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Reforço Sísmico de um Edifício de Acordo com o EC8-3

Paulo Marques Baptista de Carvalho

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Civil

Orientador: Professor Doutor António José da Silva Costa

Júri
Presidente: Professor Doutor Luís Manuel Coelho Guerreiro

Orientador: Professor Doutor António José da Silva Costa

Vogal: Professor Doutor Jorge Miguel Silveira Filipe Mascarenhas Proença

Maio 2015
Agradecimentos

Um agradecimento ao professor António Costa pela disponibilidade e paciência inesgotáveis no


auxílio à execução e orientação desta dissertação.

Aos meus pais uma palavra de gratidão por todo o percurso educativo, em especial à minha mãe,
pelo exemplo que me deu, pela dedicação, sacrifício e pelo percurso académico que me
proporcionou. Um agradecimento à Daniela por me ter ajudado, incentivado e acompanhado em todo
o curso. À minha tia um obrigado pelo auxílio na execução e revisão do texto da dissertação.

i
ii
Resumo

A dissertação avalia o comportamento de um edifício existente com estrutura de betão armado


quando solicitado por uma acção sísmica, sendo propostas soluções de reforço. A avaliação e o
reforço estrutural são feitos de acordo com a EN1998-3 (EC8-3).

A EN1998-3 usa uma filosofia de dimensionamento/avaliação baseada nos deslocamentos, ou seja,


avalia a capacidade de deformação da estrutura quando solicitada por um sismo, em contraponto
com a filosofia corrente no projecto de edifícios novos que se baseia em forças.

A avaliação estrutural conduzirá a uma solução de reforço da estrutura como um todo, um reforço
chamado global. Esta solução de reforço irá introduzir elementos de elevada rigidez, que modificarão
o comportamento estrutural inicial. Adicionalmente será estudada uma solução de reforço pontual ou
local, propondo-se soluções de reforço apenas nos elementos que apresentem um inadequado
comportamento sísmico.

Palavras-chave

Sismo, EC8-3, estrutura, avaliação, reforço, betão

iii
Abstract

The dissertation studies the assessment and the retrofit of existing buildings with a reinforced concrete
structure, in a seismic event, using the EN1998-3 (EC8-3).

The structural assessment and retrofit philosophy used by the EN1998-3 is a displacement based
design that evaluates the deformation capacity of the structures, instead of checking the sections
resistances, procedure used in the design of new structures.

The assessment of two similar buildings will lead to a retrofitting of the structures as a whole, or global
retrofitting, where the original structure behaviour is modified with the addition of new shear walls. The
other building assessed, will need a local retrofit, where only certain elements will be retrofitted.

Key-words

Seismic, EC8-3, structure, assessment, retrofit, concrete

iv
Índice

1.Introdução ............................................................................................................................................. 1
1.1. Objectivo ...................................................................................................................................... 1

1.2. Motivação ..................................................................................................................................... 1

1.3. Organização da dissertação ........................................................................................................ 2

2. Acção Sísmica em Edifícios de Betão Armado ................................................................................... 3


2.1. Acção e comportamento sísmico ................................................................................................. 3

2.2. Deficiências de comportamento de estruturas de betão armado quando solicitadas por um


sismo ................................................................................................................................................... 4

2.2.1. Problemas relativos à concepção sistema estrutural ........................................................... 4

2.2.2. Rotura da secção por flexão ................................................................................................. 7

2.2.3. Rotura por corte .................................................................................................................... 8

2.2.4. Rotura no nó viga/pilar .......................................................................................................... 9

2.2.5. Deficiências devido a destacamento do betão, emendas e amarração de armaduras ..... 11

2.3. Soluções de reabilitação de estruturas de betão armado ......................................................... 12

2.3.1. Reforço mediante modificação de solução estrutural com adição de novos elementos ... 13

2.3.2. Reforço de elementos através de betão armado ............................................................... 14

2.3.3. Reforço estrutural com elementos metálicos ..................................................................... 16

2.3.4. Reforço estrutural com materiais compósitos .................................................................... 17

2.3.5. Outras estratégias de reforço e melhoria da resposta à acção sísmica ............................ 18

3. Análise à avaliação e reforço de estruturas segundo a EN1998 ...................................................... 21


3.1. Dimensionamento com base nos deslocamentos ..................................................................... 21

3.2. Elementos relevantes da EN1998-1 .......................................................................................... 25

3.2.1. Caracterização da acção sísmica ....................................................................................... 25

3.2.2. Análise estrutural ................................................................................................................ 28

3.3. Análise à Norma EN 1998-3 para avaliação e reforço de edifícios de betão armado ............... 31

3.3.1. Aplicação da norma ............................................................................................................ 31

3.3.2. Estados Limite .................................................................................................................... 32

3.3.3. Avaliação estrutural ............................................................................................................ 33

3.3.4. Dimensionamento de reforços para estruturas de betão ................................................... 45

4. Análise prática de aplicação da norma ............................................................................................. 51


4.1. Introdução à aplicação da norma ............................................................................................... 51

v
4.2. Descrição do edifício A .............................................................................................................. 51

4.2.2. Materiais ............................................................................................................................. 51

4.2.3. Geometria e pormenorizações ........................................................................................... 51

4.2.4. Cargas ................................................................................................................................ 54

4.3. Avaliação do edifício A ............................................................................................................... 55

4.3.1. Regularidade estrutural ...................................................................................................... 55

4.3.2. Análise estrutural do edifício A ........................................................................................... 56

4.3.3. Avaliação de deficiências do edifício A .............................................................................. 60

4.4. Solução de reforço do edifício A ................................................................................................ 65

4.4.1. Análise de resultados e escolha da solução de reforço ..................................................... 67

4.4.2. Dimensionamento de reforços ............................................................................................ 70

4.5. Descrição do edifício B .............................................................................................................. 76

4.6. Avaliação do edifício B ............................................................................................................... 79

4.6.1. Análise estrutural do edifício B ........................................................................................... 79

4.6.2. Avaliação de deficiências presentes no edifício B.............................................................. 80

4.6.3. Solução de reforço do edifício B ......................................................................................... 85

5. Conclusão e sugestões para desenvolvimento futuro ..................................................................... 89


Bibliografia ............................................................................................................................................. 91
Anexos ................................................................................................................................................... 93
Volume II - Anexo B Peças Desenhadas ............................................................................................ 121

vi
Lista de Quadros

Quadro 1 - Coeficientes de importância presentes no anexo nacional da EN1998-1 [2] ..................... 25


Quadro 2 - Acelerações de pico em rocha em cada zona sísmica ....................................................... 26
Quadro 3 - Parâmetros de cálculo para espectros de resposta............................................................ 27
Quadro 4 - Indicações de inspeções e ensaios a realizar para aferir o nível de conhecimento ........... 35
Quadro 5 - Quadro resumo referente aos três níveis de conhecimento indicados em [1] ................... 36
Quadro 6 - Características médias aferidas dos materiais estruturais ................................................. 51
Quadro 7 - Características aferidas do solo de fundação ..................................................................... 51
Quadro 8 - Descrição da geometria e pormenorizações dos elementos verticais ................................ 53
Quadro 9 - Dimensões e armadura de vigas nos nós de ligação a pilares .......................................... 53
Quadro 10 - Dimensões e pormenorização das vigas de fundação ..................................................... 54
Quadro 11 - Restantes cargas permanentes ........................................................................................ 54
Quadro 12 - Sobrecargas ...................................................................................................................... 54
Quadro 13 - Factores de combinação de cálculo ................................................................................. 55
Quadro 14 - Acção sísmica de acordo com [2] ..................................................................................... 55
Quadro 15 - Verificação de regularidade em planta do edifício A......................................................... 55
Quadro 16 - Exemplo da variação da rigidez em altura de dois pilares ............................................... 57
Quadro 17 - Rigidez dos elementos parede e núcleo ........................................................................... 57
Quadro 18 - Participação da massa oscilante modal ............................................................................ 58
Quadro 19 - Forças de corte basal para uma acção sísmica em Faro ................................................. 59
Quadro 20 - Relação entre momento flector actuante e resistente dos elementos P2 e P5 ................ 59
Quadro 21 - Relação entre momento actuante e resistente do elemento viga V2, nos vários
alinhamentos, com viga orientada do alinhamento A para o alinhamento B ........................................ 59
Quadro 22 - Rotações do elemento P4 no alinhamento B para um sismo em y .................................. 60
Quadro 23 - Análise às forças de corte no pilar P2 no alinhamento A devido a um sismo segundo y 62
Quadro 24 - Análise às forças de corte na viga V1 no alinhamento A devido a um sismo segundo y. 62
Quadro 25 - Capacidade resistente das sapatas e esforços actuantes ............................................... 65
Quadro 26 - Nó viga/pilar do pilar P3, no alinhamento 4, para um sismo segundo x ........................... 69
Quadro 27 - Nó viga/pilar do pilar P2, no alinhamento 2, para um sismo segundo y ........................... 69
Quadro 28 - Avaliação de rotações de elementos secundários tipo P6 para sismo segundo y ........... 70
Quadro 29 - Avaliação das forças de corte de elementos secundários tipo P6 para sismo segundo y 70
Quadro 30 - Medidas de pormenorização para ductilidade local segundo 5.4.4.4.2 EC8-1 [2], e
capacidades resistentes nos dois primeiros pisos ................................................................................ 71
Quadro 31 - Características de reforço com uma camada de CFRP dos elementos PA e NC ............ 72
Quadro 32 - Valores resistentes, referentes a parcela das mantas de CFRP por camada .................. 73
Quadro 33 - Características de reforço com uma camada de CFRP de vigas ..................................... 75
Quadro 34 - Dimensionamento das vigas de fundação de reforço (VF_R1) ........................................ 76
Quadro 35 - Dimensionamento de armadura da sapata S4_R de reforço ........................................... 76
Quadro 36 - Cintas de pilares do edifício B........................................................................................... 77

vii
Quadro 37 - Armaduras de vigas nos nós de ligação a pilares do edifício B ....................................... 77
Quadro 38 - Rigidez dos novos elementos ........................................................................................... 79
Quadro 39 - Relação mais condicionante do parâmetro ρi para um elemento tipo pilar do edifício B . 79
Quadro 40 - Relação mais condicionante do parâmetro ρi para um elemento tipo viga do edifício B . 80
Quadro 41 - Análise do Pilar P5 localizado no alinhamento B do edifício B ......................................... 80
Quadro 42 - Nó viga/pilar do pilar P3, no alinhamento A, para um sismo segundo x .......................... 84
Quadro 43 - Nó viga/pilar do pilar P5, no alinhamento B, para um sismo segundo y .......................... 84
Quadro 44 - Avaliação do elemento secundário P6 do edifício B, para um sismo segundo x ............. 85
Quadro 45 - Características de reforço com uma camada de CFRP, NC1 e NC2, do edifício B ......... 86
Quadro 46 - Valores resistentes ao corte, referentes ao reforço com mantas de CFRP do edifício B,
por cada camada ................................................................................................................................... 86

viii
Lista de Figuras

Figura 1 - À esquerda, equilíbrio dinâmico de um oscilador de um grau de liberdade, quando


solicitado por uma aceleração de base; à direita, 1º modo de vibração de um edifício de 3 pisos ........ 3
Figura 2 - Espectro de resposta elástica à para acção tipo 1 [2] em Portugal para vários tipos de solo 4
Figura 3 - Distribuições de rigidez. No topo à esquerda, centro de rigidez muito afastado do centro de
massa, no topo à direita rigidez concentrada ao centro; na base, elementos de maior rigidez
afastados do centro (a melhor solução) .................................................................................................. 5
Figura 4 - Efeito de soft storey sismo Peru 2007 [13] ............................................................................. 6
Figura 5 - Deformadas de sistemas estruturais porticados para um mesmo deslocamento de topo.
Deformada central a ideal em que as rótulas estão nas vigas e apenas na fundação do pilar,
adaptado de [14] ...................................................................................................................................... 6
Figura 6 - Coluna curta criada pelos enchimentos de alvenaria. Peru 2001 [13] ................................... 7
Figura 7 - Rótulas plásticas. À esquerda, viga no sismo Nova Zelândia; à direita, coluna sismo Haiti
2010 [13] .................................................................................................................................................. 8
Figura 8 - Encurvadura de varões longitudinais com cintas muito espaçadas. Chile 2010 [13] ............. 8
Figura 9 - Rotura por corte. Peru 2007 [13] ............................................................................................ 9
Figura 10 - Nó colapsado sem cintagem e com emendas no nó. Haiti 2010 [13] .................................. 9
Figura 11 - Mecanismos de nó viga/pilar adaptado [17]. À esquerda, compressão da diagonal; à
direita, mecanismo de treliça ................................................................................................................. 10
Figura 12 - Fendilhação diagonal do nó [16] ......................................................................................... 10
Figura 13 - Falta de armadura transversal no nó viga/pilar. Sumatra 2009 [13] ................................... 10
Figura 14 - Destacamento no betão. Sumatra 2009 [13] ...................................................................... 11
Figura 15 - Face inferior de viga em que se deu o arrancamento de armadura longitudinal. Sismo
Nova Zelândia [13] ................................................................................................................................ 12
Figura 16 - Diferença na deformada do nó antes e depois de abertura de fendas na viga [16]........... 12
Figura 17 - Parede a ser preenchida com betão, à esquerda [18]; à direita e reforço metálico em
escola de Lisboa .................................................................................................................................... 14
Figura 18 - Exemplos de encamisamentos e aumentos de secção, adaptados de [16] ...................... 15
Figura 19 - Tiras metálicas ao corte [16] e reforço de nó com chapas corrugadas adaptado de [14] . 17
Figura 20 - À esquerda, mantas de reforço de pilar ao corte; à direita, pilar com laminados
tencionados, fonte S&P [20] .................................................................................................................. 18
Figura 21 - Reforço de nó com mantas de polímeros reforçados com fibras de vidro adaptado de [19]
............................................................................................................................................................... 18
Figura 22 - Espectro de resposta apresentando várias soluções de reforço, adaptado de [21] .......... 19
Figura 23 - Isolamento sísmico de edifício, fonte Bridgestone [22] ...................................................... 19
Figura 24 - Aparelho de apoio, fonte Bridgestone [22] ......................................................................... 19
Figura 25 - Dissipadores de energia em pórticos, fonte Taylor Devices [23] ....................................... 20
Figura 26 - Gráfico de comportamento força deslocamento em ensaio de carga cíclico de uma viga de
betão armado, adaptado de [12] ........................................................................................................... 22

ix
Figura 27 - À esquerda, espectro de resposta elástico e inelástico, adaptado de [17]. À direita gráfico
força deslocamento de um elemento, adaptado [27] ............................................................................ 23
Figura 28 - Gráfico momento curvatura de um elemento., A tracejado o comportamento idealizado,
adaptado de [24] .................................................................................................................................... 24
Figura 29 - Zonamento do país para os dois tipos de acção, adaptado de [2] ..................................... 26
Figura 30 - Curva de capacidade do sistema de um grau de liberdade e do sistema idealizado,
adaptado [2] ........................................................................................................................................... 31
Figura 31 - Deformação de uma consola carregada no topo; a) campo de curvaturas com parcela
elástica e plástica na base onde se forma a rótula plástica, b) deslocamento no topo na da secção da
base cedência, c) deslocamento no topo referente à parte plástica ..................................................... 39
Figura 32 - Planta do edifício com identificação dos elementos tipo .................................................... 52
Figura 33 - Dimensões e armaduras dos elementos parede (PA) e núcleo (NC) ................................ 52
Figura 34 - Pormenores de armadura em nó. À esquerda, amarração da viga; à direita, emenda
cintagem do nó ...................................................................................................................................... 54
Figura 35 - Principais modos de vibração 1 a 3 (do topo à base, respectivamente) do edifício A, fonte
[31] ......................................................................................................................................................... 58
Figura 36 - Mapa de deficiências de rotação no pórtico A (à esquerda) e B (à direita) com o sismo
segundo x .............................................................................................................................................. 61
Figura 37 - Mapa de deficiências de rotação no pórtico 1 (à esquerda) e no pórtico 2 (à direita) com o
sismo segundo y .................................................................................................................................... 61
Figura 38 - Mapa de deficiências (a vermelho) de corte no pórtico A (à esquerda) e pórtico B (à
direita) com o sismo segundo x ............................................................................................................. 63
Figura 39 - Mapa de deficiências (a vermelho) de corte no pórtico 1 (à esquerda) e no pórtico 2 (à
direita) com o sismo segundo y ............................................................................................................. 63
Figura 40 - Esforços de corte no elemento parede com o sismo a actuar segundo x .......................... 64
Figura 41 - Esforços de corte no elemento núcleo ............................................................................... 64
Figura 42 - Primeira solução de reforço testada com paredes adjacentes às escadas, que não é
analisada de forma aprofundada por não eliminar a torção dos dois primeiros modos de vibração.... 65
Figura 43 - Solução de reforço tipo 1 (à esquerda), solução de reforço tipo 2 (à direita) .................... 66
Figura 44 - Gráfico de relação dos esforços de corte com os esforços resistentes da parede PA
original com o sismo a actuar segundo x .............................................................................................. 68
Figura 45 - Gráfico de relação dos esforços de corte com os esforços resistentes do núcleo NC
original com o sismo a actuar segundo x .............................................................................................. 68
Figura 46 - Envolvente de esforços de dimensionamento segundo EN1998-1 [2] ............................... 71
Figura 47 - Dimensões e pormenor da zona crítica da parede ............................................................. 71
Figura 48 - Pormenor do reforço da secção do núcleo NC (à esquerda) e da parede PA (à direita) com
mantas de CFRPs ................................................................................................................................. 72
Figura 49 - Pormenor de reforço de elemento tipo pilar com encamisamento com mantas de CFRPs
............................................................................................................................................................... 73
Figura 50 - Pormenor reforço de viga com CFRP ................................................................................. 74

x
Figura 51 - Esforços de corte nas vigas de tipo V1, orientadas de A a B ............................................. 74
Figura 52 - Esforços de corte nas vigas de tipo VB, orientadas de 2 a 3 ............................................. 74
Figura 53 - Resumo de reforços a realizar no edifício A ....................................................................... 75
Figura 54 - Planta do edifício B ............................................................................................................. 76
Figura 55 - Pormenores de armadura em nó viga/pilar e dispensas .................................................... 78
Figura 56 - Pormenores de armadura em nó viga/pilar e dispensas .................................................... 78
Figura 57 - Localização das secções que atingem a rotação de cedência (a laranja) com o sismo a
actuar segundo x. À esquerda pórtico A, à direita pórtico B ................................................................. 81
Figura 58 - Localização das secções que atingem a rotação de cedência (a laranja) com o sismo a
actuar segundo y. À esquerda pórtico 1, à direita pórtico 2 .................................................................. 81
Figura 59 - Mapa de deficiências de corte (a vermelho) do edifício B; (à esquerda) no pórtico A, no
pórtico B (à direita) com o sismo segundo x ......................................................................................... 82
Figura 60 - Mapa de deficiências de corte (a vermelho) do edifício B; (à esquerda) no pórtico 1, no
pórtico 2 (à direita) com o sismo segundo y.......................................................................................... 82
Figura 61 - Análise ao corte de viga VB, orientado do alinhamento 2 para o 3 .................................... 82
Figura 62 - Análise ao corte de viga V2, orientado do alinhamento A para o B ................................... 83
Figura 63 - Esforços de corte no elemento núcleo NC2 com o sismo a actuar segundo x .................. 83
Figura 64 - Pormenor de reforço de viga do edifício B ......................................................................... 86
Figura 65 - Resumo dos reforços a executar no edifício B ................................................................... 87

xi
xii
Lista de Abreviações

1GDL - Um grau de liberdade


ADRS - Acceleration-Displacement Response Spectrum, espectro de resposta aceleração-
deslocamento
AFRP - Aramid fiber-reinforced Polymer, polímero reforçado com fibras de aramida
CF- Confidence factor, factor de confiança
CFRP - Carbon fiber-reinforced Polymer, polímero reforçado com fibras de carbono
DCM - Ductility class medium, classe de ductilidade média
DCH - Ductility class high, classe de ductilidade alta
DL - Damage Limitation, limitação de danos
EC2 - EN1992-1-1, Eurocódigo 2 parte 1-1
EC8-3 - EN1998-3, Eurocódigo 8 parte 3
FRP - Fiber-reinforced Polymer, polímero reforçado com fibras
GFRP - Glass fiber-reinforced Polymer, polímero reforçado com fibras de vidro
KL - Knowledge Levels, níveis de conhecimento
NC - Near Collapse, colapso eminente
REBA - Regulamento de Estruturas de Betão Armado
REBAP - Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-esforçado
RSEP - Regulamento de Solicitações em Edifícios e Pontes
RSA - Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes
SD - Significant Damage, danos severos

xiii
xiv
Lista de símbolos

Ac - Área dada por b.d


AEd - Acção sísmica, para efeitos de combinação de acções
As1 e As2 - Área da armadura longitudinal da viga superior e inferior, respectivamente
Ash - Armadura horizontal no nó
Asv,i - Armadura vertical no nó
C - Coeficiente de amortecimento da estrutura
Ci - Capacidade resistente da secção aos momentos flectores
Di - Momento flector actuante
Ef - Módulo de elasticidade do FRP
*
F - Força última, retirada da curva de capacidade de um sistema de um grau de liberdade idealizado
Famortecimento - Força de amortecimento
Fb - Força de corte basal
Felásticas - Força de restituição elástica
Fext - Força exterior
Finércia - Força de inércia
*
Fy - Força de cedência de um sistema de um grau de liberdade idealizado
Gk,j - Cargas permanentes
Iχ - Relação entre a ductilidade em curvatura pretendida e a existente
K - Coeficiente de rigidez da estrutura
Lcoluna - Comprimento da coluna
Le - Comprimento efectivo de amarração do FRP
Li - Dimensão em planta na perpendicular à acção sísmica
Lpl - Comprimento da rótula plástica
Ls - Comprimento da zona de emenda
Lv - Vão de corte, relação entre MEd/VEd
Lviga - Vão da viga
M - Massa da estrutura
MEd_ci - Momento flector actuante na coluna na secção i
Mic - Momento flector actuante na coluna na secção i, para cálculo do esforço transverso actuante na
coluna (VEd_c) com base nas capacidades resistentes
Miv - Momento flector actuante na viga na secção i, para cálculo do esforço transverso actuante na
viga (VEd_v) com base nas capacidades resistentes
MEd_ci - Momento flector actuante na coluna na secção i
MEd_vi - Momento flector actuante na viga na secção i
MRd_ci - Momento flector resistente na coluna na secção i
MRd_vi - Momento flector resistente na viga na secção i
My - Momento de cedência
P - Carga vertical

xv
Pi - Carregamento do piso i para análise não linear
Qk,i - Cargas variáveis
S - Coeficiente de solo
Sd - Espectro de cálculo
Sd(T) - Aceleração em função do período fundamental da estrutura
T - Período de oscilação da estrutura
*
T - Período de oscilação de um sistema de um grau de liberdade idealizado
Tk - Período de oscilação do modo k
VC - Esforço transverso no início do pilar, acima do nó
VEd_c - Esforço transverso de cálculo na coluna
VEd_cqp_1 - Esforço transverso actuante na viga, devido às cargas verticais na combinação de cargas
quase-permanentes, na secção 1
VEd_v1 - Esforço transverso de cálculo na viga na secção 1
Vf - Esforço transverso resistente, referente à parcela do reforço com FRP, para elementos de secção
circular totalmente envolvidos
Vj - Esforço transverso resistente, referente à parcela do reforço com chapas metálicas
Vjhd - Esforço transverso de cálculo no nó viga/pilar
VR - Esforço transverso resistente devido à tracção da diagonal
VR,max - Esforço transverso resistente ao esmagamento do betão na diagonal
VRd,f - Esforço transverso resistente, referente à parcela do reforço com FRP
VW - Esforço transverso resistente das armaduras transversais
VW,f - Esforço transverso resistente, referente à parcela do reforço com FRP, para elementos
totalmente envolvidos, que entrem em fase plástica
a(t) - Aceleração do deslocamento de base, em função do tempo
ag - Valor de referência de aceleração máxima à superfície de um terreno do tipo A
agR - Valor de cálculo de aceleração à superfície de um terreno do tipo A
b - Largura da secção elemento
bc - Largura da secção do pilar
bi - Distancia entre varões longitudinais abraçados por cintas
bo - Largura do betão no interior das cintas de perímetro
bw - Largura da alma
*
d - Deslocamento último de um sistema de um grau de liberdade idealizado
d - Altura útil da secção
dbL - Diâmetro médio dos varões longitudinais
dn - Deslocamento último de um sistema de vários graus de liberdade no nó de controlo
dt - Deslocamento alvo de um sistema de vários graus de liberdade
*
dt - Deslocamento alvo de um sistema de um grau de liberdade idealizado
d(t) - Deslocamento de base, em função do tempo
eox e eoy - Distância entre o centro de rigidez e o de gravidade segundo x e y, respectivamente
eia - Excentricidade acidental

xvi
f1 - Pressão de confinamento de FRP
fc e fcd - Tensão média resistente do betão à compressão
fctd - Tensão média resistente do betão à tracção
fcc - Tensão última do betão confinado
ffdd - Tensão de dimensionamento referente ao arrancamento do FRP
ffdd,e - Tensão efectiva de arrancamento do FRP, seguido da letra W,U ou S consoante o reforço seja
feito envolvendo o elemento na totalidade, em formato de “U”, ou apenas nos lados, respectivamente
fu,f e fu,fd - Tensão última de dimensionamento de FRP
fy , fyL e fyL - Tensão média de cedência do aço das armaduras longitudinais
fyj,d - Tensão média de cedência do aço estrutural de chapas ou tiras
fyw e fywd - Tensão média de cedência do aço das armaduras transversais
h - Altura da secção do elemento
hjc - Distância entre armaduras extremas do pilar
hjw - Altura da viga
ho - Altura de betão no interior das cintas de perímetro
k - Número de modos
lou,min - Comprimento mínimo da zona de emenda para cálculo da rotação última
loy,min - Comprimento mínimo da zona de emenda para cálculo da rotação de cedência
ls - Raio de giração da massa do piso
n - Número de pisos acima da fundação ou cave
nrestr - Número de varões longitudinais na zona de emenda abraçados lateralmente por cintas ou
ganchos
ntot - Número total de varões longitudinais na zona de emenda
m - Massa oscilante da estrutura acima da fundação ou da cave rígida
mi - Massa oscilante do piso i
p - Variável do carregamento para análise não linear
q - Coeficiente de comportamento
tj - Espessura de chapa ou tira metálica
tf - Espessura do FRP
rx e ry - Raiz quadrada da relação da rigidez de torção e da rigidez lateral segundo y e x,
respectivamente
s - Espaçamento entre tiras metálicas
sf - Espaçamento entre laminados de FRP
sh - Espaçamento de cintas
v(t) - Velocidade do deslocamento de base, em função do tempo
wf - Largura do laminado de FRP
x - Altura da linha neutra na cedência da secção
z - Altura útil da secção menos o recobrimento
Δ - Deslocamento

xvii
Γ - Coeficiente de transformação de um sistema de vários graus de liberdade para um sistema de um
grau de liberdade
Φi - Componente do deslocamento no piso i no modo de vibração considerado
Φu - Curvatura última
Φy - Curvatura de cedência
α - Factor relativo ao confinamento
β - Ângulo das fibras do FRP com o eixo do elemento
δ - Ângulo entre a diagonal da coluna e o eixo de longitudinal
ϒel- Coeficiente de segurança
ϒI - Coeficiente de importância
ϒRd - Factor de endurecimento do aço
εcc - Extensão na qual se atinge o valor de fcc
εcu - Extensão última da fibra mais solicitada do betão
εf,ed e εfu - Extensão última de fibra de FRP
εu,f - Extensão última de fibra de FRP, igual a 0,015 para AFRP ou CFRP ou 0,02 para GFRP
θ - Inclinação da escora
θum - Rotação última
θy - Rotação de cedência
λ - Factor de correcção da aceleração
pl
μΔ - Relação entre a parcela de rotação plástica com a de cedência, igual a (θ Ed - θy)/ θy
ν . - Esforço normal reduzido, igual a N/(bhfc)
νd . - Esforço normal reduzido no pilar na secção acima do nó, igual a ν
ρd - Percentagem de armadura diagonal
ρf - Percentagem de volumétrica de FRP
ρtot - Percentagem total da armadura longitudinal
ρsx - Percentagem de armadura transversal ao carregamento
σ1 - Tensão induzida na zona de emenda pelo reforço com FRP
σsw - Tensão induzida na zona de emenda pelas armaduras transversais a uma extensão de 1‰
ψ2,i - Coeficiente de combinação de cargas quase-permanentes para carga variável i
ψE,i - Coeficiente de combinação para uma carga variável i, para cálculo de esforços sísmicos
ω - Percentagem mecânica da armadura longitudinal à tracção
ω’ - Percentagem mecânica da armadura longitudinal à compressão

xviii
1.Introdução

1.1. Objectivo

O tema desta dissertação visa abordar metodologias e soluções de reforço à acção sísmica de um
edifício com estrutura de betão armado. A base para esta análise é a norma europeia EN-1998-3 [1],
regulamento que aborda o reforço direcionando-se para a avaliação de deslocamentos, ao invés do
par esforço actuante/resistente, mais usual no projecto de edifícios novos. A referida norma apoia-se
nas restantes Euronormas de projecto de estruturas, em particular nas que se referem a novas
estruturas em betão armado - a EN-1998-1 [2] e a EN-1992-1 [3].

1.2. Motivação

Com os primórdios do betão armado em meados do século XIX, com a barca Lambot [4], ficou
patente o seu potencial para uso nas estruturas de edifícios, primeiro em pavimentos e depois em
toda a estrutura. Em Portugal, no final do século XX, com a Moagem do Caramujo [5], é edificado o
primeiro edifício de betão armado, dando o mote para o uso de um material estrutural com grande
popularidade em Portugal. A questão do comportamento da estrutura de um edifício de betão
armado, quando sujeito a uma acção sísmica, estaria certamente presente no trabalho dos
projectistas desta época, em particular nas zonas de elevada sismicidade, dado que já no rescaldo do
grande terramoto de 1755 se fez a reconstrução de Lisboa com a construção dita pombalina que
apresentava elementos sismo-resistentes. Devido à falta de conhecimentos de dinâmica estrutural,
bem como a limitação dos meios de cálculo, grande parte das medidas de protecção eram feitas na
base prescritiva. Isto é, sem cálculos muito complexos, baseados na experiência e conhecimentos do
projectista, sendo normalmente adoptadas soluções sobre-resistentes e com elevada redundância
estrutural.

Os inícios do projecto de estrutura de betão armado são feitos com base em métodos construtivos
patenteados, as primeiras regulamentações para o cálculo de estruturas aparecem apenas nos anos
1904 e 1906, na Prússia e em França respectivamente [4], sob a forma de decretos ministeriais. No
seguimento em Portugal no ano 1918, reflectindo o estado da arte da altura. A primeira menção da
acção sísmica explícita surge com o Regulamento de Segurança das Construções contra Sismos em
1958 [6] [7], cujo conteúdo é muito semelhante ao que depois fica registado no Regulamento de
Solicitações de Edifícios e Pontes [8] (RSEP) em 1961, considerando três zonas no país que
correspondem a coeficientes sísmicos a multiplicar pelo peso de cada elemento, que se materializa
em forças horizontais. Estas acções serão usadas com o contemporâneo Regulamento de Estruturas
de Betão Armado [9] (REBA) de 1967. Com o Regulamento de Seguranças e Acções para Estruturas
de Edifícios e Pontes [10] (RSA) de 1983 e o Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-
esforçado [11] (REBAP) de 1983 entra-se nas chamadas regulamentações modernas usando
espectros de resposta para cálculo de acções e imposições ao projecto que garantissem a
ductilidade. São estas as normas com carácter de Lei actualmente em vigor. De forma a uniformizar

1
as normas em todos os países europeus, criaram-se a partir dos anos 90 os chamados Eurocódigos.
Para enquadrar o projecto de estruturas para a acção sísmica surge a EN1998-1 [2] que, juntamente
com EN1992-1 [3], considera acções sísmicas de maior intensidade e critérios de projecto mais
apertados.

Em Portugal passaram-se cerca de 110 anos desde que o primeiro edifício com estrutura em betão
armado foi construído, edifício que com algumas modificações ainda está de “pé”. Ou seja, existe um
grande número de estruturas que foram projectadas até à implementação do RSA e do REBAP nos
anos 80. De forma a avaliar o comportamento estrutural e proceder ao eventual reforço de edifícios
localizados em zonas de sismicidade relevante, eram necessárias guidelines ou regulamentação que
servissem este propósito. Na União Europeia surge a EN-1998-3, cuja aplicação para edifícios com
estrutura de betão armado será desenvolvida nesta dissertação.

1.3. Organização da dissertação

O texto desta dissertação vai desenvolver-se por cinco capítulos, sendo o corrente onde se faz a
apresentação do objectivo e organização do tema. Os capítulos seguintes abordam as seguintes
temáticas:

No capítulo 2 introduz-se o conceito de acção sísmica e o comportamento de edifícios quando


solicitados por um sismo. Abordam-se os problemas e modos de rotura gerados em edifícios de betão
armado e os métodos de reforço usados nestes tipos de estruturas.

No capítulo 3 faz-se a análise das Euronormas relevantes para a avaliação e reforço de edifícios de
betão armado. Aborda-se a filosofia de dimensionamento baseado nos deslocamentos, na
quantificação da acção de análise estrutural presente na EN1998-1. Por fim, faz-se o estudo do
conteúdo da EN1998-3 para avaliação do comportamento de estruturas de betão armado existentes,
e o seu reforço.

No capítulo 4 realiza-se a aplicação da EN1998-3 a dois edifícios, para a sua avaliação e reforço.

O capítulo 5 apresenta a conclusão da dissertação e sugestões para desenvolvimento futuro.

2
2. Acção Sísmica em Edifícios de Betão Armado

2.1. Acção e comportamento sísmico

Os sismos são fenómenos de origem natural provocados, por exemplo, pelo movimento de placas
tectónicas, deslizamentos em falhas geológicas, fenómenos vulcânicos ou deslizamentos de terras;
podem ser provocados pelo ser humano como no caso de explosões. Os sismos materializam-se por
oscilações na base da estrutura de amplitude pequena, mas com acelerações e velocidades elevadas
e variáveis geram danos estruturais.

O comportamento de um edifício pode ser aproximado a um sistema de um grau de liberdade ou


1GDL (ver figura 1), que mediante as suas propriedades intrínsecas, a massa, rigidez e
amortecimento, geram forças de inércia, restituição e de amortecimento, respectivamente como são
apresentadas na equação (1). Este sistema pode ser utilizado para analisar o comportamento mais
complexo de um edifício. As estruturas dos edifícios geralmente concentram a maioria da sua massa
nos pisos, podendo ser aproximadas a vários osciladores de 1GDL dispostos em série, que
apresentam várias configurações de deformação possíveis ou modos de vibração, como se apresenta
na figura 1.

(1)

Figura 1 - À esquerda, equilíbrio dinâmico de um oscilador de um grau de liberdade, quando solicitado por uma
aceleração de base; à direita, 1º modo de vibração de um edifício de 3 pisos

Sendo o sismo um evento que varia ao longo do tempo, quando o período do movimento da base
está próximo do período fundamental da estrutura dá-se o fenómeno de ressonância em que os
efeitos da acção sísmica na estrutura são amplificados. A título de exemplo, no caso das estruturas
de betão com um coeficiente amortecimento de 5%, e considerando uma oscilação harmónica
simples na base, o factor de amplificação do deslocamento é na ordem de dez unidades [12]. Com
base no que foi referido, os efeitos da acção sísmica são dependentes do período fundamental da
estrutura, para relacionar o período da estrutura com acelerações e deslocamentos usam-se
espectros de resposta, é apresentado um exemplo na figura 2.

3
Figura 2 - Espectro de resposta elástica à para acção tipo 1 [2] em Portugal para vários tipos de solo

Os efeitos dos sismos apresentando-se em função da rigidez e do amortecimento estrutural, o


comportamento e os danos estão relacionados com o sistema estrutural adoptado e pela distribuição
de rigidez, assunto que será abordado de forma mais alargada no capítulo seguinte.

