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VOCÊ TEM TEMPO PARA DEUS?

Ó Deus, envia-nos o Espírito Santo. Dá-nos tanto o sopro da vida espiritual como o
fogo do zelo inconquistável, até que nação após nação ceda ao domínio de Jesus!
Ó Tu que és nosso Deus, responde-nos com fogo, suplicamos-te! Responde-nos
tanto com vento como com fogo, e então te veremos em verdade como Deus.
Teu reino não vem, e a obra esmorece. Ó que mandasses o vento e o fogo! Tu os
madarás quando estivermos todos em um acordo, todos crendo, todos esperando, todos
preparados pela oração. Senhor, leva-nos a esta posição de espera!
Deus, manda-nos um temporada de gloriosa desordem. Ó que viesse um vendaval
para movimentar as águas do mar e agitar nossos irmãos encouraçados, agora tão
tranqüilamente ancorados, chocalhando-os de proa a popa! Ó que o fogo caísse outra vez -
fogo que atingisse até mesmo o mais impassível! Ó que tal fogo pousasse primeiro sobre
os discípulos para depois sobre os que estão ao seu redor!
Ó Espírito de Deus! Tu estás pronto a operar em nós hoje da mesma maneira que
estiveste naquela época. Não te retenhas, rogamos-te, mas opera sem demora! Quebra
toda barreira que impede a entrada da tua força! Transtorna-nos, transtorna-nos, ó vento
santo! Consome todo obstáculo, ó fogo celestial! Dá-nos ao mesmo tempo coração
incendiados e línguas de fogo - para pregar tua palavra de reconciliação, por amor de
Jesus! Amém.
Atos 2:1-3

Charles H. Spurgeon
A EXPERIÊNCIA DE CHARLES FINNEY

Na noite do mesmo dia em que se converteu a Cristo, Finney relata como, depois de
passar um tempo derramando toda sua alma diante de Deus, voltou par seu escritório com
o intuito de sentar-se à beira do fogo. “Recebi um poderoso batismo do espírito Santo... O
Espírito Santo desceu sobre mim de maneira que parecia perpassar-me, corpo e alma...
Parecia vir em ondas e mais ondas de amor líquido... Parecia o próprio sopro de Deus...
Não há palavras que exprimam o maravilhoso amor que foi derramado em meu coração.
Chorei alto, de alegria e amor; e não tenho certeza, mas eu diria que saíam aos borbotões
as emoções inexprimíveis de meu coração... Não sei quanto tempo continuei nesse estado
com esse batismo continuando a envolver-me e perpassar-me.”
Mais ou menos nessa altura um dos presbíteros da igreja entrou no escritório e
Finney começou a relatar-lhe o que estava sentindo. Depois um jovem conhecido entrou e
“ouviu atônito o que eu dizia”, Finney continua. “Antes que eu desse conta, ele caiu no chão
e clamou na maior agonia de mente: ‘Por favor, ore por mim’”.
Na manhã seguinte quando Finney foi ao seu escritório de advocacia, o Juiz Wright
entrou e Finney dirigiu-lhe algumas palavras sobre a questão da salvação. “Olhou para mim
com espanto, mas não respondeu palavra alguma... Baixou a cabeça e depois de alguns
instantes saiu do escritório... Eu descobri depois que as minhas palavras o atravessaram
como uma espada; e ele não conseguiu recuperar-se delas até que se convertesse.
“Logo saí do escritório para conversar com todos que encontrasse a respeito das
suas almas. Eu tinha a impressão que Deus queria que eu pregasse o evangelho e que
deveria começar imediatamente; esta impressão nunca saiu da minha mente. De alguma
maneira eu tinha certeza disto. Se você me perguntasse como sabia disto, eu não poderia
explicar, assim como não posso explicar como sabia que era o amor de Deus e o batismo
no Espírito que eu havia recebido. A verdade é que eu sabia com uma certeza que excluía
toda possibilidade de dúvida. E assim eu parecia saber que o Senhor me havia
comissionado para pregar o evangelho.
“Conversei com muitas pessoas naquele dia, e creio que o Espírito de Deus fez uma
impressão permanente em cada uma delas. Não posso me lembrar de uma única pessoa
com quem conversei que não se convertesse logo depois.”

