Segunda parte de a

Torre da Fronteira
Geografia - Classes de Prestígio - Bestiário
Armas de pólvora - Invasores

Novidades: Ledd volume 2 e Seu Turno

Entrevista com o desenhista Éder Gil
Heróis em Arton: conheça o Capitão de Arton
Gazeta do Reinado - Cartas de Aventureiros
 Qual o grande atrativo do
RPG? Acho que a maioria vai
concordar que é a prática em si,
divertindo-se ao máximo. Con-
seguimos isso com as aventuras
que nossos personagens viven-
ciam quando damos vida à eles.
Não por menos que quando
chegamos à nossa quarta edi-
ção, marca que não imaginava
alcançar pelos motivos que to-
dos conhecemos, considero que
é cada vez mais importante dar
novos elementos para os aman-
tes da prática do RPG e, em es-
pecial, aos amantes de Tormen-
ta.
Elementos para enriquecer
nossas aventuras e nosso cená-
rio preferido estão no topo da
lista de prioridades. Então, nes-
ta edição, continuamos com a
enxurrada de informações e no-
vidades sobre e para o cenário
de Arton.
A segunda parte da Torre
da Fronteira é prova de que não
nos falta vontade para trazer à
cada edição mais e mais ele-
mentos novos.
Aproveitem e aguardem
muitas novidades para a quinta
edição!!

http://confrariadearton.blogspot.com.br
 Criação
João Eugênio Córdova Brasil NOVIDADES
- 04 -
Redação
João Eugênio Córdova Brasil A GRANDE TORRE DA
Júlio Oliveira
FRONTEIRA - PARTE 1
Participação Especial - 08 -
Mnar, o Urso
(Dragões do Sol Negro) HERÓIS EM ARTON
- 31 -
Diagramação
João Eugênio Córdova Brasil
GAZETA DO REINADO
- 34 -
Baseados nas regras do jogo
Tormenta RPG, criado por Gustavo
Brauner, Leonel Caldela, CARTAS DE
Marcelo Cassaro, Rogério AVENTUREIROS
Saladino, Guilherme Dei Svaldi,
J. M. Trevisan - 35 -
e publicado pela Jambô Editora.

Novembro / 2012
Ledd chega ao volume 2
O jovem Ledd e sua trupe ganham
seu segundo volume. Contendo os episó-
dios 5 à 8 a HQ desenhada por Lobo
Borges e roteirizada por JM Trevisan
continua a caminhada na descoberta da
verdade sobre o protagonista e sua mis-
teriosa espada. Além disso, neste segun-
do volume, são apresentados flashbacks
de alguns dos outros personagens prin-
cipais - Drikka e Ripp. São 160 páginas,
sendo 9 coloridas, e repleto de extras.
Você pode acompanhar as aventuras
regularmente com o lançamento periódi-
co dos episódios no site de mesmo nome
[HTTP://genkidama.com.br/ledd]. A ini-
ciativa da editora Jambô, dona dos direi-
tos sobre cenário onde se passa as aven-
turas da HQ está sendo de lançar, de
forma impressa, volumes à cada quatro
episódios, satisfazendo os fãs mais tradi-
cionais.
Ledd volume 2 pode ser encontrado
nas principais livras e casa especializa-
das em HQ do Brasil.
 NOVIDADES
Imagine unir a paixão
do RPG com a emo-
ção das histórias em
quadrinhos. Éder Gil
consegue isso com
maestria.

Quando fiquei sabendo do projeto de É-

dre Gil, por acaso, pelo Facebook, fiquei
muito curioso do resultado que encontraria
nas páginas de “Seu Turno”. Aventuras solo
não são novidades no mundo dos RPGs, mas
unir isso à uma história em quadrinho são
outros quinhentos.
A dinâmica é muito simples, mas inova-
dora. Ao invés de lermos as páginas de uma
aventura solo, tal qual fazemos com a cole-
ção Fighting Fantasy, lemos os quadrinhos
da HQ. Ao final de um página ou arco temos
a escolha do que decidimos fazer ou qual ca-
minho decidimos seguir.
O traço do Éder é leve e apresenta per- beu resenhas de muitos sites especializados
sonagens semelhantes aos que vemos em o- não só em RPG como também de sites espe-
bras de RPG como as dos livros de Tormenta, cializados em quadrinhos.
embora não tenham diretamente influencia- Se você deseja adquirir o trabalho do
do o artista. Éder Gil é só procurar “Seu Turno” nas me-
Com essa leveza ele consegue montar lhores casas de quadrinhos e RPG. A editora
páginas que mesmo sem diálogos entre os Jambô, que apostou no projeto e lançou sob
personagens ele apresentar muita informa- seu selo de qualidade, faz a venda online de-
ção sobre a aventura e sobre o próprio perso- la.
nagem. Na página ao lado veja uma entrevista
Seu trabalho foi tão bem visto que rece- com o artista. Aproveitem!
 NOVIDADES

O artista falando de sua obra

Entrevista com Éder Gil
Sempre considerei importante conhecer
um pouco dos artistas dos quais somos fãs
ou os quais acompanhamos. E com Éder Gil
não poderia ser diferente. Por isso decidi co-
locar aqui primeiro, e não só no blog, uma
entrevista com ele. Ela foi realizada rapida-
mente via Facebook. Embora nos falemos re-
gularmente custou um pouco para conse-
guirmos nos organizar e unir perguntas e
respostas.

1) Éder, conte um pouco do seu início no

mundo do desenho e como foi seu início
no RPG?
Eu não lembro de uma época em que
eu não desenhava. Sempre desenhei. Mas só
comecei a levar a arte a sério quando eu ar-
rumei o emprego dos sonhos, o de operador
de telemarketing. Eu tinha que sair daquilo!
Então comecei a estudar mais sobre dese-
nho. Fiquei um bom tempo trabalhando co-
mo caricaturista. Ainda faço caricaturas,
mas bem menos que antes. Descobri perto
da minha casa uma oficina gratuita de fanzi-
ne e outra de animação. Depois de um tem-
pinho e um bom desempenho na oficina de
animação, fui contratado por 10 meses para
produzir um clipe e lecionar algumas aulas. 2) Antes de chegar ao lançamento do su-
Hoje trabalho mais em casa como freelancer cesso “Seu Turno” houveram outros proje-
e com projetos particulares. tos que serviram (ou não) de preparo para
No RPG um amigo me convidou para sua carreira?
jogar um jogo maluco que outro amigo esta- Seu Turno foi a minha primeira HQ. Es-
va jogando, mas que ele não sabia direito co- sa versão que foi lançada na verdade é a se-
mo explicar. Falou por cima como era e eu gunda versão. A primeira foi feita toda no ta-
lembrei de ter visto uma matéria em algum manho de um A5 (metade de um sulfite), co-
lugar que falava desse tal de RPG. Logo eu mecei a fazer antes de estudar desenho, en-
juntei a explicação horrível do meu amigo tão quando estava finalizando (com caneta
com a matéria que eu tinha visto e fiquei em- bic) mostrei para os meus mestres e eles cur-
polgadaço para jogar! Jogamos Mago, mas tiram a história, mas pediram para eu refa-
ninguém tinha o livro, então jogamos com as zer em um A3 (o dobro do sulfite) que era o
regras de Vampiro em um mundo inventado mais ideal. E foi o que eu fiz. Antes de finali-
por eles. Foi amor a primeira vista. Lembro zar a segunda versão, eu produzi dois fanzi-
que eu trouxe a ficha para casa e não parava nes curtos com o Tercy como protagonista,
de fazer esboços do meu mago. Tenho essa mas não publiquei em lugar nenhum, só os
ficha até hoje. Depois joguei Vampiro, Trevas amigos conhecem. Estou estudando a possi-
e CyberPunk. Mas como sempre curti fanta- bilidade desses zines ganharem uma nova
sia medieval, o que me pegou como fã foi roupagem.
Tormenta e 3D&T.
 NOVIDADES

3) Como surgiu a ideia da criação de “Seu 6) Qual o próximo passo para “Seu Tur-
Turno”? no”? Uma continuação, uma série de li-
A ideia veio quando li a aventura Assal- vros? O que podemos esperar?
to ao Mestre Arsenal, na revista Tormenta. Tenho bastante ideias para Seu Turno.
Pensei que seria legal uma HQ com aquele Alguns amigos falam de levá-lo para outras
formato. Mas só fui colocar essa ideia em plataformas, vamos ver no que dá. Mas eu
pratica agora. pretendo me focar na produção de mais al-
guns volumes. Vai depender da recepção dos
4) Levar um projeto adiante no Brasil é leitores.
sempre complicado. Ganhar visibilidade e
chegar à publicação é mais complicado a- 7) E qual o próxi-
inda. Como foi a trajetória do “Seu Turno” mo passo na car-
até o lançamento pela Jambô? reira?
Primeiro fiz a primeira versão de Seu Antes de começar a
Turno. Mesmo decido em refazer em tama- trabalhar na conti-
nho maior, decidi finalizar tudo para mostrar nuação (que pelo
o material para a galera, ver o que todos a- que estou imaginan-
chavam. Depois comecei a refazer tudo, nes- do, vai me dar muito
sa época o ritmo de produção de ST deu uma trabalho!) pretendo
caída. Faltava tempo, eu estava para me ca- trabalhar em umas
sar, e refazer uma hq que você já terminou é duas outras histó-
cansativo. Então em 2011 eu fiquei sabendo rias. Pra carreira
do edital do ProAC de HQ. Decidi inscrever o vou continuar sem-
projeto. Finalizei mais páginas, pedi paro pre estudando para
Raff Ribeiro pintar algumas e mandei o pro- melhorar a minha
O artista, Éder Gil arte e animação.
jeto. Antes de sair o resultado, eu procurei o
Guilherme Dei Svaldi no RPGCon e apresen-
tei o projeto. Ele foi muito atencioso, olhou
com calma a primeira versão de ST e as pági-
nas da nova versão também. Conversamos
um pouco e ele disse que tinha interesse no
projeto. Depois de pouco tempo saiu o resul-
tado do ProAc e, felizmente ST estava entre
os ganhadores. Como ST também é RPG, na-
da melhor do que eu voltasse a conversar
com o Guilherme. Fechamos contrato e eu
voltei a um ótimo ritmo de produção. Seu
Turno já era uma coisa real! Depois de finali-
zado a minha parte, ainda faltava a do Fer-
nando (tons de cinza) e do Raff (cores), então
eu comecei a usar o que aprendi para divul-
gar ST. Produzi o prelúdio online e o book-
trailer.

