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Volume 9(3) ib.usp.

br/revista

Dezembro 2012

Cronobiologia
Revista da Biologia Expediente
Publica textos de todas as áreas da Editor Executivo
Biologia, abordando questões gerais Carlos Rocha
(ensaios e revisões) e específicas (artigos
experimentais originais, descrição de Coordenadores
técnicas e resumos expandidos). Agustín Camacho
Daniela Soltys
Há espaço também para perspectivas Pedro Ribeiro
pessoais sobre questões biológicas com Rodrigo Pavão
relevância social e politica (opinião).
Editor científico
A Revista da Biologia é gratuita e Mirian David Marques
exclusivamente on-line. Sua reprodução é
permitida para fins não comerciais. Consultores científicos
Barbara Mizumo Tomotani
ISSN1984-5154 Cintia Etsuko Yamashita
Crhistiane Andressa da Silva
www.ib.usp.br/revista Cyrus Antônio Villas Boas
Daiane Gil Franco
Contato Diego de Carvalho
Emerson Castilho Martins
revistadabiologia@gmail.com Érico Felden Pereira
Erika Cecon
Revista da Biologia Fábio Viegas Caixeta
Rua do Matão, trav. 14, 321 Felipe Beijamini
Cidade Universitária, São Paulo Gisele Akemi Oda
São Paulo, SP Brasil Ilton Santos da Silva
CEP 05508-090 João Paulo de Pontes Matsumoto
José Eduardo Soubhia Natali
Kathiane dos Santos Santana
Marco Antonio Pires Camilo Lapa
Marina Granado e Sá
Mark Thomaz Ugliara Barone
Volume 9(3) Pedro Leite Ribeiro
Renata Brandt Nunes
Publicado em dezembro de 2012
Renata Pereira Lima
Rodrigo Pavão
Sérgio Arthuro Mota Rolim
Wataru Sumi

Editores gráficos
Juliana Roscito
Leonardo M. Borges

Imagem da capa: “Ecuador circle of Life” por glorious journey photoraphy (www.flickr.com/glorious_jour-
ney_photography/)
Editorial
Mirian David Marques
Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo

Todos os ambientes na Terra são cíclicos e nossa vida é construída em condições alternantes de claro e escuro, quente e
frio, seco e úmido... Esta relação permanente com ciclos ambientais provoca uma sensação de intimidade com fenômenos
oscilatórios. Talvez tenha sido essa sensação que trouxe outra: a de que o conhecimento sobre ritmos biológicos é intuitivo
e que não há necessidade de aprofundamento no assunto, sequer de formalização de uma área específica do conhecimento,
como a cronobiologia. Felizmente esta tendência tem perdido forças e o estudo dos ritmos biológicos vem se firmando
como uma área “digna de respeito”. Sua popularidade aumentou significativamente a partir dos anos 1990, com a desco-
berta das alças moleculares responsáveis pela geração dos ritmos.
Como sempre acontece, o aspecto favorável e altamente promissor, provocado pela popularidade, foi acompanhado
por outro não tão recomendável, que é o descaso com o tratamento formal e conceitual do fenômeno rítmico. A literatura
cronobiológica recente mostra exemplos de uso indevido de conceitos e terminologia, além – e muito pior – de resultados
obtidos em condições experimentais inadequadas e aplicação equivocada da metodologia pretensamente especializada.
Com todos estes altos e baixos, ainda assim a área cresce rapidamente, com descobertas e novos detalhamentos impor-
tantes.
Entre as tendências atuais favoráveis está aquela que trás de volta a pesquisa de ritmos no ambiente natural. Proce-
dimento fundamental para a compreensão de mecanismos adaptativos, a pesquisa de campo havia sido posta de lado em
favor dos dados obtidos em laboratório, o que pode explicar a raridade de interlocução da cronobiologia com a ecologia.
Cresce também o número de trabalhos que usam a biologia molecular como ferramenta aplicada a protocolos clássicos no
estudo de ritmos. Praticamente, todo o conhecimento básico das propriedades e mecanismos rítmicos foi baseado numa
metodologia de ‘caixa preta’. As ferramentas moleculares estão auxiliando na abertura da caixa e melhorando a compre-
ensão dos processos.
Este breve apanhado da situação da cronobiologia no cenário moderno explica um pouco as razões que me levaram
a aceitar o convite dos editores da Revista da Biologia para que organizasse este número especial. Na posição de veterana,
sinto-me responsável pela divulgação de trabalhos daqueles que se iniciam na área. E o que melhor do que divulgar re-
sultados de alunos em diferentes níveis de formação? Os textos originais mostraram a diversidade de interesses e a diver-
sidade do grau de envolvimento com o estudo de ritmos biológicos. Mostraram também as dificuldades de muitos para
lidar com os processos temporais, reflexos do ainda pequeno número de cursos e de publicações básicas em cronobiologia.
Esperamos todos, que esta amostra dos trabalhos em desenvolvimento sirva de incentivo para aumentar o interesse pelo
tema. Assuntos interessantes não é o que falta, como se pode comprovar pelos trabalhos apresentados.
Antes de encerrar, quero deixar aqui meus agradecimentos e dos editores a todos aqueles que muito colaboraram
para que este número fosse possível. Cada texto foi analisado por dois revisores. Os revisores eram pós-graduandos ou
pós-doutorandos, voluntários. É importante dizer que nenhum convidado recusou-se a participar; pelo contrário, todos
se ofereceram para revisões posteriores, caso fossem necessárias.
Um agradecimento especial aos editores, pelo convite e pela oportunidade de divulgação do trabalho em cronobio-
logia. A disposição de manter esta revista elaborada por pesquisadores não docentes revela entusiasmo e interesse que tor-
nam a vida acadêmica ainda mais excitante. Por fim, preciso mencionar a paciência enorme que precisaram ter para lidar
com minhas muitas impossibilidades, provocadas por motivos acadêmicos e pessoais. Mas, depois de tantos adiamentos,
o número está pronto e com muitos pontos de interesse. Boa leitura.
Glossário
Mirian David Marques1 & Gisele Oda2
1
Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo
2
Departamento de Fisiologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo

Estudando propriedades temporais, uma novidade dentro da biologia, especialistas em cronobiologia precisaram desen-
volver métodos experimentais especiais e uma nova terminologia que descrevesse adequadamente conceitos e fenômenos.
Os termos foram surgindo aos poucos, à medida que se fazia necessária uma descrição precisa dos processos encontrados.
Através de uma vista geral nos termos abaixo, podemos ter uma ideia dos diferentes caminhos percorridos pelos pioneiros
no estudo dos ritmos biológicos, ora adotando a terminologia clássica da física de movimentos oscilatórios, ora criando
neologismos, como zeitgeber, acrofase e circadiano.
Neste glossário, apresentamos apenas alguns dos termos empregados, aqueles usados mais frequentemente. Mantivemos
a forma tradicional e mais aceita pela comunidade de cronobiólogos, apesar de que novas denominações têm surgido,
causando, às vezes, problemas de compreensão dos fenômenos que deveriam descrever com precisão.
Para outras definições, poderão ser consultadas as referências:
Aschoff J, Klotter K, Wever R. 1965. Circadian vocabulary. In: Circadian Clocks, J Aschoff (ed.). Amsterdam: North-
-Holland Publishing Co.
Glossário. 2003. In: Cronobiologia: Princípios e Aplicações, N Marques e L Menna-Barreto (orgs.) p. 361-368.
Refinetti R. http://www.circadian.org/dictionary.html

