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PAISAGEM E AMBIENTE – USP

- Análise da percepção ambiental dos moradores de área de várzea urbana de uma pequena
cidade do estuário do Rio Amazonas
Ivan Gomes Oliveira, Sandra Maria Fonseca da Costa

O processo de urbanização da Amazônia se intensificou principalmente a partir da década de


1960. Nesse processo de crescimento urbano, áreas ambientalmente frágeis foram ocupadas,
entre elas, a várzea, ambiente usualmente encontrado nas cidades amazônicas ribeirinhas. Este
artigo visa à análise da percepção dos moradores que vivem em uma área de várzea numa
pequena cidade tipicamente amazônica: Ponta de Pedras, no estado do Pará. Os resultados
demostraram que mais de 70% dos entrevistados nasceram na região e apresentam forte
identidade com o local onde vivem (topofilia). Observou-se também que mais de 78% dos
entrevistados descartam esgotos sanitários diretamente nos rios, não considerando tal prática um
problema ambiental.

Espaços livres públicos: utilização de infraestrutura verde para otimizar a drenagem urbana nos
centros históricos tombados
Claudione Fernandes Medeiros, Sônia Afonso

As mudanças climáticas impactam a vida das cidades. Eventos extremos como o aumento da
temperatura, secas e enchentes ameaçam também o patrimônio cultural. Nos centros históricos
tombados, as enxurradas e alagamentos vêm provocando muitas patologias no casario e no
arruamento. O sistema de drenagem urbana tradicional tem se mostrado ineficiente, além das
dificuldades de ampliação desta rede diante de prerrogativas de respeito às preexistências. Este
estudo procura utilizar os espaços livres públicos das cidades tombadas como potencializadores da
drenagem urbana, através dos conceitos de infraestrutura verde. No primeiro momento é
apresentada a relação entre as mudanças climáticas e os transtornos à paisagem cultural e como
a infraestrutura verde pode contribuir para a resiliência dos centros urbanos tombados. Após são
analisados os sistemas de espaços livres públicos passíveis desta aplicação tendo como estudo de
caso a cidade de Laguna/SC. Como resultado observou-se que os espaços livres públicos devem
transmutar sua função meramente cênica para a função infraestrutural e, desta forma, serão vitais
para os centros urbanos, pois além de valorizar a paisagem, também aumentarão a eficácia da
drenagem sem impactar ou desconsiderar a geomorfologia e a morfologia urbana existentes.

Córregos ocultos na cidade de São Paulo: Córrego Tiburtino na Lapa


Murillo Aggio Piazzi

Este artigo trata dos córregos ocultos em São Paulo, com ênfase em um caso particular: o córrego
Tiburtino. Pretende-se fazer emergir à consciência a existência de cursos d’água naturais vivos,
embora ocultados. Para isso, empregaram-se como métodos investigativos: pesquisa cartográfica,
visita a campo, consulta de jornais e crônicas de viagens, entre outras fontes, visando ao
reconhecimento de algum curso d’água suprimido da paisagem paulistana. Aplicando-se o método
mencionado, delimita-se o distrito da Lapa como recorte geográfico, região onde há grande
probabilidade de localizar nascentes e córregos. Posteriormente, uma vertente é identificada no
bairro conhecido como Vila Ipojuca. A investigação dessa nascente leva à detecção de uma rede
de córregos pertencentes a uma bacia hidrográfica que se encontra totalmente velada – a bacia do
córrego Tiburtino. Durante a investigação histórica, constata-se que o aproveitamento dos
córregos na paisagem foi suprimido em decorrência de processos que deterioraram os cursos
d´água, como a ineficiência do Estado em estabelecer uma rede eficaz de coleta e tratamento de
esgotos. Isso é um problema atual: os córregos estudados exalam forte odor, que denuncia o
despejo de esgoto em suas águas. Os trajetos descritos neste artigo remontam o curso que as
águas seguiam. Presenciam-se as marcas deixadas pelo córrego no ambiente urbano: vielas,
bueiros, odores e até o som do córrego fluindo podem ser notados. No entanto, em raros
momentos é possível observar as águas, que continuam correndo anônimas nas entranhas da
cidade.

Rios urbanos e paisagens multifuncionais: estudo de caso – Rio Dona Eugênia


Ianic Bigate Lourenço, Aline Pires Veról, Marcelo Gomes Miguez, Ana Lucia Nogueira de Paiva
Britto

Observa-se um modelo de urbanização e propostas de intervenção nos cursos de água que


ignoram tanto seus valores ambientais, como culturais e sociais, potencializando um dos principais
problemas da atualidade nas cidades brasileiras: as cheias urbanas. Este trabalho tem por intuito
colaborar com a gestão sustentável das cidades, apresentando soluções paisagísticas, visando à
requalificação urbana e ambiental de corpos hídricos, a partir do reconhecimento sistêmico das
relações físicas, históricas, sociais e ambientais, levando a concepção de soluções multifuncionais,
prática essencial frente à escassez de espaços livres que uma cidade de urbanização consolidada
normalmente oferece. Diante de sua complexidade, o estudo foi estruturado em base
interdisciplinar, principalmente, entre o paisagismo e aengenharia. Esta abordagem permitiu
avaliar os impactos da urbanização, e posteriormente, avaliar as soluções paisagísticas propostas,
com indicações capazes de representar hidráulica e hidrologicamente o comportamento sistêmico
da bacia de estudo. O trabalho está centrado no rio Dona Eugênia em Mesquita, RJ, região da
Baixada Fluminense, onde é comum o problema de cheias.