5) Criar um livro de RPG, mesmo que em

formato de HQ requer experiência? Atual-
mente está jogando ou acompanhando al-
gum material ou sistema nacional ou im-
portando?
Só ando acompanho os produtos da
Tormenta. Faz muito tempo que não jogo na-
da.

Versão de Éder Gil para o cartaz

do filme Looper
A Grande Câmara
A Grande Câmara ganha um
novo conceito quando a conhece-
mos. Muitos já olhara para ela e
disseram em suas cartas ou seus
anais que o termo ‘grande’ está
longe da realidade. Ela é imensa,
gigantesca, descomunal. É inclusi-
ve difícil de acreditar que tamanha
câmara fique embaixo dos pés de
muitos artonianos e eles nem ima-
ginem ou que o chão simplesmente
não comece a ruir sob seus pés.
Ela também não está restrita à
um enorme espaço vazio. Além da
câmara principal há alguns túneis
enormes, onde facilmente caberia
uma cidade de pequeno porte, e u-
ma centena de túneis menores,
que vão de algumas centenas de
metros até o espaço onde cabe ape-
nas um homem. Em resumo, um
labirinto perfeito.
Mas o grande atrativo ou a
grande curiosidade deste ambiente
é seu teto de propriedades únicas.
Uma combinação de elementos mi-
nerais proporciona uma luminosi-
dade azulada tênue como uma noi-
te de luar. Isso proporciona a visi-
bilidade parcial como se você esti-
vesse à noite em plena superfície.
Muitos anões atribuem isso aos
deuses dando à Tenebra o crédito,
enquanto alguns céticos dizem ser
obra do acaso e tentam deixar essa
questão em segundo plano.
Muito além de tudo isso a
Grande Câmara é um ambiente
com fauna e flora próprias, quase
toda inóspita e mortal. Não importa
se em seus vales ou rios, algo ou
algum perigo natural sempre esta-
rão prestes a testar a vida dos des-
cuidados .
E se tudo isso não bastasse ela
ainda é o lar de uma raça extrema-
mente perigosa. Os anões os cha-
mam simplesmente de “criaturas
das profundezas”. Eles dizem que
criaturas tão perigosos não preci-
sam de outros nomes, mas de uma
forma de matá-las.
No geral a Grande Câmara é
um ambiente igual à qualquer ou-
tro da superfície. Possui rios - dois
ou três extremamente caudalosos,
e um grande número de pequenos
lagos e córregos -, possui acidentes
geográficos diversos - vales, morros
não muito altos - e inclusive uma
densa vegetação, embora muito es-
tranha e igualmente perigosa.
O mapa da Grande Câmara foi
aos poucos sendo desenhado ao
longo das centenas de anos de e-
xistência da Torre em um grande
número de expedições. Muito em-
bora grandes faixas sejam conheci-
das e mapeadas, uma igual parcela
ainda requer pesquisa e pode es-
conder grandes surpresas e peri-
gos. Veja as principais áreas co-
nhecidas:
9
 Planície Próxima: está é a primei-
ra porção da Grande Câmara e a
mais próxima da Torre da Frontei-
ra. Ela é uma ampla planície com
terreno rochoso, em sua primeira
parte, e uma floresta de plantas es-
pinhentas em sua parte final, que
vai até o Rio de Twark (nome dado
em homenagem ao anão que pri-
meiro o descobriu). Quase em seu
centro está o primeiro dos Três Pi-
lares dos Deuses, chamado de Te-
nebra.
Planície de Longe: pode ser consi-
derada a segunda porção da parte
plana da Grande Câmara. Saindo
da Torre ela se localiza à sua es-
querda indo até as Duas Irmãs. To-
da a extensão aqui é composta por
uma floresta cerrada de árvores e-
normes de troncos negros e folhas
enormes. Este é o único espaço
10
com vegetais comestíveis. Carava-
nas seguem para este ponto para
pegar alimentos quando as carava-
nas de recursos atrasam ou quan-
do produtos para poções são ne-
cessários. Em seu centro está o
mais amplo dos Três Pilares dos
Deuses, chamado de Keen.
Delta da Morte: entre as duas por-
ções planas está localizado um del-
ta formado pelo Rio de Twark e um
braço de água. Toda a região é
pantanosa e considerada uma das
mais perigosas. O solo é formado
por uma pequena camada de água
malcheirosa e espessa que esconde
perigosos buracos e fossos de areia
movediça. Se isso não bastasse é
onde se encontram o maior núme-
ro de monstros rastejantes e vene-
nosos. A vegetação é baixa e aglo-
merada em moitas enormes, o que
facilita que os monstros se escon-
dam. No geral esta região é muito
pouco explorada, sendo conhecida
apenas suas zonas próximas das
margens.
Duas Irmãs: ao fundo da Planície
de Longe estão duas enormes en-
tradas de cavernas, uma ao lado
da outra, que recebeu o nome de
Duas Irmãs devido às formas idên-
ticas. A altura delas é enorme e já
não possuem luminosidade natu-
ral, como a Grande Câmara. Até
hoje elas só foram vistas de longe e
ninguém que chegou próximo vol-
tou para contar qualquer coisa.
O Fosso: separando a Planície de
Longe da região conhecida como
Deserto do Inferno há um rio muito
veloz em forma de corredeiras. Ao
seu final há uma enorme queda
d’água que se perde em um fosso
gigantesco e escuro. Apenas uma
expedição foi feita até ele e retor-
nou. O único sobrevivente falou so-
bre seres alados infernais e uma
série de cavernas em forma de labi-
rintos que permeavam as paredes
do fosso, pelo menos até onde con-
seguiram investigar. Uma estranha
energia mágica emana desse fosso
segundo o diário de um sacerdote
que pereceu em sua investigação.
Nas últimas páginas, já com uma
escrita confusa e desconexa, algo
era dito sobre tomos perdidos e
pergaminhos impressionantes, mas
o diário está guardado à sete cha-
ves dentro da biblioteca do Grande
Templo, no primeiro andar da Tor-
re da Fronteira, dedicado à deusa
Tenebra.
11
 Deserto do Inferno:
para quem atravessa
a Planície Próxima,
em sua parte mais ao
norte, percebe que a-
pós o Rio de Twark o
ambiente muda radi-
calmente. De um solo
que sustenta alguma
vegetação passa-se
para uma terra árida
e arenosa. Outra ca-
racterística é que o
terreno começa a ele-
var em íngremes su-
bidas e decidas crian-
do pequenos vales e
pequenas monta-
nhas. O ponto mais
alto culmina em uma
formação rochosa
que vai até o teto sendo conhecido mara que vai se afunilando quando
com um dos Três Pilares dos Deu- mais ao oriente se dirige. Logo de-
ses, chamado de Khalmyr. Tudo é pois do conjunto de vulcões há u-
rochoso e o tom vermelho da terra ma enorme depressão, tal qual um
fica ainda mais vivo devido aos i- cânion, que tem em seu fundo um
números poços que vertem lava in- caudaloso rio de lava. Embora apa-
candescente ou de pequenas cas- rentemente intransponível é possí-
catas de magma. O ar é quente e vel achar pontos para cruzar o câ-
com um cheiro forte de enxofre,o nion.
que dificulta a respiração dos a-
ventureiros. Não possui vegetação Limiar: esta é a zona mais distante
alguma, mas suas vastas cavernas da Grande Câmara de que se tem
estão longe de estarem desertas. conhecimento. Ela é alcançada por
uma entrada mais ao norte do ex-
Montanha de Fogo: algumas lé- tremo oriental. Saindo da Monta-
guas após o Pilar dedicado à nha de Fogo o terreno vai lenta-
Khalmyr está a Montanha de Fogo. mente assumindo um declive, ao
Ela é uma elevação com várias e mesmo tempo que diminui sua
enormes bocas fumegantes for- temperatura e aumenta a quanti-
mando um conjunto de pequenos dade de vegetação, até chegar à u-
vulcões em linha, indo de ponta a ma entrada de caverna relativa-
ponta das paredes da Grande Câ- mente ampla. Conhece-se pouco

