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APOSTILA:
PROCESSO CONSTRUTIVO EM MADEIRA
6º semestre – 2010
Professor(a):
Prof Dr Célia Regina Meirelles
Prof Ms Adhemar Pala
APOSTILA DE MADEIRA 6ª semestre/2010 2
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E
1.1 – GENERALIDADES.
A madeira por ser material natural apresenta como características uma beleza própria pois
apresenta diferentes cores, cheiro, textura, de origem vegetal encontrada em florestas
naturais e em florestas artificiais resultantes de reflorestamentos.
A madeira pode ser considerada um material estrutural muito resistente quando utilizamos
uma espécie adequada na classificação, associado a um sistema estrutural apropriado. A
característica estrutural da madeira mais importante é chamada de anisotropia. A
anisotropia é responsável por diferentes comportamentos de acordo com a direção de
aplicação da carga em relação às fibras
Muitas pesquisas foram realizadas nas últimas duas décadas no Brasil e com isso realizou-
se a revisão da norma brasileira para estruturas de madeira com grande contribuição da
Escola de Engenharia da USP/ São Carlos e o LAMEM que resultou na aprovação da atual
norma brasileira para projeto de estruturas de madeira, NBR 7190:1997. Muitas pesquisas
precisam ser realizadas para o desenvolvimento da tecnologia da madeira no Brasil e a
parceria entre as indústrias e as instituições de pesquisas, gerando publicações e criando
um melhor envolvimento de arquitetos e engenheiros.
Em uma analise da tora da árvore pode ser identificado os seguintes elementos: A medula
ponto mais central ( pode apresentar defeitos); O lenho definido como o conjunto dos anéis
de crescimento recoberto por um tecido chamado casca; entre a casca e o lenho existe uma
camada extremamente delgada, conhecida por câmbio.
as seivas brutas, retiradas do solo, sobem pela camada periférica do lenho, o alburno, até
as folhas, onde se processa a fotossíntese produzindo a seiva elaborada que desce pela
parte interna da casa, o floema, até as raízes. Parte dessa seiva elaborada é conduzida
radialmente até o centro do tronco por meio dos raios medulares. As substâncias não
utilizadas pelas células são lentamente armazenados no lenho. A parte do lenho
modificada por essa substância é designada como cerne, geralmente mais densa, menos
permeável a líquidos e gases, mais resistentes ao ataque de fungos apodrecedores e
insetos, apresenta maior resistência mecânica. Em contraposição, o alburno, menos
denso, constituído pelo conjunto das camadas externas do lenho, mais permeáveis a
líquidos e gases está mais sujeito ao ataque de fungos apodrecedores e insetos, além de
apresentar menor resistência mecânica.
A) TEOR DE UMIDADE
m1 − m2
w= .100
m2
Onde:
m1= massa úmida em gramas
m2= massa seca em gramas
w= umidade (%)
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Na árvore, a célula da madeira apresenta água de duas formas, água livre contida nas
cavidades das células (lumens), e água impregnada contida nas paredes das células. No
momento que a árvore é cortada tende a perder a água na forma livre rapidamente
enquanto que a água na forma de impregnação é perdida lentamente. A umidade da
madeira tende a encontrar um equilíbrio com a umidade e temperatura do ambiente em que
se encontra.
Para as aplicações na construção civil a madeira é considerada seca quando seu teor de
umidade estiver entre de 12% a 15%. Este teor de umidade depende do local da obra.
B) RETRATIBILIDADE
D) DURABILIDADE NATURAL
Quando a peça é solicitada por compressão paralela às fibras, as forças agem paralelamente ao
comprimento das células. As células reagindo em conjunto conferem uma grande resistência da
madeira à compressão. No caso de solicitação normal ou perpendicular às fibras, a madeira
apresenta resistências menores que na compressão paralela, pois a força é aplicada na direção
normal ao comprimento das células, direção na qual possuem baixa
A) COMPRESSÃO
B) TRAÇÃO
RESUMO:
FONTE: RITTER,1990
FONTE: RITTER,1990
D) CISALHAMENTO
E) FLEXÃO SIMPLES
Na flexão simples ocorrem quatro tipos de esforços: compressão paralela às fibras, tração
paralela às fibras, cisalhamento horizontal e nas regiões dos apoios compressão normal às
fibras. A madeira apresenta uma alta resistência na flexão devido ao fato dos esforços
internos ocorrerem paralelos a fibra da madeira.
Na flexão o carregamento atua na direção perpendicular a fibra entretanto o esforço
interno ocorre paralelo a fibra longitudinal da madeira. A madeira apresenta uma ótima
eficiência estrutural quando utilizada como viga.
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TIPO DIÂMETRO
COMPRIMENTO (M)
BASE (CM) TOPO (CM)
7 Leve 18,5 13,7
8 Leve 19,7 14,0
20,8 14,3
9 Leve 23,6 17,2
27,7 21,3
Primeira categoria: são peças cujas características mecânicas são iguais a, pelo menos,
85% das obtidas em pequenos corpos de prova isentos de defeitos. A madeira é de
qualidade excepcional, sem nós e retilínea.
