu,
estais em toda parte todo inteiro! É se jamais me separar de voó s, jamais vos ocultareis de
mim.
ÓÓ Senhor, inflamado estou do desejo da luz! Vedes este desejo: todo o meu desejo
estaó diante de voó s, naã o se vos oculta o menor gemido meu. Que veê este desejo senaã o voó s,
oó meu Deus? A quem, senaã o a voó s, irei para vos possuir? Fazei que minha alma se dilate
pelo grande desejo, projete-se para frente e sempre mais capaz se torne de acolher o que
o olho naã o veê , o que o ouvido naã o ouve, e o que naã o experimenta o coraçaã o.
ÓÓ Jesus, sou a ovelha extraviada e voó s, o bom Pastor, que solíócito correstes
ansiosamente ao meu encalço; alcançastes-me enfim e, apoó s mil caríócias, trouxestes-me
aos ombros e, alegre, conduzistes-me ao aprisco. Ai de mim! Sou, infelizmente, filho
proó digo que dissipou vossas riquezas: dons naturais e sobrenaturais, e me reduzi aà mais
infeliz condiçaã o, porque fugi para longe de voó s, oó verbo, por quem todas as coisas foram
feitas, e sem voó s, Senhor, todas as coisas saã o um mal, porque nada saã o. Sois o Pai
amorosíóssimo que me acolhestes, festejastes quando, regenerado de meus erros, voltei aà
vossa casa, procurei de novo refuó gio aà vossa sombra e em vossos braços. Recuperastes-
me como filho e me readmitistes aà vossa mesa, aà s vossas alegrias! De novo me chamastes
a participar de vossa herança!
Sois o meu bom Jesus, o mansíóssimo Cordeiro que me chamastes vosso amigo,
olhastes-me amoroso no meu pecado, abençoastes-me quando vos maldizia! Da Cruz
rezastes por mim, e de coraçaã o traspassado fizestes descer a onda de sangue divino que
me lavou das minhas imundíócies. Purificastes minha alma de suas iniquü idades,
arrancastes-me da morte, morrendo por mim! Vencendo a morte, trouxestes-me a vida,
abristes-me o paraíóso. ÓÓ amor, oó amor de Jesus! Finalmente este amor venceu, e estou
convosco, oó meu Mestre, oó meu amigo, oó meu Ésposo, oó meu Pai: eis- me aqui no vosso
coraçaã o! Que quereis que eu faça?
ÓÓ Jesus, quando peregrino na terra, dissestes: “Aprendei de mim que sou manso e
humilde de coração e encontrareis repouso para vossas almas”. ÓÓ poderoso Soberano dos
29
ceó us, sim, descansa minha alma em ver-vos, revestido da forma e da natureza de escravo,
abaixar-vos ateó lavar os peó s dos Apoó stolos. Recordo-me entaã o das palavras que
proferistes para ensinar-me a praticar a humildade: “Dei-vos o exemplo, para que vós
façais como eu fiz. Não é o discípulo maior que o Mestre”.
ÓÓ meu amado Senhor, naã o podíóeis abaixar-vos mais para ensinar-me a humildade!
A fim de corresponder ao vosso amor, quero tambeó m eu desejar o uó ltimo lugar e
persuadir-me sinceramente de que este me eó devido. Suplico-vos, Jesus, humilhar-me,
cada vez que eu procurar levar-me acima das outras. Quero participar de vossas
humilhaçoã es a fim de ter parte convosco no reino dos ceó us.
Voó s, poreó m, oó Senhor, conheceis minha fraqueza: cada manhaã tomo a resoluçaã o de
praticar a humildade e, aà noite, reconheço ter cometido ainda repetidas faltas por
orgulho. Diante de tal situaçaã o, sou tentada de desaê nimo, poreó m compreendo que
tambeó m o desaê nimo eó efeito do orgulho. Quero, portanto, meu Deus, fundar minha
esperança soó em voó s! Jaó que tudo podeis, dignai-vos fazer nascer em minha alma a
virtude que desejo.
