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PROFESSOR ADJUNTO
MEMORIAL
CANDIDATA:
NOVEMBRO / 2005
1 Observações Iniciais
que paramos para refletir sobre o caminho que vimos trilhando na direção tanto da nossa
estimulante. Afinal, esse é um dos principais cargos que uma socióloga, com mestrado e
Por fim, concorrer a uma vaga para Professor Adjunto na área de Planejamento e
O percurso que levou a essa encruzilhada bem como as novas trilhas abertas ao encontrá-la
produção intelectual.
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Cabe registrar que no relato da estrada do Planejamento Urbano e Regional serão
Iniciais da Trajetória
Em 1983, após concluir o Curso de Ciências Sociais na UFRJ e, com isso, ver encerrado
Ângela Maria de Castro Gomes -, fui contratada pelo Núcleo de Estudos Sobre a Mulher,
Essa pesquisa tinha como objeto de estudo a mulher migrante residente na Favela do
Vidigal, favela situada em morro da zona sul da cidade do Rio de Janeiro; e como objetivo,
verificar em que medida a adoção de hábitos tipicamente urbanos por parte dessa mulher –
quando de sua inserção em uma sociedade tão complexa como o Rio de Janeiro – se
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Nesse primeiro emprego, ainda jovem, tive a oportunidade de conhecer a realidade das
pessoas que moram em favelas e de viver experiências que marcam a minha vida
Por exemplo: foi atuando nesse projeto que percebi, pela primeira vez, a dificuldade da
e muitas vezes até hoje, denominada “de baixa renda”, em tentativas de resolução de
problemas desta. Foi também atuando nesse projeto, que percebi, pela primeira vez, como
era injusto propor a essa população, que já vivia em grande desvantagem social, que lutasse
pela prestação de serviços públicos, acessíveis a segmentos sociais de renda média ou alta
Mas a opção por trabalhar com a questão urbana não resultou diretamente dessa
Em 1984, por motivos de natureza pessoal (doença e morte de pessoa muito próxima na
voltar a estudar.
Bennett e fui convencida pela coordenadora do curso, a professora Estrela Bohadana, que
este seria uma boa alternativa para os meus propósitos naquele momento.
O Corpo Docente desse curso era formado por vários ex-alunos do Programa de
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turma, candidatei-me ao mestrado em Planejamento Urbano e Regional, em 1985, sendo
aprovada.
A aprovação no mestrado foi um grande estímulo para mim. Novos horizontes se abriam na
De fato, o IPPUR foi uma ótima oportunidade de qualificação profissional. Não apenas pela
casa nas diversas atividades realizadas ao longo desses 20 anos e pela convivência com
período Pós-64, coordenada pelo professor Martim Smolka. A pesquisa tinha por objetivo
construir um banco de dados imobiliários sobre a cidade (preço das unidades habitacionais
outros), com base nas informações do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis – (ITBI).
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A participação nessa pesquisa foi importante, em termos acadêmicos, porém, mais ainda,
dois anos nesse projeto, entrei para o quadro técnico-administrativo da UFRJ contratada
contínua, por um período superior a dois anos, me beneficiou, assim como outros colegas
do mestrado.
Cabe registrar que essas duas últimas atividades estavam vinculadas diretamente ao objeto
Tijuca.
Caso da Barra da Tijuca, a qual pretendia contribuir para a compreensão do estágio em que
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Município do Rio de Janeiro (Barra da Tijuca) à categoria de Município, apresentada por
problemas das cidades, do governo federal para os governos locais e para diversos
contexto.
A elaboração dessa dissertação também me fez uma revelação importante, qual seja: os
empresários entravam na gestão da cidade de uma forma nova, tentando assumir o controle
Esse estudo e essa revelação foram norteadores de todas as minhas atividades profissionais
pós-mestrado.