Os córregos ocultos e seus resquícios nos espaços livres urbanos: os afluentes do córrego
Mandaqui
Arthur Simões Caetano Cabral

O presente artigo visa a contextualizar, enquanto testemunhos das características


geomorfológicas originais do sítio, cursos d’água da bacia do córrego Mandaqui, canalizados e
tamponados no decorrer da consolidação urbana da zona norte paulistana. Tal contextualização,
no entanto, mostra-se reveladora não apenas de elementos naturais historicamente negados
enquanto paisagem, mas também de relações afetivas diversas estabelecidas entre o homem e as
águas. A experiência dos espaços associados aos afluentes do Mandaqui demonstra a
possibilidade de retomar a consciência sobre a existência de pequenos córregos tamponados em
São Paulo. Por meio de vestígios, os córregos ocultos insinuam-se à superfície. Pouco a pouco, o
olhar de quem se encontra em tais espaços é inevitavelmente conduzido, entre becos e vielas, a
percorrer o trajeto esculpido pelas águas. Estas, ainda que apartadas da superfície, por meio de
seus vestígios demonstram a impossibilidade do fazer humano em apagar por completo certos
traços da natureza primitiva. O trabalho do qual resulta o presente artigo integra os estudos de
caso da margem direita do Tietê, realizados no âmbito da pesquisa acerca dos Córregos
Ocultos, coordenada pelo Prof. Dr. Vladimir Bartalini junto ao Laboratório da Paisagem, Arte e
Cultura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Valores da paisagem: os significados dos rios e manguezais da cidade do Recife


Onilda Gomes Bezerra, Vera Lúcia Mayrinck de Oliveira Melo

Este trabalho apresenta uma reflexão acerca dos valores atribuídos à paisagem dos rios
e manguezais da cidade do Recife, aqui representados pelo rio Capibaribe e pelo Manguezal do
Pina, da interpretação dos significados evocados por grupos humanos que vivenciam e mantêm
relação direta ou indiretamente com esses ambientes. Busca-se desenvolver subsídios para a
construção de instrumentos de avaliação da conservação patrimonial como diretrizes norteadoras
de políticas públicas de proteção do patrimônio natural e cultural. Parte-se do pressuposto que o
meio ambiente é constituído por bens naturais e culturais, que se expressa na paisagem.
Compreendendo que o sítio natural tem papel fundamental na formação fisiográfica, estruturação
urbana e no uso e ocupação da cidade, constitui-se como marco patrimonial representativo da
identidade sociocultural de sua paisagem. As paisagens podem ser interpretadas no tempo e no
espaço de formas distintas, ao serem representadas segundo os valores atribuídos pelos olhares e
pelas percepções, formados dentro de contextos socioeconômicos e culturais específicos. Na
análise, adotou-se como fundamentação teórica a abordagem da paisagem cultural sob a ótica da
Nova Geografia Cultural, e como resultados identificaram-se diferentes valores obtidos a partir da
interpretação das representações dos grupos humanos investigados.

Transição em infraestruturas urbanas de controle pluvial: uma estratégia paisagística de


adaptação às mudanças climáticas
Newton Celio Becker Moura, Paulo Renato Mesquita Pellegrino, José Rodolfo Scarati Martins

Projeções em modelos climáticos globais quanto às emissões de gases de efeito estufa


apontam um aumento na intensidade e frequência dos eventos extremos de chuva, que, associado
ao crescimento urbano e à expansão das superfícies impermeáveis, deverá gerar impactos
sem precedentes sobre a infraestrutura de drenagem. Diante desse cenário, as cidades têm
a oportunidade de realizar uma transição infraestrutural ao adotar técnicas de Melhores
Práticas de Manejo (MPM) das águas de chuva como solução mais sustentável, resiliente e
integrada à paisagem urbana. Este estudo apresenta uma comparação qualiquantitativa entre
reservatórios de detenção e MPM dos escoamentos como estratégias de controle pluvial.
Considerando uma microbacia urbana na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), onde foram
instalados dois reservatórios com volume de detenção total de 19.200 m3, distribuíram-se
elementos de
biorretenção e passeios porosos nas vias públicas localizadas na área de contribuição da bacia. O
volume de retenção das técnicas propostas como tratamento dos espaços abertos
públicos corresponde a 42% da capacidade de detenção dos reservatórios. Confirma-se, então,
a viabilidade das MPM como alternativas para adaptação das cidades às mudanças climáticas,
desde que levadas em conta as especificidades ambientais e paisagísticas locais no desenho
desses elementos como forma de garantir a sua eficiência.

Padrões e processos de ocupação das encostas em cinco cidades brasileiras: estudo comparativo
da morfologia da paisagem
Mônica Bahia Schlee

A pressão exercida pela ocupação das encostas urbanas brasileiras tem gerado
impactos cumulativos na paisagem. O presente artigo analisa os processos da ocupação de
encostas em cinco cidades brasileiras – Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte, São Paulo e
Florianópolis, localizadas nas regiões Sudeste e Sul do país – com o objetivo de analisar a
morfologia da paisagem nas encostas destas cidades e contextualizar conflitos e desafios gerados
pelas condições urbanísticas encontradas na resiliência da paisagem. As investigações
biofísicas, paisagísticas e urbanísticas foram elaboradas a partir de uma leitura da paisagem
apoiada em matrizes e mapas temáticos que possibilitaram o cruzamento e a correlação de
diversas categorias de análise, englobando características do suporte físico-ambiental e do
suporte sociocultural. O quadro abrangente de fatores que influenciam a capacidade de suporte e
de resiliência da paisagem nas encostas urbanas brasileiras exposto neste artigo indica
a necessidade do desenvolvimento e da aplicação de um urbanismo regenerador, apontando
a interface encosta-floresta-água-comunidade-cidade e o foco nos espaços livres como a base
física fundamental para a formação de uma rede de regeneração, um contraponto essencial
à forma construída, e uma fonte de suporte, convívio, inspiração e inclusão em direção à
justiça socioambiental nas cidades brasileiras.

