Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução À Isostática PDF
Introdução À Isostática PDF
Introdução À Isostática PDF
Introdução
Isostática
Projeto gráfico: Gerson Luiz Carbonero, Luciana Lopez Martini, Reginaldo Peronti
8 Treliças Planas
8.1 GENERALIDADES ........................................ 197
8.2 DETERMINAÇÁO ANAL~TICADOS ESFORÇOS INTERNOS NAS BARRAS
DAS TRELIÇAS SIMPLES ................................ -199
8.3 TRELIÇAS ISOSTÁTICAS COMPLEXAS ........................ -225
8.4 DETERMINAÇAO GRÁFICA DOS ESFORÇOS INTERNOS NAS BARRAS
DAS TRELIÇAS SIMPLES ............................... -234
8.4.1 Método dos nós ..................................... 234
8.4.2 Plano Crernona ou diagrama de Maxwell ................... 238
Esta publicação foi baseada em notas de aula, preparadas para as discipli-
nas de Resistência dos Materiais e Isostática, ministradas, pelo autor, na Escola
de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, e na revisão bibli-
ográfica efetuada durante a elaboração do texto.
As matérias abordadas em cada capítulo são apresentadas em linguagem
simples e didática e pretendem representar, para os estudantes de engenhariae ar-
quitetura, o papel de guia durante os primeiros caminhos trilhados na área de en-
genharia de estruturas.
Os assuntos abordados nesta publicação estão reunidos em oito capítulos.
No capítulo 1 são tratados os princípios gerais, elementares, da Estática Clássica,
quando são introduzidos os conceitos de força, ponto material e corpo rígido. As
forças aplicadas, tanto no ponto material quanto no corpo rígido, são analisadas,
vetorialmente, inicialmente no espaço e particularizadas para o plano. Para o es-
tudo do corpo rígido são introduzidos os conceitos de momento, binário e redução
de forças, em relação a um ponto.
No capítulo 2, o leitor tem seu primeiro contato com os elementos e formas
estruturais e sua classificação a partir da geometria de seus componentes. O foco
6 dirigido, em particular, para as estruturas lineares planas, quando então os ele-
mentos lineares são diferenciados pelo papel que desempenham no conjunto da
estrutura.
No capítulo 3 são apresentados os vínculos entre os elementos componen-
tes das estruturas planas e destas com a terra. São indicados os graus de detemi-
nação das estruturas planas convencionais em função das restrições ao
deslocamento impostas pelos vínculos. Uma breve abordagem cinemática é feita
com o intuito de apresentar ao leitor os casos excepcionais, cuja exclusão dos ar-
ranjos estruturais lineares confere a condição "suficiente" para a deteminacáo
geométrica das estruturas planas.
O capítulo 4 trata do equilíbrio dos sistemas planos, onde são relacionados
os diversos tipos de cargas aplicadas e sua classificação. As equações de equilí-
brio, tratadas no capítulo 1, são utilizadas no cálculo das reações externas e inter-
nas, despertadas pelas cargas e impostas pelos vínculos. Os exemplos resolvidos
foram selecionados para proporcionar ao leitor uma visão bastante abrangente das
diversas formas estruturais planas submetidas às mais variadas combinações de
carregamentos estáticos.
No capítulo 5 são definidos os esforços solicitantes no caso geral e a par-
ticularização para os sistemas planos, bem como o significado das convenções de
sinais. Através de exemplos simples, os esforços solicitantes são calculados por
equilíbrio, pelo método das seções ou diretamente.
No capítulo 6 são tratados os diagramas de estado, representação gráfica
dos esforços internos, mostrando o traçado dos diagramas obtidos analiticamente
e através de relações diferenciais entre cargas, força cortante e momento fletor.
O capítulo 7 é inteiramente dedicado a exemplos de aplicação resolvidos
pelo método direto. Inicialmente, por motivos puramente didáticos, são aborda-
das as vigas simples, inclusive as inclinadas e as curvas, passando pelas vigas
Gerber, pelos pórticos, arcos e grelhas, de barras retas e barras curvas, mais co-
nhecidas como vigas balcão.
Finalmente, no capítulo 8 são tratados os esforços internos nas estruturas
em treliça, simples e complexas, calculadas analiticamente pelo método dos nós
e método das seções. O cálculo gráfico, pelo método de Cremona, é objeto de uma
seção exclusiva, motivada pela sua genialidade e importância histórica.
Encerrando a publicação, vêm as referências utilizadas na revisão biblio-
gráfica, que de modo algum esgotam a bibliografia referente ao tema.
Por fim, quero expressar meus agradecimentos ao professor João Carlos
Antunes de Oliveira e Souza, pelas sugestões. Ao Rui Roberto Casale, pela digi-
tação; ao Francisco Carlos Guete de Brito e à Sylvia Helena Morette Villani, pela
elaboração dos desenhos do texto embrião desta publicação.
A estática, parte da Mecânica Clássica, é a teoria do equilíbrio das forças.
Tem como finalidade o estudo das condições ou relações entre as forças que,
atuando num corpo ou sistema de corpos, implicam em equilíbrio.
A estática, aplicada a engenharia, é utilizada para a análise e dimerisiona-
mento de estruturas e também para cálculo de suas deformações.
-
1.2 CONCEITO DE FORÇA
1N = (Ikg) x ( l m / s 2 ) = l k g . m / s 2
-
1.3 CLASSES DE FORÇAS
As forças que atuam num corpo ou sistema de corpos podem ser classifi-
cadas como forças externas e internas. As externas são aquelas devidas a ações
externas ao conjunto que se analisa. As internas são as originadas pela interaçáo
entre os pontos ou corpos que constituem o conjunto analisado.
As forças externas podem ainda ser classificadas em ativas e reativas. As
ativas são geralmente dadas ou facilmente determináveis e atuam diretamente
sobre o corpo ou sistema de corpos. As reativas são forças localizadas e surgem
devido aos vínculos ou ligações que impedem movimentos. Só aparecem quando
atuam forças ativas.
Como exemplo observemos o bloco A apoiado sobre os blocos B e C, Fig.
1.2.a, todos submetidos à açáo dos seus pesos próprios. Considerando, para aná-
3
lise. somente o bloco A, Fig. 1.2.b, seu peso próprio P, é a força ativa a ser con-
siderada.
3 3
As pressões p, e p,, que os blocos B e C exercem sobre A, são as forças
+ + 3 3 +
reativas. P,, p, e p, são forças externas. As mesmas pressões p, e p,, com
sentido contrário, são forças ativas atuando sobre B e C, Fig. 1.2.b.
Analisando o conjunto formado pelo sistemade blocos ARC, Fig. 1.2.c, as
+ S -t + + +
forças P,, P, e P, são as ativas e as pressóes p', e p', serão as reativas. P,,
i + + +
P, , P,, p', e p', são forças externas.
+ +
As pressaes p, e p, , entre os blocos B,C e o bloco A,não são consideradas
na análise do sistema ABC,pois são agora forças internas. No estudo das partes estas
forças aparecem sempre aos pares, com o mesmo valor mas com sentido contrário.
Figura 1.2
-
1.4 PONTO MATERIAL E CORPO R~GIDO
-
1.5 FORÇAS DE DIREÇÓES QUAISQUER APLICADAS NO MESMO PONTO
MATERIAL
+ 3
Comprova-se experimentalmente que duas forças, P! e P, aplicadas num
ponto material ou no mesmo ponto de um corpo rígido podem ser substituídas por
+
uma única força R que proporcione o mesmo efeito sobre o ponto ou corpo rígido.
A força única é chamada resultante das duas forças e pode ser determinada
pela construção de um paralelogramo que tenha as duas forças como lados, Fig. 1.4.
Figura 1.4
Figura 1.6
- forças coplanares - é mais prático a aplicação sucessiva da regra do triângulo.
Fig. 1.7.b. Omitindo-se as passagens intermediárias, temos a constmção conhecida
como polígono das forças para a determinação da resultante, Fig. 1.7.c.
Analogamente, a resultante pode ser expressa como a soma vetorial das
$ 9 3 3
forqas P, , P2,Pi e Pl ,conforme a equação (1.2).
Complementando, podemos enunciar o princípio da transmissibilidade ou
teorema da transposição de uma força ou, ainda, teorema da deslocabilidade do
ponto de aplicação da força:
"A ação de uma força, sobre um corpo ngido, não se altera se se deslocar o
ponto de apliça~iÍodesta força sobrc sua linha de ação", Fig. 1.8. Um resultado
imediato deste enunciado é que uma força aplicada em um corpo rígido pode ser
representada por um vetor deslizante.
Figura 1.8
-
1.6 COMPONENTES CARTESIANAS DA RESULTANTE
3 3 3
Seja o sistema de forças P , , ..., P , , ..., P. aplicadas no mesmo ponto.
Supondo o ponto de aplicação das forças, a origem O de um sistema de eixos
3
coordenados, triortogonais, x, y e z, uma força genérica P, terá, segundo os eixos
Figura 1.7
coordenados, três componentes, conforme a Fig. 1.9.a. As componentes esca-
lares são as projeções de P, sobre os eixos e valeiii
onde (e,)j, (e,); e (0 .); são os ângulos que h; forma com os eixos x, y e z. Os
+
co-senos de (e,);, (e,), e (e.)! são chamados co-senos diretores de Pj .
+
É facilmente demonstrável a relação entre a intensidade da força Pi e suas
componentes escalares
f f
Com os vetores unitários i , j e orientados segundo x, y e z, Fig. 1.9.b,
+
podemos definir a força genérica P, como sendo
(1.7)
Figura 1.9
-f
As componentes de R são, nas direções x, y e z, respectivamente,
+
A direção de R poderá ser obtida através de relaçües análogas à equação (1.3).
Graficamente, a resultante também poderia ser obtida pela construção do
polígono das forças. N o caso espacial, no entanto, sua construção não é prática,
tomando-se mais cômodo o cálculo algébrico.
Finalmente, podemos estabelecer as condições de equilíbrio de u m ponto
material submetido i ação de forças quaisquer.
De acordo com a primeira lei de Newton, um ponto material encontra-se
em equilíbrio - repouso ou movimento retilíneo e uniforme - se a resultante
das forças que agem sobre ele for nula. Então podemos escrever, vetorialmente,
-
1.7 FORÇAS COPLANARES APLICADAS NO MESMO PONTO MATERIAL
e, é
+
o ângulo que a força P, forma com o eixo x
Figura 1.10
+
Módulo ou intensidade de P;
f f
Introduzindo os vetores unitários i c j , segundo os cixos x e y, podemos
3
expressar P, como
- +
P, = X , i i-Yij
-
(i. i 4)
vetorialmente,
algebncamente,
graficamente,
r , "alíqorio r i o s l o r i o s
Figura 1.11
Neste caso, como as forças em ação no corpo têm pontos de aplicação dis-
tintos, temos que considerar a forma e o tamanho do corpo.
Para simplificar o estudo das forças aplicadas no mesmo corpo rígido, é
necessária a introdução do conceito de momento de uma força em relação a um
ponto. Este conceito ficará mais claro após uma breve recordação da definição do
produto vetonal de dois vetores:
3 +
O produto vetorial de dois vetores a e b é o vetor È que tem linha de agão
+ +
perpendicular ao plano formado por a e b e módulo igual à área do pardlelo-
Figura 1.12
gramo de lados 8 e b9 , Fig. 1.12.