Assim que obtive o título de Mestre, passei a exercer, no IPPUR, o “cargo” de Docente
Associado. As atribuições desse “cargo” são quase idênticas àquelas desenvolvidas pelo
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desenvolver atividades de pesquisa e extensão, sem nenhuma restrição;
foram na área de ensino, em 1991. Nesse ano, participei da Comissão de Seleção de Alunos
principalmente, no âmbito desse curso. Ao longo dos últimos 15 anos, participei de diversas
Comissões de Seleção de Alunos. Coordenei suas 4ª, 5ª e 14ª edições. Além das disciplinas
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Em 2004, tive a satisfação de apresentar o curso no I Seminário Nacional de Experiências
tornou possível em razão do fato de ter participado do curso Introdução ao Método ZOPP -
“desenvolvimento” dos quais participo, seja pelo IPPUR, seja pela Management de Projetos
O Projeto Morar na Vila Elza constituiu resultado de um trabalho iniciado no âmbito das
planejamento urbano.
com a assessoria de um grupo de sete alunos das referidas disciplinas, com base em
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Para a sua execução foi firmado um convênio entre a UFRJ, a Prefeitura da Cidade do Rio
Esse convênio foi cumprido no âmbito do Programa Bairrinho, criado pela Secretaria
Essa experiência foi de fundamental importância para o meu estágio profissional atual,
porque com base nela passei a acreditar na possibilidade de cooperação entre poder público,
Ao longo dos últimos 15 anos, como Docente Associada do IPPUR desenvolvi outras
Em 1993, fui convidada pela professora Rosélia Piquet para organizar com ela uma
elementos para o debate sobre o papel da empresa, enquanto instituição pública ou privada,
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Vi nesse convite a possibilidade de fazer avançar a minha reflexão – iniciada quando da
das cidades brasileiras. Segundo eles, já naquela época, tanto no Brasil como no resto do
mundo, existiam muitas empresas que pautavam sua atuação por filosofias abertas ao
interesse social, bastando uma breve pesquisa no noticiário da imprensa para se identificar
As implicações desse curso para a minha trajetória no IPPUR dizem respeito ao fato de que
Dando continuidade à minha trajetória profissional nessa instituição, cabe ainda registrar
1
DUARTE, Gleuso Damasceno e DIAS, José Martins. Responsabilidade Social: a empresa hoje. Rio de
Janeiro; São Paulo: LTC - Livros Técnicos e Científicos: Fundação Assistencial Brahma. 1986.
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Participei, junto com a professora Ana Clara Torres Ribeiro, do projeto As Abordagens da
Pobreza Urbana: Formulações e Práticas (dos anos 60 aos anos 80), desenvolvido com o
apoio financeiro do Ministério da Ação Social. Essa pesquisa visava resgatar e analisar as
projeto tinha por objetivo retomar o contato com todos os ex-alunos do instituto para
Durante o doutoramento, para além da coordenação do Projeto Morar na Vila Elza e das
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elaboração de programas de renovação do ensino e da pesquisa nessa área de
conhecimento.
implantar melhorias físico-ambientais nas favelas da cidade, integrando-as aos bairros onde
se localizam, seguindo as diretrizes gerais da Política Urbana adotada pelo Poder Público
e algumas Oficinas Planejamento. As primeiras, realizadas uma vez por ano, com o
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torno de temas considerados relevantes e de interesse para a reflexão em torno do
Também nesse período assumi uma atividade administrativa importante para a instituição,
Mas a realização das minhas expectativas e dos meus projetos profissionais e acadêmicos
Ao longo dos últimos cinco anos, as atividades que desenvolvi no IPPUR, decorrentes do
que?, realizado pela Federação das Fundações Privadas do Estado do Rio de Janeiro
O Curso de Extensão tinha como finalidade apresentar subsídios para a reflexão acerca do
negócios”.
