Você está na página 1de 28

OBTENÇÃO E RECEBIMENTO

ADMINISTRAÇÃO – 2014.1
TURMA MH

GRUPO 6

Andrey Damasceno
Gregório Marques
Márcio Capone
Nathalia Feitosa
Ruannytha Ribeiro
Sérgio Clodoaldo
GRUPO 6

EQUIPE:
Andrey Damasceno
Gregório Marques
Márcio Capone
Nathalia Feitosa
Ruannytha Ribeiro
Sérgio Clodoaldo

DOCENTE: Jurany Travassos

OBTENÇÃO E RECEBIMENTO
NOÇÕES BÁSICAS DE GERENCIAMENTO DE COMPRAS E
ALMOXARIFADO

2
SUMÁRIO

1 Introdução 04
2 Administração de Materiais 05
2.1 Conceito
2.2 Evolução
2.3 Objetivos gerais
2.4 Funções na Administração de Materiais
3 Recursos Materiais 08
3.1 Tipos de Classificação
4 Gestão de Compras 09
4.1 Atividades na Função de Compras
4.1.1 Atividades Primárias
4.1.2 Atividades de Apoio
4.2 Solicitação de Compras
4.3 Ordem de Compra
5 Recebimento 15
5.1 Devolução de Materiais
5.2 Material de Trânsito Direto
5.3 Conferencia Quantitativa
5.4 Competências do setor de controle de materiais
5.5 Sistemas de Estocagem
5.5.1 Sistemas de Localização de Estoques
5.5.2 Dimensionamento de Espaços
6 Cuidados ao Comprar 22
6.1 Inversão da Posição Comercial
6.2 Cuidados ao rejeitar uma Proposta
6.3 Classes de prazo e entregas
7 Cuidados ao Receber 24
7.1 Prazos de Entrega
7.2 Controle Quantitativo
8 Custos 25
9 Conclusão 27
10 Bibliografia 28

3
1. INTRODUÇÃO

A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister


(subordinação ou obediência). Em uma análise mais apressada, pode-se entender a
administração como a ciência que busca a obtenção de método e organização em
determinada situação. Pode-se entendê-la, também, como a ciência que estuda os
empreendimentos humanos com o objetivo de alcançar um resultado eficaz e retorno
financeiro de forma sustentável e com responsabilidade social.
A administração é praticada desde que existem os primeiros agrupamentos humanos.
A moderna teoria geral da administração, que se estuda hoje, é formada por conceitos que
surgiram e vêm-se aprimorando há muito tempo, desde que os administradores do passado
enfrentaram problemas práticos e precisaram de técnicas para resolvê-los.
Já no século XXI, a administração e as organizações estão sofrendo grandes
transformações. As empresas privadas, em particular, operam dentro de um contexto
extremamente competitivo e precisam aprimorar continuamente sua eficiência: fazer mais,
com menor quantidade de recursos, no menor tempo.
Dentro desse contexto, os conceitos de suprimento de materiais no ambiente de
determinada organização constituem-se em algo fundamental para assegurar a
disponibilidade necessária, bem como qualidade e preço. Este conceito originou-se na
função de compras de empresas que compreenderam a importância de integrar o fluxo de
materiais e suas funções de suporte, tanto através do negócio, como através do
fornecimento aos clientes imediatos. Isto inclui a função de compras, de acompanhamento,
gestão de estoques, gestão de armazenagem, planejamento e controle da produção e gestão
da distribuição física.
Esse é o assunto de que trata o tema “Obtenção e Recebimento”. Nas seções
subsequentes, tal conteúdo será abordado em seus aspectos mais relevantes, considerando
conceitos, objetivos, classificações, entre outros.

4
2. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

2.1. CONCEITO

O conceito de se ter um departamento responsável pelo fluxo de materiais a partir do


fornecedor, passando pela produção até o consumidor, é relativamente novo. Embora
muitas empresas tenham adotado esse tipo de organização, há ainda diversas que não o
fizeram. Se as empresas desejam minimizar seus custos totais nessa área e prover melhor
nível de serviços ao cliente, devem agir desse modo.
O nome geralmente dado a essa função é administração de materiais. Outros nomes
incluem planejamento e controle da distribuição e administração da logística.
Administração de materiais é uma função coordenadora responsável pelo
planejamento e controle do fluxo de materiais. Ela pode fazer muito para melhorar os lucros
de uma empresa.

