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Curso de Direito Penal Militar para

Analista do Ministério Público da União

Olá amigos,

Inicialmente gostaria de manifestar minha felicidade e


satisfação em fazer parte de seu projeto profissional. Espero ser um
auxiliar presente em sua caminhada para a vitória.

Meu nome é Pablo Farias Souza Cruz, atualmente advogado e


professor de Ciências Penais e Direito Constitucional nas Faculdades
Doctum e Estácio de Sá de Juiz de Fora, onde também tive a grata
experiência como professor da UFJF - Universidade Federal de Juiz de
Fora/MG -, minha cidade por adoção1, onde também leciono em
vários cursos preparatórios para concursos desde o ano de 2007.
Atuo ainda como professor em cursos preparatórios virtuais sediados
na cidade do Rio de Janeiro, meu grande recanto familiar e também
profissional.

Desde minha formação acadêmica, foquei meus estudos para


área pública, sendo brindado, ainda antes de minha colação de grau,

1
Pois, apesar de brasileiro nato, nasci na cidade do Panamá situada no país
Panamá na América Central. Sendo filho de pais brasileiros, fui registrado na
Embaixada Brasileira e vim para o Brasil ainda bebê, com apenas dois anos de
idade. Morei no Rio de Janeiro por toda minha infância e me mudei para Juiz de
Fora na adolescência, onde, hoje, felizmente, construo minha vida com minha
esposa e minha cadelinha.
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Curso de Direito Penal Militar para
Analista do Ministério Público da União
com a aprovação para o cargo de Delegado de Polícia no concurso da
Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, promovido em 2005.

Minha experiência como Delegado de Polícia contribuiu para o


meu ingresso na carreira docente, o que, rotineiramente, tem me
dado ótimos frutos, como a aprovação de vários de meus alunos em
concursos nesse nosso país continental. Quem já ministrou aulas
sabe bem como é gratificante ter um aluno logrando aprovação em
concursos públicos, pois a vitória dele é também a nossa vitória.

Outra felicitação (outro fruto) é a de que, muito em breve, no


ano de 2013, terei minha obra de Direito Processual Penal publicada
pelo Grupo Gen, respeitado grupo editorial do qual fazem parte a
tradicional editora Forense, e a inovadora editora Método. A obra será
intitulada: Processo Penal Sistematizado e está em fase de conclusão
editorial.

Para você, estudante, leitor, candidato, conhecer melhor o


expositor da presente aula, apresentarei, logo abaixo, um breve
currículo com os dados que reputo mais interessantes para a
aproximação de nossa relação e o ajustamento do nosso trabalho.

Antes, porém, parafraseando meu amigo e professor Décio


Terror, lembro que: Críticas ao material e à abordagem do professor
são sempre bem-vindas e não há qualquer melindre em recebê-las,
mesmo porque o foco é seu aproveitamento e Você tem todo o direito
de sugerir, questionar, solicitar mais explicações, mais questões etc.

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Curso de Direito Penal Militar para
Analista do Ministério Público da União
Pablo Farias Souza Cruz
Professor de Ciências Penais e Direito Constitucional das
Faculdades Doctum e Estácio de Sá.
2009 – 2011 Professor de Processo Penal e Prática Penal da
Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF/MG.
Professor em cursos preparatórios de Juiz de Fora/MG e Rio de Janeiro/RJ.
Professor de Direito Penal e Processo Penal do Ponto dos Concursos
no curso Discursivas OAB.
Advogado e Consultor Jurídico.
Pós-Graduado em Ciências Penais pela
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF- (MG).
2006 - 2007 Delegado de Polícia em Minas Gerais.
Outras informações importantes:
A) 22/01/2006 19/05/2006 Curso de Formação de Delegado da Policia Civil do Estado de
Minas Gerais. Portaria Nº 005/ACADEPOL/PCMG/2006 - Concurso Público - Provimento
2005/1 Delegado de Polícia,
(http://www.sesp.mg.gov.br/internas/concursos/iConcursos.php).
B) 06/2006 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Delegado de Polícia em Minas
Gerais.
C) 02/2007 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Analista Judiciário da Justiça
Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Disponível em:
http://www.fcc.telium.com.br/concursos/trf1r106/lista_redacao/MG/habs_class_cidade_carg
o_reda_Juiz_de_Fora.pdf publicado no Diário Oficial da União - Seção 3, de 28/02/2007).
D) 03/2007 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Analista Processual do Ministério
Público Federal (Disponível para consulta pelo CPF em:
http://www.concursosfcc.com.br/concursos/mpund106/result/index.html) Edital Publicado no
Diário Oficial da União, edição de 30 de março de 2007.
E) Aprovado no 3º Concurso Público para o cargo de Defensor Público da União em 16 de
maio de 2008, resultado disponível em: http://www.cespe.unb.br/concursos/DPU2007 -
subjudice.
Endereço para acessar o CV do autor: http://lattes.cnpq.br/6411695844676609

