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TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA I Condução de Calor em Regime Estacionário

1.4 CONDUÇÃO DE CALOR COM GERAÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA

• Taxa de geração em função de uma corrente I através de um meio


com resistência térmica .

A taxa volumétrica de geração (W/m³):

E& g Re I 2
q& = =
V V
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1.4.1 Parede plana


A equação da condução de calor,
para k constante e :

d 2T q&
2
+ =0
dx k
•Solução geral:

q& x 2
Condução de calor em parede plana
T=− + C1 x + C 2 = 0
2k
com geração de calor constante;
condições de contorno assimétricas.
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Condições de contorno: T(− L ) = TS,1 e T (L) = TS, 2

C1 e C2 apresentam a seguinte forma:

TS, 2 − TS,1 q& 2 TS,1 + TS, 2


C1 = C2 = L +
2L 2k 2

A distribuição de temperaturas é:

q&L2  x 2  TS , 2 − TS ,1 x TS ,1 + TS , 2
T ( x) = 1 − 2  + +
2k  L  2 L 2
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• O fluxo de calor qx (=- k A dT/dx) é função de x.

• Se as temperaturas das paredes são iguais, o problema é


simétrico em relação ao plano central:

Condições de contorno simétricas Superfície adiabática no plano central


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q&L2  x2 
TS,1 = TS,2 ≡ TS T ( x) = 1 − 2  + TS
2k  L 

A temperatura máxima ocorrerá no plano central:

q&L2
T (0) ≡ T0 = + Ts
2k
A distribuição de temperaturas:

T ( x ) − T0  x 
2

= 
TS − T0 L
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Observação: No plano de simetria, dT/dx=0 →não há fluxo de calor


⇒ superfície adiabática.

Para condição de contorno de convecção:

dT
−k = h(TS − T∞ )
dx x= L

Substituindo dT/dx em x = L, segue que:

q&L
TS = T∞ + Permite determinar Ts para conhecido.
h
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1.4.2 Sistemas radiais


A equação do calor:

1 d  dT  q&
r + = 0
r dr  dr  k

dT q&
r = 2 + C1
dr 2r
q& 2
T (r ) = − r + C1 ln r + C 2
4k
Condução em um cilindro sólido longo
com geração de calor
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dT
=0 e T (r0 ) = Ts
dr r =0

q& 2
C1 = 0 e C 2 = Ts + r0
4k
A distribuição de temperaturas:

q&r02  r2 
T (r ) = 1 − 2  + TS
4k  r0 
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Avaliando na linha de centro: (T(r) =T0), a temperatura


adimensional:
T (r ) − Ts
2
r 
= 1 −  
T0 − TS  r0 

Realizando um balanço de energia na superfície:

( )
q& πr02 L − h (2πr0 L )(Ts − T∞ ) = 0

ou q&r0
TS = T∞ +
2h
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1.5 Transferência de calor em superfícies estendidas (aletas)

Superfície estendida: termo empregado para descrever um caso


especial envolvendo transferência de calor por condução no
interior de um sólido e transferência de calor por convecção e/ou
radiação na fronteira do mesmo.

dT
O gradiente dx diminui

com o aumento de x.
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 Utilização de uma aleta para aumentar a transferência de calor de


uma superfície plana
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 Trocadores de calor com dutos aletados


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 Configurações típicas de aletas

Seção Seção não Aleta anular Aleta em forma


uniforme uniforme de pino
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 Tubos aletados
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 alguns projetos inovadores de aletas


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1.5.1 Análise geral da condução em superfícies estendidas

Balanço de energia
em uma superfície
estendida
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Balanço de energia
em uma superfície
estendida
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 Considerações:
• aleta é delgada e as variações de temperatura na direção x é muito
maior do que na direção transversal: condução unidimensional;
• regime estacionário sem geração de calor;
• efeitos da radiação desprezíveis;
• condutividade térmica (k) e coeficiente convectivo (h) constantes.

 balanço de energia:

q x = q x + dx + dqconv
Relembrando: q entra = q sai
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 Lei de Fourier: dT
q x = −kAc
dx
Ac = área da seção reta que varia com x.