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O Workshop tinha como propósito caminhar na direção da definição das responsabilidades
sociais específicas do governo (em seus diversos níveis), das empresas, das organizações da
saudável, ou em outros termos, na perspectiva de contribuir para que um número cada vez
Antes de passar ao relato da minha história profissional fora do Instituto, no entanto, cabe
trajetória no IPPUR.
e Uso do Solo Urbano, em suas mais novas versões denominada de Modalidades Recentes
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Nesse documento, está-se entendendo, por organizações do Terceiro Setor, instituições criadas em
decorrência de movimentos de diversas organizações públicas e privadas, internacionais e nacionais, que vêm
se desenvolvendo desde a década de 1970, mas, sobretudo, a partir da década de 1990, a fim de: incentivar a
filantropia privada e empresarial nos países ibero-americanos e no Brasil; intensificar e tornar mais eficiente o
envolvimento empresarial comunitário no país; promover e divulgar práticas de investimento social privado
para o desenvolvimento social do país; estimular a prática da cidadania participativa para implantar o modelo
de democracia trissetorial americano no país; promover o desenvolvimento humano e global sustentável
(definição de minha autoria). E, por organizações da Sociedade Civil, instituições não-governamentais,
segundo a concepção de Landim, qual seja: organizações que, em sua grande maioria, começaram a se formar
em pleno regime militar, na área da oposição política, com o apoio de agências financiadoras internacionais,
na sua grande maioria cristãs e inspiradas por ideais igualitários e democratizantes. (Landim, Leilah. Para
além do Mercado e do Estado: filantropia e cidadania no Brasil. Rio de Janeiro: ISER, 1993. Série Textos de
Pesquisa)
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Esse curso foi dado pela primeira vez no início da década de 1990. Seu objetivo consistia
Então, a primeira versão desse curso, apresentava e debatia textos que tratavam de:
associações de moradores;
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desafios para as organizações da sociedade civil na década de 1990.3
a proliferação e o destaque que passa a ser dado ao papel das organizações não-
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Os autores utilizados como referência, nessa primeira versão do curso, foram: Ana Clara Torres Ribeiro,
Pedro Jacobi, Ilse Scherer-Warren, Maria da Gloria Gohn, Celina Maria de Souza, Linda Gondim, Ana Maria
Brasileiro, Franklin Dias Coelho, Celso Daniel, Tânia Fischer, Felix Bombarolo, dentre outros.
4
As referências bibliográficas citadas são as seguintes:
HARVEY, David. Do gerenciamento ao empresariamento: a transformação da administração urbana no
capitalismo tardio. São Paulo, Espaço e Debates, n. 39, p. 48-64, 1996.
OSBORNE, David e GAEBLER, Ted. Reinventando o governo: como o espírito empreendedor está
transformando o setor público. 6ª ed. Brasília: MH Comunicação, 1995. 436 p.
MOURA, Suzana. Cidades empreendedoras, cidades democráticas e a construção de redes públicas na
gestão local. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPUR, 7, 1997, Recife. Anais... Recife: MDU/UFRE,
1997. v. 3 p. 1760-1781.
Outros autores utilizados nessa versão do curso foram: John Donahue, Alan Wolfe, Leilah Landim, Rubem
César Fernandes, Gian Maria Bernareggi, Henrique Fingermann e Maria Rita Loureiro, Elio Borgonovi e
Ricaro Cappellin.
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Para abranger tais fenômenos, o curso foi reformulado, ganhando sua segunda versão, que
tratava das estratégias acima referidas e da valorização das organizações da sociedade civil
Urbana.
infra-estrutura urbana das cidades, da qual tratava a minha tese de doutorado, não foi
incluída na disciplina, por falta de tempo para dar conta dessa realidade no âmbito da
mesma.
Na penúltima versão do curso, três temas novos foram inseridos no programa, em função
de:
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Nessa direção foram incluídos textos que tratam de:
A versão atual continua na mesma linha da anterior. Mas apresenta, ainda, uma outra
O DLIS vem sendo apresentado como uma estratégia de indução ao desenvolvimento local 6
que prevê a adoção de uma metodologia participativa, pela qual mobilizam-se recursos
desenvolvimento. (www.dlis.org.br)
5
As referências completas dos textos referidos são:
KLIKSBERG, Bernardo. Seis teses não-convencionais sobre participação. Rio de Janeiro, Revista de
Administração Pública, v. 33, n.3, p.7-37, maio/jun., 1999.