2.2. Deficiências de comportamento de estruturas de betão armado quando solicitadas por um


sismo

2.2.1. Problemas relativos à concepção sistema estrutural

O colapso de uma estrutura dúctil, quando solicitada por um sismo, dá-se não pela capacidade
resistente das secções aos esforços actuantes, mas pela falta de capacidade de comportar as cargas
verticais em configuração deformada. O sistema estrutural que é adoptado é que controla como a
estrutura se comporta. Os problemas estruturais devem-se à concepção e layout estrutural, ou seja, à
disposição e tipo de elementos, à sua ligação e à pormenorização de secções. O sistema estrutural
escolhido pode conduzir a deformações concentradas em alguns elementos podendo originar o seu
colapso.

Alguns dos factores mais importantes no comportamento estrutural na ocorrência de um sismo são a
disposição dos elementos em planta e em altura. Usando uma disposição em planta de elementos
estruturais que conduza a um centro de rigidez afastado do centro de massa, propicia-se um
movimento de rotação em torno do centro de rigidez. Este fenómeno tem origem no desfasamento
das forças de inércia (apresentadas na equação (1) e na figura 1) aplicadas no centro de massa e o
centro de rotação do piso que é o centro de rigidez (ver figura 3). Isto leva a um aumento de
deformações dos elementos mais afastados.

Também uma rigidez muito concentrada cria um mecanismo semelhante ao anteriormente descrito,
assim, deve-se conceber o sistema estrutural com os centros de massa e rigidez próximos e com os
elementos de maior relevância para a rigidez afastados do mesmo, como é apresentado na figura 3.

A falta de regularidade em altura materializa-se na falta de continuidade de elementos do topo até à


base do edifício, com particular relevância se a continuidade for interrompida antes da fundação ou
do piso térreo. Este mecanismo concentra deformações em estruturas de transição e/ou nos

4
elementos em que descarregam. Outro exemplo deste tipo de irregularidade são as variações
bruscas da rigidez de elementos em altura, sendo particularmente gravoso quando o elemento mais
rígido se encontra nos pisos acima dos elementos menos rígidos. As estruturas em que existem pisos
com grandes variações de preenchimentos de panos de alvenaria nos vãos dos pórticos são um caso
comum de materialização do mecanismo acima descrito.

Figura 3 - Distribuições de rigidez. No topo à esquerda, centro de rigidez muito afastado do centro de massa, no topo à
direita rigidez concentrada ao centro; na base, elementos de maior rigidez afastados do centro (a melhor solução)

Este fenómeno é comum nos pisos térreos, como é apresentado na figura 4, em que a maior rigidez
dos pórticos com preenchimento de alvenarias cria o diferencial de rigidez que potencia a
concentração da formação de rótulas plásticas. Quando este mecanismo se forma em grande parte
do piso pode dar-se o mecanismo de piso flexível ou soft storey.

As variações das dimensões da planta em altura também são um factor a ter em consideração na
concepção estrutural, no que concerne à regularidade estrutural. As estruturas que apresentam pisos
que variam em área de cima para baixo apresentam um melhor comportamento. As variações de
área em planta criam variações de massa entre pisos e podem condicionar a continuidade de
elementos verticais relevantes até à fundação.

5
Figura 4 - Efeito de soft storey sismo Peru 2007 [13]

As lajes de pavimento devem funcionar como um diafragma rígido, ou seja, fazer com que os
deslocamentos dos pisos apresentem um comportamento de corpo rígido não apresentando
deslocamentos horizontais devidos à flexão do pavimento (como apresentado na figura 4). Para
estruturas alongadas, ou com pisos com pouca rigidez, o referido comportamento de diafragma deixa
de estar garantido levando a que alguns elementos estejam sujeitos a deformações maiores que os
assumidos de acordo com um pavimento rígido. A ligação das lajes aos restantes elementos
estruturais também deve ser executada de modo a garantir o referido efeito de diafragma. No caso de
sistemas estruturais com poucos elementos de elevada rigidez a acções laterais (paredes ou núcleos
de elevador, por exemplo) e usando lajes fungiformes maciças ou aligeiradas de espessuras
correntes, os deslocamentos laterais serão superiores a um sistema semelhante mas com vigas [12],
já que a falta de vigas diminui a rigidez do sistema estrutural a acções laterais. Este sistema sem
vigas conduzirá a deslocamentos globais da estrutura superiores e consequentemente a uma maior
solicitação nos pilares.

O dimensionamento estrutural dando prevalência às cargas verticais conduz a vigas muito resistentes
em relação a pilares pouco armados, levando a que as rótulas plásticas se formem preferencialmente
nos pilares (ver figura 4). Se a concentração das rótulas plásticas se der num só piso, como
apresentado na figura 5, levará a um aumentam-se as solicitações nesses elementos, podendo
originando o colapso do edifício pelo mecanismo de pisos flexível anteriormente referido.

Figura 5 - Deformadas de sistemas estruturais porticados para um mesmo deslocamento de topo. Deformada central a
ideal em que as rótulas estão nas vigas e apenas na fundação do pilar, adaptado de [14]

6
A pormenorização de elementos estruturais, não considerando mecanismos que se geram
localmente, pode levar a danos severos na estrutura. Um destes mecanismos é o de coluna “curta”,
que é apresentado na figura seguinte, em que a limitação à deformação por parte das alvenarias
reduz a altura livre do elemento.

Figura 6 - Coluna curta criada pelos enchimentos de alvenaria. Peru 2001 [13]

Um potencial problema de concepção é o dimensionamento de secções sem que se considerem a


aplicação de acções importantes. Um exemplo disto é o dimensionamento sem considerar a força
concentrada aplicada pelos patins de escadas que descarregam na zona intermédia dos pilares.
Normalmente estas secções num pilar apresentam menos armaduras transversais que as secções
adjacentes aos pisos e onde se podem efectuar emendas. Outro mecanismo semelhante dá-se
quando os pisos de edifícios adjacentes não são coincidentes em altura.

As estruturas pré-fabricadas podem apresentar um comportamento deficiente às acções sísmicas se


as ligações entre elementos não forem projectadas para acomodar os esforços e deslocamentos
ocorridos num sismo. Isto é de particular importância nos casos em que a ligação é realizada por
apoios de reduzida dimensão, em que pode existir colapso se o deslocamento provocado pelo sismo
for superior à dimensão da zona de apoio.

O colapso da estrutura materializa-se pela rotura ao nível das seções dos elementos, que se passam
a descrever nos capítulos seguintes.

2.2.2. Rotura da secção por flexão

Este tipo de mecanismo de colapso materializa-se quando se esgota a resistência à flexão na secção
de um elemento viga, pilar ou parede. Pode ocorrer por esgotamento de capacidade de deformação
do betão à compressão ou das armaduras à tracção (ver figura 7). Quando a secção é sujeita a
compressões elevadas, a resistência da secção pode ser condicionada pela encurvadura dos varões
longitudinais comprimidos, como se pode verificar na figura 8. No esmagamento do betão à
compressão, o confinamento, proporcionado pelas armaduras transversais, é determinante já que
aumenta as extensões máximas comportadas pelo betão dentro da zona confinada. Também a

7
encurvadura de varões longitudinais é condicionada pelo número de varões abraçados por cintas,
espaçamento e pelos remates de modo a que não permitam a abertura das cintas.

Figura 7 - Rótulas plásticas. À esquerda, viga no sismo Nova Zelândia; à direita, coluna sismo Haiti 2010 [13]

Figura 8 - Encurvadura de varões longitudinais com cintas muito espaçadas. Chile 2010 [13]

2.2.3. Rotura por corte

Este tipo de colapso dá-se quando a armadura transversal, que atravessa as fendas geradas pelas
forças de corte, não tem capacidade resistente às forças de tracção instaladas. A rotura pode
também ocorrer pelo esmagamento do betão nas bielas comprimidas. Após a entrada do elemento
em fase plástica a resistência aos dois mecanismos apresenta uma degradação severa.

8
Figura 9 - Rotura por corte. Peru 2007 [13]

2.2.4. Rotura no nó viga/pilar

Este mecanismo condiciona a formação de rótulas plásticas nas extremidades dos elementos que
convergem no nó. A rotura do nó apresenta particular perigo nas secções de perímetro do edifício
[15], já que a perda de rigidez dos nós leva a maiores efeitos P-Δ e eventuais embates em outros
edifícios.

Figura 10 - Nó colapsado sem cintagem e com emendas no nó. Haiti 2010 [13]

O funcionamento do nó pode ser dividido em dois mecanismos [16] [17]: um de compressão da


diagonal do nó, o outro como um conjunto de elementos treliça de modo a equilibrar as forças da
amarração das armaduras (ver figura 11). Estas tensões são geradas pelas forças de tracção
mobilizadas pelos momentos flectores actuantes nas vigas e pela força de compressão do pilar.

9
N
VEd_coluna
MEd_coluna

MEd_viga

VEd_viga

Diagonal
comprimida
Figura 11 - Mecanismos de nó viga/pilar adaptado [17]. À esquerda, compressão da diagonal; à direita, mecanismo de
treliça

Figura 12 - Fendilhação diagonal do nó [16]

O primeiro mecanismo referido é condicionado pelo eventual esmagamento do betão da diagonal do


nó, o segundo mecanismo referido gera tracções diagonais. Após a fendilhação do nó segundo a sua
diagonal, a integridade do nó é condicionada pelo esmagamento do betão no seu interior. Também
no caso de deslizamento das armaduras longitudinais no nó a compressão da diagonal é mecanismo
condicionante, já que a zona de amarração das armaduras longitudinais avança no nó concentrando-
se nos cantos levando a um aumento de tensões na diagonal do nó [15].

Figura 13 - Falta de armadura transversal no nó viga/pilar. Sumatra 2009 [13]

10
Os nós viga/pilar apresentam um melhor desempenho se estiverem bem confinados, já que as cintas
aumentam a capacidade de compressão da diagonal e funcionam como armadura horizontal.

2.2.5. Deficiências devido a destacamento do betão, emendas e amarração de armaduras

Com os ciclos de carregamento, o betão de recobrimento comprimido nas rótulas plásticas pode
destacar-se do resto da secção. Isto pode levar a problemas de transmissão das tensões de
aderência das armaduras, que são tanto mais relevantes quanto maiores forem os diâmetros da
armadura. O destacamento do betão de recobrimento pode ainda ter um impacto negativo no controlo
da encurvadura de varões comprimidos.

Figura 14 - Destacamento no betão. Sumatra 2009 [13]

A deformação das armaduras transversais, como é o caso de abertura de cintas com amarrações em
“L”, a compressão de varões longitudinais lisos terminados em gancho localizados em nós, são
exemplos de pormenorizações que podem originar o destacamento de betão.

Nas zonas de emendas, e caso se localizem perto das secções mais solicitadas, pode ocorrer o
arrancamento de armaduras (ver figura 15). Isto é materializável caso as armaduras não estejam bem
envolvidas com betão, se a sobreposição de varões não se desenvolver por um comprimento
adequado e/ou não apresentar um mecanismo que garanta o funcionamento em conjunto. Com o
arrancamento de varões não se consegue mobilizar toda a tensão de cálculo nos varões
longitudinais, reduzindo a rigidez e a capacidade de rotação do elemento. Este problema é agravado
no caso de se usarem varões lisos de grandes diâmetros e com baixo confinamento da zona.

11
Figura 15 - Face inferior de viga em que se deu o arrancamento de armadura longitudinal. Sismo Nova Zelândia [13]

Os problemas mais recorrentes nas amarrações são o comprimento insuficiente ou detalhes


construtivos que não garantam a fixação adequada das armaduras. As consequências possíveis são
semelhantes às referidas para o arrancamento nas zonas de emenda. Nas zonas dos nós viga/pilar,
quando se dá o deslizamento da armadura longitudinal tracionada em conjunto com a abertura de
fendas de grandes dimensões nas faces da coluna (ver figura 16), gera-se uma perda acentuada da
rigidez do nó.

Figura 16 - Diferença na deformada do nó antes e depois de abertura de fendas na viga [16]

Um confinamento inadequado do nó afecta a capacidade resistente às forças de corte e diminui a


capacidade do betão absorver as tensões de aderência geradas na amarração, situação que é
agravada com o uso de varões de diâmetro elevado na armadura longitudinal.

2.3. Soluções de reabilitação de estruturas de betão armado

A abordagem mais corrente na reabilitação é a reparação dos danos existentes na estrutura que
tenham sido provocados por sismos ou outros factores. Esta metodologia é viável nos casos em que
não ocorreu o esmagamento do betão no interior das cintas e se as armaduras do elemento não
estiverem encurvadas ou tiverem atingido a rotura, já que a sua reparação é difícil e de resultado
incerto [16]. A reparação de elementos faz com que estes retornem à sua capacidade/características
iniciais, assim só se justifica para elementos que apresentem um comportamento sísmico adequado
e/ou em que a estrutura original continue a ser importante na resistência às forças laterais após uma
solução de reforço. As reparações abrangem o tratamento de armaduras que possam apresentar

12
alguma corrosão, a substituição/reparação de armaduras que tenham atingido a rotura, a restituição
do betão destacado/degradado e a injecção de fendas com um grout ou resinas epóxidas consoante
a dimensão.

Este tipo de reparação leva a que o momento de cedência quase se iguale ao original [14]. No
entanto, Fardis [16] afirma, com base em ensaios, que a rigidez secante ao ponto de cedência baixa
25% a 30% em relação à situação original sem danos. No caso da rotação última, os valores, em
média, ficam aproximadamente em 91% a 95% do valor espectável do elemento original [14].

2.3.1. Reforço mediante modificação de solução estrutural com adição de novos elementos

A modificação do sistema estrutural pode passar por soluções “ligeiras”, como dar continuidade a
elementos já existentes de modo a minorar as deformações nas estruturas de transição, completando
o caminho das cargas do topo à fundação do edifício, ou eliminar variações bruscas de rigidez. Uma
outra abordagem é a adição de elementos de elevada rigidez às forças laterais, como as paredes, de
modo a que estes novos elementos controlem as deformações do edifício.

O reforço da estrutura com recurso à adição de elementos parede apresenta-se competitivo quando é
necessário aumentar de forma significativa a rigidez da estrutura de modo a diminuir as deformações
globais que conduzem a um grande número de elementos a reforçar e/ou a danos em elementos não
estruturais que não sejam admissíveis de acordo com o uso da estrutura. Este tipo de reforço
também é chamado de reforço global, já que altera de forma taxativa o comportamento do sistema
estrutural inicial, concentrando nestes novos elementos a capacidade de resistência à acção sísmica.

Uma solução usual é a criação de paredes em betão armado, que podem ser executadas como
paredes “novas” de raiz, preencher parte ou totalmente o vão de pórticos, ou usando paredes
divisórias projectando betão na sua face [14]. Para se garantir uma boa capacidade de deformação
as armaduras da alma da parede devem ter continuidade entre os pisos. No caso de o reforço se
materializar através do preenchimento do vão de pórticos (como apresentado na figura 17) também
se deve garantir uma ligação monolítica entre os pilares e as vigas originais com a alma da parede,
através de conectores, de modo a dotar o elemento de reforço de uma boa ductilidade [16]. Este
sistema apresenta-se viável se os pilares que limitam a parede de reforço tiverem a capacidade de
acomodar extensões elevadas geradas aquando da compressão, ou seja, estejam pormenorizados
de forma a apresentarem um bom confinamento. A solução mais eficaz é aquela em que a parede de
reforço envolve o pórtico garantindo a continuidade de armaduras da alma entre os pisos, o
comportamento monolítico entre a alma da parede com os elementos originais, e permite ainda o
confinamento das zonas extremas da parede onde se localiza o pilar original. Neste sistema de
reforço deve-se também garantir uma boa ligação entre as lajes e a nova parede, de modo a existir
uma transferência adequada das forças de inércia dos pisos, algo que é garantido envolvendo as
vigas do pórtico [14].

13
Figura 17 - Parede a ser preenchida com betão, à esquerda [18]; à direita e reforço metálico em escola de Lisboa

As paredes de reforço devem ser dimensionadas de forma a garantir a ductilidade e devem ser
contínuas da base ao topo de modo a não existirem concentrações de deformações em determinadas
partes da estrutura. O uso de paredes tem a desvantagem de aumentar o espaço ocupado por
elementos estruturais, criar limitações ao uso do espaço e de a sua execução demorar algum tempo
comparativamente a outras soluções de reforço.

No caso de se usarem fundações superficiais em edifícios sem caves, as novas paredes apresentam
dificuldade em transmitir à fundação toda a sua capacidade, o que reduz a eficácia dos novos
elementos. Pode dar-se outro fenómeno que é o levantamento da fundação ou rocking. Como as
paredes absorvem pouca carga vertical em relação às forças laterais mobilizadas, o binário
provocado pelas cargas laterais é superior às cargas verticais estabilizantes, dando-se um movimento
de corpo rígido que leva a um aumento da deformação de toda a estrutura.

Em alternativa às paredes de betão armado, podem usar-se contraventamentos metálicos (ver figura
17). Estes apresentam a vantagem de poder estabilizar a fundação no fenómeno de levantamento
[16]. A sua execução mostra-se, no entanto, complexa, já que de forma a garantir uma boa ligação
entre o contraventamento e o pórtico inicial, é difícil recorrer à pré-fabricação exigindo alguns
trabalhos de soldadura em obra.

2.3.2. Reforço de elementos através de betão armado

Para reforço de elementos individuais pode-se recorrer a um reforço de betão armado, este tipo de
reforço é eficaz na melhoria de todos os problemas referidos no capítulo 2.1. O aumento de secção
ou o encamisamento de elementos (ver figura 18) pode aumentar a rigidez do elemento, aumentar a
resistência à flexão (que é relevante na correcção do par viga forte/pilar fraco), aumento da
resistência ao esforço transverso e aumento do confinamento do elemento e da capacidade de
deformação. Este é o tipo de reforço que com mais facilidade consegue continuidade entre pisos que,
para além de aumentos de resistência e rigidez, pode melhorar o comportamento do nó viga/pilar,
aumentando a sua dimensão e o confinamento, o que melhora a resistência às forças de corte e o
comportamento das zonas de amarração. Ao envolver-se o novo elemento mitigam-se os problemas
de corrosão, já que as armaduras originais deixam de ter contacto como exterior, factor necessário
para a continuação do processo.

14
Figura 18 - Exemplos de encamisamentos e aumentos de secção, adaptados de [16]

O comportamento monolítico entre o elemento original e o de reforço é garantido com recurso a um


aumento de rugosidade das superfícies, ligando armaduras originais com as do elemento de reforço
soldando elementos metálicos, ou através de conectores introduzidos em furos na face dos
elementos iniciais (ver figura 18).

No reforço de elementos tipo pilar, na sua rigidez e à resistência à flexão, é necessário como já foi
referido a passagem de armadura longitudinal pelos pisos. De modo a não afectar o funcionamento
das vigas convergentes no pilar, deve-se concentrar as armaduras longitudinais do elemento de
reforço do pilar nos seus cantos [16], fazendo a cintagem adequada destes varões como é
apresentado na figura 18. No caso de elementos com restrições à execução de encamisamento total,
como por exemplo elementos de perímetro ou nas vigas, é necessário um cuidado acrescido nas
ligações entre o elemento de reforço e o original.

O reforço ao corte é garantido através do aumento da secção e das armaduras transversais


presentes no elemento de encamisamento, deve deixar-se alguma folga entre o limite do elemento e
o nó, de modo a não aumentar a resistência à flexão [16].

O aumento de confinamento dos elementos por intermédio do encamisamento melhora a capacidade


de deformação nas zonas da rótula plástica, corrige os problemas das zonas de emenda e amarração
e da encurvadura de varões da secção original. Novamente, para os problemas referidos, deve-se
deixar 10mm de folga entre o limite da secção e o nó. Quando o reforço atravessa o nó viga/pilar, o
encamisamento aumenta o confinamento desta zona, providenciando um acréscimo de armadura
transversal ao nó e aumentando a resistência do betão ao esmagamento.

O aumento de rigidez da estrutura, através de um reforço com aumento de secções, também pode
ser usado como estratégia de reforço global como foi referido no capítulo 2.3.1 já que a aplicação
num número significativo de elementos reduz as deformações globais da estrutura. No entanto, só em
casos pontuais esta abordagem terá melhor resultado na análise custo/benefício em relação a uma
solução de paredes. O aumento do carregamento das fundações, devido ao aumento de rigidez dos
elementos, é outra das condicionantes deste tipo de reforço.

15
O reforço de elementos recorrendo a betão armado é de fácil execução e económico, já que não
necessita de um know-how especializado. Tem, porém, a desvantagem funcional de aumentar as
secções dos elementos, ser de aplicação mais demorada e criar restrições de ocupação, quando
comparado com soluções descritas nos próximos dois capítulos.

2.3.3. Reforço estrutural com elementos metálicos

O reforço com elementos metálicos é de rápida execução em comparação com o reforço recorrendo
a betão armado, sendo utlizado como técnica de reforço após ocorrência de um sismo [16]. É uma
solução em que não se consegue aumentar a rigidez do elemento, em que segundo ensaios a rigidez
secante fica a 88% do previsto considerando apenas o elemento de betão inicial [14]. Para um
aumento de resistência à flexão, este tipo de reforço também não é muito utilizado já que é difícil a
continuidade dos elementos metálicos entre pisos ou a sua amarração aos elementos que limitam o
elemento a reforçar. Com base nas limitações descritas, o reforço recorrendo a elementos metálicos
é maioritariamente feito de modo a aumentar a resistência ao esforço transverso e, através do
confinamento, corrigir as zonas de emenda ou amarração deficientes. No entanto, é difícil garantir um
aumento de capacidade de deformação através do reforço com elementos metálicos, como é
presente em ensaios experimentais [14]. Em relação à secção inicial, o aumento do confinamento é
conseguido nos elementos rectangulares com um encamisamento total com elementos metálicos ou
com um reforço com chapas espaçadas. A eficácia do confinamento aumenta em secções circulares.

A utilização de chapas finas é adequada para elementos de secção circular ou elíptica. A utilização
deste reforço com forma circular em elementos originais de secção rectangular pode ser feita
preenchendo a folga com betão. No entanto, a solução torna-se cara pela utilização de mais
materiais, ocupa uma maior área e é pouco estética. De forma a reforçar os elementos de secção
rectangular, que são os mais comuns, coloca-se aos cantos do elemento cantoneiras, ligando-as com
resinas epoxídicas ou por contacto, às quais se soldam chapas contínuas ou tiras metálicas (ver
figura seguinte). Outra solução é a solda de dois elementos em “L”, encamisando totalmente o
elemento, sendo a folga entre o reforço e o elemento a reforçar preenchido com uma argamassa de
baixa retracção. O efeito do confinamento através de elementos metálicos com chapas contínuas e
com tiras metálicas, caso não seja fixo à face do elemento com conectores, pode ficar comprometido
através da encurvadura para o exterior do elemento à compressão [14]. Também a retração das
argamassas ou betão que faz de interface entre o reforço e o elemento reduz a eficácia do
confinamento. No caso de uso de chapas contínuas, o confinamento é condicionado nas zonas à
compressão, devido ao efeito de Poisson.

Com chapas corrugadas pode fazer-se o reforço de nós viga/pilar através do seu envolvimento total
(ver figura 19). Estas chapas, pela baixa rigidez segundo a direcção do eixo longitudinal dos
elementos, quase eliminam o efeito adverso do coeficiente de Poisson no confinamento; e, pela
grande rigidez de encurvar para fora do plano, dificulta o processo de encurvadura da chapa [16].

16
Chapas
corrugadas

Figura 19 - Tiras metálicas ao corte [16] e reforço de nó com chapas corrugadas adaptado de [14]

Este método tem a vantagem de a sua execução ser rápida, o aumento de secção ser residual e o
reforço poder ficar no interior de uma solução de reforço com betão armado. As desvantagens são o
custo do material face à solução equivalente em betão, a maior morosidade e dificuldade de
aplicação face aos FRPs e requer execução com soldaduras em obra que obriga à utilização de mão-
de-obra especializada.

2.3.4. Reforço estrutural com materiais compósitos

A utilização de materiais compósitos de fibras de vidro, aramida e carbono, apresenta muitas


vantagens. Podem ser utilizadas para os mesmos tipos de reforço que foram referidos para os
elementos metálicos, ou seja, ao corte e à correcção de deficiências em zonas de emenda e
amarração. Este tipo de reforço não conduz a um aumento de rigidez e é difícil de usar com o
objectivo de aumentar a resistência à flexão através de FRPs, devido à dificuldade de continuidade
do reforço entre nós viga/pilar. Os ganhos na rigidez e flexão são diminutos e refentes ao aumento do
confinamento e eliminação de deficiências nas emendas e/ou amarrações. A grande vantagem está
na capacidade de mobilização do confinamento ao ponto de se conseguir aumentar a capacidade de
deformação das secções críticas, onde se espera que se formem rótulas plásticas.

Nos nós viga/pilar, segundo ensaios experimentais, o envolvimento do nó com FRPs aumenta a
resistência e a ductilidade do mesmo [19], podendo ser utilizado para aumentar a resistência do nó às
forças de corte melhorar as condições de amarração(ver figura 21).

Os FRPs podem apresentar-se em mantas ou em laminados, com as suas fibras orientadas em uma
ou duas ortogonais ou mais direcções (ver figura 20 com fibras perpendiculares ao eixo da coluna),
sendo o material depois colado através de resinas no elemento a reforçar. O reforço é executado
aplicando a resina no laminado/manta ou no elemento procedendo-se depois à colagem. Os cantos
devem ser arredondados para raios de 20 a 30 mm [16]. A grande vantagem deste tipo de solução de

17
reforço é ser simples de executar, ter elevado rácio resistência por peso, ser ligeira em espaço
ocupado, e não ser susceptível à corrosão. No entanto, o material é muito caro e é susceptível à
temperatura e a danos severos em caso de incêndio.

Figura 20 - À esquerda, mantas de reforço de pilar ao corte; à direita, pilar com laminados tencionados, fonte S&P [20]

Manta de GFRP

Placa metálica

Corte da viga

Corte do pilar

Figura 21 - Reforço de nó com mantas de polímeros reforçados com fibras de vidro adaptado de [19]

2.3.5. Outras estratégias de reforço e melhoria da resposta à acção sísmica

Para que as estruturas apresentem um melhor comportamento às acções sísmicas pode-se optar por
uma redução dos efeitos da acção sísmica. Isto apresenta uma importância maior nos edifícios em
que se requer uma utilização imediata após os sismos, onde existem equipamentos sensíveis, e onde
não são admissíveis danos em elementos não estruturais ou deformações permanentes em grande
parte dos elementos estruturais, nomeadamente edifícios relacionados com a protecção civil ou
hospitais.

Os efeitos da aceleração de base imposta a um edifício são condicionados pela massa oscilante, pelo
período e pelo amortecimento da estrutura. Para uma minimização de efeitos pode reduzir-se a

18
massa oscilante efectuando demolições ou condicionando o uso de um edifício, reduzindo assim as
forças de inércia presentes.

1- Rigidificação da estrutura,
ex: paredes
2- Isolamento de base
3- Dissipadores de energia

Figura 22 - Espectro de resposta apresentando várias soluções de reforço, adaptado de [21]

Pode aumentar-se o período de oscilação da estrutura através de um sistema de isolamento de base


em que se liberta grande parte do movimento horizontal entre a base e o topo do aparelho de
isolamento, libertando o deslocamento relativo entre as oscilações do solo e a estrutura. Estes
aparelhos apresentam grande capacidade de deformação horizontal, de dissipação de energia e a
capacidade de retornar à posição inicial [12]. O deslocamento relativo entre elementos da estrutura
acima do topo do aparelho e a sua base o que cria problemas nas infraestruturas que servem o
edifício. Para edifícios com alturas elevadas, este sistema não se apresenta como muito eficaz
porque normalmente já são estruturas muito flexíveis e de período alto [15]. No caso de solos de
fundação de fraca qualidade em que dominam períodos de vibração elevados é mais vantajoso
diminuir o período do edifício em vez de o aumentar [15] de modo a não amplificar os movimentos do
solo.

Figura 23 - Isolamento sísmico de edifício, fonte Bridgestone [22]

Figura 24 - Aparelho de apoio, fonte Bridgestone [22]

19
Os sistemas dissipadores de energia, como o nome indica, aumentam a capacidade de dissipação da
energia que se gera num sismo, levando a um aumento do amortecimento da estrutura, o que conduz
a uma redução dos deslocamentos da estrutura. Os mais comuns são os histeréticos e viscosos [12].
Os primeiros funcionam através da plastificação de elementos constituintes, enquanto os segundos
apresentam um funcionamento semelhante aos amortecedores presentes nos carros, em que um
pistão se move num cilindro com um fluido viscoso.

Figura 25 - Dissipadores de energia em pórticos, fonte Taylor Devices [23]

Os sistemas de isolamento e dissipação de energia podem ser usados em conjunto aumentando


significativamente o desempenho da estrutura.

Aos sistemas já apresentados podem juntar-se as ligas com memória de forma [21] os tuned mass
dumpers que é uma massa que apresenta um período de oscilação semelhante ao edifício [12].

20
3. Análise à avaliação e reforço de estruturas segundo a EN1998

3.1. Dimensionamento com base nos deslocamentos

A abordagem mais comum de dimensionamento de estruturas baseia-se na determinação das forças


aplicadas na estrutura, garantindo que os esforços resistentes são maiores que os actuantes. Neste
tipo de abordagem, e para o caso dos sismos, os esforços actuantes resultam das forças laterais
mobilizadas correspondentes a um deslocamento máximo em regime elástico. Este tipo de
abordagem não corresponde ao fenómeno físico que ocorre durante um sismo, já que o problema
não se coloca em termos de resistência a esforços mas em capacidade de equilíbrio da cargas
verticais em configuração deformada devida aos deslocamentos impostos pelo sismo, os chamados
efeitos P-Δ. A filosofia adoptada para a avaliação e dimensionamento na EN1998-3 é a de
dimensionamento com base nos deslocamentos que avalia a capacidade da estrutura de acomodar
os deslocamentos impostos.

Na filosofia de dimensionamento com base nas forças o objectivo principal do projectista é de garantir
que as secções apresentam capacidade resistente superior às forças aplicadas pelo sismo. O cálculo
deste conjunto de forças é condicionado pela rigidez da estrutura, já que a aceleração de base a que
uma estrutura é sujeita está dependente da massa e rigidez da mesma. A rigidez da estrutura é, em
geral, obtida com base no tipo de betão utilizado e em propriedades geométricas dos elementos
estruturais que, em projecto de estruturas novas, resultam de um pré-dimensionamento de elementos
em que usualmente apenas se consideram as cargas verticais. Considera-se também, na aferição da
rigidez, a fendilhação dos elementos e outros danos estruturais que possam dar-se antes da
ocorrência de um sismo, isto é feito por uma redução da rigidez elástica que é igual para toda a
estrutura ou para cada conjunto de elementos (colunas paredes e vigas). Tendo o período
fundamental de vibração da estrutura, obtém-se através do espectro de resposta elástico o conjunto
de forças sísmicas referentes a um comportamento elástico. As estruturas raramente se mantêm em
regime elástico durante um sismo e, usando como ilustração um elemento de betão após a entrada
em cedência, o acréscimo de força que o elemento comporta é muito pequeno ou nulo (ver figura 26),
exibindo ainda capacidade de se deformar, ora a relação entre o deslocamento máximo e de
cedência é chamado de ductilidade em deslocamento. Tirando partido da ductilidade estrutural e
recorrendo ao princípio da igualdade de deslocamentos, que se passará a descrever no parágrafo
seguinte, torna-se possível dimensionar as estruturas para um conjunto de forças menores. Na
filosofia de dimensionamento baseada nas forças, de modo a considerar a ductilidade, usam-se
factores de redução das forças elásticas inicialmente estimadas, estes factores são chamados
coeficientes de comportamento nas EN1998. Para cada tipo de sistema estrutural, e representando a
ductilidade esperada, é permitido a adoção dos referidos coeficientes de comportamento que
diminuem o valor da aceleração de dimensionamento retirada de um espectro elástico. Com base
nesta aceleração são obtidos os esforços de dimensionamento da estrutura. Depois de obtidos os
esforços de dimensionamento, a estrutura é dimensionada para que a resistência das secções aos
momentos flectores seja superior ao valor imposto pelas forças sísmicas. Junta-se a este

21
dimensionamento de secções a premissa de que as rótulas plásticas se formem em locais que não
criem mecanismos locais de rotura, favorecendo que as rótulas plásticas ocorram em vigas e na
ligação à fundação dos pilares em sistemas porticados, na base de paredes e em vigas nos sistemas
estruturais classificados de paredes. Para que não ocorram mecanismos de rotura frágeis, como as
roturas por esforço transverso, dimensionam-se as secções para capacidade resistente ou capacity
design, em que os esforços de dimensionamento ao corte são resultantes do equilíbrio da
mobilização da resistência total dos mecanismos de flexão. Quando se usa esta metodologia a
relação entre as forças sísmicas e a rigidez é pequena [24], visto que o dimensionamento das
armaduras tem um impacto significativo na rigidez dos elementos, e consequentemente no período
de vibração estrutural. A isto junta-se o facto de a rigidez elástica, assumida no início do processo de
análise, só se encontrar próxima do comportamento real da estrutura se os elementos não entrarem
em fase plástica, já que nos ciclos de carga e descarga seguintes levam a uma baixa de rigidez
significativa. Este fenómeno pode ser verificado na figura 26 com a diminuição da rigidez entre os
pontos 14, 26 38 e 50 da figura.

F(kN)

δ(mm)

Figura 26 - Gráfico de comportamento força deslocamento em ensaio de carga cíclico de uma viga de betão armado,
adaptado de [12]

O habitual uso em projecto de rigidezes sobrestimadas deve-se à premissa de que períodos de


vibração mais baixos levam a forças sísmicas maiores, o que conduz a elementos sobre-resistentes.
No entanto, está a considerar-se que as deformações estruturais vão ser menores que as
espectáveis, subestimam-se os efeitos reais de um sismo, os efeitos de segunda ordem. Para esta
filosofia de dimensionamento, o grau de ductilidade exigido a cada elemento é o mesmo, usando-se
medidas prescritivas para que a capacidade de deformação máxima esteja acima do que se espera,
ora numa estrutura pode-se ter necessidades de ductilidade diferentes para alguns elementos.

O dimensionamento com base em deslocamentos baseia-se na premissa que os deslocamentos


obtidos na análise sejam menores do que o acomodável por cada elemento, mantendo capacidade
de carga em configuração deformada. Esta filosofia tenta colmatar os problemas referidos para um

22
dimensionamento com base nas forças. Para uma avaliação rigorosa dos deslocamentos é
necessário aferir com mais cuidado a rigidez de cada elemento, tendo em conta a alta probabilidade
de o elemento vir a entrar durante o sismo em fase de comportamento não linear (figura 26 e 27).
Neste tipo de análise é também considerada a ductilidade de cada elemento, ou seja, a ductilidade
local [25], já que se faz a análise à capacidade de deformação de cada elemento e secção. Para
análises a edifícios existentes mostra-se mais adequado a utilização de espectros elásticos, visto que
dificilmente se consegue garantir ductilidades globais e locais ao mesmo nível de estruturas novas,
assim não será admissível usar um coeficiente de ductilidade global superior a 1,5 relacionado com a
sobre-resistência [25]. Se a análise à estrutura for feita através de um método linear, pode recorrer-se
à igualdade de deslocamentos de NEWMARK [26], apresentada na figura 27 à direita. Este princípio
baseou-se em análises não lineares dinâmicas de várias estruturas [24], e indica que para estruturas
com períodos fundamentais e amortecimentos semelhantes, o deslocamento máximo obtido por uma
análise elástica linear ou uma análise não linear não está muito afastado, isto é apresentado nos
espectros de resposta de deslocamentos, para frequências próprias corretes em edifícios na figura 27
à esquerda.

Força Resposta
elástica

Resposta
inelástica Deslocamento

Figura 27 - À esquerda, espectro de resposta elástico e inelástico, adaptado de [17]. À direita gráfico força
deslocamento de um elemento, adaptado [27]

Para se poder realizar esta aproximação, deve-se ainda garantir que a formação das rótulas plásticas
não é concentrada em determinados locais mas é distribuída de forma uniforme por todo o edifício
[25].

