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RESUMO
ABSTRACT
The natural domains of the State of the Ceará display a great diversity, what generates
great interest for studies about nature and society x nature. In this perspective, the
present paper analyze the genesis of the landform and the evolution of the sedimentary
highland of Ibiapaba, with emphasis in the sector of Ubajara (NW of Ceará State
territory), as well as concerning the forms of use and social appropriation of the area.
The searched area is formed by sedimentary and crystalline rocks, with predominance
of sedimentary rocks of the Basin Sedimentary of the Parnaíba, in which has been
sculptured a glint, forming a vertical thick wall of until 900m of altitude. The area has
as main forms of use and occupation activities related to agriculture, as well as
sustainable tourist with moderate support, fact that results of the implantation of a
national park in the locality in the years 1950. The methodology has support in the
“Principle of Uniformitarism”, that claims that “the present is the key of the past”, what
allows to the reconstitution of the prior evolution of the landscape. In the environmental
perspective, the Geossystem methodology has been used, allowing to the analyze of the
space organization and of the interaction of natural and social factors. The regional
geomorphological evolution is related to internal and external processes in action since
Cretaceous time. The resultant morphology of these processes influences the social
organization of the region, considering that steep slopes make difficult the setting of
housings and activities, restricting the occupation to the crystalline peripheral
depression and to the top of the sedimentary plateaus. However, the high topography
and the resultant humidity create an environment differentiated in relation to its semi-
aride territory, fact that justify the existence of the National Park of Ubajara, a guarantee
of protection and supported use of the landscape.
INTRODUÇÃO
A relação do homem com a natureza implica numa antiga convivência deste com
o relevo, estabelecendo as distintas formas de uso e ocupação das terras. Ao mesmo
tempo, as sociedades têm que conviver com a dinâmica dos fatores externos e internos
de elaboração do relevo terrestre, ou seja, dos processos endógenos e exógenos, sejam
eles ativos ou passivos, em ação na atualidade ou presentes apenas como heranças na
paisagem. A ciência geográfica, com seu caráter de integração, tem na Geomorfologia,
um dos seus sub-ramos estuda os diferentes aspectos da superfície terrestre (GUERRA
E CUNHA, 2000), compreender a evolução do relevo da terra no espaço e no tempo,
incluindo hoje a intervenção humana.
O estudo do relevo e seus processos geradores vêm contribuir para o avanço do
conhecimento relativo á suas origens e evolução, bem como à necessidade de
conhecimentos relativos à contribuição de fatores como geologia, clima, topografia,
solo, hidrografia, biologia para o desenvolvimento social. O processo de apropriação do
relevo seja como suporte ou como recurso, vincula-se ao comportamento da morfologia
e às condições pedológicas e climáticas, e é dentro dessa perspectiva que o presente
estudo adquire expressão. A área particular de análise definida é o Planalto da Ibiapaba,
com ênfase no setor que abrange o município de Ubajara, localizado no extremo oeste
do Estado do Ceará.
MATERIAS E MÉTODOS
A metodologia utilizada para atingir os objetivos propostos tem suporte no
“Princípio do Uniformitarismo”, uma corrente do pensamento idealizada por James
Hutton (1788) e posteriormente desenvolvida por Charles Lyell (1830). Hutton
acreditava que fenômenos geológicos podem ser entendidos através de observações de
processos modernos e todos aqueles processos que operaram no passado, também
operam no presente tempo. As constâncias destes processos vieram a ser a essência do
“Princípio do Uniformitarismo”.
O Uniformitarismo teve suporte incrementado pelo grupo de geólogos
conhecidos como “plutonistas”, pois eles confiavam na importância do calor como um
fator na formação de certas rochas. O Uniformitarismo, então, teve um novo e
importante suporte que ajudou a desenvolver esta corrente. Charles " Princípios de
Geologia", com primeiro volume aparecendo em 1830, o qual reafirma a constância da
ação dos processos naturais ao longo do tempo, porém, com intensidade diferenciada.
O Princípio do Uniformitarismo postula que “O presente é a chave do passado”
Os acontecimentos do passado são resultados de forças da natureza idênticas as que se
observam hoje em dia, resultado de processos lentos e graduais. Então, propõe que o
entendimento do presente permite o entendimento do passado e assim, a compreensão
da evolução natural da paisagem.
