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Universidade do Estado de Santa Catarina

Departamento de Engenharia Elétrica


Curso de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica

AULAS 01-02

1.1 Princípios da conversão eletromecânica da energia


(Revisão sobre Máquinas Elétricas Rotativas CA)

DINÂMICA DE MÁQUINAS ELÉTRICAS


(DME)

Prof. Ademir Nied


ademir.nied@udesc.br
Unidade 1 - Revisão

Energia Usina Transmissão e Eletrônica de Uso Final


primária (conversão) Distribuição Potência (conversão)

Solar(PV)
Fossil Acionamentos Elétricos Industriais
Nuclear Térmica Mecânica Elétrica Elétrica Mecânica 60%
Solar

Hidro Elétrica
Eólica Térmica
Química

Vantagens da conversão elétrica:


• Geração com alta eficiência;
• Transporte com baixas perdas, distribuição simples e custo aceitável;
• Conversão: facilidade e flexibilidade

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Unidade 1 - Revisão

Conceitos de Energia e Potência:

W  F.. cos()
Trabalho:
Unidade: 1 J (joule) = 1 N.m

Energia:
• “Capacidade de realizar trabalho”
• unidades: 1 J (joule) = 1 W.s (watt.segundo)
• Energia elétrica:
 unidades: 1 kWh (kilo watt-hora) = 3,6.106 J
• Energia mecânica:
 energia cinética Ecin  12 mv 2  12 I .w2 ; I  Momento de Inércia
 energia potencial E  mgh
pot
• Energia térmica:
 unidades: 1 cal (caloria) = 4,186 J
 1 BTU (unidade térmica inglesa) = 1,055.10 3 J

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Unidade 1 - Revisão

Potência:
• “taxa de variação do trabalho executado”; W E
• unidades: 1 W (watt) = 1 J/s (joule/segundo); P 
t t
• outras unidades: 1 hp (horse-power) = 745,7 W;
• Potência elétrica:
 Potência ativa (P): é a taxa de variação da energia elétrica (W ou kW ou MW);
 Potência reativa (Q): está associada a energias armazenadas em campos elétricos
ou magnéticos. Não realiza trabalho!!!!!!! (VAr ou kVAr ou MVAr);
 Potência aparente (S): é o efeito combinado da circulação de potência ativa e de
potência reativa em um circuito elétrico (VA ou kVA ou MVA);
 Sistemas Monofásicos Sistemas Trifásicos

S  P2  Q2 S  P2  Q2
S  V.I S  3.Vlinha .I linha  3.Vfase .I fase
P  V.I. cos  P  3.Vlinha .I linha cos   3.Vfase .I fase cos 
Q  V.I. sen 
Q  3.Vlinha .I linha sen   3.Vfase .I fase sen 

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Unidade 1 - Revisão

Histórico:
•1820: descoberta do efeito magnético da corrente elétrica (Oersted)
•1831: descoberta da indução magnética por Faraday
•1864: Maxwell estabelece as bases da teoria eletromagnética
•1890: as principais formas de máquinas elétricas são inventadas e o
período até 1950 se caracteriza por intensa pesquisa industrial

Estruturas atuais de máquinas elétricas:


– máquinas síncronas: geração de energia elétrica
– máquinas síncronas de ímãs permanentes: servomotores
– máquinas assíncronas ou de indução: emprego amplo como motores e
como geradores eólicos
– máquinas c.c.: uso como motor em acionamentos de alto desempenho
– motores monofásicos a comutador: eletrodomésticos
– motores de passo: como servoacionadores
– outras estruturas especiais: lineares, relutância chaveada, etc.

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Unidade 1 - Revisão

Tanto geradores como motores usam a interação entre condutores em


movimento e campos magnéticos (ou vice-versa)

GERADORES  convertem energia mecânica em energia elétrica


produzindo correntes em condutores que giram através de um campo
magnético

MOTORES  convertem energia elétrica em energia mecânica


quando condutores que conduzem corrente são obrigados a girar por
um campo magnético

Assim, desde que haja movimento relativo entre condutor e


campo magnético há produção de eletricidade

A tensão obtida é conhecida como tensão induzida ou f.e.m.


induzida e o processo para obtê-la é chamado indução

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Unidade 1 - Revisão

d
e  N (V )
dt
 = permeabilidade magnética do meio
  HS H = intensidade de campo
S = secção da bobina

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Unidade 1 - Revisão

  HS cos     cos     cos wt



e  Nw sen wt  Emáx sen wt  Emáx cos( wt  )
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E  4,44 Nf (valor eficaz)

