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Aula 9: Ambientes geológicos de

sedimentação

Profa. Dra. Aline Carneiro Silverol


Objetivos da aula:
• Compreender a ação geológica dos rios
▫ Definições
▫ Processos
▫ Produtos
▫ Feições associadas

• Lagos
▫ Definições e exemplos
Leituras recomendadas

• Cap. 13 e 14: Para Entender a Terra


• Cap. 7 e 10: Decifrando a Terra
Lembrando...Processo Sedimentar
1. Intemperismo
2. Erosão
3. Transporte
▫ Rios
▫ Mares
▫ Vento
▫ Gelo
4. Deposição → diagênese →rochas sedimentares
Ambientes sedimentares
Ambientes Sedimentares
Ambientes sedimentares
Ação geológica da água
De onde vem a água?

Quais os processos relacionados?


Ciclo hidrológico
Introdução
• Conseqüências do ciclo hidrológico:

•Águas superficiais
•Água subterrânea
•Lagos
Águas superficiais: Rios
• Rios: cursos naturais de água doce, com canais de
fluxo permanente ou intermitente para um oceano,
lago ou um outro rio.

• Desgaste das formas de relevo, transporte e


deposição de sedimentos
• Alta capacidade de erosão, transporte e deposição.
• Modificações do relevo:
▫ Cachoeiras
▫ Corredeiras
▫ Deltas
▫ Planícies aluviais
Águas superficiais: Rios
• Escoamento superficial: conjunto das águas que
por efeito da gravidade se deslocam na superfície da
Terra.

• Águas livres: equilíbrio entre as taxas de precipitação


e os volumes retiros pela infiltração.
▫ Apresentam um sentido de escoamento, e não um
caminho preferencial de escoamento

• Águas sujeitas: águas livres que passam a integrar as


redes de drenagem
Águas subterrâneas
• Água subterrânea: toda a água que corre
subsuperficialmente.

• Dissolução dos materiais


• Formação de cavernas
• Importantes reservas de água potável
Introdução

• Lagos: são massas d’água situadas em depressões


do terreno (diversas naturezas) e sem conexão com o
mar.
Ação geológica dos rios
O trabalho geológico dos rios
1. Como a água escoa?
2. Como transporta os
sedimentos?
3. Como os rios erodem as rochas
e esculpem o relevo?
• Dois tipos de fluxo:

▫ Fluxo laminar
▫ Fluxo turbulento
Fluxo Laminar

Linhas de fluxo fluem


paralelamente, sem
turbulência
Fluxo Turbulento

Linhas de fluxo se cruzam,


causando turbulência
O trabalho geológico dos rios
1. Como a água escoa?
2. Como transporta os
sedimentos?
3. Como os rios erodem as
rochas e esculpem o relevo?
Se o fluxo é laminar ou turbulento,
depende de:

• Velocidade do fluxo
• Geometria (profundidade)
• Viscosidade (medida da resistência ao fluxo)
Velocidade do Fluxo

Cresce o transporte no leito

Cresce o sedimento Crescem os


em suspensão saltos
Tipos de transporte de sedimentos
• Carga Suspensa
▫ Sedimento fino (tipicamente argila e silte)
transportado em suspensão.
• Carga do Leito
▫ Sedimento grosso (tipicamente areia e seixos)
transportado no leito do rio por rolamento e
deslizamento.
• Saltos
▫ Sedimento (tipicamente areia) transportado por saltos
intermitentes - estado transicional entre os dois
acima.
Carga suspensa

Carga do leito
Aumento de velocidade do fluxo
aumenta a carga em suspensão e…

e aumenta a carga do fundo


Saltos

Transição entre carga suspensa e carga de leito


Tipo de transporte x feições
Marcas de onda: velocidade baixa

e formam
estratificação
*tipicamente
1-5 cm’s de altura cruzada
Dunas*: velocidade mais elevada

Dunas
*Tipicamente entre 10 cm to dezenas de metros de altura
Nível atual do
rio

Marcas de onda realizadas por um rio no proterozóico


Glacier National Park, Montana, EUA
E esses registros dependem:

Habilidade de um rio para transportar sedimentos:

Competência: Tamanho máximo de partícula que o


rio é capaz de transportar

Capacidade: Volume total de sedimento que o rio é


capaz de transportar
Islândia
As partículas de argila são mais difíceis de
erodir que o silte ou a areia.