ÓÓ Doce Jesus, coloco-me aos vossos peó s, certo como estou de que sabeis cumprir o
que nem imaginar posso. Servir-vos quero ateó onde quiserdes, a todo custo, com
qualquer sacrifíócio. Nada sei fazer, naã o sei humilhar-me, soó sei dizer e vo-lo digo com
firmeza: quero humilhar-me, quero amar a humilhaçaã o, o pouco caso da parte do
proó ximo para com minha pessoa. Lanço-me de olhos fechados, com alegria, naquele
diluó vio de desprezos, padecimentos, abjeçoã es em que vos aprouver colocar-me. Sinto
repugnaê ncia, o coraçaã o dilacerado ao dizeê -lo, mas vo-lo prometo: por vosso amor, quero
padecer e ser desprezado. Naã o sei o que fazer, aliaó s, naã o confio em mim, mas naã o desisto
de quereê -lo, com toda a energia da alma: “Sofrer, sofrer, e ser desprezado, por amor de vós”.
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Fixei o olhar em voó s, oó Cristo Crucificado, e vos vi oferecer-vos como Víótima ao Pai
pelas almas. Recolhendo-me nesta grande visaã o de vossa caridade, compreendi a paixaã o
de amor de vossa alma e quero doar-me como voó s!
Quanto me alegro ao pensar que, desde toda a eternidade, fomos conhecidos pelo
Pai, e que ele quer encontrar em voó s vossa imagem, oó Cristo crucificado! Óh! Como eó
necessaó rio o sofrimento, para que se cumpra na alma a obra de Deus! Meu Deus, tendes
um desejo imenso de enriquecer-nos com vossas graças, mas somos noó s que fixamos a
medida, na proporçaã o em que nos deixamos imolar por voó s, imolar-nos na alegria, na
açaã o de graças, como o Mestre, dizendo com ele: “Não hei de beber o cálice que meu Pai
me preparou?” ÓÓ Mestre, a hora da paixaã o, voó s a chamastes a “vossa hora”, para a qual
viestes, e se tornou objeto de todos os vosso desejos!
Quando me for apresentado um grande sofrimento ou um míónimo sacrifíócio,
quero pensar imediatamente que eó a minha hora, a hora em que devo dispor-me a dar
provas do meu amor por voó s, Senhor, que “excessivamente me amastes”.
ÓÓ Amigo verdadeiro, quaã o mal vos paga quem vos eó traidor! ÓÓ verdadeiros
cristaã os! Vinde chorar com vosso Deus! Naã o soó por Laó zaro correram aquelas piedosas
laó grimas, mas tambeó m pelos que naã o haveriam de querer ressuscitar, ainda que Sua
Majestade os chamasse em altas vozes. ÓÓ Bem meu, como tíónheis presentes as culpas que
eu contra voó s cometi! Acabai jaó com elas, Senhor! Acabai jaó com elas e com as de todos os
homens! Ressuscitai estes mortos! Sejam vossos brados, Senhor, taã o possantes, que lhes
deis essa mesma vida que naã o vos pedem, para que depois, Deus meu, saiam do abismo
de seus deleites.
Naã o vos pediu Laó zaro que o ressuscitaó sseis. Por uma mulher pecadora vos
dignastes fazeê -lo. Éis aqui outra, Deus meu, e muito maior! Fazei resplandecer vossa
misericoó rdia. Éu, embora miseraó vel, vo-lo peço, pelos que naã o vo-lo querem pedir. Jaó
sabeis, Rei meu, quanto me atormenta o veê -los taã o olvidados dos grandes suplíócios que
haã o de padecer eternamente, se naã o tornarem a voó s.
ÓÓ meu Jesus, que fiz! Como pude abandonar-vos e desprezar-vos? Ésquecer vosso
nome, calcar aos peó s vossa lei, transgredir vosso mandamento? ÓÓ meu Deus, meu
Criador! Meu Salvador, minha vida e todo o meu bem! Infeliz de mim, miseraó vel! Infeliz,
porque pequei, porque me tornei como animal irracional! Jesus meu, terno Pastor, doce
Mestre, socorrei-me, levantai vossa ovelha perdida, estendei a maã o para sustentar-me,
cancelai meus pecados, curai minhas chagas, fortificai minha fraqueza, salvai-me para
que naã o pereça.