SUA ALMA ESTÁ ARDENDO COM O FOGO DE DEUS?


É somente através de esperarmos diante do trono da graça que podemos ser
revestidos do fogo santo; mas aquele que ali espera por longo tempo e com confiança há
de ser imbuído por este fogo e sairá da sua comunhão com Deus trazendo sinais que
mostram onde esteve.
Para o crente individual, e acima de tudo para cada trabalhador na vinha do Senhor, a
única maneira de receber poder espiritual é esperar no trono de Deus para receber o
batismo com fogo (Mt 3:11).
Se você, então, quiser que sua alma seja sobrecarregada com o fogo de Deus, de tal
forma que todos que se aproximam de você sintam uma influência misteriosa emanando da
sua vida, você terá que chegar à fonte deste fogo, ao trono de Deus e do Cordeiro (Ap 4:5;
5:6), e isolar-se do mundo - deste mundo frio que apaga tão rapidamente o nosso fogo.
Entre no seu quarto, feche a sua porta, e lá em isolamento diante do trono espere o
batismo; então o fogo o encherá e quando você sair, poder santo o acompanhará. Você já
não trabalhará na sua própria força, mas “em demonstração do Espírito e de poder” (1 Co
2:4).
William Arthur

QUEBRANTAMENTO DE CORAÇÃO
Você quer um coração sempre incendiado por Deus? Deseja conhecer a unção
contínua do Espírito Santo? Está ansioso por ser usado no serviço do seu Senhor?
Gostaria de estar sempre aceso com o poder de Deus? Você quer um avivamento
permanente no seu próprio coração de tal forma a nunca perder seu primeiro amor, nem
seu entusiasmo primitivo? Está orando para estar sempre ardendo por Deus e sempre
interessado nas almas dos homens? muito bem, aqui então está o segredo. Avivamento
permanente é possível somente onde há contínuo quebrantamento de coração.
Agora, deixe-me fazer-lhe um pergunta. Como foi que Finney alcançou avivamento
permanente? Lembre-se, até ao dia de sua morte, ele foi um avivalista. Continuamente
fazia seu trabalho de ganhar almas. Nunca perdeu seu peso pelas almas perdidas. Eu
pergunto: Como foi possível manter tal ministério?
Todos os dias da sua vida, ele fazia questão de estar sozinho com Deus e passar um
tempo em silêncio com a Palavra. Todos os dias ele separava tempo para a oração. Ele
nunca permitiu que um único dia passasse sem encontrar com seu Senhor. Esta é a
resposta.
Posso dizer que por mais de meio século, agora, tenho observado a vigília matutina.
Eu nem sonharia de ir trabalhar sem primeiro encontrar com Deus. Manhã após manhã,
vou ao meu escritório e espero no meu Senhor. Em primeiro lugar, procuro imergir minha
mente nas páginas do livro sagrado e depois dedico-me à oração e à súplica. Desta forma,
encontro-me com Deus antes de me encontrar com os homens, e ele soluciona os meus
problemas antes que eu os enfrente. A vigília matutina tem tido um significado inexprimível
na minha vida, e meu ministério seria fraco, sem poder e ineficaz sem ela.
Você tem um horário para se encontrar com Deus? Você tem um lugar para se
encontrar com Deus? Já passou um dia na sua vida depois de convertido sem abrir as
páginas do livro sagrado e estudar a Palavra de Deus? Você tem deixado um único dia
passar sem derramar o seu coração em oração e súplica?
Meu amigo, se você quiser manter a espiritualidade que Deus lhe deu, se você quiser
um avivamento permanente no seu coração, você terá que aprender a encontrar-se com o
Senhor Jesus Cristo diariamente. Lembre-se que o maná era recolhido todos os dias. Você
também terá de recolhê-lo diariamente, ou nunca terá utilidade alguma no serviço de Deus.
Houve épocas em que Finney sentia que estava esfriando e reconhecia que seu
coração estava começando a gelar. Em cada uma dessas épocas ele recorreu a horas
adicionais de oração.
Uma vez ele passou um inverno inteirinho sem ler outro livro qualquer, sem ler um
jornal sequer, sem ler nada além da Bíblia, e isto de joelhos. Virando as costas para todas
as outras coisas, ele imergiu nas páginas do livro sagrado e se dedicou à oração a fim de
não perder o fogo do reavivamento. Ele queria manter o espírito de reavivamento ardendo
na sua alma, e foi assim que o conseguiu.
Vez após vez, ele relata, recebeu novos batismos no Espírito de Deus especialmente
quando passava tempo em oração ou imergia nas páginas das Escrituras. Vez após vez, o
poder de Deus veio sobre ele até que seu coração se aquecesse e acendesse com fogo
outra vez. Então ele saía para fazer reuniões de reavivamento e mais uma vez presenciava
a convicção cair sobre o povo, e centenas e mais centenas se converteram.
Um dos maiores perigos do ministério é conhecer o poder de Deus na juventude e
depois perdê-lo. Há tantas pessoas que uma vez estavam incendiadas, que uma vez se
interessavam em reavivamento, mas que agora perderam o fogo e foram encostadas. É
fácil se acomodar numa igreja próspera, receber um bom ordenado, gozar de todos os
confortos da vida, ver tudo correr normalmente, e depois perder seu peso pelas almas
perdidas. É tão fácil perder a paixão pelas almas e tornar-se mecânico. Estar incendiado
quando jovem e depois esfriar-se com o passar dos anos é uma experiência que nunca
deve ser sua.
A única maneira de manter o espírito de reavivamento é manter um contínuo
quebrantamento de coração.
Oswald Smith
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Estas citações foram extraídas do jornal