Bom, nosso propósito aqui é expor os pontos primordiais do


Direito Penal Militar, necessários para sua aprovação no concurso
para o cargo de Analista do Ministério Público da União. Assim,
exporemos nossas aulas com base no edital atual (Cespe 2013),
sempre expondo temas que tenham maior probabilidade de cobrança
nas questões objetivas.

A programação será a seguinte:

Direito Penal Militar para o cargo de cargo de Analista do


Ministério Público da União.

Aula 00 (Aula Demonstrativa): A especialidade do Direito Penal


Militar e do Direito Processual Penal Militar.

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Analista do Ministério Público da União
Aula 01 (04/04): Aplicação da lei penal militar. Crime.
Imputabilidade Penal;

Aula 02 (11/04): Concurso de agentes. Penas principais. Penas


acessórias;

Aula 03 (18/04): Efeitos da condenação. Ação penal. Extinção da


punibilidade;

Aula 04 (25/04): Crimes militares em tempo de paz. Crimes contra


a autoridade ou disciplina militar.;

Aula 05 (02/05): Crimes contra o serviço e o dever militar. Crimes


contra a Administração Militar.

Estabelecida essas premissas, vamos ao conteúdo, vamos ao


estudo introdutório dessas duas disciplinas apaixonantes e modernas
que são o Direito Penal Militar e o Direito Processual Penal Militar.
Digo moderna, pois ao contrário do que se poderia pensar, os
diplomas penais militares são mais “novos” que do que os comuns.
Nesse sentido, bem destaca Denilson Feitoza, que, ao tratar da lei
processual penal militar, afirma: “O CPPM, ao contrário do que se
pensa, apesar de sua adjetivação – militar – e de ter sido feito na
época de ditadura militar, é uma lei razoavelmente mais avançada
que o CPP em vários aspectos.”2
Registre-se que, no panorama das ciências criminais, da
legislação especificamente (CP, CPP, CPM e CPPM), somente a parte
geral do CPM não é mais nova que a correspondente legislação
comum (CP), haja vista a reforma ocorrida em 1984 no Código Penal.
Outro alerta precioso é o exposto pelo Defensor Público Federal
Esdras dos Santos Carvalho:

2
FEITOZA, Denilson. Direito processual penal: teoria, crítica e práxis. 7ª ed., rev. e
atual. Niterói, RJ: Impetus, 2010, p. 112.
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Curso de Direito Penal Militar para
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“Cumpre aclarar, ainda, a ideia equivocada do imaginário
popular e de grande parte dos operadores da área jurídica de
conceber a Justiça Militar somente como uma instituição que
tende a preservar os integrantes das corporações quando da
prática de delitos, com sanções penais mais brandas e
julgamentos com espírito corporativo e que se inclina a
preservar seus pares, membros da caserna.
No entanto, a realidade é muito diversa da ficção
popular. Vê-se uma justiça muito mais severa, pois além
dos bens jurídicos tutelados pelo direito penal, apesar
do descompasso histórico, (...), muitos ainda afiram que
esta agasalha, de igual forma, os pilares fundamentais
das Forças Armadas, hierarquia e disciplina, pois
acredita-se que esses foram igualmente violados pela
prática da conduta delituosa.”3

3
CARVALHO, Esdras dos Santos. O direito processual penal militar numa visão
garantista. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 63.
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A especialidade do Direito Penal Militar e do
Direito Processual Penal Militar

Antes de tratarmos dos pontos específicos do edital do MPU,


devemos alertar ao estudante, mormente aquele que já estuda o
direito penal e o direito processual penal comum, sobre a
peculiaridade do ramo que passaremos a analisar.
Assim, propomos a presente aula de apresentação de modo a
elaborar uma ponte entre os conhecimentos de direito comum e as
peculiaridades do direito especial, haja vista nossa preferência pela
interpretação sistematizada do Direito.
Ademais, se perceberá que o estudo inicial do Direito Penal
Militar reflete obrigatoriamente em questões relacionadas à
competência da justiça militar, assunto tratado no direito processual
penal militar. Assim, os temas: Crime Militar e Competência da
Justiça Militar são interdependentes.
Conforme se verifica, doutrinadores de peso como Magalhães
Noronha, José Alberto Romeiro, José Frederico Marques, Damásio de
Jesus, entre outros, sustentam (sustentavam) que a distinção entre o
direito penal militar e o comum reside na natureza do órgão
competente para julgar tais fatos. Em que pese a importância do
referido entendimento, não é esse o raciocínio que permeia a
dogmática atual, haja vista a proeminência da natureza do bem
jurídico para o delineamento da referida distinção. No sentido da
dogmática atual encontram-se os entendimentos de Esmeraldino
Bandeira, Nelson Hungria e Heleno Fragoso.

