Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 04 Parte 02 AFO TRF 2 PDF
Aula 04 Parte 02 AFO TRF 2 PDF
AULA 04.2
GRACIANO ROCHA
Por outro lado, no âmbito do setor público, a Lei 4.320/64 dispõe que a
despesa “nasce” com seu primeiro estágio, o empenho. Isso significa,
mal comparando, a “reserva de fundos” para a despesa.
Essa divisão rígida entre exercícios e seus respectivos orçamentos, assim como
a adoção do regime de competência para a despesa pública, são o fundamento
para o estudo de RP e DEA, como veremos em seguida.
A questão 3 traz outros assuntos, mas vamos nos prender ao que vimos até
agora: os restos a pagar se relacionam ao regime de competência da despesa.
Isso nos deixaria entre duas opções: B e D. Para adiantar rapidamente um
tema abordado na próxima aula, os restos a pagar compõem a dívida
flutuante, que é a dívida de curto prazo do governo. Gabarito: D.
RESTOS A PAGAR
Assim, para uma definição simples, restos a pagar são empenhos que
transitaram de exercício.
Por outro lado, restos a pagar não processados (RPNP) são ainda uma
“intenção de despesa”, pendente de confirmação, ou, como diz a lei,
pendente de implemento de condição. Assim, nada impede que ocorra um
evento qualquer – uma rescisão contratual sem execução do objeto, por
exemplo – e o empenho seja anulado, sem que isso traga efeitos reais sobre o
patrimônio público.
Não vamos entrar nessa discussão. Para resolução de provas, aceite que os
RPNP são tratados também como despesa, embora não ocorrida segundo
os parâmetros da ciência contábil, para a qual o registro de uma despesa
corresponde a uma redução efetiva do patrimônio.
Tendo em conta que os RPNP também devem ser tratados como obrigações,
foram estabelecidas algumas condições para que o registro deles não se
Assim, como regra, considerou-se que, se o empenho não for liquidado até
31 de dezembro, ele deverá ser anulado, a não ser que estejam presentes
condições especiais. O Decreto nº 93.872/86 firma essas condições:
Art. 70. Prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar.
Perceba que, pelo art. 68, quaisquer restos a pagar teriam validade de
um ano, a partir de sua inscrição. Depois desse prazo, poderia ocorrer seu
cancelamento.
“As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e
qualquer direito ou ação contra a fazenda federal, estadual ou municipal, seja
qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou
fato do qual se originarem”.
Num quadro em que não houvesse restos a pagar, o ritmo de execução das
despesas do exercício corrente seria bem mais folgado, já que as receitas
disponíveis poderiam ser totalmente destinadas às dotações próprias.
Entretanto, o que se verifica, com o aumento do volume de RP, é um efeito
bola de neve: o pagamento dos RP comprime e posterga a execução das
despesas do exercício, que, ao final do ano, são transferidas em grande
volume para o próximo exercício – na forma de novos restos a pagar.
Nesse caso, com a insuficiência de receita para cobrir tanto os restos a pagar
quanto as despesas do orçamento atual, o volume excessivo de RP pode
comprometer a programação financeira.
Quanto aos efeitos dos restos a pagar sobre o patrimônio, seu registro se dá
na conta contábil “Passivo Financeiro”, integrando o que a Lei 4.320/64
chamou de “Dívida Flutuante”.
Art. 36, Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com
vigência plurienal que não tenham sido liquidados só serão computados como
Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito.
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos
dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não
possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem
pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa
para este efeito.
A questão 24 tem uma informação sutil, que cria problemas: a despesa que
pode ser inscrita em restos a pagar não pode ser assumida durante o último
ano do mandato, mas apenas nos últimos dois quadrimestres desse último
ano. Questão ERRADA.
Vamos ver uma historinha para ilustrar uma hipótese em que se poderia
utilizar DEA.
Digamos que um órgão público tenha contratado uma empresa para trocar
toda a aparelhagem de ar-condicionado em sua sede, em dezembro de
2009. O empenho foi emitido, mas, sem execução dos serviços nesse fim de
ano, registraram-se restos a pagar não processados, para suportar a
continuidade do contrato no exercício seguinte.
No fim do ano, a parte dos RP não processados que serviria de lastro para essa
última fatura foi cancelada pelo setor de contabilidade, em razão da não
apresentação de documentos que justificassem sua liquidação (pela falha
humana referida). Obedeceu-se ao disposto no Decreto nº 93.872/86, segundo
o qual os RP não processados devem ser cancelados, se não forem liquidados
até 31 de dezembro do exercício seguinte ao registro.
