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CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02

PROF. GRACIANO ROCHA

AULA 04.2

Saudações, caro aluno! Finalizamos agora nosso curso.

Hoje estudaremos tópicos complementares ao assunto “despesa pública”, e


que são presença marcante em provas de concursos: restos a pagar,
despesas de exercícios anteriores e suprimento de fundos.

Muito bem, vamos em frente. Boa aula!

GRACIANO ROCHA

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RESTOS A PAGAR E DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Restos a pagar (RP) e despesas de exercícios anteriores (DEA) são


modalidades de execução da despesa pública. Assim, para compreender
bem as informações iniciais sobre esses tópicos, vamos fazer um breve
apanhado de nosso estudo sobre despesa pública.

Como vimos antes, um dos princípios contábeis mais importantes é o da


competência; tal princípio reza que a ocorrência da despesa dá-se no
momento do seu fato gerador, e não no momento da saída dos recursos a
título de pagamento (isso se houver saída financeira, que nem é necessária).

Dessa forma, a despesa já deve ser contabilizada no momento em que se


certifica a aquisição de bens, o recebimento de serviços etc. Não importa que o
eventual reflexo financeiro dessas operações só venha a acontecer tempos
depois.

Essa é a realidade do setor privado.

Por outro lado, no âmbito do setor público, a Lei 4.320/64 dispõe que a
despesa “nasce” com seu primeiro estágio, o empenho. Isso significa,
mal comparando, a “reserva de fundos” para a despesa.

Os próximos passos para finalização da despesa são sua certificação


documental (estágio da liquidação) e o próprio estágio do pagamento. Porém,
o fato gerador, que confirma a existência da despesa pública, normalmente
ocorre após o empenho.

Assim, o princípio da competência, na prática, não é seguido totalmente à


risca no setor público.

Muito bem, revistos esses pontos, vamos avançar um pouco.

Na contabilidade pública, os orçamentos anuais são considerados “mundos


separados” (lembra-se do princípio orçamentário da anualidade?). A
autorização do Poder Legislativo para execução das despesas, por meio da Lei
Orçamentária Anual, vale para o ano de vigência dessa lei. Para o próximo
ano, uma nova lei orçamentária é editada, e, em termos absolutamente
teóricos, as despesas pertencentes ao exercício anterior já estariam
finalizadas quando do início do outro.

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Entretanto, na prática atual, o que se verifica é a transferência maciça de


despesas não totalmente executadas para os exercícios futuros, bem como a
correção, no exercício corrente, de erros de processamento ou omissões
administrativas relativas a anos passados.

Assim, considerando esses “mundos separados”, cada exercício financeiro tem


suas despesas próprias, as quais não perdem essa vinculação com seu
orçamento de origem. Basta que um empenho seja emitido em 2009 para que
a despesa decorrente pertença eternamente a 2009. Isso está assentado no
art. 35, inc. II, da Lei 4.320/64 (“Pertencem ao exercício financeiro as
despesas nele legalmente empenhadas”).

Essa divisão rígida entre exercícios e seus respectivos orçamentos, assim como
a adoção do regime de competência para a despesa pública, são o fundamento
para o estudo de RP e DEA, como veremos em seguida.

Como isso cai na prova?

1. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) A classificação de despesas em restos a


pagar decorre da aplicação do regime de competência das despesas.

2. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2008) O reconhecimento dos eventos contábeis


no momento de identificação do seu fato gerador está ligado ao

(A) princípio da entidade.

(B) conceito de essência sob a forma.

(C) princípio do custo como base de valor.

(D) critério da confiabilidade.

(E) regime de competência.

3. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Restos a Pagar

(A) provêm do regime de caixa da despesa, integrando a dívida flutuante.

(B) advêm do regime de competência da despesa, compondo a dívida


fundada.

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(C) subdividem-se em liquidados e processados.

(D) decorrem do regime de competência da despesa, compondo a dívida


flutuante.

(E) são despesas liquidadas e pagas no mesmo exercício de competência.

A questão 1 é simples e direta, e toca o cerne desses nossos primeiros


comentários. A existência dos restos a pagar deve-se ao pertencimento das
despesas ao exercício do empenho, o que caracteriza o regime de competência
(diferenciado, é verdade) da despesa pública. Questão CERTA.

Na questão 2, o item que corresponde ao reconhecimento dos eventos


contábeis simultaneamente aos respectivos fatos geradores é o regime de
competência. Gabarito: E.

A questão 3 traz outros assuntos, mas vamos nos prender ao que vimos até
agora: os restos a pagar se relacionam ao regime de competência da despesa.
Isso nos deixaria entre duas opções: B e D. Para adiantar rapidamente um
tema abordado na próxima aula, os restos a pagar compõem a dívida
flutuante, que é a dívida de curto prazo do governo. Gabarito: D.

RESTOS A PAGAR

Comecemos com a abordagem do assunto feita pela legislação:

Lei 4.320/64, Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas,


mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das
não processadas.

Decreto 93.872/86, Art. 67. Considerem-se Restos a Pagar as despesas


empenhadas e não pagas até 31 de dezembro, distinguindo-se as despesas
processadas das não processadas.

§ 1º Entendem-se por processadas e não processadas, respectivamente, as


despesas liquidadas e as não liquidadas, na forma prevista neste decreto.

§ 2º O registro dos Restos a Pagar far-se-á por exercício e por credor.

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Vamos a alguns apontamentos. Perceba a data trazida pelos trechos: 31 de


dezembro, fim do exercício financeiro. Peço que você resgate a informação
de que os orçamentos anuais são mundos separados.

A situação é a seguinte: uma despesa é registrada, por exemplo, em 2010.


Quer dizer que ela passou pelo primeiro estágio, o empenho, tendo,
portanto, uma garantia de que há “fundos orçamentários” para pagamento
futuro. Entretanto, chega o final de 2010, e o pagamento, por razões
quaisquer, não se realizou.

O exercício de 2011 vai se iniciando, e o orçamento de 2010 está “falecido”.


Mas os empenhos de 2010 que necessitam ainda de pagamento não poderão
se misturar aos empenhos normais do ano corrente. Afinal, são orçamentos
diferentes, com autorizações legislativas diferentes.

Assim, em 2011, teremos tipos distintos de empenhos para continuar a


execução de despesas orçamentárias: os atuais, referentes a gastos
autorizados para este ano, e os “esqueletos” de exercícios encerrados – os
empenhos que se tornaram restos a pagar.

Assim, para uma definição simples, restos a pagar são empenhos que
transitaram de exercício.

Como isso cai na prova?

4. (CESPE/PROCURADOR/FPH-SE/2008) A legislação orçamentária dispõe


que os restos a pagar são despesas empenhadas pela administração
pública, mas não pagas até o dia 10 de outubro de cada exercício
financeiro.

A data mencionada já chama a atenção, não é? O limite para execução


completa da despesa é o fim do exercício financeiro, 31 de dezembro. Essa é a
data de “transformação” dos empenhos em restos a pagar. Questão ERRADA.

Restos a pagar processados e não processados

Nos trecho que reproduzimos há pouco, a Lei 4.320/64 e o Decreto 93.872/86


apontam mais um detalhe importante. Devemos diferenciar as despesas

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processadas (ou liquidadas) das não processadas (ou não liquidadas),


fazendo-se o registro por exercício e por credor. Aqui, o detalhe está na
passagem, ou não, dos empenhos pelo estágio da liquidação.

Portanto, restos a pagar processados (RPP) são despesas líquidas e certas,


que já recebeu roupagem documental, atestados de recebimento, etc.

Por outro lado, restos a pagar não processados (RPNP) são ainda uma
“intenção de despesa”, pendente de confirmação, ou, como diz a lei,
pendente de implemento de condição. Assim, nada impede que ocorra um
evento qualquer – uma rescisão contratual sem execução do objeto, por
exemplo – e o empenho seja anulado, sem que isso traga efeitos reais sobre o
patrimônio público.

Tendo isso em vista, em 31 de dezembro de um ano qualquer, pode haver


empenhos liquidados e empenhos não liquidados “migrando” para o
próximo exercício, respectivamente como restos a pagar processados e
restos a pagar não processados.

Vale a pena destacar um importante aspecto decorrente dessa diferença entre


os RPP e os RPNP, referente à confirmação da despesa.

Há uma polêmica doutrinária sobre o registro dos restos a pagar não


processados: considerando que ainda não existe despesa real nesse caso,
eles deveriam ou não ser contabilizados sob o aspecto financeiro? Quer
dizer, eles deveriam ser registrados como obrigações certas, afetando
negativamente o patrimônio, ou apenas como fatos contábeis de controle?

Não vamos entrar nessa discussão. Para resolução de provas, aceite que os
RPNP são tratados também como despesa, embora não ocorrida segundo
os parâmetros da ciência contábil, para a qual o registro de uma despesa
corresponde a uma redução efetiva do patrimônio.

Em 31 de dezembro, se os empenhos não foram processados, eles passam


pelo que se denominou liquidação forçada. Nesse caso, não há
comprovação da despesa por via documental, verificação de entrega de
bens adquiridos ou serviços prestados etc. etc. É apenas um artifício contábil,
uma forma de manter vivas, no próximo exercício, essas “intenções de
despesa”, enquanto seu processamento não se completa.

Tendo em conta que os RPNP também devem ser tratados como obrigações,
foram estabelecidas algumas condições para que o registro deles não se

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fizesse de forma abusiva. Caso contrário, seria criado um volume de


“despesas” que, muitas vezes, não se confirmariam futuramente, deixando
a realidade contábil distorcida por longos períodos. Para evitar esse quadro, os
RPNP deveriam apresentar algum indicativo de execução futura.

Assim, como regra, considerou-se que, se o empenho não for liquidado até
31 de dezembro, ele deverá ser anulado, a não ser que estejam presentes
condições especiais. O Decreto nº 93.872/86 firma essas condições:

Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31


de dezembro, para todos os fins, salvo quando:

I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele


estabelecida;

II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a


liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o
cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;

IV - corresponder a compromissos assumidos no exterior.