12
desta zona. Deste ponto se origi-
nam as investidas das criaturas
das profundezas. Várias expedições
já foram lançadas tendo vila como
alvo, mas nenhuma teve amplo su-
cesso. Apenas uma história de um
sobrevivente que fugiu
Três Pilares dos Deuses: localiza-
dos relativamente equidistantes
dentro da área da Grande Câmara
existem três enormes estruturas de
pedra que vão do chão ao teto. De
proporções gigantescas elas se e-
quivalem à pequenas montanhas.
O menor deles pelo menos quatro
vezes o tamanho da Torre da Fron-
teira. Cada uma delas recebeu o
nome de um dos deuses importan-
tes para os anões. O primeiro de-
les, bem no meio da Planície Próxi-
ma, está O Pilas de Tenebra. O se-
gundo, dentro da Planície de Lon-
ge, está o Pilar de Keenn. O último
e menor dos pilares, dentro do De-
serto do Inferno, está o Pilar de
Khalmyr.
Cada um deles encerra em seu
interior segredos que ainda são e-
nigmas para os estudiosos anões.
Depois de centenas de anos de es-
tudo foram apenas descobertas pe-
quenas entradas magicamente
trancadas, mas que ainda são ina-
tingíveis. Se conseguirem atraves-
sar essas portas eles descobrirão
escadarias que levam à uma pe-
quena rede de túneis em direção ao
subterrâneo. Abaixo de cada um
dos pilares, ao final da escadaria,
há uma pequena sala com aspecto
simples mas de características
mortais. Essas salas são uma pas-
sagem obrigatória para um corre-
dor que leva à uma câmara mais
ampla bem no centro, entre os três
pilares. Para se alcançar esta câ-
mara central, todas as três salas
devem ter sido visitadas. As poucas
informações que existem vem de
lendas e pergaminhos anões que
datam de uma época à muito es-
quecida e que eram considerados
lendas ou histórias para fazer os
mais jovens dormir.
Ninguém imagina
quem pode ter sido
o construtor dessas
incrível obra de en-
genharia, nem ao
menos têm certeza
se seria deste plano
ou não. O que se
sabe é que algo pa-
ra ser tão bem
guardado ou é ex-
tremamente valio-
so, ou incrivelmen-
te poderoso, ou a-
inda inimaginavel-
mente perigoso.
13
 A Vila: esta é a morada das Criatu-
ras das Profundezas. Sua localiza-
ção exata é uma incógnita, tendo,
os anões, apenas uma noção apro-
ximada de como chegar lá. Por
mais de uma vez investidas de gru-
pos de guerreiros da Torre da Fron-
teira tentaram chegar lá, mas to-
das elas foram fracassadas. Um ú-
nico sobrevivente conseguiu re-
gressar trazendo histórias horríveis
em meio aos seus delírios.
Se as informações dele forem
verdadeiras a vila das criaturas
das profundezas comporta um nú-
mero gigantesco delas. Suas mora-
dias são buracos nas paredes late-
rais de um gigantesco túnel, mas
isso não deve enganar os mais afoi-
tos. Eles não são apenas animais
ignorantes, mas uma raça simples
e extremamente adaptada àquele a
ambiente.
Os Shnarks, as criaturas
das profundezas
Embora os anões os chamem
de uma forma simples - Criaturas
das Profundezas - eles possuem
um nome com o qual se autodeno-
minam em sua língua, Shnarks.
À primeira vista eles parecem
ser simples animais ou monstros.
Sua feição animalesca lhes confere
a impressão de serem levados pelos
instintos e que enfrentar-lhes não
seria mais do que enfrentar um ur-
so ou um dragonete. Mortal enga-
no.
Eles são seres pensantes e
muito espertos. São capazes de tá-
ticas de combates e engenhos para
suas necessidades. Não quer dizer
14
que sejam capazes de grandes in-
ventos, mas com toda a certeza
têm a capacidade de criar muitos
problemas para quem quer que es-
teja em seu caminho. Sua natureza
é predadora, embora não ataque
sem necessidades menores que fo-
me ou controle territorial.
Aqueles que não os conhecem
à fundo podem achar que existem
muitas raças de Shnarks. Este en-
gano ocorre por uma questão de fi-
siologia da raça. Eles possuem três
estágios de desenvolvimento, cada
um com sua função na sociedade.
Entre cada estágio eles passam por
um período de algumas semanas
dentro de um casulo, eclodindo
sempre na nova fase.
No primeiro estágio eles se as-
semelham com grandes humanoi-
des em forma repteliana, com mãos
definidas e braços longos. Embora
sejam os mais frágeis possuem u-
ma força maior que a de um huma-
no normal. Sua função é a de ali-
mentação e construção de artefatos
e moradias (já que os braços e
mãos ajudam muito nisso).
No segundo estágios eles cres-
cem pouco, mas começam a se tor-
nar mais mortais. Os braços enco-
lhem um pouco e as mãos ganham
a forma de estranhas nadadeiras,
lhes dando uma parcial mobilidade
dentro da água. Ao mesmo tempo a
ponta dos dedos se transforma em
mortais e pontiagudos espinhos.
Enquanto seus olhos diminuem
seus outros sentidos, como olfato e
audição, aumenta, melhorando seu
rastreio e percepção do seu redor.
Sua força também aumenta consi-
Os três estágios evolutivos de uma
Criatura das Profundezas.
deravelmente, enquanto seus den-
tes ficam mais afiados e a boca
muito maior. Sua função é a de
proteção do redor da vila e caça. E-
les são os batedores e atacantes.
Muitos ficam neste estágio sem
nunca alcançar o terceiro por ra-
zões desconhecidas.
O último estágio confere à um
Shnark uma aparência mais mons-
truosa ainda. Eles crescem ainda
mais em tamanho e massa muscu-
lar. É quase impossível mover um
Shnark do terceiro estágio se ele
estiver firme no chão. Suas mãos
passam a ter uma enorme ponta
óssea na parte superior, podendo
ser venenosa em alguns casos.
Seus olhos quase estão desapareci-
dos, enquanto sua audição é per-
feita para localização de presas e
adversários. O pelo que passou a
cobrir seu corpo serve como uma
proteção natural, aliada à grossa
pele. Os dentes, menos pontiagu-
dos que os da fase anterior, pas-
sam a ser ainda mais mortais pois
a boca aumentou em muito de ta-
manho, fazendo de sua mordida u-
ma arma mortífera.
Por completo a vida de um Sh-
nark pode chegar à fartos cem a-
nos, sendo que a parte mais longa
seja a do seu segundo estágio com
cerca de 50 à 70 anos. O terceiro
estágio possui um tempo indeter-
minado mas que acredita-se não
passar de 20 anos.
Fichas dos Shnarks
A seguir veja as fichas dos três
níveis dessas criaturas.
15
 Shnarks (1º estágio) ND 4
Monstro 2, Normal, NM
Iniciativa: +1
Sentidos: Percepção +6.
Classe de Armadura: +12 [pele
grossa]
Pontos de Vida: 12
Resistência: Fort +2; Ref +2;
Von +2.
Deslocamento: 9m
Ataque corpo-a-corpo: +3
Garras (1d4+1).
Habilidades: For 12, Des 12,
Con 12, Int 8, Sab 12, Car 6.
Perícias: Furtividade +6, Per-
cepção +6.
Talentos: Vulnerabilidade à e-
nergia (fogo).
Shnarks (2º estágio) ND 7
Monstro 4, Normal, NM
Iniciativa: +9
Sentidos: Percepção +9, Faro.
Classe de Armadura: +16
[couro]
Pontos de Vida: 24
Resistência: Fort +5; Ref +4;
Von +1.
Deslocamento: 12m
Ataque corpo-a-corpo: +7
Pancada (1d6+5), Mordida +7
(1d8+5), Ponta +7 (1d6+5).
Habilidades: For 16, Des 14,
Con 16, Int 8, Sab 10, Car 6.
Perícias: Furtividade +9, Inici-
ativa +9, Percepção +7.
Talentos: Reflexos rápidos.
Habilidades Especiais
Faro: A criatura recebe um bô-
nus de +4 em testes de Sobrevivên-
cia, para rastrear, e detectar auto-
maticamente a presença de criatu-
ras a até 9m.
16
criaturas a até 9m.
Veneno: ferimento; Fort CD
15; dano vide quadro pág 29.
Shnarks (3º estágio) ND 10
Monstro 7, Grande, NM
Iniciativa: +9
Sentidos: Percepção +8, Faro,
Percepção às cegas.
Classe de Armadura: +15
Pontos de Vida: 60
Resistência: Fort +7; Ref +3;
Von +2.
Deslocamento: 9m
Ataque corpo-a-corpo: +12
Pancada (1d6+11), Mordida +12
(1d8+11), Ponta +10 (1d8+11).
Habilidades: For 20, Des 10,
Con 18, Int 8, Sab 8, Car 6.
Perícias: Furtividade +9, Inici-
ativa +9, Percepção +8.
Talentos: Fortitude Maior e
Reflexos rápidos.
Habilidades Especiais
Derrubar: Se a criatura acertar
um ataque com uma de suas ar-
mas naturais, poderá fazer a ma-
nobra derrubar imediatamente, co-
mo uma ação livre.
Faro: vide texto anterior.
Investida Poderosa: Quando a
criatura usa a manobra investida
com um ataque causa o dobro do
dano.
Percepção às cegas: A criatu-
ra usa sentidos especiais, diferen-
tes da visão (como radar, sonar,
sensibilidade a vibrações, etc). Es-
curidão e invisibilidade não o afe-
tam. Esta habilidade tem alcance
limitado (definido nas estatísticas
da criatura).
Veneno: vide texto anterior.
CLASSE DE PRESTÍGIO mara consegue rastrear animais e
Ranger da Grande humanóides no chão pedregoso da-
quele ambiente. Os animais hor-
Câmara rendos e esbranquiçados quase
Percorrer a Grande Câmara não têm segredos para você em um
pode ser muito mais do que uma combate. E a sobrevivência ali, vi-
aventura. Pode ser uma linha tê- vendo do que o ambiente pode lhe
nue entre a vida e a morte de qual- proporcionar, é tão fácil como se
quer um, mesmo que muito bem estivesse sentado numa bela taver-
treinado. Mas anões se obrigam a na.
equilibrarem-se nesta corda bamba
diariamente para manter a segu- Pré-requisitos
rança de toda uma nação. Depois
Para se tornar um
de muito tempo e experiência,
Ranger da Grande
se sobreviverem
Câmara, o perso-
para tanto, rece-
nagem deve pre-
bem a alcunha
encher todos os
de Rangers da
seguintes crité-
Grande Câmara.
rios:
Por algumas
• Raça: anão
dezenas de anos es-
(exceções à crité-
se anão que acaba por
rio do mestre).
se especializar esteve
• Classe: Ranger
em constante contato
ou Guerreiro.
com o ambiente hostil
• Perícia: treinado
da Grande Câma-
em Conhecimento
ra. Ele se acostu-
[Local - Grande Câ-
mou com a lumino-
mara].
sidade diferente e
• Talento: Rastrear
com o ambiente i-
e Sorrateiro.
nóspito. Explorou redutos tão es-
Bônus Base de Ataque: +4.
tranhos que pareciam ter saído de
algum plano dos deuses. Enfrentou
criaturas inimagináveis em sua a-
Características de Classe
Pontos de Vida: Um Ranger da
parência e mortais em suas atitu-
Grande Câmara recebe 5 PV (+
des.
mod. Con) por nível seguinte.
Toda esta experiência moldou
o ranger de uma forma que ele Uso das Habilidades: As habilida-
des aqui descritas como parte inte-
quase considera a Grande Câmara
grante desta CdP só podem ser uti-
como seu segundo lar. O temor dos
lizados quando o Ranger estiver
outros frente a imensidão pouco
dentro da Grande Câmara. Em ou-
explorada daquele outro universo
tras circunstâncias, mesmo em
cavernoso é o seu maior desejo. Fa-
ambientes semelhantes, o jogador
cilmente o Ranger da Grande Câ-