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Refletindo o entendimento mais seguro para as provas
objetivas, citamos a referência feita por Álvaro Mayrinck da Costa às
lições de João Mendes de Almeida Júnior:

“(...) o termo comum tem como correlativo oposto o


termo próprio. ... Os crimes distinguem-se, como qualquer
ente, quer por seus elementos essenciais, constitutivos da sua
espécie, quer por condições particulares, constitutivas da sua
individualidade. ... Assim, por exemplo, (...) os crimes de
deserção, indisciplina e outros puramente militares –
não são crimes comuns, são próprios da classe militar,
por isso o homem, sem a qualidade de militar, não pode
cometê-los;”4 Grifos acrescidos

Desse modo, a primeira informação que o estudante que


ingressa no estudo do direito penal militar precisa registrar é que a
principal finalidade desse ramo é proteger a hierarquia e disciplina
militar como elemento necessário à proteção da segurança nacional.
Por Segurança Nacional, reputamos mais seguro o conceito
elaborado pela Escola Superior de Guerra, que define: Segurança
nacional é o grau relativo de garantia que, através de ações políticas,
econômicas, psicossociais e militares, o Estado proporciona, em
determinada época, à Nação que jurisdiciona, para a consecução ou
manutenção dos objetivos nacionais, a despeito dos antagonismos ou
pressões existentes ou potenciais.5
No âmbito do direito militar, é a disciplina e não a liberdade a
nota suprema predominante e necessária. ... O emprego eficaz da

4
Apud LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. Brasília: Brasília Jurídica, 2006, p. 45/46.
5
Entre os juristas, o tema tem merecido algumas especulações doutrinárias mas sem precisar as
características e conteúdo da segurança nacional. O Prof. Caio Tácito, num repasse histórico sobre a
segurança nacional nos idos de 1962, demarcou o campo de sua atuação, numa apreciação analítica em
que demonstra tratar-se de uma situação de defesa dos interesses nacionais, e nos aponta os seus
objetivos nestes termos: «Se a ordem social contemporânea é, por natureza, instável e evolutiva, exige,
para o seu desenvolvimento pacífico, um conjunto de fatores permanentes, que representam, a nosso ver
os objetivos da segurança nacional a saber: a) defesa da integridade territorial; b) preservação da
soberania nacional; c) manutenção da ordem pública; d) estabilidade das instituições políticas; e)
equilíbrio econômico; f) equilíbrio socia1» («A Segurança Nacional no Direito Brasileiro», in RDA
1962, vol. 69/19 e segs.). Poder de polícia e segurança nacional, por Hely Lopes Meirelles, disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_40/panteao.htm
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força combativa só é possível se todas as vontades individuais, que
integram o seu efetivo, se unificarem rigidamente sob a vontade
suprema de quem comanda.6
Inicialmente, para contextualizar a proteção que as normas
militares objetivam, insta transcrever importante artigo de nossa
Constituição Federal sobre o tema:

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo


Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia
e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei
e da ordem.

No que tange ao conceito de segurança nacional, importante é


a reflexão proposta por C. SYLLUS:
O conceito de Segurança Nacional tem sido muito
deturpado em nosso país. Pelo fato da Segurança Nacional ter
sido objeto de preocupação principalmente dos militares, tem-
se atribuído à mesma uma conotação de autoritarismo e de
cerceamento das liberdades individuais.
Entretanto, justamente no entendimento contrário é que
se constitui a correta interpretação deste conceito. A
Segurança Nacional representa, entre outros aspectos, a
garantia de que os direitos individuais estarão
assegurados. Estamos nos referindo aos direitos do
cidadão contemplados na Constituição, o que inclui, mas
não se esgota no direito à liberdade de opinião e
expressão, de propriedade, de locomoção, de proteção
física, bem como à solução dos problemas básicos de
subsistência, moradia, saúde, educação e justiça social.
Como extensão da segurança individual teremos a
segurança da comunidade, da sociedade e da nação
como um todo.