Segunda categoria: apresenta características mecânicas iguais a, pelo menos, 60% dos
valores correspondentes aos obtidos em ensaios com pequenos corpos de prova isentos de
defeitos. A madeira é de qualidade estrutral corrente, com pequenas incidências de nós
firmes e outro defeitos.
Terceira categoria: madeira de qualidade estrutural inferior, com nós em ambas as faces.
E) TENSÃO ADMISSÍVEL
A estrutura das casas em madeira pode ser composta de pilares portantes e vigas principais
como no desenho abaixo. As vigas secundarias estão posicionadas unidirecionalmente
sobre as vigas principais. Em geral, essas estruturas possuem um vão máximo de madeiras
maciças de 4 a 5m de vão. Quando os vãos são maiores, recomenda-se trabalhar com
madeiras laminadas. As vigas secundárias apresentam uma distância que varia de 40 a
60cm uma da outra. Em geral a estrutura de madeira deve ser contraventada e estabilizada
ao vento.
Obs: Tomar cuidado ao utilizar a ligação acima, pois o esforço fica perpendicular à fibra.
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Figuras: Pilar em tora com chapa interna. Para uso em pilar interno.
Figura: Pilar em tora com chapa externa. Para uso em pilar externo.
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Figuras: Conector metálico tipo T ( conector utilizado nas ligações de vigas principais e
secundárias e ligação de pilar e viga)
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Figura: Conector metálico tipo L ( conector utilizado nas ligações de vigas principais e
secundárias e ligação de pilar e viga)
C) PILARES COMPOSTOS
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COBERTURAS
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3.1 - TRELIÇAS
São estruturas planas verticais, pois recebem cargas paralelamente ao seu plano,
transmitindo-as aos seus apoios. As treliças apresentam formas triangulares, com nós
articulados e carregamento aplicados nos nós.
A) TRELIÇA PRATT
Em geral mais utilizada na estrutura metálica, pois suas diagonais são tracionadas.
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B) TRELIÇA HOWE
Em geral é mais utilizada nas estruturas de madeira, pois suas diagonais são
comprimidas podendo ser confeccionada no sistema de sambladuras (encaixes). A
madeira quando aplicada na treliça é tão eficiente quanto o aço, pois as barras da treliça
são pequenas barras, e apresentam compressão, ou tração pura na direção paralela a
fibra da madeira.
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3.2 – TESOURAS
D) TESOURA PRATT:
E) TESOURA HOWE:
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Quando todas peças são maciças temos que ligar os nós da estrutura, principalmente o
encontro dos montantes com os banzos com chapa de aço. A chapa de aço pode ser por
fora da estrutura (chapa dentada tipo gang-nail ou chapa lisa associada com parafuso).
Quando o projetista não quer a chapa apareça ela pode ser inserida dentro da
madeira e passamos o parafuso.
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A) TERÇAS
Para vãos maiores que 4,0 devemos utilizar bitolas especiais o que não é aconselhável pelo
seu custo. As terças são peças horizontais colocadas em direção perpendicular às tesouras
e recebem o nome de cumeeiras quando são colocadas na parte mais alta do telhado
(cume), e contra frechal na parte baixa.
A tabela abaixo mostra modulações entre terças e entre duas tesouras em função do tipo de
telha.
B) CAIBROS
A bitola do caibro varia com o espaçamento das terças, com o tipo de madeira e da telha.
Podemos adotar na prática e utilizando as madeiras.
Os caibros são colocados com uma distância máxima de 0,50m (eixo a eixo) para que se
possa usar ripas comuns de 1,2x5 cm
C) RIPAS
As ripas são a última parte da trama e são pregadas perpendiculares aos caibros. São
encontradas com seções de 1,2x5,0cm ou 1,5x5,0cm.
O espaçamento entre ripas depende da telha utilizada. Para a colocação das ripas é
necessário que se tenha na obra algumas telhas para medir a sua galga. Elas são colocadas
do beiral para a cumeeira, iniciando-se com duas ripas ou sobre testeira.
Portanto, para garantir esse espaçamento constante, o carpinteiro prepara uma guia (galga).
As ripas suportam o peso das telhas, devemos, portanto, verificar o espaçamento
entre os caibros. Se este espaçamento for de 0,50 em 0,50m, podemos utilizar as ripas 1,2x
5,0m.
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D) GALGAS
Gabaritos das telhas cerâmicas que definem o espaçamento entre duas ripas, observando
que as dimensões apresentadas acima para cada telha devem ser verificadas com o
fabricante, pois existe muita variação no tamanho da telha de fabricante para fabricante.
Fonte: IPT
As sambladuras são encaixes realizados entre as peças inclinadas da tesoura, como entre a
diagonal e os banzos.
Segundo Moliterno (1999)
d = altura da peça
a = recorte, a > 2cm
1/8d < a < 1/4 d
A figura abaixo mostra a tensão de cisalhamento paralelo à fibra, gerado pelo banzo
inclinado:
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-
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FONTE: MOLITERNO, A
.