17
 Ranger da Grande Câmara
Nível BBA Especial
1º +1 1º Inimigo Predileto da Grande Câmara
Rastreio da Penumbra I
Aliado da Escuridão
2º +2 Imobilidade rochosa
Sobrevivência inóspita I
3º +3 2º Inimigo Predileto da Grande Câmara
Rastreio da Penumbra II
4º +4 Sobrevivência Inóspita II
Abraçado pela Escuridão
5º +5 Enciclopédia Ambulante
Rastreio da Penumbra III

não o jogador não poderá fazer uso No 5º nível a dificuldade passa

das habilidades ou benefícios.
Habilidades de Classe
Inimigo Predileto da Grande
Câmara: escolha um tipo de cria-
tura entre as seguintes: humanói-
de, rastejante, cavador, alado ou
submerso. Você recebe +2 nas jo-
gadas de dano e teste de Percep-
ção, Intuição e Sobrevivência con-
tra criaturas do tipo escolhido.
No 2º nível você pode escolher
um outro tipo de criatura, e seus
bônus contra um tipo já escolhido
aumentam em +2.
Rastreio na Penumbra: a difi-
culdade para realização do rastrei-
o, dentro da Grande Câmara, con-
forme o solo passa a ser CD 5 para
solo macio (areia), CD 10 para solo
padrão (terra, vegetação rasteira) e
CD 15 para solo duro (rocha).
No 3º nível as dificuldades pas-
sam a ser CD 5 para solo padrão
(terra, vegetação rasteira) e CD 10
para solo duro (rocha). Considere
que em terreno macio qualquer re-
sultado que não seja uma falha crí-
tica será um acerto.
a ser CD 5 para solo duro (rocha).
Considere que em terrenos macio e
padrão qualquer resultado que não
seja uma falha crítica será um a-
certo.
Aliado da Escuridão: você lite-
ralmente desaparece na pouca lu-
minosidade artificial da Grande
Câmara. Faça seus testes de Furti-
vidade normalmente, opondo à Per-
cepção do adversário (TRPG Módu-
lo Básico, página 86). Os testes da
perícia Furtividade, dentro da
Grande Câmara, possuem reduto-
res diferentes quando o persona-
gem se desloca. Contra criaturas
nativas da Grande Câmara, em
deslocamento normal, você sofre –3
em seu teste, e –15 em corrida ou
investida. Contra não-nativos da
Grande Câmara, em deslocamento
você não sofre nenhum redutor em
seu teste, e –10 em corrida ou in-
vestida. Um teste de Furtividade
numa rodada em que você ataca
sofre uma penalidade de –15 para
nativos ou não-nativos da Grande
Câmara.

18
 Imobilidade rochosa: você ga- e Sobrevivência contra criaturas do
nha o Talento Domínio da Terra. Se tipo escolhido. Para os outros tipos
você já tiver este Talento seus efei- restantes (não escolhidos nem por
tos não são cumulativos. Inimigo Predileto da Grande Câma-
Sobrevivência inóspita: você ra nem por Enciclopédia Ambulan-
ganha o Talento Senso da Natureza te) Você recebe +1 nas jogadas de
apenas dentro da Grande Câmara. dano e teste de Percepção, Intuição
No 4º nível a CD para a Perícia e Sobrevivência.
Sobrevivência dentro da Grande
Câmara passa para 10.
Abraçado pela Escuridão: se-
melhante à Aliado da Escuridão vo- KIT
cê literalmente desaparece na pou- Ranger da
ca luminosidade artificial da Gran-
de Câmara. Faça seus testes de Grande Câmara
Furtividade normalmente, opondo
à Percepção do adversário (TRPG Papel de Combate: Dominante
Módulo Básico, página 86). Se imó- Exigências: H 2, vantagens Invi-
vel você ganha um bônus de +2 em sibilidade e Deflexão e a perícia
seus testes contra nativos da Sobrevivência [todas].
Grande Câmara e +5 contra não Conhecer o Inimigo: você cau-
nativos. Os testes da perícia Furti- sa +1 de dano em criaturas nati-
vidade, dentro da Grande Câmara, vas da Grande Câmara.
possuem redutores diferentes Nas Sombras: em ambientes de
quando o personagem se desloca. pouca luminosidade você ganha
Contra criaturas nativas da Gran- H+2 para ataques se estiver imó-
de Câmara, em deslocamento nor- vel e H+1 se estiver em movi-
mal, você não sofre redutor, e –10 mento.
em corrida ou investida. Contra
não-nativos da Grande Câmara
mantém-se os valores de Aliado da
Escuridão. Um teste de Furtividade
numa rodada em que você ataca
sofre uma penalidade de –10 para
nativos ou não-nativos da Grande
Câmara.
Enciclopédia Ambulante: es-
colha um tipo de criatura entre as
seguintes: humanóide, rastejante,
cavador, alado ou submerso (que já
não tenha sido escolhido por Inimi-
go Predileto da Grande Câmara).
Você recebe +2 nas jogadas de da-
no e teste de Percepção, Intuição e

19
 CLASSE DE PRESTÍGIO
Atirador da Escuridão
A pólvora nunca foi uma com-
pleta desconhecida dos anões em
Arton. Não se tem certeza se eles
foram os primeiros à lidarem com
ela, mas com certeza fazem isso à
um tempo imemoriável.
Muito provavelmente por se-
rem pouco afeitos ao uso da magia,
isso lhes trouxe uma coragem e e-
norme curiosidade sobre as possi-
bilidades e de uso dela. Seus arte-
são criaram ao longo do tem-
po desde pequenas disposi-
tivos manuais até enor-
mes disparadores de
projéteis.
Quando os pri-
meiros anões che-
garam para co-
meçar a erguer
as enormes pa-
redes da Torre
da Fronteira
entre eles es-
tava um gru-
po que se auto-
denominava Atirado-
res.
Todos sabem que não são bem
vistos, entre os anões, aqueles que
manuseiam ou mesmo estudam
sobre a pólvora. Um lugar remoto
como a Grande Câmara era o ideal
para que o grupo pudesse viver
sem temores de represálias. Além
de procurem novas emoções nos
subterrâneo de Arton eles entra-
ram na empreitada achando que
seria uma ótima oportunidade para
testarem seus novos (para a época)
20
experimentos com esses dispositi-
vos.
Os quatro anões atiradores for-
maram o primeiro grupo de defesa
dos trabalhadores juntamente com
alguns outros destemidos guerrei-
ros. As primeiras investidas no ter-
ritório inóspito da Grande Câmara
para mapeamento foram realizadas
por eles.
À cada nova missão ou emprei-
tada todos os quatro retornavam à
suas pranchetas de
esboços e começa-
vam novos projetos.
Assim eles forma-
ram uma verdadeira
guilda de artesãos da
pólvora.
Com o tempo,
e por seus servi-
ços prestados, o
uso da pólvora
Com o tempo no-
vos integrantes e-
ram adicionados
ao grupo, mas não
sem antes provarem to-
do o seu potencial, experi-
ência e prestígio, além de mostra-
rem ser bons manipuladores da
pólvora.
Hoje, cada membro dos Atira-
dores da Escuridão são considera-
dos exímios utilizadores de qual-
quer aparato que se valha de pól-
vora para causar dano. Sem muito
bem treinados nesses equipamen-
tos, ma sua construção e em move-
rem-se com presteza, rapidez e si-
lêncio no ambiente da Grande Câ-
mara.
 Atirador da Escuridão
Nível BBA Especial
1º +1 Aprendendo nova arma I
Rastreio na Penumbra
Recarga veloz I
2º +2 Leite de Pedra
3º +3 Exímio caçador
Conhecedor do pó negro
4º +4 Inventividade providencial
Armas nas duas mãos
5º +5 Franco atirador
Recarga veloz II
Rastreio na Penumbra II

Pré-requisitos Exótica para uma nova arma dife-

Para se tornar um Atirador da Es-
curidão, o personagem deve preen-
cher todos os seguintes critérios:
• Raça: anão.
• Classe: Ranger.
• Perícia: Ofícios (armeiro e alqui-
mia) 8 graduações em cada, treina-
do em Conhecimento [Local -
Grande Câmara].
• Talento: Usar Arma Exótica
(armas de fogo - ele deve ter este
talento uma vez para cada tipo de
arma usada), Prontidão, Rapidez
de Recarga e Sorrateiro.
Bônus Base de Ataque: +5.
Características de Classe
Pontos de Vida: Um Atirador da
Escuridão recebe 5 PV (+ mod. Con)
por nível seguinte.
Habilidades de Classe
Aprendendo nova arma: ao
ingressar na CdP Atirador da Escu-
ridão o personagem automatica-
mente ganha o talento Usar Arma
rente daquela que ele já possui.
Rastreio na Penumbra: a difi-
culdade para realização do rastrei-
o, dentro da Grande Câmara, con-
forme o solo passa a ser CD 5 para
solo macio (areia), CD 10 para solo
padrão (terra, vegetação rasteira) e
CD 15 para solo duro (rocha).
No 5º nível as dificuldades pas-
sam a ser CD 5 para solo padrão
(terra, vegetação rasteira) e CD 10
para solo duro (rocha). Considere
que em terreno macio qualquer re-
sultado que não seja uma falha crí-
tica será um acerto.
Recarga Veloz: uma das gran-
des dificuldades no uso das armas
de fogo em níveis tecnológicos co-
mo o de Tormenta RPG é a demora
de recarga. Mas um Atirador da Es-
curidão não é um portador comum
de armas de fogo, ele é um especia-
lista. Todas as armas para as quais
você tenha conhecimento para u-
sar (devido ao talento Usar Arma
Exótica), não importando qual tipo,
passam a exigir uma ação padrão