6
MAYRINK DA COSTA, Álvaro. Crime Militar. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005, 2ª edição, p. 33.
8
Curso de Direito Penal Militar para
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A Segurança Nacional, portanto, é muito mais do que a
segurança física ou da propriedade contra ameaças internas ou
externas. Não é uma atribuição exclusiva das Forças
Armadas, mas uma responsabilidade do Estado, da
sociedade e, portanto, de todos nós.7

Nesse contexto, deve-se ter cautela, por exemplo, ao


transportar o princípio da insignificância para seara militar. O STF o
aplica de forma comedida e o STM o repele veementemente. Vejamos
os precedentes, que facilmente podem ser cobrados numa prova
objetiva, ainda mais quando se fala em uma prova CESPE:
STM: EMENTA: Apelação. Porte de substância entorpecente em lugar
sujeito à administração militar (CPM, art. 290). Soldado do Exército flagrado
com maconha no interior do quartel durante revista de rotina na unidade
militar. Princípio da Insignificância. Inaplicabilidade. Jurisprudência
pacificada na Corte Castrense no sentido de que a tese da
insignificância, em crime dessa natureza, não tem a aplicação no
âmbito da Justiça Militar da União, em razão das especificidades
exigidas pela vida na caserna, principalmente no tocante a ordem
militar, sustentada pelas bases da hierarquia e disciplina.
Comprovadas a autoria, em razão da confissão do Acusado e dos
depoimentos das testemunhas, bem como a materialidade delitiva, de
acordo com o laudo pericial, inexistindo excludentes de ilicitude e de
culpabilidade. Provido parcialmente o apelo defensivo para, tão só, retirar
do decisum a quo as alíneas a e f das condições do "sursis". Unânime.8

STF: Analisemos de forma cronológica de modo a perceber o


entendimento mais seguro para as provas atuais.
2008: Info 512: SEGUNDA TURMA
Art. 290 do CPM e Princípio da Insignificância

7
Disponível em: http://www.esg.br/departamento-de-estudos/dactec/leitura-basica/tecnologia-poder-e-
seguranca-nacional/
8
Processo: AP 154420097030303 RS 0000015-44.2009.7.03.0303 - Relator(a): Francisco José da Silva
Fernandes - Julgamento: 06/04/2010 - Publicação: 14/05/2010 Vol: Veículo: DJE Ementa. Disponível
em: http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/18816972/apelacao-ap-154420097030303-rs-0000015-
4420097030303-stm
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Em face do empate na votação, a Turma deferiu habeas corpus
para reconhecer a atipicidade material da conduta por aplicação do
princípio da insignificância a militar condenado pela prática do crime
de posse de substância entorpecente em lugar sujeito à
administração castrense (CPM, art. 290). Inicialmente, salientou-se
que a mínima ofensividade da conduta, a ausência de
periculosidade social da ação, o reduzido grau de
reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da
lesão jurídica constituem os requisitos de ordem objetiva
autorizadores da incidência do aludido princípio. Enfatizou-se que a
Lei 11.343/2006 veda a prisão do usuário, devendo a este ser
oferecidas políticas sociais eficientes para recuperá-lo do vício.
Asseverou-se, ainda, que incumbiria ao STF confrontar o princípio da
especialidade da lei penal militar, óbice à aplicação da Nova Lei de
Drogas, com o princípio da dignidade humana, arrolado como
princípio fundamental (CF, art. 1º, III). Ademais, afirmou-se que
outros ramos do Direito seriam suficientes a sancionar o paciente.
Vencidos os Ministros Ellen Gracie, relatora, e Joaquim Barbosa que
denegavam a ordem ao fundamento de que, diante dos valores e
bens jurídicos tutelados pelo aludido art. 290 do CPM, revelar-se-ia
inadmissível a consideração de alteração normativa pelo advento da
Lei 11.343/2006. Assentaram que a conduta prevista no referido
dispositivo legal ofenderia as instituições militares, a operacionalidade
das Forças Armadas, além de violar os princípios da hierarquia e da
disciplina na própria interpretação do tipo penal. HC 90125/RS, rel.
orig. Min. Ellen Gracie, rel. p/ o acórdão Min. Eros Grau, 24.6.2008.
(HC-90125)
Entretanto o Plenário do STF decidiu, posteriormente à
decisão acima, no ano de 2012, que:
“1. O princípio da insignificância incide quando
presentes, cumulativamente, as seguintes condições