Uma das dificuldades de implementação deste método é o cálculo da rigidez, em particular em


estruturas novas onde não se sabe a priori algumas características do elemento, tais como a
quantidade de armadura. Apesar do que foi referido, esta filosofia já é usada na parte 2 da EN1998
relativamente a pontes. No caso do projecto de edifícios novos, a consideração de 50% da rigidez
elástica da secção, referida na parte 1 da EN1998 para ter em conta a fendilhação, é pouco precisa e

23
como já foi referido, subestimando os deslocamentos da estrutura, aspecto já tido em conta na
avaliação de efeitos de segunda ordem. A formulação proposta na EN1998-3 para o cálculo da
rigidez de cada elemento baseia-se na rigidez secante [25] ao ponto de cedência da primeira “fibra”
da secção, dada pela equação que se segue e representada na figura 28, isto aproxima o
comportamento de cada elemento a um comportamento elásto-perfeitamente-plástico.

Figura 28 - Gráfico momento curvatura de um elemento., A tracejado o comportamento idealizado, adaptado de [24]

(2)

Sendo
My - o momento de cedência
φy - a curvatura de cedência

A definição da rigidez efectiva pode fazer-se a partir das rotações ou deslocamentos de cedência.
Para cálculo da rigidez são dadas várias expressões, em várias regulamentações e em literatura, que
têm por base expressões deduzidas a partir de modelos físicos ou com base em ensaios
experimentais, no entanto, quanto mais rigorosa for a aferição da rigidez efectiva, mais fiáveis serão
os resultados da análise. As grandezas calculadas referentes ao ponto de cedência dos elementos,
como se poderá verificar no capítulo 3.3, serão condicionadas pela geometria e materiais da
secção/elemento, tal como pela quantidade de armadura e sua amarração e emendas.

No que toca à aferição dos deslocamentos de cedência e deslocamentos últimos, e como será
demostrado no capítulo 3.3, têm sido feitas muitas análises experimentais a elementos, em particular
colunas com variadas formas e pormenorizações. Assim, parte das expressões presentes na
literatura especializada e nas regulamentações, como a EN1998, são calibradas com estes ensaios
experimentais dando estimativas mais precisas que as expressões deduzidas com base em modelos
físicos.

24
3.2. Elementos relevantes da EN1998-1

Descreve-se nesta secção os elementos relevantes para a caracterização da acção sísmica para
posterior aplicação da parte 3 da EN1998 na análise estrutural de um edifício.

3.2.1. Caracterização da acção sísmica

A EN1998-1 [2] artigo 2.1 estabelece como requisitos de desempenho: o de não ocorrência de
colapso e o de limitação de danos. No primeiro requisito há que garantir que não existe «…colapso
global ou local mantendo assim a sua integridade estrutural e uma capacidade resistente residual
depois do sismo…» [2] que corresponde ao dimensionamento para uma acção sísmica de referência
com probabilidade de ser excedida de 10% em 50 anos, ou a um período de retorno de 475 anos. O
requisito de limitação de danos garante que para o tipo de sismo mais corrente não se criam
problemas permanentes ao uso da estrutura, e a mesma é economicamente reparável, é verificado
para uma acção sísmica de referência com probabilidade de excedência de 10% em 10 anos,
correspondente a período de retorno de 95 anos.

A acção sísmica de cálculo é definida pela aceleração de referência afectada por um coeficiente que
tem em conta a fiabilidade, o coeficiente de importância - ϒI. Este coeficiente varia consoante a
estrutura e o seu uso.

Quadro 1 - Coeficientes de importância presentes no anexo nacional da EN1998-1 [2]


ϒI da acção sísmica do ϒI da acção sísmica do
Classe de Importância Tipo 1 tipo 2
Continente Açores
I - Edifícios de importância reduzida, como edifícios agrícolas 0,6 0,8 0,8
II - Edifícios correntes 1,0 1,0 1,0
III - Edifícios com ocupação grande, como escolas centros de
1,6 1,3 1,2
congressos, instituições culturais
IV - Edifícios essenciais de proteção civil, hospitais, centrais eléctricas 2,1 1,6 1,4

A acção sísmica em Portugal é definida tendo em consideração a zona onde a estrutura se encontra
implantada, de forma a ter em conta a sismicidade da região, isto é feito com um zonamento que
atribui diferentes acelerações de pico para um solo rochoso. No caso de Portugal existem dois tipos
de acção sísmica: tipo 1, com origem “afastada”, devido a movimentos nas placas tectónicas
continentais, e a de tipo 2, provocada por falhas presentes no território nacional.

25
Figura 29 - Zonamento do país para os dois tipos de acção, adaptado de [2]

Quadro 2 - Acelerações de pico em rocha em cada zona sísmica


Acção sísmica tipo 1 Acção sísmica tipo 2
Zona sísmica agR (m/s2) Zona sísmica agR (m/s2)
1.1 2,5 2.1 2,5
1.2 2,0 2.2 2,0
1.3 1,5 2.3 1,7
1.4 1,0 2.4 1,1
1.5 0,6 2.5 0,8
1.6 0,35 - -

O arquipélago da Madeira só tem zonamento 1.6, no caso das ilhas dos Açores só existe acção do
tipo 2. Ao grupo ocidental é atribuída uma zona 2.4, as ilhas de Santa Maria e da Graciosa
apresentam zonas 2.2, as restantes ilhas têm uma zona sísmica 2.1.

A solicitação sísmica depende, para além do zonamento, do tipo de solo de fundação. A EN1998-1 [2]
classifica o terreno de A até E e S1 a S2, sendo descritas as características de cada tipo de solo na
alínea 3.1.2 quadro 3.1 de [2].

Para caracterização da acção sísmica horizontal em estruturas, e tendo em conta os factores já


enumerados, utilizam-se espectros de resposta elásticos que relacionam o período fundamental ou
modal da estrutura com a aceleração, descritas na expressão (3). No caso das estruturas existentes
usa-se o espectro elástico sem afetação do coeficiente de comportamento, podendo como foi referido
no capítulo 3.1 em casos especiais usar um coeficiente de comportamento “q” até 1,5.

26
(3a)

(3b)

(3c)

(3d)

Sendo:
TB, TC ,TD períodos de oscilação definidos nos quadros que se seguem
ag a aceleração de pico num solo tipo A
β é definido no anexo nacional com igual a 0,2
S é definido no Anexo Nacional de [2] e é o valor que se apresenta nas equações seguintes
(4a)
(4b)

(4c)

Smax é definido também no anexo nacional e é apresentado no quadro que se segue.

Quadro 3 - Parâmetros de cálculo para espectros de resposta


Acção sísmica tipo 1 Acção sísmica tipo 2
Tipo de terreno Smax TB (s) TC(s) TD(s) Smax TB (s) TC(s) TD(s)
A 1,0 0,1 0,6 2,0 1,0 0,1 0,25 2,0
B 1,35 0,1 0,6 2,0 1,35 0,1 0,25 2,0
C 1,6 0,1 0,6 2,0 1,6 0,1 0,25 2,0
D 2,0 0,1 0,8 2,0 2,0 0,1 0,25 2,0
E 1,8 0,1 0,6 2,0 1,8 0,1 0,25 2,0

Pode ainda usar-se acelerogramas artificiais em alternativa ou ainda acelerogramas registados ou


simulados. Em ambos os casos, numa análise espacial, devem usar-se pelo menos 3 acelerogramas
em simultâneo, nunca podendo o mesmo acelerograma ser usado para direcções diferentes. As
restantes condicionantes estão descritas nas alíneas 3.2.3.1.2 e 3 de [2]. O espectro de cálculo de
aceleração vertical é apresentado na alínea 3.2.2.3 de [2] e deve ser utilizado na combinação de
acções quando se verificam os pressupostos presentes nas alíneas 4.3.3.5.2 (1) a (3) de [2].

A massa oscilante a ter em consideração é apresentada na expressão (5).

27
(5)

(6)

Em que:
Gk,j e Qk,i são as cargas permanentes e sobrecargas, definidas segundo a EN1990 [28], respectivamente
ψ2i é o coeficiente e combinação de acção em EN1991-1 [29]
φ é definido em 4.2.4 quadro 4.2 de [2]

Os efeitos da incerteza em termos de alguma distribuição de rigidez e/ou massa, assim como da
acção, são considerados através de uma excentricidade acidental dada por:

(7)

Sendo :
eai a excentricidade acidental
Li o comprimento em planta da direcção perpendicular à acção

A combinação de acção sísmica com as restantes solicitações faz-se de acordo com EN1990 [28] e é
o que se segue:

(8)

AEd é a acção sísmica

Para efectuar a combinação direcional da acção sísmica são apresentadas as metodologias no


capítulo 4.3.3.5 da EN1998-1.

3.2.2. Análise estrutural

De acordo com a regularidade estrutural, em planta e em altura, a EN1998-1 impõe limitações à


análise estrutural de acordo com a alínea 4.2.3.1, sendo a classificação de regularidade feita nas
alíneas 4.2.3.2 e 4.2.3.3 de [2].

3.2.2.1. Análise linear através de forças laterais

No caso de edifícios novos, a parte 1 da EN1998 apresenta duas fórmulas expeditas de cálculo do
período fundamental de estruturas, estes métodos não são passíveis de serem aplicados para a
quantificação da acção sísmica para edifícios existentes, já que não têm em conta a rigidez efectiva
dos elementos nem o posicionamento dos mesmos. Usar esta metodologia iria contra a filosofia de
dimensionamento já referida no capítulo anterior, dado que a rigidez dos elementos que compõem a
estrutura é fulcral na avaliação dos deslocamentos.

28
Deste modo, e respeitando a filosofia de dimensionamento baseada nos deslocamentos, será mais
coerente aferir o período fundamental da estrutura de outras formas, nomeadamente, e como é
referido na norma, o método de Rayleigh.

Para usar a análise por forças laterais é ainda necessário garantir que o período fundamental cumpra
o estabelecido em 4.3.3.2.1 de [2].

A força de corte basal é definida por:


(9)

Sendo:
m - massa oscilante acima da fundação ou cave rígida
λ - factor de correção igual a 0,85 se o edifício tiver mais que dois pisos e T1≤ 2.Tc e 1,0 nos restantes casos

A distribuição das forças em altura no edifício aplicando forças horizontais em cada piso podem ser
feitas de acordo com o capítulo 4.3.3.2.3 da EN1998-1 [2].

Ao efeito da acção aplicada deve juntar-se o efeito da torção acidental para ter em conta assimetrias
na distribuição das rigidezes e das massas, pode usar-se um factor de majoração dos esforços
obtidos na análise linear. A majoração é obtida através da alínea 4.3.3.2.4 (1) e (2) de [2].

3.2.2.2. Análise linear modal por espectro de resposta

Neste tipo de análise devem ser tidos em conta todos os modos de vibração relevantes para a
caracterização da estrutura. Este facto é considerado satisfeito quando é mobilizada 90% da massa
oscilante da estrutura e não deixa de ser contabilizado nenhum modo que mobilize 5% da massa do
edifício. Se for feita uma análise espacial, estes dois critérios têm que ser verificados para as duas
direcções. Na eventualidade de não se satisfazer o que está referido no parágrafo anterior, a alínea
4.3.3.3.1 (5) [2] estabelece os seguintes critérios:

(10)

e
(11)

Onde:
k - o número de modos considerados;
n - número de pisos acima da fundação ou cave
Tk - período de oscilação do modo k

Para combinar os vários modos relevantes para a análise estrutural e os seus efeitos deve aplicar-se
o que vem referido em 4.3.3.3.2 de [2].

29
No caso de se usar uma análise plana, contabilizam-se os efeitos da torção acidental da forma já
referida para as análises lineares por forças laterais. Mas numa análise espacial deve contabilizar-se
os efeitos da torção acidental através de um momento torsor aplicado em cada piso. A abordagem de
cálculo vem referida em 4.3.3.3.3 de [2].

3.2.2.3. Análise estática não linear (pushover)

Nesta forma de análise contabiliza-se explicitamente o comportamento não linear da entrada em fase
plástica dos elementos que compõem a estrutura. O anexo do EN1998-1 propõe o método N2
originalmente desenvolvido por Faijar [12] que consiste em aplicar um carregamento em cada piso
proporcional à massa multiplicado pelo deslocamento normalizado, normalmente ao nó do topo, do
modo de vibração fundamental.
(12)

Em que:
mi - massa do piso
φi - componente de deslocamento do piso i no modo de vibração

A este, a norma aconselha que se junte um carregamento proporcional à massa de cada piso de
modo a ter em conta incertezas na distribuição de forças de inércia. Aplica-se o carregamento até que
se esgote a capacidade de deformação da estrutura, obtendo-se a curva de capacidade da estrutura,
ou seja, a relação entre a força de corte na base e o deslocamento de controlo, que normalmente é
no topo do edifício.

Determina-se um factor que relaciona a estrutura com um oscilador com 1 grau de liberdade que é
dado pela equação seguinte.
(13)

Da força (Fb) da curva de capacidade e do deslocamento do nó de controlo (dn) obtêm-se os valores


para o oscilador de um grau de liberdade.
(14)

(15)

Idealiza-se então um comportamento elásto-perfeitamente-plástico do oscilador, apresentado na


*
figura 30, de forma a obter-se a resistência última do sistema idealizado Fy . Isto é feito de modo a
que a energia de deformação das duas, presentes na figura seguinte, seja equivalente, quer dizer, a
* *
área sob o trapézio (de base dm e altura Fy ) e a da figura formada pela curva de capacidade do
oscilador equivalente sejam iguais.

30
Figura 30 - Curva de capacidade do sistema de um grau de liberdade e do sistema idealizado, adaptado [2]

Com Fy e dy pode calcular-se o período do sistema idealizado.


(16)

Com o período, e recorrendo ao espectro de resposta aceleração-deslocamento (ADRS) elástico


*
presentes no anexo B2 de [2], retira-se o deslocamento alvo (dt ) em modo elástico. Para se obter o
deslocamento alvo da estrutura em análise multiplica-se o deslocamento pelo coeficiente antes
calculado:

(17)

A partir do deslocamento alvo, aplica-se o carregamento da estrutura com múltiplos graus de


liberdade até que o deslocamento de controlo atinja 150% do deslocamento alvo, de acordo com
alínea 4.3.3.4.2.3 (1) [2]. Para este ponto de carregamento verifica-se a capacidade dos elementos
para acomodar esse deslocamento, assim como se as forças de corte instaladas são menores que as
resistentes.

3.2.2.4. Análise dinâmica não lineares

Este tipo de análises são as que mais se aproximam da realidade baseando-se em acelerogramas,
sendo no entanto difíceis e morosas de implementar do ponto de vista computacional já que tem que
se modelar o comportamento dos elementos nos ciclos carga e descarga e fazer a integração das
equações de movimento.

3.3. Análise à Norma EN 1998-3 para avaliação e reforço de edifícios de betão armado

3.3.1. Aplicação da norma

De modo a conferir às estruturas já existentes um melhor comportamento à acção sísmica, e indo de


encontro às preocupações e cuidados que já existem no projecto de estruturas novas, a parte 3 da
EN1998 fornece as directrizes que permitem uma avaliação da capacidade de deformação e sugere
metodologias para um eventual reforço de estruturas já construídas. Esta forma de abordar o
problema, baseado na capacidade de deformação, liberta a obrigação de cumprir os requisitos

31
resistentes e/ou construtivos (de modo a garantir a ductilidade) que são obrigatórios em estruturas
novas, o que, a ser feito, levaria à conclusão de que não seria económica ou socialmente viável
manter e reforçar uma parte considerável de edifícios existentes.

No que toca a estratégias de diminuição de risco sísmico e consequências sísmicas, a motivação de


aplicação da norma pode dividir-se em dois grupos. Uma estratégia de avaliação activa, em que
autoridades nacionais criam programas mandatórios para certos grupos de edifícios, nos quais é
necessário avaliar as estruturas e mediante o resultado reforçar as mesmas ou não. A outra
estratégia é a passiva, em que o proprietário, mediante uma mudança de uso do edifício e/ou uma
reabilitação profunda, decide que é vantajoso proceder à avaliação do comportamento sísmico do seu
imóvel.

A norma aborda a vertente de avaliação de edifícios que apresenta uma metodologia de avaliação
que, aquando da passagem da norma a lei terá que ser cumprida. Na vertente do reforço de
estruturas de betão armado é apresentado o anexo A, que apenas tem carácter informativo, no
entanto, fornece elementos fundamentais para a avaliação da capacidade de deformação, de
resistências e formulação para dimensionamento de reforço.

3.3.2. Estados Limite

Os estados limite que são definidos a título informativo na EN1998-3 [1] são apresentados de
seguida:
 Estado Limite de Colapso Eminente (Near Collapse abreviado “NC”)
 Estado Limite de Danos Severos (Significant Damage abreviado “SD”)
 Estado Limite de Limitação de Danos (Damage Limitation abreviado “DL”)
O primeiro estado limite corresponde a um período de retorno da acção sísmica de 2475 anos e uma
probabilidade de excedência da acção de projecto de 2% em 50 anos. Este estado diz respeito a uma
estrutura que, após um sismo de intensidade muito elevada, mantém alguma capacidade de suster as
cargas verticais, mas que apresenta danos irreparáveis nos elementos não estruturais e muito
provavelmente não conseguirá resistir a um novo sismo mesmo de moderada intensidade.

O estado limite último a cumprir em Portugal para edifícios de utilização corrente será coincidente
com o estado de danos severos que, como no estado limite último (requisito de não ocorrência de
colapso) da parte 1 da EN1998 para Portugal, apresenta um período de retorno de 475 anos e
probabilidade de excedência de 10% em 50 anos. Neste estado limite a estrutura ainda mantém
alguma rigidez lateral e pode resistir a um novo abalo de moderada intensidade, no entanto já terá
deformações irrecuperáveis. Os elementos não estruturais estão danificados mas não se deslocaram
para fora do seu plano. Não será uma estrutura economicamente viável para reabilitar.

O último estado limite DL tem um período de retorno de 225 anos e uma probabilidade de excedência
de 20% em 50 anos, ou seja uma acção sísmica com maior probabilidade de ocorrer no tempo de
vida útil da estrutura (mas de menor intensidade) que a acção considerada para o estado limite de
danos significativos. Um exemplo de estrutura dimensionada para este estado limite são aquelas que

32
após um sismo podem voltar a ser ocupadas e manter o seu uso habitual com poucos danos,
apresentando a estrutura uma rigidez lateral grande com elementos que ainda não entraram em fase
plástica. Os elementos não estruturais estão danificados mas são reparáveis e não são visíveis
deformações permanentes.

3.3.3. Avaliação estrutural

Na avaliação de edifícios existentes, e no caso de se usar um dos tipos de análises lineares, são
usados os espectros elásticos. A justificação desta metodologia prende-se com o princípio de
igualdade de deslocamentos já descrito no capítulo 3.1. A possibilidade de uso de uma abordagem
com recurso a coeficientes de comportamento é permitida a edifícios em que no projecto se garantiu
a ductilidade, algo que provavelmente só é conseguido pelas estruturas que foram dimensionadas
pelos códigos ditos “modernos”, como o RSA e REBAP ou EN1998.

A norma aplica factores de confiança que mais à frente se passarão a descrever. Estes funcionam
numa filosofia de coeficientes parciais de segurança presentes nos Eurocódigos, que em todos os
casos minoram resistências, e que se majoram os esforços.

Faz-se a distinção entre dois tipos de mecanismo: os mecanismos dúcteis, que serão as rotações dos
nós, e os frágeis que correspondem a mecanismos de rotura provocados pelas forças de corte.

Pode fazer-se a distinção entre elementos primários e secundários de acordo com o que se refere na
alínea 4.2.2 da EN1998-1 [2]. Estes elementos secundários terão que cumprir limites de deformação
ou resistência menos gravosos que os primários.

3.3.3.1. Condições a verificar na inspeção de edifícios

Deve recolher-se toda a informação possível do edifício a avaliar, nomeadamente documentação


disponível do mesmo, por exemplo os desenhos de projecto. Devem fazer-se inspeções no local,
tomar conhecimento da prática e da regulamentação contemporânea à edificação e realizar ensaios a
elementos. Deve sempre cruzar-se a informação de todas as fontes de forma a minimizar a
probabilidade de erros de caracterização estrutural. Para além do que foi mencionado, é explícito na
norma a necessidade de recolher os seguintes dados:
 Identificação e caracterização do solo de fundação para categorização do mesmo segundo a
EN1998-1
 Levantamento de dimensões de elementos e pormenorizações bem como a caracterização
mecânica dos seus materiais
 Procura de defeitos nos materiais nas pormenorizações
 Recolha de dados sobre a acção sísmica no projecto original e, se utlizado, do coeficiente de
comportamento
 Verificação do uso actual e/ou potencial do edifício para avaliação da classe de importância.
Reavaliação das cargas gravíticas aplicadas/futuras
 Identificação sobre danos anteriores, reparações e mudanças estruturais ao projecto original

33
A norma cria 3 níveis de conhecimento estrutural (Knowledge Levels ou abreviado “KL”). O nível KL1
nível de conhecimento limitado, o KL2 nível normal, e o KL3 o nível de conhecimento total. Os níveis
apresentam 3 campos de informação a recolher:
 A informação relativa à geometria, que abrange as dimensões de elementos estruturais e
não estruturais
 A informação relativa às pormenorizações, que em elementos em betão verifica a quantidade
de armadura, diâmetros de varões, os seus detalhes como as amarrações, recobrimento ou
emendas
 A informação sobre os materiais estruturais presentes nos elementos

Consoante os níveis de conhecimento, são atribuídos factores de confiança e criam-se limites às


análises estruturais passíveis de serem utilizadas. Os elementos a cumprir para cada um dos níveis
de conhecimento passam a ser descritos:

1. Nível de conhecimento 1- KL1


i. Geometria: o levantamento da geometria é feito por uma inspecção ou através dos
desenhos da geometria de elementos de projecto, a serem confirmados por uma
inspeção no local. Caso a segunda opção apresente diferenças grandes entre os
desenhos e o analisado no local, é necessário realizar uma inspecção a mais
elementos.
ii. Pormenorização: não é conhecida a pormenorização dos elementos dos desenhos de
projecto e recorre-se à simulação de dimensionamento de armadura e
pormenorização, com base na prática da época de construção. Tem que se fazer
uma inspecção limitada para confirmar as suposições. Caso não coincida deve
passar-se para uma inspecção abrangente.
iii. Materiais: não estão disponíveis dados das propriedades mecânicas dos materiais
quer com origem nas especificações do projecto, quer em ensaios aos materiais.
Devem assumir-se características de materiais usuais na altura do projecto e realizar
um número limitado de ensaios aos materiais em elementos críticos.
2. Nível de conhecimento 2- KL2
i. Geometria: uma avaliação geral de dimensões deve ser realizada através de uma
inspecção abrangente ou através dos desenhos da geometria de elementos de
projectos originais e/ou de modificações, corroborados por uma inspecção em
elementos no local. Caso existam diferenças grandes entre o projectado e o
inspeccionado, deve avançar-se para uma inspecção a mais elementos.
ii. Pormenorização: as pormenorizações e detalhes construtivos devem ser conhecidos
através de uma inspecção abrangente ou através dos desenhos de
pormenorizações originais confirmados por uma inspecção limitada in situ.
iii. Materiais: informações obtidas a partir de um número abrangente de ensaios ou
através da informação de projecto, confirmadas por um número de ensaios limitado.
3. Nível de conhecimento 3- KL3

34
i. Geometria: uma avaliação geral de dimensões deve ser realizada através de uma
inspecção alargada ou através de todos os elementos geométricos do projecto
original e/ou de modificações, confirmados por uma vistoria em elementos no local.
Caso existam diferenças grandes entre o projectado e o vistoriado, deve avançar-se
para uma inspecção a mais elementos.
ii. Pormenorização: as pormenorizações e detalhes construtivos devem ser conhecidos
através de uma inspecção alargada ou através de todos os desenhos de
pormenorizações originais confirmados por uma inspecção limitada in situ.
iii. Materiais: informações obtidas por um número alargado de ensaios ou através dos
ensaios originais na execução do projecto, confirmadas por um número de ensaios
limitado.

No que toca às pormenorizações, a inspecção pode ser feita através de métodos não destrutivos. As
inspecções do tipo “limitado” servem apenas para confirmar a informação dos desenhos originais de
pormenorizações ou para avalizar pormenorizações assumidas tendo por base a prática
contemporânea ao projecto.

Nos ensaios do tipo “limitado” nos materiais, a filosofia é semelhante à descrita no parágrafo anterior,
servindo apenas para confirmar as especificações dos materiais no projecto, ou os ensaios aos
materiais originais. Caso o valor dos ensaios actuais seja menor que os originais, é obrigatório fazer
um número de ensaios para atingir o nível abrangente. Podem ser usados ensaios não destrutivos,
no entanto, apenas devem ser usados como complemento aos ensaios em amostragens de
materiais.

No quadro seguinte descreve-se o número de ensaios e testes a fazer por elemento primário do tipo
viga, coluna e parede.

Quadro 4 - Indicações de inspeções e ensaios a realizar para aferir o nível de conhecimento


Nível de Percentagem de elementos a Inspecionar relativos a
Número de ensaios a materiais por piso
inspecção de pormenorizações e detalhes
Limitado 20 1
Abrangente 50 2
Alargado 80 3

Os factores de confiança são 1,35, 1,2 e 1,00, para os níveis KL1, KL2 e KL3 respectivamente, no
quadro 5 resume-se a informação a recolher para atingir cada nível de confiança, as condicionantes
dos mesmos.

3.3.3.2. Análise estrutural e verificações de segurança para edifícios existentes

Usam-se os mesmos tipos de análises estruturais que foram descritas no capítulo anterior, mediante
a classificação segundo a regularidade. Faz-se a combinação de acções da mesma forma assim
como a aplicação de excentricidades acidentais. De seguida descrevem-se condicionantes adicionais,
para o uso de cada modo e as verificações a realizar.

35
Quadro 5 - Quadro resumo referente aos três níveis de conhecimento indicados em [1]
Nível de Análise Factor de
Dimensões Pormenorizações Materiais
conhecimento estrutural confiança

Com base nos Apenas Forças


Assumido com base nas
códigos da época Laterais ou
práticas da época e
KL1 E Modal com CFKL1=1,35
através de inspecção no
Com base em espectro de
local limitada
ensaios limitados resposta

Baseado nas
especificações do
Conhecimento
Baseado em algumas projecto juntamente
através de peças
peças desenhadas com ensaios
desenhadas e
KL2 originais ou através de limitados Sem Limitações CFKL2=1,20
inspecção visual ou
uma inspecção Ou
Inspecção completa
abrangente no local Através de número
de ensaios
abrangente
Baseado nos ensaios
Baseado nos desenhos
originais juntamente
originais juntamente com
com ensaios
KL3 inspecção no local Sem Limitações CFKL3=1,00
limitados
limitada ou inspeção
Ou número de
alargada
ensaios alargados

3.3.3.2.1. Análise linear a edifícios existentes

Para além das características de regularidade a cumprir referidas no capítulo 3.2, a estrutura tem que
verificar as seguintes relações:

(18)
em que:
Di - a solicitação
Ci - a capacidade resistente
Esta análise é feita aos momentos flectores de cada secção, sendo que a resistência deve ser
calculada de modo a ter em conta as resistências dos elementos convergentes nos nós. Para o
cálculo do momento resistente das colunas, pode considerar-se a actuação da carga axial referente
às cargas gravíticas para a combinação sísmica.
Para colunas: (19a)

Para vigas: (19b)

Para todos os nós em que a relação ρi é maior que a unidade, ou seja, a capacidade resistente é
ultrapassada, deve garantir-se os valores indicados na expressão (20).

36
<2 a 3 (20)

Isto garante que em cada elemento os resultados obtidos na análise não se afastem muito da
realidade e as rótulas plásticas se distribuem uniformemente pela estrutura [25]. Nas verificações
deste rácio entre acção e capacidade resistente devem usar-se as propriedades médias dos materiais
para o caso da resistência.

No que toca às verificações de segurança usando análises elásticas lineares tem que se garantir que
as rotações obtidas são menores do que as que o elemento comporta.

As solicitações ao corte, quando são utilizados meios de análise elástica, são calculadas através da
capacidade resistente tal como nos edifícios novos, verificando qual o maior momento flector que se
pode instalar em cada secção, se o valor obtido na análise ou se o valor resistente da secção já
considerando as restantes resistências dos elementos que convergem no nó da secção em estudo. A
força de corte é obtida pelo equilíbrio dos maiores momentos flectores mobilizáveis no elemento. Isto
é apresentado nas expressões (21) a (24)

Para (21a)
colunas:
(212b)

(22)

Para vigas: (23a)

(23b)

(24)

Para o cálculo da capacidade resistente das secções o valor de α, que avalia se é mobilizada toda a
capacidade resistente da secção, é calculado da mesma forma da expressão (19). Para se obter a
acção de corte actuante, as resistências médias dos materiais são multiplicadas pelo factor de
confiança majorando a acção. Para o cálculo da resistência ao esforço transverso dos elementos, as
características dos materiais são divididas pelo factor de confiança, minorando a resistência.

3.3.3.2.2. Análises não lineares a edifícios existentes

No caso de se usar uma análise não linear, devem ser considerados no modelo a rigidez dos
elementos secundários. Sendo as verificações feitas com base nos resultados da análise
comparando com as capacidades resistentes do elemento, considerando as propriedades médias dos
materiais a serem divididas pelo factor de confiança.

37
3.3.3.3. Capacidade de rotação secções

De forma informativa a EN1998-3 [1] no anexo A apresenta duas abordagens para cálculo de
deformações. Uma abordagem que recorre a expressões deduzidas com base em modelos físicos e
a outra baseada em ensaios experimentais (empírica) com carregamentos cíclicos, proposta por
Biskins e Fardis, que apresenta melhores resultados que a baseada em modelos físicos [16]. Passa-
se a descrever as referidas expressões que foram baseadas em ensaios e que também são indicadas
em [1] , para a rotação última apresenta-se:

(25)

em que:
ϒel é o factor de segurança, que para elementos primários é 1,5 e para secundários 1,0
ν é o esforço normal reduzido na secção N/(bhfc), com N positivo à compressão e b a largura da secção comprimida
ω’ é o rácio de percentagem mecânica de armadura longitudinal à compressão
ω é o rácio de percentagem mecânica de armadura longitudinal à tracção, nas paredes inclui-se a da alma [14]
fc e fyw são as tensões resistentes do betão à compressão e do aço das cintas respectivamente divido pelo factor de confiança
apropriado
Lv , é o vão de corte, igual a MEd_base/VEd_base
h é a altura do elemento
ρsx é a percentagem de armadura de esforço transverso paralela ao carregamento
ρd é a percentagem de armadura diagonal se houver
α é o factor relativo ao confinamento e é dado por:

(26)

em que
sh é o espaçamento de cintas
bo a largura de betão entre cintas de perímetro
ho a altura de betão entre cintas de perímetro perpendiculares à acção
bi é a distância entre varões longitudinais abraçados por cintas

O valor da rotação última é dividido pelos coeficientes seguintes:


 Caso seja um elemento parede - 1,6
 Se for usado nas armaduras aço endurecido a frio - 1,6

No caso de a pormenorização não ter sido feita a considerar a resistência sísmica multiplica-se a
rotação última por 0,825. Para os casos em que se espera que a zona de emenda de varões
aconteça na base do pilar, deve-se dobrar a percentagem mecânica de armadura à compressão.

Para ter em conta o eventual deslizamento de armaduras na zona de emenda, a norma considera
como comprimento de emenda mínimo para um funcionamento adequado desta zona, através da
transmissão de tensões entre armaduras, o valor dado pela equação seguinte.

(27)

Em que:
dbL - diâmetro médio da armadura longitudinal na zona de emenda
fyl – tensão média de cedência das armaduras na zona de emenda, multiplicada pelo factor de confiança, em MPa

38
(28)
Em que:
nrestr - é o número de varões na zona de emenda abraçados lateralmente com cintas ou ganchos
ntot - é o número total de varões na zona de emenda

Caso o comprimento de emenda presente no elemento seja inferior ao valor referido na equação (27),
o valor da rotação limite deve ser reduzido na proporção da relação do comprimento de emenda com
o comprimento mínimo da equação (27).

Pode também usar-se a em alternativa à equação (25) para cálculo da rotação última, e de resultado
quase equivalente, a soma da parcela plástica da rotação indicada na expressão (29), com a parcela
da rotação elástica.

(29)

Em que:
ϒel é o factor de segurança, que para elementos primário é 1,8 e para secundários 1,0

No caso de o elemento ser uma parede, o valor da equação acima é multiplicado por 0,6; para
elementos com armaduras constituídas por aço endurecido a frio, divide-se o valor da rotação por 2.
Para se ter em conta o comprimento de emenda insuficiente e/ou a falta de pormenorização
considerando a resistência sísmica, utilizam-se os valores acima descritos para a expressão (25).

A expressão que indica a rotação última de uma secção, deduzida com base em modelos físicos para
a rotação última, consiste na soma de uma parcela da rotação no ponto de cedência na base, com
uma parcela referente à fase plástica. Considera-se como simplificação que o ponto de rotação em
fase plástica se localiza a meia altura do comprimento da rótula plástica (Lpl) e que a curvatura da
parcela plástica nessa zona é constante e igual ao diferencial ϕu - ϕy [16], ver figura 31.

Figura 31 - Deformação de uma consola carregada no topo; a) campo de curvaturas com parcela elástica e plástica na
base onde se forma a rótula plástica, b) deslocamento no topo na da secção da base cedência, c) deslocamento no
topo referente à parte plástica

Considerando a hipótese dos pequenos deslocamentos que θ≈Δ/Lv chega-se à equação seguinte
presente em [1], para estimar a rotação última tendo por base um modelo físico.

39
(30)

Em que:
θy - a rotação de cedência
ϕy - a curvatura de cedência
ϕu - a curvatura última
Lpl - comprimento da rótula plástica, que pode ser calculado através de dois métodos semelhantes, apresentados nas
expressões seguintes, baseados em ensaios de vários tipos de elementos.

(31a)

(31b)

O último termo da expressão (31) tem em conta a amarração das armaduras. A equação (31b)
fornece valores mais próximos do que é verificado em ensaios [16].

A metodologia apresentada na equação (31a) é aplicada caso se usem, para o cálculo da curvatura
última, os parâmetros do anexo da EN1992-1-1 [3] tabela C1 para aços de classe A e B e a extensão
de 6% para aços de classe C. Para a aferição da extensão última do betão usa-se a alínea 3.19 da
EN1992-1-1 [3]. Para esta abordagem os valores de ϒel são de 2,0 para elementos primários e 1,0
para elementos secundários em (30).

O cálculo do comprimento da rótula plástica presente na equação (31b) deve ser usado quando a
aferição da curvatura última é feita considerando as extensões limites do aço de igual valor ao
referido para o cálculo de (31a). As extensões últimas do betão devem ser calculadas através dos
parâmetros descritos nas expressões (32) a (34), indicados em [16]. Na da expressão (32)
contabiliza-se o incremento da tensão última do betão quando confinado, sendo o numerador da
fracção dentro dos parêntesis curvos a tensão lateral imposta pelas cintas [16]. Os factores de
segurança (ϒel) a aplicar nesta abordagem em (30) são de 1,7 e 1,0 para elementos primários e
secundários respectivamente.

