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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 1ª VARA DO TRABALHO

DE MACEIÓ

Autos nº 0001772-25.5.19.2012.0001

WILLIAMIS CARNEIRO LIMA MATIAS, já qualificado nos autos da


RECLAMAÇÃO TRABALHISTA movida em face de BANCO ABN AMRO REAL S.A, por seu
advogado e procurador que esta subscreve, respeitosamente vem ante Vossa Excelência, para,
tempestivamente, com fundamento no artigo 895, inciso I, da Consolidação da Leis do Trabalho,
interpor o presente RECURSO ORDINÁRIO conforme razões anexas.
Requer seja o presente recurso recebido e remetido ao Egrégio Tribunal Regional do
Trabalho da 19ª Região, juntado as guias de recolhimento do depósito recursal e das custas
processuais.

Termos em que,
pede deferimento.

Local e data.

ADVOGADO
OAB
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

Origem: 1ª VARA DE TRABALHO DE MACEIÓ


Recorrente: WILLIAMIS CARNEIRO LIMA MATIAS
Recorrido: BANCO ABN AMRO REAL S.A
Autos nº 0001772-25.5.19.2012.0001

Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,
Senhores Julgadores.

Em que pese o habitual acerto das decisões proferidas pelo Meritíssimo Juízo de
primeira instância, “in casu”, a respeitável sentença merece parcial reforma.
Vejamos:

PRELIMINARMENTE

I – DO CERCEAMENTO DE DEFESA

Resigna-se em face do indeferimento pelo Juízo “a quo” da realização de perguntas


referente às funções desempenhadas pelo obreiro, sob o fundamento de que o mesmo teria incorrido
em inovação, ao não questionar a ilicitude do enquadramento no cargo de gerente em sua peça
vestibular, estando precluso o tema.
Ademais, é evidente o prejuízo causado com o indeferimento das perguntas
formuladas pelo reclamante, uma vez que, negado seu direito à produção de prova, à luz do art. 5º,
LIV e LV, da CF/88.
Art. 5º, inciso LV, Constituição Federal - aos litigantes, em
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;

Entende-se, pois, que o indeferimento das perguntas formuladas pelo reclamante


implica claramente no cerceamento ao direito de defesa, caracterizando nulidade processual
intransponível ao processo, por afronta à garantia incerta na Constituição Federal. Uma vez que,
notadamente quando a sentença aplica a regra da distribuição do ônus da prova em desfavor da
parte que pretendia produzir a prova indeferida".
Por tais razões, requer de nulidade processual, por cerceamento do direito de defesa,
determinando-se a anulação do processo a partir da audiência de instrução.

MÉRITO

Caso seja superada a preliminar acima exposta, o que admitimos apenas a título de
argumentação, no mérito a sentença merece reforma, nos seguintes termos:
I – HORAS EXTRAS

Requer o deferimento das horas extras a partir da sexta, nos termos da inicial e do
art. 224, caput, em razão de a reclamada não se desincumbir do ônus de provar a exceção ao
referido dispositivo, nos termos, inclusive, da Súm. 102 do C. TST.

Art. 224. Para os empregados em Bancos e casas bancárias será


de seis horas por dia ou trinta e seis horas semanais a duração
normal de trabalho, excetuados os que exercerem as funções de
direção, gerência, fiscalização, chefes e ajudantes de secção e
equivalentes, ou desempenharem outros cargos de confiança,
todos com vencimentos superiores aos dos postos efetivos.
Parágrafo único. A duração normal de trabalho estabelecida neste
artigo ficará sempre compreendida entre às oito e às vinte horas.

II – DANOS MORAIS

O dano moral deve levar em consideração a reparação da suposta dor sofrida pelo
lesado, devendo-se, ainda, ter em vista a condição econômica deste e sua participação no evento
danoso, se houve ou não culpa concorrente ou culpa exclusiva do suposto ofendido.
Em recente decisão o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, entende,
acertadamente, que a indenização por dano moral deve limitar ao ressarcimento, ou seja, à
COMPENSAÇÃO do prejuízo moral decorrente de suposto constrangimento, e nunca ser
instrumento fácil para enriquecimento, vejamos a ementa:
"EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DANO MORAL -
INDENIZAÇÃO "QUANTUM"- PARÂMETROS - REDUÇÃO
- RECURSO - PROVIMENTO PARCIAL. O "quantum"
indenizatório deve ser fixado com moderação, limitando-se à
compensar prejuízo moral decorrente do constrangimento sofrido
e nunca instrumento de fácil enriquecimento na obtenção de
indevida riqueza. Desde que se possam manipular dispositivos
legais com referência a responsabilidade civil extracontratual
decorrente da prática da ofensa moral de terceiros e limites
valorativos a indenização pelo dano causado, certo é conectá-los
por força da analogia diante da semelhança existente entre os
fatos jurídicos, para alcançar o "desideratum" fixatório. Recurso.
Provimento Parcial. Decisão Unânime." (Apelação Cível n.º
53870-9, 2ª Câmara Cível - Rel. Des. Altair Patitucci - publicado
no DJPR em 18/08/97, julgado em 18/06/1997).
Do corpo do julgado, retiramos o seguinte parâmetro, sedimentado pelo Tribunal em
outro julgamento para fixação do "quantum" do dano moral, ´verbis´:
"Há que existir certos parâmetros para a fixação indenizatória.
É bem de ver que:
´…muito embora disponha o Juiz de ampla liberdade para aferir o
valor da reparação, deve perquirir múltiplos fatores inerentes aos
fatos e á situação econômico-financeira dos litigantes sabendo-se
que a pretensão indenizatória não pode ser dissociada da postura
ética do pretendente, desde que o "quantum" reparados jamais
poderá se constituir instrumento de enriquecimento ilícito do
ofendido." ( TJPR - Ac. n.º 12.043 - 1ª Câm. Civil, un. Rel. Des.
Maranhão de Loyola).

III– ISENÇÃO DOS ENCARGOS DE NATUREZA FISCAL E PREVIDENCIÁRIA

Requer a reforma do r. Julgado, para que seja procedida a isenção dos valores
devidos a título de contribuição fiscal e previdenciária, a fim de dar cumprimento ao Provimento
02/93 da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho.

IV– HONORÁRIOS

A partir da vigência da atual Constituição Federal, é inegável, “data vênia”, ser


devido a verba honorária. A Carta Magna prescreve que o advogado esteja presente nas lides e,
assim, não vê a reclamante como se possa fugir do pagamento da referida verba.
Não se fala hoje em sucumbência devida pela Lei nº 5.584/70, mas aquela devida
pela aplicação da Lei maior.

CONCLUSÃO

Aguarda-se a criteriosa decisão de Vossas Excelências, que, por certo, conhecerão do


presente recurso e lhe darão provimento.
Contudo, caso seja vencido este argumento requer a recorrente reforma da respeitável
sentença nos pontos que ora são atacados para, ao final, ser a presente reclamatória julgada
improcedente, não por complacência, mas em amor à aplicação da mais lídima e comezinha
JUSTIÇA!

Local e data.

ADVOGADO
OAB

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