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O termo “CRIMINALÍSTICA” foi lançado em fins do século passado com HANS GROSS o qual é
reconhecido mundialmente como fundador da Criminologia e da Criminalística.
• Designa o: “Sistema de métodos científicos utilizados pela
polícia e pelas investigações policiais”.
Histórico: Histórico:
A Criminalística teve seu começo no final do séc. Em continuação, Edmond Locard, médico e
XIX, quando Hans Gross, Professor e Magistrado, advogado nasceu em Saint-Chamond em 13 de
ao perceber que os métodos utilizados pela polícia, dezembro de 1877, e também conhecido como um
baseados na tortura e castigos corporais, não mais dos pioneiros da Criminalística na França. Seus
se mostravam eficazes. Assim, propôs que os métodos são universalmente reconhecidos e lhe
métodos da Ciência moderna fossem utilizados valeram a alcunha de “Pai da Moderna
para solucionar crimes. Criminologia”.
Tais obras proporcionam aos criminalistas atuantes
e aos peritos criminais, preciosas informações no
âmbito geral da Criminologia e também da
Criminalística. Com isso, Gross é reconhecido como
fundador da Criminologia e também da
Criminalística, termo por ele criado.
(APOSTILA)
LOCAIS DE CRIME
Local de Crime é aquele local onde ocorreu um fato de
Logo, desde o seu surgimento a criminalística visa
qualquer natureza e que necessita da intervenção da
estudar o crime de forma a não distorcer os fatos,
zelando pela integridade e sempre perseguindo a polícia para o seu devido esclarecimento.
evidência, com o fim de promover a justiça e como
um meio de obter os argumentos decisórios para a Um verdadeiro policial jamais deverá
prolação da sentença (ZARZUELA, 1996). Dois são esquecer que: “NÃO EXISTE CRIME PERFEITO, O QUE
os seus princípios básicos: EXISTE É UM LOCAL MAL INVESTIGADO”.
a. Princípio de Locard (1877-1966): “Todo o contato
Um policial autêntico, não deve demorar
deixa um traço (vestígio)”;
em atender a um chamado concreto, haja vista que:
De acordo com o Princípio da Troca de Locard, qualquer
“TEMPO QUE PASSA É VERDADE QUE FOGE”. (Edmond
um, ou qualquer coisa, que entra em um local de crime
Locard).
leva consigo algo do local e deixa alguma coisa para trás
quando parte. Nesse sentido, a criminalística baseia-se no
fato de que um criminoso deixa no lugar do crime, alguns A porção do espaço compreendida num
vestígios, e por outro lado também recolhem na sua raio que, tendo por origem o ponto no qual é constatado o
pessoa, na sua roupa e no seu material, outros vestígios, e fato, se entenda de modo a abranger todos os lugares em
todos eles imperceptíveis, mas característicos da sua que, aparente, necessária ou presumivelmente, hajam sido
presença ou da sua atividade (princípio de LOCARD) praticados, pelo criminoso, ou criminosos, os atos
materiais, preliminares ou posteriores, à consumação do
b. Princípio da Individualidade: Dois objetos podem delito, e com este diretamente relacionado. (RABELO.
parecer indistinguíveis, mas não há dois objetos 1996, p. 17).
absolutamente idênticos.
Legislação
A Criminalística é a disciplina que tem
• CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro
como objetivo o reconhecimento e a de 1941
interpretação dos indícios e vestígios materiais
objetivos, relativos ao crime ou à identidade do Art. 169. Para o efeito de exame do local onde
criminoso, devendo complementar a houver sido praticada a infração, a autoridade
investigação de causas subjetivas ou a providenciará imediatamente para que não se altere
investigação de campo. o estado das coisas até a chegada dos peritos, que
poderão instruir seus laudos com fotografias,
desenhos ou esquemas elucidativos.
• CPPM - Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de Outubro • O levantamento dos locais de crime é feito para
de 1969. que possa a Polícia indicar o autor do crime através de
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de provas irrefutáveis e, à seguinte classificação através do
infração penal militar, verificável na ocasião, a autoridade exame dos vestígios materiais, oferecer elementos para:
a que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível: determinar a natureza do fato;
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não verificar o modo ou circunstâncias que
alterem o estado e a situação das coisas, enquanto cercaram o crime;
necessário; identificar o autor, a vítima e os
Art. 339. Para o efeito de exame do local onde instrumentos usados para a prática da infração.
houver sido praticado o crime, a autoridade providenciará
imediatamente para que não se altere o estado das coisas, Classificação do Local de Crime.
até a chegada dos peritos.
TIPOS DE VESTÍGIOS
a) VESTÍGIO VERDADEIRO é uma depuração
total dos elementos encontrados no local do crime,
pois somente o são aqueles produzidos diretamente
pelos atores da infração e, ainda, que sejam produtos
diretos das ações do cometimento do delito em si.