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objetivas: (a) mínima ofensividade da conduta do agente, (b)
nenhuma periculosidade social da ação, (c) grau reduzido de
reprovabilidade do comportamento, e (d) inexpressividade da
lesão jurídica provocada. Precedentes: HC 104403/SP, rel. Min.
Cármen Lúcia, 1ªTurma, DJ de 1/2/2011; HC 104117/MT, rel. Min.
Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, DJ de 26/10/2010; HC 96757/RS,
rel. Min. Dias Toffoli, 1ª Turma, DJ de 4/12/2009; RHC 96813/RJ, rel.
Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, DJ de 24/4/2009) 2. O Plenário desta
Corte firmou precedentes referentes aos militares incursos no
delito do art. 290 do CPM, entendendo ausentes as condições
necessárias à aplicação do princípio da insignificância,
porquanto os bens jurídicos resguardados pela norma penal
referida são a hierarquia e disciplina militar. Precedentes: HC
94.685/CE, Relatora Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, Julgamento em
11/11/2010; HC 107.688/DF, Relator Min. Ayres Britto, Segunda
Turma, Julgamento em 7/6/2011). 3. In casu, os pacientes foram
presos portando um papelote de cocaína nas dependências do 3º
Regimento de Cavalaria de Guarda, unidade sujeita à Administração
Militar. 4. É que, in casu, “na ocasião da revista, o Tenente […] veio a
encontrar, dentro da carteira do Soldado […], um papelote de plástico
branco, com um pó branco dentro, sobre o qual o ora denunciado
veio a confessar tratar-se de uma buchinha de cocaína, entorpecente
que tinha adquirido o 2º denunciado Soldado [...]”. 4. Ordem
denegada. Decisão: A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos
termos do voto do Relator. Unânime. Presidência do Senhor Ministro
Dias Toffoli. 1ª Turma, 14.2.2012. - Acórdãos citados: HC 94685 -
Tribunal Pleno, HC 96757, RHC 96813, HC 104117, HC 104403, HC
107688. Análise: 15/03/2012, SEV. Revisão: 16/03/2012, ACG.9

9 HC 107689 / RS - RIO GRANDE DO SUL HABEAS CORPUS Relator(a): Min. LUIZ FUX Julgamento: 14/02/2012

Órgão Julgador: Primeira Turma Publicação PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 06-03-2012 PUBLIC 07-03-2012
RSJADV abr., 2012, p. 49-53 Parte(s) RELATOR : MIN. LUIZ FUX PACTE.(S) : ANDERSON PADILHA DA
COSTA PACTE.(S) : ANDRE LUIS DA ROSA RODRIGUES IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR

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O que se raciocina é que, diante da atividade naturalmente
perigosa que o militar exerce, não seria admissível aferir
insignificância no comportamento de quem, andando naturalmente
fardado e armado para assegurar a defesa da lei e da ordem e de
eventual ataque estrangeiro, atue de forma embriagada nesse
desiderato.

No que se refere à especialidade do Direito Penal Militar,


entendemos conveniente a seguinte elucidação:

Em que pese a proteção dos bens jurídicos essenciais ao


convívio social, como a vida, a liberdade, o patrimônio, o
Direito Penal Militar tem implícito, sempre, a tutela de um bem
jurídico especial, que é a regularidade das Instituições
Militares, no que concerne a hierarquia e disciplina, cuja
quebra acarretaria sua desestabilização e a
desregularidade de suas missões constitucionais
peculiares.10

Logo, nesse contexto, conclui o saudoso mestre Célio Lobão:

... o critério do órgão encarregado da aplicação do


direito positivo não se presta para distinguir o direito penal
especial do comum. Como assinala Romeu Campos Barros, há
crimes especiais que são processados e julgados na justiça
comum, por determinação expressa da lei. A recíproca é
verdadeira, excepcionalmente o delito comum pode inserir-se
na jurisdição da justiça especial, como aconteceu com
determinados crimes previstos no DL nº 898/69, na Lei
1.802/53 e ocorre no Código Penal Militar.11

Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. PORTE DE ENTORPECENTE EM ÁREA SOB ADMINISTRAÇÃO MILITAR (ART.
290 DO CPM). PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. NÃO-INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE CUMULATIVIDADE DE SEUS
REQUISITOS. BEM JURÍDICO. PROTEÇÃO. HIERARQUIA E DISCIPLINA MILITAR. PRECEDENTES. ORDEM
DENEGADA.
10
Um estudo acerca da natureza jurídica do Direito Penal Militar. Jus Militaris. 17 set. 2008. Disponível
em: http://www.jusmilitaris.com.br/uploads/docs/natjurdirpenmil.pdf apud in FERNANDES NETO,
Benevides. Crime militar e suas interpretações doutrinárias e jurisprudenciais. Jus Navigandi,
Teresina, ano 14, n. 2115, 16 abr. 2009 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/12637>. Acesso
em: 24 mar. 2013.
11
LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. Brasília: Brasília Jurídica, 2006, p. 47.
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Assim, parece superada a distinção do direito penal comum do
especial com base no critério do órgão encarregado de aplicar o
direito objetivo, isso por duas razões:

1) Tal distinção pode confundir disposições materiais com


disposições processuais penais; e
2) As conclusões decorrentes dessas distinções não são imunes,
pois é possível que a justiça comum julgue militar e que a
justiça militar julgue civil, bem como já se admitiu que a
justiça militar aplicasse o direito comum (como era no caso
de homicídio de militar contra civil).

Quanto à última observação, aproveitamos a oportunidade par


alertar o leitor sobre a recente disposição legal (lei 12.432/1112) que,
ampliando as competências da Justiça Militar, incluiu o julgamento do
crime de homicídio doloso contra civil, se sua prática se dê no âmbito
de ação militar realizada contra aeronave que se encontre em uma
das seguintes hipóteses:

Art. 303. A aeronave poderá ser detida por autoridades


aeronáuticas, fazendárias ou da Polícia Federal, nos seguintes
casos:
I - se voar no espaço aéreo brasileiro com infração das
convenções ou atos internacionais, ou das autorizações para tal
fim;
II - se, entrando no espaço aéreo brasileiro, desrespeitar
a obrigatoriedade de pouso em aeroporto internacional;
III - para exame dos certificados e outros documentos
indispensáveis;

12
Alterou o § único do art. 9º do Código Penal Militar que passou a ter a seguinte redação: Art. 9o ...
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida e cometidos contra
civil serão da competência da justiça comum, salvo quando praticados no contexto de ação militar
realizada na forma do art. 303 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de
Aeronáutica.” (NR)
13
Curso de Direito Penal Militar para
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IV - para verificação de sua carga no caso de restrição
legal (artigo 21) ou de porte proibido de equipamento
(parágrafo único do artigo 21);
V - para averiguação de ilícito.13

Sobre o tema, crime contra a vida e competência da justiça


militar, questionou o CESPE no concurso para analista do STM em
2004:

De acordo com a legislação penal militar, os crimes


culposos contra a vida, em tempo de paz, praticados por
militar em serviço são considerados crimes militares.
Certo ou Errado

A afirmação está correta e assim se mantém, pois somente será


competência do Tribunal do Júri o crime doloso contra a vida, que,
entretanto, só não irá à júri se for praticado nas circunstancias
estabelecidas pela lei 12.432/11, explicitada acima.

Contextualizada a distinção entre direito comum e especial,


passamos a definir o Direito Penal Militar e o Direito Processual Penal
Militar.
Num âmbito mais amplo se verifica que o Direito Militar
desperta o interesse por cuidar de uma categoria de funcionários
públicos especiais, com direitos e prerrogativas que, na sua maioria,
não são assegurados aos funcionários civis. Contudo, se tais
funcionários possuem direitos especiais, os militares também
possuem obrigações excepcionais, como, por exemplo, o sacrifício
maior, que é o eventual enfretamento hostil que coloca em risco o
bem jurídico mais relevante, qual seja, a própria vida. Considerando
tal peculiaridade, o legislador constituinte originário assegurou aos

13
Código Brasileiro de Aeronáutica. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7565.htm
14
Curso de Direito Penal Militar para
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militares o direito de serem processados e julgados perante uma
Justiça Especializada.
Assim, podemos definir o Direito Penal Militar como ramo do
direito público que interpreta e sistematiza as normas penais
militares, entendidas estas como as que regulam a pretensão punitiva
estatal no âmbito das infrações penais que atingem a ordem jurídica
militar.
Segundo o mestre Romeiro (1994, p. 01), pode-se afirmar que
o Direito Penal Militar "consiste no conjunto de normas que definem
os crimes contra a ordem jurídica militar, cominando-lhes penas,
impondo medidas de segurança e estabelecendo as causas
condicionantes, excludentes e modificativas da punibilidade".
Para Pietro Vico, “a lei penal militar [...] mira diretamente a
incriminação de ofensas a especiais deveres, e tem em consideração
a qualidade da pessoa enquanto ela se torna culpada da violação de
tais deveres; nem se afasta do direito comum, senão somente
quando as disposições deste são incompatíveis com a índole dos
crimes militares” [3]. Aduz o preclaro jurista que, “assim, a lei penal
militar, embora formando o direito próprio e particular dos militares,
é sempre, por outro lado, uma lei especial em confronto com a lei
penal geral”.14
Diante de sua especialidade, o Direito Penal Militar é prevalente
em relação à legislação penal comum.
Quando afirmamos que um ramo é especial (pois segundo o
entendimento majoritário, o direito penal militar é especial), não
necessariamente queremos dizer que o mesmo não goza de
autonomia, mas sim que, diante de sua peculiaridade, é necessário
que o intérprete observe a diferença de tratamento que o mesmo se
submete, o que, por sinal, reforça ainda mais sua independência.