2.2. EVOLUÇÃO

A evolução da administração de materiais processou-se em várias fases, por exemplo:

 Atividade exercida diretamente pelo proprietário da empresa, uma vez que comprar
era a essência do negócio;
 Atividades de compras como apoio às atividades produtivas e, portanto, integradas à
área de produção;
 Coordenação dos serviços envolvendo materiais, começando com o planejamento das
matérias-primas e a entrega de produtos acabados, em uma organização
independente da área produtiva;
 Agregação à área de logística das atividades de suporte à área de marketing;
 Modelo atual da área de logística da qual faz parte a administração de materiais.

Estas etapas podem ser compreendidas através do quadro a seguir:

Quadro 1 - Evolução da administração de materiais


5
PERCEPÇÃO SITUAÇÃO PROCESSO DE ESTÁGIO SITUAÇÃO
EMPRESARIAL INICIAL EVOLUÇÃO AVANÇADO ATUAL

Executivo Executivo que


Funcionário a
O administrador Pessoa de conhecedor do administra 60%
serviço da
de materiais recados mercado de dos custos e das
produção
abastecimento despesas
Conhecedor de Executivo com
Perfil do Pessoa bem Burocrata administração preparo técnico,
profissional considerada eficiente comercial e de econômico e
mercados legal

Progresso do Sem Planejamento do


Comprador Diretor executivo
profissional possibilidades negócio

Evita faltas e Concentração em


Atividades da
desmobiliza Planejamento uma visão de
administração Faz despesas
estoques estratégico melhoria dos
de materiais
excedentes resultados
Fonte: Francischini, P. G. & Gurgel, F. A. Administração de Materiais e do Patrimônio. São Paulo: Pioneira,
2002. Página 4.

A evolução da administração de materiais até chegar à fase atual pode ser melhor
compreendida quando se considera o fato de que, para haver o progresso da atividade
produtiva, se fez necessário o suporte dos recursos de materiais.

Quadro 2 - Evolução da atividade produtiva


Período 1750-1800 1800-1850 1850-1900 1900-1950 1950-2000
Máquina a Locomotivas, Lâmpadas, Náilon, Microeletrônica,
Inovações vapor e telégrafo, telefone, radar, raio laser, fibra
tear fotografia. motor a eletrônica, óptica,

6
mecânico explosão, rádio e TV. biotecnologia.
adubo
químico.
Fonte: Francischini, P. G. & Gurgel, F. A. Administração de materiais e do patrimônio. São Paulo: Pioneira,
2002. Página 4.

2.3. OBJETIVOS GERAIS

 Investir em pesquisas de novos materiais, novas técnicas administrativas, novos


equipamentos e novos fornecedores;
 Minimizar o investimento em estoques;
 Prever necessidades e disponibilidades de materiais, assim como as condições de
mercado;
 Manter contato permanente com fornecedores, tanto atuais como em potencial,
verificando preços, qualidade e outros fatores que tenham influência no material e nas
condições de fornecimento;
 Padronizar materiais, embalagens e fornecedores;
 Controlar disponibilidades de materiais e situação dos pedidos, tanto em relação a
fornecedores como em relação à produção da empresa;
 Obter segurança de fornecimento;
 Obter preços mínimos de compra.

2.4. FUNÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

A administração de materiais é uma função administrativa semelhante a outras


funções de administração de recursos tais como a Financeira, a de Recursos Humanos etc.
É composta, basicamente, das atividades de COMPRAS, ESTOCAGEM e
MOVIMENTAÇÃO, interligadas pela atividade de PLANEJAMENTO E CONTROLE.

7
3. RECURSOS MATERIAIS

Define-se como recursos materiais todos componentes que uma empresa necessita
em suas operações do dia-a-dia, na elaboração do seu produto final ou na consecução do
objeto social. Como tais são adquiridos regularmente, constituindo os estoques desta. Eles
podem ser classificados em materiais auxiliares, matéria-prima, produtos em processo e
produtos acabados.