Isto posto, os empenhos não liquidados devem sofrer uma “depuração” ao


final do exercício. Se eles estiverem relacionados às situações descritas, que
trazem um pouco mais de certeza sobre a continuidade da execução da
despesa, passarão pela liquidação forçada, tornando-se restos a pagar não
processados.

Como isso cai na prova?

5. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) O registro dos restos a pagar


deverá ser feito por exercício e por credor, distinguindo-se as despesas
processadas das não processadas.

6. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2006) Nos termos do art. 35, da Lei nº 4.320/64,


pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as
despesas nele legalmente empenhadas. Assim, se houver despesa com
material de consumo empenhada, liquidada e pronta para pagamento,
mas não paga até 31 de dezembro, estar-se-á diante de

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(A) restos a pagar não processados, devendo ser paga a despesa


imediatamente após a conclusão do processamento da despesa.

(B) despesa de exercício encerrado, para o qual o orçamento consignava


crédito próprio, com saldo suficiente, devendo se pagar por crédito adicional
excepcional.

(C) restos a pagar processados, inscritos em Restos a Pagar Processados,


devendo ser paga a despesa como provisão financeira para compromissos a
pagar.

(D) despesa obrigatória de caráter continuado, passível de anulação,


considerando-se receita do ano em que se efetivar, com pagamento através de
nova dotação orçamentária.

(E) restos a pagar de exercício encerrado, que será novamente


empenhado, desde que a despesa tenha sido inserida no plano plurianual.

7. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) As despesas não empenhadas até 31 de


dezembro podem ser pagas no exercício financeiro subsequente como
restos a pagar não processados.

8. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) A inscrição de despesa em restos a


pagar não processados é procedida após a depuração das despesas pela
anulação de empenhos, no exercício financeiro seguinte à sua emissão, ou
seja, verificam-se quais despesas devem ser inscritas em restos a pagar,
anulam-se as demais e inscrevem-se os restos a pagar não processados
do exercício anterior.

9. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Os empenhos correspondentes a


compromissos assumidos no exterior e não liquidados até o dia 31 de
dezembro do exercício de sua emissão devem ser anulados para que não
sejam inscritos em restos a pagar.

10. (FCC/ANALISTA/TRT-11/2005) Os restos a pagar não processados devem


ser classificados como despesa
(A) liquidada e não paga.

(B) empenhada em execução e não paga.

(C) executada, com comprovação dos serviços realizados e não paga.

(D) realizada com despacho de “pague-se”.

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(E) cujo direito do credor já foi verificado e não paga.

A questão 5 apenas reproduz trechos da legislação que estudamos. Questão


CERTA.

Na questão 6, como a despesa já foi liquidada, os restos a pagar serão


registrados como processados. Isso já nos traz imediatamente a resposta da
questão. Gabarito: C.

A questão 7 tenta causar uma confusão na cabeça do candidato. Despesas não


empenhadas não podem ser pagas, pelo simples fato de não existir despesa
sem prévio empenho. Questão ERRADA.

A questão 8 tem um peguinha: a inscrição dos restos a pagar, qualquer que


seja a espécie, se dá no exercício financeiro da emissão do respectivo
empenho, em 31 de dezembro, e não no exercício posterior ao do empenho.
Questão ERRADA.

Na questão 9, é mencionada uma das hipóteses do Decreto 93.872/86 que


autorizam a liquidação forçada dos empenhos não liquidados, tornando-se RP
não processados. Assim, eles não devem ser anulados. Questão ERRADA.

Para julgar as alternativas da questão 10, devemos lembrar que os RP não


processados correspondem a uma despesa sem liquidação e sem pagamento.
Portanto, não há ainda comprovação dos serviços realizados, nem despesa
“realizada com despacho de pague-se”, opções que tratam de despesas
liquidadas. Assim, surge como gabarito inequívoco a letra B.

Vigência dos restos a pagar

Agora veremos uma atualização recente da legislação, no tocante aos restos a


pagar. Faremos a leitura da redação original do art. 68 e do art. 70, ambos
do Decreto nº 93.872/86, como segue:

Art. 68. A inscrição de despesas como Restos a Pagar será automática, no


encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho, desde
que satisfaça às condições estabelecidas neste Decreto, e terá validade até 31 de
dezembro do ano subseqüente.

Art. 70. Prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar.

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Perceba que, pelo art. 68, quaisquer restos a pagar teriam validade de
um ano, a partir de sua inscrição. Depois desse prazo, poderia ocorrer seu
cancelamento.

Porém, sobreveio uma discussão a respeito da questão dos restos a pagar


processados, que já constituem dívidas líquidas e certas para o ente
público, e que, em razão disso, têm sua exigibilidade regida pelas disposições
do Direito Civil.

Segundo o art. 1º do Decreto nº 20.910/32,

“As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e
qualquer direito ou ação contra a fazenda federal, estadual ou municipal, seja
qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou
fato do qual se originarem”.

Aplicando-se essa disposição ao nosso tema, em conjunto com o art. 70 acima,


conclui-se que o credor pode exigir judicialmente o pagamento de seu
direito por cinco anos, a partir da inscrição dos restos a pagar processados.
Depois, não poderá mais fazer essa exigência em juízo, e a Administração
devedora não estará mais obrigada a fazer o pagamento.

Constata-se que o cancelamento de RP processados, antes da prescrição,


resultaria em enriquecimento sem causa por parte do poder público. Isso já
foi, inclusive, defendido pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (Parecer
PGFN 401/2000). Apenas depois de ocorrida a prescrição, pode-se
proceder ao cancelamento de RPP.

As redações dos artigos acima transpareciam certa contradição. O art. 68 fazia


entender que os restos a pagar deveriam ser cancelados decorrido um
ano de seu registro. Mas o art. 70 garantia a prescrição quinquenal (em
cinco anos) dos restos a pagar processados, já convertidos em dívida passiva.

Esse aparente conflito foi resolvido recentemente. Os Decretos 6.708/2008 e


7.468/2011 modificaram a redação do art. 68 do Decreto nº 93.872/86, da
seguinte forma:

Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar será automática, no


encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho, desde
que satisfaça às condições estabelecidas neste Decreto para empenho e
liquidação da despesa.

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Parágrafo único. Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e


não liquidados posteriormente terão validade até 31 de dezembro do ano
subsequente de sua inscrição.

A redação do art. 70 continuou qual está. Dessa maneira, esclareceu-se que


são os restos a pagar não processados que têm validade de um ano,
após o que, sem liquidação, deverão ser cancelados. Os restos a pagar
processados continuam com a prescrição quinquenal.

Outro detalhe a se mencionar, sobre esse assunto, refere‐se à


revalidação de RP não processados. Apesar da regra firmada pelo
Decreto nº 93.872/86, de que os RPNP devem ser cancelados até 31 de
dezembro do exercício posterior a seu registro, caso não ocorra sua
liquidação, o Poder Executivo não raramente têm editado outros
decretos, “esticando” a validade dos RPNP de alguns órgãos.

Assim, despesas sem realização assegurada acabam sendo postergadas


para dois, três anos posteriores à sua origem, intensificando os efeitos
negativos dos restos a pagar sobre a execução financeira do exercício,
como veremos a seguir.

Como isso cai na prova?

11. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Uma vez inscritos em um exercício, os


restos a pagar não processados somente podem ser cancelados no final
do exercício subsequente.

12. (CESPE/AGENTE/DPF/2009) A despesa orçamentária que percorre os


estágios de empenho e liquidação pode ser inscrita como restos a pagar,
que não podem, nesse caso, ser cancelados.

13. (CESPE/TEFC/TCU/2009) De acordo com a legislação federal, a inscrição


de despesas em restos a pagar é válida até o encerramento do exercício
financeiro seguinte, mas, nos termos da legislação civil, os direitos dos
respectivos credores só prescrevem cinco anos depois.

A questão 11 está ERRADA. Como acabamos de ver, os RPNP podem ser


cancelados a qualquer momento. Basta constatar-se o não prosseguimento da
execução da despesa iniciada.

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A questão 12 traz o tratamento correto quanto às despesas inscritas em RP


processados. Como já se apurou o direito do credor e a obrigação a pagar, não
há que se falar em cancelamento. Questão CERTA.

Na questão 13, para que se firmasse o entendimento perfeito, faltou


acrescentar que os restos a pagar válidos até o fim do exercício subsequente
são os RP não processados. O gabarito oficial foi CERTO, embora seja
questionável por este detalhe.

Impactos financeiros dos restos a pagar

A cada ano, os Poderes e o Ministério Público, obedecendo a ordens da LRF e


da Lei de Diretrizes Orçamentárias, devem “fatiar” a execução de seu
respectivo orçamento pelos meses do exercício, proporcionalmente ao
ritmo previsto de arrecadação da receita – é o que baseia a “programação
financeira”.

Isso representa a divisão do orçamento anual em parcelas mensais, com


vistas a manter-se o controle de curto prazo sobre a execução das despesas,
equilibrando-as com o ingresso das receitas.

Caso a arrecadação prevista seja ameaçada de frustração em certo período,


afetando as metas de resultado, deverá ocorrer o contingenciamento
(suspensão ou redução da execução) das despesas, resguardando o equilíbrio.

E os restos a pagar, o que têm a ver com isso?

Têm a ver porque eles também fazem parte da programação financeira.


Assim como as despesas normais do exercício corrente, também os RP têm seu
ritmo de pagamento distribuído pelos meses do ano, evitando que o caixa
sofra uma “baixa” diante de saídas financeiras muito concentradas num
período curto de tempo.