14
FERNANDES NETO, Benevides. Crime militar e suas interpretações doutrinárias e
jurisprudenciais. Jus Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2115, 16 abr. 2009 .
Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/12637>. Acesso em: 27 mar. 2013.
15
Curso de Direito Penal Militar para
Analista do Ministério Público da União
Sobre a autonomia do Direito Penal Militar e sua peculiaridade
natural, afirma Álvaro Mayrinck da Costa:

“O Direito Penal Militar possui objeto específico, porque


se constrói sobre uma categoria de bens e interesses que lhe é
privativa por natureza. (...)
Assim, são militares, por natureza, os crimes que
atentam contra os fundamentos das instituições armadas, que
constituam uma violação do dever militar. O Direito Penal
comum tutela como fundamental o direito a vida, mas o
Direito Castrense pune, severamente, por crime de
covardia, o militar que, em determinadas circunstâncias,
deixa de enfrentar a eventualidade do sacrifício
supremo. E a eximente do estado de necessidade, se
prevalecesse, na ordem castrense, com a amplitude que lhe
reconhece no ordenamento comum, redundaria na negociação
frontal da ação militar.”15 Grifos acrescidos

No que tange ao Direito Processual Penal Militar, reputamos


proeminente à definição elaborada por Jorge César de Assis: Direito
Processual Penal Militar é conjunto de princípios e normas que
regulam a aplicação do direito penal militar. Regulam ainda as
atividades preliminares de polícia judiciária militar.16
Logo, podemos sistematizar o seguinte:
A finalidade do Direito Penal Militar: Proteger os bens jurídicos
mais relevantes à manutenção da regularidade das instituições
militares. Por regularidade das instituições militares entenda-se a
hierarquia, a disciplina, a autoridade, o serviço, a função e o dever
militar.
A finalidade do Direito Processual Penal Militar é promover a
adequada aplicação da lei penal militar.

15
MAYRINK DA COSTA, Álvaro. Crime Militar. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005, 2ª edição, p. 37.
16
ASSIS, Jorge César de. Código de Processo Penal Militar Anotado - Artigos 1º a 383 - Vol. I . Revista
e Atualizada, Paraná: Juruá, 4ª Edição, 2012, p. 21.
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Curso de Direito Penal Militar para
Analista do Ministério Público da União
O Direito Penal Militar tem a maior parte de seu tratamento no
Código Penal Militar, que se sistematiza em duas grandes Partes, uma
Geral, e outra Especial.
A Parte Geral cuida dos princípios fundamentais do Direito Penal
Militar, aliás, em grande parte condizente com os princípios
estudados no Direito Penal Comum.
A especial separa os crimes militares em tempo de paz dos
crimes militares em tempo de guerra em dois livros.
Registramos que para identificar um crime, como crime militar,
não basta, entretanto, que a tipificação daquela conduta conste no
Código Penal Militar, sendo indispensável a presença de outros
elementos, tais como os previstos em seu artigo 9º que, juntamente
com os elementos do tipo específico, possibilitarão o enquadramento
daquele ilícito como crime militar.
Diante dessa introdução passaremos a tratar, em nossa aula 1,
do Crime Militar, tema que, conforme dito no início da presente aula,
se reflete em questões de competência criminal, sendo assim
interdisciplinar. Trataremos também da aplicação da lei penal militar
e da imputabilidade penal.
A partir daí poderemos trabalhar, de forma aplicada, os
conteúdos mais cobrados nessas matérias. Assim, informamos que
nessa aula de apresentação, não utilizamos a citação de questões por
tratarmos de assuntos ainda introdutórios e abstratos, mas que, com
certeza, terão um papel didático estrutural importante para a
definição e escolha da conclusão correta. Assim, agradecemos a
leitura da presente aula e aguardamos sua presença em nossa aula 1.

Aproveitamos para listar algumas das questões que iremos


trabalhar na aula 1, de modo a provocar a curiosidade do estudante,
elemento fundamental para a fixação de qualquer conteúdo.