Dinâmicas Urbanas e Pesquisas no Núcleo de Estudos da Paisagem na Área de Mananciais


Euler Sandeville Júnior, Priscila Ikematsu, Gabriella Roesler Radoll, Simone Miketen

Este trabalho apresenta os estudos do Núcleo de Estudos da Paisagem (NEP) desenvolvidos nas
áreas de importantes reservatórios de água utilizados para o abastecimento público: as represas
Billings e Guarapiranga. Os trabalhos são realizados em diferentes escalas de análise e estão
focados na necessidade de compreender os processos urbanos e ambientais, além de formas de
participação social. Os métodos utilizados são bastante diversos, incluindo trabalhos de campo,
mapeamentos temáticos, cartografia de atores, entrevistas e observação participante, a fim de
discutir as transformações da paisagem na escala regional e conflitos decorrentes,
correlacionando-as com as escalas locais no cotidiano da população. Os resultados de tais estudos
reforçam a urgência de ações voltadas à melhoria da qualidade socioambiental e urbana dessa
região, mas indicam a necessidade de ampliação da equipe para trabalhos colaborativos com
grupos locais, considerando a complexidade e a escala espacial dos fenômenos urbanos e
ambientais. Com isso, é possível trazer nova compreensão desses processos, bem como iluminar e
problematizar aspectos que contribuam para a análise das implicações das políticas públicas e dos
processos de construção do urbano, de seus contextos políticos, e esclarecer as atuais condições
para uma efetiva participação da população no planejamento e gestão das áreas de mananciais
intensamente urbanizados.

Proposta de Revitalização Paisagística de Cavas da Bacia do Rio Iguaçu na Região Metropolitana de


Curitiba
Livia Yu Iwamura, Júlio César Rodrigues de Azevedo, Célia Regina Gapski Yamamoto

A presente pesquisa teve como objetivo analisar a situação atual e definir diretrizes de projeto
para a revitalização de um conjunto de cavas de areia situadas na bacia do rio Iguaçu da região
metropolitana de Curitiba (RMC). A localização em área de manancial da RMC implicou na análise
de fatores restritivos ambientais. Outro viés abordado foi o diagnóstico da RMC a partir de
aspectos socioeconômicos, em especial no que diz respeito ao processo de ocupação irregular. No
que concerne ao diagnóstico específico da área de estudo, a caracterização da água armazenada
nas cavas é crucial para a definição de diretrizes de revitalização. A proposta se baseou na
avaliação limnológica de nove coletas realizadas no período de abril de 2008 a novembro de 2009.
A análise considerou os parâmetros estabelecidos pela Resolução n. 357/2005 do Conselho
Nacional de Meio Ambiente. O cruzamento dessas informações resultou em uma proposta
organizada em seis setores principais: extração mineral controlada, amortecimento, recreação
pública, pesquisa e educação ambiental, recuperação da mata ciliar, wetlands construídas.

As Áreas Coletivas de Copacabana: Formação e Apropriação


Rogerio Goldfeld Cardeman
Este artigo trata sobre os espaços livres intraquadras do bairro de Copacabana no Rio de Janeiro,
denominados de áreas coletivas. Implantados na década de 1940, tornaram-se um marco do
desenho urbano do bairro, sendo, mesmo assim, desconhecido pela maioria das pessoas. Neste
artigo discorrerei sobre esses espaços, sua formação e apropriação, destacando sua importância
como elemento de qualidade do bairro. Este trabalho é parte da pesquisa realizada quando da
realização do curso de mestrado, desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura do
PROARQ–FAU-UFRJ, e com dissertação defendida em 2010.

Uma Infra-Estrutura Verde Para a Bacia do Córrego Poá, Taboão da Serra, SP


Lícia Cotrim Carneiro Leão, Patrícia Mara Sanches, Fabíola Bernardes de Souza

Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados de um exercício projetual, fruto de
atividades acadêmicas coordenadas pelo professor doutor Paulo Renato Mesquita Pellegrino, em
2007, no curso de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de
São Paulo. O tema central desse exercício foi o desenvolvimento de uma estratégia para
implantação de uma infra-estrutura verde para a bacia do córrego Poá, localizada no município de
Taboão da Serra, em São Paulo, que hoje se encontra em uma área intensamente transformada,
densamente construída e poluída. O trabalho foi elaborado em dois momentos, abrangendo uma
proposta para toda a bacia e outra para um recorte escolhido dessa bacia. As propostas surgiram
do cruzamento entre os mapas elaborados sobre os aspectos biofísicos e urbanos locais, a revisão
teórica e as análises realizadas em visitas a campo. Foram sugeridas novas formas de planejar-se
a paisagem a partir da qualificação e articulação dos espaços abertos vegetados e da criação de
formas de circulação para as pessoas, a fauna local e as águas. Contudo, para o sucesso da
aplicação desse conceito é necessária a reunião de esforços coordenados e multidisciplinares,
envolvendo instituições de pesquisa, comunidade, autoridades e lideranças locais.