Confesso-me indigno de viver, indigno de luz, indigno de vosso socorro! Todavia,
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infinita eó vossa misericoó rdia, tende piedade de mim, oó Deus, que tanto amais os homens!
Minha uó ltima esperança, tende piedade de mim, segundo a grandeza de vossas
misericoó rdias.
Ólhai-me, oó Jesus, misericoó rdia infinita, voltai para mim vossa faze, como
devotamente vos suplico, a fim de que, sob o vosso olhar, possa chorar meus pecados.
Um dia olhastes a Pedro, caíódo em pecado. Sob vosso olhar e pelo socorro divino,
chorou amargamente. Restituíódo aà graça, nela permaneceu para sempre. Ó olhar tambeó m
pousastes no ladraã o, aquele criminoso, para que vos reconhecesse humildemente como
Senhor de majestade, e assim mereceu transpor convosco as portas do Paraíóso.
Ólhastes Maria. A pecadora: logo, cheia de arrependimento, chorou as culpas,
prostrada aos vossos peó s. Com laó grimas lavou-os, com seus cabelos enxugou-os para
alcançar perdaã o e com seus preciosos perfumes embalsamou-vos antecipadamente.
Muito lhe foi perdoado porque muito amou! Venerou a Paixaã o de quem amou e lhe
perfumou a cabeça.
ÓÓ Santa vontade, oó Criador, todo bondade! ÓÓ Rei que protegeis os que esperam em
voó s, para arrancaó -los da morte! ÓÓ Bom Pastor que aos ombros levais vossas ovelhas! Sede
Pastor tambeó m do pecador prostrado, desfalecido, mesquinho! Levantai-me, estendei-me
a maã o, dignai-vos erguer-me para assim permanecer em vossa presença, oó dulcíóssimo
Senhor.
ÓÓ Senhor, tudo a voó s. Énquanto estendíóeis, por todo o dia, vossas maã os a um povo
rebelde e recalcitrante, o mundo todo percebeu dever confessar vossa soberania.
Atraíóstes, oó Senhor, tudo a voó s, vossa cruz eó fonte de todas as beê nçaã os, eó causa de
todas as graças. Por ela, tiram os fieó is força da fraqueza, gloó ria do oproó brio, vida da
morte.
Soó a oblaçaã o do vosso corpo e do vosso sangue substitui, com muito mais
perfeiçaã o, todas as víótimas, porque sois o verdadeiro “Cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo”. Assim encerrais e aperfeiçoais em voó s todos os misteó rios, para que haja um soó
reino, constituíódo de todos os povos, como um soó eó o sacrifíócio que substitui todas as
víótimas.
ÓÓ poder admiraó vel da cruz! ÓÓ gloó ria inefaó vel da paixaã o. Atraíóstes, oó Senhor, tudo a
voó s. Énquanto estendíóeis, por todo o dia, vossas maã os a um povo rebelde e recalcitrante, o
mundo todo percebeu dever confessar vossa soberania.
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Atraíóstes, oó Senhor, tudo a voó s, vossa cruz eó fonte de todas as beê nçaã os, eó causa de
todas as graças. Por ela, tiram os fieó is força da fraqueza, gloó ria do oproó brio, vida da
morte.
Soó a oblaçaã o do vosso corpo e do vosso sangue substitui, com muito mais
perfeiçaã o, todas as víótimas, porque sois o verdadeiro “Cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo”. Assim encerrais e aperfeiçoais em voó s todos os misteó rios para que haja um soó
reino, constituíódo de todos os povos, como um soó eó o sacrifíócio que substitui toda as
víótimas.