“Herald of His Coming”, de Los Angeles,
Califórnia, publicado em março de 1980.

VOCÊ TEM TEMPO PARA DEUS?


por Bert Ghezzi
Bert Ghezzi, atualmente o redator da revista da renovação católica carismática NEW
COVENANT, tem supervisionado o desenvolvimento de diversos grupos de oração a partir
de 1967. É um dos coordenadores de “Word of God”, uma comunidade cristã
interconfissional em Ann Arbor, Michigan, EUA, onde reside com sua esposa Mary Lou e
seus seis filhos.

Recentemente li um livro no qual um pastor procurava impressionar um jovem sobre a


importância de passar tempo a sós com o Senhor todos os dias. O jovem respondeu ao
pastor que gostaria de orar e de se envolver mais com a igreja, mas que estava ocupado
demais mantendo um emprego e acompanhando as aulas no colégio. Simplesmente não
sobrava tempo para mais nada.
Pouco tempo depois, porém, ele se enamorou de uma moça e descobriu que era
possível arranjar bastante tempo no seu dia para estar com ela. Pelo fato deste
relacionamento ser uma prioridade na sua vida, ele queria encorajá-lo e deixá-lo crescer.
Estava disposto a sacrificar tempo no seu dia atarefado para este fim. Com efeito, seu
relacionamento com a moça era mais importante para ele do que seu relacionamento com
o Senhor; ele estava ansioso para sacrificar em favor do primeiro, mas não do segundo.
Até que ponto é importante nosso relacionamento com o Senhor? É uma prioridade
na nossa vida? Estamos dispostos a fazer todo esforço para desenvolver e fortalecê-lo? Se
a resposta for afirmativa, então em princípio não haverá nenhuma circunstância capaz de
impedir-nos de edificar este relacionamento que, como todos os relacionamentos pessoais,
dependerá de certo esforço da nossa parte.
Além disto, haverá necessidade de um significativo investimento pessoal. Depois do
meu batismo no Espírito Santo, fiz uma das maiores descobertas da minha vida: o Senhor
se importava comigo pessoalmente; amava-me e queria me atrair para mais perto de si
mesmo. Esta descoberta revolucionou a minha vida. De repente reconheci que meu
relacionamento com o Senhor era uma via de duas mãos. O Senhor investira a si mesmo
em mim, se tornara homem e morrera na cruz, e agora queria continuar se doando para
mim. Isto significava que eu tinha de responder-lhe, procurando encontrá-lo a fim de investir
a minha vida nele.
Ouvi certa vez uma profecia que sugere a intensidade deste compromisso: “Você tem
sido o primeiro nos meus pensamentos”, o Senhor disse. “Eu tenho sido o primeiro nos
seus?” A maioria de nós teria dificuldade para dizer sim a esta pergunta em cem por cento
do nosso tempo. Porém, há diversos passos que podemos tomar para colocá-lo mais e
mais no centro das nossas vidas e na preeminência dos nossos pensamentos.
Se duas pessoas estão interessadas em formar uma amizade, elas devem passar
tempo juntas. No relacionamento de uma pessoa com Deus, isto significa separar um
tempo todos os dias para a oração. Podemos nos enganar pensando que é suficiente orar
esporadicamente através do dia inteiro – andando para a loja, por exemplo, ou lavando
roupa – mas isto não dá! Nenhum relacionamento profundo prosperará se o tratarmos
casualmente desta forma. Comunicação regular é a base de todo bom relacionamento,
inclusive do nosso relacionamento com o Senhor.
