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SARAIVA BUENO

ADVOCACIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 2° JUIZADO


ESPECIAL CIVIL DA COMARCA DE IMPERATRIZ/MA

LUCAS PEREIRA LIMA, já qualificado nos autos, vem, através de


seu procurador infra assinado, perante Vossa Excelência, apresentar

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO
em AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

em face de:
VIVO S/A, inscrita no CNPJ: 02.449.992/0211-61, com sede à Av
Getulio Vargas, 1462 Imperatriz - MA 65901-550, de acordo com as razões
fáticas e jurídicas a seguir expostas.

I – SINTESE DOS FATOS

A Requerente contratou os serviços da Requerida para fazer uso do


plano de telefonia móvel, com internet e ligações para fixo e móvel A
contraprestação pelos serviços seria no valor de R$ 29,90 por mês.
Contudo, a alteração dos planos ocorria mensalmente, chegando a
pagar o montante de R$ 44,90 (quarenta e quatro reais e noventa centavos)
em uma das suas faturas.
Atualmente as cobranças são acompanhadas de novos encargos
indevidos, como o COMBO DIGITAL VIVO GOREAD, um serviço de revista
digital embutido no plano controle, com o valor de RS 12,00 (doze reais)
mensal.
Esses, os fatos.
SARAIVA BUENO
ADVOCACIA

II – DANO MORAL (TJ-MA e 1º JEC de Imperatriz-MA)

Cumpre destacar que o Egrégio Tribunal de Justiça do Maranhão já


tem pacificado que a migração de linha telefônica para plano menos
vantajoso ao cliente sem seu requerimento caracteriza-se má prestação de
serviço, principalmente quando há relutância da empresa em restabelecer o
estado quo ante, incidindo na hipótese, a disposição do artigo 14, do código
que se destina a amparar e defender o consumidor.
Sobre a fixação do quantum indenizatório, o montante devido é
fixado na quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), senão vejamos

PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. OBRIGAÇÃO FAZER


C/C DANOS MATERIAIS E MORAIS. MIGRAÇÃO DE NÚMERO
MÓVEL PARA PLANO MENOS VANTAJOSO SEM AUTORIZAÇÃO
DO CLIENTE. DELONGA NO RESTABELECIMENTO DA LINHA AO
PLANO ANTERIOR. OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR OS DANOS
MORAIS. VALOR RAZOÁVEL DE R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS).
MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO ANTECIPATÓRIA
LIMITADA A R$ 1.000,00 (MIL REAIS) POR MÊS DURANTE 05
(CINCO) MESES, TOTALIZANDO R$ 5.000,00 (CINCO MIL
REAIS). HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA ARBITRADOS
ADEQUADAMENTE EM 15% (QUINZE POR CENTO) SOBRE O
VALOR DA CONDENAÇÃO. RECURSOS CONHECIDOS E
IMPROVIDOS. I - A migração de linha telefônica para plano menos
vantajoso ao cliente sem seu requerimento caracteriza-se má
prestação de serviço, principalmente quando há relutância da
empresa em restabelecer o estado quo ante, incidindo na hipótese,
a disposição do artigo 14, do código que se destina a amparar e
defender o consumidor. II -Quando o valor determinado a título de
condenação por danos morais mostra-se adequado, obedecendo
aos ditames da razoabilidade e proporcionalidade, é imperiosa sua
manutenção. III - Diante da falta de dado acerca do cumprimento da
decisão antecipatória, bem como ante a mais completa displicência
da empresa prestadora de serviços de telefonia em normalizar os
serviços, conforme determinado em decisão de antecipação de
tutela, e por fim, considerando a inversão do ônus da prova
aplicável à espécie que se trata de relação de consumo, é imperioso
o reconhecimento da obrigação da empresa de telefonia em arcar
com a multa resultante do atraso do cumprimento da decisão. IV -
Nos termos do art. 20, do CPC, a fixação da verba honorária em
15% sobre a condenação se mostra condizente com as
peculiaridades da lide. V - Apelos conhecidos e improvidos.
(TJ-MA - APL: 0134542012 MA 0006165-95.2009.8.10.0001,
Relator: NELMA CELESTE SOUZA SILVA SARNEY COSTA, Data
de Julgamento: 26/03/2013, SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 11/04/2013)
SARAIVA BUENO
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Nesse mesmo sentido, o douto juízo do 1º Juizado Especial Civel de


Imperatriz/MA assume em seu entendimento a necessidade da aplicação dos
danos morais tendo em vista que o consumidor tem direito a informação clara
e precisa sobre produtos e serviços que deseja contratar, senão vejamos:
(decisão paradigma em anexo).