Meu Senhor e meu Deus, naã o eó soó com os laó bios, mas do fundo do coraçaã o que
quero fazer vossa vontade, toda a vossa vontade, soó a vossa vontade e naã o a minha. Dai-
me conheceê -la, meu Deus, e dai-me praticaó -la. Dai-me a feó e a obedieê ncia de Abraaã o, fazei-
me ouvir vossa voz. Vossa voz interior, a voz daqueles atraveó s dos quais me falais. Dai-me
feó , meu Deus. Dai-me obedieê ncia, que sacrifica os mais caros afetos do coraçaã o e as mais
firmes persuasoã es do espíórito, para aderir unicamente aà vossa santa e bendita vontade.
Meu Deus, vo-lo peço com o coraçaã o, por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ó Jesus, como custa dar-vos o que pedis! – Santa Teresa do Menino Jesus
ÓÓ Jesus, apresentais-me caó lice taã o amargo que minha fraca natureza se retrai,
espavorida. Mas naã o quero retirar dele os laó bios, pois foi preparado por vossas maã os.
Énsinais-me o segredo de sofrer em paz. Quem diz paz, naã o diz alegria, ou, pelo menos,
alegria sentida. Para sofrer em paz basta soó querer tudo o que quereis. Para ser vossa
esposa, Jesus, cumpre assemelhar-me a voó s, e estais ensanguü entado, coroado de
espinhos!
Quaã o consolador eó pensar que tambeó m voó s, o Deus forte, conhecestes nossas
fraquezas, tremestes aà vista do caó lice amargo, aquele caó lice que antes havíóeis desejado
ardentemente beber.
ÓÓ Jesus, como custa dar-vos o que pedis! No entanto, que grande felicidade que
custe tanto! Que alegria inefaó vel carregar nossas cruzes na fraqueza! Longe de lamentar-
me convosco da cruz que me enviais, naã o chego a compreender o amor infinito que vos
levou a trata-me assim. Quanto maior for meu sofrimento, tanto maior minha gloó ria. ÓÓ
Jesus, naã o quero perder a ocasiaã o que me apresentais, eó mina de ouro a explorar. Quero
poê r-me aà obra, mesmo sem alegria, sem coragem, sem força. Quero trabalhar por amor.
Senhor, viveis em mim com vossa graça, e eu ponho minhas complaceê ncias em voó s
acima de todas as coisas. Devo amar-vos, agradecer-vos, louvar-vos e naã o posso deixar de
o fazer porque isto eó para mim vida eterna.
Sois minha comida e bebida. Quanto mais de voó s me alimento, tanto mais faminto
me vejo; quanto mais bebo, tanto mais sequioso; quanto mais vos possuo, tanto mais vos
desejo.
Sois para mim mais doce que o mel, superior a toda doçura que saborear se possa.
Sinto sempre em mim fome e desejo de voó s, porque naã o vos posso exaurir. Sois voó s que
me consumis, ou eu que vos consumo? Naã o sei, porque, no fundo de minha alma, uma e
outra coisa sinto. Quereis que eu seja um convosco. Por minha vez, quero abandonar
meus maus haó bitos, para me entregar em vossos braços.
Naã o posso deixar de vos agradecer, louvar, honrar, porque isto eó para mim a vida
eterna. Sinto em mim uma certa ansiedade e naã o sei o que eó . Quem me dera, meu Deus,
chegar a ser uma soó coisa convosco! Éntaã o terminariam todos os meus lamentos. Senhor,
voó s que conheceis todas as minhas necessidades, fazei de mim o que quiserdes.
Abandono-me completamente a voó s! Ém todas as penas, refugio-me, sem medo, em voó s.