dq dT d  dT 
q x + dx = qx + dx q x + dx = − kAc − k  Ac  dx
dx dx dx  dx 
 Taxa de transferência por convecção:

dq conv = h dA s (T − T∞ )

As é área superficial do elemento diferencial


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Forma geral da equação da energia para uma superfície


estendida:

d  dT  h dAs
 Ac − (T − T∞ ) = 0
dx  dx  k dx
ou

d 2T  1 dAc  dT  1 h dAs 
2
+   −  (T − T∞ ) = 0
dx  Ac dx  dx  Ac k dx 
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• Uma solução utilizando condições de contorno apropriadas


fornece a distribuição de temperatura T(x) em qualquer ponto;

• T(x) pode ser utilizada para o cálculo da taxa de condução em


qualquer ponto x através da Lei de Fourier.
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1.5.2 Aletas com área de seção transversal constante

•Área de condução Ac = A = Constante;


•Área de convecção As = (perímetro).dx.
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 Considerações:
• T(0) = Tb : temperatura da base;

• Ac (área da seção transversal) =


constante;
• As (área da superfície medida da
base até x ) = Px
• P é o perímetro da seção
transversal
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dAc dAs d 2T hP
=0 e
dx
=P
2
− (T − T∞ ) = 0
dx dx kAc

Definindo: constante

dθ dT
θ ( x ) = T ( x ) − T∞ =
dx dx
Logo:
d 2θ m =
2 hP
2
− m 2
θ =0 Onde:
kAc
dx
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A equação d 2θ é uma equação diferencial de


− m 2
θ = 0
dx 2
segunda ordem, linear e homogênea, cuja solução é da forma:

θ (x ) = C1e mx + C 2 e − mx
As condições de contorno:
•Em x = 0 :
•Em x = L: quatro casos podem ocorrer.
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• Caso A: ocorre transferência de calor por convecção na


extremidade da aleta.

Aplicando um balanço de energia


em uma superfície de controle na
extremidade da aleta:

dT
hAc [T (L ) − T∞ ] = − kAc
dx x=L

ou
dT
hθ (L ) = − k
dx x=L
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 A distribuição de temperaturas para o caso A é:


θ cosh m(L − x ) + (h / mk ) senh m(L − x )
=
θb cosh mL + (h / mk ) senh mL
 Quantidade de calor que a aleta dissipa para o ambiente é igual a
quantidade calor que a aleta retira da placa por condução.

q a = qb = − kAc
dx x =0

 

qa = kAcθ b
d  (h / mk )senhm(L − x ) + cosh m(L − x ) 
ou
dx   h  
   senhmL + cosh mL 
  mk   x =0
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Assim:

senh mL + (h / mk ) cosh mL
q a = h P k A c θb
cosh mL + (h / mk )senh mL
Uma forma prática de contabilizar a perda de calor a partir da
ponta da aleta é substituir o comprimento L da aleta na relação
para o caso de ponta isolada (caso B) pelo comprimento
corrigido da aleta:
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• Caso B: extremidade adiabática (perda de calor por convecção


é desprezível na extremidade da aleta).

dT dθ θ ( x) cosh[m( L − x)]
=0 ou =0 =
dx x =L dx x =L θb cosh mL

q a = M. tanh(mL) M = θb h P k Ac
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• Caso C: a temperatura na extremidade da aleta é especificada.

θ (x=L ) = θ L θ ( x ) (θ L θ b )senh(mx ) + senh[m(L − x )]


=
θb senh(mL )

 cosh (mL ) − (θ L / θ b )
qa = M  
 senh (mL ) 
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• Caso D: aleta muito longa.

L → ∞, θ L → 0

θ (x )
= e − mx
θb

qa = M
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Resumo dos casos A a D
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1.5.3 Desempenho de aletas

As aletas aumentam a troca de calor através do aumento da área


superficial de troca. Porém, a aleta é também uma resistência
adicional a troca de calor original.