MONTEIRO, João de Paula. Cooperação: saiba o que é cooperatividade sistêmica para um novo tipo de
desenvolvimento. Brasília: Agência de Educação para o Desenvolvimento, 2003. 59 p.
6
Por “local” entende-se “qualquer recorte sócio-territorial delimitado a partir de uma característica eletiva
definidora de identidade. Pode ser uma característica físico-territorial (localidades de uma mesma micro
bacia), uma característica econômica (localidades integradas por uma determinada cadeia produtiva), uma
característica étnico-cultural (localidades indígenas ou de remanescentes de quilombos,ou de migrantes), uma
característica político-territorial (municípios de uma microrregião). (Paula, 2002: 17).
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Essa estratégia de indução ao desenvolvimento se fundamenta na hipótese de que se forem
todas as pessoas, das que estão vivas hoje e das que viverão amanhã (Paula, 2002).7
O processo de implantação da estratégia pode ser feito com base nos recursos da localidade,
âmbito estadual, regional ou nacional, que adotem localidades com essa finalidade.
DLIS tem sua origem em um processo de conversação entre instituições, várias delas com
Nordeste, PNUD, SERE etc.). Esse processo foi articulado pelo Conselho da Comunidade
chamado Comunidade Ativa (uma estratégia federal de indução ao DLIS), que tinha como
Essa estratégia hoje é aplicada pelos mais diferentes agentes, sendo difundida no País
inteiro, por diversas organizações e, particularmente, pela Rede DLIS, 8 pela Agência de
7
PAULA, Juarez de. DLIS passo a passo: como atuar na promoção do desenvolvimento local integrado e
sustentável. Brasília: Agência de Educação para o Desenvolvimento, 2002. 68 p.
8
A Rede DLIS é uma rede mista e plural, envolvendo pessoas e organizações de todos os setores, em todas as
regiões do Brasil e no exterior, que tem por objetivos: propiciar acesso a informações e serviços úteis para
pessoas/organizações envolvidas na promoção do desenvolvimento local; facilitar a interlocução e ampliar o
debate entre pessoas que trabalham com o tema; gerar maior qualificação à questão do desenvolvimento local;
fomentar uma cultura de trabalho em rede (www.rededlis.org.br).
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Educação para o Desenvolvimento (AED),9 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
E foi nesse contexto que o tema do Desenvolvimento Local se introduziu na minha carreira
profissional no IPPUR.
IPPUR fez com que eu pudesse perceber que por desenvolvimento local entende-se
integrado e sustentável, humano e social sustentável etc.); que por local, entende-se tanto
característica eletiva de identidade; que em função desses fatos estão sendo propostas
teóricas e ideológicas.
achei que deveria trabalhar no sentido de contribuir para o esclarecimento e a precisão tanto
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Com este intuito, venho realizando estudo sobre o tema desde o ano passado, o qual
nessa direção.
urbanos; competição entre cidades para sua inserção nos espaços econômicos
globais; atitudes dos governos locais no sentido de tal inserção, por meio da
protagonismo.
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4. As críticas se referem principalmente às abordagens do desenvolvimento local
Castells, Jordi Borja, Alain Lipietz, Edmon Preteceille, Erik Swyngedouw, Antonio
Amaral Filho, Paulo Haddad, Augusto de Franco, Tânia Fischer, Suzana Moura,
Caio Márcio Silveira, Giuseppe Cocco, Carlos Vainer, Tânia Moreira Braga, Dante
Pinheiro Martinelli.
