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Autoestima e Inferioridade
Autoestima e Inferioridade
JOÃO PESSOA-PB
2017
AUTOESTIMA E INFERIORIDADE
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MURRAY, John. Romanos: comentário bíblico fiel. São Paulo: Editora Fiel, 2012, p. 480.
Encontramos na Biblia afirmações de que os seres humanos são valiosos aos
olhos de Deus, por exemplo, em Mt 6:26, encontramos Jesus ensinando os discípulos
que eles tem muito mais valor para o Pai celestial do que as aves (que representam
os seres criados diferentemente do ser humano, imagem e semelhança de Deus) e
mesmo a queda não destruiu o que Deus fez do homem: sua imagem e semelhança.
O pecado rompe o relacionamento da pessoa com Deus, mas não nega o fato
de que, aos olhos de Deus, nós ainda somos seres humanos, o auge da criação divina
e de imensa importância e valor. É claro que quando se fala do valor do ser humano
isso só se evidencia porque a Bíblia diz que fomos feitos imagem e semelhança de
Deus, que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito”, ou seja,
a Bíblia não nega esse amor que nos resgata, entretanto, é preciso ter cuidado com o
foco e importância que queremos dar a nós mesmos.
Para alguns cristãos a autoestima é uma forma de orgulho, logo a
autocondenação e a inferioridade seriam atitudes corretas para permanecer no
caminho da humildade. Nesse sentido, o orgulho seria uma estimativa arrogante e
soberba de si mesmo em relação aos outros e leva a pessoa a se colocar numa
posição superior, sem levar em consideração os interesses, opiniões e desejos dos
outros. Por outro lado, a humildade se caracteriza por uma “autoavaliação precisa,
sensibilidade ás opiniões dos outros, e disposição de exaltar os outros, antes de
requerer isso para si mesmo” é isso que encontramos em (Fl 2:4b) “cada um considere
os outros superiores a si mesmo.” Humildade envolve depender de Deus com gratidão
e avaliar realisticamente nossas forças e fraquezas.
Quando a Bíblia diz: “ama o teu próximo como a ti mesmo”, já está pressuposto
certo grau de amor próprio do ser humano, que não é uma autoadoração, mas significa
que nos vemos como pecadores (e tudo o que isso implica) que foram salvos pela
graça. Essa visão Bíblica do amor próprio tem que ser a base da autoestima.
Nosso problema com a autoestima são as diferentes posições teológicas
acerca dela, pois encontramos definições diferentes. O cristão pode ter uma
autoestima positiva, não por causa das obras humanas e da natureza humana, mas
por causa da graça e da redenção divinas.