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As tensões residuais são aquelas existentes no interior de um corpo sólido sem que
sobre ele atuem quaisquer forças externas e/ou gradientes de temperatura. Tais tensões
encontram-se em equilíbrio quando livres de forças externas, ou seja, o somatório das
forças e dos momentos é igual a zero; sendo também auto equilibrantes, de modo que
qualquer perturbação que altere seu estado, como aplicação de carregamentos ou
remoção de parte do material, leva a redistribuição das tensões, de modo a
equilibrarem-se novamente (RODRIGUES, 2007).
Quanto a origem, Carmo (2006, apud SOUZA, 2012) afirma que as tensões residuais
só são geradas mediante a existência de deformações plásticas. Já Fernandes (2002)
complementa, explicando que as tensões residuais aparecem da resposta elástica que
o material apresenta devido a uma distribuição não homogênea de deformações não
elásticas, tais como: deformações plásticas, deformações devidas à expansão térmica,
etc.
Quanto a causa, as tensões residuais podem originar-se por três meios diferentes, que
podem atuar de forma individual ou combinada, a saber (SOUSA, 2012):
Embora seja mais fácil perceber tais causas ocorrendo durante o processo de fabricação
de componentes, elas podem ser também observadas durante a construção de uma
estrutura. Suponha uma estrutura metálica executada toda em ligações soldadas, onde
a contração no resfriamento de regiões diferentemente aquecidas e plastificadas pela
operação de soldagem podem levar ao aparecimento de tensões residuais no sistema
estrutural como um todo.
O estado de tensões residuais pode ser observado quando carregamos um material
acima do limite de escoamento. Durante a descarga, este passa a apresentar um
comportamento perfeitamente elástico, redistribuindo as tensões em regime elástico,
desde que a tensão de descarga seja inferior ao dobro do limite de escoamento do
material (ROSA, 2002).
Figura 3 – Sistema de três barras de aço baixo carbono (a) submetido a aquecimento
da barra central (b) (SOUSA, 2012).
Como dito anteriormente, as tensões residuais podem ter efeito benéfico tanto no
elemento quanto no sistema. Em alguns casos elas são introduzidas propositadamente
nos componentes para melhorar o desempenho da estrutura; sendo que, para tal, os
campos de tensões resultantes devem apresentar um valor máximo ou médio inferior
ao que apresentaria apenas com o carregamento externo (ROCHA, 2009).
Um exemplo do efeito benéfico pode ser observado em um elemento trabalhado a frio
que sofreu tração na sua superfície, resultando em tensões residuais compressivas,
conforme esquema da Figura 4. Neste caso, se a carga de serviço for trativa, será
diminuída das tensões residuais, pois atuam em sentidos opostos (SANTOS, 2010).
Figura 4 - (a) Componente submetido a trabalho a frio, (b) distribuição das tensões
residuais (SANTOS, 2010).
IESB. Resistência dos materiais II. 2017. 53 f. Apostila (Tópicos avançados de tensão)
- Centro Universitário IESB. Disponível em:
https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/EADG272/nova/fil
es/impresso/UIA1.pdf