O módulo de i é, portanto,
c = ab sen8 (1.19)
tivo. A regra da mão direita também pode ser utilizada para a determinação do
sentido de È , Fig. 1.13.
3
O produto vetorial não é comutativo e, portanto,
a , mas a um vetor -8
2
3 3
x b não é igual a b x
de mesma intensidade e sentido contrário, podendo-se
I_i.
--- --
Figura 1.13
escrever a expressão
- - -
i j k
c = A, A, A,
Bx B, B,
-
1.9 MOMENTO DE UMA FORCA EM RELAÇÃO A UM PONTO
3
fixo ao ponto de aplicação de P , Fig. 1.14.
Figura 1.14
3 3
Definimos como momento de P em relação a O o produto vetorial de eP
-3
A linha de ação do momento M o é perpendicular ao plano formado pela
3
força P e o pólo O, de acordo com a definição de produto vetorial. O sentido do
momento é o sentido da rotação que faz :alinhar-se com 6. A regra da mão
+
direita, vista na Seção 1.7, é usada para definir o sentido de M o .
No caso da Fig. 1.14, o sentido da rotação é anti-horário.
Ainda conforme a definição de produto vetorial, o módulo do momento é
sendo r o módulo do vetor posição e d a distância d o pólo fixo O à linha de
ação da força 8.
Observamos, através da equação (1.29), que o momento de uma força em
relação a um ponto não depende do ponto de aplicação da força sobre sua linha
de ação.
Podemos, agora, determinar o momento da resultante de um sistema de
3 3 3
forças concorrentes no mesmo ponto. Seja o sistema de forças P , , ..., P i , ..., P, ,
com ponto de aplicação comum em A. A posição de A, em relação a um pólo
fixo 0 , é definida pelo vetor i , Fig. 1.15.
Figura 1.15
+ 3
Sendo R a resultante do sistema de forças, definimos o momento de R
em relação a O como
Figura 1.16
+ +
O momento Mo da força P em relação ao p61o O é
com as formulações (1.32) e (1.33) na (1.34) e à semelhança dos resultados obti-
dos na Seção 1.8, temos
+ i
O momento Mo da força P em relação ao ponto 0, pode, então, ser
escrito na forma
+
O momento Mo pode também ser expresso na forma de um determinante,
tendo-se em vista os termos do segundo membro da equação (1.35)
- -
i j i ;
-
M,=x y z
X Y Z
3 3
Consideremos duas forças, P aplicada em A e -P aplicada em B, com li-
nhas de ação paralclas, inesma intensidade e sentidos opostos. Tais forças for- Ay
mam um binário ou conjugado, Fig. 1.18.
+
É trivial a demonstração que o momento M das forqas, em relação a um
ponto, independe da posição do ponto.
A +
A linha de ação de M é perpendicular ao plano formado pelas forças P e Figura 1.18
3
-P e seu módulo é
M = Pr sen 0 = Pd (1.39)
i')
A direção do vetor, que representa o momento do binário, é perpendicular
ao plano que contém o sistema de forças. Seu sentido é estabelecido pela regra
Figura 1.19
da mão direita, Fig. 1.19.a.
+
Na prática fixamos o vetor M , do binário, no ponto B e desta forma o con-
+ + +
junto P , M representa a decomposição da força P aplicada em A em uma força
+
aplicada em B mais um binário, Fig. 1.19.b. A referência "redução" de P ao
ponto B é usualmente utilizada.
,!
Com a substituição das (1.41) nas (1.40) e evidenciando I , J
+
e k obtemos
através de operações análogas às equações (I .7), (1.23) e (1.24)
+ 4
com as componentes de R e MR iguais a Figura 1.20
As componentes R,, R, e R, representam as somas das componentes das
forças aplicadas no corpo rígido e M, , M, e M, , respectivamente, as somas dos
momentos das forças em relação aos eixos x, y e z.
Finalmente, podemos expressar as condições em que um corpo submetido
a forças quaisquer encontra-se em equilíbrio.
Vetorialmente, estas condições são
V - (I) rP sen O
Figura 1.21
+ 3
Para se obter Mo nas componentes cartesianas, supondo P no plano xy,
y I 13
basta fazer na expressão (1.35), da Seção 1.8, a componente Z de 6 e a
+
O momento de P em relação a O é perpendicular ao plano xy e seu
módulo fica totalmente definido por
'>
Num sistema de forças coplanares com os eixos x e y, a resultante R tam-
+
bém pertence ao plano e o momento resultante M R é perpendicular a ela, Fig.
-
R 1.22.
Para se determinar o módulo e a linha de ação da resultante, usamos as
componentes das forças nas direções x e y. As componentes da resultante são
b)
-f
O sistema de forças pode também ser reduzido a uma única força R .
I
Ncstc caso, a linha de ação da resultante é obtida impondo-se a condição que o
4
momcnto da resultante, em relação à origem, seja igual a M R .Sendo x e y as
+
coordenadas do ponto rle aplicação de R , Fig. 1.23, escrevemos, à semelhança
---
i
da equação (1.49,
x R R Y- OR, = M,
OR, - yRR,= M,
C j
f ' o l í < ~ o n odas Ic:r<;us
Figura 1.25
2.1 - CLASSIFICAÇÁO
DAS ESTRUTURAS
Figura 2.2
3.1 - GENERALIDADES
Vimos na Seção 2.1 que as estruturas podem ser formadas por vários ele-
mentos ligados entre si e exteriormente ao solo. Estas ligações são chamadas vin-
c u l o ~podendo-se
, distinguir três tipos:
a) articulação entre chapas, que são as ligações internas que unem as chapas;
,-
c) apoios, que são os vínculos externos das estruturas; geralmente são ligaçõcs
entre as estruturas e o solo.
Apoio móvcl
Este vínculo tem liberdade de giro e 6 uma vez deslocável, restringindo
apenas o movimento na dEeção normal ao deslocaineiito, Fig. 3.1. Retira urri
grau de liberdade de movimento da estrutura.
Figura 3.1
Apoio fixo
Este vínculo tem liberdade de giro e é indeslocável. Quando interno à
estrutura é chama& articulação entre duas chapas e restringe deslocamentos re-
lativos. permitindo giro cntre as chapas, Fig. 3.2. Retira dois graus de mobilidade
da estrutura.
Figura 3.2
>(
VINCULAÇÁO DOS SISTEMAS PIdANOS
relação àquela suposta fixa, Fig. 3.3. O número total dc graus de liberdade relira-
dos da estrutura pelo vínculo 6 igual a 2(c - 1 ) . Figura 3.3
Engastamento fixo
É o vínculo que impcdc todos os movimentos no plano - retira, porlanto,
Lrês graus de liberdade da estrutura, Fig. 3.4.
Figura 3.4
Engastamento móvel
Este vínculo é uma vez deslocável, impede o giro c o movimento na
direção normal ao deslocamento, Fig. 3.5. Retira dois graus de liberdade de ino-
vimento da estrutura.
Figura 3.5
-
3.3 DETERMINAÇÃO GEOMÉTRICA DAS ESTRUTURAS PLANAS
Figura 3.6
Uma treliça que tem a posição relativa dos n6s determinada, sem con-
siderar sua vinculação externa, é chamada "chapa" de treliça. A "chapa" de
treliça mais simples é aquela formada por três nós e três barras, Fig. 3.7.a. Aeres-
0)
1
x.i., ..,:;.
,. L;;. ,//
3
centando sucessivamente um nó e duas barras, a posição relativa dos nós con-
tinua determinada, Fig. 3.7.b. A estrutura resultante da operação continua,
portanto, sendo uma "chapa" e, como tal, tem três graus de mobilidade no plano.
b)
Necessita para sua determinação de três vínculos externos. A condição
necessária para que uma treliça, cxcluindo-se suas ligações externas, seja uma
"chapa" C, então,
b = 2n-3 (3.2)
J
i
;
1 ,!',',', 3
Figura 3.7
Figura 3.8
Nas estruturas constituídas por chapas e vínculos, a rclação entre os çompo-
nentes estruturais decorre do número de graus de mobilidade de uma chapa no plano.
A chapa tem função geométrica de determinar a posição de três ou mais de seus pon-
tos. Necessita de um ou mais vínculos equivalentes a três barras vinculares, que não
sejam concorrentes no mesmo ponto, para que sua posic;ão seja f'ixa.
Sendo c o número de chapas abertas da estrutura e b o número de barras
vinculares equivalentes, a condição necessária para que a estrutura scja geome-
tricamente determinada é
Figura 3.9
VINCULAÇÃO DOS SISTEMAS PLANOS
b) Pórtico I r c l i v i i d u t r i - u i t l c u l o d o
2 4 6
-
3.4 CASOS EXCEPCIONAIS
Vimos na Seção 3.3 que uma estrutura tem sua posição geomelricameiite
determinada se a relação entre as quantidades de seus componentes satisfizer as
condições expressas nas equações (3.1), (3.3) e (3.4).
Estas condições, porém, são necessárias, mas não suficientes, para que a
estrutura seja estável. As estruturas cuja relação entre seus componentes satisfaz
as equações (3.1), (3.3) e (3.4), mas tem um grau de mobilidade, são chamadas
casos excepcionais.
Para melhor entendermos os casos excepcionais, veremos inicialmente
algumas propriedades do deslocamcnto infinitesimal de cadeias cinemáticas com
um grau de liberdade. Este assunto será visto detalhadamente no estudo das car-
gas móveis em estruturas lineares, não fazendo parte da teoria aqui desenvolvida.
VINCULAÇÃO DOS SISTEMAS PLANOS
Figura 3.11
Figura 3.12
O deslocamento infinitcsimal dos pontos da chapa é, então, uma rotação
em torno do pólo absoluto, ou, como no caso da Fig. 3.1 (.c, uma translação. O
deslocamento relativo dos pontos de uma chapa em relação à outra podc também
ser pensado como uma rotação, e m tomo de um pólo relativo próprio, ou uma
translação, no caso do pólo relativo ser um ponto impróprio, Fig. 3.12.
Os casos excepcionais acontecem, em geral, quando é observada a se-
guinte propriedade das cadcias cinemáticas:
Entre duas chapas ( I ) e (2), os pólos absolutos (I) e (11) de cada chapa,
respectivamente, e o pólo relativo (I, II), entre elas, pertencem à mesma reta, Fig.
3.13. Figura 3.13
A Fig. 3.14 apresenta alguns casos excepcionais, identificados através da
determinação dos pólos e aplicação, quando necessário, da propriedade das
cadeias cinernáticas vista anteriormente.
ri 4
s ~ j t i s f o r 3=1r1
c=?
b=6 "A~sttiii b-:r
Os irei; :>«los rio rricsri-i ,e!ii
Figura 3.14
3.5 - CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS QUANTO A SUA
DETERMINAÇÃO GEOMÉTRICA
Estruturas em treliças
b < 2n, treliça indeterminada ou móvel
b = 2n, treliça determinada
b > 2n, treliça superdeterminada
Estruturas em chapas
b < 3c, estrutura indeterrninada ou móvel
b = 3c, estrutura determinada
b > 3c, estrutura superdeterminada
Estruturas mistas
b < 3c + 2n, estrutura indeterminada ou móvel
b = 3c + 2n, estrutura determinada
h > 3c + 2n, estrutura superdeterminada
Cori t i n i ~ ' d a c e
- 3 barras
c~:l
b=E
S:ip>':'dclcrniirio<i:i, groii=.i ""
I>=:)
i r ; r r i i r ~ c u ,s r c u =i>
Figura 3.15
No Capítulo I as forças foram classificadas em forças externas e internas.
