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Compostagem caseira: faça o seu próprio fertilizante

A compostagem é um processo simples, económico e ecologicamente


sustentável. Aproveite alguns restos de comida e aparas de jardim e faça
o seu próprio fertilizante.
A compostagem, processo de transformação de resíduos orgânicos em composto, já é feita
em grande escala nalguns municípios. Mas qualquer um pode fazê-lo com terreno, um
jardim, uma horta ou plantas em vasos.

Cascas de batatas, borras de café ou restos de pão podem ser transformados em composto,
um material orgânico com aspeto de terra, escuro, sem odor e com excelentes qualidades
fertilizantes. A capacidade nutricional vai depender da qualidade dos resíduos utilizados, mas
o composto possui fungicidas naturais e organismos benéficos que ajudam a eliminar os
organismos patogénicos que perturbam o solo e as plantas.

Promove a melhoria das condições do solo em termos de estrutura, porosidade, fertilidade,


capacidade de retenção da água, arejamento e atividade microbiana. É uma ótima alternativa
aos fertilizantes químicos e permite reduzir a quantidade de resíduos que vão parar aos
aterros ou incineradoras.

Como fazer um compostor


Deposite-o num local de fácil acesso, em cima da terra, para facilitar a drenagem da água e a
entrada de microrganismos benéficos do solo na pilha de compostagem. Em locais de clima
seco, com temperaturas mais elevadas, coloque-o debaixo de uma árvore, para que a
sombra evite a secagem e o aquecimento excessivo do composto. Em locais onde a chuva é
frequente, o compostor deverá ser coberto.
• Necessita de uma armação de um material à escolha (tijolo, rede ou
madeira). Pode usar, por exemplo, quatro paletes de madeira.
• Para unir os elementos, pregue três das quatro paletes umas às outras,
pelos cantos.
• Na palete que sobra, aplique dobradiças para fazer uma porta. Esta será
necessária para retirar o composto, depois de pronto.
• Caso o local esteja muito exposto às intempéries, pode usar uma quinta
palete para fazer uma tampa.

O que compostar?
• Os resíduos verdes, ricos em azoto e geralmente húmidos são perfeitos para
compostar. Falamos de folhas verdes, ervas daninhas sem sementes, flores, aparas
de relva frescas, restos de vegetais e frutas, borras de café, incluindo os filtros, folhas
e saquetas de chá, cascas de ovo esmagadas.
• Os resíduos castanhos, ricos em carbono e secos também. É o caso das folhas secas,
relva cortada seca, palha ou feno, resíduos de cortes e podas, aparas de madeira e
serradura, carumas, cascas de batata.
• Composte em pouca quantidade restos de pão e de alimentos cozinhados sem
gordura, tapados com terra, porque em grandes quantidades podem atrair ruminantes.
Os restos de papel/tecido servem para eliminar excesso de humidade no compostor,
mas também têm de ser usados em pouca quantidade.
Não compostar
• Carne, peixe, laticínios e gorduras, como queijo, manteiga ou molhos:
provocam odores desagradáveis e inviabilizam o composto.
• Excrementos de animais podem conter microrganismos patogénicos que
sobrevivam ao processo de compostagem.
• Resíduos de jardim tratados com pesticidas, medicamentos, tintas, pilhas e
outros produtos químicos: as temperaturas da compostagem não eliminam
substâncias tóxicas.
• Plantas doentes ou infestadas com insetos podem passar as doenças para o
composto.
• Cinzas de carvão e ervas daninhas com sementes, devido ao risco de
culturas indesejadas.
• Vidro, metal e plástico: contaminam e inviabilizam o composto.

Composto por camadas


A compostagem é um processo simples, mas exige cuidados para que se atinjam bons
resultados. Se usar resíduos de pequenas dimensões, mantiver o nível ótimo de humidade e
remexer a pilha todas as semanas, o composto estará pronto em 2 ou 3 meses. No entanto,
considerando que o material é adicionado continuamente, poderá levar um pouco mais de
tempo: entre 3 e 6 meses.

Comece por revestir o fundo do compostor com ramos grossos. Estes permitem o
arejamento e impedem que o material depositado fique demasiado compacto.
De seguida, faça uma camada de 5 a 10 cm de altura de resíduos castanhos, cortados em
pequenos pedaços (3 a 7 cm), para maximizar a superfície de contacto com os
microrganismos. Partículas demasiado pequenas conduzem à compactação e limitam a
circulação de oxigénio e água.

Adicione uma mão cheia de terra ou de composto acelerador, para garantir o início do
processo, e adicione uma camada de resíduos verdes.

Crie outra camada de resíduos castanhos e repita o processo até a pilha atingir um metro.
Quando adicionar uma nova camada, a anterior deverá ser levemente humedecida.
A última camada será sempre de resíduos castanhos, para evitar a proliferação de odores,
insetos e outros animais indesejáveis.

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