(32)

(33)

(34)

em que:
fcc - a tensão última do betão confinado
εcc - extensão na qual se atinge o valor de fcc
εcu - extensão última da fibra mais solicitada

O cálculo do comprimento da rótula plástica pela equação (31a e b) só é permitido para elementos
que foram dimensionados para resistirem à acção sísmica e sem emendas na zona adjacente à
localização da rótula plástica. Também é referido em [16] que estas expressões de cálculo de

40
comprimento de rótulas plásticas devem ser usadas em conjunto com a rotação de cedência
apresentadas nas equações (35), já que a calibração foi feita com base nestes valores. No caso da
aferição da rotação de cedência a norma apresenta a seguinte expressão:

Para colunas
(35a)
e vigas:

Para
(35b)
paredes:

em que:
av - igual a 1,0, caso a força de corte provocada pelo momento de cedência (My/Lv) seja superior ao esforço resistente do
betão, sem armadura transversal ao corte. Caso contrário av =0
z - altura útil menos o recobrimento, no caso de paredes 0,8h
dbl - diâmetro médio dos varões longitudinais
fy - tensão resistente do aço a dividir pelo factor de confiança

O primeiro termo da expressão corresponde à rotação de flexão que pode ser afectada por uma
parcela que contabiliza a eventual fendilhação devido ao corte antes de se atingir o momento de
cedência. Este fenómeno adiciona ao valor da rotação o correspondente à abertura das fendas
diagonais com um ângulo próximo de 45º [16], ou seja, a distância entre armaduras longitudinais
extremas da secção (z). O segundo termo é um factor de calibração tendo em conta a forma e o tipo
de elemento e o último termo da expressão refere-se ao mecanismo de arrancamento da armadura
longitudinal do elemento, os últimos dois termos são calibrados com base em ensaios [16]. Para ter
em conta o efeito das emendas considera-se como comprimento mínimo de emenda para existir uma
transferência de tensões adequadas até à cedência do elemento o expresso pela equação seguinte:

(36)

No caso do comprimento de emenda ser insuficiente, no cálculo do momento e da curvatura de


cedência o valor de fy deve ser multiplicado pela relação do comprimento de emenda e o
comprimento expresso pela equação (36). Esta relação também multiplica pelo segundo termo da
equação (35).

A expressão (35) só pode ser usada em elementos com varões lisos com ganchos e com emendas
junto à base do elemento, se o comprimento de emenda for superior a 15dbL.

Para o cálculo da rigidez efectiva da estrutura, e como foi já referido no capítulo 3.1, a norma indica
que para cada secção pode considerar-se o valor de MyLV/(3θy), este valor pode ser deduzido do
deslocamento do topo da consola presente na figura 31b) considerando a hipótese dos pequenos
deslocamentos. Para se chegar à rigidez de rotação para cada secção a norma considera de forma
aproximada que o ponto de momento nulo nos elementos se encontra a metade do vão do elemento
(Lv=Lelemento/2) sendo a rigidez efectiva do elemento aproximada à média das duas secções extremas.

As verificações a fazer são as seguintes: para o estado limite de NC deve garantir-se que a rotação
última do elemento não é atingida. Para o estado de danos severos SD, deve garantir-se que a

41
rotação do elemento é menor que 0,75 da capacidade do mesmo. Para o estado de limitação de
danos, os elementos devem manter-se em fase elástica, ou seja, apresentando uma rotação abaixo
da cedência.

3.3.3.5. Resistência ao corte

Depois de se atingir o limite do comportamento linear de um elemento, constata-se uma degradação


da resistência ao esforço transverso, a norma [1] propõe as seguintes expressões para ter em conta
este fenómeno. A resistência limite, condicionada pela resistência à tracção da diagonal do elemento,
é dada pela expressão (37).

0,16 5; + (37)

em que
ϒel - o factor de segurança, que para elementos primários é 1,15 e para secundários 1,0
x - a altura da linha neutra na cedência da secção de acordo com Fardis [16]
N - a carga axial devido às forças gravíticas da combinação sísmica
Ac - área dada por b.d
μΔpl - a relação dada por (θEd – θy)/ θy
ρtot - a percentagem total da armadura longitudinal na secção
Vw - o valor do esforço resistente pelas armaduras transversais

A primeira parcela da expressão (37) tem em conta o efeito favorável da compressão do elemento, no
último membro da equação considera-se a resistência das armaduras transversais que atravessam
as fendas provocadas pelo corte (Vw) a que se soma a contribuição do betão na resistência ao corte,
isto deve-se ao efeito ferrolho das armaduras longitudinais, ao atrito entre os agregados nas
superfícies entre fendas e às tensões na interface betão/armadura devido à amarração de armadura
longitudinal [14]. Estes valores da equação são afectados pelo factor que tem em conta a degradação
da resistência do elemento ao corte com o avanço na fase plástica.

No caso das paredes, a rotura pode ocorrer por esmagamento do betão na alma do elemento e é
dado em [1] pela expressão (38) baseada em modelos empíricos [16].

(38)
0,2 2;

em que:
bw - a largura da alma

42
As colunas compactas com uma relação de comprimento com a altura inferior a 2 também têm que
ser verificadas à rotura por corte por esmagamento do betão.

(39)

Também nestes casos a degradação da resistência aumenta com o aumento da rotação plástica. As
três equações são calibradas tendo em conta ensaios a vários elementos.

No caso dos mecanismos ditos frágeis, para qualquer dos estados limite de quase colapso ou danos
severos, sempre que se passa o limiar elástico tem que se verificar se a acção é menor que a
resistência dada pelas expressões acima referidas. No caso de o comportamento ser elástico usa-se
o que está referido na EN1992-1 [3] alínea 6.2.3.

3.3.3.6. Nó viga/pilar

Os nós de ligação das vigas com os pilares são tratados como um mecanismo frágil, a EN1998-3 faz
referência a aspectos presentes na parte 1 da EN1998 [2] para estruturas de ductilidade alta (DCH),
tendo no entanto sempre que cumprir os requisitos para ductilidade média (DCM). Os esforços
actuantes (Vjhd) são calculados com base nas capacidades resistentes dos elementos convergentes
no nó, considerando que as rótulas plásticas se materializam nas vigas e fazendo o equilíbrio das
forças instaladas. Com base neste princípio, as forças aplicadas no nó (ver figura 11) são referentes à
mobilização das tensões resistentes das armaduras longitudinais das vigas às quais se subtrai a força
de corte no topo do pilar, como é apresentado nas expressões seguintes:
Nós
interiores (40a)

Nós
exteriores (40b)

em que:
ϒRd - o factor de endurecimento do aço igual a 1,2
As1 e As2 - a área de armadura longitudinal superior e inferior, respectivamente
Vc - esforço de corte do pilar acima do nó
fyd - tensão média de cedência das armaduras da viga, multiplicada pelo factor de confiança

Nos nós exteriores como só existe solicitação de um dos lados, considera-se a mobilização da
armadura superior da viga que converge no nó, porque normalmente é em maior quantidade. No caso
disto não se verificar deve usar-se o maior dos valores.

A integridade do nó pode ficar em causa quando se dá a fendilhação na diagonal devido à


compressão. Caso exista fendilhação criam-se os dois mecanismos referidos no capítulo 2, na figura
11. A resistência à compressão da diagonal do nó por esmagamento do betão, que é representada na
figura 11, é dada pelo termo da esquerda da seguinte equação, apresentada em [2]:

43
(41)

em que:
η - 0,6x(1-fck(MPa)/250)
fcd - a tensão resistente do betão de compressão à compressão dividido pelo factor de confiança
νd - esforço axial reduzido do pilar acima do nó
hjc - distância entre as armaduras extremas do pilar
bj - largura do nó dado por:

(42a)

(42b)
bw - largura da alma da viga
bc - largura do pilar

Nos nós exteriores a capacidade resistente da diagonal é 80% do valor dado pela equação (41).

De modo a assegurar o comportamento adequado do nó, através do confinamento do betão no seu


interior, a EN1998-3 [1] apresenta as expressões (43) e (44). Estas prescrições de armadura
transversal visam aumentar a resistência do betão ao esmagamento, controlar as tenções de tracção
e o aumento da abertura de fendas do nó.

(43)

Nós (44a)
interiores

Nós (44b)
exteriores

em que:
hjw - altura da viga
fywd - tensão resistente média do aço das armaduras transversais a dividir pelo factor de confiança
fctd - tensão resistente média do betão à tracção a dividir pelo factor de confiança
Ash - armadura horizontal do nó

As equações acima descritas entram em conta com o efeito positivo da compressão do pilar. A
armadura vertical do nó é dada por:

(45)

Os valores da armadura de confinamento têm que ser superiores às armaduras de confinamento das
zonas críticas dos pilares para elementos DCM, presente na alínea 5.4.3.2.2 (8) a (11) de [2]. Tem
que se garantir que pelo menos 1 varão vertical entre os varões de canto do pilar também passa pelo
nó. De modo a ter em consideração o efeito positivo no confinamento de vigas convergentes nos nós,

44
as quantidades de armadura dadas por (43) e (44) podem ser diminuídas para metade no caso de o
nó apresentar 4 vigas a convergir e que apresentem uma largura pelo menos 3/4 da largura do pilar.

3.3.4. Dimensionamento de reforços para estruturas de betão

3.3.4.1. Encamisamento com betão

A norma refere que este método de reforço pode ser usado para melhorar a capacidade de carga dos
elementos, aumentar a rigidez, para aumento de resistências à flexão e corte, aumento da
capacidade de deformação e da melhoria do comportamento das zonas de emendas.

Para um aumento da resistência à flexão e de rigidez de elementos verticais, as armaduras


longitudinais devem passar entre pisos e a cintagem do elemento de reforço atravessar entre as vigas
que convergem no nó. O encamisamento deve ter uma espessura suficiente para que a betonagem
envolva bem os novos varões e apresentem um recobrimento adequado. Para se obter apenas um
aumento de capacidade de deformação, os reforços devem deixar um intervalo de cerca de 10mm
entre o final do encamisamento na base ou topo do elemento, e o nó onde o mesmo converge de
modo a não se dar um aumento de rigidez.

Para avaliação das capacidades do novo elemento encamisado, a EN1998-3 indica as seguintes
simplificações: comportamento monolítico entre o elemento novo e o antigo, a carga axial é
considerada a actuar na área total composta pelos dois elementos e as propriedades do betão do
novo elemento aplicam-se a todo o elemento encamisado. Com base nisto, as expressões que
avaliam estas capacidades são as seguintes:
(46)

(47)

Para interface (48a)


tratada
aumentando
rugosidade:
Para interface sem (48b)
cuidados
especiais:
(49)

Em que os valores sem * são os calculados de acordo com o referido nos capítulos de avaliação

Os valores da tensão de cedência do aço nas armaduras originais devem ser divididos pelo factor de
confiança. É aplicada uma excepção a este método no cálculo de My para aferição da capacidade
resistente para dimensionamento de mecanismos frágeis, em que para majorar a acção o valor da
tensão resistente das armaduras será multiplicado pelo factor de confiança. Os valores de tensões
resistentes nominais do novo betão e das novas armaduras são usados para o cálculo de θu*, θy*
My*. As equações referidas são calibradas com base em ensaios e indicadas por Fardis [16], no

45
entanto, sem tratamento de superfície ou outros elementos de ligação a EN1998-3 adopta uma
abordagem mais conservativa, o autor também faz as seguintes notas adicionais para o cálculo:
1) Para encamisamento a passar o nó adjacente à secção de cálculo:
a) O terceiro membro da equação 3.48, fc é do betão onde amarra a armadura e que condiciona
o mecanismo
b) Efeito negativo das emendas é desprezável
c) Só a armadura horizontal do encamisamento é considerada para contabilização do
confinamento.
2) Para encamisamento sem passar o nó adjacente à secção de cálculo:
a) Devido ao intervalo entre o reforço e o final do elemento, M y e ϕy são calculados com as
propriedades originais.
b) Para cálculo de θy é usado a altura da secção encamisada no parâmetro “h” do 2º termo de
equação (35).
c) Para o cálculo de θu considera-se como contínuo o confinamento do elemento existente
podendo assumir-se que os problemas das zonas de emenda ficam corrigidos, a
percentagem de armadura transversal é calculada com base nas armaduras e espaçamento
apenas do reforço, considerando no entanto a largura da coluna original.
3) Para o reforço ao corte são consideradas apenas as armaduras do encamisamento e as suas
dimensões. Nas paredes, e se estiverem bem amarradas aos novos elementos de
encamisamento, também se podem considerar as armaduras horizontais originais.

3.3.4.2. Encamisamento com elementos metálicos

O reforço com elementos metálicos é indicado na norma principalmente para reforço ao corte e
correcção das deficiências em zonas de emenda, também podem ter algum efeito positivo, como já
foi referido no capítulo 2, para a ductilidade uma vez que aumentam o confinamento dos elementos. A
norma faz referência à execução do reforço de elementos rectangulares com recurso a cantoneiras
nos cantos dos elementos às quais depois são soldadas chapas contínuas ou tiras de aço. Estes
elementos podem ser aquecidos de modo a aumentarem o confinamento. O reforço ao corte (Vj),
considerando que o aço permanece em estado elástico e que assim consegue controlar a abertura
das fendas geradas, é dado pela seguinte (50).

(50)

Em que:
tj - a espessura da chapa ou tira
b - altura da tira de aço
s - espaçamento entre tiras de aço, que no caso de o reforço ser contínuo com chapas leva a b/s=1,0
fyj,d - tensão de cedência do aço a dividir pelo coeficiente de segurança do aço estrutural presente na EN1998-1
α - é o ângulo que o reforço faz com o eixo do elemento

A norma aplica um factor de redução de 50% de modo a garantir uma margem em que o aço
permanece em fase elástica. O valor resistente dado pela equação (50) é para ser adicionada à
contribuição das armaduras transversais presentes nos elementos da capacidade resistente ao corte

46
calculadas pela expressão dada nos capítulos anteriores, caso o elemento entre em fase plástica ou
à expressão presente na EN1992-1-1.

Embora não seja explícito, o aumento da capacidade de deformação através do confinamento faz-se
considerando o reforço com armaduras transversais aquando do cálculo das percentagens de
armaduras das mesmas (ρsx). No entanto, em [16] [14] refere-se que só podem ser consideradas
como um elemento que cria um confinamento ao longo da face se os elementos de reforço estiverem
ancorados de modo a não poderem flectir para fora do plano. O confinamento é feito através das
cantoneiras nos vértices do elemento, assim em Fardis em [16] e também em [14] são referidas
expressões para cálculo do coeficiente α em vez do valor indicado pela equação (26), que são
semelhantes às que vão ser mostradas no capítulo de reforço com FRPs. Para elementos com
reforços contínuos com chapas, o cálculo de α é igual à equação (61), com R igual ao comprimento
da cantoneira. No caso de reforços com tiras de aço multiplica-se o valor referido para o caso anterior
por 1-sc/(2b), em que sc é o espaçamento entre tiras menos duas vezes o comprimento das
cantoneiras.

Para o problema das zonas de emenda são dadas medidas prescritivas para o reforço que são:
 O reforço tem que se desenvolver por mais 50% da altura da zona de emenda
 O reforço tem pelo menos linhas de conectores em duas faces na perpendicular à direcção
do carregamento
 Quando a zona de emenda se localiza na base de uma coluna a primeira linha encontra-se a
1/3 da altura da zona de emenda a contar da base do elemento e a outra linha no topo da
zona de emenda

3.3.4.3. Encamisamento com FRP

Este tipo de reforço apresenta a vantagem de não aumentar a rigidez do elemento, apenas é referida
uma diminuição do comprimento mínimo de amarração para 2/3 do que foi referido na equação (36).
As fibras de polímeros devem ser orientadas no caso do corte na direcção das armaduras
transversais e para o confinamento segundo o perímetro do elemento.

No reforço ao corte é referido na EN1998-3, que para elementos esbeltos reforçados com FRPs o
esmagamento da alma (VRmax) é o dado pela alínea 6.2.3 (3) da EN1992-1-1. Para elementos parede
e pilar compactos com Lv/h menor que 2, VRmax é o menor entre o valor referido no capítulo da
avaliação, caso a secção tenha entrado em fase plástica, e o referido na EN1992-1-1. Para
elementos de secção rectangulares o valor a somar (VRd,f) à capacidade resistente das armaduras
transversais dado pela EN1992-1-1, e no caso de não entrar em fase plástica, é dado pelas seguintes
equações:

Secção totalmente (51a)


envolvida ou com
reforço em “U”, com
mantas ou laminados

47
Reforço apenas lateral, (51b)
com mantas ou
laminados

Em que:
θ - inclinação da escora
tf - espessura do reforço
β - ângulo das fibras com o eixo do elemento
wf - largura dos laminados
sf - espaçamento entre laminados.

As equações acima apresentadas foram deduzidas para vigas [19] e têm em conta a quantidade e
espaçamento do reforço com FRPs, com particular preponderância para a tensão efectiva mobilizável
do material compósito. Esta tensão efectiva (ffdd,e), é calculada tendo em consideração o
comportamento não dúctil dos FRP (apresenta um comportamento linear até à rotura) e o modo de
rotura por arrancamento na zona de ancoragem (f fdd,e); também é tido em consideração o
comportamento diferente das armaduras ordinárias no modelo de escoras e tirantes. As expressões
usadas para o cálculo da tensão efectiva mobilizável são apresentadas de seguida, tendo em
consideração a forma como o reforço é realizado.

Secção totalmente envolvida ou


devidamente ancorada: (52a)

Secção com reforço em “U”: (52b)

Secção com reforço lateral: (52c)

Em que:
z = 0,9d
k = (1-2/π)
A tensão de arrancamento de dimensionamento é dada por:

(unidades N e mm) (53)


Ef - módulo de elasticidade de FRP
fctm - tensão média de tracção do betão
kb = (1,5.(2- wf/ sf)/(1+ wf/100 mm)1/2
ffu,w(R) - a tensão última do FRP em torno de cantos com raio R:
(54)
Nota: segundo termo só utlizado quando positivo
ηR = 0,2+1,6.R/bw e 0≤R/bw≤0,5

48
Le - o comprimento efetivo de amarração:

(unidades N e mm) (55)


τmax = 1,8 fctm kb = máxima tensão de amarração
zrid, eq = zrid+ Leq
Leq = u1.sin(β)/εfdd
zrid = z-Le sin(β)
εfdd = ffdd/Ef
u1 = kb/3

No caso de a secção do elemento ser circular e de diâmetro D:

(56)
Em que:
Ac - a área da secção
ρf - a percentagem volumétrica de FRP, igual a 4tf/D
εf,ed = 0,004

Neste caso, a limitação da tensão faz-se com base na extensão efectiva do material.

Para elementos cujas secções entraram em fase plástica, a resistência do elemento é calculada de
acordo com a expressão (37). A contribuição dos FRPs, na resistência ao esforço transverso, é
somada à das armaduras transversais (Vw). Esta metodologia é utilizável se o reforço for feito por
envolvimento total da secção, numa extensão igual a pelo menos a altura da secção. A contribuição
para a resistência ao corte é dada em [1] pela expressão seguinte.

(57)
Em que
ρf - a percentagem volumétrica de FRP, igual a 2tf/bw
fu,fd - a tensão última de dimensionamento do FRP igual à tensão última a dividir pelo factor de segurança ϒdf=1,5

Para se obter um aumento da capacidade de deformação através do confinamento, a EN1998-3


sugere que o valor da pressão de confinamento (f1) a ser aplicado na zona da rótula plástica pode ser
calculado pela equação (59). Esta expressão está dependente da relação da ductilidade em curvatura
pretendida com a existente (Iχ).

(58)

Em que:
εcu - a extensão última do betão
εju - a extensão última do FRP adoptado

O valor de f1 é calculado da seguinte forma:


 Para secções circulares de diâmetro D envolvidas por mantas – f1=0,5 ρf Ef εju com tf= ρfD/4
 Secções rectangulares com cantos arredondados com raio R - f1’=ksf1 com ks=2Rc/D e f1=2 tf
Ef εju/D em que D é a maior dimensão do elemento

2
Para reforços com recurso a laminados - f1’=kgf1 com kg=(1-sf/(2D)) e f1=2

49
Esta abordagem não foi calibrada com base em ensaios [16].

Como alternativa às expressões acima descritas para elementos rectangulares com os cantos
arredondados, pode calcular-se o factor relativo ao confinamento (αρfff,e) devido ao reforço com FRP
que se deve somar às expressões (25) e (29). Os valores são obtidos expressões (59) e (60).

(59)

(60)
Em que:
fu,f e Ef são a resistência e módulo de elasticidade do FRP
εu,f - a extensão limite igual a 0,015 para CFRP ou AFRP e igual a 0,02 para GFRP

A expressão acima indicada para o cálculo de α tem em conta o confinamento através dos cantos
como já foi referido nos reforços metálicos. Este método de cálculo, segundo Fardis [16], não se
apresenta do lado da segurança quando aplicado a elementos seriamente danificados e reparados.
No caso de elementos pouco danificados os resultados experimentais apresentam uma folga de 5%
face ao valor previsto.

Para resolver as deficiências nas zonas de emenda, a norma apresenta a espessura do reforço dada
pela seguinte equação:

(61)

Em que σsw é a tensão das armaduras transversais a uma extensão de 0,001 ou a tensão induzida
pela argamassa de preenchimento entre a coluna e o laminado ou manta de FRP ou pré-esforço,
caso estes últimos dois fenómenos existam. A tensão de confinamento total da zona de emenda é
dada por σ1, o seu valor é apresentado na expressão seguinte.

(62)

Em que:
As - a área das armaduras na zona de emenda
fyl - a tensão média de cedência a multiplicar pelo factor de confiança
p - o perímetro limitado pelas cintas
n - o número de varões na zona de emenda
dbL - o maior diâmetro da armadura longitudinal
c - espessura do betão de recobrimento.

Para colunas rectangulares D, deve ser substituído por bw e a eficácia do confinamento deve ser
reduzida pelo factor k s aplicado à equação (59), este tipo de abordagem também não foi calibrado
com ensaios [16]. Também é permitida uma medida prescritiva em alternativa às anteriormente
descritas, que consiste em que o reforço se desenvolva pelo menos em mais 25% do comprimento de
emenda, considerando apenas o confinamento das armaduras ordinárias no cálculo da rotação
última. Também se deve efetuar o cálculo de lou,min presente na equação (27), tomando na segunda
parcela do denominador que as características são dos FRP, substituindo as das armaduras
transversais, usando α1,f=4/ntot ,ρf e ff,e.

50
4. Análise prática de aplicação da norma

4.1. Introdução à aplicação da norma

Neste capítulo apresenta-se a análise de acordo com a EN1998-3 a dois edifícios com um layout
estrutural semelhante. Como se poderá verificar mais adiante, a avaliação de um dos edifícios
conduzirá a um reforço global da estrutura, enquanto na segunda estrutura avaliada apenas serão
necessários reforços pontuais, um reforço, dito, local.

Os edifícios projectados entre os finais da década de 60, no caso do edifício A, e finais início da
década de 80, no caso do edifício B, localizam-se no concelho de Faro com utilização de escritórios.
A estrutura desenvolve-se em 6 pisos acima da cota térrea com uma altura livre entre pisos de 2,8
metros. A regulamentação utilizada no dimensionamento estrutural foi o Regulamento de Estruturas
de Betão Armado (REBA) e as acções segundo o Regulamento de Solicitações de Edifícios e Pontes
(RSEP).

Considera-se que a inspecção e levantamento das características do edifício conduzem a um grau de


conhecimento 2 (Knowledge level 2), a que corresponde um factor de confiança de 1,2.

4.2. Descrição do edifício A

4.2.2. Materiais

Os materiais usados foram um betão B25, actual C20/25, e um aço para armaduras A400, com
varões nervurados. Após o número de ensaios necessários para atingir o grau de conhecimento
anteriormente indicado, chegou-se às seguintes características mecânicas,

Quadro 6 - Características médias aferidas dos materiais estruturais


Material fmédia compressão(MPa) fmédia tracção(MPa) E(GPa)
Betão (C20/25) 28 2,8 30
Aço (A400) 500 200

e às características do solo de fundação,

Quadro 7 - Características aferidas do solo de fundação


Tipo σadm(KPa) E(MPa)
Solo tipo B 650 70

4.2.3. Geometria e pormenorizações

A estrutura apresenta uma planta retangular de 20 metros por 16,4 metros, com uma altura livre entre
pisos de 2,8m. A laje tem 0,18m em toda a extensão excepto no espessamento nas zonas adjacentes
dos pilares fungiformes, junto às escadas, que conta com espessura de 0,22m. A estrutura conta com
vigas de 0,30 por 0,55 metros nos alinhamentos exteriores orientados segundo y (ver figura 32), e de
0,30 por 0,50 metros nos restantes.

51
No que toca a elementos verticais, conta com uma parede de suporte das escadas e um núcleo de
elevadores (ver figura 33 e desenhos em anexo).

Figura 32 - Planta do edifício com identificação dos elementos tipo

Figura 33 - Dimensões e armaduras dos elementos parede (PA) e núcleo (NC)

52
A estes juntam-se um conjunto de pilares, cuja secção vai diminuindo em altura.

Quadro 8 - Descrição da geometria e pormenorizações dos elementos verticais


Pisos Pilar x(m) y(m) As(cm2) Pormenorização Armadura transversal
P1 0,30 0,30 4,52 4φ12 φ6//0,15
P4 0,30 0,45 8,04 4 φ 16 φ6//0,15
0a2 P2 0,30 0,50 12,06 6 φ 16 φ6//0,15
P5 0,50 0,50 17,09 4 φ 16+8 φ 12 φ6//0,15
P3 0,30 0,55 12,06 6 φ 16 φ6//0,15
P1 e P4 0,30 0,30 4,52 4 φ 12 φ6//0,15
P2 0,30 0,35 4,52 4 φ 12 φ6//0,15
2a4
P5 0,40 0,40 9,05 8 φ 12 φ6//0,15
P3 0,30 0,35 6,78 6 φ 12 φ6//0,15
4 a 6 P1 a P5 0,30 0,30 4,52 4 φ 12 φ6//0,15
0a6 P6 0,30 0,40 4,52 4 φ 12 φ6//0,15

A fundação faz-se através de sapatas (ver desenho 1 em anexo) ligadas entre si com vigas de
fundação. No quadro que se segue apresenta-se as disposições de armadura presentes nas vigas
elemento.

Quadro 9 - Dimensões e armadura de vigas nos nós de ligação a pilares


Armadura
Viga e local Piso b(m) h(m) As_superior(cm2) Pormenorização As_inferior(cm2) Pormenorização
transversal
V1_A 1-5 0,3 0,55 4,52 4φ12 4,52 4φ12 ϕ6//0,20
V1_B 1-5 0,3 0,55 6,28 2 φ16+2φ12 3,05 2φ12+1φ10 ϕ6//0,20
V1_A 6 0,3 0,55 3,05 2φ12+1φ10 3,05 2φ12+1φ10 ϕ6//0,20
V1_B 6 0,3 0,55 3,05 2φ12+1φ10 3,05 2φ12+1φ10 ϕ6//0,20
V2_A 1-5 0,3 0,50 6,28 2 φ16+2φ12 6,28 2 φ16+2φ12 ϕ6//0,20
V2_B 1-5 0,3 0,50 10,30 4φ16+4φ12 2,26 2φ12 ϕ8//0,15
V2_A 6 0,3 0,50 4,52 4φ12 4,52 4φ12 ϕ6//0,20
V2_B 6 0,3 0,50 6,28 2 φ16+2φ12 2,26 2φ12 ϕ6//0,20
VA_1 1-5 0,3 0,50 2,26 2φ12 2,26 2φ12 ϕ6//0,20
VA_2 1-5 0,3 0,50 8,29 3 φ16+2φ12 2,26 2φ12 ϕ6//0,20
VA_4 1-5 0,3 0,50 12,06 6 φ16 2,26 2φ12 ϕ6//0,20
VA_1 6 0,3 0,50 2,26 2φ12 2,26 2φ12 ϕ6//0,20
VA_2 6 0,3 0,50 3,39 3φ12 2,26 2φ12 ϕ6//0,20
VA_4 6 0,3 0,50 5,65 5φ12 2,26 2φ12 ϕ6//0,20
VB_1 1-5 0,3 0,50 2,26 2φ12 4,52 4φ12 ϕ6//0,20
VB_2 1-5 0,3 0,50 6,28 2 φ16+2φ12 2,26 2φ12 ϕ8//0,15
VB_3 1-5 0,3 0,50 14,07 7φ16 2,26 2φ12 ϕ8//0,15
VB_1 6 0,3 0,50 2,26 2φ12 2,26 2φ12 ϕ6//0,20
VB_2 6 0,3 0,50 2,26 2φ12 2,26 2φ12 ϕ6//0,20
VB_4 6 0,3 0,50 10,05 5φ16 2,26 2φ12 ϕ6//0,20

53
Quadro 10 - Dimensões e pormenorização das vigas de fundação
Viga b(m) h(m) As_superior(cm2) As_inferior(cm2) Pormenorização Armadura transversal
VF_1 0,3 0,40 2,36 2,36 3φ10 φ6//0,20
VF_2 0,3 0,50 3,14 3,14 4φ10 φ6//0,20

Nas zonas de amarração e emendas já há a destacar algum cuidado nos detalhes da armação,
nomeadamente fazer as dispensas de armaduras fora de zonas de esforços mais concentrados e
amarrações em “L” nos nós viga/pilar da extremidade. Também na cintagem do nó se considera que
pelo menos duas cintas passam o nó viga/pilar, como se pode verificar na figura seguinte.

Figura 34 - Pormenores de armadura em nó. À esquerda, amarração da viga; à direita, emenda cintagem do nó

4.2.4. Cargas

Para além do peso próprio, e tendo em consideração o uso do edifício, foi considerado o
carregamento permanente que se apresenta no quadro seguinte,

Quadro 11 - Restantes cargas permanentes


Local Carga (kN/m2)
Piso tipo 4,5
Piso 6 (cobertura) 1,5

Nas vigas de bordo foi considerada a carga de 9kN/m refentes aos panos de alvenaria. As divisórias
internas consideram-se distribuídas de forma uniforme pelo piso e já estão incluídas nas cargas
permanentes apresentadas.

No que toca às sobrecargas e recorrendo à EN1991-1-1 [29] a estrutura apresenta:

Quadro 12 - Sobrecargas
Local Carga(kN/m2)
Piso tipo (categoria B) 3,0

Piso 6 (cobertura) (categoria H) 1,0

54
Na cobertura, e apesar do valor usado ser superior ao referido no anexo nacional, considerou-se um
valor superior para garantir alguma folga, e também porque o valor referido é o que vem presente no
RSEP [10] para terraços não acessíveis.

Para efeitos de combinações de cálculo sísmico, foi considerado o coeficiente de combinação de


acordo com a EN1990 [28] presente no quadro que se segue.

Quadro 13 - Factores de combinação de cálculo


Local ϕ2

Piso tipo (categoria B) 0,3


Piso 6 (cobertura) (categoria H) 0,3

Novamente considerou-se um valor superior para o coeficiente de combinação de cálculo do piso de


cobertura. Usou-se o mesmo valor do piso tipo de modo a que parte da sobrecarga na cobertura
fosse incluída na massa oscilante do edifício.

A localização do edifício no concelho de Faro apresenta, de acordo com [2], um zonamento 1.2 para
o sismo tipo 1 e 2.3 para o sismo tipo 2, que correspondem à aceleração de referência que se
apresenta no quadro seguinte.

Quadro 14 - Acção sísmica de acordo com [2]


2
Local Accão sísmica Zona sísmica Aceleração ref. agR (m/s2) Coeficiente de importância ϒI ag (m/s )
Tipo1 1.2 2,0 2,0
Faro 1,0
Tipo 2 2.3 1,7 1,7

Para a combinação dos efeitos das acções sísmicas na direcção x e direcção y (ver figura 32), vai
usar-se o estabelecido na alínea 4.3.3.5.1(3) de [2], considerando junto com acção de uma direcção a
contribuição de 30% da outra. Tendo em conta 4.3.3.5.2(1) de [2] não é necessário considerar a
componente vertical da acção sísmica.

4.3. Avaliação do edifício A

4.3.1. Regularidade estrutural

No que toca aos tipos de análise do edifício, e como já foi referido no capítulo 3.2, podem ser
utilizados métodos lineares e não lineares que se subdividem em estáticos ou dinâmicos. Para se
saber quais os que não são permitidos utilizar é necessário aferir a regularidade do edifício.

Quadro 15 - Verificação de regularidade em planta do edifício A


ls=7,44 (m)
Piso eox(m) eoy(m) rx (m) ry (m)
1 2,06 8,37 4,05
2 2,08 8,05 4,04
3 0,00 2,11 7,88 3,98
4 2,12 7,85 3,97
5 2,13 7,80 3,96
6 2,14 7,78 3,96

55
Constata-se que o edifício é irregular em planta, por não cumprir o que vem especificado na alínea
4.2.3.2 (6) de [2], algo que poderá também ser verificado no capítulo seguinte na análise aos modos
de vibração da estrutura. Com estes critérios pode usar-se uma análise elástica linear estática ou
dinâmica modal. Recorre-se, assim, à análise elástica linear modal para todas as avaliações
seguintes.

4.3.2. Análise estrutural do edifício A

Para a análise é necessário aferir de forma mais rigorosa a rigidez efectiva de cada elemento. Para
este efeito consideraram-se as propriedades médias do betão e do aço das armaduras, neste último
considerando o seu patamar de cedência a 0,25% de acordo com as propriedades mecânicas médias
do material. Para o betão assumiu-se um comportamento elástico linear até à extensão de valor
0,175%, de acordo com EN1992-1 [3] parágrafo 3.1.7 (2), com base nestes pressupostos verificou-se
qual o material que entra em cedência primeiro. De acordo com o que é prescrito na norma em
estudo, na alínea A3.2.4 (5) [1] calcula-se a rigidez efectiva de cada secção através da expressão
(63), sendo a rigidez secante ao ponto de cedência, ou seja, no ponto de entrada em fase plástica.

(63)
Em que:
Lv - vão de corte, podendo ser considerado como o comprimento do elemento a dividir por 2
My - o momento de cedência
θy - a rotação de cedência

Para os elementos tipo pilar a rigidez de cada elemento foi definida piso a piso utilizando a média dos
valores das secções do topo e da base do elemento. No caso das vigas a rigidez foi definida de forma
semelhante utilizando os valores médios entre 4 situações, as de compressão das fibras inferiores e
superiores de cada secção extrema.

Considerou-se para as paredes esbeltas que, devido a apresentarem um comportamento como uma
consola de vão equivalente à altura do edifício, o vão de corte igual a 2/3 da altura, por ser o ponto
onde se encontra a resultante de uma carga triangular, típica da distribuição das cargas sísmicas.

A rigidez efectiva dos pilares encontra-se na casa dos 20% da rigidez elástica dos elementos da base
do edifício, variando até 8% nos elementos do último piso. No quadro 16 apresentam-se dois
exemplos da rigidez efectiva em pilares e como a mesma se degrada em altura. Pode constatar-se
que os valores estão muito afastados dos 50% de rigidez elástica propostas pela parte 1 da EN1998.
Os restantes valores referentes à rigidez usados na modelação da estrutura para os restantes pilares
e vigas são apresentados em anexo.

56
Quadro 16 - Exemplo da variação da rigidez em altura de dois pilares
Percentagem da rigidez não fendilhada
Elementos Local Flexão em torno de x Flexão em torno de y
Piso 1 22% 18%
Piso 2 19% 16%
Piso 3 19% 18%
P2
Piso 4 14% 14%
Piso 5 13% 13%
Piso 6 9% 9%
Piso 1 15%
Piso 2 14%
Piso 3 16%
P5
Piso 4 13%
Piso 5 15%
Piso 6 10%

Considerando que os elementos parede e núcleo formarão a rótula plástica na base, apresentando
um comportamento de corpo rígido, a rigidez é dada pelos valores do quadro 17. Neste caso os
valores de rigidez ainda se apresentam mais distanciados do valor de 50% da rigidez elástica. A
aferição da rigidez destes elementos é fundamental, visto que pela sua elevada inércia à flexão são
os que mais contribuem para o controlo de deslocamento. Usar uma rigidez sobrestimada iria falsear
os resultados da análise.

Quadro 17 - Rigidez dos elementos parede e núcleo


Percentagem da rigidez não fendilhada
Elemento Flexão em torno de x Flexão em torno de y
Parede Elem. Secundário 16%
Núcleo 13% 7%

Para a criação do modelo para avaliação dos elementos primários e secundários, considerou-se nula
a rigidez à flexão dos elementos secundários e a verificação de segurança dos elementos
secundários será feita com recurso a um modelo separado. Foram considerados como elementos
secundários os elementos P6 quando solicitados por uma carga horizontal segundo as duas
direcções. Os elementos P3 e parede PA foram considerados secundários apenas para forças a
actuar na direcção x.