A Paisagem na Área de Influência da Usina Hidrelétrica do FUNIL (UHE-FUNIL), Percebida Através


do EIA-RIMA
Silvério José Coelho, José Aldo Alves Pereira

A construção de uma hidrelétrica provoca grandes transformações na paisagem regional,


provocando rápida degradação ambiental, contrária ao processo milenar de sua formação. A
implantação de hidrelétricas é definida por pré-requisitos, como a disponibilidade de água,
topografia e geologia adequadas e, assim, o estudo integral da paisagem – sistema em constante
transformação, não faz parte do processo. A Usina Hidrelétrica do Funil, UHEFunil, foi construída
no alto do rio Grande, próximo à cidade de Lavras – MG. Os primeiros estudos são da década de
1960; os estudos e relatórios de impacto ambiental – EIA-RIMA de 1991/1992 e, em 2003,
iniciou-se a operação comercial. Objetivou-se, nesta pesquisa, analisar toda a documentação
referente ao EIA-RIMA, para perceber como a paisagem na área de influência da usina foi
considerada antes, durante e após sua construção; objetivouse também verificar se os estudos
apontaram alternativas para o aproveitamento ou a preservação dos recursos naturais,
questionando-se sobre a relação entre os benefícios da geração de energia elétrica e os
conseqüentes danos ambientais. Os resultados conduziram a uma análise temporal com três
estágios de transformação da paisagem: dos primórdios da ocupação antrópica até a época do
EIA-RIMA; modificações durante a construção e enchimento da barragem e o surgimento de novas
paisagens após a construção da usina.

Infra-estrutura verde: uma estratégia paisagística para a água urbana


Nathaniel S. Cormier, Paulo Renato Mesquita Pellegrino

Este artigo apresenta as diversas tipologias de espaços tratados paisagisticamente, as quais estão
sendo aplicadas como parte da infra-estrutura verde das principais cidades dos
estados americanos de Oregon e Washington, bem como na província canadense da Colúmbia
Britânica. Em cidades como Seattle e Portland, o paisagismo urbano está cada vez mais sendo
visto além de mero embelezamento das cidades, e, de forma pioneira, como parte de uma rede de
espaços abertos em que tecnologias de alto desempenho passam a contribuir decisivamente para
a solução dos problemas associados à água, ao clima e à ecologia urbana, bem como na
criação de uma imagem local e de espaços públicos mais estimulantes e sustentáveis.

O SIG como ferramenta de análise da paisagem: o caso do mangue no bairro de São Domingos
em Ilhéus-BA
Olga Maria Góes de Oliveira, Rita Dione Araújo Cunha
Dentre as paisagens naturais em regiões litorâneas, os mangues representam um tipo de
ecossistema freqüentemente invadido pelas ações antrópicas dentro de áreas urbanas. As técnicas
de SIG (Sistemas de Informações Geográficas) surgem como elementos importantes na detecção
de problemas e análise da ocupação do solo urbano bem como das transformações da paisagem.
Este artigo apresenta um exemplo de utilização de SIG em relação à ocupação de áreas verdes de
mangue em Ilhéus - BA, visando estudar um bairro específico da cidade, onde a transformação da
paisagem sofreu um forte impacto nas últimas décadas.

Rio Tamanduateí - nascente à foz: percepções da paisagem e processos participativos


Daniela Ramalho

Este artigo foi baseado na dissertação de mestrado defendida na FAU-USP e busca a contribuição
do arquiteto paisagista na preservação das Paisagens Fluviais Urbanas. A metodologia adotada foi
a pesquisa-ação, a qual norteou um embasamento teórico e empírico que resultou na aplicação de
oficinas em representantes das comunidades envolvidas, além de representantes dos setores
públicos, privados, não-governamentais e instituições de ensino. Os produtos resultantes das
oficinas foram dois projetos de paisagismo em áreas públicas e um vídeo documentário com o
registro de todo o processo participativo de percepção e ação na preservação das paisagens
fluviais da nascente à foz do Rio Tamanduateí.

A natureza pode modelar a cidade?


Jorge Rebollo Squera, Alina G. Santiago

Com a consolidação da questão ambiental no planejamento regional e urbano constata-se a


necessidade de integrar as propostas de desenvolvimento, com instrumentos de ordenamento
territorial que levem em consideração os condicionantes e a sustentabilidade dos recursos
naturais. A legislação brasileira, a partir da Constituição Federal de 1988, definiu o ordenamento
territorial como parte integrante de toda política de desenvolvimento, com ênfase na preservação
do meio ambiente. Na década de 1991-2000, o Estado de Santa Catarina desenvolveu os
programas “Zoneamento Ecológico Econômico” e “Gerenciamento Costeiro” que incorpora essa
visão integrada de desenvolvimento e ordenamento físico-territorial. Nesses programas surgem
propostas de ocupação e organização dos espaços urbanos e regionais para duas unidades
paisagísticas muito presentes no Estado: os vales e o litoral. Baseado na utilização gradativa de
densidades urbanas adequadas à vulnerabilidade dos recursos naturais surge um novo modelo dos
volumes e espaços urbanos. Neste trabalho discutimos como os aspectos ambientais incorporados
na elaboração de planos modelam a cidade. Também, o planejamento territorial, ao atender às
condicionantes do ambiente natural, possibilitará uma ocupação mais equilibrada, com alternância
de espaços urbanizados sustentáveis e áreas de diversos graus de conservação, agrícolas, usos
especiais, dentre outras.

