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Aluno : João Paulo Costa e Souza

Matricula :120122171

Higiene e segurança do trabalho 01-2018 , UnB

“Peça Friboi, carne confiável tem nome”: Esse é um bordão famoso da propaganda brasileira.
Falada por Tony Ramos, a frase faz referência a famosa marca de processamento de carnes : a
JBS. No entanto, apesar de a empresa ser referência mundial no bilionário mercado de carnes,
não se pode dizer que a JBS tenha algum grande mérito na área da higiene e segurança do
trabalho. A JBS é hoje no Brasil campeã em acidentes de trabalho em frigoríficos, contando
segundo dados do jornal GGN, Causa Operária e Folha, a JBS enfrenta hoje mais de trinta e
quatro mil processos na justiça do trabalho.

Pode-se perguntar então a razão de tal grandeza de números. Por que tantos acidentes de
trabalho ? A primeira causa que salta aos olhos consiste no cínico desinteresse, por parte dos
empregadores, de proteger os seus empregados. E tal desinteresse parece inteiramente
justificado pela lógica utilitarista do mercado : Se proteger um empregado de acidentes de
trabalho é mais caro do que as possíveis indenizações no âmbito do processo judicial, então é
melhor, mais lucrativo, arcar com tais processos, o máximo que pode acontecer é a
propaganda negativa. A estratégia mesma de envolver a classe empresarial na promoção da
HST ou SST só pode ter algum sucesso , se essa estratégia, ou gerar receita, ou minimizar as
despesas.

A eficiência da estratégia de mudança na legislação trabalhista, da mesma forma, só pode


minimizar o número dos acidentes e doenças do trabalho, se essas leis fizerem pesar a despesa
da classe empresarial, ou em casos mais extremos, fazer valer a sanção da privação de
liberdade. A justiça brasileira do trabalho, juntamente do poder executivo deve formar um
eficiente corpo de fiscalização, com isentismo e mecanismos anti corrupção. Pois do contrário
a situação será como vista no documentário Carne e Ossos, onde o médico do trabalho,
subordinado ao poder patronal, responsável pela saúde dos operários, apenas passava uma
receita de dicoflenato de sódio e não lhes prestava mais nenhuma assistência, apesar do
evidente avanço das doenças e lesões nos pacientes. A fiscalização, em todos os casos, deve
partir de órgão externo a empresa, comprometido em primeiro lugar com a saúde do
trabalhador.

A situação do técnico contratado pela empresa, que pretende promover um ambiente de


maior segurança e higiene, deve ser a de ser inventivo, criando mecanismos que possam
convencer o empregador , de que é sempre melhor pra empresa, que seus empregados
estejam bem, seguros e saudáveis. Além disso, ele deve também tentar orientar os colegas do
trabalho a de por exemplo usar o equipamento adequado de prevenção, de utilizar métodos e
técnicas que sejam as mais seguras possíveis, e de alertar para as possíveis doenças que
podem aparecer.

O “chão de fábrica” brasileiro é inventivo, e dispõe de trabalhadores com enorme resiliência,


contudo a situação parece ser a mesma de sempre : a falta de instrução adequada prejudica a
melhoria dos brasileiros em todos os âmbitos de sua vida, talvez essa seja a maior causa dos
números de acidentes e doença no trabalho.

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