21
 para recarga (as que já exigem esse Testes da perícia Ofício
tipo de ação ficam inalteradas). (Alquimia) para produção de pólvo-
No 5º nível da classe todas as ra passam a ser realizados contra
armas para as quais você tenha co- CD 15.
nhecimento para usar (devido ao Inventividade Providencial: o
talento Usar Arma Exótica), não Atirador conhece suas armas como
importando qual tipo, passam a e- ninguém. Além disso, ele tem seu
xigir uma ação livre para recarga conhecimento da engenharia das
(as que já exigem esse tipo de ação armas de fogo aprimorada. Esses
ficam inalteradas). dois conhecimentos possibilitam
Leite de Pedra: depois de al- que o personagem possa modificar
gum tempo vivendo entre o confor- sua arma otimizando-a para um u-
to das dependências da Torre e o so adequado em situações de com-
terreno inóspito da Grande Câmara bate.
os Atiradores aprenderam como ti- Realizando um teste contra CD
rar muito do pouco que a região fo- 15 o Atirador pode melhorar sua
ra dos portões oferece. arma de fogo aumentado seu dano
Nos testes da perícia Sobrevi- em +3 ou dobrando seu alcance.
vência dentro da Grande Câmara As modificações permanecem até o
considere CD 10 quando estiver so- final do combate. Para realizar as
zinho e CD 15 quando estiver em alterações o Atirador necessita de
grupo (até outros 4 membros, se o duas ações completas e elas só po-
grupo for maior considere CD 20) dem ser realizadas quando em
em seus testes diários. combate.
Exímio Caçador: embora não
seja tão apto a caçar quanto um
Ranger da Grande Câmara, já que
sua preocupação maior é a especi-
alização no uso de suas armas, o
atirador já aprendeu muito no 3º
nível desta classe e transforma isso
em vantagem para caçadas dos a-
nimais no geral.
Ao enfrentar animais dentro
da Grande Câmara o Atirador im-
pões um redutor de –2 nas jogadas
de Percepção do animal contra a
presença do personagem.
Conhecedor do Pó Negro: a
produção da pólvora é uma arte, e
uma arte demorada. Mas os Atira-
dores, com tanto estudo e testes
refinaram a arte de produção dela.

22
 Armas nas Duas Mãos: o trei-
no do Atirador aumentou sua perí-
cia no manuseio das armas de fo-
go. Os personagens podem usar u-
ma arma de fogo em cada mão.
Você ganha o talento Comba-
ter com Duas Armas Maior apenas
no uso de pistolas (não há
necessidade de ter os
pré-requisitos para ga-
nhar este talento).
Franco Atirador: Se o alvo for
visível o Atirador o acerta. Portan-
do espingarda ou carabina (ver
quadro de Novos Equipamentos) o
personagem pode gastar uma ação
de movimento completa para ga-
nhar +1 nas suas jogadas de ata-
que. Ele pode acumular até três a-
ções de movimento para triplicar o Um Atirador da Escuridão empunhando
bônus de ataque. Sua margem de o rifle chamado “entre os olhos”
ameaça aumenta em +2 (se sua a-
meaça é de 19-20, passa para 17-
20).

KIT
Atirador da Escuridão
Papel de Combate: Baluarte
Exigências: H 1, R 1, vantagens
Genialidade, Patrono [a guilda dos
Atiradores] e Ataque especial
[Preciso com uma arma de fogo] e a
perícia Maquinas [engenharia, me-
cânica e armadilhas].
Tiro Preciso: você consegue um
acerto crítico, quando em combate
com 5 ou 6 na parada de dados.
Engenhoso: mesmo que o Atirador
fique sem suas armas ele tem con-
dição de reconstruir um desses
dispositivos em 2d6 horas.
Munição quase ilimitada: devi-
do aos motivos normais da natu-
reza das armas de fogo sua mu-
nição esgota-se rapidamente em
seu equipamento. Mas um Atira-
dor não é pego desprevenido. Se
ele gastar 1d6-2 horas por dia
preparado pólvora sua munição
nunca acabará. Quando em
combate ele perderá 1 turno (por
arma que desejar recarregar) pa-
ra recarregar seu armamento.

23
 Novos Equipamentos
Armas
Com a CdP dos Atiradores da
Escuridão uma série de novas ar-
mas de fogo engrossam a lista de
equipamentos que estão disponí-
veis para os jogadores.
Pistola: esta pode ser conside-
rada a arma de pólvora mais bási-
ca existente em Arton. Podendo ser
empunhada com apenas uma mão
para ser utilizada, quando empu-
nhada com as duas mãos recebe
um bônus de +1 em sua jogada.
Normalmente elas possuem apenas
um tiro, mas na Torre da Fronteira
seus artesão criaram versões com
2 e 4 tiros. Requer uma ação pa-
drão para ser recarregada.
Pistola Pesada: semelhante à
pistola simples, este exemplar seria
uma versão que causa mais dano.
Só existem versões delas com 2 ti-
ros. E necessita de duas mãos para
ser utilizada com precisão.
Carabina: arma de pólvora
com cano longo que possibilita um
alcance maior que as pistolas. Ne-
cessita de duas mãos para ser em-
punhada ou recebe um redutor de
- 3 em sua jogada de ataque. É ne-
cessária uma ação completa para
recarregá-la.
Mosquetão: semelhante à ca-
rabina possui um dano maior, mas
um precisão menor. Toda jogada
de ataque que utilize o mosquetão
como arma recebe um redutor de –
2. Só comporta um tiro por vez e
necessita de duas ações completas
para recarga.
Pesadelo da Noite: esta é uma
das últimas invenções dos armei-
ros da Torre da Fronteira. Com as-
pecto semelhante ao de uma cara-
bina ele possui seus dois canos
muito mais curtos. Quando dispa-
rada acionada dois gatilhos cau-
sando o lançamento de dois projé-
teis de pólvora. Esses projéteis se
fragmentam infringindo grande da-

Armas Exóticas
Ataque à distância Preço Dano Crítico Distância Peso Tipo
Pistola 250 TO 2d6 19-20/x3 15m 1,5kg Perf.
Pistola pesada 325 TO 2d6+2 19-20/x3 15m 2kg Perf.
Carabina 500 TO 2d8 19-20/x3 35m 5kg Perf.
Mosquetão 375 TO 2d8+2 19-20/x2 25m 5kg Perf.

Pesadelo na noite 650 TO 2d6/2d6 19-20 20m 6kg Perf.

Rifle “entre os olhos” 1000 TO 2d8+3 18-20/x4 60m 7kg Perf.

Arma de rede 200 TO - - 20m 10kg Esp.

Disparador de setas 150 TO 1d8x3 19-20 10m 2kg Perf.
Bolas de Pólvora 500 TO 3d6 19-20 20m 6kg Fogo