No que toca à fundação de modo a considerar a deformabilidade do solo, e de forma a não


sobrestimar a contribuição da parede e do núcleo para a deformação, consideraram-se apoios
elásticos na direção vertical e na rotação em torno das direções horizontais, segundo recomendado
em [16]. As rigidezes foram aferidas de acordo com memória LNEC 353 [30], sendo os seus valores
apresentados em anexo.

Para o cálculo estrutural recorreu-se a uma análise estrutural linear espacial modal usando o
programa comercial SAP2000 [31].

57
O primeiro modo de vibração é de translação (ver figura 35), mas o segundo é de torção devido à
rigidez concentrada no centro da planta, como seria de esperar como já foi referido na avaliação da
regularidade em planta. O modo de translação segundo “x” só aparece no terceiro modo.

Após análise dos modos de vibração e da força de corte basal mobilizada (ver quadro 19), constata-
se que a acção condicionante em cada direcção é a acção sísmica do tipo 1, para a qual se fará o
estudo de comportamento.

Quadro 18 - Participação da massa oscilante modal


Modo Período(s) UX(%) UY(%) UZ(%) RX(%) RY(%) RZ(%)
1 1,8003 0,17 75,9 0,0 51,6 0,11 20,2
2 1,7833 5,7 3,4 0,0 2,35 3,24 48,4
3 1,2357 71,5 0,0 0,0 0,01 41,8 9,7
Soma modos 1-12 92,5 96,7 91,8 90,9 95,9 96,1

Figura 35 - Principais modos de vibração 1 a 3 (do topo à base, respectivamente) do edifício A, fonte [31]

58
Quadro 19 - Forças de corte basal para uma acção sísmica em Faro
Sismo Força segundo dir. x (kN) Força segundo dir. y (kN)
Tipo 1 6407 5139
Tipo2 2693 2042

Também se verifica (ver anexos) que os efeitos de segunda ordem podem ser desprezados no
cálculo.

Para se poder validar o uso deste tipo de análise é necessário verificar a relação entre os momentos
actuantes e os momentos resistentes de cada secção, como já foi mencionado no capítulo 3.3,
excluindo as secções onde não se podem formar rótulas plásticas. Em anexo são apresentados os
valores referentes ao parâmetro ρi dos restantes diversos elementos estruturais, nos quadros
seguintes faz-se a exemplificação de dois pilares e uma viga.

Quadro 20 - Relação entre momento flector actuante e resistente dos elementos P2 e P5


Sismo direcção x Sismo direcção y
Elemento Piso P2 P5 P2 P5
1,00 1,00 1,00 1,18

1 - - - -
- - - -

2 - - - -
- - - -

3 1,01 - 1,94 -
ρi de pilares
1,02 - 1,70 -

4 1,07 1,31 1,41 1,66


1,12 1,05 1,39 1,32

5 1,18 1,10 1,39 1,41


1,10 1,03 1,23 1,26

6 1,15 1,05 1,29 1,30


ρmax/ρmin 1,2 1,3 1,6 1,4

Quadro 21 - Relação entre momento actuante e resistente do elemento viga V2, nos vários alinhamentos, com viga
orientada do alinhamento A para o alinhamento B
Viga V2
Piso ρi_A_+ ρi_A_- ρi_B_esq_- ρi_B_esq_+ ρi_B_dir_- ρi_B_dir_+ ρmax/ρmin
1 1,27 1,16 1,01 4,41 1,07 5,24 5,2
2 1,19 1,12 0,92 3,95 0,98 4,63 4,1
3 0,95 - 0,71 2,72 0,77 3,26 1,2
4 0,70 - - - - - 1,0
5 - - - - - - -
6 - - - - - - -
Notas: sinais “+” e “-“, correspondentes a momentos positivos e negativos respectivamente.
A viga apresenta um comportamento próximo do simétrico para os pontos na intersecção dos alinhamentos C e D

Nos pilares verifica-se que os valores do parâmetro ρi se encontram dentro do que é admissível. Pode
constatar-se pelos valores apresentados no quadro 20 e 21 que, na maioria dos nós nos 3 primeiros
pisos, as rótulas plásticas formam-se nas vigas. Isto deve-se aos esforços axiais, que mesmo com

59
pilares com quantidades de armaduras longitudinais baixas, conduzem a uma maior resistência à
flexão dos pilares em relação às vigas. Nos elementos do tipo viga, nos pisos inferiores onde se
podem gerar rótulas plásticas e em determinadas secções o valor presente em (20) está bastante
acima do limite das 3 unidades, referido no capítulo 3.3. Este fenómeno localiza-se
predominantemente nas ligações aos elementos PA e NC, onde como seria de esperar os esforços
são muito elevados, e também nos apoios interiores da viga V2. Isto deve-se ao facto de a armadura
inferior das vigas em apoios interiores não ter sido dimensionada a contar com momentos positivos
que se geram com a acção sísmica, criando um desfasamento grande entre o momento actuante e o
resistente. No entanto, pode concluir-se que as rótulas plásticas se distribuem de forma uniforme pela
estrutura, já que considerando nestas secções que a rotação se encontra livre, as deformadas e as
características da estrutura não são muito diferentes. Com base neste pressuposto considera-se
válida a avaliação da estrutura através de uma análise linear.

4.3.3. Avaliação de deficiências do edifício A

O estado limite a verificar na avaliação estrutural de deslocamento e de forças de corte é a de danos


significativos (SD).

4.3.3.1. Deslocamentos

No que se refere à avaliação dos deslocamentos pode constatar-se que as rotações de cedência são
largamente atingidas na grande maioria dos elementos (ver figuras 36 e 37). As rotações últimas são
ultrapassadas em alguns elementos com o sismo a actuar maioritariamente na direcção y.

Os deslocamentos são mais gravosos na direcção y como seria de esperar, devido à rigidez nesta
direcção ser menor. Considerou-se o factor de minoração de 0,825 da capacidade de rotação última
de modo a ter em conta que os elementos não foram pormenorizados para resistência sísmica. Em
anexo são apresentados os resultados estruturais da avaliação de deslocamentos, no quadro
seguinte apresentam-se os resultados da análise para os elementos em que é ultrapassada a rotação
última.
Quadro 22 - Rotações do elemento P4 no alinhamento B para um sismo em y
Pilar Piso Posição θum(rad) (25) θy(rad) (35) θpl(rad) θed(rad) θed / θum
base 0,016 0,007 0,009 0,015 0,90

1 topo 0,014 0,007 0,007 0,007 0,47


base 0,018 0,008 0,010 0,007 0,37

2 topo 0,015 0,008 0,008 0,013 0,88


base 0,019 0,009 0,010 0,013 0,70

3 topo 0,016 0,009 0,008 0,018 1,11


P4_B
base 0,021 0,011 0,010 0,018 0,86

4 topo 0,018 0,011 0,008 0,018 0,98


base 0,024 0,011 0,013 0,018 0,76

5 topo 0,020 0,011 0,009 0,017 0,83


base 0,026 0,010 0,016 0,017 0,64

6 topo 0,022 0,010 0,013 0,015 0,66

60
Para além deste elemento apresentado no quadro anterior, apenas o pilar P4 do alinhamento C, e na
mesma secção que o pilar presente no quadro 22, ultrapassa a rotação última permitida para o
estado limite em causa. Verifica-se que os pilares mesmo sem serem pormenorizados para terem
uma resistência superior aos esforços induzidos por acções sísmicas em conformidade com os
códigos modernos, nem garantirem o adequado confinamento das zonas de formação de rótulas
plásticas, apresentam na maioria dos casos uma capacidade de deformação suficiente para a acção
sísmica expectável. As únicas secções em que isto não se verifica são as do pilar P4 no topo do piso
3 com o sismo a actuar segundo y, direcção em que a deformação é maior.

Nos elementos parede e núcleo as rotações maiores concentram-se na base, no entanto, em nenhum
caso se atinge a fase plástica, mesmo considerando a pouca quantidade de armadura longitudinal e a
inexistência de confinamento adequado nas zonas de extremidade. Estes resultados também estão
relacionados com a ligação à fundação através de molas em contraponto ao encastramento perfeito.

Nas vigas não existe nenhuma secção que atinja a rotação última mas, nos pisos inferiores, nos
elementos que se desenvolvem segundo y, verifica-se que nos nós exteriores se atinge a rotação de
cedência e em alguns interiores também (ver figura 37). Nas vigas orientadas segundo x verificam-se
rotações superiores às de cedência nos nós de ligação ao núcleo e parede (ver figura 36), como seria
de esperar, dada a rotação destes elementos ser maior. Nas figuras seguintes identificam-se para
cada direcção pórticos que ilustram o comportamento da estrutura no que toca a rotações.

Figura 36 - Mapa de deficiências de rotação no pórtico A (à esquerda) e B (à direita) com o sismo segundo x

Figura 37 - Mapa de deficiências de rotação no pórtico 1 (à esquerda) e no pórtico 2 (à direita) com o sismo segundo y

61
4.3.3.2. Corte

Como já foi referido, numa análise linear, os valores de cálculo referentes aos esforços actuantes em
mecanismos frágeis devem ser o menor valor entre o resultado da análise e o obtido a partir da
capacidade resistente à flexão do elemento, ponderado com a resistência dos elementos
convergentes do nó.

Dado que o edifício tem a rigidez muito concentrada do seu ponto central em planta, leva a que um
dos seus modos de vibração fundamental seja de torção, o que vai sobrecarregar determinados
elementos nos pórticos de perímetro. Com base nos resultados obtidos, verifica-se que na direcção x
existem alguns elementos que não resistem ao corte a que se juntam a parede e o núcleo (ver figuras
38 e 39). Na direcção y quase todos os elementos entram em rotura ao corte em vários níveis. No
piso 4 mobiliza-se a totalidade da capacidade resistente dos pilares, com a excepção de dois pilares
do tipo P1, na secção de base e de topo (ver quadros em anexo). Nos quadros seguintes é
apresentada a avaliação de um elemento de tipo pilar e viga. Da análise dos resultados de avaliação
estrutural pode constatar-se que a pouca quantidade de armadura transversal presente nos
elementos em conjunto com a entrada das secções em fase plástica conduz a uma falta de
capacidade resistente ao esforço transverso.

Quadro 23 - Análise às forças de corte no pilar P2 no alinhamento A devido a um sismo segundo y


Pilar Piso Posição ν ρtot Vw(KN) μΔpl VR(kN) (37) VEd(kN) VEd/VRd
base 0,53 0,009 31,7 0,29 94,8 106,8 1,13

1 topo 0,53 0,009 31,7 0,11 91,7 106,8 1,16


base 0,43 0,009 31,7 0,00 93,0 96,0 1,03

2 topo 0,43 0,009 31,7 0,39 88,1 96,0 1,09


base 0,48 0,005 31,7 0,48 68,2 72,1 1,06

3 topo 0,47 0,005 31,7 0,76 65,6 72,1 1,10


P2_A
base 0,34 0,005 31,7 0,40 62,8 66,3 1,06

4 topo 0,34 0,005 31,7 0,41 61,6 66,3 1,08


base 0,24 0,006 31,7 0,47 51,8 50,7 0,98

5 topo 0,24 0,006 31,7 0,36 51,3 50,7 0,99


base 0,08 0,006 31,7 0,55 40,1 34,4 0,86

6 topo 0,08 0,006 31,7 0,34 40,0 34,4 0,86

Quadro 24 - Análise às forças de corte na viga V1 no alinhamento A devido a um sismo segundo y


Viga Piso Lv ρtot Vw(kN) μΔpl VR(kN) (37) VEd(kN) VEd/VRd
1 2,65 0,005 50,0 0,044 53,62 81,18 1,51
2 2,65 0,006 50,0 0,114 54,15 82,58 1,52
3 2,65 0,006 50,0 0,170 54,00 72,48 1,34
V1_A
4 2,65 0,006 50,0 0,080 54,25 66,52 1,23
5 2,65 0,006 50,0 0,007 54,45 57,65 1,06
6 2,65 0,004 50,0 0,000 52,81 24,37 0,46

Mesmo em pisos inferiores o uso de cintas em pilares é reduzido. As vigas também apresentam
pouca armadura resistente ao esforço transverso devido à consideração da contribuição do betão na

62
resistência ao corte, o que conduz a armaduras baixas, que em alguns casos seriam a armadura
mínima transversal do regulamento usado no projecto do edifício. Após a entrada em fase plástica,
com a degradação da resistência ao esforço transverso, nos pisos inferiores apresentam-se valores
resistentes muito inferiores aos esforços solicitantes. Pode constatar-se que as vigas de bordo na
direcção y chegam a precisar de um aumento de 50% na capacidade resistente. Com o sismo a
actuar maioritariamente na direcção x, as deficiências no comportamento ao corte nas vigas,
concentram-se nas ligações à parede e núcleo, já que são zonas bastante solicitadas com a rotação
das paredes e núcleo. Também nos pisos 2 a 4 as vigas VB e VC, na convergência dos pilares P5,
não resistem às forças de corte instaladas, assim como nos pisos 1 e 2 na sua ligação aos pilares de
perímetro (ver figura 39).

Figura 38 - Mapa de deficiências (a vermelho) de corte no pórtico A (à esquerda) e pórtico B (à direita) com o sismo
segundo x

Figura 39 - Mapa de deficiências (a vermelho) de corte no pórtico 1 (à esquerda) e no pórtico 2 (à direita) com o sismo
segundo y

Nas paredes e no núcleo, com o sismo a actuar segundo a direcção x, gera-se o modo de rotura por
corte devido à reduzida armadura transversal (ver figuras 40 e 41). Como já foi referido, as paredes
não apresentam uma rotação nas suas secções de base superior à rotação de cedência, assim as
verificações das capacidades resistentes ao corte devido às armaduras transversais (VRd,s) e a
resistência da alma ao esmagamento (VRd,max) são feitas de acordo com a EN1992-1-1 [3] (EC2).
Deste ponto em diante, considera-se que sempre que as resistências são apresentadas de acordo
com o EC2, se verifica o mesmo pressuposto.

63
Parede (PA)
6
5
4

Piso 3 VRd,s EC2

2 VEd sismo x

1 VR,max EC2

0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
V(kN)

Figura 40 - Esforços de corte no elemento parede com o sismo a actuar segundo x

Nucleo (NC)
6 VRd,s EC2 sismo x
5
VEd sismo x
4
VR,max EC2 sismo x
Piso 3
VRd,s EC2 sismo y
2
VEd sismo y
1
VR,max EC2 sismo y
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500
V(kN)
Figura 41 - Esforços de corte no elemento núcleo

No caso do sismo a actuar maioritariamente segundo y, o modo de rotura ao corte do núcleo é


semelhante ao já descrito para a direcção x. Novamente se verifica que as armaduras de esforço
transverso são insuficientes para os esforços instalados durante um sismo. Os resultados da
avaliação estrutural dos elementos primários às deformações e às forças de corte fazem com que
seja imperativo reforçar uma ou as duas direcções com elementos de elevada rigidez que possam
diminuir as deformações impostas pelo sismo - um reforço global. Isto levará a que se diminua a
quantidade de elementos a reforçar e à diminuição na quantidade de reforço a aplicar nos elementos
com resistência ainda deficitária.

4.3.3.3. Fundações

Fazendo a avaliação das fundações (ver quadro seguinte) chega-se à conclusão que as sapatas do
núcleo e da parede não são capazes de absorver os esforços aplicados. Assim, o que se pode
concluir é que os resultados da análise referentes aos deslocamentos da estrutura estarão
subavaliados.

64
Quadro 25 - Capacidade resistente das sapatas e esforços actuantes
Momentos resistentes com acção sísmica numa só direcção MEd_ em torno x x MEd_ em torno yy
Elemento Dir. sismo
MRd_ em torno xx(kNm) MRd_ em torno yy(kNm) (kNm) (kNm)
x 93,7 5954,0
Parede (PA) 1811 4707
y 2103,9 11112,0
x 232,6 2889,2
Núcleo (NC) 3611 6259
y 4592,0 4791,1

Este fenómeno é muito importante, já que existem algumas secções cuja rotação se encontra perto
do limite. Pode aplicar-se a mesma premissa para o esforço transverso, uma vez que parte da acção
sísmica, que seria acomodada no núcleo e na parede, passará para os pórticos.

4.3.3.4. Outras verificações

Com o número de deficiências apuradas mostra-se, como foi referido, que será necessário criar
novos elementos que limitem os deslocamentos e absorvam uma parte significativa da acção sísmica.
Com base nisto, não se farão mais verificações, nomeadamente aos elementos secundários nem aos
nós viga/pilar, já que não influenciarão a escolha do tipo de solução de reforço a concretizar.

4.4. Solução de reforço do edifício A

A escolha de um reforço global é motivada pelo facto de existir um número elevado de elementos que
não resistem ao esforço transverso actuante, bem como secções pontuais em que se ultrapassa a
capacidade de rotação. A solução mais eficaz, como foi referido no capítulo anterior, será a
introdução de novas paredes de modo reduzir as deformações induzidas pelo sismo, alterando o
sistema estrutural inicial em vez da introdução de reforços pontuais em algumas secções e/ou
elementos, tipo de reforço classificado como global. Este reforço também tem como objectivo forçar a
que os dois modos de vibração principal passem a ser modos de translação, de forma a minimizar os
efeitos negativos da torção.

Figura 42 - Primeira solução de reforço testada com paredes adjacentes às escadas, que não é analisada de forma
aprofundada por não eliminar a torção dos dois primeiros modos de vibração

O primeiro tipo de reforço a aplicar será colocar paredes na direcção y, já que é a direção com
maiores deformações e de modo a evitar um eventual mecanismo de piso flexível criado no piso 4,

65
como foi demonstrado no capítulo de avaliação do edifício. A primeira solução testada foi a colocação
de paredes criando um novo núcleo nas escadas, como apresentado na figura 42. Devido à
concentração de rigidez do centro não se consegue anular a torção nos primeiros modos de vibração,
o que leva à conclusão de que não será a mais adequada, pelo que não será alvo de análise.

A solução de base do estudo, a que a partir deste ponto se chamará tipo 1 (ver figura 43), é de
“fechar” os pórticos de perímetro entre os pilares do tipo P4, envolvendo os mesmos e as vigas que
os ligam na nova parede. A outra solução de reforço estudada, a chamada de tipo 2, deriva desta
solução acrescentando mais elementos do tipo parede na direcção x. Outros tipos de solução com
vista a diminuir a deformabilidade segundo a direcção y não se mostram fáceis de concretizar, já que
levariam a um número maior de paredes de reforço, ou à execução nas mesmas englobando os
pórticos interiores do edifício, o que condicionaria o seu uso. Dado o comprimento da parede, e
consequente elevada rigidez em relação aos restantes elementos, esta irá apresentar momentos
flectores elevados na base. No entanto, as cargas verticais presentes na parede de reforço são
baixas em relação com o momento actuante (ver quadros em anexo), assim é necessário mobilizar as
cargas verticais dos pilares adjacentes (P1 e P5) de modo a estabilizar a fundação da nova parede.
Para concretizar o referido, optou-se pelo reforço das vigas de fundação, aumentando a sua secção
para 1 metro de altura por 0,4 metros de largura. Para que não se sobrestime os esforços absorvidos
pelas novas paredes, pelo núcleo e parede existente, recalcularam-se as molas de rotação (ver
anexo) da fundação de modo a que os esforços transmitidos à fundação não ultrapassassem a
capacidade resistente do terreno.

Figura 43 - Solução de reforço tipo 1 (à esquerda), solução de reforço tipo 2 (à direita)

A juntar à solução acima referida, avaliou-se uma outra solução chamada de tipo 2 (ver figura 43), em
que, para além do reforço segundo a direcção y, se transformou o pilar P3 do alinhamento 4 numa
parede de secção 3,2 por 0,4 orientada segundo x. Também neste tipo de reforço as vigas de
fundação foram reforçadas até aos pilares adjacentes com a secção da mesma dimensão do reforço
do tipo 1.

66
4.4.1. Análise de resultados e escolha da solução de reforço

As deficiências pontuais em pilares, no que toca às rotações últimas, ficam controladas com reforço
tipo 1 e diminui-se consideravelmente as secções de pilares que atingem a cedência com o sismo a
actuar segundo y. Também com o sismo a actuar segundo x, a solução do tipo 1 diminui o número de
secções em que os pilares atingem a fase plástica. Na solução de reforço tipo 1 os dois primeiros
modos de vibração passam a ser de translacção. A solução tipo 2, para efeito de controlo de
deslocamentos, não apresenta grandes melhorias em relação à anterior, reduzindo o número de
secções do pilar tipo P5, que atingem a cedência.

Em relação ao corte, verifica-se que na solução tipo 1 na direcção y eliminam-se todas as deficiências
dos pilares com exceção do pilar P1, no alinhamento A, no piso 1. Na direcção x, os elementos do
tipo P5 nos pisos 1, 3, 4 e 5, e no elemento P2 no alinhamento A, no piso 3 e 4, apresentam-se
deficitários na resistência ao corte. No núcleo e parede originais não se conseguem eliminar as
deficiências de resistência ao esforço transverso, no caso do núcleo isto verifica-se nas duas
direcções.

Se for utilizada a solução tipo 2, a diminuição das forças de corte no núcleo com o sismo a actuar
segundo y não é suficiente para que os esforços transversos actuantes sejam menores que os
resistentes. Isto também se verifica com o sismo a actuar segundo x tanto o núcleo como a parede
PA. No caso dos pilares, os ganhos comparativamente à solução 1 são, tal como nos deslocamentos,
pequenos já que apenas nos pilares P5 do piso 1 se reduzem os esforços transversos actuantes para
um valor inferior ao resistente.

A análise à fundação das paredes de reforço, e como já foi referido, indica que se dá o levantamento
das mesmas - o fenómeno de rocking. O referido fenómeno conduz a deslocamentos maiores do que
os que são obtidos na análise. Com base neste fenómeno, também é apresentada uma solução
encastrada na base das paredes de reforço, de modo a simular uma fundação por meio de micro-
estacas. Este modelo serve para avaliar se a limitação da capacidade de carga da fundação dos
elementos de reforço seria muito condicionante para a solução reforçada. Chega-se à conclusão que
não existe uma diminuição de elementos a reforçar, nem isenta de reforço ao corte segundo x o
núcleo e parede originais (ver figura 44 e 45). Com meios de análise lineares torna-se difícil aferir
com rigor os efeitos provocados por este fenómeno.

A solução escolhida para ser executada foi a tipo 1, por se considerar que a diminuta redução do
número de elementos que se tem que reforçar bem como a não resolução dos problemas ao corte
dos elementos parede, não justifica a execução de mais um par de paredes, presente na solução tipo
2. A partir deste ponto as avaliações e reforços vão restringir-se à solução tipo 1.

67
Esforço trasnverso x Parede
6

5 VEd sol. ref. tipo 1

4 VEd sol. ref. tipo 2

Piso 3
VEd sol. ref. tipo 2 com
encastramento base
2
VRd,s EC2
1

0
0 500 1000 1500 2000 2500
V(kN)

Figura 44 - Gráfico de relação dos esforços de corte com os esforços resistentes da parede PA original com o sismo a
actuar segundo x

Esforço trasnverso x Núcleo


6
VEd sol. ref. tipo 1
5

4 VEd sol. ref. tipo 2

Piso 3
VEd sol. ref. tipo 2 com
encastramento base
2
VRd,s EC2
1

0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
V(kN)

Figura 45 - Gráfico de relação dos esforços de corte com os esforços resistentes do núcleo NC original com o sismo a
actuar segundo x

4.4.1.1. Verificação nó viga/pilar

Nos nós viga/pilar, como já foi referido no capítulo 3.3, a força actuante é calculada com base nos
esforços resistentes das vigas que convergem no nó, ou seja como é tratado como um mecanismo
frágil. No entanto, isto é feito com base no pressuposto que as vigas apresentam menor capacidade
resistente que os pilares, que é uma das medidas a tomar para garantir a ductilidade em estruturas
novas. Na estrutura em estudo verificou-se que este princípio não foi usado no seu dimensionamento,
sendo que as armaduras dos pilares estão próximas das armaduras mínimas exigidas à época (ver
desenhos em anexo), isto leva a que em alguns nós a rótula plástica se forme no pilar e não nas
vigas. Nestes elementos considera-se o factor “α” calculado para a quantificação dos esforços
transversos das vigas referido nas equações (19a e b), de modo a ter em consideração o mecanismo
que se forma primeiro. Nos quadros seguintes mostram-se os valores referentes a um nó exterior e
interior. Em anexo são apresentados os restantes quadros referentes à avaliação a todos os nós
viga/pilar. Apenas se verificou o esmagamento da diagonal, dado que é o mecanismo que leva ao
colapso do nó mediante a desintegração do betão no interior do nó Em nenhum dos nós se verificou
que este mecanismo de rotura ocorresse.

68
Quadro 26 - Nó viga/pilar do pilar P3, no alinhamento 4, para um sismo segundo x
Secção Piso b(m) h(m) ν As1(cm2) As2(cm2) Vc(kN) α Vjhd(kN) VRd_esmgamento diagonal(kN)
1 0,3 0,55 0,26 12,06 2,26 129,8 1 766,7 826,0
2 0,3 0,55 0,20 12,06 2,26 74,5 1 822,1 912,1
3 0,3 0,35 0,23 12,06 2,26 64,3 0,59 465,1 510,6
Viga/pilarA_4
4 0,3 0,35 0,14 12,06 2,26 36,1 0,45 363,1 583,0
5 0,3 0,30 0,05 12,06 2,26 24,8 0,29 236,4 527,4
6 0,3 0,30 0,00 5,65 2,26 0,00 0,18 88,6 557,4

Quadro 27 - Nó viga/pilar do pilar P2, no alinhamento 2, para um sismo segundo y


Secção Piso b(m) h(m) ν As1(cm2) As2(cm2) Vc(kN) α Vjhd(kN) VRd_esmgamento diagonal(kN)
1 0,50 0,30 0,26 6,28 - 88,4 1 304,8 890,7
2 0,50 0,30 0,20 6,28 - 71,7 1 321,5 984,4
3 0,35 0,30 0,20 6,28 - 62,9 1 330,3 495,5
Viga/pilar2_B
4 0,35 0,30 0,12 6,28 - 50,8 0,95 321,3 554,4
5 0,30 0,30 0,05 6,28 - 34,4 0,69 236,2 424,5
6 0,30 0,30 0,00 4,52 - 0,00 0,38 108,0 446,0

As referências da parte 3 da EN1998 remetem para limites a cumprir reservados a estruturas de


ductilidade alta (DCH), que nunca poderão ser inferiores às das zonas críticas dos pilares para
estruturas de ductilidade média (DCM). Este tipo de pormenorizações visam garantir a ductilidade do
nó através do adequado confinamento do betão no interior do nó. Tal como nas zonas críticas dos
pilares ou vigas, na EN1998-1 adoptam-se medidas prescritivas de pormenorização que se
apresentam muito difíceis de cumprir em estruturas antigas. Para a estrutura em estudo e recorrendo
à expressão (44), e para um esforço normal reduzido de 0,20, obrigava a uma quantidade de
armadura horizontal de cerca de 85% da armadura longitudinal de vigas.

4.4.1.2. Elementos secundários

Para análise dos elementos secundários, criou-se um novo modelo em que se consideravam todos os
elementos a participar na resistência às forças laterais. Pode-se então relacionar os deslocamentos
deste novo modelo com os deslocamentos obtidos no modelo inicial (que não incluía na resistência
às forças laterais os elementos secundários), através de um quociente entre os deslocamentos dos
modelos. Recorrendo aos esforços transversos, obtidos no modelo que inclui os elementos
secundários na resistência lateral, multiplicados pelo referido coeficiente pode obter-se uma
aproximação dos esforços transversos introduzidos pelo sismo nos elementos secundários. Nos
quadros 28 e 29 são apresentados os resultados da avaliação dos pilares do tipo P6 com o sismo a
actuar segundo y.

Este é o único tipo de elemento em que as armaduras transversais não são suficientes para resistir
aos esforços transversos induzidos pelo sismo. Este resultado é expectável, pois tal como nos pilares
considerados como elementos primários, pela sua dimensão reduzida e pelas armaduras, dado que
não foram dimensionadas para resistir a acções sísmicas da magnitude presentes nos códigos
actuais.

69
Quadro 28 - Avaliação de rotações de elementos secundários tipo P6 para sismo segundo y
Pilar Piso b(m) d(m) posição N(kN) As tot(cm2) θy(rad) (35) θum(rad) (25) θed(rad)
0,3 0,365 base 295 4,52 0,0056 0,0332 0,0063

1 0,3 0,365 topo 287 4,52 0,0057 0,0285 0,0061


0,3 0,365 base 242 4,52 0,0056 0,0340 0,0061

2 0,3 0,365 topo 234 4,52 0,0056 0,0292 0,0052


0,3 0,365 base 190 4,52 0,0055 0,0347 0,0052

3 0,3 0,365 topo 181 4,52 0,0055 0,0298 0,0058


P6
0,3 0,365 base 138 4,52 0,0054 0,0355 0,0058

4 0,3 0,365 topo 129 4,52 0,0054 0,0305 0,0063


0,3 0,365 base 86 4,52 0,0053 0,0363 0,0063

5 0,3 0,365 topo 78 4,52 0,0053 0,0312 0,0066


0,3 0,365 base 35 4,52 0,0052 0,0371 0,0066

6 0,3 0,365 topo 26 4,52 0,0052 0,0319 0,0076

Quadro 29 - Avaliação das forças de corte de elementos secundários tipo P6 para sismo segundo y
Pilar Piso b(m) d(m) posição Vr(kN) (37) Deslmodel pri(m) Deslmodel secun(m) Ved(kN) Ved'(kN)
0,3 0,365 base 90,0 - - 52,4 52,4

1 0,3 0,365 topo 89,0 0,022 0,022 52,4 53,6


0,3 0,365 base 85,4 0,022 0,022 66,8 68,3

2 0,3 0,365 topo 84,6 0,050 0,049 66,8 68,5


0,3 0,365 base 80,7 0,050 0,049 80,0 82,1

3 0,3 0,365 topo 79,5 0,081 0,079 80,0 82,2


P6
0,3 0,365 base 75,4 0,081 0,079 76,9 79,1

4 0,3 0,365 topo 74,1 0,112 0,109 76,9 79,2


0,3 0,365 base 69,7 0,112 0,109 63,4 65,2

5 0,3 0,365 topo 68,6 0,143 0,139 63,4 65,3


0,3 0,365 base 63,9 0,143 0,139 55,4 57,1

6 0,3 0,365 topo 62,3 0,173 0,168 55,4 57,2

Verifica-se que o reforço ao corte de elementos secundários tem que ser feito para os elementos do
tipo P6 entre os pisos 2 a 4. Em anexo é descrita a avaliação dos pilares P3, P6 e parede PA com
sismo a actuar segundo x que não necessitam de reforço ao esforço transverso.

4.4.2. Dimensionamento de reforços

4.4.2.1. Parede de reforço (PA_R)

No reforço das paredes, e de acordo com Fardis [16], deve fazer-se o dimensionamento como se de
uma parede num edifício novo se tratasse, cumprindo todos os requisitos presentes na EN1998-1.
Assim, considerou-se um elemento de ductilidade média (DCM), recorrendo a um coeficiente de
comportamento (q) de 3 unidades. Passam a descrever-se nas figuras 46 e 47 e no quadro 30 e os
esforços de dimensionamento e as disposições de armadura.

70
Momento parede reforço (PA_R) Forças de corte segundo y na parede
6 Med_modelo 6 reforço(PA_R)
Ved_modelo
5 5
4 Med _envol_EC8 4 Ved _envol_EC8

Pisos 3 Piso 3
2 2
1 1
0
0
0 5000 10000 15000 20000
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

M(kNm) V(kN)

Figura 46 - Envolvente de esforços de dimensionamento segundo EN1998-1 [2]

Figura 47 - Dimensões e pormenor da zona crítica da parede

Quadro 30 - Medidas de pormenorização para ductilidade local segundo 5.4.4.4.2 EC8-1 [2], e capacidades resistentes
nos dois primeiros pisos
lw(m) bw(m) hcr(m) lc_min(m) lc_adop(m) νd ωv μϕ MRd(kNm)
6,15 16,8 2,8 0,923 0,95 0,06 0,057 5,0 21184
s_min(mm) s_adop(mm) αn αs α ωw_x ωw_y ωwd VRd(kN)
128 125 0,642 0,743 0,477 0,0640 0,0438 0,044 5465

A pormenorização da parede nos pisos superiores ao segundo é apresentada nos desenhos em


anexo.

4.4.2.2. Reforço do Núcleo (NC) e da Parede (PA)

No reforço dos elementos originais NC e PA, ao esforço transverso, optou-se por usar mantas de
polímeros reforçados com fibras de carbono (CFRP). A escolha deste tipo de solução, em vez de um
encamisamento com betão armado, deve-se à dificuldade de aumentar as seções dos elementos NC
e PA de modo a aumentar a quantidade de armadura transversal. As secções serão difíceis de
aumentar sem que isso cause problemas funcionais ao elevador ou às escadas. A escolha de CFRPs
também se mostra uma solução mais rápida de executar e que causa menos constrangimentos no
uso do edifício. Para o dimensionamento dos elementos foram usadas as mantas da empresa S&P,
2
do tipo C240 com 200g/m [20]. A metodologia de cálculo do reforço é a referente a elementos

71
totalmente envolvidos com mantas (ver figura seguinte) e visto as secções da base não entrarem em
fase plástica, é utilizada a expressão (51). No quadro 31 é apresentado a solução de reforço.

Quadro 31 - Características de reforço com uma camada de CFRP dos elementos PA e NC


Elemento θ (º) β(º) R(cm) ffdd(MPa) ffdd,e,W(MPa) VRd,f (kN)
PA 1270 1514 2425
NC_sismo x 22 90 3,0 1269 1515 2581
NC_sismo y 1281 1498 1333

Figura 48 - Pormenor do reforço da secção do núcleo NC (à esquerda) e da parede PA (à direita) com mantas de
CFRPs

O reforço será feito nas zonas que no capítulo da avaliação se mostraram com um comportamento
deficiente. O reforço aplica-se nos pisos 1 a 6 no elemento NC e no elemento PA da base até ao piso
5, sendo apenas necessária uma camada de CFRPs a aplicar envolvendo a totalidade dos elementos
(ver desenhos de pormenor em anexo) e o reforço aplicado ao longo de todo o piso. Nos cantos
interiores, como apresentado na figura 48, de forma a garantir a ancoragem das mantas, será
colocada uma cantoneira atravessada em ambos os lados com conectores Ø8 espaçados de 0,20m.

4.4.2.3. Pilares

Nos pilares também se considerou a utilização de mantas de fibras de carbono. Usaram-se os


mesmos tipos de mantas consideradas no capítulo anterior, que nestes casos envolverão os
elementos que se apresentam deficitários (ver resultados de avaliação em anexo) que são pilares tipo
P1 no alinhamento A no piso 1, os elementos P2 no mesmo alinhamento nos pisos 3 e 4 e todos os
elementos do tipo P5 nos pisos 1, 3 e 4, e os elementos tipo P6 nos pisos 2 a 4. O reforço será feito
envolvendo todo o elemento, como foi feito para o núcleo e parede (ver figura seguinte). Como os
elementos entram em fase plástica a metodologia é diferente da usada nos elementos NC e PA,
considerando as mantas de reforço como um acréscimo de quantidade de armadura transversal,
assim à parcela Vw da equação (37) soma-se a parcela Vw,f da equação (57), que é apresentada na
tabela seguinte.