3.1. TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO


 Natureza: características físico-químicas;
 Função: o que o material faz;
 Aplicação por equipamento;
 Aplicação por setor genérico;
 Aplicação por setor específico;
 Aplicação por projeto;
 Criticidade: grau de imprescindibilidade;
 Origem: onde é obtido;
 Fiscal: para fins de tributação;
 Valor de utilização: curva ABC;
 Valor de estoque: método ABC;
 Dificuldade de aquisição;
 Freqüência de demanda;
 Dificuldade de armazenagem;
 Periculosidade;
 Recuperação;
 Perecimento;
 Linha de produtos de fornecedores;
 Métodos de ressuprimento;
 Quem compra;
 Estoque/não de estoque;
 Previsão;
8
4. GESTÃO DE COMPRAS

A função de compras assume papel verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje,


deixando para trás a visão de ser uma atividade burocrática e repetitiva, além de um centro
de despesas. O valor total gasto nas compras de insumos para a produção varia de 50 a 80%
do total das receitas brutas, ou seja, um pequeno ganho na produtividade da função
exercerá grande diferença nos lucros. Assim, torna-se muito importante o conhecimento e
atualização das pessoas que trabalham nesta área, que pode ser chamada de vários nomes
como: suprimentos, compras ou aquisições.
No sistema tradicional havia uma função de compras, isto é, uma negociação baseada
em preço, prazo e qualidade. Esta burocracia seguia um procedimento que datava do início
do século, integrando apenas o uso mais recente de computadores. Os pedidos internos
eram gerados por meio do MRP (Material Requirement Planning), iniciava-se uma série de
cotações a partir de um cadastro de fornecedores. O critério preço-prazo-qualidade era
usado para escolher um deles. Ai então se emitia um pedido de compra que alimentava o
MRP com as datas e quantidades previstas para entrega, alertava-se o controle de qualidade
para inspecionar o recebimento, preparava-se uma previsão de necessidades de fundos e a
tesouraria incluía esta previsão no fluxo de caixa. Caso o produto fosse aprovado na sua
chegada era encaminhado ao almoxarifado, caso reprovado, emitia-se um formulário de
devolução para a emissão da nota fiscal e logo em seguida o despacho.

4.1 ATIVIDADES NA FUNÇÃO DE COMPRAS

4.1.1. ATIVIDADES PRIMÁRIAS

São de importância fundamental para a obtenção dos objetivos logísticos de custo e


nível de serviço que o mercado deseja. Tais atividades são consideradas primárias porque
contribuem com a maior parcela do custo total da administração de materiais ou são
essenciais para a coordenação e para o cumprimento da tarefa logística. São as seguintes:

9
Manutenção de estoques
É a atividade para atingir-se um grau razoável de disponibilidade de produto em face
de sua demanda, e é necessário manter estoques, que agem como amortecedores entre a
oferta e a demanda. A grande preocupação da administração de estoques envolve manter
seus níveis os mais baixos possíveis, e ao mesmo tempo prover a disponibilidade desejada
pelos clientes.

Transporte
É uma das atividades logísticas mais importantes, simplesmente porque ela absorve,
em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É essencial, porque nenhuma
organização na atualidade pode funcionar sem providenciar a movimentação de suas
matérias-primas ou de seus produtos acabados para serem levados, de alguma forma, até ao
consumidor final. Ele refere-se aos vários modelos disponíveis para se movimentar matéria-
prima, materiais produtos e serviços, e os modais utilizados são: rodoviário, ferroviário,
hidroviário, dutoviário e o aeroviário.

Processamento de pedidos
Sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos do tempo
necessário para levar bens e serviços aos clientes, em relação, principalmente, à perfeita
administração dos recursos logísticos disponíveis. Ela dá partida ao processo de
movimentação de materiais e produtos bem como a entrega desses serviços.

4.1.2. ATIVIDADES DE APOIO

São adicionais, as quais dão suporte ao desempenho das atividades primárias, para
que possamos ter sucesso na administração organizacional, que é manter e criar clientes
com pleno atendimento do mercado e satisfação total do acionista em receber seu lucro.
São as seguintes:

Armazenagem
10
É o processo que envolve a administração dos espaços necessários para manter os
materiais estocados, que podem ser internamente, na fábrica, como em locais externos,
mais próximos dos clientes. Essa ação envolve fatores como localização, dimensionamento
da área, arranjo físico, equipamentos de movimentação, recuperação do estoque, projeto de
docas (plataformas) ou baías de atracação, necessidades de recursos financeiros e humanos.

Manuseio de materiais
Está associado com a armazenagem e também à manutenção dos estoques. Essa
atividade envolve a movimentação de materiais no local de estocagem, que pode ser tanto
estoques de matéria-prima como de produtos acabados. Pode ser a transferência de
materiais do estoque para o processo produtivo ou deste para o estoque de produtos
acabados. Pode ser também a transferência de um depósito para outro.

Embalagem
Dentro da logística tem como objetivo movimentar produtos com toda a proteção sem
danificá-los além do economicamente razoável. Um bom projeto de embalagem do produto
auxilia a garantia perfeita e econômica movimentação sem desperdícios. Além disso,
dimensões adequadas de empacotamento encorajam manuseio e armazenagem eficientes.