Num quadro em que não houvesse restos a pagar, o ritmo de execução das
despesas do exercício corrente seria bem mais folgado, já que as receitas
disponíveis poderiam ser totalmente destinadas às dotações próprias.
Entretanto, o que se verifica, com o aumento do volume de RP, é um efeito
bola de neve: o pagamento dos RP comprime e posterga a execução das
despesas do exercício, que, ao final do ano, são transferidas em grande
volume para o próximo exercício – na forma de novos restos a pagar.

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Nesse caso, com a insuficiência de receita para cobrir tanto os restos a pagar
quanto as despesas do orçamento atual, o volume excessivo de RP pode
comprometer a programação financeira.

Como isso cai na prova?

14. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Na fixação da programação financeira,


devem ser considerados os créditos adicionais e as operações
extraorçamentárias, em especial os restos a pagar.

15. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os Restos a Pagar constituirão item


específico da programação financeira, devendo o seu pagamento efetuar-
se dentro do limite de saques fixado.

16. (CESPE/ACE/TCU/2008) O volume expressivo de restos a pagar não


processados inscritos ou revalidados em determinado exercício financeiro
compromete a programação financeira e o planejamento governamental
nos exercícios seguintes.

A questão 14 está CERTA. Repisando a informação, os RP integram a


programação financeira do exercício.

Como os RP disputam por recursos financeiros com as despesas do exercício


corrente, é necessário harmonizar o ritmo de pagamento desses conjuntos de
obrigações, submetendo-os aos procedimentos da programação financeira. A
questão 15 está CERTA.

A questão 16 também está CERTA, pelas mesmas razões estudadas nesse


tópico.

Impactos patrimoniais dos restos a pagar

Já comentamos antes que os restos a pagar processados provêm de


empenhos liquidados. Vale dizer, são dívida assumida e documentada pelo
poder público, restando apenas o pagamento para sua extinção.

Por outro lado, os restos a pagar não processados constituem meras


“intenções de despesa”.

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Quanto aos efeitos dos restos a pagar sobre o patrimônio, seu registro se dá
na conta contábil “Passivo Financeiro”, integrando o que a Lei 4.320/64
chamou de “Dívida Flutuante”.

A Dívida Flutuante é constituída de obrigações de curto prazo, que não


necessitam de autorização orçamentária para sua quitação.

Relembrando conceitos da contabilidade, a situação patrimonial líquida, ou


Patrimônio Líquido, é igual à diferença entre o Ativo (bens, direitos) e o
Passivo (obrigações). Portanto, fazendo parte do Passivo Financeiro, os restos
a pagar diminuem a situação patrimonial líquida.

Havendo, por hipótese, o cancelamento de restos a pagar, isso significaria a


diminuição de uma obrigação no Passivo Financeiro – seria o equivalente,
para nós, pessoas físicas, ao cancelamento de uma conta. Como resultado, a
situação líquida sofreria um aumento correspondente ao valor do RP
cancelado.

Lembre que a ocorrência de cancelamento de RP processado é excepcional.


Já pontuamos que os RP processados não podem, como regra, ser cancelados
antes da prescrição, por representarem dívidas líquidas, certas e
documentadas.

Já tratamos anteriormente dessa hipótese de cancelamento de RP. Vamos


relembrar?

A Lei 4.320/64 diz que, se a anulação do empenho ocorrer no mesmo


exercício de sua emissão, faz‐se apenas uma reversão à dotação original.
Ou seja, a despesa autorizada pela LOA volta a contar com a
disponibilidade orçamentária correspondente ao empenho anulado.

Por outro lado, se a anulação ocorrer em exercício diverso daquele da


emissão do empenho, já se tratará de uma anulação de restos a pagar
(empenhos que transitaram de exercício).

Isso gera certa polêmica, porque, em obediência ao princípio da


anualidade, não há como restaurar um orçamento já encerrado. Desse
modo, a anulação de restos a pagar deve lançar seus efeitos sobre o
novo exercício.

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Aí temos uma disputa de entendimentos. Segundo o art. 38 da Lei


4.320/64, a anulação de restos a pagar corresponde a uma receita
orçamentária do ano em que ocorrer essa anulação.

A Secretaria do Tesouro Nacional, assim como a doutrina, dizem que não


há que se falar em receita nessa hipótese, pelo simples fato de não
ocorrer ingresso de recursos. O que há, assumindo esse segundo
raciocínio, é uma desincorporação de passivo, ou seja, o sumiço de uma
obrigação.

Assim, é necessário ir para a prova com cuidado. Ultimamente as provas têm


optado mais frequentemente pela visão da STN.

Como isso cai na prova?

17. (CESPE/AUDITOR/FUB/2009) O cancelamento da prestação de um serviço,


cujo empenho foi inscrito na unidade gestora como restos a pagar não
processado, é classificada como uma variação ativa independente da
execução orçamentária.

18. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2009) O cancelamento de restos a pagar


corresponde ao recebimento de recursos provenientes de despesas pagas
em exercícios anteriores, os quais devem ser reconhecidos como receita
orçamentária.

19. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) O pagamento de restos a pagar


processados afeta o patrimônio líquido do órgão público somente no
exercício do efetivo desembolso financeiro.

20. (FCC/ANALISTA/TRT-03/2009) Em 28/12/X8, a Secretaria de Obras


empenhou despesa em dotação orçamentária própria para a aquisição de
material elétrico. No dia 30/12/X8, o fornecedor informou à administração
pública que não teria condições de atender ao pedido e o ordenador de
despesa solicitou o cancelamento do empenho. Neste caso, a importância
relativa ao cancelamento será considerada receita do exercício corrente.

Inicialmente, na questão 17, registre-se que o cancelamento se refere a RP


não processado, o que é possível. Além disso, como tem sempre acontecido, a

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banca acolheu o entendimento da Secretaria do Tesouro Nacional quanto aos


efeitos patrimoniais desse fato. Questão CERTA.

A questão 18 está ERRADA. No cancelamento de RPNP, não existe recebimento


de recursos, apenas uma variação ativa patrimonial.

A questão 19 despreza o regime de competência aplicável à despesa. Ao ser


liquidado o empenho, confirma-se a obrigação, e registra-se a baixa
patrimonial. O pagamento posterior apenas substitui a obrigação contraída, ou
seja, ocorre uma mutação patrimonial. Questão ERRADA.

Na questão 20, como o cancelamento do empenho se concretiza no próprio


exercício de sua emissão, ocorre apenas a reversão do respectivo valor à
dotação orçamentária da qual se originou o empenho. Questão ERRADA.

Restos a pagar de despesas plurianuais

Uma observação interessante sobre os restos a pagar consta do art. 36,


parágrafo único, da Lei 4.320/64:

Art. 36, Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com
vigência plurienal que não tenham sido liquidados só serão computados como
Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito.

Para entender esse dispositivo, devemos pensar nos créditos especiais e


extraordinários que se transferem de exercício, por terem sido abertos
nos últimos quatro meses do ano (como estudamos na aula sobre créditos
adicionais).

Assim, os empenhos não liquidados referentes a esses créditos plurianuais


só serão contabilizados como restos a pagar ao final do seu último ano de
vigência.

Como isso cai na prova?

21. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os empenhos que correm por conta


de créditos com vigência plurianual que não tenham sido liquidados

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somente serão computados como restos a pagar no último ano de


vigência do crédito.

22. (FCC/ANALISTA/TCE-MA/2005) Os empenhos decorrentes de contratos


com vigência plurienal, que não tenham sido liquidados, serão
computados pelo valor total como restos a pagar ao final do primeiro
exercício financeiro.

Nesse ponto, as bancas não ultrapassam muito o que a legislação já


estabeleceu, como foi o caso. A questão 21 está CERTA.

A questão 22 está ERRADA, já que o prazo para considerar os empenhos


decorrentes de créditos de vigência plurianual como restos a pagar é verificado
no último ano de vigência do crédito, e não no primeiro exercício financeiro.

Restos a pagar e a LRF

A Lei de Responsabilidade Fiscal refletiu uma preocupação de índole financeira


referente às despesas assumidas durante a transição de mandatos dos
chefes dos Poderes e do Ministério Público.

Vejamos o dispositivo aplicável:

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos
dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não
possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem
pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa
para este efeito.

Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão


considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do
exercício.

O art. 42 da LRF procura evitar as chamadas “heranças malditas”: gastos


assumidos por gestores que só vão explodir já no mandato do sucessor, sob
a forma de uma avalanche de restos a pagar, sem lastro para custeá-los.

Assim, o gestor em final de mandato poderia “ficar bem na fita”, executando


despesas de diferentes naturezas, com uma imagem de bom administrador,

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mas sem arcar com os custos financeiros dessas realizações, e


transferindo os correspondentes encargos ao sucessor.

Por causa disso, simplificando o trecho acima, estão estabelecidas as seguintes


normas:

• nos últimos dois quadrimestres de seu mandato, o titular de Poder ou do


MP não poderá contrair obrigação de despesa que não possa ser honrada
dentro do exercício;

• caso restem parcelas a serem pagas no exercício seguinte, já pertencente


ao mandato do sucessor, o gestor em fim de mandato deverá deixar
suficientes recursos disponíveis em caixa, para custear essas parcelas
inscritas em restos a pagar.

Adicionalmente, para apurar a disponibilidade de caixa, deve-se fazer a


quantificação dos compromissos a vencer até o final do exercício.

Como isso cai na prova?

23. (CESPE/ANALISTA/PREF. VITÓRIA/2008) Ao titular de poder ou órgão


público é vedado contrair, nos últimos dois quadrimestres do seu
mandato, obrigação de despesa que não possa ser cumprida
integralmente nesse período, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para
esse efeito.

24. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Na disponibilidade de caixa, que


permite ao governante a inscrição em restos a pagar de despesa contraída
no último ano de seu mandato, são considerados os encargos e as
despesas que devam ser pagos até o final do exercício.

25. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) Em relação aos Restos a Pagar e de


acordo com a Lei nº 101/2000, é vedado ao titular do Poder Executivo,
contrair obrigação de despesas que não possa ser cumprida integralmente
ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja
suficiente disponibilidade de caixa para este efeito

(A) nos últimos dois meses de cada exercício.

