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Convenção coletiva de trabalho, ou CCT, é um ato jurídico pactuado

entre sindicatos de empregadores e de empregados para o estabelecimento de regras nas


relações de trabalho em todo o âmbito das respectivas categorias (econômica e profissional)[1].
Diferentemente dos acordos coletivos, os efeitos das Convenções não se limitam apenas às
empresas acordantes e seus empregados.

Características[editar | editar código-fonte]


Uma convenção coletiva de trabalho acaba determinando obrigações e direitos para as partes,
que devem ser respeitadas durante sua vigência. Ressalta-se que suas cláusulas não podem
ferir direitos previstos na legislação, sob pena de nulidade.Costumam criar para os
empregados condições mais favoráveis que a lei.

Negociação coletiva[editar | editar código-fonte]


A convenção coletiva de trabalho é fruto de negociação entre as partes, através de respectivas
comissões de negociação, que são escolhidas e têm o poder de negociação outorgado em
assembleias convocadas para esta finalidade. Esse processo é chamado de negociação
coletiva.
Enquanto a reforma trabalhista avança no Congresso Nacional do Brasil, o Supremo Tribunal
Federal (STF) assumiu legítimo protagonismo, corroborando a prevalência do negociado sobre
o legislado. Em decisão publicada em 13 de setembro de 2016, no Diário de Justiça
Eletrônico, da lavra do Ministro Teori Zavascki, proveu um recurso extraordinário (RE 895.759)
e reformou decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que havia anulado uma cláusula
de acordo coletivo que excluía o pagamento das horas in itinere. O caso trouxe para o debate a
legitimidade dos sindicatos em casos que a negociação coletiva não diminui direitos, e pode
apenas aumenta-los. [2]

Data base[editar | editar código-fonte]


Segundo a legislação trabalhista brasileira, data base é aquela data na qual os sindicatos
representantes das respectivas categorias devem, através de negociação ou ajuizamento de
ação coletiva, requerer, rever, modificar ou extinguir normas contidas nos instrumentos
normativos de sua categoria. É o mês no qual se discute o reajuste salarial, por exemplo.
Rol de reivindicações[editar | editar código-fonte]
O primeiro passo ocorre quando um dos sindicatos, geralmente o laboral, envia o Rol de
Reivindicações à outra parte, contendo as exigências da categoria, previamente discutida e
aprovada em assembléia.
Tudo o que diz respeito à relação de emprego das partes representadas pode ser inserido na
Convenção Coletiva de Trabalho, porém, dentro do limite legal.
Cláusulas econômicas[editar | editar código-fonte]
Versam sobre a remuneração, como reajustamento, piso salarial, gratificações, valor das horas
extras, vales, entre outras.
Cláusulas sociais[editar | editar código-fonte]
São as demais cláusulas, que não geram um desembolso imediato por parte dos
empregadores - tais como a garantia de emprego por um determinado período, seguro de vida,
abono de faltas ao estudante, condições de segurança e higiene do trabalho, etc.

Validade[editar | editar código-fonte]


Uma convenção coletiva de trabalho terá a validade máxima de dois anos, porém, o mais
comum é o prazo de um ano. Nada impede que certas cláusulas tenham validade diversa de
outras, desde que seja respeitado o limite acima.

Aditamento[editar | editar código-fonte]


Durante sua vigência, é licito às partes fazer inclusão, alteração ou supressão de cláusulas,
através de um instrumento chamado de aditamento.

Registro[editar | editar código-fonte]


Conforme o artigo 614 da CLT, a Convenção Coletiva de Trabalho, devidamente assinada, terá
que ser registrada no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pelo Sistema Mediador
das Relações de Trabalho. Porém, sua eficácia independe do registro no MTE, vez que tal
exigência possui fins meramente cadastrais e de publicidade. A eficácia da Convenção Coletiva
de Trabalho surge com a assinatura da mesma pelas partes convenentes (no caso, os
sindicatos das categorias econômica e profissional).

Insucesso nas negociações[editar | editar código-fonte]


Caso não haja acordo entre as partes para formalizar uma Convenção Coletiva de Trabalho, as
partes poderão ingressar com uma ação junto ao Tribunal Regional do Trabalho (dissídio
coletivo), para que este aplique um instrumento normativo, neste caso chamado de Sentença
Normativa.
Vale ressaltar que, quando se tratar de dissídio coletivo de natureza econômica, a ação só
poderá ser proposta mediante anuência da parte suscitada, de acordo com o art. 114, §2°
da Constituição Federal, que foi alterado pela Emenda Constitucional n° 45, de 8 de dezembro
de 2004, e estabelece que:
§ 2° Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é
facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente.

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