Suprimentos
É a atividade que proporciona ao produto ficar disponível, no momento exato, para ser
utilizado pelo sistema logístico. É o procedimento de avaliação e da seleção das fontes de
fornecimento, da definição das quantidades a serem adquiridas, da programação das
compras e da forma pela qual o produto é comprado.

Planejamento
Refere-se primariamente às quantidades agregadas que devem ser produzidas bem
como quando, onde e por quem devem ser fabricadas. É a base que servirá de informação à
programação detalhada da produção dentro da fábrica. É o evento que permitirá o
cumprimento dos prazos exigidos pelo mercado.

11
Sistema de informação
São as informações necessárias de custo, procedimentos e desempenho essenciais
para o correto planejamento e controle logístico. Por conseguinte, uma base de dados bem
estruturados, com informações relevantes sobre os clientes, sobre os volumes de vendas,
sobre os padrões de entregas e sobre os níveis dos estoques e das disponibilidades físicas e
financeiras que servirão com base de apoio a uma administração eficaz das atividades
primárias e de apoio ao sistema logístico.

4.2. SOLICITAÇÃO DE COMPRAS

Através da solicitação de compras, qualquer unidade organizacional ou colaborador


manifesta sua necessidade de comprar um item para uso em benefício da empresa. A
solicitação é enviada à área de compras que providenciará, seguindo procedimentos
estabelecidos, a compra do material. A figura 1 mostra um modelo típico de solicitação de
compras.

Figura 1 – Modelo Típico de Solicitação de Compras

Sistema Just-in-Time

12
O sistema just-in-time é um método de produção com o objetivo de disponibilizar os
materiais requeridos pela manufatura apenas quando forem necessários para que o custo de
estoque seja menor.
O JIT, que é baseado na qualidade e flexibilidade do processo de compras, também
pode disparar o processo de compras.
Sistema de Reposição Periódica
Para determinarmos itens de estoque, recomenda-se a utilização do sistema
denominado reposição periódica ou intervalo padrão. No sistema de reposição periódica,
depois de decorrido um intervalo de tempo preestabelecido, um novo pedido de compra
para certo item de estoque é emitido. Para determinar o quanto deve ser comprado no dia
da emissão do pedido, verifica-se a quantidade ainda disponível em estoque, comprando-se
o que falta para atingir um estoque máximo, também determinado anteriormente.

Sistema do Ponto de Pedido


O sistema do ponto de pedido ou lote padrão é o mais popular método utilizado nas
fábricas e consiste em disparar o processo de compra quando o estoque atinge um nível
previamente determinado. O ponto de pedido é calculado em função do consumo médio e
do prazo de atendimento.

Caixeiro-Viajante
O sistema de caixeiro-viajante consiste em um vendedor visitar os clientes e verificar in
loco se está faltando mercadoria no estoque para que ele, em comum acordo com o cliente,
tire o pedido. O sinal da demanda, no caso, a falta de mercadoria, é identificada pelo
caixeiro-viajante. Com a inovação dos sistemas de comunicações, a internet principalmente,
este sistema está desaparecendo.

Contratos de Fornecimento
Nos contratos de fornecimento o processo de compra é iniciado em função de uma
necessidade de produção. Assim, quando o material se faz necessário, o próprio sistema de
computador emite e envia uma ordem de compra.

13
Softwares de Planejamento e Controle
Quase todas as empresas, a partir de certo porte, já dispõem de softwares para o
acompanhamento do processo de compras. Em muitos deles o pedido de compra é emitido
pelo próprio computador, que esteja usando, para um dado item em estoque, o método do
lote padrão ou do intervalo padrão.

O acompanhamento é feito por um gráfico Gantt ou cronograma, para pedidos


maiores e mais complexos. O status do pedido pode ser acompanhado por meio da
verificação das fases pelas quais o processo passa.

4.3. ORDEM DE COMPRA

A ordem de compra é um importante documento que permitirá uma amarração geral


dos serviços de compras. Alguns pontos principais que deverão ser considerados nesta
atividade:
 1ª via – fornecedor: via em branco, dirigida ao fornecedor.
 2ª via – seção de compras: cópia da seção de compras, que é arquivada por ordem de
emissão. Tal via fará a função de protocolo e registrará as entradas no almoxarifado e
considerações sobre os controles quantitativo e qualitativo.
 3ª via – almoxarifado: nesta via podem-se omitir os preços e condições comerciais e
incluir um espaço maior para registros de quantidade e qualidade dos materiais.
 4ª via – contas a pagar: é muito importante a comunicação entre o setor de compras e
contas a pagar e contabilidade. Esta via permitirá a inclusão no fluxo de caixa.
 5ª via – controle qualitativo: através dessa via é solicitada inspeção, pelo controle de
qualidade, do material recebido.