Termos

Acoplamento (inglês “coupling”) – interação de dois osciladores, resultando em ajustes mútuos de seus períodos e fases.
Ad libitum (latim “à vontade”) – condição de manutenção de animais em laboratório em que alimentos e/ou água são
disponibilizados continuamente.
Acrofase (inglês: “acrophase”) – fase na qual a variável rítmica assume o valor máximo. Unidade: hora/minutos ou graus/
minutos.
Actograma (inglês: “actogram”) – representação gráfica do padrão de atividade/inatividade de um organismo. O gráfico
consiste no empilhamento de registros de 24 horas cada um, de modo a facilitar a visualização da distribuição temporal
da atividade e do repouso.
Adiantamento de fase – ver “deslocamento de fase”
Amplitude (inglês: “amplitude”) – diferença entre os valores máximo e médio de uma variável rítmica. Unidade: mesma
da variável medida.
Arrastamento (inglês: “entrainment”) – processo dinâmico no qual um ciclo externo força um oscilador, modificando o seu
período e estabelecendo uma relação de fase fixa entre eles.
Arrastamento paramétrico (inglês: “parametric entrainment”) – forma de arrastamento devida principalmente ao força-
mento contínuo do zeitgeber. No arrastamento por um ciclo claro/escuro, a luz atua continuamente (parametricamente)
sobre o oscilador durante toda a fotofase.
Arrastamento não paramétrico (inglês: “non-parametric entrainment”) – forma de arrastamento devida à ação impulsiva
do zeitgeber, restrita a fases discretas do oscilador. Em condições naturais, os impulsos acontecem nos crepúsculos matu-
tino e vespertino.
Atraso de fase – ver “deslocamento de fase”
Catemeralidade – padrão exibido por animais que apresentam episódios de atividade em intervalos esporádicos e randô-
micos durante o dia ou à noite. Durante esses episódios, ocorrem forrageamento, interações sociais e todas as atividades
que garantem a sobrevivência da espécie. Padrões catêmeros foram originalmente descritos em primatas.
Circadiano (inglês: “circadian”) – cerca de um dia.
Circarritmo (inglês: “circa-rhythm”) – ritmo endógeno, gerado por um oscilador cujo período é semelhante àquele de um
ciclo ambiental (dia/noite, marés, lunar, etc) e que, em condições naturais, é arrastado por ele.
Criofase – ver “termoperíodo”.
Curva de resposta de fase (acrônimo: CRF) (inglês: “phase response curve”, PRC) – demonstração gráfica de deslocamentos
de fase (atrasos e adiantamentos) causados por uma única perturbação administrada nas diferentes horas circadianas de
um oscilador em livre curso.
Deslocamento de fase (símbolo Δϕ) (inglês: “phase shift”) – mudança de fase, que pode ser: adiantamento de fase (símbolo
+Δϕ) (inglês: “phase advance”) ou atraso de fase (símbolo -Δϕ) (inglês: “phase delay”).
Dessincronização (inglês: “desynchronization”) – perda da sincronização entre um ritmo e seu zeitgeber ou entre dois
ritmos.
Dessincronização interna (inglês: “internal desynchronization”) – perda da sincronização entre ritmos de um mesmo orga-
nismo, pela quebra da ordem temporal interna.
Dia subjetivo (inglês: “subjective day”) – “dia” na escala de tempo de organismo em livre-curso. Por exemplo, horários em
que um animal diurno expressa atividade, em condição ambiental constante de claro ou de escuro.
Diário (inglês: “daily”) – com a duração precisa de um dia.
Diurno (inglês: “diurnal”) – caracterização de um fenômeno periódico diário que ocorre durante o dia, em ciclos dia/noite.
Oposto de ‘noturno’.
Fase (símbolo letra grega ϕ, fi) (inglês: “phase”) – tempo correspondente a uma fração do período de uma oscilação.
Fotoperíodo (inglês: “photoperiod”) – relação entre a duração das fases de claro e de escuro, em ciclo claro/escuro, dividido
em:
- fotofase (inglês: “photophase”): fase de claro do fotoperíodo
- escotofase (inglês: “scotophase”): fase de escuro do fotoperíodo
Fotoperíodo esqueleto (inglês: “skeleton photoperiod”) – regime de iluminação em que são empregados dois pulsos de luz
que simulam os crepúsculos matutino e vespertino.
Frequência (inglês: “frequency”) – o recíproco de ‘período’: número de vezes que um fenômeno ocorre em um determina-