Observação experiencial da enseada de Botafogo, Rio de Janeiro


Paulo Afonso Rheinzgantz

Observação Incorporada da Enseada de Botafogo, Rio de Janeiro Inspirado no esgotamento do


paradigma da racionalidade que cunhou toda a trajetória da ciência nos três últimos séculos, e em
autores que buscam resgatar a presença (e a prevalência) dos valores humanos na ciência,
escrevi este artigo como uma provocação, inspirado nas impressões e análises produzidas ao
longo de uma década de experiência como morador da Enseada de Botafogo, Rio de Janeiro.
Baseado no pressuposto de Humberto Maturana e Francisco Varela – “viver é conhecer” –,
amparado pelo argumento de Boaventura Santos, Fritjof Capra e Illia Prigogine & Isabelle
Stengers e utilizando como instrumento de análise a observação incorporada, descrevo o contexto
urbano observado com a intenção de questionar a lógica ainda prevalente sobre a produção do
ambiente construído e apresento um cenário digno de um filme de ficção científica, não fossem
suas causas e atos tão reais e concretos.

Recuperação paisagística e ambiental do Vale do Rio Paúba: estudos para um plano de espaços
livres
Fabio Robba

Esse trabalho é parte da monografia final desenvolvida para o Programa de Capacitação de


Professores de Arquitetura Paisagística (IFLA/Fupam). Como um exercício de projeto de
planejamento da paisagem, buscou-se desenvolver uma proposta para um mosaico territorial para
o Vale do Rio Paúba, no município de São Sebastião, litoral norte de São Paulo. O Vale abriga um
pequeno vilarejo cuja vocação nos últimos anos tem se voltado para o turismo de veraneio, como
todas as praias que existem neste trecho da costa do Estado. No entanto, as condições
geomorfológicas do território pressupõem uma fragilidade do ecossistema que ainda não foi
considerada ao longo de sua ocupação. Atualmente, a região encontra-se em estágio intermediário
de ocupação e degradação, porém, ainda existe a possibilidade dessas condições de devastação e
impacto ambiental serem minimizadas e até certo ponto revertidas, por isso houve o interesse e a
necessidade de desenvolver o trabalho. A proposta foi pautada no desenvolvimento econômico e
social da comunidade e na busca por melhores condições ambientais, paisagísticas e sociais para
potencializar a vocação turística da região. Para tanto, foram utilizados princípios e conceitos da
Ecologia da Paisagem em sintonia com propostas de desenvolvimento econômico e integração
social.

Meios de hospedagem: indicador da atividade turística na transformação do espaço urbano de


Florianópolis
Alina Gonçalves Santiago, Luciana da Rosa Espíndola

O fenômeno do turismo, como um importante articulador e indutor do consumismo nesse período


da crescente globalização, gera paisagens valorizadas por empreendimentos. Provoca inúmeros
impactos positivos e negativos onde se desenvolve. O município de Florianópolis transformou-se
em uma importante capital turística devido o privilégio por sua localização geográfica e a
existência de inúmeros ambientes naturais ricos. A espacialização dos dados relativos aos meios
de hospedagem na Ilha de Santa Catarina, com auxilio do sistema de informação geográfica
(SIG), permite compreender elementos indutores de transformação do espaço urbano na análise
de uso e ocupação do solo. Nos três anos base 1980, 1994 e 2004, mapeou-se o número total de
estabelecimentos, leitos e unidades habitacionais (UH’s) do município de Florianópolis. Os mapas
permitem análises e diagnósticos sobre a demanda turística em cada região e no município ao
localizar o indicador turístico meios de hospedagem. Verificam-se as regiões sob maior demanda
turística e o estágio de desenvolvimento turístico nas diversas áreas. O fenômeno turístico gera
grande número de deslocamentos e uma grande concentração de pessoas em determinados
locais. Essa disseminação dos estabelecimentos em novas áreas ocasiona uma deterioração
ambiental cada vez mais esparsa no território. Portanto, urgem definições de diretrizes e políticas
para o desenvolvimento de um turismo sustentável para todo o município de Florianópolis.

As transformações da paisagem na bacia do rio Carioca


Mônica Bahia Schlee, Nireu Oliveira Cavalcanti, Kenneth Tamminga

O objetivo deste artigo é analisar o processo de transformação da paisagem na bacia do Rio


Carioca, localizada na cidade do Rio de Janeiro e refletir sobre os principais acontecimentos e
conjunturas que delinearam a história ambiental neste vale e sobre o papel dos diferentes agentes
sócio-culturais e suas práticas na evolução desta paisagem. O processo de transformação da
paisagem que ocorreu na bacia do Rio Carioca espelha a tensão existente entre a estruturação
urbana carioca e a natureza tropical, que não se restringe a esta bacia. O Carioca testemunhou
profundas transformações, que reproduzem o que aconteceu na cidade como um todo. O histórico
Rio Carioca foi a primeira fonte de abastecimento d’água para seus habitantes e uma referência
paisagística significativa na apropriação, controle e ocupação deste trecho do território carioca.
Converteu-se em vetor de expansão urbana em direção às encostas desta bacia, ao longo do
caminho das suas águas, e exerceu também um papel importante na regeneração da floresta
Atlântica nas encostas do Maciço da Tijuca. Hoje encontra-se à margem da vida da cidade,
escondido de seus habitantes.