Drogas
b) VESTÍGIO ILUSÓRIO é todo elemento encontrado Lei 11.343/2006 Art.1º
no local do crime que não esteja relacionado às ações Parágrafo único. Para fins desta Lei,
dos atores da infração e desde que a sua produção consideram-se como “drogas as substâncias ou os
não tenha ocorrido de maneira intencional. A produtos capazes de causar dependência” , assim
produção de vestígio ilusório nos locais de crime é especificados em lei ou relacionados em listas
muito grande, tendo em vista a problemática da falta atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da
de isolamento e preservação de local. Este é o maior União.
fator da sua produção, pois contribuem para isso
desde os populares que transitam pela área de As classificações das drogas quanto:
produção dos vestígios, até os próprios policiais pela 1- A origem:
sua falta de conhecimento das técnicas de A - Naturais: THC( tetra- hidrocarbinol)-Cannabis
preservação. Sativa
B - Sintéticas:metilenodioximetanfetamina (MDMA) o
c) VESTÍGIO FORJADO é todo elemento encontrado ecstasy.
no local do crime, cujo autor teve a intenção de C - Semi-sintéticas: Cocaína
produzi-lo, com o objetivo de modificar o conjunto 2- Aos aspectos legais:
dos elementos originais produzidos pelos atores da A - Lícitas: álcool, nicotina, cafeína ...
infração. Um vestígio forjado poderá ser produzido - bIlícitas: Cocaína, maconha...
por qualquer pessoa que tenha interesse em Sisnad- Sistemas Nacional de Políticas Públicas sobre
modificar a cena de um crime, por mais diversas. Drogas ( Lei 11.343/06- Art.1º)
Atuação da autoridade policial na investigação “Do ponto de vista técnico-pericial, significa manter o
“Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a local rigorosamente no estado em que o criminoso o
autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, deixou, até a chegada da perícia e/ou da autoridade
comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe policial competente para tomar conhecimento do
cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao fato.”
órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro)
horas. ( Lei 11.343/06)”
Importância do isolamento de local de
crime
ASPECTOS CRÍTICOS EM A IDONEIDADE DOS VESTÍGIOS E PROVAS;
A DETERMINAÇÃO DA AUTORIA DO DELITO;
LOCAL E PRESERVAÇÃO DE OS FATOS DETERMINANTES NAS
PROVA DE CRIME. CIRCUNSTÂNCIAS DO DELITO;
INFLUIR DECISIVAMENTE NA APLICAÇÃO DAS
CADEIA DE CUSTÓDIA: é o processo usado para LEIS.
manter e documentar a história cronológica dos “As provas são os materiais que permitem a
elementos materiais, que visa garantir a idoneidade e reconstrução histórica e sobre as quais recai a tarefa
o seu rastreamento desde a identificação e coleta, de verificação das hipóteses, isso com a finalidade de
até sua destinação final. persuadir o juiz, tendo este como seu destinatário
final.” (Rogério Barros Sganzerla).
Missões na ocorrência
• CONFIRMAÇÃO DA OCORRÊNCIA /
COMUNICAÇÃO AO CIOPS;
• IDENTIFICAÇÃO E DETIMENTO DE
INFRATOR;
• IDENTIFICAÇÃO E SOCORRO À VÍTIMAS;
• SOLICITAÇÃO DE OUTROS ÓRGÃOS;
• DELIMITAÇÃO, ISOLAMENTO E
PRESERVAÇÃO DO LOCAL;
• CONTROLE DO TRÁFEGO;
• ARROLAR TESTEMUNHAS;
• RECEPCIONAR FAMILIARES;
* ISOLAMENTO: delimitação da área física interna e • RECEPCIONAR SAMU;
externa do local de crime, por meio de recursos • RECEPCIONAR PSP;
visíveis como cordas, fitas zebradas e outros, com a • RECEPCIONAR IMPRENSA;
finalidade de impedir a entrada de pessoas não • Existem situações que autorizem o
autorizadas. profissional a tocar ou manusear elementos
* PERÍMETRO DE ISOLAMENTO: é a área demarcada e constitutivos de um local de crime?
isolada, que compreende o local de crime Imediato e • PARA CONHECIMENTO DO FATO (portas,
Mediato. janelas e obstáculos);
* PRESERVAÇÃO: não alteração do estado das coisas. • SOCORRO À VÍTIMA (SAMU);
* GUARNECIMENTO: custódia do local pelo Estado, • PARA EVITAR A EVOLUÇÃO DE DANOS
ou seja, pelos policiais. (acidentes de trânsito);
• TRABALHO DOS BOMBEIROS (resgate ou
extinção de fogo).
O objetivo principal do isolamento é, portanto,
delimitar fisicamente o espaço de concentração dos No caso especial dos locais de incêndio, inundação,
vestígios, criando uma barreira psicológica para que desmoronamento, escapamento de gás, o policial
as pessoas não adentrem ao local, facilitando o facilitará a saída das pessoas que se encontrem na
trabalho de preservação e, na sequência, o processo saída imediata; as que não necessitarem de socorros
de levantamento pericial. urgentes, devem ser conservadas na área mediata, a
fim de prestarem esclarecimentos.
A finalidade básica da preservação é evitar que os
vestígios produzidos na cena do delito se deteriorem,
se percam, ou sejam alterados de posição, por ações
de pessoas estranhas aos acontecimentos delituosos.