Portanto, o valor da tensão induzida depende dos seguintes fatores:


Velocidade do condutor no campo magnético
Intensidade do campo magnético
Número de espiras
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Unidade 1 - Revisão

Programa:

- Princípio de geração em corrente alternada monofásica

acgera.exe

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Unidade 1 - Revisão

Motores c.a.: Motores c.c.:


Monofásicos Excitação independente
Indução Excitação série
Rotor gaiola Excitação composta (aditiva/subtrativa)
Fase dividida Imã permanente
Capacitor de partida
Capacitor permanente
Capacitor de 2 valores
Pólos sombreados
Rotor bobinado
Repulsão
Síncronos
Histerese
Relutância
Trifásicos
Indução
Rotor gaiola
Rotor bobinado
Síncronos
Imã permanente
Pólos salientes
Pólos lisos
Universais

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Unidade 1 - Revisão

Máquinas Síncronas

As máquinas síncronas polifásicas compõe-se,


essencialmente, de um induzido com enrolamento polifásico,
distribuído em ranhuras, excitado com correntes polifásicas e
de um indutor com enrolamento que pode ser concentrado
em uma única bobina, ou também distribuído, e excitado com
corrente contínua

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Unidade 1 - Revisão

Máquinas Síncronas

Fig. 1: Corte esquemático de uma máquina síncrona:


a) de induzido fixo e indutor rotativo; b) de induzido rotativo

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Unidade 1 - Revisão

Exemplo de um estator de uma


máquina síncrona: carcaça (acima),
estator bobinado (ao lado)

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Unidade 1 - Revisão

Exemplo de um rotor de uma


máquina síncrona de pólos lisos
(acima) e de uma máquina síncrona
de pólos salientes (ao lado)

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Unidade 1 - Revisão

Principais tipos de máquinas síncronas:

a) monofásicas e polifásicas;

b) de baixa frequência e de alta frequência;

b) bipolares e multipolares;

c) de pólos não salientes (lisos) e de pólos salientes;

d) de indutor girante e de induzido girante;

e) de excitação independente e auto-excitadas.

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Unidade 1 - Revisão

Pólos lisos e pólos salientes

Alta velocidade; 2 ou 4 pólos Baixa velocidade; muitos pólos

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Unidade 1 - Revisão

Diagrama esquemático da excitação independente (esquerda)


e auto-excitação (direita)

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Unidade 1 - Revisão

Vista em detalhe das escovas e porta


escovas usadas na excitação
independenta (acima) e da ponte
retificadora de diodos usada na auto-
excitação (ao lado)
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Unidade 1 - Revisão

Fig. 2 - Diagrama esquemático de um gerador síncrono, pólos


salientes, monofásico, dois pólos
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Unidade 1 - Revisão

Fig. 3 - a) Distribuição espacial da densidade de fluxo;


b) Onda correspondente da tensão gerada

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Unidade 1 - Revisão

Fig. 4 - Diagrama esquemático de um gerador síncrono, de pólos


salientes, monofásico, quatro pólos
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Unidade 1 - Revisão

Fig. 5 - Distribuição espacial da densidade de fluxo do gerador


síncrono de quatro pólos

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Unidade 1 - Revisão

Fig. 7 - Diagrama esquemático de geradores trifásicos:


a) dois pólos, um enrolamento por fase
b) quatro pólos, dois enrolamentos por fase
c) conexão estrela dos enrolamentos

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Unidade 1 - Revisão

Máquinas Assíncronas

A diferença fundamental entre a máquina síncrona e assíncrona


polifásica, é que esta última possui, tanto no estator quanto no
rotor, enrolamentos polifásicos excitados com correntes
polifásicas, mesmo que numa das partes essas correntes sejam
conseguidas por indução da outra parte. O caso mais comum é
o enrolamento do estator ligado a uma fonte de tensão trifásica
e o rotor excitado por indução do estator. É comum
denominarem-se as partes (estator e rotor) de primário e
secundário, por analogia com os transformadores
(transformador de rotor girante)

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Unidade 1 - Revisão

Máquinas Assíncronas

Fig. 8 - Corte esquemático de um motor assíncrono de rotor bobinado:


a) estator; b) rotor

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Unidade 1 - Revisão

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Unidade 1 - Revisão

Fig. 9 - Curva característica da rotação (porcentagem) versus torque


do motor de indução

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Unidade 1 - Revisão

O estator possui enrolamentos trifásicos (ou monofásicos) alojados


e distribuídos em ranhuras na parte interna do núcleo do estator.
O número de terminais dos enrolamentos varia de acordo com o
tipo de enrolamento que se está considerando.