Uso de geotecnologias para mapeamento de áreas inundáveis em zonas urbanas: estudo de caso
da zona urbana de Pelotas/RS
Cláudio Santos da Silva, Sonia Afonso

Este trabalho tem como objeto de estudo a zona urbana do município de Pelotas-RS. Realiza a
organização de dados referentes ao relevo natural do município relacionando-os com a drenagem
urbana, a fim de identificar áreas de risco internas ao perímetro urbano suscetíveis a inundações.
Visa, com isso, minimizar a carência de informações referentes ao tema e subsidiar a construção
de um instrumento orientador para uso e ocupação do solo, além de utilidades educativas. Por
meio de recursos de sensoriamento remoto e geoprocessamento foram identificadas as áreas de
risco, constituindo importante instrumento para definição de áreas de expansão urbana,
localização de equipamentos e atividades poluentes. Os resultados apresentados com recursos de
simulação digital verificam que aproximadamente 37,5% do território urbano encontra-se em
cotas abaixo de 5 metros e próximos a cursos d’água, oferecendo risco de inundação. Isso vem
demonstrar a relevância de diagnósticos mais aprofundados sobre drenagem urbana
instrumentalizando melhor as atividades de planejamento de uso e ocupação do solo. A utilização
prática do método de identificação e mapeamento demonstra a sua aplicabilidade a outros
municípios.

Urbanização e inundação: conflitos e possibilidades


Claudio Santos da Silva, Alina Santiago

A urbanização de um determinado território pode trazer consigo efeitos indesejáveis, considerados


prejudiciais à população se comparados às alterações sofridas em seu ciclo hidrológico por
conseqüência do modelo de desenvolvimento urbano implantado. Neste artigo são apresentadas
as inter-relações entre a urbanização e a ocorrência de inundações, visando o destaque de alguns
aspectos que venham a contribuir para a adoção de medidas que possam minimizar os graves
impactos da ação das águas nas cidades decorrentes do processo de desenvolvimento urbano.
Neste sentido, pode-se concluir que, conforme o modelo de urbanização adotado, podem ser
amenizadas ou acentuadas as inundações em uma determinada bacia hidrográfica. A intensidade
dos riscos de inundações à população está diretamente relacionada à maneira como é ocupado o
território: maior o risco de ocorrência quanto maiores forem as modificações das características
naturais da bacia. Os níveis de impactos sobre o regime de escoamentos se dará através dos
modos de urbanização das bacias hidrográficas, onde impermeabilização e canalização são
parâmetros essenciais que devem ser observados. A consideração da bacia hidrográfica como
unidade de gestão, como prevê a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei Federal n°9433/97,
conhecida como Lei das Águas), bem como a adoção de instrumentos que visem o controle efetivo
das ocupações e usos do solo, no conjunto do território da bacia e não apenas nas intervenções
setorizadas, passam a ser elementos fundamentais para a prevenção da ocorrência de inundações,
que têm sido tão freqüentes nas cidades brasileiras.

A paisagem das águas: a percepção dos usuários como subsídios para a elaboração de diretrizes
urbanísticas para as margens dos rios Poti e Parnaíba e seu entorno (Teresina-PI)
Karenina Cardoso Matos, Maísa Dutra Veloso

Partindo do pressuposto de que as águas têm grande poder de atração sobre as cidades e seus
usuários, a pesquisa busca analisar as relações entre a paisagem das águas e
Teresina, considerando quatro eixos conceituais: a paisagem das águas, a percepção dos usuários,
os rios como linhas de força e a força de atração através dos elementos naturais, construídos
e simbólicos da paisagem. Os eixos estruturadores permitiram a leitura dos cenários, conforme a
área delimitada que compreende os dois núcleos originais da cidade: o bairro Poti Velho e o centro
de Teresina, de modo a descortinar aspectos visíveis e/ou não visíveis, valorizados ou não, com
vistas a proporcionar subsídios para a formulação de diretrizes e intervenções de planejamento
urbano de Teresina, especificamente na região ora em estudo. Os elementos foram revelados de
tal forma que caracterizam, hoje, a desvalorização dos rios diante das condições paisagísticas,
geográficas, econômicas, culturais e ambientais analisadas; potencialidades existem, entraves e
ameaças também são verificadas quanto à estrutura paisagística e à qualidade de vida da
população ribeirinha; encontros e desencontros são percebidos na paisagem das águas.
Entretanto, espera-se que este trabalho constitua um referencial a ser utilizado nas propostas de
políticas públicas de urbanização da cidade viabilizando o reencontro de Teresina com seus rios a
partir da percepção dos elementos que contextualizam a sustentabilidade adequada ao homem e
ao ambiente em toda a sua plenitude de viver.

As paisagens do rio Capibaribe no século XIX e suas representações


Vera Mayrinck Melo

Este texto enfoca a formação das paisagens do rio Capibaribe durante o século XIX, através das
representações feitas pelos viajantes nos seus relatos. Este período foi marcado por
grandes transformações nas paisagens do Recife e do rio Capibaribe, que aqui serão narradas de
forma conjunta, considerando que esse rio contribuiu como elemento marcante na construção e
estruturação dessa cidade. A inter-relação de ambos não ocorre apenas por serem uma unidade
geográfica, mas por estarem vinculados por fatores, histórico, econômico e social. As
transformações decorrentes da ação do homem ao longo desse período histórico, num processo de
construção social, resultaram em paisagens repletas de significados. É através das representações
retratadas nas iconografias e nos relatos desses viajantes, que se constituem produtos culturais,
que ficará evidenciado a formação destas paisagens e o seu significado para aqueles que a
construíram, vivenciaram e usufruíram neste período.