É uma coisa reconhecer a importância da oração, e outra bem diferente separar
tempo para orar na nossa vida diária. A melhor maneira é designar um horário definido para
este fim todos os dias, e depois nos comprometer a guardá-lo com fidelidade. Nosso tempo
de oração diária deve tornar-se uma parte vital dos nossos compromissos do dia, tão
importante que seria impossível esquecer-nos dele.
Podem surgir emergências para cancelar o horário de oração mesmo na vida do mais
zeloso indivíduo. Podemos compensar por esses desequilíbrios ocasionais planejando
alguns horários alternativos. Se oramos às seis e meia da manhã, devemos marcar um
outro horário mais tarde no dia que servirá de substituto caso for necessário. Nosso
primeiro compromisso dever ser orar no tempo marcado no horário, mas se necessário
nosso horário alternativo poderá nos dar uma saída.
Quando procuramos um horário disponível para orar, devemos lembrar que é o
horário melhor, e não o que sobra, que pertence ao Senhor. Aprendi isto de maneira bem
difícil. Quando eu me dediquei novamente ao Senhor, separei as horas mais alertas para os
meus estudos e deixei a oração para um horário tarde à noite. É claro que naquela hora eu
estava cansado e minha mente fervia com as preocupações do dia. Eu me achava
pensando sobre os meus estudos ou sobre os acontecimentos do dia, e depois chamava
isto de oração. Eu estava cansado demais para fazer algo além disto. Meu relacionamento
com o Senhor caiu consideravelmente até que resolvi dar-lhe o melhor tempo do meu dia.
Depois disto meu amor por ele e o meu conhecimento dele receberam uma nova dimensão.
Pode ser que ao olhar para os nossos compromissos diários digamos: “Impossível!
Não posso separar o melhor horário do dia para o Senhor”. Mas se estivermos sérios em
relação à vida cristã, descobriremos uma maneira de fazê-lo. Um bispo contou para um
amigo meu que estava atarefado demais para orar uma hora por dia. Meu amigo retrucou
desafiando o bispo para tirar duas horas do seu melhor horário para a oração. O bispo ficou
atônito, mas aceitou o conselho e conseguiu resgatar duas horas da sua agenda
preenchida. Uma nova paz e força entraram na sua vida e seu amor pelo Senhor floresceu.
Ele queira encontrar esse tempo e por esta razão o encontrou.
As tarefas de pais e mães e de outros com numerosas responsabilidades podem
representar um desafio tão grande quanto a agenda diária do bispo. As mulheres casadas,
por exemplo, muitas vezes acham difícil separar tempo para orar porque suas
responsabilidades vão desde a manhã cedinho até o fim do dia. Quando chega a noite, o
melhor horário já passou. Para maridos e esposas, pode ser necessário muito
discernimento do Senhor e cooperação prática de seu cônjuge a fim de conseguir um bom
horário de oração. Especialmente os maridos devem tomar qualquer medida necessária
para que suas esposas possam ter um horário tranqüilo, sem perturbação, para orar todos
os dias.
Quanto tempo devemos reservar para a oração? Crentes novos, na sua primeira força
de entusiasmo, são propensos a se lançarem a períodos de uma hora, somente para
descobrir que ficam enfastiados e inquietos depois dos primeiros dez minutos. Em geral,
quando somos principiantes em oração, é melhor escolher um período mais curto ao invés