72
Quadro 32 - Valores resistentes, referentes a parcela das mantas de CFRP por camada
Elemento bw(m) d (m) fu (N/mm2) Vw,f(kN) (57)
P1 entre piso 0 e 1 0,300 0,265 74,9
P2 entre piso 2 e 4 0,300 0,315 89,0
P2 entre piso 2 e 4 0,500 0,465 74,9
4500
P5 entre piso 0 e 1 0,500 0,465 131,4
P5 entre piso 2 e 4 0,400 0,365 103,1
P6 entre piso 2 e 4 c/ sismo y 0,300 0,365 103,1

Figura 49 - Pormenor de reforço de elemento tipo pilar com encamisamento com mantas de CFRPs

O valor de dimensionamento referente à tensão de cedência (fu) usado para o cálculo é dividido pelo
coeficiente de segurança recomendado pelo fabricante, para laminação manual, de 1,2 unidades [20].
Verifica-se novamente que com a aplicação de uma camada de mantas de CFRP se garante a
segurança ao corte dos pilares já referidos

4.4.2.4. Vigas

A metodologia de cálculo do reforço das vigas é semelhante ao do núcleo (NC) e Parede (PA)
recorrendo ao mesmo tipo mantas de CFRPs, com um reforço em formato de “U” (ver figura
seguinte). Embora as secções a reforçar entrem em fase plástica, não se pode recorrer à mesma
abordagem de cálculo usada no reforço dos pilares, visto que o reforço vai ser feito envolvendo em
forma de “U”. O uso desta forma deve-se à dificuldade de fazer passar as mantas através da laje. O
reforço das vigas só se verifica necessário nas secções adjacentes às novas paredes de reforço
(PA_R) e na ligação nas vigas tipo VB e VC aos elementos PA e NC respectivamente (ver figura 53).
Para o cálculo da resistência ao corte das secções que não entram em cedência utilizou-se a
metodologia presente na EN1992-1-1, com a inclinação das bielas a 22º. Considerou-se no
comprimento da rótula plástica a degradação da resistência das secções ao corte [16], nestas o valor
resistente aos esforços transversos é dado de acordo com a equação (51). O comprimento da rótula
plástica que considerado para o cálculo foi de 0,70 m, dado pela equação (31a).

A envolvente de esforços actuantes é a soma da mobilização da capacidade resistente do


mecanismo de flexão, com as cargas verticais da combinação quase permanentes. Nas figuras 51 e
52 apresentam-se os esforços actuantes e resistentes dos tramos de vigas que mostram deficiências
na resistência ao esforço transverso.

73
Figura 50 - Pormenor reforço de viga com CFRP

Esforço transverso viga V1 entre o alinhamento A e B


140
120 VRd_EC2
100
80
V(kN) VEd_envolvente
60 sismo+cqp

40
VRd_rot. Plástica
20 eq (37)
0
0 1 2 3 4 5
L(m)

Figura 51 - Esforços de corte nas vigas de tipo V1, orientadas de A a B

Esforço transverso viga VB entre alinhamento 2 e 3


300
VRd_EC2
250

200
VEd_envolvente
V(kN) 150 sismo+cqp
100
VRd_rot. Plástica
50
eq (37)
0
0 1 2 3 4
L(m)

Figura 52 - Esforços de corte nas vigas de tipo VB, orientadas de 2 a 3

No quadro 33 são apresentados os valores dos parâmetros usados no reforço dos elementos tipo
vigas.

74
Quadro 33 - Características de reforço com uma camada de CFRP de vigas
Elemento θ (º) β(º) R(cm) ffdd(MPa) ffdd,e,U(MPa) VRd,f (kN) (51)
V1_B 662 606 218
22 90 3,0
VB_3 677 614 197

O reforço nas vigas tipo V1 deve desenvolver-se na extensão do comprimento da rótula plástica, na
zona contígua à nova parede PA_R. O reforço das vigas tipo VB (ver figura 51) deve ser aplicado até
uma distância de 2,50 metros da parede PA. Em ambos os casos o reforço deve ser materializado em
todos os pisos. Na figura seguinte são resumidos os reforços a realizar no edifício A.

Figura 53 - Resumo de reforços a realizar no edifício A

4.4.2.5. Fundações

No que toca às sapatas da fundação não se considerou nenhum reforço para além da execução das
sapatas das novas paredes, já que no modelo se limitaram os esforços na fundação original à sua
capacidade resistente.

Devido à execução das vigas de fundação que ligam as novas sapatas aos elementos existentes,
aumentou-se a altura das sapatas dos pilares P1 e P5 para 1 metro de modo a coincidir com a altura
da viga de fundação de reforço. A nova viga de fundação foi dimensionada de forma a cumprir os
requisitos de ductilidade para elementos de ductilidade média, impostos pela EN1998-1. O
dimensionamento da vigas de fundação de reforço (VF_R1), a substituir a viga VF1, é descrito no
quadro 34. A viga de fundação de reforço (VF_R2) apresentada a mesma pormenorização que
VF_R1 no alinhamento B e C.

75
Quadro 34 - Dimensionamento das vigas de fundação de reforço (VF_R1)
Elemento Local Med(kNm) Asl_adop MRd(kNm) VEd_cap(kN) Asw/s
AeD 265 5φ16 365 396 φ8//0,10
Viga VF_R1
BeC 1121 4φ25+5φ20 1121 396 φ8//0,10

Consideram-se satisfeitos os requisitos de ductilidade presente em 5.4.3.1.2 de [2], já que a armadura


longitudinal da face superior é igual à da face inferior, também se estende a armadura de esforço
transverso por todo o elemento devido à mesma ser calculada com base nas capacidades
resistentes. O confinamento fica assegurado com o primeiro estribo a 50 mm da face da sapata e um
espaçamento inferior a 8 diâmetros do menor varão longitudinal utilizado.

As sapatas (S4_R) da parede de reforço (PA_R) apresentam as dimensões e armadura indicadas no


próximo quadro, em anexo são apresentados os desenhos.

Quadro 35 - Dimensionamento de armadura da sapata S4_R de reforço


Elemento Dim (m) Arm. inf. long. segundo
a b h x y
S4_R
2,5 9,15 1,5 Ø10//0,15 Ø25//0,15

4.5. Descrição do edifício B

O edifício B é bastante semelhante ao edifício A, apresentando o mesmo uso. Foi projectado no início
dos anos 80, antecipando a entrada em vigor do RSA, já considerando uma acção sísmica mais
gravosa que a presente no RSEP.

Figura 54 - Planta do edifício B

76
Os materiais usados na execução da estrutura são os mesmos do edifício A, assim como o
carregamento nos pisos do edifício A e o terreno de fundação. A localização do edifício é o concelho
de Faro, pelo que a aceleração de referência é a mesma do edifício anteriormente avaliado.

A grande diferença entre as estruturas é a implementação no edifício B de um segundo núcleo que


substitui a parede adjacente à caixa de escadas (ver figuras 53 e 54 e desenhos em anexo).

Quadro 36 - Cintas de pilares do edifício B


Pisos Pilar Armadura transversal
P1 φ6//0,125
0a2
P2 a P6 Φ8/0,125
2 a 4 P1 a P6 φ6//0,125
4 a 6 P1 a P6 φ6//0,15

Quadro 37 - Armaduras de vigas nos nós de ligação a pilares do edifício B


Viga e local Piso Pormenorização face superior Pormenorização face inferior Armadura transversal
V1_A 1-5 4ϕ 12 4φ12 ϕ8//0,20
V1_B 1-5 2 φ16+2φ12 4φ12 ϕ8//0,20
V1 6 2φ12+1φ10 2φ12+1φ10 ϕ6//0,20
V2_A 1-5 2 φ16+2φ12 2 φ16+2φ12 ϕ8//0,15
V2_B 1-5 4φ16+4φ12 4φ12 ϕ8//0,15
V2_A 6 2φ12 4φ12 ϕ6//0,20
V2_B 6 2 φ16+2φ12 4φ12 ϕ6//0,20
VA_1 1-5 2φ12 4φ12 ϕ8//0,20
VA_2 1-5 3 φ16+2φ12 4φ12 ϕ8//0,15
VA_4 1-5 6 φ16 4φ12 ϕ8//0,15
VA_1 6 2φ12 3φ12 ϕ6//0,20
VA_2 6 3φ12 3φ12 ϕ6//0,20
VA_4 6 5φ12 3φ12 ϕ6//0,20
VB e VC _1 1-5 2φ12 4φ12 ϕ8//0,20
VB e VC_2 1-5 2 φ16+2φ12 2φ12 ϕ8//0,15
VB e VC _3 1-5 7φ16 2φ12 ϕ8//0,15
VB e VC _1 e 2 6 2φ12 3φ12 ϕ6//0,20
VB e VC _4 6 5φ16 2φ12 ϕ8//0,20

Nos elementos NC1 e NC2 (ver figura 54 e desenhos em anexo), devido a estes elementos
absorverem grande parte da acção sísmica, a armadura transversal é substancialmente superior aos
elementos equivalentes no edifício A. O dimensionamento dos nós e das zonas adjacentes aos
mesmos foi feito de modo a que se aumente a ductilidade através de um melhor confinamento. Para
este efeito as cintas dos pilares nas secções adjacentes ao nó reduzem o espaçamento para metade
(ver figura 55), continuando com este espaçamento no interior do nó.

77
Figura 55 - Pormenores de armadura em nó viga/pilar e dispensas

Figura 56 - Pormenores de armadura em nó viga/pilar e dispensas

78
4.6. Avaliação do edifício B

4.6.1. Análise estrutural do edifício B

A análise ao edifício, e considerando as suas semelhanças com o anterior, leva à conclusão que o
edifício é irregular em planta (resultados apresentados em anexo). As grandes diferenças de rigidez
entre edifícios são a adição do núcleo das escadas (NC1), a rigidez deste elemento e do elemento
NC2 é apresentado no quadro 38. Os elementos do tipo viga, e apesar do aumento de armadura
longitudinal inferior, apresentam diferenças de rigidez residuais.

Quadro 38 - Rigidez dos novos elementos


Percentagem da rigidez elástica
Elemento Flexão em torno de x Flexão em torno de y
NC1 12% 8%
NC 2 11% 7%

A rigidez da fundação dos elementos NC1 e NC2 é modelada de modo a que a fundação não
ultrapasse a capacidade resistente do terreno, os valores da rigidez são apresentados em anexo.

Para a verificação da possibilidade de fazer uma análise linear, fez-se novamente a verificação dos
parâmetros ρi. Os pilares apresentam um maior número de secções em que se podem formar rótulas
plásticas, situação que se deve ao aumento da resistência a momentos flectores positivos das vigas.
No quadro 39 apresentam-se os resultados de um elemento tipo pilar.

Quadro 39 - Relação mais condicionante do parâmetro ρi para um elemento tipo pilar do edifício B
Sismo direcção y
Elemento Piso P4
1,30

1 -
-

2 1,37
1,42

3 1,55
ρi de pilares
1,24

4 1,28
1,16

5 1,21
1,03

6 1,09
ρmax/ρmin 1,5

Como seria expectável, e tendo por base os resultados do edifico A, as vigas com o acréscimo de
armadura inferior nunca superam o valor limite de 3 unidades na relação ρmax/ρmin. Nas vigas continua
a ser a falta de resistência a momentos positivos a situação condicionante para avaliação do
parâmetro acima referido, como pode ser verificado no exemplo apresentado no quadro seguinte.

79
Quadro 40 - Relação mais condicionante do parâmetro ρi para um elemento tipo viga do edifício B
Viga VB
Piso ρi_1_+ ρi_2_esq_- ρi_2_esq_+ ρi_2_dir_- ρi_2_dir_+ ρi_4_- ρi_4_+ ρi_1_- ρmax/ρmin
1 1,23 0,63 1,76 0,90 2,63 0,63 2,39 1,34 2,1
2 1,09 0,52 1,38 0,82 2,39 0,66 2,52 1,23 2,3
3 0,90 - - - - 0,65 2,39 1,00 2,4
4 0,70 - - - - 0,59 2,11 0,79 2,1
5 - - - - - 0,52 1,72 - 1,7
6 - - - - - 0,31 1,04 - 1,0

Os restantes resultados referentes às relações de capacidade resistente com solicitações são


apresentados em anexo. Com base nos resultados apresentados conclui-se que é permitido fazer
uma análise linear, visto que se garante a distribuição uniforme da formação de rótulas plásticas.

4.6.2. Avaliação de deficiências presentes no edifício B

4.6.2.1. Avaliação de deslocamentos e corte

No que toca aos deslocamentos, nenhum elemento ultrapassa o limite para o estado limite de danos
severos (SD); no entanto, várias secções entram em fase plástica (ver figura 57 e 58). Este resultado
era expectável, já que na avaliação das deformações do edifício A apenas em 4 secções de pilares
se ultrapassava a rotação última, com a existência de um núcleo adicional que acrescenta rigidez na
direcção y do edifício B, reduz-se a deformabilidade em relação à estrutura do edifício A. Para além
de a estrutura ser menos deformável, também a cintagem mais apertada dos pilares e das zonas
críticas dos pilares onde se formarão as rótulas plásticas conduz a um aumento das capacidades de
rotação. No quadro 41 é apresentada a avaliação do comportamento de um pilar, sendo os resultados
referentes aos restantes elementos apresentados em anexo.

Quadro 41 - Análise do Pilar P5 localizado no alinhamento B do edifício B


Sismo x Sismo y
P. Posição ν ρtot Vw(K) θy(rad) θum(rad) θed(rad) Vr(kN) Ved(KN) θed(rad) Vr(kN) Ved(KN)
base 0,45 0,008 125,9 0,007 0,017 0,009 288,1 257,2 0,009 294,5 239,4

1 topo 0,44 0,009 125,9 0,007 0,015 0,006 303,2(EC2) 257,2 0,002 303,2(EC2) 239,4
base 0,36 0,009 125,9 0,008 0,018 0,006 303,2(EC2) 225,2 0,002 303,2(EC2) 229,4

2 topo 0,36 0,009 125,9 0,007 0,016 0,009 274,0 225,2 0,007 303,2(EC2) 229,4
base 0,45 0,005 54,5 0,008 0,018 0,009 136,4 148,3 0,007 134,3(EC2) 151,8

3 topo 0,44 0,005 54,5 0,007 0,016 0,012 130,5 148,3 0,010 144,5 151,8
P5_B
base 0,32 0,005 54,5 0,009 0,020 0,012 125,4 133,4 0,010 133,5 133,4

4 topo 0,32 0,005 54,5 0,009 0,017 0,011 123,8 133,4 0,011 130,7 133,4
base 0,36 0,006 31,7 0,011 0,021 0,011 81,3(EC2) 61,1 0,011 81,3(EC2) 52,3

5 topo 0,35 0,006 31,7 0,011 0,018 0,008 81,3(EC2) 61,1 0,011 81,3(EC2) 52,3
base 0,14 0,006 31,7 0,010 0,025 0,008 81,3(EC2) 40,5 0,011 46,0 29,3

6 topo 0,14 0,006 31,7 0,010 0,021 0,007 81,3(EC2) 40,5 0,009 81,3(EC2) 29,3

80
Visto que não existiram mudanças de secções nem de armaduras longitudinais em relação ao edifício
A, não existem mudanças na rotação de cedência dos elementos calculados usando a equação (35),
continua a existir um grande número de secções de pilares que entram em cedência. Este facto vai
originar a degradação da resistência ao esforço transverso, que mesmo com cintas menos espaçadas
conduz a um comportamento deficiente ao corte em alguns pilares. A grande maioria de deficiências
ao mecanismo de corte, nos pilares, localiza-se nos elementos entre os pisos 2 e 3, como é
apresentado nas figuras 59 e 60.

Figura 57 - Localização das secções que atingem a rotação de cedência (a laranja) com o sismo a actuar segundo x. À
esquerda pórtico A, à direita pórtico B

Figura 58 - Localização das secções que atingem a rotação de cedência (a laranja) com o sismo a actuar segundo y. À
esquerda pórtico 1, à direita pórtico 2

As vigas VB (ver figura 59) apresentam problemas semelhantes aos que foram verificados no edifício
A nas zonas que ligam ao núcleo NC1. No caso da viga VC apenas nas secções dos pisos 2 e 3 de
ligação a NC2 apresentam falta de resistência ao corte. Em ambas as vigas o comportamento
deficiente ao corte, e como no caso dos pilares, deve-se à degradação da resistência pela entrada
em fase plástica. Isto advém da grande deformação dos elementos NC1 e NC2 que leva estas
secções a entrar em fase plástica. No entanto, em comparação com as vigas equivalentes no edifício

81
A, a mudança de pormenorização, em algumas secções de armaduras transversais, reduz o
comprimento de viga a reforçar para apenas a extensão da rótula plástica, como se pode verificar nas
figuras 61 e 62.

Figura 59 - Mapa de deficiências de corte (a vermelho) do edifício B; (à esquerda) no pórtico A, no pórtico B (à direita)
com o sismo segundo x

Figura 60 - Mapa de deficiências de corte (a vermelho) do edifício B; (à esquerda) no pórtico 1, no pórtico 2 (à direita)
com o sismo segundo y

Esforço transverso viga VB entre alinhamento 2 e 3


300

250
VRd_EC2
200

V(kN) 150
VEd_envolvente
100 sismo+cqp

50
VRd_rot. Plástica
0 eq (37)
0 1 2 3 4
L(m)

Figura 61 - Análise ao corte de viga VB, orientado do alinhamento 2 para o 3

82
Esforço transverso viga V2 entre alinhamento A e B
300

250
VRd_EC2
200

V(kN) 150 VEd_envolvente


100 sismo+cqp

50 VRd_rot. Plástica
0 eq (37)
0 1 2 3 4 5
L(m)

Figura 62 - Análise ao corte de viga V2, orientado do alinhamento A para o B

Os nós da base dos núcleos não ultrapassam a rotação de cedência, pelo que a resistência do
elemento ao esforço transverso será feita pela EN1992-1-1. Os núcleos com uma armadura
transversal, em maior quantidade que no edifício A, ainda apresentam falta de resistência ao esforço
transverso, como se pode verificar na figura seguinte. Isto deve-se às grandes forças de corte
acomodadas por estes elementos, que apresentam uma inércia elevada em relação aos restantes
elementos. Na direcção y os problemas são mais reduzidos, já que com a substituição da parede PA
no edifício A, pelo núcleo NC1 no edifício B, existem mais elementos para distribuir as forças de
corte.

Esforço transverso núcleo NC2

6
5
VRd,s (EC2) sismo x
4
VEd sismo x
Piso 3 VRd,max (EC2) sismo x
2 VRd,s (EC2) sismo y

1 VEd sismo y
VRd,max (EC2) sismo y
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
V(kN)

Figura 63 - Esforços de corte no elemento núcleo NC2 com o sismo a actuar segundo x

O núcleo NC1 apresenta um comportamento semelhante mas apenas necessita reforço ao corte
entre o piso 0 e o piso 1, como se pode verificar na figura 59, os resultados da avaliação deste
elemento serão apresentados em anexo.

4.6.2.2. Avaliação de nós viga/pilar do edifício B

Os nós viga/pilar apresentam-se mais solicitados devido ao acréscimo de armadura na face inferior
das vigas. Os resultados de dois nós são apresentados nos dois quadros seguintes.

83
Quadro 42 - Nó viga/pilar do pilar P3, no alinhamento A, para um sismo segundo x
Secção Piso b(m) h(m) ν As1(cm2) As2(cm2) Vc(kN) α Vjhd(kN) VRd_esmagamento diagonal(kN)
1 0,3 0,55 0,26 12,06 4,52 129,8 1,0 916 826
2 0,3 0,55 0,20 12,06 4,52 74,5 0,8 787 912
3 0,3 0,35 0,23 12,06 4,52 64,3 0,5 412 511
Viga/pilarA_4
4 0,3 0,35 0,14 12,06 4,52 36,1 0,3 322 583
5 0,3 0,30 0,05 12,06 4,52 24,8 0,2 209 527
6 0,3 0,30 0,00 5,65 3,39 0,00 0,2 85 557

Quadro 43 - Nó viga/pilar do pilar P5, no alinhamento B, para um sismo segundo y


Secção Piso b(m) h(m) ν As1(cm2) As2(cm2) Vc(kN) α Vjhd(kN) VRd_esmagamento diagonal(kN)
1 0,5 0,5 0,23 10,3 4,52 229,4 1,0 698 1306
2 0,5 0,5 0,17 10,3 4,52 151,8 1,0 776 1416
3 0,4 0,4 0,19 10,3 4,52 133,4 1,0 792 843
Viga/pilar2_B
4 0,4 0,4 0,12 10,3 4,52 52,3 0,8 693 937
5 0,3 0,3 0,08 10,3 4,52 29,3 0,6 513 511
6 0,3 0,3 0,00 6,28 4,52 0,0 0,4 258 557

Verifica-se que nos nós do pilar P3 nos 3 primeiros pisos se ultrapassa a resistência ao
esmagamento da diagonal do nó. O acréscimo de 10% de resistência necessária para que o nó não
entre em colapso, por esmagamento do betão no seu interior, é garantido pelo confinamento do nó,
que não foi tido em conta nos cálculos presentes nos quadros 42 e 43.

Novamente, não se consegue garantir as medidas prescritivas da EN1998-1 para estruturas de


ductilidade alta, no que toca à pormenorização das armaduras transversais no interior do nó.
Considerando como o mecanismo condicionante para o funcionamento adequado do nó a integridade
do betão no seu interior, com base nos resultados dos dois quadros anteriores e a avaliação dos
restantes nós apresentados em anexo, verifica-se que eles não necessitam de reforço.

4.6.2.1. Avaliação de deslocamentos e corte

Os elementos a avaliar como secundários são apenas os pilares P3 com o sismo a actuar segundo y
e os pilares P6. Nenhum dos elementos apresenta uma resistência ao corte inferior ao induzido pela
acção sísmica. Nestes elementos verifica-se que tanto o aumento da cintagem como a não entrada
de nenhuma secção em fase plástica contribui para este resultado.
A direcção mais condicionante para este tipo de elementos é a com o sismo a actuar segundo x. No
quadro seguinte é apresentada a avaliação para o elemento secundário mais solicitado, sendo
mostrados os resultados referentes aos restantes elementos em quadros em anexo.

Avaliados os problemas estruturais passa-se, no capítulo seguinte, à descrição das soluções de


reforço a aplicar.

84
Quadro 44 - Avaliação do elemento secundário P6 do edifício B, para um sismo segundo x
Pilar Piso Posição θy(rad) θed(rad) VRd(EC2) Ved_cap
base 0,0056 0,004 240 105

1 topo 0,0057 0,001 240 105


base 0,0056 0,001 240 96

2 topo 0,0056 0,001 240 96


base 0,0055 0,001 135 86

3 topo 0,0055 0,000 135 86


P6
base 0,0054 0,000 135 77

4 topo 0,0054 0,001 135 77


base 0,0053 0,001 112 67

5 topo 0,0053 0,002 112 67


base 0,0052 0,002 112 57

6 topo 0,0052 0,002 112 57

4.6.3. Solução de reforço do edifício B

A estrutura não necessita de um aumento de rigidez considerável para controlar os deslocamentos,


visto não existirem secções que apresentem rotações superiores às rotações últimas para o estado
limite de danos severos. O problema principal desta estrutura é a falta de capacidade de resistência
ao corte em algumas secções. Este problema poderia ser resolvido reforçando a estrutura como um
todo, o reforço global, através de paredes de reforço. Este reforço teria como objectivo a diminuição
das rotações de grande parte das secções de pilares de modo a que a resistência ao corte dos
elementos não fosse afectada negativamente, pela entrada das secções em fase plástica. O efeito
referido seria combinado com a absorção de grande parte das forças de corte pelos elementos de
reforço. A execução do reforço global teria as desvantagens de, como foi verificado para o edifício A,
precisar de reforço da fundação e de elementos adjacentes tal como a execução, que traria mais
constrangimentos de uso e execução. O número reduzido de elementos a reforçar (apresentados nas
figuras 59, 60 e 63) não justifica a execução deste tipo de reforço.

A escolha da solução de reforço recaiu em um reforço local, ou seja, a execução de reforços apenas
nas secções e elementos que apresentaram deficiências no comportamento sísmico, apontados no
capítulo 4.6.2, sem que o comportamento da estrutura como um todo seja afectado.

As soluções de reforço ao corte serão novamente feitas com recurso a mantas de CFRP do
2
fabricante S&P C-240 200g/m , sendo utilizadas as mesmas metodologias de cálculo apontadas para
as secções, os núcleos, pilares e vigas deficitários na resistência, referidas nos capítulos 4.4.2.2 a
4.4.2.4, respectivamente. A metodologia de cálculo é semelhante porque o tipo de reforço é idêntico e
os resultados da avaliação apontam para comportamento semelhante nos elementos, nomeadamente
o facto de os elementos NC1 e NC2 não entrarem em fase plástica e os elementos pilares com falta
de resistência ao esforço transverso entrarem em fase plástica.

85
Para os elementos núcleo NC1 e NC2 serão executados envolvendo todo o elemento, de igual forma
que o elemento NC do edifício A (ver figura 48). A contribuição do reforço com CFRP para a
resistência ao esforço transverso é apresentada no quadro 45.

Quadro 45 - Características de reforço com uma camada de CFRP, NC1 e NC2, do edifício B
Elemento θ (º) β(º) R(cm) ffdd(MPa) ffdd,e,W(MPa) VRd,f (kN)
Núcleo NC1 sismo x 1268,8 1314 2249
Núcleo NC2 sismo x 22 90 3,0 1268,8 1369 2343
Núcleo NC2 sismo y 1280,7 1356 1217 (por banzo)

A contribuição do reforço ao corte de pilares, a ser executado, envolvendo a totalidade da secção (ver
figura 49) dos elementos e estendendo-se a toda a sua altura, é apresentado no quadro seguinte.

Quadro 46 - Valores resistentes ao corte, referentes ao reforço com mantas de CFRP do edifício B, por cada camada
2
Elemento bw(m) d (m) fu (N/mm ) Vw,f(kN)
P2 entre piso 2 e 3 sismo x 0,300 0,315 89,0
P2 entre piso 2 e 3 sismo y 0,350 0,265 74,9
4500
P4 entre piso 2 e 3 0,300 0,265 74,9
P5 entre piso 2 e 4 0,400 0,365 103,1

Nos elementos tipo viga, as contribuições do reforço para a resistência ao corte são as mesmas que
foram apresentadas no quadro 33 para a viga VB, já que uma camada de reforço é suficiente e as
vigas a reforçar do edifício B apresentam características geométricas iguais. A aplicação deve ser
feita na extensão da rótula plástica, como apresentado nas figuras 61 e 62, que se considera de
comprimento de 0,70m como já foi referido. Na figura 64 é apresentado o pormenor de reforço.

Figura 64 - Pormenor de reforço de viga do edifício B

Na figura seguinte é apresentado o resumo do tipo de reforço e a localização dos mesmos em altura.

86
Figura 65 - Resumo dos reforços a executar no edifício B

87
88
5. Conclusão e sugestões para desenvolvimento futuro

A aplicação da EN1998-3 fornece directrizes e estabelece limites para que se avalie o


comportamento de um edifício e se necessário se proceda ao seu reforço.

A utilização da metodologia com base em deslocamentos permite uma melhor aferição da real
capacidade da estrutura resistir a um sismo. Esta abordagem pode isentar ou minorar a necessidade
de reforços que seriam quase obrigatórios caso se exigissem as mesmas capacidades resistentes e
de pormenorização de estruturas novas. Na avaliação dos edifícios em estudo isto foi evidente visto
que a avaliação segundo a EN1998-3 revelou que a maioria dos problemas se devia ao corte. Se for
usado como indicador a relação entre a acção sísmica com a capacidade resistente aos momentos
flectores de cada secção, utilizada para o cálculo do factor ρi, conduziria à conclusão de que também
existiriam muitos elementos deficitários na resistência ao momento flector.

A EN1998-3, ao recorrer a coeficientes de confiança, incentiva a que se recolha o máximo de


informação possível recorrendo a peças desenhadas, inspecções e ensaios a materiais. Um grau de
conhecimento 1, ou até 2, leva a coeficientes de segurança altos que se podem tornar demasiado
penalizadores na avaliação estrutural.

As análises estruturais lineares são também limitadas a estruturas com um comportamento estrutural
previsível e sem concentrações de rótulas plásticas em zonas localizadas do edifício. Este tipo de
análise é penalizadora, dado que a análise de mecanismos frágeis através das capacidades
resistentes dos elementos usa os coeficientes de confiança para majorar características de materiais,
majorando a acção e, no caso das resistências, minorar as características dos materiais. Se a isto se
juntar um grau de conhecimento baixo gera-se o potencial de avaliações muito penalizadoras das
estruturas. Assim, chega-se à conclusão que a norma promove/incentiva a que as análises a
privilegiar na avaliação sejam as não lineares.

Na avaliação da capacidade dos nós viga/pilar, que são tratados como mecanismos frágeis, a norma
recorre às medidas prescritivas presentes na EN1998-1 para estruturas de ductilidade alta, isto é
demasiado exigente para estruturas existentes e, no limite, pode levar a exigências maiores que em
edifícios novos projectados para ductilidade média.

Na avaliação aos edifícios estudados pode verificar-se que, no caso dos edifícios com fundações
superficiais sem pisos enterrados, a eficácia de paredes de reforço é bastante limitada, já que
dificilmente se consegue evitar o fenómeno de rocking ou mobilizar toda a capacidade resistente da
mesma sem que se proceda a um reforço muito significativo da fundação.

Para desenvolvimento futuro será relevante fazer uma análise não linear, para comparação com a
avaliação feita, verificando as diferenças nas soluções de reforço a adoptar. A análise não linear terá
particular importância na avaliação das fundações dos elementos do tipo parede e na aferição do seu

89
eventual levantamento. Ao referido junta-se o estudo de soluções de reforço usando elementos
metálicos, quer por encamisamento ou por adição de contraventamentos, assim como o reforço
estrutural recorrendo a encamisamentos por elementos de betão armado.

90
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[30] Castro ,G. d., “Deformabilidade das fundações e a sua consideração no cálculo das
estruturas,” Memoria Laboratório Nacional de Engenharia Civil : 353, 1970.

[31] C. a. S. inc, SAP2000 V15.0.

92
Anexos

A1. Anexos características edifício A

Quadro A1.1 - Regularidade estrutural em planta


Piso Kθ rx (m) ry (m) eox(m) eoy(m) ls (m)
1 3,85 8,37 4,05 2,06

2 3,80 8,05 4,04 2,08

3 3,64 7,88 3,98 2,11


0,00 7,44
4 3,61 7,85 3,97 2,12

5 3,57 7,80 3,96 2,13

6 3,55 7,78 3,96 2,14

Quadro A1.2 – Rigidez efectiva de elementos verticais


Percentagem da rigidez elástica de elementos verticais
Elementos Local Flexão em torno de x Flexão em torno de y

pisos 1 17 17

pisos 2 15 15

pisos 3 13 13
P1
pisos 4 12 12

pisos 5 10 10

pisos 6 8 8

pisos 1 22 18

pisos 2 19 16

pisos 3 19 18
P2
pisos 4 14 14

pisos 5 13 13

pisos 6 9 9

pisos 1 23 17

pisos 2 21 14

pisos 3 29 21
P3
pisos 4 25 16

pisos 5 21 14

pisos 6 14 9

pisos 1 19 21

pisos 2 17 18

pisos 3 21 21
P4
pisos 4 16 16

pisos 5 13 13

pisos 6 9 9

93
pisos 1 15 15

pisos 2 14 14

pisos 3 16 16
P5
pisos 4 13 13

pisos 5 15 15

pisos 6 10 10

pisos 1 14 14

pisos 2 13 13

pisos 3 12 12
P6
pisos 4 10 10

pisos 5 9 9

pisos 6 8 8

pisos 1-3 2 16
Parede
pisos 4-6 1 16
Núcleo pisos 1-6 13 7

Quadro A1.3 - Rigidez efectiva de vigas


Percentagem da rigidez não fendilhada de vigas
Elemento Local Ieff(%)
pisos 1-5 12
V1 6 9
pisos 1-5 18
V2 6 14
pisos 1-5 13
VA 6 10
pisos 1-5 15
VB 6 9
pisos 1-5 16
VC 6 12
VF1 8
fundação
VF2 9

Quadro A1.4 - Informação modal


Modo Período UX UY UZ Soma UX Soma UY Soma UZ RX RY RZ Soma RX Soma RY Soma RZ
1 1,79 0,000 0,788 0,000 0,000 0,78815 0,000 0,539 0,000 0,336 0,539 0,000 0,336

2 1,78 0,060 0,000 0,000 0,060 0,788 0,000 0,000 0,034 0,346 0,539 0,034 0,682

3 1,23 0,712 0,000 0,000 0,773 0,788 0,000 0,000 0,418 0,098 0,539 0,452 0,780

4 0,58 0,014 0,000 0,000 0,787 0,788 0,000 0,000 0,000 0,064 0,539 0,452 0,844

5 0,49 0,000 0,139 0,000 0,787 0,927 0,000 0,000 0,000 0,059 0,539 0,452 0,903

6 0,33 0,127 0,000 0,000 0,913 0,927 0,000 0,000 0,000 0,013 0,539 0,452 0,916

7 0,30 0,011 0,000 0,000 0,924 0,927 0,000 0,000 0,000 0,027 0,539 0,453 0,943

8 0,26 0,000 0,039 0,000 0,924 0,967 0,000 0,001 0,000 0,017 0,540 0,453 0,960

9 0,25 0,000 0,000 0,339 0,924 0,967 0,339 0,324 0,137 0,000 0,864 0,590 0,960

10 0,22 0,000 0,000 0,580 0,924 0,967 0,918 0,045 0,235 0,000 0,909 0,825 0,960

11 0,21 0,000 0,000 0,000 0,924 0,967 0,918 0,000 0,120 0,000 0,909 0,945 0,960

12 0,21 0,000 0,000 0,000 0,924 0,967 0,918 0,000 0,014 0,000 0,909 0,959 0,960

94
Quadro A1.6 - Força de corte basal
Força de corte basal resultante
Sismo tipo 1 na direção x 6407
Sismo tipo 1 na direção y 5139
Sismo tipo 2 na direção x 2693
Sismo tipo 2 na direção y 2042

Quadro A1.5 - Torção acidental segundo x, sismo tipo 1


Piso eai mi(kg) zi(m) mi*zi Fi(kN) Mai(kNm)
1 0,82 451,6 2,8 1264,4 347,3 285
2 0,82 451,6 5,6 2528,8 694,7 570
3 0,82 451,6 8,4 3793,2 1042,0 854
4 0,82 451,6 11,2 5057,5 1389,3 1139
5 0,82 451,6 14 6321,9 1736,7 1424
6 0,82 259,4 16,8 4357,1 1196,9 981

Quadro A1.6 - Torsão acidental segundo y, sismo tipo 1


Piso eai mi(kg) zi(m) mi*zi Fi(kN) Mai(kNm)

1 1,00 451,6 2,8 1264,4 278,6 279


2 1,00 451,6 5,6 2528,8 557,2 557
3 1,00 451,6 8,4 3793,2 835,8 836
4 1,00 451,6 11,2 5057,5 1114,4 1114
5 1,00 451,6 14 6321,9 1393,0 1393
6 1,00 259,4 16,8 4357,1 960,1 960

Quadro A1.7 - Efeitos de segunda ordem sismo 1, segundo x


Piso h(m) dr(m) Ptot(kN) Vtot(kN) θ
1 2,8 0,037 24667 6407 0,05
2 2,8 0,048 20242 6060 0,06
3 2,8 0,051 15817 5365 0,05
4 2,8 0,049 11392 4323 0,05
5 2,8 0,044 6967 2934 0,04
6 2,8 0,038 2542 1197 0,03

Quadro A1.8 - Efeitos de segunda ordem sismo 1, segundo y


Piso h(m) dr(m) Ptot(kN) Vtot(kN) θ
1 2,8 0,050 24667 5139 0,09
2 2,8 0,063 20242 4860 0,09
3 2,8 0,066 15817 4303 0,09
4 2,8 0,062 11392 3467 0,07
5 2,8 0,055 6967 2353 0,06
6 2,8 0,046 2542 960 0,04

95
Quadro A1.9 - Relação entre capacidade e solicitação de pilares, para um sismo tipo 1, segundo x
P1 P2 P3 P4 P5 P4 P5
Pórtico Piso Cota Nó ρi Pórtico ρi Pórtico ρi
0 base 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