Para a análise socioambiental da paisagem foi adotado o princípio básico do
método geossistêmico. É um conceito relativamente recente em geografia, sendo
proposto na antiga União Soviética na década de 1960, e primeiro mencionado pelo
russo Sotchava (1960), como uma forma de estudo de paisagens geográficas complexas,
envolvendo a sociedade. Segundo Sotchava apud Monteiro(2000), Geossistema é o
"potencial ecológico de determinado espaço no qual há uma exploração biológica,
podendo influir fatores sociais e econômicos na estrutura e expressão espacial". Toma-
se forma neste momento a disciplina interface entre as ciências da terra e a ciência
social. Desde então surgiram diferentes tipos de abordagem físico-geográficas,
marcadamente sistêmicas, redundando "diferentes escolas para o estudo das
paisagens". Como é habitual em tudo que é novo, tal abordagem gerou diferentes
interpretações e um bom número de controvérsias, com autores criticando, redefinindo
ou reorientando o conceito inicial de Sotchava.
A teoria representa a organização espacial resultante da interação dos elementos
físicos e biológicos da natureza juntamente com as atividades sociais, ou seja, tem vista
os fenômenos sociais influenciando na configuração dos espaços e sua dinâmica física.
O Geossistema facilitou e incentivou os estudos integrados das paisagens. Desta
forma, pode-se afirmar que o método geossistêmico fomentou bastante às análises
ambientais em Geografia, pois possibilita um prático estudo do espaço geográfico com a
incorporação da ação social na interação natural com o potencial ecológico e a interação
biológica.
Associado a esses princípios, adotaram-se técnicas que permitiram o
desenvolvimento da análise socioambiental da área pesquisada, bem como o estudo da
morfoestrutura, morfodinâmica e das fases da evolução geomorfológica da bacia
Sedimentar do Parnaíba, bem como sua evolução no limite ocidental do Ceará, que é
onde está localizado o Planalto da Ibiapaba.
Foi realizada uma detalhada pesquisa bibliográfica associada à evolução
geomorfológica de relevos do Nordeste brasileiro, com destaque aos relevos do Estado
do Ceará, sempre procurando dados associados à fisiografia da região onde se encontra
o Planalto da Ibiapaba. Houve a análise de trabalhos específicos da área de estudo e
documentos contendo perfil básico do município de Ubajara com as principais
características geográficas e socioeconômicas.
Em laboratório houve a análise detalhada de cartas e mapas (escala 1:500.000)
geológicos e geomorfológicos do projeto Radambrasil (1981) e da CPRM (2003).
Houve a utilização de imagens de satélite (GOOGLE EARTH) como apoio para o
reconhecimento da área estudada.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante visita que fez à Gruta de Ubajara, no final da década de 1950, o então
diretor do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura, Dr. David Azambuja, ficou
encantado com a riqueza do patrimônio de cavidades naturais e da biodiversidade
existente. A visita e a intervenção posterior do diretor possibilitou a criação do Parque
Nacional de Ubajara, no dia 30 de abril de 1959, assinada pelo presidente da República,
Juscelino Kubitschek de Oliveira, com a finalidade de garantir a integridade e o
processo de evolução do conjunto de formações geológicas existentes em Ubajara.
Parque Nacional de Ubajara
CONCLUSÕES
O desenvolvimento desse trabalho tem uma significativa contribuição à análise
da morfogênese do limite ocidental do Ceará, com observação das mudanças que
ocorreram e estão ocorrendo ao longo do Planalto da Ibiapaba, mais especificamente na
região de Ubajara. Com a pesquisa, foi possível identificar variações na paisagem que
estão se diversificando juntamente com o clima, vegetação e hidrografia. As
identificações dos processos que lhes deram origem contribuíram para interpretar as
morfoestruturas e a morfodinâmicaátual, que até a fase atual justificam as características
fundamentais da morfologia regional. A conjunção dos elementos levantados permite
considerar que a preservação dos ecossistemas do Planalto da Ibiapaba, abrangendo a
região de Ubajara – CE permitirá a conservação de um banco genético importantíssimo
para a pesquisa científica e a manutenção da biodiversidade. Além disto, será possível
prevenir a desertificação, ao evitar-se a destruição de nascentes.
Diante da abordagem feita sobre o uso e ocupação do solo da região de Ubajara,
Planalto da Ibiapaba, observa-se, que a sua estrutura geológica e geomorfológica,
juntamente com os outros aspectos naturais já citados, foram e são, até os dias atuais,
com o desenvolvimento do setor turístico, determinantes para o avanço econômico da
região. Assim, verificamos através de um estudo sobre a evolução geomorfológica
natural do relevo no qual o glint da Ibiapaba se desenvolveu, também a forma de
evolução geral da paisagem, natural e social. Pois verificamos que o local de estudo
representa uma importante área regional, que está sendo moldada hoje tanto pelos
agentes que esculturam o relevo, desenvolvendo paisagens naturais, quanto pelas ações
sociais.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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