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Lais R.

Lopes – RESUMO
2013.2

PROVA II – SUCESSÕES – PONTO 5


SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA

 A sucessão testamentária é conduzida pelo testamento, sendo um principio de direito sucessório o respeito à vontade
do extinto. O testamento pode contemplar herdeiros, que sucedem a título universal, e legatários, que sucedem a título
singular.

 Quanto à capacidade de testar (ativo), deve-se obedecer ao disposto no artigo 104 do CC que dispõe: ‘’a validade do
negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita
ou não defesa em lei’’, bem como o artigo 1860, §u atribui como testador os maiores de dezesseis anos’’. Forma-se uma
tríplice qualificação: idade + sanidade mental + objeto licito, possível, determinado ou determinável. Entretanto, para
receber (passivo) deve-se observar o que dispõe a lei na abertura da sucessão.

 Quanto a validade do testamento:


 Ativa: Tem o maior de 16 anos plena capacidade para testar, mesmo sendo considerado relativamente incapaz
para os atos da vida civil. A outorga do testamento deve ser feito pelo menor pessoalmente, sem assistência do
seu representante legal porque, para o testamento, sua capacidade é plena também porquanto a assistência
macularia a natureza personalíssima do testamento.
Art. 10, LICC - A sucessão por morte ou por ausência obedece a lei do país em que era domiciliado o
defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º - A sucessão de bens.de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável
a lei pessoal do de cujus.
§ 2º - A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

Art. 1.860, CC: Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno
discernimento.

Observa-se a capacidade ativa no momento da feitura do testamento, se por ventura o testador sofrer
algum problema que o impeça de ser testador, não será considerado nulo ou anulável seu
documentou, devido a observância da capacidade na feitura. O FATO SUPERVENIENTE NÃO
TRÁS PREJUIZO PARA O TESTAMENTO  Art. 1.861. A incapacidade superveniente do
testador não invalida o testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a superveniência da
capacidade.

Se o CC mudar, aqueles testamentos feitos sobre a vigência de 2002 conforme manda a legislação
serão válidos, entretanto, os novos é que deverão se adequar a nova disposição legal.

NÃO PODEM TESTAR: a PJ porque não está sujeita a morte, e sua extinção ou falência interessa
ao Direito Empresarial; o absolutamente

incapaz (Art. 3° do CC), aquele que no momento da feitura do testamento não tinha gozo de sua
sanidade mental  Essa incapacidade não é presumida, mas sim provada. Compete então ao juiz,
caso impugnada a capacidade, a verificação de sua ocorrência no caso concreto.

OBS: quanto ao pródigo entende-se que assim foi denominado pois sua incapacidade está sobre a administração do
seu dinheiro, não acarretando prejuízo para os seus dependentes, pois gerará efeito futuro, não podendo ser alegado
ainda quando vivo pelos herdeiros necessários ou outros pois só é valido testamento após a morte; quanto ao viciado
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em tóxico e os ébrios habituais, os pródigos, os velhos ou aquele que possui eventual enfermidade, também podem
testar.

 Passiva:
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da
sucessão.
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder I - os filhos, ainda não
concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação.

Animais não podem ser herdeiros ou legatários, mas podem ser encargos (ex: deixo minha herança para João
com o ônus de cuidar do meu cachorro)
Pessoas não concebidas até a morte do testador não podem também adquirir por testamento (1.798), salvo as
hipóteses de fideicomisso, como disposto no art. 1799, I, CC, bem como PJ de direito publico externo, o
tabelião, as testemunhas do testamento, o deserdado e prole eventual se refere somente aos filhos e não aos
netos.
Também não podem ser nomeadas herdeiras e legatárias aquelas pessoas sem legitimidade do art. 1.801
relativamente passivo incapaz:
Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários:
I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus
ascendentes e irmãos;
II - as testemunhas do testamento;
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há
mais de cinco anos;
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que
fizer ou aprovar o testamento.

ATENÇÃO: Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento,
contado o prazo da data do seu registro.
Prazo decadencial para se impugnar a validade do testamento que deve ser contado a partir da data em que o
testamento for registrado. Isso ocorre porque, não se podendo questionar a validade do testamento durante a vida do
testador, já que se trata de negocio jurídico que somente produz efeito após a morte, apenas com a abertura do registro do
testamento se abre a possibilidade de ser impugnado, tanto para anulabilidade quanto para nulidade.