As externas foram ainda subdivididas em forças ativas e reativas. Estas Últimas
são forças localizadas na estrutura e surgem devido aos vínculos que impedem
movimento, tomando o conjunto um sistema estável.
Quando as forças ativas e reativas são coplanares com os eixos da estru-
tura temos uma estrutura linear estaticamente plana ou, mais simplesmente, um
sistema plano. A semelhança da classificaçáo das estruturas quanto a sua deter-
minação geométrica, podemos, agora, classificá-las quanto a sua determinação
estática, relativamente à função estática dos seus componentes.
Estruturas em treliças
b < 2n, treliça hipostática
b = 2n, treliça isostática
b > 2n, treliça hiperestática
Estruturas em chapas
b < 3c, estrutura hipostática
b = 3c, estrutura isostática
b > 3c, estrutura hiperestática
Estruturas mistas
b < 3c + 2n, estrutura hipostática
b = 3c + 2n, estrutura isostática
b > 3c + 2n, estrutura hiperestática
-
4.2 ESTRUTURAS ISOSTATICAS PLANAS
-
4.3 TIPOS DE CARGAS APLICADAS
Figura 4.1
!I;:! l p ( i , ~ ~ =&:>
~, As cargas concentradiis -- na realidade distribuídas em uin coiiipi-iiiietito
., ,./,\,
%
\' d/"> , I',
muito pequcno cm relação à diinensão do eixo do elemento estrutural - podeni
\ ! ,' r'
Figura 4.l.c
dR = dA = p(x)dx
C M,=O
C M,-O
C M,=O com A, B e C não colineares
-
4.6 VIGAS
Calcular as reações de apoio para a viga da Fig. 4.2, submetida aos scguin-
tes carregamentos
J? I!
,,ti,. /'L
,777,
I 6 1I (
Figura 4.2
~~
a ) Carga concentrada
Figura 4.3
com
Figura 4.4
1
,I ci .:\\I
Figura 4.5
Com
C M,, =O
-6xRVA+3x18=O :. Rv,=9kN
O resultado obtido, R,, = R,, = 9kN, É óbvio, tendo em vista a sime-
tria do carregamento. A Eig. 4.5.c mostra a viga em equilíbrio sob a ação das car-
gas aplicadas e das reaqões de apoio.
c ) Carga parcialmente distribuída
c) :)j i',
A
LLlm
,
,3 ,%,
I
v C
A
lA3:lIJ 13
,,, , -h
?%!,\
,I rri
T.
/. )
1 Irri
,
1
4
dkN
Figura 4.6
Com
C M,=O
6 i(R,,-4 x 24=O . R,, =16kN
com
Com
Os resultados do cálculo das reações são apresentados na Fig. 4.7.c.
Figura 4.7
e) Carga momento
Figura 4.8
C M,=O
6 x R,, - 30 = O . R,, = 5kN
com
C M,=O
-6xRVA-30=O ... RVA=-5kN
Figura 4.9
E Q U I L ~ B K I DOS
O SIS I EMAS I'LANOS
--
Resolução
Figura 4.10
C '=O
R,, - 20 = O :. R,r, = 20kN
com
c) Curga momento
Figura 4.11
3
Figura 4.1 2
Com
C Y'O
R,, + 0 = 0 :. R,, - O
com
C M,=O
-IO+MA = O :. M A = IOkNm
-
4.6.3 Exemplo 3 - Viga simplesmente apoiada, com balanço
Figura 4.13
Resoluçáo
a) Curgu concentrada
Figura 4.14
Com
C MA = O
-8 x 3 0 + 6 x R,, = O :. R,, =40kN
com
R,, + RVR- 30 = O
substituindo-se o valor de R , , , icrrios
A 13 i 313l\iJ
Com
C M ,=O
-8x30+6xRV,=O . Rv,=40kN
Figura 4.14.b
com
C M,=O
-2~30-6xRV,=O :. R..=-10kN
C M,=O
6xRv,-4x60=0 :. Rv,=40kN
com
C M,=O
c) Curga momento
Figura 4.16
Figura 4.17
A Ictra E indica as vigas que Lêm estabilidade própriae a letra A aquelas quc
são apoiadas, ou, ainda, que adquirem esinbilidade através do apoio. As vigas que
compõem o conjunto são, exclusivanrente, vigas engastadas, vigas bi-apoiadas e
vigas bi-apoiadas com extremidades em balaiiço. Os vínculos entre as vigas são artic-
ulações que não impcdem rotaçáo relaliva entre elas, impedindo a p a a s os desloca-
mentos relativos. As reações nos vínculos iiitenios sào, portanto, forças que sc
opõcm aos deslocamentos, sendo nulas as reações momentos.
L Q U I L ~ B R IDOS
O SISTEMAS PLANOS
- -
A Fig. 4.18.a mostra uma viga Gerber sob ação de cargas externas. Deter-
miriar as reac;õcs de apoio cxternas e internas.
Figura 4.18
Resolução
A Fig. 4.1 8.b mostra a viga Gerber decomposta em vigas simples, objeto
de cálculo de reuc;ões rios exemplos anteriores.
Como visto anteriormente, para cada viga simplcs existem duas eqliações
de equilíbrio relevantes aplicáveis. O cálculo das reações deve ser, então, inici-
ado pelas vigas apoiadas, devendo, em seguida, ser calculadas as reações nas
vigas que têm estabilidade própria.
No exemplo, iniciaremos pela viga apoiada D-E.
Viga 17-15
Com
C M,=O
Detalhe da Pig. 4.18.c
4xRvE-lx40=O :. Rv,=lOkN
com
C M,=O
-4xRV,+3x40=O . Rv,=30kN
-6xRV,+4 xRVc-3x 1 8 0 - 2 x 3 0 ~ 0
substituindo-se o valor de R,,
-180 + 4 x Rvc - 540 -60 =O . R,, = 195kN
Com
Viga A-B
Com
C M,=O Delalhe da Fig. 4.18.~
-4xR,,-2x80+MA =O
substituindo-se o valor de R,,
-180-160+M, =O :. M A =340kNm
Com
Figura 4.19
<-:) C o r - e j o t n c n t ~
4.7 - P~RTICOS
I m
r\I ' 7
..
, lll
1 podendo existir articulações entre eles.
1: .I,. 1,1711 siderado como uma única chapa. Nccessita de trêb barras vii-iculares não concor-
rentes para restringir todos os movimentos no plano. Para o cálculo das reações
de apoio, são necessárias, portanto, três equações de equilíbrio.
' 1~
IA
i CKN
4.7.1 - -
Exemplo 1 Pórtico simples
1
'i,u
A Determinar as reações de apoio para o carregamento aprcscntado na
I
1 IRv4 Fig. 4.20.a.
Resolução
Com C M,=O
6xRV,-4x80-10x4=0 :. Kv,=60kN
com C Y=O
R,, +Rv, - 80 = O :. K,, = 20kN
2Cikl.l
4.7.2 - -
Exemplo 2 Pórtico em balanço
Figura 4.21
Resolução
com E X=O
R,, + 10 = O :. R , , = -10kN
com Y=O
R,, - 5 0 - 5 = O :. R , , =55kN
4.7.3 - -
Exemplo 3 Pórtico tri-articulado
' 11
';,h,
1 r~i /I r r ~ -4
!,I 1
,,+),
condição de nulidade da reação interna momento, na articulação C, ou seja,
Mc = 0 .
b)
?= I " 3 k ~ Resolução
I
Com
C M,=O
R,, = 75kN
com
Figura 4.22
C Y'O
Obs.: A resulranre da carga disrribuída
no rrechu CU é iguul a 80kN
R,, +Kv, -120=O . RvA =45kN
Mc=4xR,,+4xR,,-2x80=0 :. R,,,=-35kN
com
C X=O
30 + KHA+ RHE= O ... RHA= 5kN
com
C X=O
R,, -35 = O . R,, = 35kN
com
C Y=O
R,,+75-80=O .O. R,, =5kN
4.7.4 - -
Exemplo 4 Pórtico atirantado
Resolução
I
com
C Y'O
R,, + R v B- 60 = O :. R,, = 40kN
EQUIL~BRIODOS SISTEMAS PLANOS
com
Com
C X=O
R,,c = 60kN
com
C Y=O
R,, = -20kN
-
4.8 ARCOS
4.8.1 - -
Exemplo 1 Arco tri-articulado
Figura 4.25
EQUILIBRIODOS SISTEMAS PLANOS
Resolução
Com
M,=O
20xRVB-5x40=0 ,. Rv,=lOkN
com
Y=O
-
4.9 ESTRUTURAS PLANAS SUJEITAS A CARGAS PERPENDICULARES
AO SEU PLANO
e--- -
-
-
h ó riyido e n t r e d u o s barrriç
Figura 4.26
Figura 4.27
Resolução
com
CM==O
-3~20-2x30+TA=0 . TA=120kNm
com
CM,=O
0x20-1x30+OxRv,+M,=0 .a. MA=-30kNm
com
S O N V SVWZSIS
~ soa oiaa!linòa
4.9.2 - -
Exemplo 2 Grelha tri-apoiada
Figura 4.28
Resolução
-
5.1 GENERALIDADES
Figura 5.1
As forças internas, como já vimos, aparecem aos pares com sentidos opos-
tos. Deste modo, a parte esquerda age sobre a parte direita, da mesma maneira
que a direita age sobre a esquerda, Fig. 5. L.b.
As forças internas geralmente são distribuídas de forma complexa sobre as
seções, mas, no entanto, as condições de equilíbrio são satisfeitas para cada parte
separadamente. Isto significa que a resultante das forças internas, na seção
genérica S, pode ser obtida pelas condições de equilíbrio, aplicadas tanto na
parte esquerda quanto na direita do corte imaginário. Esta resultante é chamada
esforço geral interno ou esforço geral solicitante na seção S.
No Capítulo I aprendemos a decompor, ou reduzir, um sistema de forças
3
aplicadas em um mesmo corpo rígido a uma resultante R aplicada em um ponto,
+
mais um binário M, . Com a ajuda desta propriedade da estática dos corpos rígi-
dos podemos reduzir o sistema de forças internas aplicadas na seção do corte
+=
imaginário a uma resultante R aplicada no centro de gravidade da seção, mais
+
um binário M, .
A Fig. 5.2.b mostra esta redução executada na s q ã o à direita do corte. A
+
resultante if e o binário M R coincidem com a resultante e o momento resultante
das forças à esquerda de S, Fig. 5.2.c.
Figura 5.2
'esq
A
C 'iesq
=
M ~ e s q= C 'iesq
3
onde Mi ,,, é o momento da força genérica aplicada na parte esquerda, em
relação ao centro de gravidade da seção à direita do corte.