1 2,8 topo - - - - - - -
2,8 base - - - - - - -

2 5,6 topo - - - - - - -
5,6 base - - - - - - -

3 8,4 topo - 1,01 1,00 - - - 1,35


A B C
8,4 base - 1,02 1,00 - - - 1,41

4 11,2 topo 1,09 1,07 1,00 - 1,31 - 1,49


11,2 base 1,03 1,12 1,00 - 1,05 - 1,21

5 14,0 topo 1,07 1,18 1,00 1,03 1,10 1,00 1,27


14,0 base 1,00 1,10 1,00 1,00 1,03 1,00 1,22

6 16,8 topo 1,06 1,15 1,00 1,01 1,05 1,00 1,25


ρmax/ρmin 1,1 1,2 1,0 1,0 1,3 1,0 1,2

Quadro A1.10 - Relação entre capacidade e solicitação de pilares, para um sismo tipo 1, segundo y
P1 P4 P2 P5
Pórtico Piso Cota Nó ρi Pórtico ρi
0 base 1,14 1,46 1,00 1,18

1 2,8 topo - - - -
2,8 base - - - -

2 5,6 topo - - - -
5,6 base - - - -

3 8,4 topo - 1,66 1,94 -


1 2
8,4 base - 1,53 1,70 -

4 11,2 topo 1,57 1,58 1,41 1,66


11,2 base 1,49 1,50 1,39 1,32

5 14,0 topo 1,56 1,55 1,39 1,41


14,0 base 1,40 1,34 1,23 1,26

6 16,8 topo 1,48 1,42 1,29 1,30


ρmax/ρmin 1,4 1,2 1,6 1,4

Quadro A1.11 - Relação entre capacidade e solicitação de vigas, para um sismo tipo 1, segundo x
Viga VA
Piso ρi_1_+ ρi_2_esq_- ρi_2_esq_+ ρi_2_dir_- ρi_2_dir_+ ρi_4_- ρi_4_+ ρi_1_- ρmax/ρmin
1 1,49 0,68 2,21 0,88 1,93 0,83 1,42 0,95 1,56
2 1,60 0,65 2,04 0,83 1,80 0,76 1,12 1,00 1,81
3 1,49 - - - - - - 0,93 1,49
4 1,24 - - - - - - - 1,24
5 0,91 - - - - - - - 1,00

96
Viga VB
1 1,00 0,59 2,75 0,83 3,92 0,95 5,15 1,23 5,1
2 1,01 0,54 2,43 0,83 3,99 1,10 6,16 1,24 6,1
3 0,86 0,39 1,51 0,68 3,17 1,10 6,07 1,04 5,8
4 0,67 - - - - 1,01 5,35 0,82 5,3
5 - - - - - 0,86 4,18 - 1,0
6 - - - - - 0,47 2,30 - 0,0
Viga VC
1 1,16 0,68 3,15 0,91 5,38 0,78 5,79 1,38 5,0
2 1,14 0,60 2,69 0,91 5,39 0,91 6,80 1,36 6,0
3 0,96 - - - - 0,90 6,70 1,13 5,9
4 0,75 - - - - 0,80 5,97 0,89 6,0
5 0,55 - - - - 0,65 4,86 - 4,8
6 - - - - - 0,41 3,08 - 3,1

Quadro A1.12 - Relação entre capacidade e solicitação de vigas, para um sismo tipo 1, segundo y
Viga V1
Piso ρi_A_+ ρi_B_esq_- ρi_B_esq_+ ρi_B_dir_- ρi_B_dir_+ ρi_A_- ρmax/ρmin
1 1,08 1,19 1,96 1,32 2,29 - 2,1
2 1,08 1,03 1,58 1,11 1,76 - 1,7
3 0,97 - - - - - 1,0
Viga V2
1 1,27 1,01 4,41 1,07 5,24 1,16 5,2
2 1,19 0,92 3,95 0,98 4,63 1,12 4,1
3 0,95 0,71 2,72 0,77 3,26 - 1,2
4 0,70 - - - - - 1,0

A2. Resultados de avaliação do edifício A

Quadro A2.1 - Rotações do pórtico A, para um sismo tipo 1, segundo x


Pilar Piso Pos. Lv (m) N(kN) ν A1= A2 (cm2) Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq(25) θy(rad)eq(35) θed(rad)
base -522,7 0,25 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,009

1 topo -516,4 0,25 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,018 0,010 0,008
base -432,7 0,21 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,011 0,008

2 topo -426,4 0,20 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,019 0,011 0,011
base -340,0 0,16 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,023 0,011 0,011

3 topo -333,7 0,16 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,012
P1_A 1,4
base -244,8 0,12 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,024 0,011 0,012

4 topo -238,5 0,11 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,011 0,012
base -147,3 0,07 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,025 0,010 0,012

5 topo -141,0 0,07 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,012
base -48,9 0,02 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,027 0,009 0,012

6 topo -42,6 0,02 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,023 0,009 0,011

97
Pilar Piso Pos. Lv(m) N(kN) ν A1= A2 (cm2) Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq(25) θy(rad)eq(35) θed(rad)
base -1101,5 0,31 2,26 0,57 0,0013 0,51 0,016 0,007 0,007

1 topo -1091,0 0,31 2,26 0,57 0,0013 0,51 0,014 0,006 0,004
base -895,7 0,26 2,26 0,57 0,0013 0,51 0,017 0,008 0,004

2 topo -885,2 0,25 2,26 0,57 0,0013 0,51 0,015 0,007 0,008
base -691,6 0,28 2,26 0,57 0,0013 0,43 0,019 0,009 0,008

3 topo -684,3 0,28 2,26 0,57 0,0013 0,43 0,016 0,008 0,013
P2_A 1,4
base -493,8 0,20 2,26 0,57 0,0013 0,43 0,021 0,010 0,013

4 topo -486,4 0,20 2,26 0,57 0,0013 0,43 0,018 0,010 0,013
base -297,5 0,14 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,023 0,011 0,013

5 topo -291,2 0,14 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,014
base -102,5 0,05 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,026 0,010 0,014

6 topo -96,2 0,05 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,012

Pilar Piso Pos. Lv(m) N(kN) ν A1= A2 (cm2) Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq(25) θy(rad)eq(35) θed(rad)
b. -1211,7 0,31 4,02 0,57 0,0013 0,52 0,015 0,007 0,009

1 top. -1200,2 0,31 4,02 0,57 0,0013 0,52 0,013 0,006 0,001
base -991,5 0,26 4,02 0,57 0,0013 0,52 0,017 0,008 0,001

2 topo -980,0 0,25 4,02 0,57 0,0013 0,52 0,014 0,007 0,005
base -770,5 0,31 2,26 0,57 0,0013 0,43 0,018 0,008 0,005

3 topo -763,2 0,31 2,26 0,57 0,0013 0,43 0,015 0,007 0,008
P3_A 1,4
base -552,1 0,23 2,26 0,57 0,0013 0,43 0,020 0,010 0,008

4 topo -544,7 0,22 2,26 0,57 0,0013 0,43 0,017 0,009 0,009
base -333,2 0,16 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,023 0,011 0,009

5 topo -326,9 0,16 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,009
base -114,4 0,05 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,026 0,010 0,009

6 topo -108,1 0,05 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,008

Quadro A2.2 - Rotações do pórtico B, para um sismo tipo 1, segundo x


Pilar Piso Pos. Lv (m) N(kN) ν A1= A2 (cm2) Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq(25) θy(rad)eq(35) θed(rad)
base -974,6 0,31 4,02 0,57 0,0013 0,49 0,017 0,009 0,008

1 topo -965,1 0,31 4,02 0,57 0,0013 0,49 0,014 0,009 0,007
base -795,8 0,25 4,02 0,57 0,0013 0,49 0,018 0,011 0,007

2 topo -786,4 0,25 4,02 0,57 0,0013 0,49 0,015 0,010 0,010
base -618,5 0,29 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,019 0,009 0,010

3 topo -612,2 0,29 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,017 0,009 0,012
P4_B 1,4
base -445,8 0,21 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,011 0,012

4 topo -439,5 0,21 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,018 0,011 0,012
base -272,8 0,13 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,024 0,011 0,012

5 topo -266,5 0,13 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,011
base -95,7 0,05 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,026 0,010 0,011

6 topo -89,4 0,04 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,011

98
Pilar Piso Pos. Lv(m) N(kN) ν A1= A2 (cm2) Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq(25) θy(rad)eq(35) θed(rad)
base -1619,6 0,28 6,28 0,57 0,0008 0,57 0,016 0,007 0,007

1 topo -1602,1 0,27 6,28 0,57 0,0008 0,57 0,014 0,007 0,005
base -1316,4 0,23 6,28 0,57 0,0008 0,57 0,018 0,008 0,005

2 topo -1298,9 0,22 6,28 0,57 0,0008 0,57 0,015 0,007 0,009
base -1016,4 0,27 3,39 0,57 0,0010 0,50 0,018 0,008 0,009

3 topo -1005,2 0,27 3,39 0,57 0,0010 0,50 0,015 0,007 0,012
P5_B 1,4
base -727,3 0,19 3,39 0,57 0,0010 0,50 0,020 0,009 0,012

4 topo -716,1 0,19 3,39 0,57 0,0010 0,50 0,017 0,009 0,012
base -442,9 0,21 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,011 0,012

5 topo -436,6 0,21 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,018 0,011 0,009
base -174,0 0,08 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,025 0,010 0,009

6 topo -167,7 0,08 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,010 0,007

Quadro A2.3 - Rotações do pórtico 1, para um sismo tipo 1, segundo y


Pilar Piso Pos. Lv (m) N(kN) ν A1= A2 (cm2) Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq(25) θy(rad)eq(35) θed(rad)
base -522,7 0,25 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,014

1 topo -516,4 0,25 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,018 0,010 0,013
base -432,7 0,21 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,011 0,013

2 topo -426,4 0,20 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,019 0,011 0,016
base -340,0 0,16 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,023 0,011 0,016

3 topo -333,7 0,16 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,018
P1_A 1,4
base -244,8 0,12 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,024 0,011 0,018

4 topo -238,5 0,11 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,011 0,017
base -147,3 0,07 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,025 0,010 0,017

5 topo -141,0 0,07 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,017
base -48,9 0,02 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,027 0,009 0,017

6 topo -42,6 0,02 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,023 0,009 0,015

Pilar Piso Pos. Lv (m) N(kN) ν A1= A2 (cm2) Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq(25) θy(rad)eq(35) θed(rad)
base -974,6 0,31 4,02 0,57 0,0013 0,49 0,017 0,007 0,015

1 topo -965,1 0,31 4,02 0,57 0,0013 0,49 0,014 0,007 0,006
base -795,8 0,25 4,02 0,57 0,0013 0,49 0,018 0,008 0,006

2 topo -786,4 0,25 4,02 0,57 0,0013 0,49 0,015 0,008 0,013
base -618,5 0,29 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,019 0,009 0,013

3 topo -612,2 0,29 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,017 0,009 0,018
P4_B 1,4
base -445,8 0,21 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,011 0,018

4 topo -439,5 0,21 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,018 0,011 0,017
base -272,8 0,13 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,024 0,011 0,017

5 topo -266,5 0,13 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,016
base -95,7 0,05 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,026 0,010 0,016

6 topo -89,4 0,04 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,015

99
Quadro A2.3 - Rotações do pórtico 2, para um sismo tipo 1, segundo y
Pilar Piso Pos. Lv(m) N(kN) ν A1= A2 (cm2) Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq(25) θy(rad)eq(35) θed(rad)
base -1101,5 0,31 6,03 0,57 0,0008 0,38 0,019 0,010 0,013

1 topo -1091,0 0,31 6,03 0,57 0,0008 0,38 0,016 0,009 0,010
base -895,7 0,26 6,03 0,57 0,0008 0,38 0,020 0,011 0,010

2 topo -885,2 0,25 6,03 0,57 0,0008 0,38 0,017 0,010 0,014
base -691,6 0,28 2,26 0,57 0,0011 0,39 0,020 0,010 0,014

3 topo -684,3 0,28 2,26 0,57 0,0011 0,39 0,017 0,009 0,016
P2_A 1,4
base -493,8 0,20 2,26 0,57 0,0011 0,39 0,022 0,011 0,016

4 topo -486,4 0,20 2,26 0,57 0,0011 0,39 0,019 0,011 0,016
base -297,5 0,14 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,023 0,011 0,016

5 topo -291,2 0,14 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,015
base -102,5 0,05 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,026 0,010 0,015

6 topo -96,2 0,05 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,013

Pilar Piso Pos. Lv(m) N(kN) ν A1= A2 (cm2) Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq(25) θy(rad)eq(35) θed(rad)
base -1619,6 0,28 6,28 0,57 0,0008 0,57 0,016 0,007 0,013

1 topo -1602,1 0,27 6,28 0,57 0,0008 0,57 0,014 0,007 0,006
base -1316,4 0,23 6,28 0,57 0,0008 0,57 0,018 0,008 0,006

2 topo -1298,9 0,22 6,28 0,57 0,0008 0,57 0,015 0,007 0,011
base -1016,4 0,27 3,39 0,57 0,0010 0,50 0,018 0,008 0,011

3 topo -1005,2 0,27 3,39 0,57 0,0010 0,50 0,015 0,007 0,014
P5_B 1,4
base -727,3 0,19 3,39 0,57 0,0010 0,50 0,020 0,009 0,014

4 topo -716,1 0,19 3,39 0,57 0,0010 0,50 0,017 0,009 0,015
base -442,9 0,21 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,011 0,015

5 topo -436,6 0,21 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,018 0,011 0,016
base -174,0 0,08 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,025 0,010 0,016

6 topo -167,7 0,08 2,26 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,010 0,013

Quadro A2.4 - Avaliação ao corte, para um sismo segundo x, para o pórtico A


Pilar Piso Pos. LNy (m) Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN) Pilar LNy (m) Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN)
base 0,120 0,032 81,3(EC2) 44,0 0,247 0,059 171,9 131,2

1 topo 0,128 0,032 81,3(EC2) 44,0 0,267 0,059 167,0 131,2


base 0,107 0,032 81,3(EC2) 47,1 0,208 0,059 169,1 131,4

2 topo 0,113 0,032 81,3(EC2) 47,1 0,226 0,059 162,7 131,4


base 0,100 0,032 54,9 47,0 0,159 0,039 96,6(EC2) 83,0

3 topo 0,103 0,032 54,0 47,0 0,169 0,039 80,1 83,0


P1_A P2_A
base 0,091 0,032 49,4 44,5 0,127 0,039 76,5 77,9

4 topo 0,094 0,032 48,8 44,5 0,131 0,039 75,2 77,9


base 0,080 0,032 43,5 35,9 0,095 0,032 52,3 50,7

5 topo 0,082 0,032 43,1 35,9 0,098 0,032 51,7 50,7


base 0,065 0,032 37,0 25,9 0,073 0,032 40,4 33,8

6 topo 0,067 0,032 36,7 25,9 0,075 0,032 40,2 33,8

100
Pilar Piso Pos. LNy (m) Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN)
base 0,284 0,066 193,2 149,1
1 topo 0,305 0,066 188,0 149,1
base 0,240 0,066 192,2 128,0
2 topo 0,259 0,066 185,3 128,0
base 0,183 0,039 96,6(EC2) 78,9
3 topo 0,194 0,039 83,6 78,9
P3_A
base 0,139 0,039 83,1 68,5
4 topo 0,148 0,039 81,1 68,5
base 0,102 0,032 81,3(EC2) 38,8
5 topo 0,105 0,032 81,3(EC2) 38,8
base 0,076 0,032 81,3(EC2) 25,3
6 topo 0,078 0,032 81,3(EC2) 25,3

Quadro A2.5 - Avaliação ao corte, para um sismo segundo x, para o pórtico B


Pilar Piso Pos. LNy (m) Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN) Pilar LNy (m) Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN)
base 0,308 0,052 111,3 67,8 0,236 0,059 231,9 192,7

1 topo 0,305 0,052 113,4 67,8 0,254 0,059 225,4 192,7


base 0,258 0,052 116,5 77,6 0,199 0,059 226,1 176,1

2 topo 0,256 0,052 116,6 77,6 0,216 0,059 217,0 176,1


base 0,192 0,032 55,3 68,3 0,185 0,045 128,7 133,2

3 topo 0,191 0,032 54,9 68,3 0,197 0,045 122,8 133,2


P4_B P5_B
base 0,145 0,032 55,7 53,4 0,146 0,045 117,6 133,4

4 topo 0,143 0,032 55,5 53,4 0,151 0,045 115,6 133,4


base 0,097 0,032 51,0 42,4 0,111 0,032 59,0 59,7

5 topo 0,096 0,032 50,8 42,4 0,118 0,032 81,3(EC2) 59,7


base 0,048 0,032 41,0 28,0 0,081 0,032 81,3(EC2) 37,8

6 topo 0,047 0,032 40,7 28,0 0,083 0,032 81,3(EC2) 37,8

Quadro A2.6 - Avaliação ao corte, para um sismo segundo y, para o pórtico 1


Pilar Piso Pos. LNy (m) Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN) Pilar LNy (m) Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN)
base 0,120 0,032 61,8 66,1 0,222 0,052 131,4 148,2

1 topo 0,128 0,032 60,9 66,1 0,241 0,052 130,2 148,2


base 0,107 0,032 59,5 60,4 0,190 0,052 131,9 135,6

2 topo 0,113 0,032 57,8 60,4 0,207 0,052 124,5 135,6


base 0,100 0,032 54,1 53,8 0,146 0,032 62,7 71,5

3 topo 0,103 0,032 53,2 53,8 0,155 0,032 59,7 71,5


P1_A P4_B
base 0,091 0,032 48,6 46,5 0,113 0,032 58,7 61,2

4 topo 0,094 0,032 48,0 46,5 0,120 0,032 57,3 61,2


base 0,080 0,032 42,7 38,3 0,095 0,032 50,1 48,7

5 topo 0,082 0,032 42,3 38,3 0,098 0,032 49,7 48,7


base 0,065 0,032 36,1 29,4 0,073 0,032 39,4 33,7

6 topo 0,067 0,032 36,0 29,4 0,075 0,032 39,3 33,7

101
Quadro A2.7 - Avaliação ao corte, para um sismo segundo y, para o pórtico 2
Pilar Piso Pos. LNy (m) Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN) Pilar LNy (m) Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN)
base 0,145 0,032 94,8 106,8 0,236 0,059 227,9 247,6

1 topo 0,159 0,032 91,7 106,8 0,254 0,059 225,4 247,6


base 0,125 0,032 93,0 96,0 0,199 0,059 226,1 178,7

2 topo 0,137 0,032 88,1 96,0 0,216 0,059 215,3 178,7


base 0,137 0,032 68,2 72,1 0,185 0,045 127,7 134,0

3 topo 0,145 0,032 65,6 72,1 0,197 0,045 121,7 134,0


P2_A P5_B
base 0,108 0,032 62,8 66,3 0,146 0,045 116,7 133,4

4 topo 0,112 0,032 61,6 66,3 0,151 0,045 114,4 133,4


base 0,097 0,032 51,8 50,7 0,111 0,032 59,3 61,1

5 topo 0,100 0,032 51,3 50,7 0,118 0,032 57,7 61,1


base 0,073 0,032 40,1 34,4 0,081 0,032 44,7 40,6

6 topo 0,075 0,032 40,0 34,4 0,083 0,032 44,6 40,6

Quadro A2.8 - Capacidade de rotação elástica e última de vigas, devido a sismo segundo x
Secção Piso θy(rad)eq.(35) θum(rad)eq.(25) secção θy(rad)eq.(35) θum(rad)eq.(25)
tipo 0,007 0,022 0,007 0,019
VA_1 VC_1
cob 0,007 0,022 0,007 0,022
tipo 0,009 0,018 0,007 0,017
VA_2 VC_2
cob 0,009 0,021 0,008 0,021
tipo 0,011 0,018 0,007 0,016
VA_4 VC_3
cob 0,011 0,021 0,007 0,016

Quadro A2.9 - Capacidade de rotação elástica e última de vigas, devido a sismo segundo y
Secção Piso θy(rad)eq.(35) θum(rad)eq.(25) secção θy(rad)eq.(35) θum(rad)eq.(25)
tipo 0,008 0,024 0,005 0,026
V1_A V2_A
cob 0,008 0,024 0,006 0,021
tipo 0,008 0,020 0,006 0,018
V1_B V2_B
cob 0,008 0,024 0,006 0,020

Quadro A2.10 - Rotação de secções nas vigas


Local VA_1 VA_2 VA_4 VB_1 VB_2 VB_3 V1_A V1_B V2_A V2_B
Piso θed(rad) θed(rad) θed(rad) θed(rad)
1 0,005 0,008 0,012 0,004 0,005 0,012 0,008 0,012 0,010 0,011
2 0,006 0,007 0,011 0,004 0,003 0,014 0,009 0,009 0,010 0,009
3 0,006 0,005 0,010 0,004 0,001 0,015 0,010 0,005 0,009 0,007
4 0,006 0,004 0,008 0,003 0,002 0,014 0,009 0,004 0,008 0,004
5 0,005 0,003 0,007 0,003 0,004 0,012 0,008 0,003 0,007 0,002
6 0,004 0,002 0,006 0,002 0,004 0,011 0,005 0,001 0,005 0,001

102
Quadro A2.11 - Avaliação ao corte de vigas, devido a sismo segundo x
Secção Piso Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN) Secção Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN)
1 65,3 76,0
2 66,6 76,0
108,4(EC2) 108,4(EC2)
3 44,4 60,1 44,4 67,8
VA_1 VB_1
4 53,3 55,6
5 44,6 41,8
6 108,4(EC2) 18,0 108,4(EC2) 16,6
1 49,2 82,3 106,8
2 79,7 106,4
3 44,4 67,6 104,9 256,2(EC2) 94,6
VA_2 108,4(EC2) VB_2
4 61,9 81,6
5 56,5 66,2
6 108,4(EC2) 24,9 44,4 108,4(EC2) 106,8
1 87,2 51,2 38,8
86,3
2 84,9 101,2 145,3
3 78,7 77,5 104,9 100,0 159,3
VA_4 VB_3
4 192,1(EC2) 72,2 99,8 160,4
5 66,6 100,2 148,8
6 44,4 47,3 29,7 44,4 101,1 132,8

Quadro A2.12 - Avaliação ao corte de vigas, devido a sismo segundo y


Secção Piso Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN) Secção Vw(MN) Vr(kN)eq(37) Ved(kN)
1 53,6 81,2 51,2 98,4
2 54,2 82,6 52,2 96,9
3 54,0 72,5 52,4 83,9
V1_A V2_A 44,4
4 54,2 66,5 108,4(EC2) 70,0
5 54,4 57,6 108,4(EC2) 56,0
6 121,3(EC2) 24,4 108,4(EC2) 25,1
50,0
1 52,9 104,1 101,2 145,3
2 53,7 101,4 100,0 159,3
3 121,3(EC2) 87,0 104,9 256,2(EC2) 160,4
V1_B V2_B
4 121,3(EC2) 79,8 256,2(EC2) 148,8
5 121,3(EC2) 70,9 256,2(EC2) 132,8
6 121,3(EC2) 29,9 44,4 108,4(EC2) 75,2

Quadro A2.12 - Avaliação de elementos tipo parede


Elemento PA Elemento NC
θy_base θed_base Vrd Vrmax Ved θy_base_xx θed_base_xx θy_base_yy θed_base_yy Vrd_y Vrmax_y Ved_y Vrd_x Vrmax_y Ved_y
piso (rad) (rad) (kN) (kN) (kN) (rad) (rad) (rad) (rad) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN)
eq3.48 eq3.48 eq3.48
1 725 3815 2066 812 2126 2107 771 4161 2107
2 725 3815 2066 812 2126 2107 771 4161 2107
3 725 3731 1544 812 2082 1867 771 4057 1867
0,0061 0,0058 0,008 0,007 0,0063 0,0058
4 725 3731 1544 812 2082 1867 771 4057 1867
5 725 3646 1616 812 2036 2000 771 3950 2000
6 725 3646 1616 812 2036 2000 771 3950 2000

103
Quadro A2.12 - Características das fundações
Sapata Local a(m) b(m) h(m) Ncqp(kN) Kz(eq A2.1) Kθx(eqA2.2) Kθy(eqA2.2)
S1 A1 1,05 1,05 0,50 522 80769 19427 19427
S2 A2 2,10 1,10 0,50 1102 104968 38582 96211
S3 A3 2,30 1,10 0,50 1211 108200 41831 118961
S4 C1 1,50 1,90 0,50 1002 124844 95721 68722
S5 C2 2,00 2,00 0,50 1527 153846 134256 134256
S6 B’3 1,00 1,00 0,50 779 76923 16782 16782
S7 B4 5,20 2,00 0,50 2727 211549 306104 1197994
S8 C4 5,20 3,00 0,50 2728 277208 718941 1561022

Quadro A2.12 - Avaliação das fundações


Sismo 1 x Sismo 1 y
Sapata Local Mrd_x(kNm) Mrd_y(kNm)
Med_x(kNm) Med_y(kNm) Med_x(kNm) Med_y(kNm)
S1 A1 44,1 44,0 76,9 26,5 100,6 100,6
S2 A2 71,9 154,8 155,8 82,1 197,6 377,3
S3 A3 8,2 243,3 11,6 125,7 213,6 446,5
S4 C1 178,6 77,6 255,3 28,6 282,5 156,1
S5 C2 249,6 235,1 483,0 84,6 709,9 709,9
S6 B’3 30,2 83,3 87,2 31,4 54,6 54,6
S7 B4 93,7 5954,0 232,6 2889,2 1810,5 4707,4
S8 C4 2103,9 11112,0 4592,0 4791,1 3611,0 6259,1

A3. Avaliação da estrutura A reforçada


Quadro A3.1 - Rigidez efectiva de elementos parede
Percentagem da rigidez elástica de elementos verticais
Elementos Local Flexão em torno de x Flexão em torno de y
PA_R Pórtico entre P4 6% 1%
PA_R2 P3 32% Elemento secundário

Quadro A3.2 - Características da fundação de rigidez da fundação de paredes


Sapata Local a(m) b(m) h(m) Ncqp(kN) Kz(eq A2.1) Kθx(eqA2.2) Kθy(eqA2.2)
S7 B4 5,20 2,00 0,50 2727 211549 306000 560000
S8 C4 5,20 3,00 0,50 2728 277208 450000 550000
S4_R B1 a C1 2,50 8,15 1,00 1976 285000 1400000 700000

Quadro A3.3 - Esforços na parede PA comparando as 3 soluções estudadas, para um sismo segundo x
Elemento PA
Vrd Vrmax Ved_reforço1 Ved_reforço2 Ved_reforço2 encastrado
Piso
(kN) (kN) (kN) (kN) (kN)
1 725 3815 2245 1705 286
2 725 3815 2245 1705 286
3 725 3731 1694 978 1332
4 725 3731 1694 978 1332
5 725 3646 1633 1034 1138
6 725 3646 1633 1034 1138

104
Quadro A3.4 – Elementos do tipo pilar a reforçar nas duas soluções de reforço
Reforço tipo 1 Reforço tipo 2
Elemento Elemento
Piso P1 P2 P3 P5 P1 P2 P5

Sim em A Não Sim em B e C Sim em A Não Não


1

Não Não Não Não


2

Sim em A Sim em B e C Sim em A Sim em B e C


3
Não
Não Sim em A Sim em B e C Não Sim em A Sim em B
4

Não Não Não


5
Não
Não Não Não
6

Quadro A3.5 - Rotações de pilares para um sismo tipo 1, segundo x


Piso Pos. Lv(m) Pilar θed(rad) Pilar θed(rad) Pilar θed(rad) Pilar θed(rad)
base 0,010 0,008 0,010 0,009

1 topo 0,007 0,005 0,002 0,007


base 0,007 0,005 0,002 0,007

2 topo 0,009 0,009 0,006 0,010


base 0,009 0,009 0,006 0,010

3 topo 0,009 0,013 0,008 0,012


1,4 P1_A P2_A P3_A P5_B
base 0,009 0,013 0,008 0,012

4 topo 0,009 0,013 0,009 0,010


base 0,009 0,013 0,009 0,010

5 topo 0,008 0,014 0,009 0,007


base 0,008 0,014 0,009 0,007

6 topo 0,008 0,012 0,009 0,005

Quadro A3.6 - Rotações de pilares, para um sismo tipo 1, segundo y


Piso Pos. Lv(m) Pilar θed(rad) Pilar θed(rad) Pilar θed(rad)
base 0,003 0,006 0,007

1 topo 0,010 0,007 0,002


base 0,010 0,007 0,002

2 topo 0,011 0,010 0,004


base 0,011 0,010 0,004

3 topo 0,012 0,012 0,006


1,4 P1_A P2_A P5_B
base 0,012 0,012 0,006

4 topo 0,011 0,013 0,007


base 0,011 0,013 0,007

5 topo 0,011 0,014 0,008


base 0,011 0,014 0,008

6 topo 0,007 0,011 0,008

105
Quadro A3.7 - Avaliação ao corte de pilares, para um sismo segundo x
Piso Pos. Pilar Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Pilar Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Pilar Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Pilar Vr(kN)eq.(37) Ved(kN)

base 81,3(EC2) 50,9 171,2 146,5 192,3 184,5 230,5 246,4

1 topo 81,3(EC2) 50,9 167,0 146,5 188,0 184,5 225,1 246,4


base 81,3(EC2) 47,1 169,1 131,4 192,2 129,8 226,1 176,1

2 topo 81,3(EC2) 47,1 162,2 131,4 185,3 129,8 215,8 176,1


base 81,3(EC2) 46,5 83,7 83,0 96,7(EC2) 74,5 128,0 133,2

3 topo 81,3(EC2) 46,5 80,1 83,0 83,6 74,5 122,7 133,2


P1_A P2_A P3_A P5_B
base 81,3(EC2) 43,5 76,5 77,9 96,7(EC2) 64,3 117,5 133,4

4 topo 81,3(EC2) 43,5 75,2 77,9 96,7(EC2) 64,3 116,3 133,4


base 81,3(EC2) 34,5 52,3 50,7 81,3(EC2) 36,1 81,3(EC2) 61,1

5 topo 81,3(EC2) 34,5 51,7 50,7 81,3(EC2) 36,1 81,3(EC2) 61,1


base 81,3(EC2) 26,0 40,4 34,2 81,3(EC2) 24,8 81,3(EC2) 40,6

6 topo 81,3(EC2) 26,0 40,2 34,2 81,3(EC2) 24,8 81,3(EC2) 40,6

Quadro A3.8 - Avaliação ao corte de pilares, para um sismo segundo y


Piso Pos. Pilar Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Pilar Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Pilar Vr(kN)eq.(37) Ved(kN)

base 81,3(EC2) 66,1 347,9(EC2) 76,8 232,3 154,2

1 topo 61,3 66,1 347,9(EC2) 76,8 225,4 154,2


base 81,3(EC2) 60,4 347,9(EC2) 88,4 226,1 153,7

2 topo 81,3(EC2) 60,4 347,9(EC2) 88,4 217,9 153,7


base 54,9 53,8 68,9 71,7 129,1 99,6

3 topo 54,2 53,8 66,4 71,7 124,7 99,6


P1_A P2_A P5_B
base 49,6 46,5 63,4 62,9 118,6 97,7

4 topo 49,0 46,5 62,1 62,9 116,6 97,7


base 43,7 38,3 52,3 50,7 81,3(EC2) 40,6

5 topo 43,3 38,3 51,5 50,7 81,3(EC2) 40,6


base 37,2 29,4 40,4 34,4 81,3(EC2) 28,2

6 topo 81,3(EC2) 29,4 40,2 34,4 81,3(EC2) 28,2

Quadro A3.9 - Rotação de secções nas vigas


Local VA_1 VA_2 VA_3 VB_1 VB_2 VB_3 V1_A V1_B V2_A V2_B
Piso θed(rad) θed(rad) θed(rad) θed(rad)
1 0,005 0,008 0,010 0,004 0,005 0,012 0,002 0,010 0,004 0,007
2 0,005 0,007 0,009 0,004 0,003 0,013 0,004 0,012 0,004 0,006
3 0,006 0,005 0,007 0,004 0,002 0,013 0,005 0,012 0,003 0,005
4 0,005 0,003 0,006 0,004 0,003 0,013 0,005 0,012 0,003 0,005
5 0,005 0,002 0,004 0,004 0,005 0,011 0,006 0,012 0,003 0,003
6 0,004 0,002 0,003 0,003 0,005 0,010 0,008 0,012 0,003 0,003

106
Quadro A3.10 - Avaliação ao corte de vigas, para um sismo segundo x
Secção Piso Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Secção Vr(kN)eq.(37) Ved(kN)
1 68,7 68,6
2 67,8 71,1
108,4(EC2) 108,4(EC2)
3 60,2 71,2
VA_1 VB_1
4 53,3 67,2
5 45,0 60,7
6 108,4(EC2) 18,8 108,4(EC2) 30,3
1 87,3 125,2
2 82,4 115,6
108,4(EC2)
3 69,3 256,2(EC2) 99,4
VA_2 VB_2
4 63,8 83,9
5 58,7 66,7
6 108,4(EC2) 26,4 108,4(EC2) 38,7
1 91,9 100,0 163,8
2 86,9 99,3 170,5
3 192,1(EC2) 78,6 99,3 168,0
VA_4 VB_3
4 73,4 99,8 155,9
5 68,1 100,6 140,7
6 108,4(EC2) 31,0 79,4 80,5

Quadro A3.11 - Avaliação ao corte de vigas, para um sismo segundo y


Secção Piso Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Secção Vr(kN)eq.(37) Ved(kN)
1 121,3(EC2) 77,4 75,1(EC2) 81,0
2 121,3(EC2) 77,1 75,1(EC2) 80,3
3 121,3(EC2) 76,4 75,1(EC2) 70,9
V1_A V2_A
4 121,3(EC2) 73,9 75,1(EC2) 60,8
5 121,3(EC2) 69,2 75,1(EC2) 50,5
6 121,3(EC2) 40,0 75,1(EC2) 22,0
1 53,5 96,2 177,5(EC2) 97,9
2 52,9 105,0 177,5(EC2) 96,0
3 52,7 103,5 177,5(EC2) 82,3
V1_B V2_B
4 52,6 101,7 177,5(EC2) 72,2
5 52,8 97,4 177,5(EC2) 60,7
6 50,9 55,0 75,1(EC2) 29,7

Quadro A3.12 - Avaliação de elementos tipo parede


Elemento PA Elemento NC
θy_base θed_base Vrd Vrmax Ved θy_base_xx θed_base_xx θy_base_yy θed_base_yy Vrd_y Vrmax_y Ved_y Vrd_x Vrmax_y Ved_y
Piso (rad) (rad) (kN) (kN) (kN) (rad) (rad) (rad) (rad) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN)
Eq.(35) Eq.(35) Eq.(35)
1 725 3815 2066 812 2126 2107 771 4161 2107
2 725 3815 2066 812 2126 2107 771 4161 2107
3 725 3731 1544 812 2082 1867 771 4057 1867
0,0061 0,0058 0,008 0,007 0,0063 0,0058
4 725 3731 1544 812 2082 1867 771 4057 1867
5 725 3646 1616 812 2036 2000 771 3950 2000
6 725 3646 1616 812 2036 2000 771 3950 2000

107
Quadro A3.13 - Avaliação de nós viga/pilar para sismo segundo x
Piso Nó ν η α Vc(kN) Vjhd kN) Vrd(kN) Nó ν η α Vc(kN) Vjhd(kN) Vrd(kN)

1 0,21 0,52 1,0 47,1 94 346 0,26 0,52 1,0 131,4 529 742
2 0,16 0,52 1,0 46,5 95 370 0,20 0,52 1,0 83,0 577 820
3 0,12 0,52 1,0 43,5 98 393 0,20 0,52 0,7 77,9 416 531
1_A 2_A
4 0,07 0,52 1,0 34,5 107 415 0,12 0,52 0,6 50,7 322 594
5 0,02 0,52 1,0 26,0 115 436 0,05 0,52 0,4 34,2 212 531
6 0,00 0,52 0,7 0,0 92 446 0,00 0,52 0,2 0,0 86 557

Piso Nó ν η α Vc(kN) Vjhd kN) Vrd(kN) Nó ν η α Vc(kN) Vjhd(kN) Vrd(kN)