do intervalo de tempo.
Hora circadiana (inglês: “circadian time”) – unidade de tempo que corresponde a τ/24h.
Hora do zeitgeber (inglês: “zeitgeber time”) – unidade de tempo que corresponde a 1/24 do período de um zeitgeber.
Infradiano (inglês: “infradian”) – que tem uma frequência menor do que uma vez por dia, portanto com um período mais
longo (até 28h) que o circadiano.
Livre curso (inglês: “free-run”) – estado do oscilador biológico quando o organismo é submetido à condição experimental
em que todas as variáveis ambientais são mantidas constantes.
Mascaramento (inglês: “masking”) – processo de sincronização ou de perturbação da expressão de um ritmo provocado
por um fator ambiental sem que haja modificação do período ou da fase do oscilador.
MESOR acrônimo de “Midline Estimating Statistic of Rhythm” – é o valor médio da curva ajustada a uma série temporal
de variável rítmica.
Noite subjetiva (inglês “subjective night”) – “noite” na escala de tempo de organismo em livre curso. Por exemplo, horários
em que um animal noturno expressa atividade, em condição ambiental constante de claro ou de escuro.
Noturno (inglês: “nocturnal”) – caracterização de um fenômeno periódico que ocorre durante a noite, em ciclos dia/noite.
Ordem temporal interna (inglês: “internal temporal order”) – estado em que ficam arranjados os diversos ritmos de um
organismo. É expressa pelo estabelecimento de relações de fase estáveis entre os diferentes osciladores internos.
Oscilador (inglês: “oscillator”) – sistema capaz de gerar uma variação periódica em uma variável de estado.
Período (inglês: “period”) – intervalo de tempo em que uma oscilação se completa.
Pós efeitos (inglês: “after-effects”) – propriedade do ritmo detectada em condição de livre curso, que faz com que a expres-
são rítmica mantenha traços de uma condição prévia de arrastamento.
Relação de fase (símbolo letra grega ψ, psi) (inglês: “phase relation”) – Diferença entre duas fases de referência correspon-
dentes a dois osciladores.
Ritmo biológico (inglês: “biological rhythm”) – variável fisiológica/comportamental que assume valores que variam perio-
dicamente.
Ritmo circadiano (inglês “circadian rhythm”) – ritmo biológico gerado endogenamente com um período de cerca de 24
horas, detectado em condições ambientais constantes.
Ritmo diário (inglês “daily rhythm”) – ritmo biológico exibido por um organismo em condições naturais, com período
igual a 24 horas. Importante: nem todos os ritmos diários são circadianos.
Ritmo endógeno (inglês: “endogenous rhythm”) – ritmo gerado pela ação de um oscilador e que pode ser detectado apenas
em condições de livre curso. Também chamado “ritmo em livre curso”.
Série temporal (inglês: “time series”) – conjunto de valores obtidos em observações ou procedimentos experimentais, or-
ganizados cronologicamente.
Sincronização (inglês: “synchronization”) – processo dinâmico que resulta em dois osciladores apresentando uma relação
de fases fixa.
Tau (símbolo τ) – período do ritmo endógeno.
Termofase – ver “termoperíodo”
Termoperíodo (inglês: “termoperiod”) – relação entre as durações das fases quente e fria, em um ciclo ambiental de tem-
peratura dividido em duas fases:
- termofase (inglês: “termophase”): fase com a temperatura mais alta
- criofase (inglês: “cryophase”): fase com a temperatura mais baixa
Transientes (sempre no plural) (inglês: “transients”) – estados oscilatórios temporários entre dois estados estáveis. Termo
usualmente empregado para descrever o estado do oscilador na passagem da condição em livre curso para a condição de
arrastamento, ou na passagem de uma condição de arrastamento para outra em que há deslocamento de fase.
Ultradiano (inglês: “ultradian”) – que tem frequência maior do que uma vez por dia, portanto com período mais curto (até
20h) que o circadiano.
Zeitgeber (neologismo alemão, plural ‘zeitgebers’) – ciclo ambiental que promove o arrastamento de um oscilador biológi-
co. O oscilador tem seu período ajustado pelo zeitgeber e mantém com ele uma relação de fase estável.

