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Todavia, é muito estranho ver o quanto os mídia falam sobre homicídios e tão
pouco sobre aqueles que terminam com as suas próprias vidas, e pelas estatísticas de
factores de risco, temos que ter mais medo dos nossos relacionamentos amorosos, pois a
violência doméstica/namora pode levar ao suicídio de um dos membros do casal.
1) estima-se que 45% tem como base factores fisiológicos (relacionados com
desequilíbrios químicos no cérebro);
2) 55% estão relacionados com factores psicológicos – neste grupo, 32% relacionam-se
com desgostos amorosos, 10% com dificuldades financeiras/carreira,
humilhação/vergonha, perda de esperança/desespero, entre outras.
É a literatura que nos tem alertado, talvez mais do que qualquer outra área, do
quanto essas qualidade são importantes. Em 1599, na peça de HAMLET, de William
Shakspeare, Ofélia prefere suicidar-se do que viver sem o seu amado Hamlet; daqui
aprendemos que, para sobreviver, precisamos de amor e estratégias de coping para lidar
com a separação. Em 1856, no romance MADAMME BOVARY, de Gustave Flaubert,
uma jovem mãe suicida-se usando arsénico por se sentir envergonhada perante a
sociedade por corrupção e traição; daqui retiramos que, para sobreviver, precisamos de
respeito e perdão. Em 1877, no romance de LEO TOLSTOY, Anna Karenina, o herói,
Levin, contempla o suicídio ao manter uma corda mo seu escritório por ter perdido a
noção de sentido e direcção; daqui aprendemos que, para sobreviver, precisamos de
objectivos e de um significado.
Os números sugerem que, por mais que nenhuma sociedade consiga eliminar a
dor, há muito a fazer no que respeita à interpretação e aceitação dessa dificuldade, o que
poderia diminuir os riscos da probabilidade de um suicídio.
Sociedades com baixas taxas de suicídio são aquelas que aceitam melhor os seus
fracassos, dão mais valor ao perdão, e possuem um sistema de status que preza mais o
valor intrínseco de uma pessoa do que as suas realizações.