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FUNDAÇÕES

PROFUNDAS
VERIFICAÇÃO DE
DESEMPENHO
PROF. MSC ROUBIER MUNIZ DE SOUSA
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
CONTROLE IN SITU

▐ TÉCNICAS PARA VERIFICAÇÃO DE DESEMPENHO


São realizados ensaios tipo prova de carga, em que a
fundação ou semelhantes são submetidos a carregamentos
progressivos até a iminência de “ruptura”
Os ensaios são executados dentro da própria área de
fundação
Prova de carga sobre placa
Prova de carga estática em estacas
Ensaio de carregamento dinâmico
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▐ As provas de carga
consistem carregar a estaca (com a aplicação de esforços
axiais de compressão ou de tração ou transversais) com
incrementos progressivos dessa carga e respectiva medida dos
deslocamentos correspondentes.
Os objetivos principais são:
avaliar a capacidade de carga das estacas;
medir o deslocamento sob a carga de trabalho; e
avaliar comportamento carga x deslocamento das estacas.
Tipos de provas de carga
SML – Slow Mantained Load
CPR – Constant Rate of Penetration
CLT – Cyclic Load Test
QML – Quick Manteined Load
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É importante registrar que no


passado as provas de carga
eram “um acontecimento
relevante” e todos os “figurões
da obra” queriam ser
fotografados. Para registrar
este aspecto mostra-se na foto
a prova de carga (em sapata)
das fundações do Edifício
Martinelli, em 1928/29, em
São Paulo. (Vasconcelos,1985).

Fonte: Engº Urbano Rodriguez Alonso


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Prova de carga em estaca
tipo Franki (Tóquio 1926).

Fonte: Engº Urbano Rodriguez Alonso


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Primeira prova de carga em


estacas Franki realizada no
Brasil, em 1935, no Rio de
Janeiro, por ocasião da
construção da Sede da Casa
Publicadora Baptista.
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Prova de carga em
estaca Franki –
Edifício do Banco do
Estado de São Paulo.

Fonte: Engº Urbano Rodriguez Alonso


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Quando da execução das
fundações da ponte Rio-Niterói,
no início da década de 70,
houve necessidade de ensaiar
um tubulão de até 2.000 tf. Por
se tratar de uma obra no mar,
aliado ao fato de que se
dispunha de tubos metálicos de
grande porte surgiu a ideia de
se instalar esses tubos, com o
fundo fechado, em cima de uma
plataforma de concreto pré-
moldado apoiada em quatro
tubulões e 4 m acima do nível
do mar e enche-los com água.
Fonte: Engº Urbano Rodriguez Alonso
Assim foram montados 34
desses tubos com 22 m de
altura cada um.
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▐ Método executivo ABNT NBR 12131(2006)


Identificação da curva carga-recalque
Avaliação da carga admissível da estaca
Aplicação de cargas conhecidas no topo da estaca
Estágios sucessivos e iguais
Monitoração dos recalques
Atingir a carga de ruptura ou pré-definida e descarregar
Sistemas de reação
Estacas, tirantes ou cargueiras
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▐ Prova de Carga Estática


Prova de Carga Estática

Conceito Tipos de Reação Tipos de


Curva Carga x Recalque
Carregamento

SML;QML; CRP; CLT


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▐ Sistemas de reação
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▐ Sistemas de reação

Prova de Carga em Estacas Pré-Moldadas de Concreto


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▐ Sistemas de reação

Cargueiras como sistema de reação


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▐ Prova de carga lenta (CML)
Carga Mantida Lenta
Estágios de carga sucessivos e iguais 20% de Padm
Carga máxima (NBR 6122)
2xPadm (início da obra)
1,6xPadm (verificação de desempenho)
Manutenção da carga do estágio até a estabilização dos recalques e
pelo menos 30 minutos
T = 0, 2, 4, 8, 15, 30 e 60min, 2h, 3h, 4h, etc.
Critério de estabilização dos recalques
A diferença entre duas leituras consecutivas não deve ser superior a 5% do recalque
do estágio
Última fase de carregamento
Manter a carga por mais 12 horas após estabilização
Descarregamento em 4 estágios
Recalques estabilizados e duração mínima de 15 minutos
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▐ Prova de carga rápida (CMR)
Carga Mantida Rápida
Estágios com duração
padronizada sem estabilização
dos recalques
20 estágios com 10% de Padm
com duração de 10 minutos
Melhor definição da curva carga-
recalque
Descarregamento em 4 estágios
Não estabilização dos recalques
acarreta menores recalques
A capacidade de carga no CMR é Curvas dos ensaios rápido e lento
cerca de 10% maior que no CML
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▐ Ensaio Misto
Primeira metade com
carregamentos lentos
5 estágios com incrementos de
20% de Padm
Segunda metade
10 estágios com incrementos de
10% de Padm
Vantagens
Recalque estabilizado para
Padm
Estágio rápido na fase que seria
mais demorada
Alonso (1997) propõe a
primeira parte para até
1,2xPadm
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▐ Curva Carga Recalque Típica