Efetividade da aleta: razão entre a taxa de transferência de calor


da aleta e a taxa de transferência de calor caso não houvesse
aleta.
qf
εf =
h A cθb
Ac é a área da seção reta da aleta na sua base.
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A presença de uma aleta é justificada para ε f ≥ 2.

h A cθb Taxa de transferência de calor que existiria sem a


presença da aleta

• Para o caso D:

⇒ maior k → maior
⇒ maior P/Ac (aletas mais finas) → maior
⇒ menor h (gases) → maior a uƟlização de aletas
⇒ máximo quando L→∞
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Eficiência da aleta: razão entre a taxa de transferência de calor


pela aleta e a taxa máxima de calor que existiria pela aleta.

qa qa
ηa = =
q max h A Sθ b

 AS é área superficial da aleta;


 qa calculado de acordo com a condição de contorno na ponta.
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Distribuição ideal e real da temperatura ao longo de uma aleta


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Eficiência de aletas planas (perfis retangular, triangular e parabólico)


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Eficiência de aletas anulares de perfil retangular


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 Sistemas com várias aletas

Taxa total de transferência de calor:

q t = N q f + h A b θb
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onde:
N = número de aletas;
qf = taxa de calor transferida por uma aleta;
Ab = área da superfície exposta – área da base das aletas.
ou:
q t = N ηf h A S θ b + h A b θ b

eficiência de uma única aleta


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A equação anterior pode ser escrita na forma:

 NA S 
q t = h[N ηf A S + (A t − N A S )]θ b = h A t 1 − (1 − ηf ) θb
 At 

A eficiência global (total) da superfície é expressa por:

qt qt
η0 = =
q max h A t θ b

área total exposta


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ou ainda:

η0 = 1 −
NAS
(1 − η f )
At
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Exercício: O cilindro do pistão do motor de uma motocicleta é


construído em liga de alumínio (k=186 W/m.K), com uma altura H =
0,15 m e um diâmetro externo D = 50 mm. Sob condições típicas de
operação a superfície externa do cilindro está a uma temperatura de
500 K e encontra-se exposta ao ar ambiente a 300 K, com um
coeficiente de transferência de calor por convecção de 50 W/m².K.
Aletas anulares são fundidas integralmente com o cilindro do pistão,
a fim de aumentar a transferência de calor para a vizinhança.
Considere cinco destas aletas, com espessura t = 6 mm,
comprimento L = 20 mm e igualmente espaçadas entre si. Qual é o
aumento na taxa de transferência de calor devido ao uso das aletas?
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 Aletas de resfriamento de 1 mm de diâmetro e 25,4 mm de


comprimento, feitas de cobre com condutividade térmica de 400
W/(m.K) são usadas para aumentar a transferência de calor de uma
superfície que é mantida a uma temperatura Ts1 = 132ºC. Cada haste
possui uma extremidade ligada a esta superfície (x =0)., enquanto a
extremidade oposta (x = L) está ligada a uma outra superfície, que é
mantida a uma temperatura Ts2 = 0 ºC. Ar escoa através das
superfícies e das hastes a uma temperatura de 0 ºC, e o coeficiente
de convecção é h = 100 W/(m².K).
a) Expresse a função ao longo da aleta, e calcule a
temperatura em x = L/2.
b) Determine a taxa de calor transferido da superfície quente através
de cada aleta, e determine também a efetividade da aleta. O uso
de aletas se justifica? Porque?
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c) Qual é a taxa total de calor transferido de uma uma seção de 10 x


10 cm de parede, que possui 625 aletas distribuídas uniformente?
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 Vapor escoa em um sistema de aquecimento através de tubos com


diâmetro externo de 5 cm, enquanto as paredes são mantidas a uma
temperatura de 180 ºC. Aletas de alumínio (k = 186 W/(m.ºC)) de
diâmetro externo de 6 cm e espessura constante de 1 mm são ligadas
ao tubo. O espaçamento entre as aletas é de 3 mm e existem 250
aletas por metro de comprimento do tubo. Calor é transferido para o
ar ambiente a 25 ºC, com um coeficiente de transferência de calor
h=40 W/m².ºC. Determine o aumento na transferência de calor do
tubo por metro de comprimento, como resultado da adição das
aletas.
Resp: 2639 W.
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