Como z G i ( s ) e z P i ( s ) representam a ação da parte esquerda do corpo
sobre a parte direita, podemos escrever
C Pi(s> = C Piesq
C f i i (s) = C Mies,
+ A
R = R,,
R' = 'Resq
Figura 5.2.b
Figura 5.3
Figura 5.4
N força normal
forças cortantes
T momento torçor
momentos fletores
-
5.3 SIMPLIFICAÇAO PARA OS SISTEMAS PLANOS
Figura 5.5.a em análise em duas partes. Na prática, os esforços solicitantes podem ser calcu-
lados utilizando-se dois caminhos:
a) Considerando-se uma das partes do corpo, à esquerda ou à direita do
corte, os esforços solicitantes na set;ão em queslão podem ser calculados como
sendo as componentes da resultante e do .momento resultante das forças externas
aplicadas na outra parte, reduzidas para o centro de gravidade da seção em análise.
ESFORÇOS SOLICITANTES EM ESTRUTURAS
M(8)
V(s)
N(s)=
=
=
C
Mi
Yi
Xi
Onde E M ,
dir
dir
dir
L,/:-.,
I:__'i
.
,," ;
j
0-
.2.
M , . = 14 , ci i r
N =I?
(C;)
,Ai
>:
forças aplicadas na parte direita, em relação ao centro de gravidade da seção S. As ; l , . --
H ,?
x,..
l..
P
I
- ./'
-
3,
&
C X=O
C Y'O
C M=O (5.6)
Figura 5.5
L
forças à direita e com sentido anti-horário, positivo. 'J' ~h' bl-V Ri,,
A convenção de sinais para a força cortante é mostrada na Fig. 5.8.a. Figura 5.7.b
Pode-se estabelecer, à semelhança da convenção para o momento fletor, uma
regra que independe da posiçao da seção em relação ao corte:
Se a resultante das forças aplicadas na parte à esquerda do corte provocar
tendência de rotação horária em relação à sqão, a cortante é positiva. Se a resul-
tante das forças aplicadas h esquerda do corte provocar tendência de rotação anti-
horária, a cortante é negativa. Naturalmente, para as forças aplicadas no lado à
direita do corte vale a mesma regra. A Fig. 5.8.b ilustra esta regra.
Figura 5.8
Exemplo 1
Figura 5.9
Resolução
Com
com
I
I l?,bkN 1 /.SkN
Figura 5.10
ESFORÇOS SOLICITANTES EM ESTRUTURAS PLANAS ESTATICAMENTE DETERMINADAS
-
Seção S ,
Com
Y=O
12.5- V, = O :. V, = 12,5kN
com
C M,=O
M, -1 x V, = O ;. M, =12,5kN.m
Seção S,
com
Figura 5.12 CM,=O
I?
Neste caso será mais cômodo trabalhar com a parte direita da viga,
Figura 5.13 Fig. 5.13.
Com
Y=O
com
1 M,=O
M 3 + 2 , 5 x V,-2 x 1 5 = 0 :.M3 =36,25kN.m
Cálculo direto
Figura 5.7.b
Figura 5.14
Seção S ,
V - R,.> r
15kN
Considerando-se as forças aplicadas à esquerda de S,
li
M, = 4 x 17,s-2 x 15-1 x 10 :.M, =30kN.m
V, =-17,5+15+10 .: V, = 7,5kN
Seçáo S,
Exemplo 2
Resolução
Com
ESFORÇOS SOLICITANTES EM ESTRUTURAS PLANAS ESTATICAMENTE DETERMINADAS
0)
Figura 5.15
com
C Y=O
RvA+RvB-90=0 :. R,, = 35kN
com
M, = O (chapa AC)
com
R,, + R , , + 4 0 = 0 :.R,,=-15kN
Seção S,
11 ti!.^
3 0 m Ji--5,0rn+
55kN 1 tão-somente, força cortante e força normal.
Considerando-se a seçáo pertencente à chapa AC, Fig. 5.17.a
Figura 5.16
Com
com
Com
C Y'O
55+V,'- 9 0 = 0 :.V,'=35kN
com
C X=O
ESFORÇOS SOLICITANTES EM ESTRUTURAS PLANAS ESTATICAMENTE DETERMINADAS
Figura 5.17
Seção S,
1 5kll
d
Figura 5.18
Com
3 , /4i ,",*
'k.N
~~~
3
1~ ~
L.;
- com
-1 C X=O
I
1 -I,a881 i1 v2
Figura 5.18
com
CM,=O
Seção S,
Figura 5.19
Com
C Y=O
'9'61'5 '4!d
eu sope3!pu! oysa so5~ojsaso auo3 op ep~anbsa IEsnAsueJl oe5as e N
. o ~ ! u $ ~op
d eun[o3 ep seuia~xa
swqg se EU0!3rril JolaU oiuawow o anb e3!pu1 (K ap o~!le4au~eu!sO
Cálculo direto
Seção S ,
Figura 5.17.b
t
55kN Seção S,
Figura 5.18
-
6.2 TRAÇADO DOS DIAGRAMAS ATRAVÉS DE EXPRESSÕES
ANAL~TICAS DAS FuNÇÕES DOS ESFORÇOS SOLICITANTES
A
,,L
ZO~II
\I
\IC~<N
l i 4 I,
1
)o I: 14
I , ,
--
Jt ,
-\,
.I lii
i ~J .I3
Figura 6.1
Com
C M,=O
6xRv,-4x8-2x20=0 .'.Rv,=12kN
com
com
A Fig. 6.2 mostra a viga com as forças aplicadas nos sentidos corretos e os
cortes genéricos que serão utilizados para o equacionamento dos esforços solici-
tantes. O eixo x, das abcissas, tem origem em A e corre ao longo do eixo da viga.
--
-
IIEPRESENTACÃOCRÁFICA DOS ESFORÇOS INTERNOS DIAGRAMAS DE ESTADO
-
I
i. ;;,(;-v,
,I.I i,~rri
4
,i,~;n
i
Figura 6.2
l.l=R,erq 8 N=Wxd,:
S e p o genérica S, (O < x < 2) > ~ . - -
C i:(
Figura 5.6.c
Considerando as cagas aplicadas i esquerda do corte,
Figura S.7.b
Seção genérica S, (2 5 x 5 4 )
M = 16x - 20 (x - 2) (kNm)
Seção genérica S, (4 5 x < 6)
Figura 5.6.c
)?"-C
I - M IResq (2
M-M id,r
M = 16x-20(x-2) - 8 ( x - 4) (kNm)
Figura 5.7.b
Figura 5.6.c
Figura 5.7.b
Figura 6.4
Com
C Y=O
com E M o = O
Sempre que se conhecer p(x) a equação pode ser resolvida para M, e por
diferenciação a cortante V, pode ser determinada.
É extremamente útil discutir a solução da equação diferencial. Assim,
através de duas integrações, teremos:
Figura 6.5
Condições de contorno:
com
com
entáo
Figura 6.8
Figura 6.9
M,, pe2
=-
8
Resultado já encontrado em (6.20).
Exemplo 2 -Viga em balanço, com carga distribuída uniforme
Figura 6.10
Condições de contorno:
com
com
então
que nada mais são que os valores do carregamento distribuído para x = O e x =I.
As cortantes nas extremidades A e B são, respectivamente, V, = p, 116 e
v, = -p,113.
A Fig. 6.13 mostra a constnição da parábola e por conseguinte o diagrama
da força cortante V,.
Figura 6.13
M,, J5
= f =-p,t 2
=0,006415p0P2 =-p0e2
27 15.59
O ponto de interseção das tangentes a parábola, nos extremos, é facilmente
dM
determinável pela condição 2 = V, nas extremidades da viga. A Fig. 6.14 ilus-
dx
tra tal fato.
Figura 6.15
M, = -"xP 3
+C,x +C,
61
Condições de contorno:
A --
com
.3 a 9.8 1.9 'B!d seu
sope3!pu! so ouia3 uieuas saluqp!los so5iojsa sop ~
S E U I E J ~ E ! so '~'81.9.8!.~ e
auuojuo3 'el!ai!p e eied epianbsa ep alua3sai3ap asso3 oluauie8arie3 o a s
L1'9 ul"%!á
. 'A a ' ~ yap seuiei8wp so eilsoui ' ~ 1 . 9'B!d v
.ZJI O d- = a~ a g ~ 4 O d - = B I ~
'o]ue]~od '08s so5io~sa so 'a oluauie1se8ua o~ .e3!qy3 e~oqyied euin 'iol
,
-aU oluauioui op e a e3!1?ipenb eloqped euin aiuepo3 e5ioj ep e ~ i n iv
O O V I S B 80 S V N V 8 3 V I O - SON8ZLNI ~ 0 3 1 1 0 r l ~SOO
B V31dV83 0?13~IN3SB>Jd38
EXEMPLOS DE APLICAÇAO - TRAÇADO DIRETO
-
7.1 GENERALIDADES
-
Exemplo 1 Viga simplesmente apoiada
a ) Carga concentrada
62
f=M,,=-= 'e? 3x-=13,51drlm (tração embaixo)
8 8 F i 73
Note-se que, neste caso, o momento máximo ocorre onde a força cortante
se anula, ou onde muda de sinal. A Fig. 7.4 mostra os diagramas, onde a parábola
foi construída conforme as regras vistas no Capítulo VI.
3)
/J 6kN'rr1
Figura 7.4
L
1 v 1*1 1 1 H
%rn j, 4 rrn
-.
J;
C) Carga uniforme distribuída cuja extremidade nZo alcança o outro apoio
i 1 1 1 "1 E
constante e o de M, linear. No trecho com carga distribuída a cortante é linear e o
momento fletor, parábola do segundo grau.
f8kl.l
I
Il j k ~ ! O diagrama de V não tem descontinuidade, pois não existe carga concentrada
aplicada no vão da viga, mas apresenta uma angulosidade no ponto onde começa o
Figura 7.5
carregamento distribuído. Fato devido à descontinuidade do carregamento.
O diagrama de M é contínuo, sem angulosidades. Isto indica que a parte line-
ar do diagrama é tangente B parábola.
Figura 7.6
M=Zx8=16kNm
O momento em B também é nulo, portanto temos definida a corda da
parábola, ou a sua linha de fecho. Basta, portanto, o valor da flecha que é
A
V = -16 +6x, = O .: x, = 2,67m
O momento máximo vale, entáo,
2,67
M,,=2,67 x 16-6x2,67 x -= 21,28kNm
MmóX= 71.28 2
Figura 7.6.b O diagrama completo está representado na Fig. 7.6.b.
Figura 7.7
(3,143 - 2)
M,, = 8 x 3,143 - 7 x (3,143 - 2) x :. M,, = 20,57kNm
2
1 OkN/m
As reações são facilmente determináveis e estão representadas na Fig. /kN/m
7.9.b.
A descontinuidade da carga indica um ponto singular, ou angulosidade, no
diagrama da força cortante. Em cada trecho com carga distribuída, a função é lin-
ear. Como são conhecidas as cortantes em A, 25kN,e ern B, -29kN, basta deter-
A!