ÓÓ novo e antigo Misteó rio! Antigo pelas figuras, novo pela realidade do Sacramento,
no qual recebe a criatura sempre maó xima novidade. Bem o sabemos, e pela feó temos esta
certeza: o paã o e o vinho, pela consagraçaã o, tornam-se substancialmente, por divino poder,
vosso Corpo e vosso Sangue, oó Cristo Deus e Homem, em virtude das palavras que
ordenastes e o sacerdote pronuncia, neste misteó rio de transubstanciaçaã o…
ÓÓ Deus humanado, saciais, superais, nimiamente fartais, alegrais vossas criaturas,
sobre todas e aleó m de todas, sem limite nem medida…
ÓÓ bem desconhecido, naã o amado, naã o considerado mas encontrado pelos que vos
desejam todo inteiro e naã o vos podem possuir perfeitamente!…
Dai-me vir ao vosso encontro, oó Sumo Bem, chegar-me a taã o sublime mesa com
muita revereê ncia, grande pureza, santo temor e imenso amor. Chegue toda feliz e
adornada, porque venho a voó s que sois o bem de toda gloó ria, a bem-aventurança perfeita
e vida eterna, beleza, doçura, nobreza, puro amor e suavidade de amor.
Consolai, senhor, o coraçaã o de vosso servo, porque eó para voó s, Senhor, que eu elevo
a minha alma.
Porquanto sois, Senhor, clemente e bom… Suportais nossas miseó rias e, apesar de
tudo, esperais de noó s que vos roguemos, a fim de que nos aperfeiçoeis; e, quando os
rogamos, de bom grado recebeis nossa oraçaã o e a atendeis…
Consolai o coraçaã o de vosso servo, porque a voó s, Senhor, elevo a minha alma. É de
que modo a elevei? Como o pude, conforme as forças que me destes e como consegui
seguraó -la enquanto fugia…
ÓÓ Senhor, manso e humilde sois! Manso, porque me suportais. Por causa de minha
fraqueza, minha tendeê ncia eó dissipar-me.
Curai-me e terei estabilidade! Dai-me forças e ficarei firme. Énquanto, poreó m naã o
me concederdes tudo isso, suportai-me, porquanto sois, Senhor, clemente e bom.
ÓÓ bom Jesus, quaã o belo e agradaó vel eó habitar em vosso Coraçaã o! ÉÓ ele a peó rola
preciosa, o rico tesouro que descobrimos no segredo de vosso Corpo traspassado, como
no campo escavado…
Quanto a mim, achei vosso Coraçaã o… oó Jesus benigníóssimo, Coraçaã o de Rei,
Coraçaã o de Irmaã o. Éscondido em voó s, naã o rezarei eu? Rezarei, sim! Jaó vosso Coraçaã o –
digo-o francamente – eó tambeó m meu coraçaã o. Se voó s, oó Jesus, sois minha Cabeça, como
pois o que faz parte de meu corpo naã o deveraó dizer-se meu?
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Que alegria para mim! Éis: voó s, oó Jesus, e eu temos um soó e mesmo coraçaã o…
Éntretanto, tendo achado, oó Jesus, dulcíóssimo, este coraçaã o divino que eó vosso e eó meu,
rezarei a voó s, Deus meu! Acolhei, no santuaó rio das audieê ncias, minhas oraçoã es, aliaó s,
arrebatai-me todo para dentro de vosso Coraçaã o.
Meus pecados me impediriam a entrada… Mas, assim como uma incompreensíóvel
caridade dilatou e ampliou vosso Coraçaã o, e assim como soó voó s podeis purificar o que foi
concebido em pecado, oó Jesus dulcíóssimo, lavai-me da culpa, purificai-me de meus
pecados.
Por voó s purificado possa eu, puríóssimo, chegar-me a voó s, entrar e morar em vosso
Coraçaã o todos os dias da minha vida, para saber e fazer tudo o que quereis de mim!
Ólho que tudo veê , Deus da vida, da bondade, da esperança, ouvi o clamor, os
gemidos de minha alma dorida!
Senhor Jesus… que vos encarnastes por noó s, assumistes nossa natureza, a fim de
nos tornar participantes da vossa natureza divina… dignai-vos – suplico-vos, oó
Compassivo – refazer-me de novo, vaso de barro, quebrado e destruíódo.
Suplico-vos fundir-me novamente… no fogo de vossa palavra, a mim, vossa
imagem deformada pelo pecado… Purificai-me, vos suplico, oó meu benfeitor!
Naã o me retribuais o mal com mal, por causa de minhas maó s açoã es… oó voó s que dais
a vida a todos, por vossa vontade de salvaçaã o.