24
no nos oponentes. Só pode ser uti-
lizado com as duas mãos.
Rifle “Entre os Olhos”: esta é
a pérola do arsenal dos anões utili-
zadores de dispositivos de pólvora
na Torre da Fronteira. Trata-se de
uma arma com um cano longo e
que comporta apenas um tiro por
vez. Seu fino trabalho de produção
e anos de pesquisa o fizeram com
uma extrema precisão e com um
dano mortal.
Além disso, um dispositivo o-
cular, colocado sobre o corpo da
arma, permite um alcance muito
maior sem perder a precisão. O
dispositivo de mira gera um bônus
de +2 nas jogadas de ataque desde
que o atirador tenha duas ações
completas para mirar.
Todas essas características à
fazem ser uma arma que apenas
poucos sabem usar. Para manuseá
-la é preciso ser necessariamente
um Atirador da escuridão pelo me-
nos do segundo nível de classe.
Arma de Rede: embora não se-
ja uma arma de ataque propria-
mente dita, as armas de rede usam
um dispositivo de pólvora para dis-
parar a rede. O objetivo dela é ób-
vio - imobilizar um ou mais opo-
nentes ou uma criatura. Embora
seu alcance não seja longo, apenas
20 metros, sua precisão é excelente
já que a rede se abre, após o dispa-
ro, em uma área considerável.
Qualquer ser que esteja entre os
tamanhos grande e pequeno.
Quando disparar a arma de rede
faça uma disputa contra a Destre-
za doa adversário. Vitória ou empa-
te na parada de dados e o adversá-
rio estará preso. Ele poderá reali-
à cada rodada um teste de Acroba-
cia para tentar se soltar da rede.
Disparador de setas: embora
os disparadores de setas (variações
de bestas) sejam normalmente me-
cânicos, este tipo em especial tem
um dispositivo de disparo baseado
em pólvora. Uma estrutura com 6
setas está presa em um projétil de
pólvora. Ao disparar o projétil to-
das as setas são lançadas. Ele é
muito útil para combates de perto
já que sua precisão cai muito com
o aumento da distância. Ao mesmo
tempo não é tão sutil quanto seu
homônimo. Um das grandes vanta-
gens dele é que o jogador pode re-
carregar rapidamente todo o dispo-
sitivo com o projétil e com as setas
com apenas uma ação completa.
Além disso, outra vantagem é que
por ser disparado através do projé-
til de pólvora, o dano é considera-
velmente maior.
Bolas de Pólvora: uma ótima
analogia seria dizer que são minia-
turas de bolas de fogo, com o per-
dão da analogia. Qualquer um que
não seja um mago sempre invejo a
capacidade destrutiva das bolas de
fogo em momentos de combate. E
foi isso que os anões fizeram, in-
ventaram algo que pudesse auxiliar
em combates com um poder seme-
lhante ao dos magos. As Bolas de
Pólvora produzem um efeito menor,
mas igualmente vantajoso. A explo-
são dela atinge seu ponto de im-
pacto e dois quadrados adjacentes
para todos os lados, sendo que o
dano é igual para qualquer um
dentro da área. Para escapar da
Bola de Pólvora é necessário um
teste de Des - 1.
25
 Bestiário da
Grande Câmara
A Grande Câmara é um ambi-
ente que de longe está morto ou es-
téril possuindo uma enorme flora e
fauna - quase toda mortal aos des-
preparados. Ao mesmo tempo que
isto se mostrou um grande proble-
ma, nos momentos iniciais da e-
norme Torre, serviu de grande estí-
mulo para expedições exploratórias
em busca de novos animais, plan-
tas e aventuras.
Com o tempo seres dos mais
diversos tipos e periculosidades fo-
ram sendo descobertos, capturados
e catalogados. Apresentaremos a-
qui os principais tipos de criaturas
com suas fichas e características.
Rastejantes
O ambiente rochoso da Grande
Câmara propicia à uma série de se-
res rastejantes um ótimo lugar pa-
ra viverem e se protegerem uns dos
outros e eles de outros seres. São
fendas, rachaduras e buracos que
podem esconder de pequenas ser-
pentes à enormes
worms. Embora não
sejam dos seres mais
numerosos e mortais,
alguns podem se
transformar em um
interessante desafio
para desavisados ou
despreparados aven-
tureiros. Em muitos
casos eles são encon-
trados isolados, mas
nada impede que pe-
26
quenos grupos sejam achados.
Normalmente seus únicos peri-
gos são ataques com a cauda e
com suas presas repletas de vene-
no, quase sempre mortais. Além
disso, um bote pode ser quase fatal
ou pelo menos incapacitante. A
grande maioria destes monstros
são de CD 2 ou 3 havendo uma
grande variedade de venenos (ver
quadro) à escolha do mestre.
Serpente das Fendas ND 2
Animal 3, Médio (comprido),
Neutro
Iniciativa: +6.
Sentidos: Percepção +4, visão na
penumbra.
Classe de Armadura: +10
Pontos de Vida: 12
Resistências: For +4, Ref 0, Von -
2, Imunidade à veneno.
Deslocamento: 9m
Ataques corpo-a-corpo: Mordida
+6 (1d8+3 mais veneno – ver
quadro), cauda +4 (1d4+3)
Habilidades: For 14, Des 10, Con
18, Int 2, Sab 7, Car 7.
Habilidades especiais
Bote: Quando Serpente das
Fendas faz uma investida pode
atacar com todas as suas armas
naturais (uma investida
normalmente permite apenas um
ataque), mas com efeitos diferentes
para cada uma delas. Ataque por
Mordida recebe um bônus de +3 e
pode realizar, se acertar a membro atingido. Dano 2d12 PV só
investida, a habilidade Veneno.
Ataque com a cauda recebe um
bônus de +2 e pode realizar, se
acertar a investida, a habilidade
derrubar.
Derrubar: se a criatura acertar um
ataque com a cauda, poderá fazer a
manobra derrubar , como uma
ação livre.
Veneno: ferimento; Fort CD 15;
dano vide quadro.
WORM CUSPIDOR ND 8
Animal 3, Médio (comprido),
Neutro
Iniciativa: +6.
Sentidos: Percepção +4, visão
na penumbra.
Classe de Armadura: +10
Pontos de Vida: 12
Resistências: For +4, Ref 0,
Von -2, Imunidade à veneno.
Deslocamento: 9m
Ataques corpo-a-corpo:
Mordida +6 (1d8+3 mais veneno –
ver quadro), cauda +4 (1d4+3)
Ataque à distância: jogar
veneno +4 (2d12 por ácido -
alcance 9m)
Habilidades: For 14, Des 10,
Con 18, Int 2, Sab 7, Car 7.
Habilidades especiais
Bote: Quando Worm Cuspidor
faz uma investida pode atacar com
Tabela de Venenos
Veneno Padrão: Dano 2d6 PV
por turno, por 4 turnos.
Veneno Congelante: Congela
[inutiliza temporariamente] o
membro atingido. Dano 2d6. Efeito
dura por 10 turnos.
Veneno Ácido: Inutiliza
recuperados por cura mágica ou
após 5 dias.
Veneno de Fogo: Dano 2d6 PV
por fogo por 5 turnos.
Veneno Sonífero: Resistido
Vontade CD 12. A pessao fica sob
efeito da magia Sono por 5 turnos
ou até magia que a cure.
todas as suas armas naturais (uma
investida normalmente permite
apenas um ataque), mas com
efeitos diferentes para cada uma
delas. Ataque por Mordida recebe
um bônus de +4 e pode realizar, se
acertar a investida, a habilidade
Veneno. Ataque com a cauda
recebe um bônus de +3 e pode
realizar, se acertar a investida, a
27
 habilidade derrubar.
Investida Poderosa: quando
Worm Cuspidor usa a manobra
Investida com um ataque causa o
dobro do dano.
Percepção às Cegas: a
criatura usa sentidos especiais,
diferentes da visão. Escuridão e
invisibilidade não o afetam com
alcance de até 20 metros.
Veneno: Worm Cuspidor
possui o veneno ácido. Cada
ataque por mordida bem sucedido
tem 50 por cento de chance de
causar dano por veneno.

Voadores
Os seres voadores dentro da
Grande Câmara são raros. São
poucos os lugares em que eles po-
dem ser encontrados em maior
quantidade - perto e dentro do Fos-
so e por toda a Planície de Longe.
Eles não são os seres mais mor-
tais, mas quando em ataques em
conjunto mostram-se como um de-
safio e tanto já que sua quantidade
é consideravelmente grande. Suas
moradias podem estar no alto das
grandes plantas ou em rachaduras
por paredões e cânions. Normal-
mente eles não se aproximam da
Torre da Fronteira, mas atacarão
qualquer que entre em seu territó-
rio.
Zhartanarim ND 2
Animal 2, Pequeno, Neutro
Iniciativa: +3.
Sentidos: Percepção +3, visão
no escuro.
Classe de Armadura: +15
Pontos de Vida: 12
Resistências: For +2, Ref +4,
Von -12, Imunidade à veneno.
Deslocamento: 18m
Ataques corpo-a-corpo: ferrão
+4 (1d3+2)
Habilidades: For 10, Des 16,
Con 12, Int 2, Sab 7, Car 7.
Habilidades Especiais
Enxame: Animais voadores
pequenos podem atacar seus
adversários em grande número, se
valendo tanto de sua habilidade de
voar quanto de seu tamnho.
Quando dois ou mais animais do
mesmo tipo e com essa habilidade
atacam um alvo dois deles podem
ocupar o mesmo espaço e realizar
ataques simultâneos ao alvo.
Considere um ataque para cada
criatura nesta condição com seus
danos em seprado.
Veneno: ferimento; veneno
sonífero; Fort CD 12; dano vide
quadro.

28
 Vilã Assassina ND 9
Mosntro 8, Médio (comprido),
Neutro
Iniciativa: +13.
Sentidos: Percepção +9, Faro.
Classe de Armadura: +17
Pontos de Vida: 40
Resistências: For +8, Ref +6,
Von +2, Imunidade à veneno.
Deslocamento: 12m, 18m
(voando).
Ataques corpo-a-corpo:
Pancada/garras +12 (1d4+2),
Mordida cabeça +12 (1d6+7, mais
veneno – ver quadro), mordida
cauda +10 (1d6+5, mais veneno),
Ataque à distância: jogar
veneno +5 (Veneno de fogo [ver
quadro] - alcance 9m)
Habilidades: For 16, Des 14,
Con 18, Int 2, Sab 7, Car 5.
Habilidades especiais
Ataque duplo: com esta
habilidade a criatura ganha o
equivalente ao talento Combater
com Duas Armas. Neste caso
específico a criatura ataca com
duas de suas armas naturais na
mesma ação padrão com redutor
de –2 em cada ataque. O dano é
idependente e o alvo não precisa
ser o mesmo.
Investida Podero-
sa: Quando a criatura
usa a manobra investi-
da com um ataque cau-
sa o dobro do dano.
Vilã Assassina
pronta para o
bote.
Caçadores
Os caçadores são animais que
fazem jus ao seu nome. Não vivem
em bando e todo o tempo em caçar
e hibernar. São duas as suas ca-
racterísticas principais - o tama-
nho e a origem. Seu tamanho é e-
norme e é difícil entender como
não conseguimos vê-los até esta-
rem quase sobre nós. Quanto a su-
a origem todos os estudos feitos até
o momento indicam apenas que e-
les vem de algum lugar além do Li-
miar. Que horrores podem ainda
existir por lá? Nunca tente enfren-
tar um caçador sozinho pois será
seu último combate.
Espreitador Horrendo ND 12
Mosntro 11, Grande, Neutro
Iniciativa: +16.
Sentidos: Percepção +12, Fa-
ro.
Classe de Armadura: +11
Pontos de Vida: 90
Resistências: For +8, Ref +7,
Von +3.
Deslocamento: 15m.
Ataques corpo-a-corpo: Gar-
ras (x2) +18 (1d6+12, sangra-
mento), Mordida +12 (1d8+12).
Habilidades: For 24, Des 14,
Con 16, Int 2, Sab 7, Car 5.
Perícia: Furtividade +15.
Talentos: Fortitude mai-
or e Reflexos rápidos.
Habilidades Especiais:
Atropelar: A cria-
tura usa ação com-
pleta para percor-
rer o dobro de seu
deslocamento
causando dano de
29

uma de suas armas naturais no
oponente. Teste de Reflexo CD 15
para reduzir dano à metade.
Bote: Criatura faz investida,
podendo atacar com to-das as suas
armas naturais. Todos os ataques
recebem bônus de +2, mas contra
o mesmo oponente.
Dilacerar: Se a criatura acer-
tar um mesmo oponente com dois
ataques de garra na mesma ro-
dada, além do dano normal causa
dano extra igual à mais um ataque
de garra com dano extra.
Sangramento: Uma das armas
naturais da criatura causa san-
gramento. Um oponente que sofra
dano desta arma natural sofre 1d4
pontos de dano por rodada até o
sangramento ser estancado, o que
exige um teste de Cura CD 15 ou
uma magia de qura qualquer.
Ganchos
Os ganchos para aventuras
nesta segunda parte do cenário são
30
mais direcionados à
exploração.
Muitas brechas
foram deixadas no
cenário de propósito.
Algumas indicações
foram feitas para dar
uma certa consis-
tência, mas de resto
esperamos que a cri-
atividade dos mes-
tres e jogadores se
encarregue de pre-
encher as lacunas e
de criar muitos no-
vos elementos den-
tro dele.
Mas de qualquer forma aqui
vão algumas dicas:
• um grupo de elite dos anões
foi enviado para resgatar
batedores que procuravam
“a vila”;
• plantas raras precisam ser
achadas nos pântanos,
mesmo com o perigo dos
monstros que ali habitam;
• clerigos de Tenebra
precisam de uma escolta
para entrar no Fosso;
• um Ranger da Grande
Câmara será o guia de um
grupo de aventureiros da
superfície à procura de
emoções e riquezas.
João Eugênio Brasil,
ainda tentando se
achar nos corredores
da Grande Torre
 Mnar, o Urso

