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Lopes – RESUMO
2013.2
A sucessão testamentária é conduzida pelo testamento, sendo um principio de direito sucessório o respeito à vontade
do extinto. O testamento pode contemplar herdeiros, que sucedem a título universal, e legatários, que sucedem a título
singular.
Quanto à capacidade de testar (ativo), deve-se obedecer ao disposto no artigo 104 do CC que dispõe: ‘’a validade do
negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita
ou não defesa em lei’’, bem como o artigo 1860, §u atribui como testador os maiores de dezesseis anos’’. Forma-se uma
tríplice qualificação: idade + sanidade mental + objeto licito, possível, determinado ou determinável. Entretanto, para
receber (passivo) deve-se observar o que dispõe a lei na abertura da sucessão.
Art. 1.860, CC: Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno
discernimento.
Observa-se a capacidade ativa no momento da feitura do testamento, se por ventura o testador sofrer
algum problema que o impeça de ser testador, não será considerado nulo ou anulável seu
documentou, devido a observância da capacidade na feitura. O FATO SUPERVENIENTE NÃO
TRÁS PREJUIZO PARA O TESTAMENTO Art. 1.861. A incapacidade superveniente do
testador não invalida o testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a superveniência da
capacidade.
Se o CC mudar, aqueles testamentos feitos sobre a vigência de 2002 conforme manda a legislação
serão válidos, entretanto, os novos é que deverão se adequar a nova disposição legal.
NÃO PODEM TESTAR: a PJ porque não está sujeita a morte, e sua extinção ou falência interessa
ao Direito Empresarial; o absolutamente
incapaz (Art. 3° do CC), aquele que no momento da feitura do testamento não tinha gozo de sua
sanidade mental Essa incapacidade não é presumida, mas sim provada. Compete então ao juiz,
caso impugnada a capacidade, a verificação de sua ocorrência no caso concreto.
OBS: quanto ao pródigo entende-se que assim foi denominado pois sua incapacidade está sobre a administração do
seu dinheiro, não acarretando prejuízo para os seus dependentes, pois gerará efeito futuro, não podendo ser alegado
ainda quando vivo pelos herdeiros necessários ou outros pois só é valido testamento após a morte; quanto ao viciado
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em tóxico e os ébrios habituais, os pródigos, os velhos ou aquele que possui eventual enfermidade, também podem
testar.
Passiva:
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da
sucessão.
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder I - os filhos, ainda não
concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação.
Animais não podem ser herdeiros ou legatários, mas podem ser encargos (ex: deixo minha herança para João
com o ônus de cuidar do meu cachorro)
Pessoas não concebidas até a morte do testador não podem também adquirir por testamento (1.798), salvo as
hipóteses de fideicomisso, como disposto no art. 1799, I, CC, bem como PJ de direito publico externo, o
tabelião, as testemunhas do testamento, o deserdado e prole eventual se refere somente aos filhos e não aos
netos.
Também não podem ser nomeadas herdeiras e legatárias aquelas pessoas sem legitimidade do art. 1.801
relativamente passivo incapaz:
Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários:
I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus
ascendentes e irmãos;
II - as testemunhas do testamento;
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há
mais de cinco anos;
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que
fizer ou aprovar o testamento.
ATENÇÃO: Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento,
contado o prazo da data do seu registro.
Prazo decadencial para se impugnar a validade do testamento que deve ser contado a partir da data em que o
testamento for registrado. Isso ocorre porque, não se podendo questionar a validade do testamento durante a vida do
testador, já que se trata de negocio jurídico que somente produz efeito após a morte, apenas com a abertura do registro do
testamento se abre a possibilidade de ser impugnado, tanto para anulabilidade quanto para nulidade.
Quanto ao testamento, é um negócio jurídico solene, ou seja, digo negócio jurídico pois se trata de uma
declaração de vontade que produz efeito jurídico; digo solene pois testamento não pode ser verbal, mas sim
escrito, conforme espécies e formalidades previstas em lei.
Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte
deles, para depois de sua morte.
§ 1o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento.
A liberdade de testar é no limite do que desrespeito aos herdeiros necessários (se tiver) como
dispõe o 1846, CC.
§ 2o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador
somente a elas se tenha limitado.
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Conteúdo: via de regra as disposições testamentárias são patrimoniais, versam sobre os bens do extinto,
mas o testamento pode conter cláusulas extrapatrimoniais como, por exemplo, o reconhecimento de um
filho (§ 2º do 1.857, 1.609, III), a nomeação de um tutor para um filho menor (1.634, IV) ou
determinações sobre seu funeral.
OBS: Ainda que um dia o testamento venha a ser considerado como nulo ou caduco, as cláusulas que digam respeito
a reconhecimento de filhos, ainda sim continuará valendo.
Características:
I- Negócio Jurídico: é ato de manifestação do testador destinado a produzir efeitos jurídicos.
II- Unilateral: pertence à categoria dos negócios jurídicos que se tornam perfeitos com uma única
declaração de vontade: a do testador. A aceitação por parte do herdeiro ou do legatário é manifestação da
vontade posterior ao momento de formação e eficácia do testamento.
II- Personalíssimo: somente pode ser elaborado pelo testador, como forma de expressão da sua
vontade pessoal. Ato de ultima vontade, uma vez que representa a derradeira vontade do testador,
independente da época em que o testamento tenha sido feito por ele, e também porque os efeitos jurídicos
somente se produzem com a morte do testador.
III- Ato solene e formal: deve ser feito de acordo com uma das formas previstas em lei (publico,
particular ou cerrado), sob pena de nulidade
IV- Gratuito: não se impõe ao beneficiário qualquer retribuição patrimonial ou contraprestação,
mesmo na hipótese de legado com encargo, pois o herdeiro somente poderá responder pelas dividas até o
valo da herança não sendo de sua responsabilidade pessoal o excedente. Atenção ao encargo: admite-se
encargo nos testamentos, mas o encargo não pode ser grande a ponto de criar uma obrigação excessiva
para o herdeiro ou legatário, podendo o Juiz reduzir o encargo exagerado.
V- Revogável: o testador poderá, por meio de outro testamento, modificar/revogar o anterior. Art.
1.858. O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a qualquer tempo.
DESERDAÇÃO: é uma forma de excluir ou exclusão de herdeiros, a exemplo da indignidade. Todas as razoes
que justificam a ação de indignidade, também são de deserdação, elem de outras causas.
o Indignidade x Deserdação: O que diferencia essa forma de exclusão da ação de indignidade, é que na
deserdação, a primeira iniciativa é dada pelo próprio autor da herança. É ele que deserda. É ele que diz
que não quer determinada pessoa como seu herdeiro. Portanto, é existe nessa ação uma vontade do autor
da herança. Já na ação de indignidade, não é o autor da herança que manifesta sua vontade. Nela, os
concorrentes consideram injusto e na ausência de manifestação, ao contrário do autor da herança,
considera injustos aquelas pessoa que praticou determinados atos possa com ele concorrer. Portanto,
querem excluir o herdeiro.
Requisitos:
a) testamento válido
b)declaração da causa prevista em lei
c)comprovação do motivo alegado
d)existência de herdeiros necessários