,A
C
zni,l A v
4
-
rninar o valor de V na seção onde a carga distribuída rnuda de valor e traçar as retas. Figura 79a
i;) Ei>.><Ues d r dp.;io
I
ii~<~l
Figura 7.9
M = 2 x 2 5 - 1 x14=36kNm
V=-29+10xm=0 ;. xm=2,9m
1-20
23
Figura 7.10
Mm,=2,9x29-1Ox2,9x -
2
;. Mmw=42,05kNm
-- TRAÇADO DIRETO
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
-
Figura 7.11
Figura 7.13
g) Carga momenlo
r
(iTE1 -
OW
V
-V
>I
--x
L'&)
r \
11,
Exemplo 2 - Viga inclinada simplesmente apoiada
Carga distribuída uniforme
Atuando sobre a viga incliriada podem ocorrer carregamentos distribuídos
verticais ou horizontais. A Fig. 7.16 mostra os dois casos, onde a e b são, respec-
tivamente, as projeções horizontal e vertical do vão I.
i( 1 I i;
Figura 7.16
Também neste caso a variação dos esforços solicitantes pode ser mostrada por
diagramas, utilizando como eixo das abcissas o próprio eixo da viga e representando,
segundo o eixo das ordenadas, a intensidade do esforço, seção por seção.
Como no caso de eixos horizontais, o momento varia parabolicamente,
bastando para sua caracterização o valor do rnomento máximo, ou flecha da parábola.
O valor da flecha pode ser calculado em função da projeção do vão e deve ser
indicado perpendicularmente ao eixo da viga. A Fig. 7.17 mostra os diagramas de M.
Para o traçado dos diagramas de forças cortantes e forças normais é conve-
niente decompor o carregamento e as reações de apoio ein componentes perpendicu-
lares e paralelas ao eixo da viga. As reações podem ser calculadas, muito facilmente,
com o emprego das equações de equilíbrio. Com base tia Fig. 7.18, temos
Com EMA= 0,
a Pa
Figura 7.17 aR,, - pa- = O
2
:. R,, = 2
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO -TRAÇADO DIRETO
--
Figura 7.18
com CX = 0 .
R, =O
com ZY = O
Caso b
Com EM* = 0,
b pbZ
"Rvs - pb- = O :. R,, = -
2 2a
c0111 C X = o ,
pb+ R,, =O ;. R, = -pb
A Fig. 7.19 mostra as reações de apoio, para os dois casos, com os senti-
dos corretos.
As componentes dos carregamentos podem ser determinadas com base na
Fig. 7.20.
Figura 7.20
ds d x - dY-
- A resultante do carregamento vertical que atua no comprimento dx I!
coía sena
pdx. A Fig. 7.20.b mostra a resultante pdx com suas componentes perpen-
dy Lqu
dx dicular e paralela a ds, pdx.cosa e pdx.sena, respectivamente. Estas com-
ponentes podem ser distribuídas uniformemente pelas unidades de
comprimento do eixo da viga, bastando, para isto, dividi-las por ds, onde
ds = d d c o s a , Fig. 7.20.a,
1 1
pd x cos a- = pd x cos a- = p c o s2a
ds dx
cosa
1 1
pdxsena-=pdxsena-=psenacos a
ds dx --
cosa
1 1
pdy cos a- = pdy cos a- =psenacosa
ds dy
sen a
'solalduio3 SN a SA ~
ap seuiei4e!p so eijsoui 'i!n4as e 'ZZ'L ' 4 1 v
m q u ! ~sep ope5ei) o e n d sapep!uia~ixa
seu saluel!3![os so5iojsa sop saiolen so opue)seq 'saieau!l o ~ sseuie~4
-e!p so 'sep!nquls!p aluauiauuoj!un 09s e8!n ep o8uol oe se8iele:,se 011103.opwg
-!ldui!s 'ui!sse ' e q s!e!xe a saJuerio3 so5iojsa ap seuiei8e!p sop ope5eil O
IZ'L @'"Z!Jl
.soseJ s!op so eied o!ode
ap s-5eai sep a o)uauie4a~~e3
op sa)uauoduio3 se ei)soui IZ.L 3 1 . ~v
Exemplo 3 - Viga inclinada com peso próprio
Y , V 1 g 0 C / peso prI1pr,o
'i..
O peso próprio de um elemento estrutural linear pode ser considerado
como um carregamento uniforme, distribuído linearmente sobre o eixo do ele-
mento. A direção do carregamento é sempre vertical, atuando de cima para
baixo, como toda força gravitacional.
Veremos neste exemplo a análise estrutural da viga simples, inclinada,
Y A
submetida ao seu peso próprio, ilustrada na Fig. 7.23.a, onde a e b são as pro-
jeções horizontais do vão l.
i,) R e o q e s d e ,ip;io
As reações de apoio são imediatas e determinadas em funçáo da resultante
do carregamento distribuído, g a l c o s a . A Fig. 7.23.b mostra tais reações.
Para resolver a viga inclinada com peso próprio toma-se mais còmodo tra-
balhar com as componentes do carregamento nas direçòes perpendicular e
paralela ao eixo da viga.
a) 5)
'i'
Figura 7.23
Figura 7.24
I (7.5)
gds cos a.- = g cos a
ds
I
gds sen a.- = g sen a
ds
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO- TRAÇADO DIRETO
Figura 7.25
Figura 7.26
Exemplo 4 - Carregamentos combinados
-)
I
r1 ~~7l
1 'ibN/m
1
'*, 1 111 As estmturas podem ser submetidas a carregamentos combinados, tais como
cargas concentradas, distribuídas e momentos, nas mais diversas situações. Resolv-
, 1," / .r71
7
eremos, neste item, alguns casos convencionais, visando aplicaçóes práticas futuras.
Retomaremos aos exemplos numéricos, para evitar a utilização dos exem-
plos como formulário e levar o leitor a resolver cada situação à medida que
:1) illkN forem surgindo nas suas aplicações em análise estmtural.
1 ,3Ol,tk
I 1 ,! 1 11 1 1 1 13
a) Cargas concentradas e distribuídas
1 .r 2m 7
k vu Exemplo i
k 'J
3n'L
Determinar os diagramas dos esforços solicitantes para o carregamento da
Figura 7.27
Fig. 7.27.a.
com CM, = O
6xRv,-3x90-2x30=0 :. Rv,=55kN
com CY = O
R,, +55-30 -90 = 0 :. R,, = 65kN
Figura 7.31
9 1 Exemplo 2
? o k ~ I ,3kN/m
cl ? < ; r r e ~ g o r n e n i i
Figura 7.33
com E M , = O
8xRvB-80-4x80-3x40=0 ;. RvB=65kN
com C Y = O
Rv,+65-40-80=0 :. Rv,=55kN
'3
(LN) O momento fletor varia parabolicamente em cada trecho. No apoio A é
5
nulo e no apoio B é numericamente igual ao momento aplicado, tracionando a
Face superior da viga. No ponto de aplicação da carga, o diagrama de M tem uma
angulosidade.
Para traçar o diagrama de momentos fletores basta calcular o esforço no
ponto de aplicação da carga concentrada, definindo a posição das cordas das
parábolas.
M = 3 x55-1,5 x 30=12OkNm
Figura 7.37
Os diagramas são imediatos e não requerem nenhum cálculo, com exceçáo
da flecha da parábola no carregamento da Fig. 7.37.b. Lembrando as relações
entre carga, força cortante e momento fletor, podemos Formular:
Para o carregamento da Fig. 7.37.a, a cortante é constante porque não ocorre
carga distribuída. O diagrama de M é, portanto, linear. Com M, = -80kNm (traçáo
em cima) e M, = 0 , traça-se a reta. A Fig. 7.38 ilustra os diagramas de estado.
No caso da carga uniforme, a cortante varia linearmente e o momento fle-
tor é uma função quadrática. A linha da cortante passa pelos pontos V, = O e
V, = 20kN, definindo o diagrama. Coin M, = O e MA = 4 0 k N m , fica
h
definida a corda da parábola e com f = IOkNm constrói-se o diagrama. Os dia-
Figura 7.38 gramas estão na Fig. 7.39.
EXEMPLOS DE APLLC,4ÇiO - TR,4ÇADO DIRE1.0
)h) (i!?,
\>
,, , d , , , j
I :i
i'!
~~
\., ?F..
1 ,~
\. I O
I
ii II1II Ii i i ~ .
1 I Fr1-p, 17:. 61i w m )
, >
'I .>
1O
Figura 7.39
Figura 7.42
Traçado d o s d i a g r a m a s
Figura 7.43
V,,,, = 20 - 45 = -25kN
VBd,,= 15kN
Figura 7.44
40PF1
i>) R e a ç ô c s de apoio rio viga dr.t:iii1i1,i?siu
EXEMPLOS DE APLICAÇÁO -TRAÇADO DIRETO
Trecho DE
A cortante é constante, com descontinuidade no ponto de aplicação da
carga de 40kN. Basta calcular o valor do esforço à direita e a esquerda da carga.
Vdi, = -1OkN
V,,, = - I O t 4 0 = 3 0 k N
Trecho BCD
A cortante varia linearmente, com descontinuidades em C e no ponto de
aplicação da carga de 30kN.
V,,,, = - 1 0 + 4 0 + 6 0 = 9 0 k N
VCerq= -90 - 195 = -105kN
V,,, = - 1 0 5 + 6 0 = 4 5 k N
V,,, = 4 5 + 30 = -1 5kN
V, = - 1 5 + 6 0 = 4 5 k N
Trecho AB
A cortante é linear, sem descontinuidade, portanto basta o valor da cor-
tante em A, de mesma grandeza da rcação R,, .
V, = 125kN
Figura 7.47
Trecho DE
O momento varia linearmente, portanto basta calcular o valor no ponto de
aplicação da carga concentrada.
M = 3 x 10=30kNm
Trecho BCD
As cargas concentradas, aplicadas em BCD, delimitam três trechos distin-
tos nos quais o diagrama é parabólico. Para detenninar as cordas das parábolas
basta calcular os momentos em C e no ponto de aplicação da carga de 30kN.
M, = 6 x 1 0 - 3 x 4 0 - 1 x60=-120kNm
M = 8 x 1 0 - 5 x 4 0 + 2 x 195-2xl20=30kN
Trecho AB
Neste caso temos apenas um trecho parabólico. A corda está definida pelo
momento aplicado em A, MA = -340kNm.
A Fig. 7.48 ilustra o diagrama.
Figura 7.48
Figura 7.49
Figura 7.50
Figura 7.52
a) C o r r e g a m c n t o i>) R c o ç õ c s dc o p o o
1' 1'
Figura 7.54
Figura 7.57
Diagramas de M, N e V
Trecho CE
Como não existe força axial aplicada, o esforço normal é nulo.
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO -THAÇADO UIRETO
Trecho C D
O esforço é constante, de compressão, portanto negativo, e vale 60kN,
Trecho BC
O trecho CD não provoca esforço axial em C e não há ocorrência de forças
aplicadas no eixo entre B e C. O esforço normal em BC é, portanto, nulo.
Trecho AB
Esforço normal constante, de compressão, negativo, com intensidade de 20kN
Trecho BCE
A cortante varia linearmente, com descontinuidade ein C. Para traçar as
linhas basta calcular a cortante à direita e à esquerda de C, já que a cortante em E
é nula e em B vale 20kN.
VCdi,= 20kN
V, = 20 - 60 = 4 0 k N
Trecho C D
Como não há forças transversais ao eixo, a cortante é nula em todo o trecho.