“Durante toda a vida, Steve Rogers

perdeu várias coisas. Perdeu amigos,
perdeu amores, perdeu sonhos. E em
um ou outro momento perdeu tudo. Is-
so não o surpreende, faz parte do tra-
balho. Mas o que o deixa surpreso é
saber que, de vez em quando, por tudo
o que ele já fez, algo lhe é devolvido.”
Capitão

História
Muito anos atrás, quando Ports-
mouth ainda não havia adquirido su-
a independência, nem Khalmyr ainda
dominava o panteão é que esses per-
gaminhos foram escritos. Os encon-
trei na biblioteca de Horn e alguns a-
nos depois os encontrei novamente
entre as ruínas de Darnacius. Os per-
gaminhos diziam que existe, ou exis-
tiu, um não-vivo, um lich conhecido
como Caveira Escarlate.
Mas antes de chegar aos final-
mentes devo avisar que nossa história
começa em Bielefield no inicio
do domínio dos Cavaleiros da Luz,
quando Khalmyr subia ao posto máxi-
mo do Panteão.
Algumas semanas antes do ocor-
rido Johann Shmidt era um professor
conceituado em poções e previsões do
futuro. Ele descobriu o que iria acon-
tecer e sem opções do que fazer deci-
diu que iria impedir e para tanto tra- do de ideal.
balhou com afinco em uma poção que Mas o esperado aconteceu e nu-
pudesse transformar seu filho em algo ma investida de não se sabe quem,
fora do comum. atrás do seu trabalho, contra o labo-
O garoto treinava com afinco, mas ratório do Johann um grande incên-
longe de ser um grande cavaleiro de- dio teve início. Ele ainda tentava de-
sejava levar apenas uma vida pacata e sesperadamente terminar suas po-
tranqüila, na entendendo o significa- ções quando foi engolido pelo fogo.
Seu filho tentou salvar o pai à todo o
custo mas não conseguiu e acabou
cercado pelas chamas dentro do labo-
ratório. Como última tentativa de so-
breviver resolveu tomar dois ou três
frascos de poções esperando algum
milagre. E ele aconteceu por habilida-
de de seu pai, na fabricação das po-
ções, e por benevolência de Khalmyr,
por seu esforço.
O jovem adquiriu super-força ins-
tantaneamente e atravessou a parede
para alcançar seu pai e o resgatou. Se
refugiaram em Wynla, procurando a-
brigo de inimigos ocultos.
Deste dia em diante Johann mu-
dou. Ele ficou obcecado pela destrui-
ção de seus inimigos, acreditando ser
de Portsmouth. Numa discussão entre
ele e o filho, Johann confessou que
Steve não era seu filho e que sua in-
tenção, desde o início era transformá-
lo em um ser poderoso para destruir
Portsmouth.
Capitao
Regras
A poção que transformou Steve
nesta nova forma causa o mesmo efei-
to em qualquer um que a beba. Ela
aumenta Força, Destreza e Constitui-
ção em +10. Inteligência, Sabedoria e
Carisma continuam inalterados. Sua
pele mais grossa adiciona +6 à sua
CA. Além disso, o personagem ganha
algumas características da raça meio-
orc tal como o talento Duro de Matar.
Outros talentos também são adquiri-
dos: Vigor, Atlético e Corrida. Testes
de Intimidação ganham um bônus de
+4 e visão no escuro.
Mas há o perigo em se beber a po-
Steven, decepcionado, fugiu sem
rumo. Nas semanas seguinte as mu-
danças por causa das poções conti-
nuaram. Ele ficou maior, com a pele
levemente esverdeada e com dentes
proeminentes, semelhante à um meio
-orc. Sua agilidade e resistência tam-
bém aumentaram consideravelmente.
Tempos depois, após auxiliar ma-
gos de Wynla em uma busca perigosa
por pergaminhos antigos, ele foi pre-
senteado com um item mágico pode-
roso e único - um escudo.
Enquanto isso Johann continua-
va alimentando sua raiva, agora dire-
cionada para Steve e seu sucesso. Ele
continuou pesquisando em pergami-
nhos antigos até achar uma fórmula
que supôs ser o que sempre procu-
rou. Mas do contrário ela gerou uma
explosão enorme e de seus escombros
surgiu o Caveira Escarlate, um lich
que teve mesclada à sua essência a
raiva de Johann.
ção. Logo que qualquer um a beba
tem de passar por um teste de Cons-
tituição contra CD 20 ou morrerá.
O escudo mágico tem propriedades
únicas. Ele possui um bônus de CA
+8 e os poderes mágicos Arremesso
(10m), Defensor, Velocidade, Caçado-
ra, Distância e Deflexão de Flechas.
Além disso ele pode ir do tamanho de
um broquel (CD +2) à um escudo
grande (CD +8) com simples desejo de
seu portador (gasta uma ação de mo-
vimento padrão para trocar de tama-
nho).
Outra de suas propriedades é que
ele retorna para a mão de seu porta-
dor quando lançado. Podendo ser ar-
remessado até 10 metros, contra um
oponente ou objeto, ele retorna para
as mãos do arremessador como uma
ação completa. Durante este tempo o
usuário pode efetuar sua ação de mo-
vimento normalmente. No próximo
turno o portador gasta sua ação de
movimento para pegá-lo, restando sua
ação padrão ou outra de movimento
no turno.
Capitao
A poção concede ao personagem F,
H e R +2 (desde que não ultrapassem 3)
e A+1. Seu PdF aumenta em +3 apenas
para o Escudo e PdF +1 para outras ar-
mas. Independente do nível de Resistên-
cia o personagem passa a ter 30 PdV.
No que diz respeito às vantagens
ganha-se Aceleração, Deflexão, Regene-
ração e Ataque Especial [Poderoso e Pe-
rigoso].
O escudo mágico aumenta R em +1
do seu portador. As propriedades mági-
cas dele equivalem à vantagem Ataque
Especial [Preciso, Teleguiado e Perigo-
so].
Criação de Mnar, o Urso &
adaptação de João Brasil

Caveira Escarlate
Pode-se dizer que o delo que está no Bestiá-
Caveira Escarlate é a rio de Arton temos um
contra-parte do Capi- modelo muito preciso
tão. Ele é ‘quase’ tão com ND 17. Para ficar
poderoso quanto o Ca- mais preciso você pode
pitão em questões físi- aumentar um pouco
cas e habilidades. sua Força e Constitui-
Mas fora isso os li- ção, encaixando preci-
chs possuem muitos a- samente no uso da po-
tributos mágicos e eles ção.
não podem ser esque- Para 3d&T pode-
cidos. Esses atributos mos criar um persona-
são os que acabam por gem usando os mesmo
equilibrar uma luta en- critérios do quadro aci-
tre essas duas perso- ma, adicionando as Ha-
nalidades. bilidades Magia Negra
Construindo este com as magias condi-
personagem com o mo- zentes.
33
Jornal
Gazeta do Reinado
Júlio
lio
Oliveira

04 E
Jo o
João

Sucursal de Gorendill Brasil

portunidade de ouro para aventu-

reiros e visionários. Uma carava-
na está sendo organizada rumando
à ilha de Tamu-ra. Depois de que foi li-
berta das aberrações vindas com a Tor-
menta infernal os poucos remanescentes
da população estão rumando para lá. A
tentativa de reconstruir uma civilização
de escombros será desgastante. Ao mes-
mo tempo alguns perigos resistiram e ain-
da espreitam na tentativa de causar algum
estrago. Toda a ajuda que aventureiros
valorosos e corajosos possam dar para
varrer esses seres da face de Arton será
recompensada por um grupo de mercado-
res que tem grandes intenções com a no-
va terra do oriente.
Os navios partirão em três levas dos
portos de Hongari à cada três meses . Ca-
da empreitada espera-se que dure entre de
seis meses à doze meses. Mas quem dese-
jar poderá permanecer na terra do sol nas-
cente por mais uma temporada.

O Velho Abutre oferece passaram por lá, sem nunca chegarem

recompensa
Não são de hoje as notícias de que
alguma coisa estranha acontece dentro
das fronteiras de Portsmouth. Não só
pelas tensões entre a nação comandada
pelo Conde Asloth e Bielefiled ou pelas
acusações dos dirigentes de Wynlla de
que atrocidades estão acontecendo, ou
ainda pelas cartas abertas de indignação
dos diretores da Academia Arcana. Mas
muitos desaparecimentos têm chegado
ao nosso conhecimento, de muitos can-
tos de Arton ,de familiares que vivem ou
pa
ao seu destino.
Rumores de ações de um grupo, a-
cusado pelo Conde de terroristas, que
estaria atacando posições variadas den-
tro do território. As ações dos chamados
“Caçadores de Abutre”, como se auto-
denominam, fez com que Ferren Asloth
tomasse uma decisão. Uma gorda re-
compensa está sendo oferecida para
quem der uma pista sobre os membros
desse grupo. Maior ainda fica a recom-
pense se um dos membros for entregue
às autoridades.
O que realmente estará acontecendo
por lá?
Cartas de Aventureiros
por Júlio Oliveira

Algum lugar, 1410

Caro Sinval,

Como lhe contei na última carta, fugi as pressas de Fauchard.