ÓÓ Rei do ceó u… fazei com que eu me apoó ie na esperança em voó s, de maneira
inabalaó vel! Revesti-me, segundo a palavra de Isaíóas, da força de vosso braço poderoso e
da primitiva pureza, para manifestardes a gloó ria e a suavidade de vossa divindade,
doadora de todos os bens.
Sede comigo, Senhor Jesus, em todo lugar e em todo tempo. Seja minha consolaçaã o
privar-me, de bom grado, de toda consolaçaã o humana. É se me faltar tambeó m a vossa,
sirva-me de consolaçaã o suprema a vossa vontade, que assim justamente me prova.
“Naã o estareis sempre irritado, nem seraã o eternas vossas ameaças”.
ÓÓ Senhor, contando que a minha vontade permaneça reta e firmada em voó s, fazei
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de mim o que for do vosso agrado: naã o pode deixar de ser bom o que de mim fizerdes. Se
me quiserdes nas trevas, sede bendito; se me quiserdes na luz, sede, outrossim, bendito…
Senhor, de boa vontade sofrerei por voó s tudo o que vos aprouver enviar-me.
Indiferentemente de vossas maã os quero receber bens e males, delíócias e
amarguras, alegrias e tristezas. Guardai-me de todo o pecado e naã o temerei a morte nem
o inferno.
Contanto que naã o me aparteis de voó s para sempre nem me risqueis do livro da
vida, nenhuma tribulaçaã o me poderaó prejudicar.
Conservo-me pura para voó s e com a laê mpada acessa venho ao vosso encontro, oó
Ésposo… Vamos juntos ao encontro do Ésposo com brancas vestes, com laê mpadas…
Despertemo-nos antes que o rei transponha a soleira…
Conservei-me longe da felicidade dos mortais, entre suspiros, longe dos prazeres
de uma vida faó cil, longe do amor. Soó procuro refuó gio em vossos braços que me daã o vida!
Contemplar para sempre vossa beleza eó meu uó nico desejo, oó bem-aventurado Jesus!…
Minha paó tria esqueci porque suspirava pela vossa graça. ÓÓ Verbo! Ésqueci os coros
das virgens minhas companheiras, o orgulho de minha maã e paó tria e da minha raça:
porque voó s, oó Cristo, sois tudo para mim…
Doador de vida, sois, oó Cristo! Sauó do-vos, oó luz sem ocaso! Acolhei este meu grito!
Invoca-vos o coro das virgens, oó perfeita Flor, Amor, Alegria, Prudeê ncia, Sabedoria, Verbo!
ÓÓ Jesus, quem me dera a graça de formar um soó espíórito convosco! Éu, certamente,
oó Senhor, repelindo a multiplicidade das criaturas, somente vossa unidade quero!
ÓÓ Deus, sois a unidade uó nica, a uó nica unidade necessaó ria aà minha alma! Ah! Doce
amigo de meu coraçaã o, uni esta minha uó nica pobre alma aà vossa bondade uó nica! Sois todo
meu, quando serei todo vosso? Ó íómaã atrai o ferro e o une a si.
Sede, Senhor Jesus, o imaã do meu coraçaã o: atraíó-me, prendei-me, uni meu espíórito
para sempre ao vosso paterno coraçaã o! Óh! Jaó que para voó s fui feito, por que naã o estou
em voó s?
Abismai esta gotinha, que eó o espíórito que me destes, no mar de vossa bondade, de
onde procede. Senhor, se vosso coraçaã o me ama, por que naã o me arrebata a si, desejando-
o eu tanto?
Atraíó-me, e correrei em seguimento de vossos atrativos, para lançar-me em vossos
braços e daíó jamais sair, pelos seó culos dos seó culos.
Penetrei-me cada vez mais intimamente com o vosso sopro interior! Viva eu cada
vez mais atento aà s inspiraçoã es e aà s operaçoã es do Éspíórito Santo em mim. Éntaã o
resplandeceraó minha feó , mais apostoó lico seraó meu zelo, mais comunicativa minha palavra,
e duvidarei menos da eficaó cia de minha missaã o.