Trecho AB
A cortante é constante, com descontinuidade no ponto de aplicação da
carga de IOkN. Para traçar o diagrama, basta o cálculo, à esquerda e à direita da
carga concentrada.
v,,, = I OkN
V&, = 1 0 - 1 0 = 0
Trecho AB
Neste trecho o momento fletor é função linear. Para traçar as linhas basta
I N dc u p~ o o ~ ~ ~ calcular
~ ~ o valor de M no ponto de aplica~ão
da carga de 10kN e no ponto B. Con-
siderando-se a face interna do pórtico como "embaixo"
I I I 141 u!N/r;7
Trecho CD
Como não há ocorrência de forças transversais nem de cargas momento
aplicadas no trecho, o esforço solicitante momento fletor é nulo.
'r IZU~N
i o k ~
Trecho BCE
Figura 7.57.b O momento fletor é função parabólica. Para traçar as curvas, determinam-
se as cordas das parábolas, em CE e BC, calculando-se o momento em C e as fle-
chas respectivas. Os momentos em B e E são conhecidos e valem, respectiva-
mente, M, = 40kNm (continuidade da estmtura em B) e M, = 0 (extre-
midade livre).
Figura 7.58
EXEMPLOS DE APLICACÁO - TRAGADO DIRETO
-
Exemplo 2 Pórtico em balanço
a ) Cnrreganiento b) R e o ~ o e s d e cpoio
Figura 7.59
Trecho BC
N=O
Trecho AB
Linear, com descontinuidade no ponto de aplicação da componente axial de
6kN. Para traçar as linhas, calcula-se N,,, e N,,, da componente e N, . O valor de NA
6 o mesmo da componente axial aplicada em A e vale NA = 3 8 kN (compressão).
EXEMPLOS DE APLICAÇÀO -TRAÇADO DIRETO
Trecho BC
A cortante no trecho é função linear. Na extremidade C é positiva e vale
5kN, na seção em B seu valor é 25kN.
Trecho AB
A cortante varia linearmente, com descontinuidade no meio do vão devido à
componente vertical de 8kN. Para traçar as retas, que têm a mesma inclinação, bastam
o valor em A, os valores à esquerda e a direita da componente de 8kN e o valor em B.
V, = 41kN
V,, = 41 - 3,6 x 2,5 = 32kN
Vdi, = 32 - 8 = 24kN
V, =24-3.6 x 2,5=15kN
Trecho BC
O momento varia parabolicamente. Para traçar a curva basta o valor do
17OkNrri
momento em B e a flecha da parábola.
M,=-2 x 5 - 1 x20=-30kNm
f =-
10 x 2' = 5kNm
8
Reações de apoio Trecho ALI
p - 1 OCN/rri Como há ocorrência de carga distribuída, as funções são parábolas
iLN'
1 1 1 1 I
quadráticas. Para traçar as curvas, determina-se o momento, no ponto de apli-
1 1 ~jcação da carga de IOLN, e as flechas respectivas.
/r M=1,5 x 5 5 + 2 x 10 -170-0,75 XIS=-78,75kNm
1,1k11
-> / Os momentos nas extremidades A e B são conhecidos
M A= -170kNm
,-
-ir~ M, = -30kNm (continuidade da estrutura em B)
Figura 7.61
'saiueFio3 a s!e!xe so5rojsa so e ~ e dapep!nu!)uo3 euo!~odoids e u so)uauou
o!i?ssa3au eras anb
a)!usuei) oeu 3 oe3aln3!pe e anb ~ e i o ue)sea 'wninilsa e ,,.Iu~E,,
mas 'oq3aii e oq3ai1 'aiuauie)aJ!p opvz!leai ias apod semi8e!p sop ope5ei) O
a N 'H ap seuie~6e!psop o p e 5 e ~
i o d o ai> tsr,:ri:,i (q o ] u k , ? ~ i ~ , t , - i ; i (3o
' q . z 9 ' ~'4!g eu septiuasaida~o ~ l s a AI o[n]!de3
ou sepelnqe3 u e i o j o!ode ap sae3ea~s v . e . z 9 ' ~'4!d cp ein)ni)sa eu ope3!lde
o)uaue9aiie3 o e ~ e dsa)ue)!a!los soLojsa sop seuei4e!p so ieu!uuaiaa
iicc:acs de c i a i n Força normal (N)
N,, = -75kN
"L% A k-- N
Trecho BCD
4'>LN /!ikN
Neste trecho a força normal pode ser obtida, em qualquer seçao transver-
Figura 7.62.b
sal, através das forças aplicadas à esquerda ou à direita da seção. É, portanto,
constante e de compressão
Trecho AB
Constante, de compressão e igual a
Trecho DE
Constante, horária e igual a 35kN.
Trecho BCD
Linear; para traçar a reta bastam os valores da cortante ern B e em D
V, = 45kN
v,, = -75kN
Trecho A6
Constante, com descontinuidade no ponto de aplicação da carga de 30kN.
São suficientes os valores da cortante à esquerda e ã direita do carga concentrada.
V,,, = -5kN
Vdi, = -35kN
Note-se que a força cortante, na extremidade de um trecho, é igual a força
nornial no mesmo ponto do trecho ortogonal adjacente e vice-versa.
Trecho AB
Linear, com angulosidade no ponto de aplicação da carga de 30kN. Tração
do lado externo d o trecho. Considerando o lado interno como "embaixo", o
momento fletor na seção correspondente à carga de 30kN e em B é
M = - 3 x 5=-15kNrn
M, = 4 x 5-1x30=-5OkNm
Trecho DE
Linear. Basta calcular M, ,lembrando que a parte interna é "embaixo"
M, = 4 x 35 = -140kNm
Trecho BCD
O momento fletor varia parabolicamente com uma única curva, que inter-
cepta o eixo BCD na articulação C. Para traçar o diagrama basta calcular a
flecha, já que a corda está definida pelos momentos em B e D, já conhecidos.
Figura 7.63
Exemplo 4 - Pórtico atirantado
,
1,5m
4 4rn I;
Im Cálculo das reaçóes
Figura 7.64
Considerando toda a estrutura, Fig. 7.65.a
Figura 7.65
Com CM, = O
com C y = O
com CX = O
R,,+R,,=O :. R,,, =-R HA
com EX = O
R,,+ N,,=O ;. N,,=-R,,=12kN
com Ey = 0
-8-N,,=O .: N,,=-8kN
Figura 7.66
n) I q ~ ~ ~ l í b r,!,>
~ , , r,t> I? h) l : q i ~ l í b r ~ odo ;(i 1-
-1 .. A
IYkN
I
Rill MD 4 % > l l r i ~
e..
M E -.l?kNrri
. .
Figura 7.66
, / ,I
I
Figura 7.67
Trecho EF
M E = 4 x 12 = 48kNm (tracionando internamente)
Trecho EG
ME = 4 x 20 = 80kNm (tração em cima)
M,+48-80=0
M, = 32kNm (no mesmo sentido do momento de 48KNm
do trecho EF e tracionando em cima)
$ b k ~ 1 7iikN
Figura 7.69
Figura 7.71
onde Mo, é o moriiento fletor ria seqão da viga equivaleiiie que corresporide à
projeção sobre ela da articulação C e yc é a ordenada da articulação C, no arco
tri-aniculado.
Figura 7.73
A f o r ~ nornial
a N e a força cortante V, no arco tri-articulado. variam com a
inclinação a da seção transversal. A inclinação a é o ângulo entre a tangente ao
eixo, na seçio considerada, e a direção horizontal. N e V são obtidos através das
projeções da força cortante (V',), calculada na seção correspondente da viga
equivalente, e do enipuxo H, na direção normal e tangencial ao plano da seção do
arco. Desta forma podemos escrever, com o auxílio da Fig. 7.74.b,
\,
V = (v'G)
cosa - ~ s c n a ) (7.12) ,
, >
moniento nulo.
i') I di. I< c '. :5
I
Sendo o eixo do arco uma função da abcissa x c escolhida sua forma pro- i. 5
Exemplo 1
Soluçá0
Figura 7.75.a
11
A
;
-r
(7.1 1) e (7.12). Para uma seção S qualquer do arco, podemos escrever
V = V (si c o s a Hsena
-
(r) (O) I ( 1 ) c o m 1 i= M oc
yc
Coni o auxílio da Fig. 7.76.a e b podemos facilmente calcular M,, , y, H e V' .
No trecho AD do arco, Mo pode ser calculado através dd reação R,, . No
trecho DB, através da reação R,, . Assim, para ri/2 2 a 2 3 0 ° ,
Mo = I 5 x 5 (1-sena)=75 (I-scna)
para 30" 2 a 2 - x / 2 ,
M,=5 x 5 ( l + s e n a ) = 2 5 (]+sena)
-
Exemplo 1 Grelha engastada
ri) I 5 : j u L : : ~ (~Jc ~ . c ~ r r ~ ~ ~ ~ ~ r r , ~ ~ ~ ~ l : ~
lCk'!
Figura 7.78
1211:~
Figura 7.79
Figura 7.80
Momento torçor
Nas grelhas não há ocorrência de esforços axiais. Por outro lado, as forças
aplicadas fora dos planos verticais que contêm as barras provocam o esforço solici-
EXEMPLOS DE APLICAÇÁO
~
- TKAÇADO DIRETO ~
tante momento torçor, já apresentado ao leilor na Seção 5.2. Este momento atua no
plano da seçáo transversal da barra e o vetor que o representa tem a sua linha de ação
tangente ao eixo da barra
Convencionamos como positivo o vetor cujo sentido, determinado pela "regra
._ da mão direita", entra na seção transversal, Fig. 7.80. O esforço é constante nos tre-
chos onde ocorre e sua determinação fica simplificada airavés de cortes imaginários
nos diversos trechos.
Seguindo este procedimento e coni o auxílio da Fig. 7.80 podemos escrever:
Trecho AB
A esquerda do corte imaginário não ocorrem forças fora do plano vertical que
contém a barra. Portanto, T = 0.
Trecho BC
A esquerda do corte encontramos a força de IOkN aplicada em A, portanto
fora do plano vertical de BC. O torçor é positivo e igual a 20 kNm.
Trecho CE
À direita do corte, a carga aplicada em E pertence ao plano vertical de CE,
portanto T = 0.
- Trectio DC
A esquerda do corte temos a reação torçora de 20kNm cujo vetor entra na
s q ã o iransversal. Então T é positivo e igual a 20kNm.
Figura 7.83
-
7.6 GRELHA CURVA OU VIGA BALCAO
L:
IPr:;,.,, .>
com A C = r s e n a e A D = CS = r ( l - c o s a ) .
As equações que determinam os esforços solicitantes para qualquer seção 2,/
transversal são, portanto,
M, = - P r s e n a , provocando tração nas fibras superiores;
T, = -Pr(l - c o s a ) , anti-horário no plano da seção; e Figura 7.85
Figura 7.86
Exemplo 2 - Viga balcão engastada, de eixo circular, submetida a
carga uniformemente distribuída
Figura 7.87
Por sua vez, x, e y, sáo as coordenadas do ponto de aplicação da resul-
tante do carregamento vertical distribuído, no arco AS, em relação ao sistema de
eixos cartesianos com origem na seção S. Os eixos x e y são coplanares com a
estmtura e têm direção e orientação representadas na Fig. 7.87.b.