Ao final desse estudo, pretendo organizar disciplinas sobre o tema Desenvolvimento Local,
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4 A Estrada do Gerenciamento de Projetos Sociais e de
Desenvolvimento
Para que se possa entender como se deu esse encontro, e uma vez que já tratei da estrada do
Planejamento Urbano e Regional, passo a expor, a partir de agora, não só a minha trajetória
desenvolvimento, participativos, que considerei muito úteis para projetos sociais e urbanos.
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Ainda objetivando tal capacitação, fiz um trabalho de co-moderação na Oficina de
Ponte, promovida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de
Goiás (Semar-GO) e pela Sociedade Alemã para a Cooperação Técnica (GTZ), em 1996.
Uma vez capacitada na aplicação do método, passei a ministrar cursos sobre o mesmo e a
Entre 1995 e 1997, para além da disciplina Introdução ao Método ZOPP, que ministrei no
Brasil-Alemanha (1997).
Em 1998/1999, não realizei nenhum trabalho nessa área, em virtude de estar totalmente
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conhecimentos e experiências adquiridos ao longo de toda a minha vida acadêmica e,
permanecer por um período longo, porque não apenas traz diversos benefícios para as
empresas, como também é necessária para que o seu projeto de organização política da
eqüidade fiscal; por uma economia que garanta competitividade, estimule investimentos e,
melhoria do padrão de vida; e por uma forte ação de cidadania participativa, isto é, de
pessoas e entidades que, sem buscar poder político ou resultados monetários, exerçam
sociedade civil, a comunidade que julgam adequada à sua visão do bem comum11.
Por outro lado, também havia constatado que essa participação vem ocorrendo, em grande
parte: sem nenhum compromisso com a melhoria das condições de vida dos beneficiários
de seus projetos e, muito menos, com o propósito de contribuir para assegurar a todos os
11
Seminário Internacional Cidadania Participativa : responsabililidade social e cultural num Brasil
democrático. Rio de Janeiro: Texto e Arte, 1995.
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indivíduos que compõem a sociedade condições de existência reconhecidas socialmente
como dignas; e sem um método de gerenciamento de projetos que permita avaliar o alcance
objetivos e impactos sociais esperados, em um tempo que pode ser aceito por empresários,
decidi tentar transmiti-lo para empresas e organizações do Terceiro Setor, acreditando que,
assim, poderia contribuir para transformar a sociedade, não apenas beneficiando grupos em
Como no IPPUR não havia espaço para o desenvolvimento desse tipo de trabalho, passei a
Por meio da empresa, dei vários cursos sobre Gerenciamento de Projetos Sociais,
para empresas públicas e privadas, para organizações do Terceiro Setor, da sociedade civil e
do Governo. Entrei no “mercado” e, por conta disso, fui convidada para integrar o Corpo
da UFRJ, onde permaneço há quase três anos, dando aulas na disciplina Elaboração e
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4.3 Elaboração e Análise de Projetos Sociais Comunitários e Gestão de Conflitos
no IE
A experiência no MBE tem sido muito rica. Além de permitir que eu pratique a minha
que me fazem imergir e interferir no mundo real, nele colhendo subsídios para a minha
atividade acadêmica.
Essa atuação profissional no MBE, por exemplo, foi responsável pela minha contratação
pelo Núcleo de Articulação do Projeto Cidade de Deus, para conduzir, moderar e relatar o
Em novembro de 2003, fui convidada por uma ex-aluna do MBE a participar de uma
Projeto Cidade de Deus, a ser realizada pelo Núcleo de Articulação do Projeto, composto
Rio de Janeiro (Fecomércio), pela Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e
12
O Comitê Comunitário da Cidade de Deus é uma rede de instituições e moradores da localidade, nascida da
necessidade e sentimento comum de construir um projeto de desenvolvimento local que pressupõe
cooperação, autonomia, protagonismo, coordenação das ações, compartilhamento de valores, objetivos,
responsabilidades, possibilidades e poder.