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DETALHE 1 DETALHE 2
DETALHE 3
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CONCEITO DE NÓ:
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Neste capítulo iremos abordar as telhas cerâmicas visto serem as mais utilizadas em obras
residenciais. As demais telhas (fibrocimento, alumínio, galvanizada) são mais utilizadas em
obras comerciais e industriais. Para a sua utilização, é conveniente solicitar a orientação de
um técnico do fabricante ou mesmo o uso de catálogos técnicos atualizados.
Para inclinações de telhados acima de 45º, recomenda-se que as telhas sejam furadas para
serem amarradas ao madeiramento, com arame galvanizado ou fio de cobre.
Ao cobrir, usar régua em vez de linha, desde a ponta do beiral até a cumeeira, e deslocar de
acordo com a medida da telha, cobrindo sempre do beiral para a cumeeira, colocando duas
ripas sobreposta ou testeira para regularmos a altura da 1ª telha. As telhas cerâmicas mais
utilizadas são:
• Francesa ou Marselha
• Paulista ou Canal ou Colonial
• Plan
• Romana
• Portuguesa
A) TELHA FRANCESA
Tem forma retangular, são planas e chatas, possuem numa das bordas laterais dois
canais longitudinais. Nas bordas superior e inferior possue dois cutelos em sentido
oposto para encaixe. Os encaixes em seus extremos servem para fixação e para evitar a
passagem da água.
15 unidades por m2
Peso: 45 kgf/m2 - seca e 54 kgf/m2 - saturada
dimensões: aproximadamente 40 cm de comprimento, 24 cm de largura
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B) TELHA PAULISTA
Constituem-se de duas peças diferentes capa e canal. O canal tem função de conduzir a
água e a capa de cobrir o espaço entre dois canais.
26 - 27 unidades por m2
peso: 69 kgf/m2-seca; 83 kgf/m2-saturada
dimensões aproximadas:
canal - comprimento 46cm, largura 18cm
capa - comprimento 46cm, largura 16cm
C) TIPO PLAN
A telha romana tem o mesmo formato que as telhas plan, somente que nesses tipos o
canal é junto com a capa.
16 peças por m2
peso: 48 kgf/m2-seca; 58 kgf/m2-saturada
dimensões: 41,5cm de comprimento e 21,6cm de largura
F) BEIRAIS
Beiral é a parte do telhado que avança além das paredes externas, geralmente tem uma
largura variando entre 0,40 a 1,00m e o mais comum é 0,60; 0,80.
Os telhados são constituídos por linhas (vincos) que lhes confere as diversas formas. As
principais linhas são:
Cumeeiras (C)
Espigões (E)
Águas-furtadas ou rincões. (A)
A cumeeira é um divisor de águas horizontais e está representada na figura pela letra (C)
os espigões são, também, um divisor de águas, porém, inclinados, letra (E)
as águas-furtadas ou rincões são receptadores de água inclinados, letra (A)
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O telhado pode terminar em oitão ou em água. Temos um telhado com duas águas e,
portanto dois oitões. Os telhados de quatro águas, não possuem oitões.
TIPOS DE TELHADO
As águas do telhado ou os panos tem seu caimento ou inclinação de acordo com o tipo de
telha utilizada.
3- Quando temos uma cumeeira em nível mais elevado da outra, fazemos a união entre as
duas com um espigão, e no encontro do espigão com cumeeira mais baixa nasce uma água
furtada.
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TRELIÇAS
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MADEIRA LAMINADA
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A) CARACTERÍSTICAS
Laminas de madeira maciças coladas com espessuras inferiores a 4,5cm. As laminas são
retiradas na direção longitudinal da fibra da madeira e coladas compondo uma viga de altura
maior mantendo a direção longitudinal ao longo do comprimento da viga.
As colas mais utilizadas são as resorcinas, melanina, uréia e acetato. Sendo que resorcina e
a melanina podem ficar expostas ao tempo (podem ser usadas como estruturas externas),
exemplo: a estrutura do barco.
A madeira laminada é muito utilizada em estruturas curvas como os arcos e cascos dos
barcos. As madeiras utilizadas são madeiras de reflorestamento.
Bitolas Padronizadas:
FONTE: www.habitlegno.it/assets/images/tabgrigia.gif
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PÓRTICOS
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TIPOS DE PÓRTICOS:
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F = ¼ L (ideal) F = flecha
H = 2% L L= vão
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VIGAS VAGÕES:
As vigas armadas são vigas simples ou compostas, reforçadas com tirantes inferiores.
Estes tirantes são em geral vergalhões redondos, de aço comum, ancorados nas
extremidades com rosca e porca. Os pontos de apoio dos tirantes na madeira são em geral
guarnecidos de chapas metálicas, com o fim de reduzir as tensões de apoio.
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Bibliografia
CALIL Jr. C.: BARALDI, L. T. STAMATO, G. C.; FERREIRA, N. dos S.; Notas de Aula-Set
406-Estruturas de Madeira. USP/EESC/ LAMEM, São Carlos, 1999
IPT. Madeira – uso sustentável da madeira na construção civil. São Paulo: IPT, 2003
RITTER, M. A. Timber Bridges. Forest Products Laboratory- Forest sevice, Madisson, 1990