Os esforços solicitantes na seção genérica são, desta forma,
IouxdA
XR =--
I,"d~
dA = pds = prd0
x = r[i -cos(a-e)]
y=rsen(a-8)
r(sen2a+cos2 a - cosa r
-
- ) =-(i-cosa)
a a
Figura 7.88
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO- TRAÇADO DIRETO
Figura 7.89
Exemplo 3 - Viga balcão de eixo circular, tri-apoiada
Figura 7.90
-
Com CM,,.,,, - O,
2r
R , -
lI
x pm = O :. R,, = 2pr
com CZ = o ,
R,, + R,, + 2pr - p m = 0
com R,, = R,, , por simetria,
- (I - cosa)
I
Figura 7.92
'TRELIÇAS PLANAS
8.1 - GENERALIDADES
! I I I . I < I . L .;
Este tipo de ebtnitura, por sinal uma das mais importantes Formas estru- i,,,, ,. . I , , :'
turais, foi definida anterioriiiente como sendo a estrutura formada unicamente por
barras unidas pelos seus pontos extremos, denominados nós. Quando os eixos das
barras são coplanares, temos as treliças planas.
Para a formação das treliça5 pode-se partir de uma base, suposta ríg-
ida, definindo-se a posiçáo d o n ó inicial através de duas barras e estabele-
cendo-se o s nós seguintes, acrescentando, sempre, duas barras de cada vez
a o sistema inicial. As treliças também podem ser formadas a partir d e três
barras, formando um triângulo, acrescentando-se ao sistema os nós re-
stantes, através d o acréscimo de duas barras. Vale lembrar que para a fix-
ação da treliça assim formada a o seu plano são ainda necessárias três
barras vinculares, que não sejam concorrentes num ponto próprio ou im-
próprio.
As treliças com esta lei de formação são chamadas de treliças simples e sua
funçiio estnitural C a mesma de uma grande viga de alma cheia, adequada para
suportiir cargas ao longo do seu vão. Existem formas consagradas de treliças ade-
quadas às mais variadas funções estniturais como, por exemplo, para pontes e co-
berturas de edifícios. A Fig. 8.1 apresenta algumas treliças siniples de utilização
corrente na engenharia civil.
A função estática da barra da treliça é transmitir uma única força na direçáo
de seu eixo, O que significa esforço cortante e tletor nulo nii barra.
Para que esta distribuição de esforços seja verificada é necessário que os
nós extremos da barra sejam articulações ideais, isto é, sem atrito, e que toda força
concentrada ou distribuída aplicada na treliça o seja através dos nós. Esta situação
provoca, nas barras da treliça, apenas esforços diretos de tração ou compressão,
também chamados de esforços primários.
Na prática, os nós das treliças são ligaçóes rígidas, soldadas ou parafusadas, o
que provocaflexão nas banas. No entanto, se as barras da treliça forem posicionadas
de tal forma que seus eixos sejam concorrentes em cada nó, esta flexão, devido à rigi-
dez dos nós, não afeta significativamente a magnitude dos esforços primários. Desta
forma, para efeito da determinação dos esforços internos nas barras das treliçiu, ob-
jeto do presente capítulo, os nós serão considerados como articulações ideais e as car-
gas supomdas pela estmtura serão sempre aplicadas através dos nós.
Mesmo na treliça ideal, as barras sofrerão pequena flexao devido ao seu peso
própflo. Na prática, essa flexão é em geral desprezada e o peso próprio de cada barra
é suposto concentrado nos seus nós extremos, por intermédio de duas cargas iguais.
Na prática, a aplicaçio das cargas através dos nós é ilustrada na Fig. 8.2, que
representa esquematicamente uma ponte em treliça. As cargas aplicadas no tabuleiro
da ponte - compreendido por um sistema de vigas transversais apoiadas nos nós
correspondentes e por um sistema de vigas longitudinais apoiadas nas transversais -
sáo sem sombra de dúvida transmitidas somente aos nós das treliças.
Figura 8.2
'IKEl.ICAS PLANAS
-
8.2 DETERMINAÇÁO ANAL~TICA DOS ESFORÇOS INTERNOS NAS
BARRAS DAS TRELIÇAS SIMPLES
Exemplos de aplicação
Exemplo 1
\ ! . ,
N
' 2~ ~ ~ ~ ~~~~~ ~~~ ~ ~ ~ ~~ ~~~~~ Seguindo-se o mesmo raciocínio, o próximo nó será o de número 3. A Fig.
x
L'
/ \Ai>b~~ 8.7 representa as forças conhecidas, com os sentidos corretos, e as incógnitas as-
N? j
VlOkN sumidas como de tração.
X
As equações de equilíbrio CX = O e C y = O são, respectivamente,
Figura 8.7
Nl~1.0,5-N~.,.0,5-10-20.0,5=0
i 13kbl Com solução N,-, = 30kN e N,-, = I O k N .
i
u2 li
<
21 -
&<~.~~~~.~~lQi'.l
/'
~~~~~~~~~~~~
I 1 OkN
Figura 8.8
Poderiam, também, ter sido utilizadas equações de projeçáo nos eixos X, y .
O equilíbrio do nó 2, segundo o sentido das forças mostradas na Fig. 8.8,
pode ser expresso conforme as equações seguintes.
-N?-~
J3
-10.--1oJ3=o :. N~~ = - 1 5 4 % ~
Y! 2
+r.,
G
' Finalmente, encerrando o cálculo, equilibra-se o nó núrncro I, visto na Fig.
1i,- 3
N 1 -13/' -1 .iOkN Com o auxílio do ângulo q, formado entre a força NI.B e a vertical, facilmente
I deteminável, podemos estabelecer as equações de equilíbrio segundo x e y.
,,,I
Figura 8.9
N,_A.0,5-Nl~,cosO- 15-30.0,5= 0
Figura 8.10
Exemplo 2
Determinar as forças internas nas barras da trcliça da Fig. 8.1 1 parti o car-
regamento dado.
Figura 8.11
Solução
Reaçóes de apoio
comCy = o,
Nós característicos
N7-,, = N,-,, = O
Figura 8.12
Iniciaremos pelo nó 1, Fig. 8.13, conforme as equações de equilíbrio,
I! '-17
Figura 8.13
Com Z X = 0,
N,_,T
JZ +N1_, = O ;. N,-, =16,5kN
i
V
I ISkN
1'1 7 - u De onde conclui-se, pela (8.1), que N , , = N,-, = N,-, = 16, 5 k N .
I. c, >
A Fig. 8.14 mostra o nó 2 com a força NI.2, agora conhecida, aplicada no
h1
<
.;' \
\
i'
9
t q ( ~=,.'I com C X = O,
1 6 , 5 . &42 4
.+~,~,-+N,~, =O
2 2
.: h'_, =-18.0kN
i ! .5,5lA
Observando-se o nó 6, dadas suas características, conclui-se de imediato
Figura 8.15
quc N2-6 = NO-, = 1 8 k N e N s - 6 = -15kN.
Com Y = 0,
N7_,sen0+ 13,s = 0
com C X = 0,
Com C Y = 0,
Figura 8.16
Y'T
4,5JlÕ.sen8-N,-,-=O :. Ns-,=13,5ak~
2
Figura 8.17
Figura 8.18
P,(P-d,-d,)-R",.~-N ,_,.r,=O :.
Figura 8.19
Pretende-se determinar a forr;a na barra 4-7. Com o auxílio do cortc S I - S I ,
apesar de cortar quatro barras, é possível calcular a força N4.7, pois as outras três
forças internas têm ponto comum no nó 6, como se pode notar pela Fip. 8.19.b.
Com CM, = 0 ,
,
'.. <' -N,-,.h-R,,.!=O .. N,-,=-- R"3.t
h
Figura 8.1Y.h
Outro exemplo de treliça mais complexa mas que segue ainda a lei de for-
mação das treliças simples é o da Fip. 8.20.a, onde prctcnde-se, por cxemplo, de-
terminar a força na barra 3-4.
O ) i,) I
~1 1 : 19;
\
>
,, i <.
\,,
/i
8
,
-
9
.1;& / L :l.k
! ,,'I,<,
T I.:>3
; "1 ;
Figura 8.20
Com C M , , = 0,
I
TRELIÇAS PLANAS
Figura 8.21
I" I. i..
Figura 8.22
O cálculo das reações de apoio foi omitido, tendo em vista sua simplici-
dade. As reações sáo apresentadas na Fig. 8.22.b.
Os cortes, apesar de atravessarem a treliça sempre por três barras, não são
suficientes para determinar todas as forças devido ao paralelismo dos banzos. As
forças nos montantes e nas diagonais podein ser determinadas por equações de
projeçáo ou eqiiilíbrio de nós.
Assiin, iniciaremos a análise pclas forças nos banzos, supcriorcs e inferi-
ores, com os cortes SI-SI , S3-S3 C Ss-S5 e com as partes, à direita ou h esquerda,
, rnenos solicitadas por forças externas, Fig. 8.23.a, b e c.
A
Figura 8.22.b
Figura 8.23
M
Note-se que as equações (8.6) a (8.1 1) são todas do tipo N = I-, onde N
h
é a força procurada, M é o momento de todas as forças externas aplicadas na parte
analisada da treliça, em relação ao ponto de interseção das outras duas, e h é o
braço de alavanca da força procurada em relação ao mesmo ponto. Note-se ainda
que todas as forças nas barras d o banzo inferior são positivas ou nulas e as do ban-
zo superior são negativas ou nulas.
O momento M das forças externas em relação aos pontos de interseção das
duas outras barras, em cada corte, é igual ao momento fletor na seção transversal
de uma viga equivalente, de alma cheia, nos pontos correspondentes. A viga
equivalente tem o mesmo vão, a mesma vinculação e a mesma solicitação da es-
trutura real. O sinal das forças, nos banzos, corresponde à fibra tracionada (+) ou
comprimida (-) na extremidade inferior e superior, respectivamente, da viga
equivalente. A Fig. 8.24.a, na página seguinte, mostra a treliça e a viga equiva-
lente.
Figura 8.24
M
N (banzo superior) = -- (8.12)
h
M
N (banzo inferior) = - (8.13)
h
I
projeção das forças nas diagonais, para o eixo vertical, obtemos N2.3,N4.5 e Nh.,.
TRELIÇAS PLANAS
P
N,_, =-
cosa
P - P - N,., cosa = 0 :.
o
N , ~ ~=-=O
,
cosa
:, '5Jv ' r d 1 ,
+ -,. ! '
i -,I
,
7 - , ,
-
i$
- I
Figuras 8.23.a, b e c
i' 1 I
Figura 8.25
N,-,cosa+P-P=O . N,_,=--
o -0 (8.18)
cosa
P
2 p - P -N,-, cosa =O :. N5-, =- (8.19)
cosa
Figura 8.26
TRELIÇAS PLANAS
Com z y = o,
Com C y = o,
Figura 8.27
Exemplo 3
Figura 8.28
b) Para este novo arranjo, determinar as forças nas barras, utilizando a viga
equivalente.
Com CM, = 0,
com CY = 0,
Figura 8.29.a
O passo seguinte é o traçado dos diagramas de V e M na viga equivalente.
Os diagramas estão representados na Fig. 8.29.b e 8.29.c.