Os aspectos construtivos do rotor são de extrema importância, pois


nele concentram-se as principais características que influenciam
no torque de partida desenvolvido pelo motor assíncrono.

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Unidade 1 - Revisão

Rotor gaiola de esquilo


O rotor de gaiola de esquilo é o tipo mais utilizado. É constituído de
chapas de aço magnético com barras condutoras espaçadas entre si,
situadas na circunferência das chapas magnéticas. Estas barras
condutoras são eletricamente e mecanicamente conectadas a anéis nas
suas extremidades. Esta forma de construção ajuda a reduzir as
vibrações mecânicas e os ruídos audíveis. As barras condutoras e as
chapas magnéticas constituem um único bloco mecânico, extremamente
robusto e compacto.

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Unidade 1 - Revisão

Rotor gaiola de esquilo


As barras condutoras ao serem curto-circuitadas em suas
extremidades, pelos anéis condutores, formam um objeto parecido
com uma gaiola de esquilo, o que dá o nome a este tipo de rotor.

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Unidade 1 - Revisão

Rotor gaiola de esquilo – material das barras condutoras

A grande maioria dos fabricantes de motores de indução tem


trocado as barras de cobre pela utilização de barras de alumínio,
fundindo assim as barras condutoras e os anéis de curto em uma
peça única. Esta tendência tem apresentado grande crescimento,
mesmo para motores de grande porte, principalmente, devido ao
crescente aumento do custo do cobre a partir do ano de 2000.

O cobre tem a vantagem de minimizar as perdas, porém o alumínio


é a melhor opção pois tem como vantagens: menor custo e
facilidade de fabricação.

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Unidade 1 - Revisão

Rotor gaiola de esquilo – formato das barras condutoras

As barras condutoras variam de formato conforme o tipo de curva


de torque de partida que os motores deverão proporcionar. A grande
variedade de formatos das barras condutoras existentes tornou-se
possível, principalmente, através da utilização do alumínio na
fabricação dos rotores. As barras de cobre também podem ser
moldadas, porém, os processos de fabricação são caros e
dispendiosos.

O formato das barras condutoras tem grande influência no


desempenho do motor, especialmente durante o processo de
partida. Este fenômeno é conhecido como skin effect, ou efeito
pelicular, o qual causa um deslocamento da corrente para o topo
da barra durante a partida.
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Unidade 1 - Revisão

Rotor gaiola de esquilo – formato das barras condutoras

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Unidade 1 - Revisão

Rotor bobinado

O rotor bobinado tem seu uso mais restrito devido ao alto custo de
construção e manutenção. É utilizado no método de partida através
da variação da resistência rotórica e as bobinas do rotor são
disponibilizadas para conexão externa através de escovas.

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Unidade 1 - Revisão

Curvas características da máquina de indução trifásica

Curvas de (corrente, conjugado, potência) x escorregamento para a


operação como motor, gerador e freio

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Unidade 1 - Revisão

Efeito da variação da resistência de rotor bobinado

Característica do conjugado x (escorregamento, velocidade) para quatro


valores diferentes de resistância de rotor
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Unidade 1 - Revisão

Efeito da variação da resistência de rotor gaiola

Característica do conjugado x velocidade para variação da resistência de


rotor em função da variação da velocidade

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Unidade 1 - Revisão

Barras profundas

Fluxo em um rotor de barras profundas:


(a) corrente flui através da parte superior da barra onde a indutância é menor (partida);
(b) corrente flui através da parte mais profunda da barra onde a indutância é
é maior (funcionamento);
(c) representação das barras através de circuitos série-paralelo, sendo L3>L2>L1

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Unidade 1 - Revisão

Dupla gaiola

Seção transversal da dupla gaiola

Chapas magnéticas de um rotor de dupla gaiola

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Unidade 1 - Revisão

Variação da impedância rotórica através da variação do


formato da secção transversal das barras condutoras do
rotor

Chapas magnéticas de um
rotor de dupla gaiola:
(a)Rotor com barras
puntiformes;
(b)Rotor com barras
profundas;
(c)Rotor com dupla gaiola

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Unidade 1 - Revisão

Curvas padrão de torque

Conforme ABNT-
NBR17094-1:2008
(Associação Brasileira
de Normas Técnicas)

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Unidade 1 - Revisão

Produção do campo girante em enrolamentos trifásicos

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Unidade 1 - Revisão

Demonstrar a existência de um campo girante gerado por um


enrolamento trifásico de um motor de indução:

Vídeo demonstração campo girante.mp4


+
CampoLT.exe

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