Do dano moral
Para a fixação da indenização por danos morais, em homenagem às
sugestões doutrinárias e jurisprudenciais, considero razoável a
fixação de forma moderada e proporcional ao nível socioeconômico
das partes e bem assim ao porte econômico da parte responsável
pela obrigação de indenizar, tudo orientado por critérios de
razoabilidade, da experiência e do bom senso, sem desconsiderar a
realidade da convivência em sociedade e as especificidades de cada
caso. Esses aspectos devem ser considerados sem perder de vista,
entretanto, que a condenação dessa natureza não deve produzir
enriquecimento sem causa.
Desse modo, ante a inexistência de critérios legais com indicadores
numéricos para a fixação do dano moral e de elementos
comprobatórios da extensão do dano, facultado é ao julgador,
invocando princípios insculpidos na Lei de Introdução ao Código Civil,
por analogia, estabelecer a quantia da indenização.
No caso em análise, tenho por razoável a fixação de indenização na
proporção de R$ 2.000,00 certo de ter atendido aos aspectos de
constituir-se em compensação à parte lesada e adequado
desestímulo à parte responsável pela ofensa.
Da restituição de valores
Entendo que a promovida não justificou a cobrança em excesso
para o plano ofertado. Nesse caso, uma vez demonstrado o
pagamento cobrado indevidamente faz jus a sua restituição em dobro
a luz do paragrafo único do artigo 42 do CDC.
DISPOSITIVO
ANTE O EXPOSTO, com fundamento nos artigos 6º, inciso VI, e 14,
do Código de Defesa do Consumidor, acolho os pedidos e condeno
a promovida a pagar a promovente o valor de R$ 2.000,00 a título de
danos morais, corrigidos monetariamente pelo índice INPC/IBGE e
acrescidos de juros legais na proporção de 1% (um por cento) ao
mês, a partir da prolação da sentença, bem como a restituir o valor de
R$ 331,64, a título de repetição do indébito, corrigido monetariamente
pelo índice INPC/IBGE e acrescido de juros legais na proporção de
1% (um por cento) ao mês, a partir da citação.
Julgados os pedidos, com amparo na letra do artigo 487, I, do Código
de Processo Civil, resolvo o mérito da lide.
Advirta-se a parte sucumbente de que o valor da condenação sofrerá
acréscimo de 10% (dez por cento) caso não efetue o pagamento nos
15 (quinze) dias subsequentes ao trânsito em julgado dessa
sentença, consoante o disposto no artigo 520 §1º NCPC.

Vale ressaltar que a indenização pelos danos morais sofridos são de


extrema importância, pois além de servir para compensar a parte autora dos
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transtornos causados pela parte Ré, apresenta sem dúvida, um aspecto


pedagógico, pois serve de advertência para que o causador do dano e seus
congêneres venham a se abster de praticar os atos geradores desse dano.
ASSIM, CASO SEJA APLICADA A SIMPLES REPETIÇÃO DOS
VALORES PAGOS INDEVIDAMENTE A REQUERIDA PERMANECERÁ EM
SUA CONDUTA ARDIL ENRIQUECENDO-SE ILICITAMENTE À CUSTA DA
SOCIEDADE, razão porque os danos morais devem ser aplicados na sua
condição pedagógica.

III – DOS PEDIDOS

Por tudo alegado e provado, e por tudo que ainda se possa provar,
conforme Vossa Excelência ordenar, a autor REQUER se digne Vossa
Excelência em:

a) Seja acompanhado o entendimento aplicado pelo Egrégio


Tribunal de Justiça do Maranhão, bem assim pelo douto juízo do
1º JEC de Imperatriz/MA, para que haja coerência de
entendimentos nos processos em trâmite nessa comarca.

Por fim, reiteram-se os termos expostos na inicial.


Respeitosamente, pede deferimento.
Imperatriz/Ma, 06 de Junho de 2018.

GUSTAVO SARAIVA BUENO


OAB n° 16.270

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