14
5. RECEBIMENTO

As principais atribuições do recebimento são:


 Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais.
 Analisar a documentação recebida, observando se a compra está autorizada.
 Confrontar os volumes expressos na Nota Fiscal com os volumes a serem efetivamente
recebidos.
 Proceder a conferência quantitativa e qualitativa, verificando inclusive as possíveis
avarias na carga transportada.
 Decidir pela recusa, aceite ou devolução, em conformidade com o resultado da
conferência.
 Liberar o material inspecionado e aprovado para o estoque.
 Levar a carga da doca de recebimento até o local definido.

Ao receber o material, o recebedor confronta a nota fiscal com o pedido. Uma vez
conferido antes de dada quitação assinando a respectiva nota fiscal, deve-se proceder a uma
conferência rigorosa conforme as indicações abaixo:

a) Antes de abrir os volumes, deve-se verificar se as indicações contidas nas notas de


entrega: endereço, números, marca, etc., constante dos volumes, conferem
devidamente;
b) Conferência quanto a quantidade, quebras e faltas;
c) Conferência quanto ao peso, certo ou errado;
d) Conferência do peso cobrado no frete com o peso do nosso material inspecionado pelo
controle de qualidade de recebimento - c.q.r.

Caso o material seja controlado pelo C.Q.R. o Almoxarifado coloca a disposição


mantendo o material em separado para aprovação do mesmo, e uma vez liberado
encaminhar ao estoque. No caso em que o material não sofra inspeção do C.Q.R.
encaminhar diretamente ao estoque.

15
5.1. Devoluções de Materiais

É muito comum numa empresa a devolução de materiais. Com isso o recebedor tem
que estar bem preparado para providenciar uma devolução. Normalmente o material é
rejeitado pelo C.Q.R. ou pelo usuário, e é muito importante que o departamento de compras
fique informado sobre a rejeição do material, fazendo assim. O contato com o fornecedor e
acertando todos os detalhes da devolução. Uma vez autorizado pelo departamento de
compras, o Almoxarifado providenciará o formulário de devolução para a emissão da nota
fiscal e logo em seguida o despacho.
Caso o material tenha que ser devolvido no ato do recebimento, o recebedor
escreverá no verso da nota fiscal em todas as vias, o motivo da devolução, datar e assinar.
Procedendo assim não será necessária a emissão de uma nota fiscal.

5.2. Material de Trânsito Direto (MTD)

Trata-se de material comprado para suprir pequenas necessidades da fábrica,


normalmente são materiais que não justificam o seu estoque no almoxarifado.
Este tipo de material tem uma presença muito marcante no Almoxarifado, uma vez
que normalmente ele tem um fluxo muito grande de entrada. Com isso o setor de
recebimento de materiais deverá dedicar um bom controle na entrega.

5.3. Conferência quantitativa

 Manual: para situações de pequenos volumes.


 Cálculo: para situações que envolvem embalagens padronizadas com grandes
quantidades.
 Balanças contadoras pesadoras: quando se tem grande quantidade de pequenas
peças, como arruelas, porcas, parafusos, etc.
 Pesagem: Para materiais de maior peso ou volume.
 Com o veículo transportador sobre a balança.
 Pesagem direta sobre a balança.
16
 Medição: em geral realizadas com o uso de trenas.
 Critérios de tolerância: margem de erro aceitável.

5.4. Competências do setor de Controle de Materiais

No almoxarifado, entende-se por “Controle de Materiais” a forma pela qual é possível


verificar com exatidão a entrada, estoque e saída de material.
O controle de material, abrangendo os mínimos detalhes, permite a tranquilidade
setorial, pois envolve internamente todos os elementos que fornecem dados para os setores
externos. Sem esses controles rígidos, integrais e contínuos, jamais se conseguirá igualar a
conta almoxarifado com a contabilidade.
Este setor deve ter um controle geral, para fornecer elementos reais de orientação,
com reflexos na produção ou distribuição.