 Quanto ao testamento, é um negócio jurídico solene, ou seja, digo negócio jurídico pois se trata de uma
declaração de vontade que produz efeito jurídico; digo solene pois testamento não pode ser verbal, mas sim
escrito, conforme espécies e formalidades previstas em lei.
 Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte
deles, para depois de sua morte.
§ 1o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento.
A liberdade de testar é no limite do que desrespeito aos herdeiros necessários (se tiver) como
dispõe o 1846, CC.
§ 2o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador
somente a elas se tenha limitado.
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 Conteúdo: via de regra as disposições testamentárias são patrimoniais, versam sobre os bens do extinto,
mas o testamento pode conter cláusulas extrapatrimoniais como, por exemplo, o reconhecimento de um
filho (§ 2º do 1.857, 1.609, III), a nomeação de um tutor para um filho menor (1.634, IV) ou
determinações sobre seu funeral.

OBS: Ainda que um dia o testamento venha a ser considerado como nulo ou caduco, as cláusulas que digam respeito
a reconhecimento de filhos, ainda sim continuará valendo.

 Características:
I- Negócio Jurídico: é ato de manifestação do testador destinado a produzir efeitos jurídicos.
II- Unilateral: pertence à categoria dos negócios jurídicos que se tornam perfeitos com uma única
declaração de vontade: a do testador. A aceitação por parte do herdeiro ou do legatário é manifestação da
vontade posterior ao momento de formação e eficácia do testamento.
II- Personalíssimo: somente pode ser elaborado pelo testador, como forma de expressão da sua
vontade pessoal. Ato de ultima vontade, uma vez que representa a derradeira vontade do testador,
independente da época em que o testamento tenha sido feito por ele, e também porque os efeitos jurídicos
somente se produzem com a morte do testador.

III- Ato solene e formal: deve ser feito de acordo com uma das formas previstas em lei (publico,
particular ou cerrado), sob pena de nulidade
IV- Gratuito: não se impõe ao beneficiário qualquer retribuição patrimonial ou contraprestação,
mesmo na hipótese de legado com encargo, pois o herdeiro somente poderá responder pelas dividas até o
valo da herança não sendo de sua responsabilidade pessoal o excedente. Atenção ao encargo: admite-se
encargo nos testamentos, mas o encargo não pode ser grande a ponto de criar uma obrigação excessiva
para o herdeiro ou legatário, podendo o Juiz reduzir o encargo exagerado.
V- Revogável: o testador poderá, por meio de outro testamento, modificar/revogar o anterior. Art.
1.858. O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a qualquer tempo.

 Efeito: causa mortis, ou seja, só gera depois da morte.

 DESERDAÇÃO: é uma forma de excluir ou exclusão de herdeiros, a exemplo da indignidade. Todas as razoes
que justificam a ação de indignidade, também são de deserdação, elem de outras causas.
o Indignidade x Deserdação: O que diferencia essa forma de exclusão da ação de indignidade, é que na
deserdação, a primeira iniciativa é dada pelo próprio autor da herança. É ele que deserda. É ele que diz
que não quer determinada pessoa como seu herdeiro. Portanto, é existe nessa ação uma vontade do autor
da herança. Já na ação de indignidade, não é o autor da herança que manifesta sua vontade. Nela, os
concorrentes consideram injusto e na ausência de manifestação, ao contrário do autor da herança,
considera injustos aquelas pessoa que praticou determinados atos possa com ele concorrer. Portanto,
querem excluir o herdeiro.
 Requisitos:
a) testamento válido
b)declaração da causa prevista em lei
c)comprovação do motivo alegado
d)existência de herdeiros necessários

 Causas que autorizam a deserdação:


a)causas da indignidade
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b)ofensa física leve ou grave


c)injúria grave
d)relações ilícitas com a madrasta ou padrasto
e)desamparo de ascendente em alienação mental ou grave enfermidade : caso de filho deserdando pai ou
pai deserdando filho.

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