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Curso de Direito Penal Militar para
Analista do Ministério Público da União
1 - 2011 – CESPE – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO
Em relação ao tempo do crime, o Código Penal Militar adotou a teoria
da atividade.
Certo ou Errado

2 - 2011 – FUMARC – PMMG – OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR.


O artigo 9º do Código Penal Militar trata das hipóteses de
incidência da Lei Penal Militar em tempo de paz. Analise os
fatos abaixo:
“Num final de semana, um Coronel da Ativa Y viaja de férias para
Poços de Caldas/MG e encontra o Tenente da Reserva PMMG X, que
fora seu subordinado e desafeto. Inesperadamente, o Tenente X
agride o Coronel Y na saída do hotel em que estavam hospedados.”
Assinale a alternativa CORRETA:
a) A atitude do Tenente X configura crime militar, mas por se tratar
de oficial da reserva o autor, o processo tramitará na Justiça Comum.
b) A atitude do Tenente X configura crime militar, por se tratar de
crime de militar para militar e o processo tramitará na Justiça Militar
c) A atitude do Tenente X não configura crime militar, mas o processo
tramitará na Justiça Militar por se tratar de crime de militar para
militar.
d) A atitude do Tenente X não configura crime militar, mas sim crime
comum, e o processo tramitará na Justiça Comum.

3 - CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO


A lei penal militar excepcional ou temporária possui disciplinamento
diverso do contido no Código Penal (CP) comum, uma vez que
preconiza, de forma expressa, a ultratividade da norma e impõe a
incidência da retroatividade da lei penal mais benigna.
Certo ou Errado

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Curso de Direito Penal Militar para
Analista do Ministério Público da União
4 - CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO
No Código Penal Militar, para efeitos de incidência da norma penal
castrense, consideram-se como extensão do território nacional as
aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob
comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem
legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada. É
também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de
aeronaves ou navios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à
administração militar, e o crime atente contra as instituições
militares.
Certo ou Errado

5 - CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO


A prescrição da ação penal militar, de regra, regula-se pelo máximo
da pena privativa de liberdade cominada ao crime, possuindo
natureza jurídica de causa extintiva da punibilidade. Entretanto, no
crime de deserção, o sistema do CPM configura duas hipóteses para a
questão da prescrição, ora aplicando a norma geral, ora
estabelecendo norma especial, previstas igualmente no estatuto
castrense.
Certo ou Errado

6 - CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO


Considere que um militar em atividade se ausente de sua unidade por
período superior a quinze dias, sem a devida autorização, sendo que,
no decorrer de sua ausência, lei nova, mais severa e redefinindo o
crime de deserção, entre em vigor. Nessa situação, será aplicada a lei
referente ao momento da conduta de se ausentar sem autorização,
porquanto o CPM determina o tempo do crime de acordo com a teoria
da atividade.
Certo ou Errado

19
Curso de Direito Penal Militar para
Analista do Ministério Público da União

7 - CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO


Se, no distrito da culpa de militar condenado, por crime militar, ao
cumprimento de pena privativa de liberdade de oito anos de reclusão,
não houver penitenciária militar, a execução da pena deverá ocorrer
em estabelecimento civil comum, ficando a sua execução a cargo do
juízo de execuções penais, sob a égide da legislação penal comum.
Certo ou Errado

8 - CESPE – 2004 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO


O civil que pratica o crime de furto de quantia em dinheiro
pertencente a instituição militar comete, de acordo com a legislação
penal militar, crime militar.
Certo ou Errado

9 - CESPE – 2004 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO


De acordo com a legislação penal militar, em tempo de paz, são
considerados crimes comuns e são julgados pelo tribunal do júri os
crimes dolosos contra a vida cometidos por militar contra civil.
Certo ou Errado

10 - CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO


De acordo com a legislação penal militar, os crimes culposos contra a
vida, em tempo de paz, praticados por militar em serviço são
considerados crimes militares.
Certo ou Errado

11 - CESPE – 2010 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO


Considere que, em conluio, um servidor público civil lotado nas forças
armadas e um militar em serviço tenham-se recusado a obedecer a
ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço. Nessa

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Curso de Direito Penal Militar para
Analista do Ministério Público da União
situação, somente o militar é sujeito ativo do delito de
insubordinação, que é considerado crime propriamente militar, o que
exclui o civil, mesmo na qualidade de coautor.
Certo ou Errado

Grande abraço e até a próxima aula!


Prof. Pablo Farias Souza Cruz

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