de um período muito longo. Poderíamos começar com quinze minutos, por exemplo. Então,
à medida que aprendemos a orar e nos sentimos mais à vontade em oração, podemos ir
estendendo o período até chegar ao tamanho ideal para nós. O importante, tanto para
principiantes como para cristãos mais maduros, é escolher um horário razoável e ficar
firmes com ele.
O lugar onde oramos é tão importante quanto o horário e a duração do nosso tempo
de oração. Nem todos os lugares disponíveis são adequados para este fim. Quando eu era
professor universitário, eu tentei orar no meu escritório com o único resultado de ser
convencido de que isto era impossível. Eu estava cercado por distrações: trabalhos dos
alunos para corrigir, formulários para preencher, uma preleção para dar na próxima aula,
alunos para atender. Entretanto, não conseguia encontrar nenhum outro lugar para orar e
por isto pedi ao Senhor para me ajudar. Logo depois descobri um escritório desocupado
num outro departamento próximo ao meu. E não só isto, mas havia uma secretária cristã
naquele departamento que prometeu não deixar ninguém me perturbar enquanto eu orasse
ali.
Se tivermos dificuldade para achar um lugar para orar, devemos pedir ao Senhor e
também a outros cristãos para ajudar-nos a encontrar um local adequado. Se possível, o
lugar escolhido deve nos dar liberdade de orar e cantar em voz alta. Não devemos ficar
satisfeitos com um lugar que não permite oração com liberdade de expressão.
Depois de escolher um horário e um local, o que devemos fazer? Em primeiro lugar,
devemos decidir que ficaremos abertos para a inspiração de Espírito Santo. Esta atitude
pode não ser muito fácil para quem só conhece oração formal, mas de fato o Espírito nos
quer guiar. Se chegarmos diante do Senhor com isto em mente, descobriremos que nossa
oração será incalculavelmente enriquecida à medida que cedermos aos impulsos do
Espírito.
Por outro lado, a oração não é uma atividade totalmente espontânea; ajuda muito
colocar elementos específicos no nosso tempo diante do Senhor, como por exemplo, a
leitura da Bíblia, intercessão, etc. Seja qual for nossa decisão neste sentido, devemos
deixar o tempo flexível o suficiente para que o Espírito modele nossa oração de forma a nos
aproximar mais do Senhor.
Enquanto aprende a orar, a maioria dos cristãos encontra alguns obstáculos comuns.
Reconhecer esses obstáculos pode ajudar-nos a tratar com eles. Recentemente conversei
com alguns amigos sobre o que fazemos no nosso tempo de oração; alguns de nós
reconhecemos que durante a oração acabamos pensando sobre nossas vidas, famílias ou
emprego. Alguém comentou imediatamente: “Isto não é oração”, e ele tinha razão. Se
durante nosso tempo de oração estivermos pensando sobre nossos filhos ou nossa agenda
para aquele dia, ou estamos sendo distraídos, ou estamos sinceramente procurando
raciocinar sobre as coisas na presença de Deus. Embora este último possa ser uma
atividade válida, não é necessariamente oração.
Na oração devemos nos entregar ao Senhor para que cresçamos no nosso
conhecimento e amor por ele, e na nossa capacidade de ouvir e obedecê-lo. Isto significa
que, embora possamos pensar sobre nossas preocupações durante a oração, elas não
devem ocupar nossa mente durante todo o período. É correto trazer nossas preocupações