(B) nos últimos dois trimestres do seu mandato.

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(C) nos últimos dois bimestres do seu mandato.

(D) nos últimos dois quadrimestres do seu mandato.

(E) no último quadrimestre do seu mandato.

A questão 23 praticamente copiou os dispositivos da LRF sobre o presente


tópico. Questão CERTA.

A questão 24 tem uma informação sutil, que cria problemas: a despesa que
pode ser inscrita em restos a pagar não pode ser assumida durante o último
ano do mandato, mas apenas nos últimos dois quadrimestres desse último
ano. Questão ERRADA.

Na questão 25, novamente devemos lembrar que o prazo de observância


relativo à vedação aos restos a pagar, conforme o critério da LRF, se refere aos
dois últimos quadrimestres do mandato. Gabarito: D.

DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

As despesas de exercícios anteriores (DEA) são outra modalidade de execução


da despesa pública, cujo conceito sempre é utilizado pelas bancas para
“misturar” com o de restos a pagar.

Para iniciarmos a abordagem sobre as DEA, diferenciando-as dos restos a


pagar, vamos pensar assim:

• como já vimos, os restos a pagar são empenhos (liquidados ou não) que


transitaram de exercício;

• as DEA atendem a obrigações de anos passados, para as quais não


existe empenho ou RP emitido.

Vamos ver uma historinha para ilustrar uma hipótese em que se poderia
utilizar DEA.

Digamos que um órgão público tenha contratado uma empresa para trocar
toda a aparelhagem de ar-condicionado em sua sede, em dezembro de
2009. O empenho foi emitido, mas, sem execução dos serviços nesse fim de
ano, registraram-se restos a pagar não processados, para suportar a
continuidade do contrato no exercício seguinte.

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Por conta de alguns atrasos processuais, os serviços tiveram início apenas em


março de 2010, e os RP não processados foram utilizados aos poucos para
cobrir gradualmente faturas da empresa, conforme o trabalho ia se realizando.

Ao final dos trabalhos, em dezembro de 2010, o servidor responsável


recebeu o serviço e atestou o cumprimento total do objeto. Porém, esqueceu-
se de encaminhar a documentação à contabilidade, para que a despesa
correspondente à última fatura fosse processada.

No fim do ano, a parte dos RP não processados que serviria de lastro para essa
última fatura foi cancelada pelo setor de contabilidade, em razão da não
apresentação de documentos que justificassem sua liquidação (pela falha
humana referida). Obedeceu-se ao disposto no Decreto nº 93.872/86, segundo
o qual os RP não processados devem ser cancelados, se não forem liquidados
até 31 de dezembro do exercício seguinte ao registro.

Ao saber da ocorrência, em janeiro de 2011, a empresa vai até o órgão


esclarecer a situação, e o servidor responsável pelo aceite dos serviços
percebe sua falha, encaminhando então a documentação à contabilidade
para que a empresa tenha seu pagamento.

E agora, como a contabilidade vai executar essa despesa? Sem dúvida, existe
o direito da empresa credora e uma obrigação do poder público. Mas o
empenho de 2009, que se tornou RP, e que vinha sendo utilizado para
executar a despesa com o ar-condicionado, não existe mais.

Vamos relembrar que, para executar uma despesa, necessariamente deve-se


emitir um empenho, logo de início (Lei 4.320/64, art. 60: É vedada a
realização de despesa sem prévio empenho). Portanto, na ausência de
empenhos ou RP que pudessem atender às obrigações de exercícios
encerrados, emite-se um empenho à conta do orçamento corrente.

Portanto, para situações em que algum lapso ou falha administrativa, ou


motivo de força maior, leva à inexistência de empenho/RP para fazer frente ao
direito de um credor, emprega-se essa figura de DEA.

Como isso cai na prova?

26. (CESPE/TEFC/TCU/2007) Os valores registrados como despesas de


exercícios anteriores terão validade até o encerramento do ano

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subseqüente e, após essa data, os saldos remanescentes serão


automaticamente cancelados, permanecendo em vigor, no entanto, o
direito do credor por cinco anos.

27. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) Quando o empenho não for pago dentro do


exercício financeiro em que for emitido, dará origem a um processo de
despesas de exercícios anteriores.

28. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Tendo em vista o


agrupamento de diversos itens registrados como despesas de exercícios
anteriores, não é possível manter, nesse caso, os registros de cada
despesa segundo a categoria econômica original.

29. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2009) É característica das Despesas de


Exercícios Anteriores

(A) desembolsada em exercícios anteriores, mas gerada no exercício


corrente.

(B) não possuírem crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las no
exercício em que forem geradas.

(C) o credor não cumpriu sua obrigação no prazo para ele estabelecido
quando do empenho da despesa.

(D) serem despesas orçamentárias.

(E) serem despesas cuja inscrição em restos a pagar tenha sido


cancelada, por não mais viger o direito do credor.

A questão 26 tenta “colar” uma mistura entre os conceitos de RP e de DEA.


Questão ERRADA.

Como vimos, um pré-requisito para a existência de DEA é a inexistência de


empenho para executar a despesa anterior. Por isso, a questão 27 está
ERRADA.

A questão 28 está ERRADA: o processamento da despesa com o “elemento


92”, referente a DEA, não altera os demais níveis da classificação da despesa
quanto à natureza.

Na questão 29, a característica pertencente às despesas de exercícios


anteriores é o fato de constituírem despesas orçamentárias. Os motivos que

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invalidam as demais alternativas são os seguintes: são geradas em exercícios


passados; havia crédito autorizado com saldo suficiente para atender a
despesa no exercício de origem; e o credor tem um direito a receber nessas
situações. Gabarito: D.

Hipóteses de DEA

Como sempre, vamos partir das previsões legais sobre o assunto:

Lei 4.320/64, Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o


orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para
atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os
Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos
após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de
dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos,
obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

Decreto 93.872/86, Art. 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais


o orçamento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para
atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os
Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos
após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta
de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a
categoria econômica própria.

§ 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo,


cabe à autoridade competente para empenhar a despesa.

§ 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se:

a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo


empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do
exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor
tenha cumprido sua obrigação;

b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como


restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;

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c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação


de pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do
reclamante após o encerramento do exercício correspondente.

Art. 69. Após o cancelamento da inscrição da despesa como Restos a Pagar, o


pagamento que vier a ser reclamado poderá ser atendido à conta de dotação
destinada a despesas de exercícios anteriores.

Existem quatro hipóteses de utilização da figura “despesas de exercícios


anteriores”. Os trechos da legislação acima reproduzidos tratam explicitamente
de três dessas hipóteses. Vamos detalhá-las.

a) Despesas que não se tenham processado na época própria. Essa


previsão refere-se a empenhos que não foram liquidados em razão de
algum problema no processamento da despesa (falhas documentais, falhas de
comunicação entre setores do órgão, não emissão de documentos fiscais pelo
credor etc.), sendo, por isso, cancelados. Depois disso, constata-se que um
serviço foi prestado, um bem foi entregue, uma obra foi realizada. Mas não
existe resquício do orçamento original para ser utilizado.

Assim, o orçamento atual é “sacrificado”, concedendo dotações para


cobertura de despesas que pertencem, na verdade, a outros exercícios. Aquela
história que ressaltamos, de que orçamentos anuais são mundos separados, é
relativamente superada aqui (e em todos os casos de DEA): o orçamento
atual “se solidariza”, pagando a conta relativa a outros, já encerrados.

b) Restos a pagar com prestação interrompida. Aplicam-se a essa


hipótese às mesmas observações acima, com a diferença de que, em vez de
falarmos num empenho cancelado, pensamos num RPNP cancelado, cuja
ausência é suprida por DEA.

c) Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício.


Nesses casos, a Administração reconhece um direito a pagar criado por lei,
mas exigido em exercício posterior ao início da vigência desse direito.

Para ilustrar esse caso, pense numa decisão judicial favorável a um grupo de
servidores públicos, concluindo que o pagamento de certa gratificação estava
sendo calculado erroneamente há 3 anos, e obrigando a Administração a
corrigir a falha (inclusive recompondo os atrasados).

No momento de efetuar os pagamentos referentes aos anos anteriores, a


contabilidade do órgão responsável não encontrará qualquer empenho

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relativo à diferença de remuneração, pelo simples fato de que essa


diferença não era reconhecida à época.

Esses pagamentos deverão então ser realizados à conta de despesas de


exercícios anteriores. Diferentemente dos outros dois casos já vistos, em que
um empenho tinha sido emitido e cancelado (ou convertido em RP e
posteriormente cancelado), aqui sequer houve empenho no exercício de
origem.

d) “Reforço” de restos a pagar não processados. Como já estudamos nos


estágios da despesa, o empenho pode ser emitido por estimativa, quando
não se tem definido o valor a ser pago. Assim, a despesa vai sendo executada
gradualmente, e, conforme o caso, ao final, anula-se a parte excedente
(empenho maior que a despesa real) ou reforça-se o empenho estimativo
(empenho menor que a despesa real).

Porém, esses procedimentos ocorrem apenas no mesmo exercício de


emissão do empenho. Caso um empenho por estimativa transite de
exercício, para execução posterior, tornando-se restos a pagar não
processados, temos as seguintes possibilidades, depois de confirmado o valor
da despesa:

• restos a pagar superiores à despesa real: aqui, deve-se anular a parcela


excedente dos RPNP, o que produzirá, como vimos, variação patrimonial
ativa para o ente público (ou “receita orçamentária”, segundo a Lei
4.320/64);

• restos a pagar inferiores à despesa real: agora, não se pode “reforçar”


literalmente o RPNP. A parcela faltante da despesa, não coberta pelo RPNP,
deverá ser atendida por DEA.

Como isso cai na prova?

30. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Se o empenho de uma


despesa for considerado insubsistente e anulado no encerramento do
exercício, mas, em momento posterior, o credor cumprir com sua
obrigação, o pagamento será obrigatório e deverá correr à conta de
despesas de exercícios anteriores.

31. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) A despesa cuja inscrição como restos a


pagar tenha sido cancelada, não estando mais vigente o direito do credor,

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poderá ser paga à conta de dotação destinada a atender despesas de


exercícios anteriores.

32. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. DA SAÚDE/2008) Se a administração


pública reconhecer dívida correspondente a vários anos de diferenças em
gratificações de servidores públicos em atividade, a despesa decorrente da
decisão poderá ser paga na folha de pagamentos regular dos meses
seguintes e não poderá ser classificada como despesa de exercícios
anteriores.

33. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Quando determinada unidade gestora


recebe nota fiscal de despesa inscrita em restos a pagar não processados,
com valor superior ao inscrito, deve providenciar o cancelamento de sua
inscrição por divergência no valor.

34. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os Restos a Pagar com prescrição


interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do
exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica
consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre
que possível, a ordem cronológica.

Na questão 30, mostram-se todas as condições para uma das hipóteses de


DEA. Questão CERTA.

A questão 31 está ERRADA. Há nela uma informação sutil e muito importante:


não está mais vigente o direito do credor. Dessa forma, não há obrigação a
pagar.

A questão 32 tem quase tudo certo, exceto a conclusão: essa dívida poderia
ser atendida mediante a execução de DEA. Questão ERRADA.

A questão 33 está ERRADA. Nesse caso, o valor excedente ao RPNP seria


atendido por DEA.

A questão 34 trouxe uma reprodução quase literal de parte do caput do art. 37


da Lei 4.320/64, indicando duas das hipóteses de utilização de DEA. Questão
CERTA.

SUPRIMENTO DE FUNDOS

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O suprimento de fundos, ou regime de adiantamento, constitui uma


modalidade excepcional de execução da despesa pública. Nesse caso,
recursos financeiros são confiados a um servidor público (agente suprido),
que será o responsável pelas contratações/aquisições dos bens ou serviços de
interesse da Administração.

Mais uma vez, vamos beber diretamente da fonte:

Lei 4.320/64, Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de


despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a
servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de
realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de
aplicação.

As despesas executadas sob regime de adiantamento são reconhecidas


legalmente como de processamento diferenciado, em virtude,
normalmente, da urgência ou do sigilo que devem envolver as operações
nesses casos, ou pela pequena dimensão do gasto.

Por se tratar de uma modalidade excepcional, não é permitida sua


utilização repetida, o que caracterizaria fuga ao regime normal de execução
da despesa (incluindo a realização de procedimento licitatório).

Como isso cai na prova?

35. (CESPE/TÉCNICO/PGE-PA/2006) A administração pública realiza


suprimento de fundos quando se utiliza de modalidade simplificada de
execução de despesa, que consiste na entrega de numerário a servidor
para a realização de uma despesa precedida de empenho na dotação
própria que, por sua natureza ou urgência, não possa subordinar-se ao
processo normal da execução orçamentária e financeira.

A questão 35 está CERTA. O enunciado trouxe algumas modificações em


relação ao conceito de suprimento de fundos, mas fiel ao sentido original.

Hipóteses de utilização

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O Decreto 93.872/86 delimitou as hipóteses de utilização do suprimento de


fundos:

Art. 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira


responsabilidade, poderá ser concedido suprimento de fundos a servidor,
sempre precedido do empenho na dotação própria às despesas a realizar, e que
não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, nos seguintes
casos:

I - para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços


especiais, que exijam pronto pagamento;

II - quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar


em regulamento; e

III - para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo
valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do
Ministro da Fazenda.

Assim, podemos ter situações sem condições de execução normal da


despesa, que exigem pronto pagamento, como ocorre em viagens de
servidores a interesse do órgão/entidade respectivo.

Por exemplo, para compra de combustível para o carro utilizado na viagem


dos servidores, provavelmente não haverá unidade administrativa-contábil
próxima para emitir empenho, efetuar a liquidação e liberar o pagamento
correspondente. Assim, o agente suprido levará certa quantia consigo (na
verdade, receberá limite bancário, como veremos) para pagamento de
combustível e outras despesas necessárias no decorrer da viagem.

As outras hipóteses de utilização do regime de adiantamento dão-se ante


despesas sigilosas, assim caracterizadas na legislação, e para atendimento
de despesas de pequeno vulto, cujos critérios também devem ser
normatizados.

Inclusive, sobre esse último ponto, existe uma exceção ao formalismo dos
contratos com a Administração. Para contratos de valor reduzido (pequeno
vulto), é possível o “contrato verbal” com a Administração, mediante o regime
de adiantamento, conforme estabelecido pela Lei 8.666/93:

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Art. 60, Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de
adiantamento.

Ou seja, para despesas de pequeno vulto, a aquisição de bens e serviços se dá


de forma bastante simplificada, dispensando a existência de termo contratual.

A definição do que seja “despesa de pequeno vulto” fica a cargo de


normatização ministerial:

Decreto 93.872/86, Art. 45, § 4º Os valores limites para concessão de


suprimento de fundos, bem como o limite máximo para despesas de pequeno
vulto de que trata este artigo, serão fixados em portaria do Ministro de Estado
da Fazenda.

Como isso cai na prova?

36. (CESPE/CONTADOR/PREF. RIO BRANCO/2007) O regime de adiantamento


de numerário é aplicável aos casos em que não se podem determinar
previamente o valor a ser despendido e a finalidade específica do gasto.

37. (FCC/ESPECIALISTA/SAEB-BA/2004) Segundo o Decreto nº 93.872,


excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira
responsabilidade poderá ser concedido suprimento para despesa que deva
ser feita

(A) com urgência.

(B) para atender despesa de pequeno vulto definido pelo seu ordenador.

(C) em caráter sigiloso.

(D) para compra de material de consumo.

(E) para prestação de serviços de reparos.

A questão 36 está ERRADA: o enunciado não aborda nenhuma das previsões


legais para esse regime. No suprimento de fundos, o valor a ser despendido e
a finalidade do gasto são conhecidos previamente.

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Das alternativas da questão 37, a que se refere a uma das hipóteses legais
para utilização do suprimento de fundos é a de despesas de caráter sigiloso.
Gabarito: C.

Registro contábil do suprimento de fundos

Relativamente à questão da execução da despesa mediante suprimento de


fundos, há mudanças nos procedimentos.

Para ser bem simples, no ato de concessão do suprimento de fundos, já se


considera a despesa como inteiramente realizada. Ou seja, quando o
suprimento é concedido, registram-se, simultaneamente, o empenho, a
liquidação e o pagamento da despesa, sem importar que o suprido ainda
não tenha aplicado os recursos. Assim, nessa modalidade, a aquisição dos
bens ou serviços é posterior a todos os estágios da despesa (por isso a
denominação “regime de adiantamento”).

Apesar dessa “execução completa” da despesa, claro, não houve qualquer


afetação patrimonial do ente público. Enquanto não são aplicados os
recursos, a Administração permanece com um “direito a receber”, referente ao
dever do agente suprido de comprovar as despesas. Conclui-se, portanto, que
a concessão de suprimento de fundos constitui despesa não efetiva.

Como isso cai na prova?

38. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. COMUNICAÇÕES/2008) No caso de


adiantamento de numerário a servidor, é dispensado o empenho. Os
adiantamentos serão utilizados na realização de despesas que exigem
rapidez e não possam ser submetidas ao processo normal de aplicação.

A questão 38 está ERRADA. Como visto antes, não há despesa sem prévio
empenho, e, no caso do suprimento de fundos, a despesa é considerada
executada no ato da concessão do limite ao suprido.

Controle e responsabilização

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O Decreto 93.872/86 traz as seguintes disposições sobre o suprimento de


fundos, no tocante ao controle dos registros:

Art. 45, § 1º O suprimento de fundos será contabilizado e incluído nas contas


do ordenador como despesa realizada; as restituições, por falta de aplicação,
parcial ou total, ou aplicação indevida, constituirão anulação de despesa, ou
receita orçamentária, se recolhidas após o encerramento do exercício.

§ 2º O servidor que receber suprimento de fundos, na forma deste artigo, é


obrigado a prestar contas de sua aplicação, procedendo-se, automaticamente, à
tomada de contas se não o fizer no prazo assinalado pelo ordenador da
despesa, sem prejuízo das providências administrativas para a apuração das
responsabilidades e imposição, das penalidades cabíveis.

Art. 46. Cabe aos detentores de suprimentos de fundos fornecer indicação


precisa dos saldos em seu poder em 31 de dezembro, para efeito de
contabilização e reinscrição da respectiva responsabilidade pela sua aplicação
em data posterior, observados os prazos assinalados pelo ordenador da despesa

Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada


até 15 de janeiro seguinte.

Depois de ter utilizado os recursos para a finalidade que lhe foi confiada, o
suprido deverá prestar contas dos gastos. Para tanto, será necessário
apresentar documentos fiscais, comprovantes de compras, recibos etc. Ou
seja, os procedimentos que normalmente constituiriam o estágio da
liquidação são realizados na posterior prestação de contas.

Embora o executor seja o agente suprido, o limite de recursos concedido fica


sob responsabilidade do ordenador de despesas, que foi o responsável
pela transferência dos recursos à guarda do servidor.

Cabe ao ordenador de despesa responsável, portanto, tomar as contas do


agente suprido após a execução do adiantamento, verificando a documentação
comprobatória dos gastos e procedendo à baixa da responsabilidade do
servidor. Ou, detectando irregularidades na aplicação do adiantamento, deve
instaurar processo de tomada de contas especial para apurar o dano e as
responsabilidades.

Por ocasião da execução do suprimento de fundos, pode haver a devolução de


recursos confiados, ora na hipótese de restar saldo sem aplicação, ora na

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hipótese de impugnação de despesas. Assim, tanto pela “sobra” de recursos


quanto pela não aprovação da prestação de contas do suprido, este deverá
recolher a quantia devida aos cofres públicos.