Estavam a minha procura e eu não gostaria de imaginar o que fariam
se me encontrassem. Com um pouco de conversa e algumas moedas
consegui passagem no Anjo do Mar, um outro navio mercante que
seguiria para Altrin, onde era meu destino final desde o começo. Senti
alivio quando a brisa do mar soprou no meu rosto e eu vi o porto
ficando para trás, lembro-me de sentir o estomago desapertar com uma
possivel paz que transcorreria a viagem. É inevitavel nessa vida que
levamos conseguirmos algumas inimizades, mas deixe estar, se alguém
quisesse me perseguir estaria esperando e preparado.
Dessa vez estava em uma embarcação licita, transportávamos
fumo que infelizmente não era de Hogari. Navih Rastash, vindo das
terras do norte, do outro lado do Rio dos Deuses, era uma boa pessoa,
de nariz longo e arrebitado, gestos brandos e voz tranquila. Tinha a
pele queimada pelo sol mas mantinha certa graça e imponência. Tinha
tratado com os minotauros antes das Guerras Tauricas, portanto pouco
havia mudado. Comandava sua embarcação com seu jeito único, e pelo
que percebi, conhecia mais histórias e das mais variadas culturas do
que muitos bardos que eu conhecera. Conversamos animadamente por
toda a noite, enquanto ele insistia em permanecer acordado, sempre
falando com seu sotaque puxado. Aguentei o quanto pude, mas o
cansaço de um dia tenso havia me tomado, recolhi-me e encontrei
conforto em um canto do convés, a noite estava quente o suficiente
para me permitir tal ato.
Acordei com a agitação do dia, homens trabalhavam com cordas
cantarolando canções do mar, amarrando e puxando. Um punhado
espalhava-se ao relento enquanto o vento fazia todo seu papel
conduzindo a embarcação suavemente sobre o oceano calmo. Após um
desjejum magro, subi ao castelo do convés e me juntei novamente ao
dono da embarcação.
Só que havia algo a mais, permaneci algum tempo boquiaberto,
mas me recuperei antes que parecesse tolo. Ao lado de Navih, de costas
pra mim observando o mar estava uma das mais belas damas que já
pus meus olhos. Seus cabelos negros chegavam a cintura, o que por um
estante me fez imaginar um pouco de noite em meio à luz do dia. Seu
nome, como descobri mais tarde era Feizhar, uma moça mara-
vilhosamente alegre e com um sorriso capaz de levar um homem a lua
em segundos. Existem inumeros contos de sereias em mar aberto, que
cantam melodias doces como mel e enfeitiçam marujos desavisados
lançando-os em alto mar de braços abertos para a morte. Nunca avistei
tais criaturas, mas a partir do dia que conheci Feizhar, comecei a
imaginá-las com a mesma beleza da moça. Por fim passei uma ótima
tarde na companhia dos dois, onde fora a minha vez de contar algumas
de minhas histórias, e devo frisar que a maioria delas detinha você
como parceiro.
A noite caiu e para minha tristeza logo a filha do mercador foi se
deitar, seu pai tardou ainda mais resolvendo problemas rotineiros, e
logo eu era um dos únicos no convés escuro. Aproveitei o momento e me
esgueirei até o mastro principal, agarrei a inconstante escada de corda
e a subi. A sensação era de que logo o mastro tombaria e eu, no ninho
do corvo, cairia no mar. Aconcheguei-me como pude e aproveitei o
momento. Há certas situações que olhar as ondas e sentir o vento salino
no rosto não tem preço. Algumas horas se passaram e eram apenas o
mar e eu, sozinho um marujo segurava o timão no mesmo rumo,
mantendo a embarcação em águas tranquilas.
Deixei meu pensamento vagar como sabe ser um costume meu, mas
por um instante algo me chamou atenção. Primeiro um dos homens que
vira trabalhando mais cedo apareceu, no começo observei desin-
teressado, mas a postura assumida por ele manteve minha atenção. Ele
saiu sem que o timoeiro pudesse ver, e com apenas a luz da lua passou
despercebido até a ponta embarcação. Logo, mais dois marujos se
juntaram a ele, todos desconfiados, olhando seguidamente para o
timoeiro que sonolento, mantia a embarcação em curso entre uma
dormidela e outra. Em alguns minutos eles conversaram o que tinham
de conversar, e logo voltaram para o interior escuro onde todos
dormiam, sem levantar suspeitas. Claro que podia ter sido uma
conversa comum, mas meu faro para problemas se aguçou, e eu soube
que haveria algo errado.
Peço desculpas pela lentidão na narração, mas os fatos do começo
precisavam ser bem explicados, agora como as águas de um rio rumo
uma cachoeira, posso acelerar os fatos. Os dias que se seguiram foram
divididos entre, observar de longe os três suspeitos e passar horas
converando com Feizhar. Descobrimos uma linda amizade, que era
embalada por tamanha beleza, e só não se transformou em paixão por
saber que ela esperava encontrar um lindo cavaleiro de armadura, e
infelizmente não um baixote de pés peludos. Passei duas noites
completamente sozinho no ninho do corvo, a espera dos três marujos no
qual mantinha minhas duvidas, e foi então que tive a oportunidade de
agir.
Era noite de lua nova, e eles se reuniram novamente. Dessa vez,
agiram tão rapido que não tive tempo de pensar no que faria.
Nocautearam o timoeiro e assumiram o controle do convés em silêncio.
Percebi que teriamos problemas graves, mas resolvi esperar o que quer
que fosse acontecer. Eles deceram o bote, mas não o soltaram das cordas
e subiram a bordo novamente. Vi a porta do quarto do capitão se abrir
com um solavanco e rezei aos deuses para ser qualquer um, mesmo
sabendo que era impossivel. Feuzhar saiu sonolenta, e só percebeu que
haviam pessoas ao seu redor quando estava em meio aos três.
Nesse momento, um dos três se aproximou e a socou por trás
fazendo-a cair desmaiada. Essa era minha deixa, saltei da onde estava
e a confusão começou. Combati os três que surpresos se atrapalharam.
Posso ser pequeno, mas minhas adagas são precisas e para melhorar
nenhum deles era eximio espadachim. Feri dois gravemente e só um
ficara de pé, enquanto eu havia tomado uma pancada com o cabo de
um espadim e um murro no rosto. Não sei ao certo se fizemos muito
barulho, mas em pouco tempo surgiram marujos vindos do convés,
observando abismados o que acontecia, Rastash chegou logo, e quando
viu sua filha estirada no chão com os lindos cabelos negros en-
sanguentados transtormou-se.
O maldito marujo chamdo Alerio pois-se a falar sem parar, disse
que eu havia tentado raptar a filha do mercador e que eles haviam
tentado me parar, e por isso jaziam os dois mortos e a moça sangrando.
Chorou e me chamou de assassino e a essa altura, toda a tripulação
voltara-se contra mim de armas em mãos. Minha tempora sangrava e
eu estava tonto pela pancada, vi a morte em minha frente quando o
mercador ordenou que queria minha cabeça. Senti um vento forte
jorrar na nuca e um trovão iluminar o céu precedendo uma forte
chuva. Esquivei-me da primeira rajada de golpes e sem escolha dei meia
volta e corri. Percebi que a única corda que prendia o bote estava
esticada, pois este havia se distanciado do Anjo do Mar. Saltei da proa
sem alternativa, me segurando na corda e aterrisando pesado no bote
com as mãos ardendo. A chuva caira pesada e armas foram atiradas
onde por sorte nenhuma delas me atingiu nem avariou o bote. Cortei a
corda que já estavam puxando e remei o mais rápido possivel. Mais
armas foram atiradas atingindo o meu redor e sumindo nas águas
negras. Ondas enormes me atingiram e pensei que o bote quebraria ao
meio em pouco tempo. Senti o sal na boca e não sabia se devia me
preocupar com a tripulação ou com o oceano.
Acredito que em algum lugar os deuses gostem de mim, pois depois
de tudo isso continuo vivo. A tempestade fez com que eles desistissem e
seguissem para águas seguras, enquanto eu passara a noite em claro,
lutando onda a onda para manter-me seguro. Amanheceu e a
tempestade sossegara, o sol saira forte e eu agarrado a uma viga larga
de madeira, o bote se desfizera e eu não tinha sinal de um remo. Acho
que vi a morte em trezentas maneiras diferentes naquele momento, e
lembro que a pior delas era morrer de sede em um mundo de água. Por
fim fui encontrado dois dias depois por uma expedição vinda da Terra
perdida de Galrasia, um navio de aventureiros que me trouxeram a
bordo e cuidaram de mim. Hoje estou quente em uma cama na Taverna
do Macaco Caolho em Malpetrin, ainda me recupero do trauma, mas a
pior das dores está na alma. Vingança é um sentimento frio, que destroi
a pessoa por dentro, mas ultimamente é tudo que tenho pensado. Tenho
meu orgulho, e fui feito de idiota, e não descansarei antes de limpar
meu nome e descobrir o paradeiro de tal golpista.
Espero que estejas bem meu caro amigo, e que nos encontremos o
quanto antes para mais noites de conversas. Sigo em alguns dias para
Altrin, junto a uma caravana. Não sei como serão meus dias daqui
para frente, mas espero poder resolver minhas duas pendências ao
chegar por lá.

Fique Bem.

Rusther
Em breve!!!
Mais uma
publicação da
Confraria
de Arton
para o cenário de
Tormenta
Contos - Fichas
Regras