Críticas a primeira intervenção na Enquanto retorna lentamente, deve observar outros
detalhes dentro daquela área.
cena de crime: 11. Selecionar e isolar o perímetro dos locais de
• Militares tornam inidôneos os locais de
crime imediato e mediato. Nem os próprios policiais
crime.
poderão se deslocar dentro da área isolada.
• Nos casos de arrombamento os militares
12. Após as providências iniciais, prosseguir com a
deixam impressões digitais por todos os lados
vigilância e preservação dos vestígios, até a chegada
e descaracterizaram o local.
dos peritos criminais. Comunicar a central de
• Militares retiram arma do local, mexem no
operações.
corpo procurando identidade, objetos e
roupas retirados do local para facilitar o
rastreamento.
Conduta operacional no
Conduta operacional na primeira isolamento e preservação
intervenção
1. Sinalizar, desviar e controlar o trânsito de veículos
MATERIAL RECOMENDADO e de pedestres, impedindo o acesso ao local do
Boletim de ocorrência ou documento similar. crime.
Bloco de anotações e caneta. 2. No caso de evento em via pública, acionar o órgão
Fita zebrada de isolamento. responsável pelo trânsito local para efetuar o
Lanterna. controle de tráfego e o isolamento da via.
Luvas de procedimento. 3. Identificar as pessoas que estejam no local do
Máquina fotográfica. crime (nome, filiação, data de nascimento,
Rádio portátil. documentos de identidade, endereço e telefone de
Telefone celular. contato) e, caso possuam qualquer dado ou
Cones de sinalização informação acerca dos fatos, arrolá-las como
testemunha.
4. Não mexer em armas, objetos ou instrumentos
Conduta operacional na primeira possivelmente vinculados ao crime, impedir que suas
intervenção posições sejam modificadas.
1. Atentar a todas as movimentações de pessoas e 5. Não comer, beber, fumar, ou realizar outras
veículos quando da aproximação e chegada ao local. atividades de caráter pessoal no local do crime.
2. Estacionar o veículo, em local seguro, em que 6. Realizar constante análise das condições de
possa visualizar o local do crime. segurança no local e, caso necessário, adotar
OBSERVAÇÃO E CONTROLE medidas corretivas e acionar apoio.
3. Abordar o local com todo cuidado, especialmente 7. No caso de suspeita de alteração do local de crime,
com a sua segurança pessoal. identificar o possível causador, registrar a situação e
4. Somente um entra no local. O outro cuida da informar aos peritos que comparecerem ao local.
segurança deles. 8. Recepcionar os demais PSP que chegarem ao local,
5. Elaborar um diagnóstico preliminar, identificando a relatando as informações necessárias.
existência ou não de vítimas. 9. Informar ao responsável pelo trabalho pericial
6. Traçar um plano de ação, com base na avaliação sobre possíveis vestígios deixados por terceiros que
dos riscos, acionando o apoio, se necessário. adentraram ao local do crime (por necessidade ou
7. No caso da existência de vítimas, adentrar o local equivocadamente).
em linha reta, ou pelo menor trajeto possível, 10. Acompanhar, quando solicitado, os trabalhos
verificar os sinais vitais e providenciar as ações de periciais, anotando e conferindo o material
primeiros socorros. Caso necessário, acionar o Corpo apreendido e fazendo o registro no BO.
de Bombeiros e/ou o Serviço de Atendimento Médico 11. Sem prejudicar as ações procedimentais de
de Urgência. segurança e de preservação do local de crime,
8. Em caso de óbito evidente, não tocar no corpo e recepcionar e dar assistência especial aos familiares
nas vestes, exceto em situações de salvamento ou de vítimas, adotando medidas que sejam capazes de
socorro de outras vítimas; conter, com o devido respeito e atenção,
9. Evitar cobrir o cadáver, independentemente do comportamentos agressivos ou que interfiram na
local ou tipo de cobertura; atividade de preservação do local do crime.
Enquanto estiver verificando, também observar o • Imprensa
local. Sem se deslocar por ele. 12. Recepcionar a imprensa quando
10. Sair do local pelo mesmo percurso de entrada. necessário, e divulgar as informações de
forma objetiva, respeitando o canal de interação direta entre o veículo e o objeto
comando e a competência técnica. Impedir (suponhamos, um poste) como Ponto de Colisão.
que repórteres e fotógrafos acessem o local
de crime antes da realização dos trabalhos • Sítio do Acidente: engloba todos os
periciais. elementos que direta ou indiretamente
À imprensa deve ser dada toda liberdade de trabalho, influenciaram ou “participaram” do acidente.
desde que resguardada a prioridade do trabalho Por exemplo: um buraco 15 metros
pericial antes de qualquer movimentação de outras antes do sítio de colisão poderá fazer parte do sítio do
pessoas e objetos na área dos vestígios. acidente.
Sem Lavra o
PM BO
vítima
Autoridades Policiais
Exemplos:
Sinalização do local
Posicionamento das viaturas
Prestação de socorro
Controle do fluxo de tráfego