Destaco aqui um detalhe curioso, ao final do § 1º do art. 45 do Decreto


93.872/86, referente ao momento da devolução de recursos do
suprimento de fundos. Se a devolução ocorrer no mesmo exercício da
concessão do limite de gasto, procede‐se à anulação da despesa, no
montante devolvido. Se a devolução se der em exercício posterior ao da
concessão, registra‐se uma receita orçamentária pertencente a esse
novo exercício.

Ao assumir a responsabilidade pelos recursos sob regime de adiantamento, o


agente suprido também é informado, pelo ordenador de despesas, sobre o
prazo limite para execução da despesa e para apresentação da prestação de
contas. No final do ano, a execução do suprimento de fundos realizada até
31/12 deve ter seus comprovantes apresentados até 15/01.

Vale ressaltar que a não apresentação da prestação de contas enseja a


rejeição das contas do agente suprido, impedindo-o de receber novos
suprimentos de fundos.

Na transição de um exercício para outro, é necessário que os agentes supridos


informem à Administração os saldos sob sua guarda em 31/12, para
reinscrição da responsabilidade.

O prazo para prestação de contas de suprimento de fundos não expira no fim


do exercício financeiro. Isso deve ser regulamentado no âmbito dos órgãos ou
Poderes. Na esfera federal, o prazo mais adotado é de 90 dias para aplicação
dos recursos e mais 30 dias para comprovação dos gastos.

Como isso cai na prova?

39. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) O servidor que receber suprimento de


fundos deverá prestar contas da aplicação dos recursos até o
encerramento do exercício financeiro. O saldo não aplicado será recolhido
como uma nova receita.

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A questão 39 está ERRADA: o prazo para prestação de contas do suprimento


de fundos, na esfera federal, é de 30 dias após o prazo para aplicação dos
recursos.

Vedações ao uso de suprimento de fundos

Há situações que impedem um servidor de figurar como suprido no regime de


adiantamento. Isso está regido pelo Decreto 93.872/86, como segue:

Art. 45, § 3º Não se concederá suprimento de fundos:

a) a responsável por dois suprimentos;

b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a


adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor;

c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha


prestado contas de sua aplicação; e

d) a servidor declarado em alcance.

Vejamos cada uma dessas previsões.

a) Dois suprimentos em conta de responsabilidade. Nesse caso, busca-se


evitar a sobrecarga de um servidor na função de suprido. A legislação
permite que o mesmo servidor seja responsável, simultaneamente, apenas por
dois adiantamentos.

Essa regra não tem exceções. Assim, não importa que sejam trabalhos
diferentes, ordenadores de despesas diferentes, etc.; o suprido poderá ter
consigo a guarda de dois suprimentos de fundos, somente.

b) Responsabilidade pela guarda ou utilização dos bens a adquirir. Um


dos princípios mais importantes da atividade de controle diz respeito à
“segregação de funções”. A ideia é evitar o acúmulo de funções pelos
mesmos agentes, de modo que não sejam criadas condições para a prática de
erros e fraudes nos procedimentos administrativos.

Assim, também não pode ser responsável por suprimento de fundos servidor
responsável pela guarda ou pela utilização do material a ser adquirido

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por meio do suprimento, a não ser que não exista, na repartição, outro
servidor.

Situações que impliquem a desobediência ao princípio da segregação de


funções poderão também ser enquadradas neste dispositivo.

c) Não apresentação das contas de suprimentos anteriores. Como visto,


ao ser designado como agente suprido, o servidor público é informado dos
prazos para execução da despesa e para apresentação da prestação de contas
referente aos gastos contraídos.

A omissão quanto à apresentação da prestação de contas é falta grave, que


enseja, além do impedimento à concessão de novo suprimento de fundos, a
instauração de processo de tomada de contas especial, para apuração do
dano e das responsabilidades, bem como da aplicação das penalidades
cabíveis.

d) Declaração de “alcance”. Depois de executadas as despesas e


apresentada a respectiva comprovação, pode ocorrer de o ordenador de
despesas encontrar falhas que não permitam a aprovação das contas do
agente suprido.

A impugnação de despesas realizadas pelo suprido o submete à declaração


da situação “em alcance”. O servidor em alcance está impedido de receber
novos suprimentos, sem prejuízo da instauração de tomada de contas especial.

Como isso cai na prova?

40. (FCC/AGENTE/ALESP/2010) O regime de adiantamento é aplicável aos


casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega
de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação
própria para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao
processo normal de aplicação. De acordo com a Lei nº 4.320/64, não se
fará adiantamento a servidor responsável por

(A) um adiantamento.

(B) dois adiantamentos.

(C) três adiantamentos.

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(D) quatro adiantamentos.

(E) cinco adiantamentos.

41. (CESPE/AGENTE/DPF/2009) É vedado ao servidor público receber três


suprimentos de fundos simultaneamente, mesmo que desenvolva missões
distintas.

A questão 40 é de decoreba: basta lembrar qual o número máximo possível de


adiantamentos pelos quais um mesmo suprido pode ser responsável de forma
simultânea – dois. Gabarito: B.

A questão 41 está CERTA. Por mais especiais que possam ser as


circunstâncias, a legislação só permite a responsabilidade simultânea por dois
suprimentos.

Cartão de Pagamento do Governo Federal

O Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), ou cartão corporativo,


como é mais conhecido, é utilizado atualmente para movimentação dos
recursos confiados aos agentes supridos nos suprimentos de fundos,
principalmente no âmbito do Poder Executivo.

O CPGF funciona tal qual um cartão de crédito. Assim, a compensação do


pagamento das despesas junto aos fornecedores se dá pela quitação da
fatura do cartão.

Excepcionalmente, pode ser utilizada a modalidade de saque, para


pagamentos em espécie. Mas isso só vale para algumas unidades (Presidência
e Vice-Presidência da República, Ministério da Fazenda, Ministério das Relações
Exteriores etc.) ou sob condições excepcionais, atestadas pela maior
autoridade do órgão (Ministro de Estado, por exemplo). No caso de saque
mediante o CPGF, o débito dá-se diretamente na Conta Única do Tesouro.

O CPGF é emitido em nome da unidade gestora, com identificação


pessoal do agente portador, que é o usuário exclusivo do cartão.

O ordenador de despesas é responsável pela definição e controle do valor


máximo que poderá ser realizado por meio do CPGF no âmbito da unidade.

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Além disso, também cabe ao ordenador a concessão do limite de crédito para


cada cartão, distribuído aos agentes supridos.

O CPGF nasceu como instrumento típico para operacionalização de


suprimentos de fundos, mas ato de autoridade competente (normalmente,
Ministros de Estado) pode indicar outros tipos de despesa que podem ser
executados por meio desse cartão.

As disposições do Decreto 93.872/86 sobre o CPGF são as seguintes:

Art. 45, § 5º As despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por meio
do Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF.

§ 6º É vedada a utilização do CPGF na modalidade de saque, exceto no tocante


às despesas:

I - de que trata o art. 47 [Regime Especial de Execução, autorizado por


Ministros de Estado e outras autoridades, para atender a peculiaridades dos
órgãos]; e

II - decorrentes de situações específicas do órgão ou entidade, nos termos do


autorizado em portaria pelo Ministro de Estado competente e nunca superior a
trinta por cento do total da despesa anual do órgão ou entidade efetuada com
suprimento de fundos.

III - decorrentes de situações específicas da Agência Reguladora, nos termos


do autorizado em portaria pelo seu dirigente máximo e nunca superior a trinta
por cento do total da despesa anual da Agência efetuada com suprimento de
fundos.

Art. 45-A. É vedada a abertura de conta bancária destinada à movimentação


de suprimentos de fundos.

Neste último artigo, ao mesmo tempo em que institui o CPGF como meio de
pagamento ideal para a execução de despesa mediante suprimento de
fundos, proíbe-se a abertura de contas bancárias para tal finalidade.

Apesar de o CPGF ser a regra atualmente para o regime de adiantamento no


Poder Executivo, é permitida a utilização de contas bancárias específicas
(contas “tipo B”) por parte pelos Comandos Militares para esse fim.

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Isso se aplica também aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do


Ministério Público da União, que não estão obrigados a utilizar o CPGF.

Como isso cai na prova?

42. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) Um exemplo de instrumento utilizado


para pagamento de suprimento de fundos na administração pública é o
cartão de pagamento do governo federal, que, por ter características de
cartão corporativo, é emitido em nome da unidade gestora, sendo vedado
o seu uso para pagamento de despesa de caráter sigiloso.

A questão 42 contém um problema: como o CPGF se constitui um meio de


utilização da sistemática do suprimento de fundos, as hipóteses legais relativas
a este são aplicáveis. Assim, podem-se executar despesas de caráter sigiloso
com o uso do CPGF. Questão ERRADA.

Muito bem, caro aluno, finalizamos aqui nosso curso preparatório.

Espero que nossas aulas tenham sido suficientes para que você tenha um
desempenho fabuloso na prova.

Boa sorte, e bons estudos!

GRACIANO ROCHA

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RESUMO DA AULA

1. As modalidades de execução da despesa orçamentária denominadas


“restos a pagar” e “despesas de exercícios anteriores” estão ligadas à
adoção do regime de competência da contabilidade pública.

2. As despesas permanecem sempre vinculadas ao exercício no qual se


emitiu o empenho.

3. A classificação dos restos a pagar em processados e não processados


depende da efetivação do estágio da liquidação da despesa, separando
despesas já reconhecidas e documentadas de simples “intenções de
despesas”.

4. Restos a pagar não processados passam pela “liquidação forçada” ao final


do exercício, desde que tenham indicativos de execução futura.

5. Restos a pagar não processados têm validade até 31 de dezembro


posteriormente a sua inscrição, após o que, se não liquidados, deverão ser
cancelados.