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Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), pela empresa Linhas Amarelas S.A. (Lamsa) e pelo
tempo que teria de despender para realizar esse trabalho e, com base nisso, estabelecer a
Eles não tinham os documentos naquele momento e ficaram de enviá-los para mim.
consistentes para serem sistematizadas e, muito menos, para orientar o relato do processo.
Para tanto, seria necessário realizar uma pesquisa, relativamente ampla e custosa, pela qual
junto com a população, o Programa Cidade de Deus - um programa que articulasse projetos
localidade.
29
Definir o objetivo do Programa, ou seja, a melhoria, mudança ou o impacto
seriam captados.
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3. Criação, desenvolvimento e implantação de um sistema para o gerenciamento do
Programa.
Essa proposta foi negociada com os representantes das organizações empresariais, com
seriam definidas as ações e/ou atividades principais a serem realizadas para a promoção da
melhoria da qualidade da vida das pessoas que residem na localidade, nos próximos cinco
anos.
Traçar a estratégia para alcançar tais condições, com base na análise das
Deus.
31
2. Redação do esboço do “Plano Estratégico”, para fins de apresentação e apreciação
A proposta foi realizada como planejado, mas o nome do Plano foi mudado, passando a ser
que exponho a seguir. Esta exposição será feita por ser de interesse para a compreensão da
de elaboração do “Plano Estratégico” da Cidade de Deus foram feitas por mim. O nome de
“Plano Estratégico”, dado ao plano que se propunha elaborar, no entanto, não foi de minha
elaboração do plano proposta e, muito menos, à ideologia à qual tal expressão remete.
Expliquei então ao grupo que o plano que havíamos elaborado não seguia nem a
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políticas, estratégias e métodos diferentes dos que tinham orientado a nossa experiência.
Que essas denominações dificultariam a compreensão do plano. E que, por isso, eu insistia
Cidade de Deus”. Feliz com a solução proposta, a repassei ao grupo, que a aprovou sem
nenhum problema.
fundamental que todos nós, que atuamos direta ou indiretamente na resolução de problemas
conseqüências diferenciadas.
13
Martinelli, Dante.Desenvolvimento local e o papel das pequenas e médias empresas. Barueri, SP: Manole,
2004.
33
“Para o IFDEC, a abordagem associada ao desenvolvimento local é caracterizada pela
setor privado, público ou social, trabalham para valorizar os recursos humanos, técnicos e
(Martinelli, 2005:46)
ligados aos econômicos (ainda que essa característica também esteja associada à
busca de autonomia, entre outros. Trata-se de “um preconceito positivo sobre as formas
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de instituições exteriores que influenciam a gestão dos recursos locais” (Martinelli, 2005:
46).
Desenvolvimento Local.
Extensão
Com base nessa experiência, para além de organizar disciplinas sobre Desenvolvimento
de baixa renda considerada em desvantagem por não contar com todas as condições
14
NEUMANN, Lygia Tramujas Vasconcelos e NEUMANN, Rogério Arns. Repensando o investimento social: a
importância do protagonismo comunitário. São Paulo: Global; IDIS – Instituto para o Desenvolvimento
Social, 2004. (Coleção Investimento Social).
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métodos e técnicas de gerenciamento que vêm sendo adotadas na promoção do
7 A Produção Intelectual
O relato da minha trajetória sugere que minha produção intelectual ao longo desses 20 anos
está ligada aos temas das pesquisas das quais participei, aos temas da minha dissertação de
projetos sociais.
De fato, isso ocorreu. Mas cabe destacar que os trabalhos que tiveram maior alcance e/ou
de o objeto da minha pesquisa para fins de doutoramento tratar de fenômeno novo e ainda
pouco abordado tanto pela academia quanto pela sociedade em geral, qual seja: a
urbana das cidades brasileiras, por meio de parcerias com as administrações públicas
Por essa razão, gostaria de fazer uma breve apresentação de alguns desses trabalhos.