E agora, como a contabilidade vai executar essa despesa? Sem dúvida, existe
o direito da empresa credora e uma obrigação do poder público. Mas o
empenho de 2009, que se tornou RP, e que vinha sendo utilizado para
executar a despesa com o ar-condicionado, não existe mais.
(B) não possuírem crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las no
exercício em que forem geradas.
(C) o credor não cumpriu sua obrigação no prazo para ele estabelecido
quando do empenho da despesa.
Hipóteses de DEA
Para ilustrar esse caso, pense numa decisão judicial favorável a um grupo de
servidores públicos, concluindo que o pagamento de certa gratificação estava
sendo calculado erroneamente há 3 anos, e obrigando a Administração a
corrigir a falha (inclusive recompondo os atrasados).
A questão 32 tem quase tudo certo, exceto a conclusão: essa dívida poderia
ser atendida mediante a execução de DEA. Questão ERRADA.
SUPRIMENTO DE FUNDOS
Hipóteses de utilização
III - para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo
valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do
Ministro da Fazenda.
Inclusive, sobre esse último ponto, existe uma exceção ao formalismo dos
contratos com a Administração. Para contratos de valor reduzido (pequeno
vulto), é possível o “contrato verbal” com a Administração, mediante o regime
de adiantamento, conforme estabelecido pela Lei 8.666/93:
Art. 60, Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de
adiantamento.
(B) para atender despesa de pequeno vulto definido pelo seu ordenador.
Das alternativas da questão 37, a que se refere a uma das hipóteses legais
para utilização do suprimento de fundos é a de despesas de caráter sigiloso.
Gabarito: C.
A questão 38 está ERRADA. Como visto antes, não há despesa sem prévio
empenho, e, no caso do suprimento de fundos, a despesa é considerada
executada no ato da concessão do limite ao suprido.
Controle e responsabilização
Depois de ter utilizado os recursos para a finalidade que lhe foi confiada, o
suprido deverá prestar contas dos gastos. Para tanto, será necessário
apresentar documentos fiscais, comprovantes de compras, recibos etc. Ou
seja, os procedimentos que normalmente constituiriam o estágio da
liquidação são realizados na posterior prestação de contas.
Essa regra não tem exceções. Assim, não importa que sejam trabalhos
diferentes, ordenadores de despesas diferentes, etc.; o suprido poderá ter
consigo a guarda de dois suprimentos de fundos, somente.
Assim, também não pode ser responsável por suprimento de fundos servidor
responsável pela guarda ou pela utilização do material a ser adquirido
por meio do suprimento, a não ser que não exista, na repartição, outro
servidor.
(A) um adiantamento.
Art. 45, § 5º As despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por meio
do Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF.
Neste último artigo, ao mesmo tempo em que institui o CPGF como meio de
pagamento ideal para a execução de despesa mediante suprimento de
fundos, proíbe-se a abertura de contas bancárias para tal finalidade.
Espero que nossas aulas tenham sido suficientes para que você tenha um
desempenho fabuloso na prova.
GRACIANO ROCHA
RESUMO DA AULA
14. Depois de ter utilizado os recursos para a finalidade que lhe foi confiada, o
suprido deverá prestar contas dos gastos. Além disso, pode haver a
devolução de recursos confiados, ora na hipótese de restar saldo sem
aplicação, ora na hipótese de impugnação de despesas.
(B) não possuírem crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las no
exercício em que forem geradas.
(C) o credor não cumpriu sua obrigação no prazo para ele estabelecido
quando do empenho da despesa.
(B) para atender despesa de pequeno vulto definido pelo seu ordenador.
(A) um adiantamento.
QUESTÕES ADICIONAIS
(D) são despesas nas quais o credor não cumpriu sua obrigação.
(B) não possuírem crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las no
exercício em que forem geradas.
(C) o credor não cumpriu sua obrigação no prazo para ele estabelecido
quando do empenho da despesa.
(A) pode ser concedido mesmo que não haja urgência na realização da
despesa.
(D) pode ser concedido a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou
utilização do material a ser adquirido.
(E) não pode ser concedido para despesas que devam ser feitas em
caráter sigiloso.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C E D E C C E E E B
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E C C C C C C E E E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
C E C E D E E E D C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
E E E C C E C E E B
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
C E A E E E E E E A
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
C B C E E C C D B B