1 0,26 0,52 1,0 129,8 767 826 0,27 0,52 1,0 176,1 439 1202
2 0,20 0,52 1,0 74,5 822 912 0,21 0,52 1,0 133,2 482 1343
3 0,23 0,52 0,6 64,3 465 511 0,23 0,52 0,9 133,4 413 791
4_A 2_B
4 0,14 0,52 0,4 36,1 363 583 0,14 0,52 0,6 61,1 200 909
5 0,05 0,52 0,3 24,8 236 527 0,10 0,52 0,3 40,6 52 501
6 0,00 0,52 0,2 0,0 89 557 0,00 0,52 0,2 0,0 22 557

Quadro A3.14 - Avaliação de nós viga/pilar para sismo segundo y


Piso Nó α Vc(kN) Vjhd_base(kN) Vrd(kN) Nó α Vc(kN) Vjhd_base(kN) Vrd(kN) Nó α Vc(kN) Vjhd_base(kN) Vrd(kN)

1 1,0 60,4 223 346 1,0 88,4 305 891 1,0 153,7 633 1306
2 1,0 53,8 229 370 1,0 71,7 321 984 1,0 99,6 687 1416
3 1,0 46,5 236 393 1,0 62,9 330 495 0,9 97,7 627 843
1_A 2_A 2_B
4 0,9 38,3 205 415 0,9 50,7 321 554 0,6 40,6 442 937
5 0,7 29,4 165 436 0,7 34,4 236 424 0,3 28,2 225 511
6 0,4 0,0 83 446 0,4 0,0 108 446 0,2 0,0 92 557

Quadro A3.15 - Avaliação dos elementos secundários


Piso Elemento θed(rad) θy(rad) desl_pri(m) desl_sec(m) Ved(kN) Ved'(kN) VRd(kN) (EC2)
0,007 0,009 0,022 0,021 55,5 55,5 111,7

1 0,003 0,009 0,022 0,021 55,5 56,8 105,4


0,003 0,009 0,022 0,021 51,2 52,5 105,9

2 0,005 0,009 0,049 0,047 51,2 52,6 101,2


0,005 0,007 0,049 0,047 52,3 53,7 82,3

3 0,006 0,007 0,078 0,076 52,3 53,8 78,6


P3
0,006 0,008 0,078 0,076 50,4 51,8 75,9

4 0,006 0,007 0,109 0,106 50,4 51,9 73,6


0,006 0,007 0,109 0,106 42,1 43,4 62,7

5 0,007 0,007 0,139 0,135 42,1 43,5 61,9


0,003 0,007 0,139 0,135 33,4 34,5 48,1

6 0,003 0,007 0,168 0,162 33,4 34,5 47,2

108
Sismo x Sismo y

P E θed(rad) θy(rad) desl_p (m) desl_s(m) Ved(kN) Ved'(kN) VRd(kN) θed(rad) θy(rad) desl_p (m) desl_s(m) Ved(kN) Ved'(kN) VRd(kN)

0,0063 0,008 0,030 0,030 33,9 33,9 98,6 0,0063 0,006 0,022 0,022 52,4 52,4 90,0

0,0066 0,008 0,030 0,030 33,9 34,1 97,5 0,0061 0,006 0,022 0,022 52,4 53,6 89,0
1
0,0066 0,007 0,030 0,030 36,4 36,6 93,2 0,0061 0,006 0,022 0,022 66,8 68,3 85,4

0,0056 0,008 0,065 0,065 36,4 36,6 92,0 0,0052 0,006 0,050 0,049 66,8 68,5 84,6
2
0,0056 0,007 0,065 0,065 30,2 30,3 87,6 0,0052 0,005 0,050 0,049 80,0 82,1 80,7

0,0057 0,007 0,101 0,100 30,2 30,3 86,5 0,0058 0,006 0,081 0,079 80,0 82,2 79,5
3
P6
0,0057 0,007 0,101 0,100 26,4 26,5 81,8 0,0058 0,005 0,081 0,079 76,9 79,1 75,4

0,0051 0,007 0,134 0,134 26,4 26,5 80,8 0,0063 0,005 0,112 0,109 76,9 79,2 74,1
4
0,0051 0,007 0,134 0,134 20,0 20,0 76,0 0,0063 0,005 0,112 0,109 63,4 65,2 69,7

0,0046 0,007 0,139 0,135 42,1 43,5 61,9 0,0066 0,005 0,143 0,139 63,4 65,3 68,6
5
0,0046 0,007 0,139 0,135 33,4 34,5 48,1 0,0066 0,005 0,143 0,139 55,4 57,1 63,9

0,0028 0,007 0,168 0,162 33,4 34,5 47,2 0,0076 0,005 0,173 0,168 55,4 57,2 62,3
6

A4. Avaliação da estrutura B


Quadro A4.1 - Regularidade estrutural em planta
Piso Kθ rx (m) ry(m) eox(m) eoy(m) ls (m)
1 2,67 7,49 3,70 3,07
2 2,62 7,42 3,67 3,09
3 2,43 7,15 3,58 3,15
0,00 7,44
4 2,40 7,11 3,56 3,17
5 2,35 7,03 3,53 3,19
6 2,33 7,00 3,52 3,20

Quadro A4.2 - Informação modal do edifício B


Modo Período UX UY UZ Soma UX Soma UY Soma UZ RX RY RZ Soma RX Soma RY Soma RZ
1 1,57 0,026 0,000 0,000 0,026 0,000 0,000 0,000 0,014 0,302 0,000 0,014 0,302

2 1,38 0,000 0,780 0,000 0,026 0,780 0,000 0,544 0,000 0,334 0,544 0,014 0,636

3 1,23 0,761 0,000 0,000 0,787 0,780 0,000 0,000 0,444 0,148 0,544 0,458 0,784

4 0,47 0,007 0,000 0,000 0,794 0,780 0,000 0,000 0,000 0,058 0,544 0,458 0,842

5 0,36 0,000 0,124 0,000 0,794 0,904 0,000 0,000 0,000 0,053 0,545 0,458 0,895

6 0,28 0,131 0,000 0,000 0,925 0,904 0,000 0,000 0,001 0,025 0,545 0,460 0,920

7 0,23 0,000 0,000 0,880 0,925 0,904 0,880 0,247 0,358 0,000 0,791 0,817 0,920

8 0,22 0,000 0,000 0,000 0,925 0,904 0,880 0,000 0,000 0,014 0,791 0,818 0,934

9 0,22 0,000 0,000 0,026 0,925 0,904 0,907 0,162 0,011 0,000 0,953 0,828 0,935

10 0,21 0,000 0,000 0,000 0,925 0,904 0,907 0,000 0,117 0,000 0,953 0,946 0,935

11 0,20 0,000 0,000 0,000 0,925 0,904 0,907 0,000 0,008 0,000 0,953 0,954 0,935

12 0,20 0,000 0,003 0,066 0,925 0,907 0,972 0,018 0,027 0,001 0,971 0,981 0,936

109
Quadro A4.3 - Características das fundações, do edifício B tendo em conta a capacidade resistente
Sapata Local a(m) b(m) h(m) Ncqp(kN) Kz(eq A2.1) Kθx(eqA2.2) Kθy(eqA2.2)
S7 B4 5,20 3,00 1,00 2727 297073 700000 700000
S8 C4 5,20 4,60 1,00 2728 383050 900000 1000000

Quadro A4.4 - Relação entre capacidade e solicitação de pilares, para um sismo tipo 1, segundo x
P1 P2 P3 P4 P5 P4 P5
Pórtico Piso Cota Nó ρi Pórtico ρi Pórtico ρi
0 base 1,00 1,00 1,00 1,00 1,03 1,00 1,07

1 2,8 topo - - - - - - -
2,8 base - - - - - - -

2 5,6 topo - - - - - - -
5,6 base - - - - - - -

3 8,4 topo - 1,00 1,00 - 1,31 - 1,47


A B C
8,4 base - 1,00 1,00 - 1,31 - 1,48

4 11,2 topo - 1,00 1,00 - 1,39 - 1,56


11,2 base - 1,02 1,00 - 1,14 - 1,29

5 14,0 topo 1,00 1,07 1,00 1,05 1,20 1,00 1,36


14,0 base 1,00 1,06 1,00 1,03 1,11 1,04 1,27

6 16,8 topo 1,04 1,10 1,00 1,08 1,14 1,05 1,32


ρmax/ρmin 1,0 1,1 1,0 1,1 1,2 1,0 1,5

Quadro A4.5 - Relação entre capacidade e solicitação de pilares, para um sismo tipo 1, segundo y
P1 P4 P2 P5
Pórtico Piso Cota Nó ρi Pórtico ρi
0 base 1,00 1,30 1,00 1,07

1 2,8 topo - - - -
2,8 base - - - -

2 5,6 topo - 1,37 - -


5,6 base - 1,42 - -

3 8,4 topo - 1,55 - 1,33


1 2
8,4 base - 1,24 - 1,12

4 11,2 topo 1,26 1,28 1,13 1,21


11,2 base 1,15 1,16 1,07 1,00

5 14,0 topo 1,20 1,21 1,11 1,00


14,0 base 1,07 1,03 1,00 1,00

6 16,8 topo 1,13 1,09 1,01 1,00


ρmax/ρmin 1,2 1,5 1,1 1,2

110
Quadro A4.6 - Relação entre capacidade e solicitação de vigas, para um sismo tipo 1, segundo x
Viga VA
Piso ρi_1_+ ρi_2_esq_- ρi_2_esq_+ ρi_2_dir_- ρi_2_dir_+ ρi_4_- ρi_4_+ ρi_1_- ρmax/ρmin
1 1,65 0,78 0,76 0,95 0,69 0,91 0,55 1,06 1,6
2 1,56 0,68 0,62 0,83 0,55 0,76 0,36 1,01 1,5
3 1,39 - - - - - - 0,91 1,4
4 1,16 - - - - - - 0,78 1,2
5 0,87 - - - - - - - 1,0
Viga VB
1 1,23 0,63 1,76 0,90 2,63 0,63 2,39 1,34 2,1
2 1,09 0,52 1,38 0,82 2,39 0,66 2,52 1,23 2,3
3 0,90 - - - - 0,65 2,39 1,00 2,4
4 0,70 - - - - 0,59 2,11 0,79 2,1
5 - - - - - 0,52 1,72 - 1,7
6 - - - - - 0,31 1,04 - 1,0
Viga VC
1 1,27 0,65 1,87 0,98 2,71 0,72 2,78 1,41 2,2
2 1,15 0,55 1,50 0,91 2,50 0,80 3,08 1,30 2,7
3 0,96 - - - - 0,79 2,98 1,07 2,8
4 0,76 - - - - 0,71 2,65 0,85 2,7
5 0,57 - - - - 0,61 2,19 - 2,2
6 - - - - - 0,46 1,68 - 1,7

Quadro A4.7 - Relação entre capacidade e solicitação de vigas, para um sismo tipo 1, segundo y
Viga V1
Piso ρi_A_+ ρi_B_esq_- ρi_B_esq_+ ρi_B_dir_- ρi_B_dir_+ ρi_A_- ρmax/ρmin
1 0,85 0,92 0,94 0,96 1,22 - 1,2
2 0,89 - - - - - 1,0
3 0,78 - - - - - 1,0
Viga V2
1 0,86 0,61 1,37 0,69 1,84 0,84 1,3
2 0,86 0,58 1,33 0,65 1,77 0,86 1,3
3 0,67 - - - - - 1,0

111
Quadro A4.8 - Rotações do pórtico A, para um sismo tipo 1, segundo x
Pilar Piso Pos. Asx(cm2) ρsx α θum(rad) (25) θy(rad) (35) θed(rad)
base 0,57 0,0015 0,44 0,021 0,011 0,010

1 topo 0,57 0,0015 0,44 0,018 0,010 0,010


base 0,57 0,0015 0,44 0,022 0,011 0,010

2 topo 0,57 0,0015 0,44 0,019 0,011 0,011


base 0,57 0,0015 0,44 0,023 0,011 0,011

3 topo 0,57 0,0015 0,44 0,020 0,011 0,012


P1_A
base 0,57 0,0013 0,38 0,024 0,011 0,012

4 topo 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,011 0,012


base 0,57 0,0013 0,38 0,025 0,010 0,012

5 topo 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,011


base 0,57 0,0013 0,38 0,027 0,009 0,011

6 topo 0,57 0,0013 0,38 0,023 0,009 0,011

Pilar Piso Pos. Asx(cm2) ρsx α θum(rad) (25) θy(rad) (35) θed(rad)
base 1,01 0,0027 0,57 0,017 0,007 0,008

1 topo 1,01 0,0027 0,57 0,014 0,006 0,005


base 1,01 0,0027 0,57 0,018 0,008 0,005

2 topo 1,01 0,0027 0,57 0,015 0,007 0,008


base 0,57 0,0015 0,49 0,019 0,009 0,008

3 topo 0,57 0,0015 0,49 0,016 0,008 0,012


P2_A
base 0,57 0,0015 0,49 0,021 0,010 0,012

4 topo 0,57 0,0015 0,49 0,018 0,010 0,013


base 0,57 0,0013 0,38 0,023 0,011 0,013

5 topo 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,013


base 0,57 0,0013 0,38 0,026 0,010 0,013

6 topo 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,012

Pilar Piso Pos. Asx(cm2) ρsx α θum(rad) (25) θy(rad) (35) θed(rad)
b. 1,01 0,0027 0,58 0,016 0,007 0,010

1 top. 1,01 0,0027 0,58 0,014 0,006 0,002


base 1,01 0,0027 0,58 0,017 0,008 0,002

2 topo 1,01 0,0027 0,58 0,015 0,007 0,006


base 0,57 0,0015 0,49 0,018 0,008 0,006

3 topo 0,57 0,0015 0,49 0,016 0,007 0,008


P3_A
base 0,57 0,0015 0,49 0,020 0,010 0,008

4 topo 0,57 0,0015 0,49 0,017 0,009 0,009


base 0,57 0,0013 0,38 0,023 0,011 0,009

5 topo 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,009


base 0,57 0,0013 0,38 0,026 0,010 0,009

6 topo 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,009

112
Quadro A4.9 - Rotações do pórtico B para um sismo tipo 1, segundo x
Pilar Piso Pos. Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq.(25) θy(rad)eq.(35) θed(rad)
base 1,01 0,0027 0,55 0,017 0,009 0,010

1 topo 1,01 0,0027 0,55 0,015 0,009 0,009


base 1,01 0,0027 0,55 0,019 0,011 0,009

2 topo 1,01 0,0027 0,55 0,016 0,010 0,011


base 0,57 0,0015 0,44 0,020 0,009 0,011

3 topo 0,57 0,0015 0,44 0,017 0,009 0,012


P4_B
base 0,57 0,0015 0,44 0,022 0,011 0,012

4 topo 0,57 0,0015 0,44 0,019 0,011 0,012


base 0,57 0,0013 0,38 0,024 0,011 0,012

5 topo 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,012


base 0,57 0,0013 0,38 0,026 0,010 0,012

6 topo 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,012

Pilar Piso Pos. Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq.(25) θy(rad)eq.(35) θed(rad)


base 1,01 0,0016 0,61 0,017 0,007 0,009

1 topo 1,01 0,0016 0,61 0,015 0,007 0,006


base 1,01 0,0016 0,61 0,018 0,008 0,006

2 topo 1,01 0,0016 0,61 0,016 0,007 0,009


base 0,57 0,0011 0,55 0,018 0,008 0,009

3 topo 0,57 0,0011 0,55 0,016 0,007 0,012


P5_B
base 0,57 0,0011 0,55 0,020 0,009 0,012

4 topo 0,57 0,0011 0,55 0,017 0,009 0,011


base 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,011 0,011

5 topo 0,57 0,0013 0,38 0,018 0,011 0,008


base 0,57 0,0013 0,38 0,025 0,010 0,008

6 topo 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,010 0,007

Quadro A4.10 - Rotações do pórtico 1, para um sismo tipo 1, segundo y


2
Pilar Piso Pos. Asx(cm ) ρsx α θum(rad)eq.(25) θy(rad)eq.(35) θed(rad)
base 0,57 0,0015 0,44 0,021 0,011 0,011

1 topo 0,57 0,0015 0,44 0,018 0,010 0,010


base 0,57 0,0015 0,44 0,022 0,011 0,010

2 topo 0,57 0,0015 0,44 0,019 0,011 0,014


base 0,57 0,0015 0,44 0,023 0,011 0,014

3 topo 0,57 0,0015 0,44 0,020 0,011 0,015


P1_A
base 0,57 0,0013 0,41 0,024 0,011 0,015

4 topo 0,57 0,0013 0,41 0,021 0,011 0,015


base 0,57 0,0013 0,41 0,025 0,010 0,015

5 topo 0,57 0,0013 0,41 0,022 0,010 0,014


base 0,57 0,0013 0,41 0,027 0,009 0,014

6 topo 0,57 0,0013 0,41 0,023 0,009 0,012

113
Pilar Piso Pos. Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq.(25) θy(rad)eq.(35) θed(rad)
base 1,01 0,0027 0,55 0,017 0,007 0,011

1 topo 1,01 0,0027 0,55 0,015 0,007 0,004


base 1,01 0,0027 0,55 0,019 0,008 0,004

2 topo 1,01 0,0027 0,55 0,016 0,008 0,011


base 0,57 0,0015 0,44 0,020 0,009 0,011

3 topo 0,57 0,0015 0,44 0,017 0,009 0,015


P4_B
base 0,57 0,0015 0,44 0,022 0,011 0,015

4 topo 0,57 0,0015 0,44 0,019 0,011 0,015


base 0,57 0,0013 0,38 0,024 0,011 0,015

5 topo 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,013


base 0,57 0,0013 0,38 0,026 0,010 0,013

6 topo 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,012

Quadro A4.11 - Rotações do pórtico 2, para um sismo tipo 1, segundo y


Pilar Piso Pos. Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq.(25) θy(rad)eq.(35) θed(rad)
base 1,01 0,0016 0,43 0,019 0,010 0,009

1 topo 1,01 0,0016 0,43 0,016 0,009 0,008


base 1,01 0,0016 0,43 0,021 0,011 0,008

2 topo 1,01 0,0016 0,43 0,018 0,010 0,012


base 0,57 0,0013 0,45 0,020 0,010 0,012

3 topo 0,57 0,0013 0,45 0,017 0,009 0,014


P2_A
base 0,57 0,0013 0,45 0,022 0,011 0,014

4 topo 0,57 0,0013 0,45 0,019 0,011 0,014


base 0,57 0,0013 0,38 0,023 0,011 0,014

5 topo 0,57 0,0013 0,38 0,020 0,011 0,013


base 0,57 0,0013 0,38 0,026 0,010 0,013

6 topo 0,57 0,0013 0,38 0,022 0,010 0,011

Pilar Piso Pos. Asx(cm2) ρsx α θum(rad)eq.(25) θy(rad)eq.(35) θed(rad)


base 1,01 0,0016 0,61 0,017 0,007 0,009

1 topo 1,01 0,0016 0,61 0,015 0,007 0,002


base 1,01 0,0016 0,61 0,018 0,008 0,002

2 topo 1,01 0,0016 0,61 0,016 0,007 0,007


base 0,57 0,0011 0,55 0,018 0,008 0,007

3 topo 0,57 0,0011 0,55 0,016 0,007 0,010


P5_B
base 0,57 0,0011 0,55 0,020 0,009 0,010

4 topo 0,57 0,0011 0,55 0,017 0,009 0,011


base 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,011 0,011

5 topo 0,57 0,0013 0,38 0,018 0,011 0,011


base 0,57 0,0013 0,38 0,025 0,010 0,011

6 topo 0,57 0,0013 0,38 0,021 0,010 0,009

114
Quadro A4.12 - Avaliação ao corte, para um sismo segundo x, para o pórtico A
Pilar Piso Pos. Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Pilar Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN)
base 0,038 97,5(EC2) 48,8 0,126 228,9 152,5

1 topo 0,038 97,5(EC2) 48,8 0,126 303,2(EC2) 152,5


base 0,038 97,5(EC2) 45,0 0,126 303,2(EC2) 147,0

2 topo 0,038 97,5(EC2) 45,0 0,126 220,2 147,0


base 0,038 60,4 44,2 0,046 115,9(EC2) 88,5

3 topo 0,038 59,6 44,2 0,046 86,9 88,5


P1_A P2_A
base 0,038 55,0 41,6 0,046 83,4 77,9

4 topo 0,038 54,4 41,6 0,046 82,0 77,9


base 0,032 43,6 33,2 0,032 52,4 48,2

5 topo 0,032 43,2 33,2 0,032 51,8 48,2


base 0,032 37,1 25,4 0,032 40,5 32,6

6 topo 0,032 36,6 25,4 0,032 40,2 32,6


Pilar Piso Pos. Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN)
base 0,141 256,1 181,1

1 topo 0,141 335,8(EC2) 181,1


base 0,141 335,8(EC2) 121,7

2 topo 0,141 335,8(EC2) 121,7


base 0,046 115,9(EC2) 72,3

3 topo 0,046 90,4 72,3


P3_A
base 0,046 115,9(EC2) 62,8

4 topo 0,046 115,9(EC2) 62,8


base 0,032 81,3(EC2) 35,5

5 topo 0,032 81,3(EC2) 35,5


base 0,032 81,3(EC2) 24,6

6 topo 0,032 81,3(EC2) 24,6

Quadro A4.13 - Avaliação ao corte, para um sismo segundo x, para o pórtico B


Pilar Piso Pos. Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Pilar Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN)
base 0,111 208,1 70,4 0,126 288,1 257,2

1 topo 0,111 205,5 70,4 0,126 303,2(EC2) 257,2


base 0,111 198,4 59,5 0,126 303,2(EC2) 225,2

2 topo 0,111 194,8 59,5 0,126 274,0 225,2


base 0,038 68,6 43,0 0,055 136,4 148,3

3 topo 0,038 66,2 43,0 0,055 130,5 148,3


P4_B P5_B
base 0,038 65,1 51,7 0,055 125,4 133,4

4 topo 0,038 63,6 51,7 0,055 123,8 133,4


base 0,032 51,0 45,4 0,032 81,3(EC2) 61,1

5 topo 0,032 50,4 45,4 0,032 81,3(EC2) 61,1


base 0,032 40,2 31,1 0,032 81,3(EC2) 40,5

6 topo 0,032 39,7 31,1 0,032 81,3(EC2) 40,5

115
Quadro A4.14 - Avaliação ao corte, para um sismo segundo y, para o pórtico 1
Pilar Piso Pos. Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Pilar Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN)
base 0,038 67,8 50,6 0,111 182,9 155,6

1 topo 0,038 97,5(EC2) 50,6 0,111 270,6(EC2) 155,6


base 0,038 97,5(EC2) 60,4 0,111 270,6(EC2) 145,6

2 topo 0,038 63,6 60,4 0,111 175,8 145,6


base 0,038 59,9 53,8 0,038 68,6 71,6

3 topo 0,038 59,0 53,8 0,038 65,5 71,6


P1_A P4_B
base 0,038 54,3 46,5 0,038 64,5 61,2

4 topo 0,038 53,8 46,5 0,038 63,1 61,2


base 0,032 43,1 38,3 0,032 50,6 48,7

5 topo 0,032 42,7 38,3 0,032 50,2 48,7


base 0,032 36,6 27,8 0,032 40,0 31,2

6 topo 0,032 36,4 27,8 0,032 39,8 31,2

Quadro A4.15 - Avaliação ao corte, para um sismo segundo y, para o pórtico 2


Pilar Piso Pos. Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Pilar Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN)
base 0,067 172,8(EC2) 87,1 0,126 294,5 239,4

1 topo 0,067 172,8(EC2) 87,1 0,126 303,2(EC2) 239,4


base 0,067 172,8(EC2) 100,8 0,126 303,2(EC2) 229,4

2 topo 0,067 119,3 100,8 0,126 303,2(EC2) 229,4


base 0,038 74,0 74,0 0,055 134,3(EC2) 151,8

3 topo 0,038 71,3 74,0 0,055 144,5 151,8


P2_A P5_B
base 0,038 68,5 66,3 0,055 133,5 133,4

4 topo 0,038 67,3 66,3 0,055 130,7 133,4


base 0,032 52,1 49,8 0,032 81,3(EC2) 52,3

5 topo 0,032 51,6 49,8 0,032 81,3(EC2) 52,3


base 0,032 40,5 29,6 0,032 46,0 29,3

6 topo 0,032 40,3 29,6 0,032 81,3(EC2) 29,3

Quadro A4.16 - Rotação de secções nas vigas


Local VA_1 VA_2 VA_3 VB_1 VB_2 VB_3 V1_A V1_B V2_A V2_B
Piso θed(rad) θed(rad) θed(rad) θed(rad)
1 0,005 0,008 0,010 0,004 0,005 0,011 0,007 0,009 0,004 0,010
2 0,005 0,007 0,008 0,004 0,003 0,012 0,008 0,008 0,004 0,009
3 0,006 0,005 0,006 0,004 0,001 0,012 0,008 0,005 0,003 0,007
4 0,005 0,003 0,005 0,003 0,001 0,012 0,008 0,003 0,003 0,005
5 0,005 0,002 0,004 0,003 0,003 0,011 0,007 0,002 0,002 0,003
6 0,004 0,001 0,003 0,002 0,004 0,010 0,004 0,001 0,002 0,002

Quadro A4.17 - Avaliação ao corte de vigas, devido a sismo, segundo x


Secção Piso Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Secção Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN)
1 82,7 97,3
2 80,7 94,1
3 78,7 192,3(EC2) 67,1 78,7 256,2(EC2) 77,3
VA_1 VB_1
4 57,8 62,1
5 46,6 43,1
6 44,4 108,3(EC2) 17,7 44,4 108,3(EC2) 18,3

116
1 94,5 138,0
2 85,6 130,5
3 104,9 256,2(EC2) 69,9 104,9 256,2(EC2) 115,7
VA_2 VB_2
4 63,4 100,5
5 56,7 83,6
6 44,4 108,3(EC2) 25,4 44,4 108,3(EC2) 55,8
1 99,9 100,3 154,2
2 94,9 99,7 159,0
3 104,9 256,2(EC2) 82,3 104,9 99,7 150,7
VA_4 VB_3
4 75,8 100,0 138,4
5 69,2 100,7 124,8
6 44,4 108,3(EC2) 30,4 78,7 192,3(EC2) 70,1

Quadro A4.18 - Avaliação ao corte de vigas, devido a sismo segundo y


Secção Piso Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN) Secção Vw(MN) Vr(kN)eq.(37) Ved(kN)
1 215,0(EC2) 83,7 192,3(EC2) 101,5
2 87,5 82,1 192,3(EC2) 102,3
3 87,8 87,4 70,2 192,3(EC2) 84,1
V1_A V2_A 78,7
4 87,7 64,0 192,3(EC2) 69,1
5 215,0(EC2) 55,5 192,3(EC2) 54,4
6 49,6 121,3(EC2) 22,6 108,4(EC2) 22,6
1 111,2 95,7 108,8 114,3
2 111,8 91,1 154,4 116,0
3 117,1 286,7(EC2) 77,9 157,1 256,2(EC2) 95,3
V1_B V2_B
4 286,7(EC2) 71,4 256,2(EC2) 78,6
5 286,7(EC2) 64,3 256,2(EC2) 61,7
6 49,6 121,3(EC2) 27,7 44,4 108,4(EC2) 31,2

Quadro A4.19 - Avaliação de elementos tipo parede


Elemento NC1
θy_base_xx θy_base_yy
θed_base_xx θed_base_yy Vrd,s_y(EC2) Vrmax_y(EC2) Ved_y Vrd,s_x(EC2) Vrmax_x(EC2) Ved_x
(rad) (rad)
(rad) (rad) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN)
Eq.(35) eq3.48
2081 2567 1849 2423 3586 2446
2081 2556 1849 2423 3571 2446
0,0092 0,004 0,0047 0,0026 2081 2526 1334 2423 3529 2199
2081 2515 1334 2423 3514 2199
2081 2481 1293 2423 3467 2262
2081 2471 1293 2423 3452 2262

Elemento NC2
θy_base_xx θy_base_yy
θed_base_xx θed_base_yy Vrd,s_y(EC2) Vrmax_y(EC2) Ved_y Vrd,s_x(EC2) Vrmax_x(EC2) Ved_x
(rad) (rad)
(rad) (rad) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN)
eq3.48 eq3.48
2518 2480 1991 2423 3465 3056
2518 2470 1991 2423 3451 3056
0,0084 0,007 0,0055 0,0044 2518 2454 1570 2423 3428 2713
2518 2443 1570 2423 3414 2713
2518 2424 1460 2423 3387 2714
2518 2414 1460 2423 3373 2714

117
Quadro A4.20 - Avaliação nós/viga pilar para sismo segundo x
Piso Nó ν η α Vc(kN) Vjhd kN) Vrd(kN) Nó ν η α Vc(kN) Vjhd(kN) Vrd(kN)

1 0,21 0,52 1,0 45,0 238 346 0,26 0,52 1,0 147,0 655 742
2 0,16 0,52 1,0 44,2 239 370 0,20 0,52 1,0 88,5 714 820
3 0,12 0,52 1,0 41,6 241 393 0,20 0,52 0,6 77,9 439 531
1_A 2_A
4 0,07 0,52 1,0 33,2 237 415 0,12 0,52 0,5 48,2 342 594
5 0,02 0,52 0,8 25,4 190 436 0,05 0,52 0,3 32,6 225 531
6 0,00 0,52 0,4 0,0 123 446 0,00 0,52 0,2 0,0 85 557

Piso Nó ν η α Vc(kN) Vjhd kN) Vrd(kN) Nó ν η α Vc(kN) Vjhd(kN) Vrd(kN)

1 0,26 0,52 1,0 121,7 916 826 0,25 0,52 1,0 59,5 266 479
2 0,20 0,52 0,8 72,3 787 912 0,20 0,52 1,0 43,0 282 528
3 0,23 0,52 0,5 62,8 412 511 0,18 0,52 1,0 51,7 274 419
4_A 1_B
4 0,14 0,52 0,3 35,5 322 583 0,11 0,52 1,0 45,4 280 461
5 0,05 0,52 0,2 24,6 209 527 0,05 0,52 0,9 31,1 249 426
6 0,00 0,52 0,2 0,0 85 557 0,00 0,52 0,7 0,0 181 446

Piso Nó ν η α Vc(kN) Vjhd kN) Vrd(kN)

1 0,23 0,52 1,0 225,2 552 1306,2


2 0,17 0,52 1,0 148,3 629 1415,9
3 0,19 0,52 0,7 133,4 318 843,0
2_B
4 0,12 0,52 0,5 61,1 154 936,7
5 0,08 0,52 0,3 40,5 40 511,0
6 0,00 0,52 0,1 0,0 17 557,4

Quadro A4.21 - Avaliação nós/viga pilar para sismo segundo y


Piso Nó α Vc(kN) Vjhd_base(kN) Vrd(kN) Nó α Vc(kN) Vjhd_base(kN) Vrd(kN)

1 1,0 60,4 223 346 1,0 145,6 531 528


2 1,0 53,8 229 370 0,9 71,6 505 581
3 1,0 46,5 236 393 0,5 61,2 268 343
1_A 1_B
4 0,9 38,3 205 415 0,4 48,7 224 386
5 0,7 27,8 167 436 0,3 31,2 173 426
6 0,4 0,0 83 446 0,2 0,0 73 446

Piso Nó α Vc(kN) Vjhd_base(kN) Vrd(kN) Nó α Vc(kN) Vjhd_base(kN) Vrd(kN)

1 1,0 100,8 292 476 1,0 229,4 698 1306


2 1,0 74,0 319 527 1,0 151,8 776 1416
3 1,0 66,3 327 407 1,0 133,4 792 843
2_A 2_B
4 0,9 49,8 322 455 0,8 52,3 693 937
5 0,7 29,6 241 424 0,6 29,3 513 511
6 0,4 0,0 108 446 0,4 0,0 258 557

118
Quadro A4.22 - Avaliação dos elementos secundários
Piso Elemento θed(rad) θy(rad) Ved(kN) VRd(kN) (EC2)
0,0089 0,009 127,1 147,3

1 0,0017 0,009 127,1 141,0


0,0017 0,009 115,7 141,6

2 0,0051 0,009 115,7 136,9


0,0051 0,007 93,2 88,6

3 0,0059 0,007 93,2 84,9


P3
0,0059 0,008 94,5 82,2

4 0,0053 0,007 94,5 79,9


0,0053 0,007 72,3 62,7

5 0,0040 0,007 72,3 61,9


0,0040 0,007 67,6 48,1

6 0,0037 0,007 67,6 47,5

Sismo x Sismo y
Ved(kN)_capacidade VRd(kN)
Piso Elemento θed(rad) θy(rad) Ved(kN) VRd(kN) θed(rad) θy(rad)
resistente (EC2)
0,0000 0,008 54,8 98,6 0,0041 0,006 104,7 240,1

1 0,0029 0,008 54,8 97,5 0,0013 0,006 104,7 240,1


0,0029 0,007 78,3 93,2 0,0013 0,006 95,8 240,1

2 0,0038 0,008 78,3 92,0 0,0012 0,006 95,8 240,1


0,0038 0,007 68,3 87,6 0,0012 0,005 86,5 135,0

3 0,0040 0,007 68,3 86,5 0,0004 0,006 86,5 135,0


P6
0,0040 0,007 64,0 81,8 0,0004 0,005 76,9 135,0

4 0,0038 0,007 64,0 80,8 0,0005 0,005 76,9 135,0


0,0038 0,007 56,4 76,0 0,0005 0,005 67,0 112,3

5 0,0035 0,007 56,4 75,0 0,0017 0,005 67,0 112,3


0,0035 0,007 54,0 70,0 0,0017 0,005 56,9 112,3

6 0,0032 0,007 54,0 68,9 0,0023 34,5 56,9 112,3

119
120
Reforço Sísmico de um Edifício de Acordo com o EC8-3

Volume II - Anexo B Peças Desenhadas

Paulo Marques Baptista de Carvalho

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Civil

Orientador: Professor Doutor António José da Silva Costa

Júri
Presidente: Professor Doutor Luís Manuel Coelho Guerreiro

Orientador: Professor Doutor António José da Silva Costa

Vogal: Professor Doutor Jorge Miguel Silveira Filipe Mascarenhas Proença

Maio 2015

121
viga V1 viga VA

A B C D 1 2 4

1.40 1.50 1.50 1.50 1.50 1.40 1.00 1.00 1.50


corte HH corte II corte JJ
A B H I J

0.17

0.17

0.17
0.50

0.50

0.50
A B H I J

0.30 0.30 0.30


5.30 5.50 5.45 4.00 6.00 escala 1/50

escala 1/25 escala 1/25 escala 1/25


escala 1/50

viga V1 piso 6 (cobertura) viga VA piso 6 (cobertura)


corte KK corte LL corte MM
1.00 1.00 1.50
C K L M

0.17

0.17

0.17
0.50

0.50

0.50
C K L M

0.30 0.30 0.30


5.30 5.50 5.45 4.00 6.00 escala 1/50

escala 1/25 escala 1/25 escala 1/25


escala 1/50

viga VB e VC
viga V2
1 2 3

1.40 1.50 1.50 1.50 1.50 1.40 1.00 1.00 1.10


corte NN corte PP corte QQ
D E N P Q

0.17

0.17

0.17
0.50

0.50

0.50
D E N P Q

5.30 5.50 5.45 4.00 4.40 0.30 0.30 0.30


escala 1/50

escala 1/25 escala 1/25 escala 1/25


escala 1/50

viga V2 piso 6 (cobertura)

1.50 1.50 1.50 1.50 1.40 viga VB e VC piso 6 (cobertura)


1.10
corte RR corte TT
1.00
F G R T

0.17

0.17
0.50

0.50
F G R T

5.30 5.50 5.45 4.00 4.40 escala 1/50


0.30 0.30

escala 1/25 escala 1/25


escala 1/50

corte AA corte BB corte CC


0.17

0.17

0.17
0.55

0.55

0.55

Materiais:

0.30 0.30 0.30

recobrimento 3.5cm
escala 1/25 escala 1/25 escala 1/25

corte DD corte EE corte FF corte GG


0.17

0.17

0.17

0.17
0.50

0.50

0.50

0.50

0.30 0.30 0.30 0.30


com o EC8-3

escala 1/25 escala 1/25 escala 1/25 escala 1/25

escala indicada no desenho

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