POR QUE?
O trabalho geológico dos rios
1. Como a água escoa?
2. Como transporta os
sedimentos?
3. Como os rios erodem as
rochas e esculpem o relevo?
Introdução
• Os processos erosivos são responsáveis pelo
modelamento do relevo.

• Erosão:
▫ Destacamento da partícula
▫ Transporte
▫ Deposição
Introdução

Rio = bacia hidrográfica ou bacia de drenagem

• Bacia hidrográfica: inclui todos os afluentes que


deságuam na drenagem principal (redes de
drenagem) e eventuais lagos associados.

• Bacia hidrográfica é separada das bacias vizinhas


pelos divisores de água (elevações topográficas)
Divisor de águas
marca as bordas de duas bacias adjacentes
Importância
• Quantidade de água
▫ Características físicas da bacia (relevo, geologia...)
▫ Precipitação total e o regime
▫ Perdas : evapotranspiração e a infiltração

Quantidade de água = processos


Então...
• Rio:
▫ processos de erosão do substrato e
▫ processos de deposição de sedimentos

Processos variam de acordo com o nível de base:

• Nível de base: local de menor elevação em relação


ao qual um rio pode erodir o seu próprio canal.
Nível de base

▫ Regional: mar
▫ Local: tipo de rocha
Um rio hipotético
Se esse rio hipotético:
• Sem erosão e sem deposição = coincide com seu
perfil de equilíbrio

• Acima do perfil de equilíbrio = erosão do


substrato até atingir o equilíbrio

• Abaixo do perfil de equilíbrio = deposição de


sedimentos até atingir o equilíbrio.
• Modificações no nível de base → mudanças no
padrão de erosão e deposição de um rio.

• Rupturas de declive, ocasionadas por falhas,


pode modificar o nível de base local até o equilíbrio
ser novamente atingido.

• Ainda, intervenções humanas também podem


modificar o equilíbrio.
Falhamentos,
processos
tectônicos,
soerguimento por
isostasia:
mudanças do
nível de base
Soerguimento pode também resultar
no aprofundamento dos meandros
Mudança no
nível de base
causada por
barragem e a
resultante
mudança no
perfil
longitudinal do
rio
Ainda:
• Processos de erosão e de deposição → alteram a
morfologia da paisagem.

• A morfologia do rio (rede de drenagem),


apresentam padrões bastante característicos em
função do tipo de rocha e das estruturas
geológicas presentes no seu substrato
Padrões de drenagem de um rio
Padrão Dendrítico
Dendrítico
• Geralmente apresenta como embasamento granitos
e rochas sedimentares com estratos horizontais;
Grand Canyon, USA

Padrão dendrítico
Iêmen
Padrão Paralelo
Paralelo
• Áreas com presença de vertentes com declividades
acentuadas ou onde existam controles estruturais.

• Revela a presença de declividade unidirecional,


constituída por camadas resistentes de inclinação
uniforme
Queda d’água
formada por
erosão
remontante
Drenagem em treliça

Terrenos dobrados
Treliça

• Alternam rochas mais ou menos resistentes em


faixas paralelas com planos de fraqueza
ortogonais (relevos dobrados)
Padrão radial de
drenagem
Radial
• Centrífuga: rios divergem de um centro mais
elevado. Ex: cones vulcânicos, domos

• Centrípeto: convergem para um ponto central


mais baixo. Ex: crateras vulcânicas, depressões
topográficas, etc
Feições associadas a drenagem:

Canais Fluviais
Canais fluviais
Forma de classificação dos rios

• Permite a interpretação de processos e estilos de


sedimentação tanto em depósitos atuais quanto
antigos
Canais fluviais
Quatro tipos:

1. Retilíneo
2. Meandrante
3. Entrelaçado
4. Anastomosado
Retilíneo
Alasca
Anastomosados

Canais anastomosados Alasca


Entrelaçado
Entrelaçado Rio Betsiboka , Madagascar
Meandrante
Migração lateral dos rios meandrantes

Erosão

Deposição
Resulta em cortes dos meandros
e formação de lagos.

Formação de depósitos

Corte no canal

Lago
Rio Tapera, Roraima
Rio Negro - Argentina
Rio Alatna - Alasca
Morfologia dos canais também são
afetados
• Vegetação
▫ Abundante: resistência à erosão = estabilização das
margens dos rios (meandrantes e anastomosados)
▫ Escassa: baixa resistência = rios entrelaçados

• Vegetação e clima
▫ Climas úmidos: abundância de vegetação
▫ Climas secos e glaciais = ausência de vegetação
1. Leques

• Leques aluviais: locais de grande declividade e


abundante suprimento de detritos

• Leques deltaicos: deltas dos rios


Leque aluvial, Vale da Morte, USA.
Leque aluvial, Tibet
Os padrões de drenagem e os tipos
de canais fluviais podem formar
outras feições distintas....
1. Depósitos aluviais
2. Deltas
3. Planícies de inundação
4. Terraços fluviais
1. Depósitos aluviais
Importância
• Indicadores
▫ Caracterização dos processos hidrodinâmicos
▫ Compreensão da evolução sedimentar

• Recursos minerais
▫ Urânio
▫ Placers: diamantes, cassiterita, ouro
▫ Carvão, óleo e gás
Depósito leque estuário
2. Delta
O delta se forma na foz de um grande rio
Delta do rio Nilo, Egito.
Delta do rio Parnaíba, Maranhão
Delta do Amazonas
3. Planícies de inundação
• Planícies desenvolvidas sobre a calha de um
vale preenchido por terrenos aluvionares
4. Terraços
• O terraço é constituído por material aluvionar mais
antigo e em nível mais alto do que o nível atual da
planície de inundação

• Testemunho de um período da evolução desta


planície.

E como esse material está acima do nível atual


da planície de inundação?
Soerguimento do terreno causa a formação de
terraços
Exemplo de
terraço,
EUA.
Lagos

Podem ser formados através de um grande número


de situações onde uma depressão topográfica é
desenvolvida sem conexão com o oceano ou ocorra
um barramento de uma ou mais drenagens da
bacia hidrográfica
• Depressões tectônicas
• Ambientes marginais em relação a
▫ Geleiras
▫ Planícies de inundação de rios
▫ Planícies costeiras
• Depressões entre dunas eólicas
• Crateras de vulcões

• Metade dos lagos conhecidos são de origem glacial


• Devido a grande diversidade de processos
formadores, existem lagos nas mais diferentes
regiões do planeta...
Os depósitos lacustres
• Lagos tectônicos
• Lagos de clima árido
• Lagos relacionados a geleira

Rio do Sul, SC.


Lagos próximos a geleiras

• Apresentam pares de camadas mais ricas em matéria


orgânica
▫ Formadas durante o período de estratificação térmica =
superfície congelada

• Apresentam pares de camadas mais ricas em


sedimentos detríticos
▫ Formadas durante o período de derretimento das
geleiras
Lagos próximos a geleiras

• Cada par é chamado de varve, e representa um ano de


deposição.
• Rio do Sul = glaciação permo-carbonífera da bacia do
Paraná.
Lago glacial – Islândia
Lago glacial – Islândia
Lago Grinnell, Montana, EUA.
Lago costeiro, Lençóis Maranhenses, MA.
Lago costeiro, Lençóis Maranhenses, MA.

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