Senhor Jesus, ponde-me as maã os sobre os olhos, a fim de que eu comece a ver naã o
as coisas visíóveis, mas as invisíóveis. Abri-me os olhos, para que se fixem naã o no presente,
mas no futuro. Tornai-me líómpido o olhar do coraçaã o que contempla Deus em espíórito.
ÓÓ Trindade eterna, oó divindade! Vossa natureza divina eó que deu valor ao Sangue
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de vosso Filho. ÓÓ Trindade eterna, profundo mar! Quanto mais em voó s mergulho, tanto
mais descubro de voó s; e quanto mais descubro, tanto mais busco. Jamais nos saciais! Pois
ao saciar-se a alma em vosso abismo, cresce nela a fome de voó s! Tem sede de voó s,
Trindade eterna, desejando, na Luz, ver-vos, oó Luz! Sim! Como deseja a corça as fontes de
aó gua viva, assim deseja minha alma sair do caó rcere do corpo e ver-vos em verdade. Óh!
Por quanto tempo ainda se ocultaraó de meus olhos vossa face?
ÓÓ Trindade eterna, foco e abismo de caridade, dissolvei, jaó , a nuvem deste corpo
meu! Ó conhecimento que me destes de voó s, em vossa verdade, me impele ao desejo de
me livrar do peso deste meu corpo e dar a vida pela gloó ria e louvor de vosso nome! Pois
saboreei e vi, com a luz do intelecto, na vossa Luz, vosso abismo, Trindade eterna, e a
beleza de vossa criatura.
Voó s, Trindade eterna, sois meu Criador e eu, vossa criatura. De novo me criastes
no Sangue de vosso Filho. Nesta nova criaçaã o conheci que vos enamorastes da beleza de
vossa criatura.
ÓÓ abismo, oó eterna divindade, oó mar profundo! É que mais poderíóeis dar-me que
dar-vos a mim? Sois fogo que sempre arde e naã o consome. Sois fogo que consome todo o
amor-proó prio da alma. Sois fogo que destroó i toda a frieza.
Iluminais... e, em vossa luz, conheço-vos e vos represento em mim como sumo e
infinito Bem, acima de todo bem; Bem incompreensíóvel, feliz, inestimaó vel! Beleza acima
de toda beleza, Sabedoria acima de toda sabedoria, antes, sois a proó pria Sabedoria. Voó s,
alimento dos Anjos, vos destes aos homens com fogo de Amor. Sois veste que cobre toda
nudez, com vossa doçura alimentais os famintos. Doçura sois, sem amargura alguma.
ÓÓ Trindade eterna, na vossa luz que me destes ... conheci ... o caminho da maior
perfeiçaã o, a fim de que na luz e naã o em trevas vos sirva, seja espelho de boa e santa vida,
e me tireis da minha miseraó vel vida, pois, sempre, por meus defeitos, vos servi nas
trevas ... É voó s, Trindade eterna, com vossa luz destruíóstes minhas trevas.
Santo sois, Senhor Deus uó nico, que fazeis maravilhas. Forte sois! Como sois
grande! Sois o Altíóssimo. Sois Rei onipotente, voó s Pai santo, Rei do ceó u e da terra… Sois o
bem, todo o bem, o sumo bem, Senhor Deus, vivo e verdadeiro. Sois caridade e amor. Sois
sabedoria. Sois humildade. Sois pacieê ncia. Sois segurança. Sois tranquü ilidade. Sois gaó udio
e juó bilo… Sois toda riqueza e suficieê ncia. Sois beleza. Sois mansidaã o. Sois protetor. Sois
guarda e defensor. Sois fortaleza. Sois refrigeó rio. Nossa esperança sois, e nossa feó . Sois
nossa imensa doçura. Sois nossa eterna vida, oó grande e admiraó vel Senhor, Deus
onipotente, misericordioso Salvador.
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Ó Senhor, vós que sois sempre benfeitor - Saã o Gregoó rio de Narek