5.5. Sistemas de estocagem

 Sistemas híbridos: Por exemplo, dependendo do fluxo de materiais, os itens de


movimentação rápida podem ser recolhidos de cestos ou carrosséis, numa área de
seleção especializada, já os de movimentação mais lenta podem ser selecionados de
uma estrutura porta-palete, numa área de estocagem de reserva.
 Estocagem externa.
 Estocagem de pouca seletividade e rotatividade lenta.
 Estocagem de materiais soltos, ou em pilhas: O emprego desse sistema serve
especialmente para matérias-primas de origem vegetal, como a madeira de celulose,
ou de origem mineral, como o carvão.
 Estocagem de pós e grãos em silos e tanques.
 Armazenagem utilizando contêineres.

17
5.5.1. Sistemas de Localização de Estoques

Um esquema de localização tem por objetivo estruturar e proporcionar facilidades em


identificar imediatamente o endereço da guarda do material do almoxarifado. Isso pode ser
comparado ao esquema de localização de vias públicas em qualquer cidade.
Alguns critérios para a seleção da locação dos estoques são:
 Estocagem por característica do produto.
 Uso de grandes áreas para grandes lotes.
 Uso de locais mais altos de estocagem para produtos que possam ser colocados aí de
forma segura e eficiente. Estocar itens pesados em pisos resistentes e mais próximos
da área de expedição. Localizar os itens o mais próximo possível dos idênticos ou
similares já estocados.
 Estocar os itens movimentados com menos frequência mais longe do recebimento e
da expedição e nas posições mais altas do armazém.
 Colocar os itens movimentados mais freqüentemente perto da expediçãio e em
localização mais baixa.
As possíveis vantagens que o sistema de localização deve proporcionar:
 Máximo uso de espaço.
 Utilização efetiva de mão de obra e do equipamento.
 Acesso fácil a todos os itens.
 Movimentação eficiente dos itens.
 Máxima proteção dos itens.

5.5.2. Dimensionamento de espaços

Antes de se efetuar um planejamento de espaço, será necessário obter uma grande


quantia de dados detalhados do espaço (disponível ou sendo planejado). Os dados
requeridos incluirão:
 Estoque máximo
 Estoque médio

18
 Política de reposição
 Unidade de estocagem
 Volume recebido/expedido por período de tempo
 Tipo de área de estocagem (disponível ou sendo planejada)
 Método de movimentação atuais ou planejados
 Capacidade de equipamento - disponível ou proposto: tipo, tamanho, capacidade, raio
de giro, etc.

Layout
No projeto do "layout" há diversos itens que merecem considerações cuidadosas.
Entre eles estão os seguintes:
 Tamanho do produto
 Tamanho do palete
 Equipamento mecânico a ser usado - empilhadeira para corredor estreito VS e
empilhadeira contrabalanceada
 A razão entre a largura do corredor e o tamanho do palete
 O espaçamento do palete nos porta-paletes
 O espaçamento entre dois paletes
 O espaçamento das colunas
 A forma e tamanho do prédio
 Localização desejada do recebimento e expedição
 Localização dos corredores
 Área de serviço requerida, sua localização e tamanhos desejados.

Espaçamento entre as colunas


O espaçamento das colunas é uma função dos diversos itens acima. Este
espaçamento é importantíssimo no projeto de um bom armazém, e é difícil na sua
determinação. Um dos fatores mais importante é o tamanho dos paletes. Ele determinará as
dimensões da estrutura porta-paletes, que por sua vez influenciará no espaçamento das
colunas.

19
Corredores
O arranjo e dimensionamento dos corredores é uma das chaves para se conseguir a
máxima eficiência do armazém. Eles são os caminhos de passagem dentro e entre as áreas
de estocagem, recebimento e expedição.

Devem ser localizados de forma a manter um bom acesso ao estoque, aos


equipamentos de carga e descarga e as áreas de serviços auxiliares.

Alguns dos fatores que afetam a distribuição e a largura dos corredores são:

 Tipo de estrutura de armazenagem


 Equipamento de movimentação: tipo, tamanho, capacidade, raio de giro, etc.
 Tamanho dos itens estocados
 Distância e acessibilidade às portas e as áreas de carregamento e descarregamento
 Tamanho dos lotes estocados
 Localização das paredes corta-fogo
 Capacidade de carga do piso
 Localização de elevadores e rampas
 Facilidade de acesso desejado
Há diversos tipos de corredores, os mais comuns são:

Corredores de Trabalho
São aqueles através dos quais o material é colocado ou retirado na estocagem:
a) Corredores de transporte principal - se estendem através de todo o prédio e permitem
tráfego nos dois sentidos;
b) Corredores de cruzamento - se estendem através de todo o prédio geralmente
conduzindo a portas opostas do armazém.