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▐ Carga de ruptura
A curva a mostra que ao atingir PR o recalque se torna
incessante.
Na curva b, não há uma definição clara da carga de ruptura
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▐ Determinação da Carga de Ruptura


NBR 6122
Nos casos em que não há uma clara identificação da ruptura durante a
execução da prova de carga
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▐ Critério de Van der Veen


(1953)
α é o coeficiente que define a
forma da curva (mm-1)
ρ é o recalque (mm)
α e R são constantes
determinadas por tentativas,
adotando-se valores para R e
desenhando-se os respectivos
gráficos de
–ln (1-P/R) contra ρ
O gráfico que mais se
aproximar de uma reta
indicará o valor procurado de
R
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▐ Quantidade de provas de cargas


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▐ Prova de carga dinâmica


Aplicação de golpe de martelo no topo de estacas com
medição de aceleração e de deformação específica
À medida que a onda viaja pela estaca ela perde intensidade,
pois a energia do golpe é utilizada para mobilizar a
resistência por atrito e na ponta, fazendo a estaca penetrar no
solo
Os resultados obtidos são lidos pelo PDA (Pile Driver Analyzer)
A partir da “Teoria da Equação de Onda” pode ser calculada
a resistência geotécnica do sistema de fundação
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▐ Instrumentação
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▐ Instrumentação

Pile Driving Analyzer (PDA).


Fonte: www.fugroinsitu.com.br
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▐ Instrumentação

Bittencourt (2018) Aulas de fundações


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▐ Instrumentação
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▐ Nega
medida da penetração permanente de uma estaca, causada
pela aplicação de um golpe de martelo ou pilão, sempre
relacionada com a energia de cravação. Dada a sua pequena
grandeza, em geral e medida para uma série de dez golpes
(NBR 6122/10)
Estacas pré-moldadas
madeira, aço e concreto armado
nega e o repique devem ser medidos em todas as estacas, atendendo-se às
condições de segurança. Deve-se elaborar o diagrama de cravação em
100% das estacas. (NBR 6122/10)
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▐ Fórmula de Brix
P = peso do martelo do
bate estacas
Q = peso da estaca quando
da retirada do sinal da
nega
h = altura de queda do
martelo
s = penetração final para o
último golpe do martelo
(nega)
FS = Fator de Segurança
4 ≤ FS ≤ 5
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▐ Fórmula dos Holandeses


P = peso do martelo do
bate estacas
Q = peso da estaca quando
da retirada do sinal da
nega
h = altura de queda do
martelo
s = penetração final para o
último golpe do martelo
(nega)
FS = Fator de Segurança
6 ≤ FS ≤ 10
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▐ Exemplo 1
Calcular a nega para 10 golpes de um pilão de 30KN de peso,
caindo de uma altura de 90cm sobre uma estaca de concreto
armado vazada, com 42cm de diâmetro externo, 26cm de
diâmetro interno, 15m de comprimento e carga admissível de
1000KN
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▐ Repique
parcela elástica do deslocamento máximo de uma estaca
decorrente da aplicação de um golpe do martelo ou pilão (NBR
6122/10)
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▐ Repique

Esquema para determinação do repique e nega e esquema de golpe


(Fonte: Danilo Pitz )
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▐ Nega e repique
Observação da resposta à
cravação de uma estaca: (a)
medida simples da nega; (b)
medida de nega e repique;
(c) monitoração da cravação
com instrumentos eletrônicos

Velloso e Lopes (2012)


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▐ Repique

Exemplo de controle por repique


(Fonte: Danilo Pitz )
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▐ Execução da medição da Nega e Repique


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▐ Repique

2 3
C2 = deformação elástica da estaca
C3 = deformação elástica do solo sob a ponta da estaca

Lei de Hooke:

Ni = carga axial ao longo da estaca

Velloso (1987):

0,7
2

Souza Filho e Abreu (1990)


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▐ Exemplo
Estimar a carga mobilizada de uma estaca de concreto com
seção A = 855cm2, módulo de elasticidade E=2.500cm2,
comprimento de 15m e Repique k = C2 + C3 = 14mm. Admitir
que a ponta da estaca esteja em solo que apresenta C3 =
3mm.

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