6. A dívida correspondente aos restos a pagar processados prescreve em


cinco anos.

7. Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, nos últimos dois quadrimestres


do mandato, os chefes dos Poderes e do Ministério Público não podem
contrair despesa que não possa ser honrada dentro do exercício, ou,
restando parcelas para o próximo mandato, devem resguardar
disponibilidade financeira para cobertura delas.

8. Restos a pagar afetam a programação financeira dos exercícios seguintes,


competindo pelos recursos com as despesas do orçamento atual, caso não
resguardada a disponibilidade financeira para sua cobertura.

9. Despesas de exercícios anteriores são uma forma de custear, a partir do


orçamento atual, gastos que pertenceram originalmente a orçamentos
passados, dos quais não há resquício (RP) que possa ser executado.

10. As quatro hipóteses de emprego das despesas de exercícios anteriores


são: pagamento de obrigação cujo empenho foi cancelado; pagamento de
obrigação cujos restos a pagar foram cancelados; pagamento de
compromissos ou direitos de credores referentes a exercícios anteriores,

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mas reconhecidos após seu término; complementação, em outro


exercício, de restos a pagar cujos empenhos estimativos foram
insuficientes para cobrir o montante devido.

11. O suprimento de fundos consiste na entrega de numerário a servidor,


sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar
despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de
aplicação.

12. As hipóteses de utilização do suprimento de fundos são: para atender


despesas eventuais que exijam pronto pagamento; quando a despesa seja
revestida de caráter sigiloso, conforme disposto em regulamento; e para
atender despesas de pequeno vulto, também conforme regulamentado em
normativo próprio.

13. Na modalidade de suprimento de fundos, registram-se, antecipadamente,


o empenho, a liquidação e o pagamento da despesa, sem importar que o
suprido ainda não tenha empregado os recursos.

14. Depois de ter utilizado os recursos para a finalidade que lhe foi confiada, o
suprido deverá prestar contas dos gastos. Além disso, pode haver a
devolução de recursos confiados, ora na hipótese de restar saldo sem
aplicação, ora na hipótese de impugnação de despesas.

15. As hipóteses de impedimento à concessão de suprimento de fundos são:


existência de dois suprimentos de fundos confiados ao servidor; não
apresentação, ou não aprovação, da prestação de contas de suprimento
antes concedido; o fato de o servidor ser responsável pela guarda ou pela
utilização do material a ser adquirido por meio do suprimento, a não ser
que não exista, na repartição, outro servidor.

16. O Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), ou cartão


corporativo, é utilizado atualmente para movimentação dos recursos
confiados aos agentes supridos nos suprimentos de fundos,
principalmente no âmbito do Poder Executivo.

17. O CPGF é um cartão de crédito, mas, excepcionalmente, pode ser utilizada


a modalidade de saque, para pagamentos em espécie.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) A classificação de despesas em restos a


pagar decorre da aplicação do regime de competência das despesas.

2. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2008) O reconhecimento dos eventos contábeis


no momento de identificação do seu fato gerador está ligado ao

(A) princípio da entidade.

(B) conceito de essência sob a forma.

(C) princípio do custo como base de valor.

(D) critério da confiabilidade.

(E) regime de competência.

3. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Restos a Pagar

(A) provêm do regime de caixa da despesa, integrando a dívida flutuante.

(B) advêm do regime de competência da despesa, compondo a dívida


fundada.

(C) subdividem-se em liquidados e processados.

(D) decorrem do regime de competência da despesa, compondo a dívida


flutuante.

(E) são despesas liquidadas e pagas no mesmo exercício de competência.

4. (CESPE/PROCURADOR/FPH-SE/2008) A legislação orçamentária dispõe


que os restos a pagar são despesas empenhadas pela administração
pública, mas não pagas até o dia 10 de outubro de cada exercício
financeiro.

5. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) O registro dos restos a pagar


deverá ser feito por exercício e por credor, distinguindo-se as despesas
processadas das não processadas.

6. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2006) Nos termos do art. 35, da Lei nº 4.320/64,


pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as
despesas nele legalmente empenhadas. Assim, se houver despesa com

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material de consumo empenhada, liquidada e pronta para pagamento,


mas não paga até 31 de dezembro, estar-se-á diante de
(A) restos a pagar não processados, devendo ser paga a despesa
imediatamente após a conclusão do processamento da despesa.

(B) despesa de exercício encerrado, para o qual o orçamento consignava


crédito próprio, com saldo suficiente, devendo se pagar por crédito
adicional excepcional.

(C) restos a pagar processados, inscritos em Restos a Pagar Processados,


devendo ser paga a despesa como provisão financeira para compromissos
a pagar.

(D) despesa obrigatória de caráter continuado, passível de anulação,


considerando-se receita do ano em que se efetivar, com pagamento
através de nova dotação orçamentária.

(E) restos a pagar de exercício encerrado, que será novamente


empenhado, desde que a despesa tenha sido inserida no plano plurianual.

7. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) As despesas não empenhadas até 31 de


dezembro podem ser pagas no exercício financeiro subsequente como
restos a pagar não processados.

8. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) A inscrição de despesa em restos a


pagar não processados é procedida após a depuração das despesas pela
anulação de empenhos, no exercício financeiro seguinte à sua emissão, ou
seja, verificam-se quais despesas devem ser inscritas em restos a pagar,
anulam-se as demais e inscrevem-se os restos a pagar não processados
do exercício anterior.

9. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Os empenhos correspondentes a


compromissos assumidos no exterior e não liquidados até o dia 31 de
dezembro do exercício de sua emissão devem ser anulados para que não
sejam inscritos em restos a pagar.

10. (FCC/ANALISTA/TRT-11/2005) Os restos a pagar não processados devem


ser classificados como despesa
(A) liquidada e não paga.

(B) empenhada em execução e não paga.

(C) executada, com comprovação dos serviços realizados e não paga.

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(D) realizada com despacho de “pague-se”.

(E) cujo direito do credor já foi verificado e não paga.

11. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Uma vez inscritos em um exercício, os


restos a pagar não processados somente podem ser cancelados no final
do exercício subsequente.

12. (CESPE/AGENTE/DPF/2009) A despesa orçamentária que percorre os


estágios de empenho e liquidação pode ser inscrita como restos a pagar,
que não podem, nesse caso, ser cancelados.

13. (CESPE/TEFC/TCU/2009) De acordo com a legislação federal, a inscrição


de despesas em restos a pagar é válida até o encerramento do exercício
financeiro seguinte, mas, nos termos da legislação civil, os direitos dos
respectivos credores só prescrevem cinco anos depois.

14. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Na fixação da programação financeira,


devem ser considerados os créditos adicionais e as operações
extraorçamentárias, em especial os restos a pagar.

15. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os Restos a Pagar constituirão item


específico da programação financeira, devendo o seu pagamento efetuar-
se dentro do limite de saques fixado.

16. (CESPE/ACE/TCU/2008) O volume expressivo de restos a pagar não


processados inscritos ou revalidados em determinado exercício financeiro
compromete a programação financeira e o planejamento governamental
nos exercícios seguintes.

17. (CESPE/AUDITOR/FUB/2009) O cancelamento da prestação de um


serviço, cujo empenho foi inscrito na unidade gestora como restos a pagar
não processado, é classificada como uma variação ativa independente da
execução orçamentária.

18. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2009) O cancelamento de restos a pagar


corresponde ao recebimento de recursos provenientes de despesas pagas
em exercícios anteriores, os quais devem ser reconhecidos como receita
orçamentária.

19. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) O pagamento de restos a pagar


processados afeta o patrimônio líquido do órgão público somente no
exercício do efetivo desembolso financeiro.

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20. (FCC/ANALISTA/TRT-03/2009) Em 28/12/X8, a Secretaria de Obras


empenhou despesa em dotação orçamentária própria para a aquisição de
material elétrico. No dia 30/12/X8, o fornecedor informou à administração
pública que não teria condições de atender ao pedido e o ordenador de
despesa solicitou o cancelamento do empenho. Neste caso, a importância
relativa ao cancelamento será considerada receita do exercício corrente.

21. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os empenhos que correm por conta


de créditos com vigência plurianual que não tenham sido liquidados
somente serão computados como restos a pagar no último ano de
vigência do crédito.

22. (FCC/ANALISTA/TCE-MA/2005) Os empenhos decorrentes de contratos


com vigência plurienal, que não tenham sido liquidados, serão
computados pelo valor total como restos a pagar ao final do primeiro
exercício financeiro.

23. (CESPE/ANALISTA/PREF. VITÓRIA/2008) Ao titular de poder ou órgão


público é vedado contrair, nos últimos dois quadrimestres do seu
mandato, obrigação de despesa que não possa ser cumprida
integralmente nesse período, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para
esse efeito.

24. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Na disponibilidade de caixa, que


permite ao governante a inscrição em restos a pagar de despesa contraída
no último ano de seu mandato, são considerados os encargos e as
despesas que devam ser pagos até o final do exercício.

25. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) Em relação aos Restos a Pagar e de


acordo com a Lei nº 101/2000, é vedado ao titular do Poder Executivo,
contrair obrigação de despesas que não possa ser cumprida integralmente
ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja
suficiente disponibilidade de caixa para este efeito

(A) nos últimos dois meses de cada exercício.

(B) nos últimos dois trimestres do seu mandato.

(C) nos últimos dois bimestres do seu mandato.

(D) nos últimos dois quadrimestres do seu mandato.

(E) no último quadrimestre do seu mandato.

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26. (CESPE/TEFC/TCU/2007) Os valores registrados como despesas de


exercícios anteriores terão validade até o encerramento do ano
subseqüente e, após essa data, os saldos remanescentes serão
automaticamente cancelados, permanecendo em vigor, no entanto, o
direito do credor por cinco anos.

27. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) Quando o empenho não for pago dentro do


exercício financeiro em que for emitido, dará origem a um processo de
despesas de exercícios anteriores.

28. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Tendo em vista o


agrupamento de diversos itens registrados como despesas de exercícios
anteriores, não é possível manter, nesse caso, os registros de cada
despesa segundo a categoria econômica original.

29. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2009) É característica das Despesas de


Exercícios Anteriores

(A) desembolsada em exercícios anteriores, mas gerada no exercício


corrente.

(B) não possuírem crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las no
exercício em que forem geradas.

(C) o credor não cumpriu sua obrigação no prazo para ele estabelecido
quando do empenho da despesa.

(D) serem despesas orçamentárias.

(E) serem despesas cuja inscrição em restos a pagar tenha sido


cancelada, por não mais viger o direito do credor.

30. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Se o empenho de uma


despesa for considerado insubsistente e anulado no encerramento do
exercício, mas, em momento posterior, o credor cumprir com sua
obrigação, o pagamento será obrigatório e deverá correr à conta de
despesas de exercícios anteriores.

31. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) A despesa cuja inscrição como restos a


pagar tenha sido cancelada, não estando mais vigente o direito do credor,
poderá ser paga à conta de dotação destinada a atender despesas de
exercícios anteriores.

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32. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. DA SAÚDE/2008) Se a administração


pública reconhecer dívida correspondente a vários anos de diferenças em
gratificações de servidores públicos em atividade, a despesa decorrente da
decisão poderá ser paga na folha de pagamentos regular dos meses
seguintes e não poderá ser classificada como despesa de exercícios
anteriores.

33. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Quando determinada unidade gestora


recebe nota fiscal de despesa inscrita em restos a pagar não processados,
com valor superior ao inscrito, deve providenciar o cancelamento de sua
inscrição por divergência no valor.

34. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os Restos a Pagar com prescrição


interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do
exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica
consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre
que possível, a ordem cronológica.

35. (CESPE/TÉCNICO/PGE-PA/2006) A administração pública realiza


suprimento de fundos quando se utiliza de modalidade simplificada de
execução de despesa, que consiste na entrega de numerário a servidor
para a realização de uma despesa precedida de empenho na dotação
própria que, por sua natureza ou urgência, não possa subordinar-se ao
processo normal da execução orçamentária e financeira.

36. (CESPE/CONTADOR/PREF. RIO BRANCO/2007) O regime de adiantamento


de numerário é aplicável aos casos em que não se podem determinar
previamente o valor a ser despendido e a finalidade específica do gasto.

37. (FCC/ESPECIALISTA/SAEB-BA/2004) Segundo o Decreto nº 93.872,


excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira
responsabilidade poderá ser concedido suprimento para despesa que deva
ser feita

(A) com urgência.

(B) para atender despesa de pequeno vulto definido pelo seu ordenador.

(C) em caráter sigiloso.

(D) para compra de material de consumo.

(E) para prestação de serviços de reparos.

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38. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. COMUNICAÇÕES/2008) No caso de


adiantamento de numerário a servidor, é dispensado o empenho. Os
adiantamentos serão utilizados na realização de despesas que exigem
rapidez e não possam ser submetidas ao processo normal de aplicação.

39. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) O servidor que receber suprimento de


fundos deverá prestar contas da aplicação dos recursos até o
encerramento do exercício financeiro. O saldo não aplicado será recolhido
como uma nova receita.

40. (FCC/AGENTE/ALESP/2010) O regime de adiantamento é aplicável aos


casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega
de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação
própria para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao
processo normal de aplicação. De acordo com a Lei nº 4.320/64, não se
fará adiantamento a servidor responsável por

(A) um adiantamento.

(B) dois adiantamentos.

(C) três adiantamentos.

(D) quatro adiantamentos.

(E) cinco adiantamentos.

41. (CESPE/AGENTE/DPF/2009) É vedado ao servidor público receber três


suprimentos de fundos simultaneamente, mesmo que desenvolva missões
distintas.

42. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) Um exemplo de instrumento utilizado


para pagamento de suprimento de fundos na administração pública é o
cartão de pagamento do governo federal, que, por ter características de
cartão corporativo, é emitido em nome da unidade gestora, sendo vedado
o seu uso para pagamento de despesa de caráter sigiloso.

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QUESTÕES ADICIONAIS

43. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) Será inscrito como restos a pagar a


diferença entre despesa

(A) empenhada e despesa paga.

(B) prevista e despesa empenhada.

(C) empenhada e despesa liquidada.

(D) fixada e despesa empenhada.

(E) fixada e despesa paga.

44. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) A apropriação da despesa por ocasião


da inscrição dos restos a pagar não processados está de acordo com o
princípio contábil da competência.

45. (CESPE/CONTADOR/CEHAP-PB/2009) O registro dos restos a pagar far-se-


á por exercício e por credor, não havendo necessidade de se distinguir as
despesas processadas das não-processadas.

46. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os restos a pagar de despesas


processadas são os decorrentes de contratos em execução, cujas
despesas ainda não foram liquidadas e para as quais não existe o direito
líquido e certo do credor.

47. (FCC/ANALISTA/TRT-3/2005) No encerramento do exercício, despesas


empenhadas, ainda pendentes de prestação de serviço ou entrega de
material, devem ser consideradas

(A) Receitas do exercício.

(B) Restos a pagar processados.

(C) Empenhos cancelados.

(D) Empenhos anulados.

(E) Restos a pagar não processados.

48. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) O cancelamento de despesas inscritas


em restos a pagar deve ser reconhecido como receita orçamentária do
exercício financeiro em que ocorrer.

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49. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) Em qualquer circunstância, devem ser


anulados os restos a pagar que permanecerem não processados até 31 de
dezembro do exercício em que foram inscritos.

50. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2009) Restos a pagar

(A) decorrem da adoção do princípio da competência para as despesas


públicas.

(B) liquidados são aqueles cujo empenho obedeceu todas as normas


legais pertinentes, faltando apenas verificar o direito líquido e certo do
credor.

(C) significam a mesma coisa que resíduos ativos da execução


orçamentária.

(D) podem ser reinscritos no exercício subsequente ao de sua


constituição.

(E) são despesas previstas no orçamento, mas que não foram


empenhadas no exercício.

51. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) No caso de restos a pagar


referentes a despesas empenhadas por estimativa, se o valor real a ser
pago for superior ao valor inscrito, a diferença deverá ser empenhada à
conta de despesas de exercícios anteriores.

52. (FCC/ANALISTA/TRT-23/2007) As despesas de exercícios anteriores

(A) devem estar inscritas em restos a pagar.

(B) podem corresponder a compromissos reconhecidos após o


encerramento do exercício correspondente.

(C) foram incorridas em exercício no qual o orçamento não consignava


crédito próprio para atendê-las.

(D) são despesas nas quais o credor não cumpriu sua obrigação.

(E) são despesas extra-orçamentárias.

53. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) Restos a pagar com prescrição


interrompida devem ser classificados como despesas de exercícios
anteriores.

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54. (CESPE/CONTADOR/DFTRANS/2008) Após o cancelamento da inscrição da


despesa de exercícios anteriores, o pagamento que vier a ser reclamado
poderá ser atendido à conta de restos a pagar.

55. (CESPE/ANALISTA/PREF. VITÓRIA/2008) Não podem ser pagos à conta de


exercícios anteriores os restos a pagar com prescrição interrompida, assim
considerada a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido
cancelada, mas ainda vija o direito do credor. Nesse caso, inicia-se
novamente o processo de execução orçamentária e financeira da despesa.

56. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2008) Suponha que, na execução de um


contrato, firmado nos últimos quatro meses do exercício, tenha havido
divergência na aplicação de suas cláusulas entre a administração e a
empresa contratada. O empenho correspondente foi cancelado,
revertendo-se o crédito à respectiva dotação, cujo saldo foi baixado ao
final do exercício. Nesse caso, esclarecida a situação, no exercício
seguinte, e reconhecido o direito do credor, a administração deverá quitar
a obrigação à conta de despesas de exercícios anteriores.

57. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Após o cancelamento da inscrição da


despesa como Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser reclamado
poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas de
exercícios anteriores.

58. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2009) É característica das Despesas de


Exercícios Anteriores

(A) desembolsada em exercícios anteriores, mas gerada no exercício


corrente.

(B) não possuírem crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las no
exercício em que forem geradas.

(C) o credor não cumpriu sua obrigação no prazo para ele estabelecido
quando do empenho da despesa.

(D) serem despesas orçamentárias.

(E) serem despesas cuja inscrição em restos a pagar tenha sido


cancelada, por não mais viger o direito do credor.

59. (FCC/ANALISTA/TRE-AP/2006) Considere as assertivas:

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I. A entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na


dotação própria, para o fim de realizar despesas que possam subordinar-
se ao processo normal de aplicação.

II. As despesas assumidas pela Administração Pública por empenhos


efetuados durante o exercício financeiro e não liquidado até o último dia
do ano (31 de dezembro).

Tais situações dizem respeito, respectivamente,

(A) às operações de crédito e à dívida mobiliária.

(B) ao regime de adiantamento e aos restos a pagar.

(C) aos créditos extraordinários e à dívida consolidada.

(D) à aplicação reservada de valores e à despesa sem prévio empenho.

(E) aos restos a pagar e às inversões financeiras.

60. (FCC/ANALISTA/TJ-PI/2009) O adiantamento ou suprimento de fundos

(A) pode ser concedido mesmo que não haja urgência na realização da
despesa.

(B) deve ser precedido do empenho da despesa a realizar.

(C) dispensa a prestação de contas posterior, por se tratar de despesas de


pequeno valor.

(D) pode ser concedido a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou
utilização do material a ser adquirido.

(E) não pode ser concedido para despesas que devam ser feitas em
caráter sigiloso.

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GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

C E D E C C E E E B

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

E C C C C C C E E E

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

C E C E D E E E D C

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

E E E C C E C E E B

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

C E A E E E E E E A

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

C B C E E C C D B B

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