diante do Senhor, e devemos freqüentemente interceder em favor delas, e até mesmo
pesar cuidadosamente as vantagens e desvantagens de um determinado curso de ação em
espírito de oração. Entretanto, devemos vigiar contra transformar nossa intercessão numa
especulação infindável de como devemos agir com determinados problemas.
Avaliando nossos períodos de oração pode ser um outro obstáculo à oração. Um
amigo meu disse que seus tempos de oração não eram muito bons até que alguém o
aconselhou a não mais avaliá-los. De fato, disseram-lhe que o único critério que devemos
usar para avaliar sua oração era sua fidelidade em cumprir um horário certo diariamente
diante do Senhor. Ele seguiu este conselho, e foi retirada dele uma enorme pressão.
Devemos parar de avaliar nossa oração. Jesus é o único qualificado para fazer isto.
Podemos estar fazendo exatamente o que ele quer, e ele pode estar muito contente
conosco, mas se seguirmos os nossos sentimentos podemos dar a nós mesmos um
avaliação baixa e achar que somos um grande desapontamento para ele.
Nas “Cartas do Inferno” de C. S. Lewis, um demônio mais idoso, Murcegão,
aconselha um demônio mais novo, Cupim, sobre desviar pessoas do Senhor, chamado por
ele “o inimigo”. Murcegão insiste particularmente em que os períodos de sequidão – valas
ou depressões – são de imenso valor para o Inimigo estimular o crescimento do crente
individual.
De fato, Murcegão escreve: “Alguns dos seus prediletos especiais (do Senhor) têm
passado por vales mais longos e mais profundos do que os demais”. Ele aconselha Cupim
a se lembrar que “as orações oferecidas nos períodos mais depressivos são as que mais
lhe agradam... Nossa causa nunca estará em maior perigo do que quando um homem, não
mais querendo, mas mesmo assim pretendendo fazer a vontade de nosso Inimigo,
perscruta o universo do qual se parecem ter apagado todos os traços de sua presença e
interroga por que é que foi desamparado – e ainda assim persiste em obedecer.”
É claro que nossa oração e relacionamento com o Senhor não devem ser um período
interminável de depressão. Devemos experimentar, no decorrer normal da vida, tanto os
cumes quanto as depressões.
Mesmo quando sentimos que nossa oração está mais seca do que um deserto, não
devemos ser influenciados por isto. Na verdade, todo cristão experimenta sequidão na
oração em algum período da sua vida. O Senhor deixa isto acontecer para que possamos
dizer: “Jesus, não importa como estou me sentindo, não importa se passo todo este tempo
sem sentir nada. Eu te amo e vou passar este tempo contigo”. Isto agrada profundamente
ao Senhor.
Nosso relacionamento com o Senhor não deve ser menosprezado. É um
compromisso muito sério. Se o negligenciamos, colheremos os resultados de um vida cristã
sem poder, destituída, na maior parte, de paz e direção. Se o alimentarmos através de
oração e da Palavra, nossa vida será um testemunho da alegria, força e confiança que se
encontram somente num relacionamento com o Senhor.
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Esta mensagem foi traduzida do original em inglês,

intitulado: “Making Time for God”.


Os direitos autorais pertencem a:
NEW WINE Magazine

Copyright em fevereiro de 1980.


P.O. Box Z, Mobile, Al 36616 E.U.A.

Traduzido e impresso com permissão.

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