20
Corredores de Pessoal
São aqueles usados somente por pessoas para acesso a áreas especiais ou interiores
do prédio. Devem, na medida do possível serem demarcados.

Corredores Auxiliares
Necessários para acesso a fontes de utilidades, equipamento anti-incêndio, etc.

21
6. CUIDADOS AO COMPRAR

6.1. Inversão da posição comercial


Um sistema de planejamento de produção fixa as quantidades a comprar na etapa
final da elaboração do plano de produção É necessário comparar as necessidades de
materiais com as existências nos estoques de matérias-primas, para se apurar as
necessidades líquidas distribuídas no tempo. A execução da compra será a primeira etapa
executiva do programa de produção. O início das atividades de compra caracteriza-se como
uma área com muitas facilidades de conflitos agravados pelos atrasos normais e habituais do
planejamento.
As pressões exercidas pelos setores de produção e faturamento reforçam a
probabilidade de atritos na área de compras. Neste momento todos se esquecem dos
atrasos no planejamento das vendas e na programação da produção. Um aspecto
interessante é a inversão de atitude que se processa entre o comprador e o fornecedor após
a emissão de pedido. Uma vez emitido o pedido, o comprador perde sua posição de
comando e passa a uma atitude de expectativa, que antes era do fornecedor na
concorrência para o fechamento do negócio.

6.2. Cuidados ao rejeitar uma proposta


Os fornecedores devem ser informados, com clareza e honestidade, sobre as razões
que acarretaram na recusa. Isso favorecerá entendimentos posteriores e uma melhoria na
política do fornecedor, que poderá criar condição de apresentação de propostas que
atendam aos interesses do comprador.
Em alguns casos pode-se aplicar o sistema de “mercado aberto”, que possibilita a
todos os fornecedores, das diversas propostas de fornecimento. Entretanto, há casos em
que boas partes do fornecimento são dadas a empresas que tradição nos serviços prestados.

6.3. Classes de prazo de entrega


Deveremos distinguir inicialmente duas situações diferentes de suprimento:
Suprimento de estoques de materiais de consumo, que admite certa elasticidade no
prazo, por haver um estoque de proteção devido ao baixo valor destes estoques;
22
Suprimento de programas de produção, não admitindo prazos grandes por serem
estoques funcionais e normalmente com estoque baixo para evitar desperdício.

23
7. CUIDADOS AO RECEBER

7.1. Prazos de entrega


O comprador experiente conhece as consequências do não cumprimento dos prazos
de entrega por parte dos fornecedores. Pela inversão de papéis que ocorre após a entrega
do pedido de compra ao fornecedor, torna-se necessário criar um instrumento de pressão
para aumentar as garantias da empresa quanto aos cumprimentos dos prazos de entrega
por seus fornecedores.
Procura-se organizar um serviço de follow-up, para acompanhar o andamento dos
fornecimentos e pressão para aumentar a eficácia. O comprador deverá estar preparado
para criar rapidamente soluções emergenciais (que são onerosas) nos casos de
fornecimentos atrasados, o que evitaria prejuízos muito maiores em virtude de paralisação
da produção, atraso no atendimento de um cliente, e até perda na carteira de clientes.

7.2. Controle quantitativo


Nas empresas grandes, o controle quantitativo é uma função do “serviço de
recebimento de mercadorias”. Nas empresas pequenas, tal serviço confunde-se com as
funções do almoxarife. Ao chegar o material no recebimento, controlam-se as características
do fornecimento e sua documentação pela cópia do pedido, conferindo-se as quantidades
físicas.
No recibo a ser fornecido ao transportador anota-se “sujeito ao controle de
qualidade”, nos casos em que a conferência de qualidade é demorada. Em nenhuma
situação, os documentos fiscais devem ficar no recebimento, e devem ser passados à
contabilidade.

24
8. CUSTOS

Custos de Aquisição (custo de pedir)


São os custos gerados no processo de compra do material. Além do valor do material
comprado, existem outros custos envolvidos na aquisição do material, por exemplo:
pagamento dos salários, eletricidade, telefonia, viagens. São gastos que acontecem
independentemente de ser gerado um pedido de material, por isso são considerados como
custos fixos de aquisição. Outros custos acontecerão somente quando forem gerados de
pedidos de material, como: custos de inspeção, fretes especiais de entrega. Por isso são
considerados custos variáveis do processo de aquisição.