Símbolos

C = fase de claro do fotoperíodo


E = fase de escuro do fotoperíodo
CE = ciclo claro/escuro. Ex. “CE 14:10” representa 14 horas de claro e 10 horas de escuro em cada ciclo de 24 horas.
CC = claro constante
EE = escuro constante
CRF = curva de resposta de fase
τ = período do ritmo em livre curso; revelado apenas em condições ambientais constantes.
T = período do zeitgeber
ϕ = fase
Δϕ = deslocamento de fase
+Δϕ = adiantamento de fase
-Δϕ = atraso de fase
ψ = relação de fase

Principais Genes e Proteínas do Relógio Biológico

Clk (Clock) – acrônimo de “Circadian Locomotor Output Cycles Kaput”, proteína CLK. CLK, dimerizada com CYC (in-
setos) ou com BMAL1 (mamíferos), tem papel central como fator de transcrição no oscilador circadiano. Descrição: Vi-
taterna MH, King DP, Chang AM, Kornhauser JM, Lowrey PL, McDonald JD, Dove WF, Pinto LH, Turek FW, Takahashi
JS. 1994. Mutagenesis and mapping of a mouse gene, Clock, essential for circadian behavior. Science 264 (5159): 719–25.

cry (cryptochrome), proteína CRY – dois genes, cry1 e cry2 codificam para duas flavoproteínas, sensíveis à luz azul e en-
contradas tanto em plantas, quanto em animais. Em insetos e em plantas, CRY1 modula diretamente o acesso da luz ao
oscilador circadiano. Em mamíferos, CRY1 e CRY2 são repressores de transcrição, atuando diretamente no oscilador. Des-
crição da ação em Drosophila: Emery P, So WV, Kaneko M, Hall JC, Rosbash M. (1998). CRY, a Drosophila clock and light-
-regulated cryptochrome, is a major contributor to circadian rhythm resetting and photosensitivity. Cell, 95 (5): 669–79.

cyc (cycle), proteína CYC – fator de transcrição que se dimeriza com CLK. Correspondentes moleculares em mamíferos
são Bmal1 e Mop3. Descrição: Rutila JE, Suri V, Le M, So WV, Rosbash M, Hall JC. 1998. CYCLE is a second Bhlh-PAS
clock protein essential for circadian rhythmicity and transcription of Drosophila period and timeless. Cell, 93: 805-813.
frequency (frq), proteína FRQ – Componente principal do oscilador molecular do fungo Neurospora. Tanto o mRNA de
frq, como sua proteína expressam ritmo circadiano e FRQ reprime a abudância de seu próprio transcrito. Descrição: Feld-
man JF, Hoyle MN. 1973. Isolation of circadian clock mutants of Neurospora crassa. Genetics, 75: 605-613.

kai, proteína KAI – Componente positivo da alça de retroalimentação do oscilador da bactéria Synechococcus. KAI liga-
-se ao DNA dos promotores de genes do relógio e ativa sua transcrição. Descrição: Ishiura M, Kutsuna S, Aoki S, Iwasaki
H, Andersson CR, Tanabe A, Golden SS, Johnson CH, Kondo T. 1998. Expression of a gene cluster kaiABC as a circadian
feedback process in cyanobacteria. Science, 281 (5382): 1519-1523.