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Relatório Planejamento dos Projetos do Programa Favela-Bairro (1ª etapa) - Avaliação
do Programa Favela-Bairro, realizada com base nas análise das normas e instruções que o
Programa Favela-Bairro;15
de 90?
15
O grifo na palavra versão é para chamar a atenção para o fato de que o relato do processo de planejamento
foi elaborado sem levar em consideração os posicionamentos de autoridades e técnicos da Prefeitura
Municipal e da população residente das favelas em relação ao mesmo, porque identificar tais
posicionamentos constituía objetivo de projetos de avaliação do programa coordenados, respectivamente,
pela socióloga Maria Laís Pereira da Silva, do Ibam, e pela antropóloga Gisélia Potengy, do IAC.
37
Encontro, ainda em 1993, e, em uma segunda versão, na Série Estudos e Debates do
IPPUR, em 1995.
38
ação comum informal, para realizar seus objetivos; reinserindo os indivíduos em
39
Por que as empresas privadas investem em projetos sociais e urbanos no Rio de Janeiro?
Trata-se da publicação da minha tese de doutorado em forma de livro, em 2001, fato que
facilitou em muito sua circulação e foi muito importante para a minha inserção na área de
40
As empresas privadas na resolução de problemas da cidade do Rio de Janeiro:
Esse artigo constitui o melhor resumo que fiz da minha tese de doutorado e foi apresentado
Social e pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), em 2002, que
apresenta:
no Brasil Atual, qual seja: Projetos de Responsabilidade Social são aqueles que
contribuem para que indivíduos ou grupos sociais que hoje não têm possibilidade
uma tipologia de projetos que podem, de fato, contribuir para a realização desse
41
desenvolvimento da resiliência de/em grupos estigmatizados pela sociedade; para a
públicas.
brasileiras?
reflexões que venho realizando, desde a elaboração da minha tese de doutorado, sobre as
42
de serviços de infra-estrutura urbana, para a melhoria das condições de vida das pessoas
que nelas residem e, particularmente, para a melhoria das condições de vida das pessoas
público-privado é cada vez mais importante para a inserção competitiva das cidades
nos espaços econômicos globais e para a vida cotidiana de seus cidadãos -, quais
Desenvolvimento (AED).
16
Esses relatos encontram-se na publicação nº. 1 do Fórum Nacional de Participação Popular nas
Administrações Públicas, intitulada Poder Local, Participação Popular, Construção da Cidadania, de 1995.
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O Plano para o Desenvolvimento Comunitário em Cidade de Deus: elaboração,
implementação, desafios
Projetos no Terceiro Setor, promovido pelo Project Management Institut do Rio de Janeiro,
junto com uma representante do Comitê Comunitário da Cidade de Deus, que apresenta a
indicadores de sucesso, com base na definição do que se considera exitoso nesse contexto.
pretendo, nos próximos dois anos, publicar um livro sobre os meus 10 anos na
8. Observações Finais
É com um sentimento de satisfação que chego ao final desse memorial. Penso que consegui
transmitir o que considero ser o mais relevante na minha trajetória profissional: as escolhas
conscientes dos caminhos que percorri e suas conseqüências. Escolhas essas que, em alguns
A única experiência relevante para a minha vida profissional não destacada nesse
documento foi a minha passagem pela graduação, talvez por ela ter ocorrido em uma área
área de Comunicação; talvez pelo fato de rejeitar completamente a instituição na qual ela
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ocorreu – uma empresa privada que via a educação como mercadoria, o aluno como cliente
Encerrando esse relato, gostaria de dizer que, no momento, me sinto colhendo os frutos que
plantei, concorrendo à vaga de Professor Adjunto desse concurso; e com a energia de 150
Comunitário em Cidade de Deus, feito por mim e pela pessoa mais corajosa que já conheci
- Cleonice Dias.
Gostaria de dizer, ainda, que espero que a aprovação nesse concurso, caso ela venha a
pretendo me dedicar nos próximos 10 anos e das quais venho sentido muita falta
ultimamente.
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