Custos de manter estoque


Estão ligados a todos os custos necessários para manter uma determinada quantidade
de mercadorias por um período, como custos de armazenagem, de seguro, deterioração,
entre outros.

Custo Total
Multiplicando o custo unitário de pedido, ou seja, o custo de um único pedido, pelo
número de pedidos realizados em um período, em geral 1 ano, encontra-se o custo total.

Custos de Manutenção ou de Armazenamento


São os custos relativos ao processo de guarda do material e começam a ser apurados
assim que os materiais são recebidos no depósito. Também estão incluídos o investimento
no estoque, obtido através da avaliação do mesmo. Estes custos ainda incluirão os
investimentos em maquinário especializado, pessoal, aquisição e implantação de softwares
para registro de movimentações, seguros para os riscos com o material (obsolescência,
danos, furtos e deterioração), o próprio metro quadrado do armazém, além dos
investimentos em infraestrutura de armazenagem.

25
Custos de Falta
São os custos decorrentes da escassez do material. Valores que surgem em função de
um pedido não atendido, atrasos na produção por falta de matéria-prima, abalos à imagem
da organização no mercado. Incluirão levantamentos específicos de setores da produção
para a sua apuração, dificultando a determinação do valor exato. São ligados à possibilidade
de escassez do material, sendo, em função de trabalharmos para que essa escassez não
aconteça; de difícil apuração, pois inclui informações a respeito do levantamento de valores
de pedidos não aceitos, encomendas não enviadas, mão-de-obra parada, reprogramação de
máquinas da linha de produção, lucros não realizados. Outro fator que dificulta a
determinação do custo de falta é a questão do prejuízo à imagem da organização no
mercado que, apesar de ter consequências de curto e médio prazo, também possui
consequências de longo prazo, tornando a apuração demorada.
Em geral a consequência imediata da escassez acaba no registro das compras
emergenciais que a organização faz para suprir e dar continuidade ao processo principal.
Tais compras, em geral, acabam trazendo prejuízos por ocorrerem em época de dificuldades,
além de serem realizadas com condições desfavoráveis de preço.

26
9. CONCLUSÃO

Em suas operações diárias, toda empresa faz uso de recursos materiais, sejam matéria-
prima, intermediários ou mesmo material para escritório. A escolha do material certo é
requisito para otimização de capital, não apenas pelo viés econômico, tendo em vista o
melhor aproveitamento de receitas, mas também pelo aspecto socioambiental.
O ciclo de obtenção e recebimento deve ser cuidadosamente observado pelos
funcionários envolvidos e coordenado de perto por um gestor apropriado. Resumidamente,
ele deve seguir as seguintes etapas: 1. Solicitação de Compras; 2. Realização de orçamentos
nos fornecedores selecionados; 3. Opção pela mercadoria com melhor custo-benefício; 4.
Ordem de compra; 5. Recebimento do material, com adequada conferência e 6. Pagamento
ao fornecedor. Obviamente, deve haver esforço conjunto da equipe a fim de evitar defeitos
nessa sequência, tais como falhas de comunicação, intempestividade na entrega (o que pode
ser amenizado com a existência de outros fornecedores), recebimento sem a devida
verificação, etc.
Embora contribua a observância cuidadosa de todas as etapas supracitadas não é
garantia de eficácia operacional. No cenário do mundo contemporâneo, as entidades
empresariais precisam, além de tudo, prezar pelo gerenciamento ecológico e dotado de bom
senso. A inovação, aliada ao questionamento de antigos paradigmas, pode trazer à tona
descobertas altamente vantajosas. Tal postura é imprescindível a qualquer organização que
deseje ser, além de ativa, lucrativa.

27
10. BIBLIOGRAFIA

MOURA, Reinaldo A. Armazenagem e Distribuição Física. 2. ed. São Paulo: Iman, 1997.
Capítulos 5, 6, 7, 12 e 13. (série manual de logística; v. 2) Número de Chamada: 658.784
M929A.

VIANA, João José. Administração de materiais. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2002. Capítulo 13.
Número de Chamada: 658.566. V614a

DIAS, Marco Aurélio P. Gerência de Materiais. São Paulo: Atlas, 1988.

MESSIAS, Sérgio Bolsonaro. Manual de Administração de Materiais. São Paulo: Atlas, 1989.

MOREIRA, Daniel A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pioneira, 1993.

MOREIRA, Daniel A. Introdução à Administração da Produção e Operações. São Paulo:


Pioneira, 1998.

28

Você também pode gostar