Figura 8.29
I 1
Figura 8 3 0
À vista da Fig. 8.30.a percebe-se que para haver equilíbrio no sentido vertical
é necessário que a diagonal 1-3 esteja comprimida. Concluímos que, para uma cor-
tante positiva, no trecho correspondente, a diagonal deve ser ascendente para a es-
querda para ficar tracionada. A disposição das diagonais, portanto, deve ser tal que,
nos painéis que correspondam a trechos com cortante positiva, sejam asccndentes
para a esquerda, valendo o contrário para os painéis que correspondam a cortantes
ncgativas, na viga cquivalente. A nova disposição é apresentada na Fig. 8.30.b.
NI-4
--I - 25 - 2 5 & k ~
cosa a 1 2
N3-5
-L=--
V
-
cosa 4/21
2
-5&k~
cosa a 1 2
NX-,,,
-
-
* - 35 - 3 5 & k ~
cosa &12
N,".,l
I
- VV - 1 1 -
30 - 3 0 & k ~
cosa a 1 2
_I- - -
10 = I O & ~ N
Nl2-I4 -
cosa Ji12
Os montantes cujos cortes de Ritter atravessam três barras são apenas dois,
montantes 3-4 e 7-8; o sinal é analisado pelo equilíbrio.
Os demais montantes são analisados por equilíbrio dos nós; assim temos,
de acordo com a Fig. 8.31,
Figura 8.31
N,-, =-25kN
N =-2okN
N,_,, = -65kN
N1,_,,= O (n6 característico)
Nl,-,,=-lOkN
Figura 8.32
TRELIÇAS PLANAS
-
8.3 TRELIÇAS ISOSTÁTICAS COMPLEXAS
Figura 8.33
Figura 834
Figura 8.35
1
...\
borro' d c
,,,,, siibstiliiiçiio ") ,.,,,
I
+P V'
Figura 8.34
(0) (1)
Figura 8.35
onde
com XI, X2, X3...sendo, respectivamente, as forças nas direções da primeira, se-
gunda, terceira ...barras ficticiamente eliminadas.
A força na barra genérica i da treliça original será, então, determinada pela
expressão
Ni. = N i , + X , N j , + X , N , , + X , N i , + ... (8.27)
Exemplo de aplicação
Figura 8.36
Solução
Como se pode perceber após o cálculo elementar das reações, não é possí-
vel prosseguir com a análise da treliça. É, portanto, um caso de treliça complexa,
solucionável pelo método de Henneberg.
Esquema de soluçao
a) Barra retirada
A barra a ser retirada deve ser tal que permita o cálculo pelos processos
analíticos vistos anteriormente.
b) Barra de substituição
Figura 8.37
TRELIÇAS PLANAS
---
Esquema de solução
~ ~
Figura 8.38
P/'? d-
2, ~,,4
P/??,:\:''
.,
'/Z '
,
!
A
VS' ,
(No! (N 1)
Figura 8.39
As forças nas barras do problema real podem ser determinadas por super-
posição,
Tabela 8.1
TREI.IÇAS PLANAS
Figura 8.40
8.4 - DETERMINAÇÃO GRÁFICA DOS ESFORÇOS INTERNOS NAS BARRAS
DAS TRELIÇAS SIMPLES
Exemplo 1
Seja determinar graficamerite pelo método dos nós as forças internas nas
barras da treliça simples da Fig. 8.41.
Figura 8.41
I
no nó 4. A reação R,, provocada no apoio móvel, tem a sua direção definida pela res-
trição ao deslocamento imposta pelo vínculo. A linha de ação de R,, portanto, encon-
tra a linha de ação da resultante no ponto 0.A direção de R3, devido ao apoio fixo, é
então determinada pela condiçáo de que a sua linha de ação também passa por 0.
As Fig. 8.42.a e b ilustram o procedimento adotado e o cálculo das reações
pelo polígono das forças, respectivamente. O módulo da resultante 6 R = P e como
Figura 8.42
primeiro passo no cálculo gráfico deve-se escolher uma escala gráfica para as
forças, por exemplo: 15mm = P.
O sentido das reações foi determinado no polígono fechado com a condiçáo de
que as forças, em tomo do polígono, dirijam-se da sua origem para sua extremidade.
/' 4 A intensidade das reações é determinada medindo-se, no polígono, pela escala. A Fig.
/' /l<5-lG
I' K: IPG 8.43 apresenta os resultados.
As forças internas nas barras da treliça serão calculadas, como jb se disse, gra-
Figura 8.43 ficamente. Com o auxílio da Fig. 8.43, iniciaremos pelo nó 4 isolado como um ponto
material, submetido às forças internas N2-4 e N3.4 e à carga P. O equilíbrio do nó é
condicionado ao fechamento do polígono das forças N2-4, N3-4 e P. Para organizar os
desenhos de cada polígono, adotamos o sentido horário como percurso para o traçado
das forças em torno do nó. Desta forma, inicia-se com a força P, em seguida traça-se
a força N3.4 e finalmente fecha-se o polígono com o traçado da [orça N2.4, conforme
Fig.8.44. As intensidades das força'; devem ser medidas com a escala e os sentidos,
determinados pela sequência das forças em torno do polígono -origem para extrem-
idade. Observando-se o sentido das forças como ação das barras sobre o nó, concluí-
mos que a barra 2-4 está tracionada (Força N2.4 saindo do nó) e que a barra 3-4 está
comprimida (força N3.4 entrando no nó). Repetindo-se as operações anteriores para o
nó 2, sobre o qual se conhece a ação da barra 2-4, obtém-se N 1 ~ e2 N 2 ~ 3repetindo-se
,
em seguida para o nó 3 e finalmente para o nó 1.
Figura 8.44
TKELIÇAS PLANAS
%y/ ,,i
midade de R3 e extremidade na origem de NZ.3,portanto, com origem e extremi-
dade no mesmo ponto. Isto significa que a força NI.3 é nul" fato que pode ser
confirmado pela análise do nó I . Duas forças colineares, R, e N,.z, de mesma in-
tensidade e sentidos contrários, e uma terceira, Ni.3, configuram um nó carac-
terístico, já visto na Seção 8.2, item b. Os polígonos das forças, para cada nó
equilibrado, estão representados na Fig. 8.44.
Os resultados podem ser apresentados em tabela ou sobre o esquema da
treliça, conforme apresentado na Fig. 8.45.
8.4.2 - P l a n o C r e m o n a o u d i a g r a m a d e Maxwell
Notação de Bow
A
.--/ ~-,':,,; ,,,, ','
nada por letras maiúsculas. As zonas entre as forças internas às barras da treliça
serão denominadas por letras rninúsculas. A notação adotada é apresentada na / (: ?
:1
treliça do exemplo anteriormente rcsolvido, Fig. 8.46.b. L ,
,, I??
.>
Adotando-se um scntido dc percurso, externo e cm tomo dos nós, por exein- /
plo horário, cada força passará a ter a seguinte denominação: a Torça extcrna P será
Figura 8.46.b
denominada A-B, a rcação R3 será B-C e a reaçúo R, será denominada C-A. As
forças internas serão relacionadas pelos nós, assiin a força na barra 1-3 será a-C
quando relacionada ao nó I c C-a quando relacionada ao nó 3.
Podcmos, agora, descrever o método, utilizando a treliça da Fig. 8.46.b. O
Cremona é iniciado traçando-se o polígono das forças externas e adotando-se uma es-
cala para representar graficamente as forças. A scguir, partindo-sede um nó formado
por duas barras, por exemplo o nó 4, traça-se o polígono fechado, que representa o
equilíbrio das forças que concorrem no nó. Percorrendo-seo nó no sentido horário, a
partir da força P representada pelo segmento A-B, traça-se uma paralela h força in-
, ' ~,
i-
I
tema B-b, a partir do ponto B. O polígono é fechado pela paralelah força b-A, traçada
,.~,.~<Ic, .i,, 'r ,<;,:~,
a partir de A e que intercepta a anterior no ponto b. O polígono fechado relativo ao
Figura 8.46.c
equilíbrio do nó 4 é, então, A-6-b-A. Passa-se em seguida ao nó 2, ondcjá seconhece
a força A-b. Traçando-se uriia paralela à força b-a a panir do ponto b e uriia paralela
à força a-A a partir de A, elas devem se interceptar no ponto a. quc no caso do exem-
plo coincide com o ponto C. O polígono das forças, para o nó 2, 6, então. A-b-a-A.
Os polígonos de forças referentes aos nós 3 e Ijá estão traçados no Crcmona e são,
respectivamente, B-C-a-b-B e C-A-a.C. As intensidades das forças são determinadas
na figura por cálculo ou medidas pela escala e seus sentidos determinados como açZo
das barras sobre os nós. No exemplo resolvido, a força interna na barra 2-4 é, segundo
a notação de Bow, A-b em relação ao nó 2, ou b-A em relação ao nó 4.
') I) 4 No Cremona, tanto o sentido A-b afasta-se do nó 2 quanto o sentido b-A afasta-
A-/' se do nó 4. A força interna na barra 2-4 é portanto de r r a ~ i oPara
. a barra 3-4. a força
/1,. ~ - 1 3 ~
internaem relação ao nó 4 é B-b. Na figura do plano Crcmona, o sentido B-b aproximn-
se do nó 4, portanto a barra está comprimida. Repetindo-se o procedimento são deter-
minados os sentidos das forças internas restantes: N2.2 (compressão) r NI.2 (tração).
A forca na barra 1-3, designada por a-C ou C-a, tem os pontos a e C coinciden-
Figura 8.45 tes no Cremona, o que indica força nula. Resultados representados na Fig. 8.45.
TRELICAS PLANAS
Exemplo 2
Figura 8.47
Traçado do Cremona
Exemplo 2
Figura 8.47
Traçado do Cremona
I
barras 3-5 (A-c), a partir de A, e 3-4 (c-b), a partir do ponto b.
TRELICAS PLANAS
Tabela 8.2
BANZO INFERIOR
7-I
~ a t a c i T E s G -
I de Bow
-
ax~al(W
1 - i - -
de Bow
- L
axial (kN)
- -
-
2-3
-
a-hlb-a I c-blb-c 8,33
Figura 8.49
BIBLIOGRAFIA
AMARAL, O.C. Estruturas isostáticas. 3" ed. Belo Horizonte, UFMG - Imp-
rensa Universitária, 1977.
BEER, F.P.; JOHNSTON JR., E.R. Mecânica veiorial para engenheiros: estática.
Saed. São Paulo, Makron, 1991.
CAMPANARI, F.A. Teoria das estruturas. Rio de Janeiro, Guanabara Dois,
1985. V. 1.
MORI, D.D. et alii. Exercícios propostos de resistência dos materiais. Za ed. São
Carlos, Serviço Gráfico da EESC, 1978. Fasc. 1.
RIHLIOCRAFIA
POPOV, E.P. Introdilção d mecânica dos sólidos. São Paulo, Edgard Blucher,
1992.
ROCHA, A.M. Teoria e prática das estruturas. Rio de Janeiro, Científica, 1973.
v. 1.
SÁLES, 1.1.; MALITE, M.; GONÇALVES, R.M. SET 403 -Sistemas estrutur-
ais: elementos estruturais. São Carlos, Serviço Gráfico da EESC, 1994.
Impressão:
Suprema Grbfica e Editara Ltda.
-
Tel. (016) 271-3329 São Carlos - SP