Apropriação e identidade da paisagem cultural: parque do aterro do Flamengo (RJ)


Inês El-Jaick Andrade

Diferentes dimensões de significação cultural devem ser consideradas para a identificação do valor
de um determinado bem patrimonial. A sua identidade é conseqüência de elementos tanto
materiais como imateriais. O objetivo deste artigo é estudar o processo de apropriação e a
identidade coletiva do patrimônio urbano representado pelo Parque do Aterro do Flamengo,
localizado na cidade do Rio de Janeiro.

A água e os rios na cidade: elementos para o projeto ecológico da paisagem


Iraúna Bonilha

Em muitas cidades, a descarga de esgotos em corpos d’água e a ocupação de margens de rios e


baixadas alagadiças geraram degradação ambiental e conflitos de uso, além de obstruírem o
acesso público às orlas e o seu aproveitamento como espaços livres. Por serem recursos
de múltipla utilidade, e, ao mesmo tempo, elementos dinâmicos da paisagem, os rios
reservam problemas e potencialidades específicas para o planejamento urbano e o projeto
ecológico da paisagem.

As permanências na paisagem : os fundos de vale em Bauru


Norma Regina Truppel Constantino

A relação do homem com a paisagem está fortemente presente desde o início da história
registrada da cidade de Bauru. Os fundos de vale coincidiam com os limites das antigas fazendas
dos pioneiros da região. A posterior subdivisão em glebas e o loteamento destas áreas irão
influenciar na conformação urbana. A legislação urbanística implicará na formação da paisagem
que se desenha e se redesenha continuamente.

Projeto do parque da orla do Fundão: experimentação e ensino na FAU/RJ


Maria Angela Dias, Vera Regina Tângari, Flávia Amorim

Esse artigo apresenta a proposta para o Parque da Orla do Fundão, elaborado pelo
Escritório Técnico da Universidade em parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU
através de um projeto de extensão, a ser implantado no Campus da Universidade Federal do Rio
de Janeiro-UFRJ, localizado junto à Baía da Guanabara. São descritas a fundamentação teórica
e metodológica, utilizadas para o projeto, pautando-se em visões integradas: o aporte técnico,
o aporte acadêmico e o aporte da comunidade de usuários, através de uma leitura participativa, e
nos diversos níveis de análise espacial que permeia a intervenção: a escala metropolitana, a
escala urbana e a escala local. São também discutidos os métodos de capacitação,
análise,interpretação e desenvolvimento projetual do espaço proposto para o parque, destacando-
se o perfil de tratamento paisagístico e a forma de integração com os demais usos existentes
e previstos. O caráter diferencial desta experiência reside na possibilidade de conciliar as
atividades de ensino, pesquisa e extensão e de aplicar métodos de desenho participativo a um
projeto de importante significado na escala da cidade.

Traçados e projetos na paisagem de Porto de Galinhas


Juliana Bandeira de Arruda, Maria José de Lacerda Bezerra, Nelcy Magdala Santos, Ana Rita Sá
Carneiro

O presente texto vem contribuir para a interpretação do conteúdo da paisagem urbana através da
análise do traçado de Porto de Galinhas, região localizada no litoral de Pernambuco. O objetivo
principal é discutir a morfologia da paisagem através do traçado do loteamento Recanto de Porto
de Galinhas I, II e III, considerando principalmente como a forma do traçado repercutiu no uso
nos espaços públicos. Assim, essa análise focalizou o traçado deste loteamento
mostrando diferentes arranjos na relação dos traçados formadores dos principais espaços livres
públicos existentes: a faixa de praia e a praça.

CADERNOS METRÓPOLE
2015 v. 17, n. 33 (2015): águas urbanas

- Da lama ao caos: um estuário chamado Baía de Guanabara Maria Angélica Maciel Costa

O objetivo deste artigo é analisar os “fluxos da água” na metrópole fluminense, as relações


desiguais de poder envolvidas na gestão bem como a consequência dessa situação em áreas
periféricas. Para tanto, lançamos mão de revisão bibliográfica, entrevista com gestores,
usuários de água e representantes da sociedade civil; além de uma análise do “Cadastro de
Usuários de Água”, disponibilizado pelo órgão gestor. Verifica-se que no contexto de mutações
sociais e espaciais ligadas à industrialização e aos investimentos vultosos para uma (nova)
despoluição da Baía de Guanabara, a garantia de acesso à água, bem como o tratamento dado
aos usuários, continua a variar de forma expressiva na metrópole fluminense.

- Belém do Pará: cidade e água Juliano Pamplona Ximenes Ponte


O artigo aborda o caso da cidade de Belém, Pará, local onde a rede hidrográfica representou,
historicamente, relação estreita entre desenvolvimento urbano e aproveitamento da rede hídrica
regional. A partir de casos históricos da cidade, e de fenômenos contemporâneos de urbanização
nas proximidades da água (rios, baía, estuário), nota-se a dimensão da água na cidade enquanto
paisagem, veículo, substância e recurso; em paralelo, os waterfronts, os portos modernizados, a
engenharia ambiental e a gestão de águas apresentam fatores de aprofundamento de vetos no
acesso à água e ao ambiente urbano em geral, apesar das diretrizes da política ambiental atual.