per (period), proteína PER – Gene originalmente detectado no cromossomo X de Drosophila melanogaster. PER dimeri-
za-se com TIM e o complexo volta para o núcleo, inibindo o fator de transcrição de per e tim, o heterodímero CLK/CYC.
Em mamíferos ocorrem três genes da família per: per1, per2 e per3. Descrição: Konopka RJ, Benzer S. 1971. Clock mutants
of Drosophila melanogaster. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A., 68 (9): 2112–6.

tim (timeless), proteína TIM – Proteína TIM age em conjunto com PER, formando um dímero. TIM é degradada durante
o claro, tendo, portanto, papel essencial no processo de arrastamento pelo ciclo claro/escuro. O papel de tim em outros
grupos animais ainda não está esclarecido. Descrição: Sehgal A, Price JL, Man B, Young MW. 1994. Loss of circadian beha-
vioral rhythms and per RNA oscillations in the Drosophila mutant timeless. Science, 263 (5153): 1603–1606.

Tau mutação – mutação de um único gene, detectada no hamster, Mesocricetus auratus, que afeta a expressão circadiana,
provocando um encurtamento do período do ritmo endógeno de 24h para 20h. Descrição: Ralph MR, Menaker M. 1989.
A mutation of the circadian system in golden hamsters. Science, 241: 1125-1127.
Volume 9(3)
Índice
Diurnos ou Noturnos? Discutindo padrões temporais de atividade 1
Diurnality and nocturnality: discussing activity patterns
Barbara M. Tomotani, Gisele A. Oda

Investigando a sincronização fótica na natureza 7


The photic synchronization in nature: an investigation
Danilo Eugênio de França Laurindo Flôres

Efeitos das variações de temperatura ambiental em ritmos circadianos 13


Effects of environmental temperature changes on circadian rhythms
Patricia Tachinardi

Genética molecular dos ritmos circadianos em insetos vetores 19


Molecular genetics of circadian rhythms in insect vectors
Gustavo Bueno da Silva Rivas

Period3: um gene relacionado com a sincronização de ritmos circadianos pela luz 26


Period3: a gene related with synchronization of circadian rhythms to light
Danyella Silva Pereira, Flavia Cal Sabino, Guilherme Silva Umemura

Fotopigmentos e arrastamento fótico 32


Photoentrainment and Photopigments
Leonardo H. R. G. de Lima

As proteínas de relógios e o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal de fêmeas de


roedores 41
Clock protein and hypothalamus-pituitary gonadal axis of female rodents
Maristela de Oliveira Poletini

Cronobiologia vegetal: aspectos fisiológicos de um relógio verde 45


Plant chronobiology: physiological aspects of a green clock
Ivan Santos Salles e Marcos Silveira Buckeridge

Coordenação temporal da degradação das reservas dos cotilédones de jatobá


(Himenaea courbaril L.) 50
Temporal coordination of degradation of jatobá’s cotyledons reserves (Himenaea courbaril L.)
Ivan Santos Salles e Marcos Silveira Buckeridge

Ritmos de populações: o caso das abelhas sem ferrão 53


Population rhythms: the case of stingless bee colonies
Rodrigo Cantamessa Gonçalves, Mirian David Marques
O valor biológico do período circadiano 58
The biological value of the circadian period
Bruno Jacson Martynhak, Flávio Augustino Back, Fernando Louzada

Gênese e ontogênese do ritmo de sono/vigília em humanos 62


Genesis and ontogenesis of sleep/wake rhythm in humans
Clarissa Bueno, Daniela Wey

Interação entre sincronizadores fóticos e sociais: repercussões para a saúde


humana 68
Interaction between photic and social synchronizers: repercussions for human health
Érico Felden Pereira, Tâmile Stella Anacleto, Fernando Mazzilli Louzada

Estimativa de tempo em humanos: bases, ontogênese e variação diária 74


Time estimation in humans: basis, ontogenesis and daily variation
Mario André Leocadio Miguel

Novo instrumento de aferição do ritmo de temperatura periférica em humanos: um


estudo de caso 80
New device for measuring peripheral temperature rhythm in humans: a case study
Daniela Wey

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