2008 n. 20 (2008)
- Urbanização em áreas de mananciais hídricos: estudo de caso em Piraquara, Paraná Patrícia
Costa Pellizzaro, Letícia Peret Antunes Hardt, Harry Alberto Bollmann, Carlos Hardt
Diante da temática, cidade e meio ambiente, o trabalho integra aspectos relacionados ao uso do
solo e à qualidade hídrica, adotando o município de Piraquara, Paraná, como estudo de caso.
Partindo-se do estabelecimento do referencial teórico sobre o tema, é analisada a evolução do uso
e ocupação do solo e dos padrões qualitativos da água – por meio do Índice de Qualidade das
Águas (IQA), constatando-se que as sub-bacias com melhores resultados correspondem àquelas
com baixa interferência antrópica. Dessa forma, conclui-se que a adoção de critérios adequados
para o ordenamento territorial constitui importante ferramenta para o processo de planejamento e
gestão – urbana, regional e ambiental –, em especial para a conservação de áreas de mananciais
hídricos de abastecimento público.

Revista Ambiente Construído


Vol 17, No 3 (2017)
- Cais Mauá: percepção dos usuários da cidade, diretrizes e o projeto de revitalização para a área
Fabiana Bugs Antocheviz, Antônio Tarcísio da luz Reis, Lucienne Rossi Lopes Limberger

Este artigo tem como objetivo analisar a percepção e a frequência de uso do Cais
Mauá, uma área portuária desativada, por parte de três grupos de usuários da cidade
de Porto Alegre, identificando os aspectos positivos e negativos percebidos por esses
grupos. Ainda, é investigada a relação entre a percepção desses usuários, as
diretrizes de intervenção para a orla elaboradas pela Prefeitura de Porto Alegre e
pelos pesquisadores, e o projeto de revitalização proposto para esse setor da orla do
Guaíba. A coleta de dados consistiu na aplicação de questionários via internet aos
três grupos de usuários, nomeadamente arquitetos, não arquitetos com formação
universitária e aqueles sem formação universitária. Os resultados possibilitam
verificar a importância dessa área urbana no contexto da cidade, confirmando a
relevância da percepção dos usuários da cidade na elaboração de diretrizes e no
desenvolvimento de projetos de intervenção urbana.

Vol 16, No 4 (2016)


- Potencial e avaliação de uma aplicação PPSIG sobre a orla do Guaíba em Porto Alegre Geisa
Tamara Bugs, Antônio Tarcísio da Luz Reis
O objetivo deste artigo é testar, na realidade brasileira, o potencial da participação
pública com sistemas de informação geográfica (PPSIG) para identificar as
percepções dos participantes quanto às preferências, aos usos futuros, à
acessibilidade e às melhorias a serem realizadas, hipoteticamente, na Orla do Guaíba
em Porto Alegre, RS. Adicionalmente, a PPSIG é avaliada por esses participantes. A
PPSIG possibilita que o público produza dados espaciais que representam a sua
percepção do ambiente em questão. A metodologia inclui a utilização do SoftGIS,
desenvolvido na Finlândia e customizado para o presente experimento através de
uma interface do tipo faça você mesmo. A amostra total foi de 156 participantes que
utilizaram o mapa on-line interativo, marcando 3.366 lugares válidos. Destes, 109
avaliaram a PPSIG. A análise dos dados espaciais se baseou na agregação espacial
para delinear áreas de concentração, através dos mapas de calor. Os dados do
questionário de avaliação da PPSIG Orla do Guaíba foram analisados conforme as
frequências das respostas com relação às categorias consideradas em cada variável.
Os resultados evidenciam o potencial da PPSIG para identificar as percepções dos
participantes, assim como a sua avaliação satisfatória, não tendo sido encontradas
maiores dificuldades para sua utilização.

REVISTA PÓS-USP
v. 24, n. 43 (2017)
- Onde o mar se arrebenta nasce uma paisagem: Recife, a Calçada do Mar Fábio Christiano
Cavalcanti Gonçalves, Flora Oliveira de Souza Cardoso, Leonardo Brasil Mendes, Ana Rita Sá
Carneiro, Lúcia Maria de Siqueira Cavalcanti Veras
O presente artigo trata da paisagem da Calçada do Mar, referente ao alinhamento rochoso
sedimentológico denominado arrecifes, situado na costa marítima da cidade do Recife
(Pernambuco, Brasil). O propósito do estudo é compreender a significação sociocultural da
paisagem em questão, fortemente associada ao nascimento e crescimento desta urbe. A fim
alcançar tal objetivo, desenvolve-se uma análise reflexiva sobre a noção de paisagem a partir de
uma abordagem fenomenológica, associada à observação e à experiência direta no espaço. Nessa
perspectiva, também é discutida a relação entre natureza-sujeito e natureza-objeto da Calçada do
Mar, na forma como ela tem sido objetificada e subjetivada na cidade. A conclusão aponta que, na
história de formação do Recife, a Calçada do Mar se apresenta como um mito fundacional, no
duplo sentido de gênese topológica e referencial imagético e também que, atualmente, por meio
da experiência direta no espaço que a conforma, sua significação é potencialmente revelada na
paisagem.

v. 19, n. 31 (2012)

- Brejos, vielas, escadas: um bairro-jardim e suas águas Vladimir Bartalini


O artigo versa sobre as feições paisagísticas associadas à presença da água no Jardim Felicidade,
um bairro-jardim projetado pelo urbanista Jorge de Macedo Vieira, no início da década de 1960,
na margem direita do ribeirão Pirituba, São Paulo. Os espaços livres relacionados à presença da
água, os dispositivos projetados para seu escoamento, as posteriores ocultações de córregos e
drenagens de brejos são o foco de interesse deste estudo.

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