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Madeiras

Encontrei esta matéria bem interessante na internet, e resolvi criar esta página para que
você possa tirar algumas dúvidas sobre as principais madeiras utilizadas em
instrumentos musicais. Vamos lá…

Maple, Spruce, Poplar

… se você entende um pouco de instrumentos musicais já deve ter se deparado


com esses nomes. Mas se você não conhece todos eles (e nem tem obrigação disso,
diga-se de passagem), esta página irá te ajudar. Missão: apresentar as principais
madeiras utilizadas na fabricação de um instrumento de cordas.

Antes de mais nada, é importante dizer que a madeira utilizada na fabricação de um


instrumento é responsável por grande parte das suas características sonoras (como
o timbre e o sustain) e claro, pelas características estéticas. É interessante notar que a
madeira tem funções diferentes, dependendo da área em que será utilizada (tampo,
laterais, braço, escala, fundo).

Vale lembrar que as principais madeiras usadas não representam todos os aspectos
tonais do instrumento.Design, perícia do fabricante ou do luthier e qualidade de
cada peça da madeira utilizada também são fatores importantes. Dito isso, já
podemos falar um pouco sobre cada tipo de madeira.

Esta madeira norte-americana, de baixa densidade, é a


mais utilizada hoje em dia para a fabricação do tampo, e o Sitka é a espécie mais
comum. Sua alta rigidez, combinada com características macias e leves, faz com que
soe naturalmente com uma alta velocidade de som.
Mesmo sendo tocado com força, essa madeira consegue soar com clareza, o que faz do
Sitka uma excelente escolha para músicos cujo estilo exige uma resposta dinâmica
ampla e um tom mais robusto. Por outro lado, a falta de uma tonalidade mais complexa
faz com que Sitka soe um pouco fino aos leves toques, mas claro que tudo depende do
desenho do instrumento e das demais madeiras envolvidas.
O Ovangkol é uma madeira original da África
Ocidental. Normalmente, sua coloração vai do amarelo-marrom a marrom-escuro e
possui listras que vão do cinza ao quase preto. A diversidade de Ovangkol e padrão de
grão assemelham ao jacarandá da Índia oriental. Ele também compartilha algumas
características com tons rosa, mas ostenta o “brilho” vivo encontrada em madeiras de
média densidade, tais como o mogno, nogueira e koa.
Apesar de ser largamente utilizado em luthierias, o Ovangkol é uma madeira bastante
exótica. Ela concebe timbres mais cheios e envolventes, corrigindo um pouco o déficit
dos “médios” de outros violões Folk.

A Koa é uma madeira original do Hawaii, que parece


estar em extinção, e por isso é mais cara e difícil de encontrar. Essa madeira, de média
densidade, é muito usada em tampos, fundos e laterais de instrumentos acústicos. Tem
desenho exótico, mas discreto, com uma coloração variando do rosa alaranjado até o
marrom avermelhado.
É uma espécie de prima rica (em todos os sentidos) do mogno. Ela tem sido cada vez
mais usada pelo pessoal fingerstile (cordas de aço) por causa da boa definição sem ser
seco demais.
A Ash é uma madeira dura, porosa e de densidade
média, mas muito bonita e com um som brilhante. Existem o Light Ash ou Swamp Ash,
que é mais leve e tem um som menos encorpado, sendo que as fábricas preferem essa
madeira ao Ash convencional, para que o instrumento não cause dor de coluna nos
músicos.
Um instrumento com corpo feito em Ash é certamente mais pesado do que um em
Alder, característica que favorece os médios e agudos. Esta madeira foi usada nas
primeiras stratos e nas teles da marca FENDER.

A Poplar é uma madeira fibrosa, densa, mas bastante leve


e extraordinariamente ressonante. Quando usada em instrumentos de corpos sólidos,
como em uma guitarra, possui um som muito nítido. Conhecida como tulipeiro, yellow
poplar ou tulip wood, é uma madeira boa para quem gosta de um som mais limpo.

A Alder (ou amieiro, em português) possui um timbre


caracteristicamente mais agudo, alta velocidade de propagação do som e
bom sustain. Ela é uma madeira de baixa densidade muito utilizada na construção de
corpos de guitarras sólidas, e tem como característica sonora um som mais aveludado
com grave bastante profundo. Muitos músicos não gostam da sua aparência estética,
mas concordam que ela favorece os médios e agudos. Muito versátil, a Alder fica boa
com todos tipos de captadores.

O Basswood é uma madeira de baixa densidade, muito


leve, estável e de timbre médio, muito utilizado na construção de corpos e braços de
guitarras e contrabaixos, principalmente pelas suas excelentes respostas aos tons graves.
Ela tem ataque moderado, um sustain incrível e resolução sonora perfeita; ótima para
rock em volumes elevadíssimos, ajudando a não perder a resolução mesmo em altos
volumes.
É uma madeira de fácil reflorestamento, que resulta em um bom custo-benefício. Não é
ruim, como muitos pensam ser: o problema é que existe muito compensado de
Basswood confundindo os menos entendidos.

O Cedro é uma madeira de média a baixa densidade, de


fácil manuseio e bomsustain. Ela é muito estável, com timbre mais grave e aveludado.
Utilizada na construção de corpos e braços de guitarra e baixo, reforço interno de
violão, fundo e faixa de violão ou tampo, esta madeira é esteticamente bastante similar
ao mogno, porém sua velocidade de propagação sonora é superior.

Madeira de altíssima densidade, muito sustain e alta


reflexibilidade. O ébano tem um timbre agudo e muito estável, é a madeira mais
cobiçada para escalas de instrumentos devido a sua dureza e alta resistência a
empenamentos.
Sempre foi a favorita para a confecção das escalas de instrumentos musicais devido à
sua grande dureza e resistência ao desgaste mecânico. Sua coloração negra e exótica
cria um contraste muito bonito com o prateado dos trastes. Tem variedades originárias
da África Continental, Madagascar e Índia. Atualmente, trata-se de uma madeira muito
rara, quase beirando a extinção. Por ser de alta densidade e cara, é utilizada apenas nas
escalas de instrumentos “top de linha” ou feitos por luthiers.

O jacarandá (também conhecido como rosewood) é a


madeira preferida por luthiers do mundo todo para laterais, escalas e fundo, e em casos
raros para o corpo de guitarras e baixos. Madeira de alta densidade, com muito sustain e
um timbre grave e estalado, o Jacarandá é sem dúvida a mais cobiçada em instrumentos
musicais.
Dentre os jacarandás, o mais apreciado é o baiano (nacional), graças à beleza
incomparável e de grande variedade de colorido e figura. Geralmente avermelhada com
listras negras, às vezes marrom escura ou quase preta. Suas reservas estão praticamente
extintas, mas ele ainda pode ser encontrado nas regiões de Mata Atlântica brasileira.
Sua exploração comercial está banida há vários anos.

Esta madeira tem cor clara e muito brilho natural. Sua


sonoridade é diferente dos Jacarandás, pois não é tão profunda e não tem tanta
sustentação, mas possui grande projeção e muito equilíbrio entre as frequências agudas,
médias e graves. Estável e resistente, é originária das florestas de clima temperado da
Europa e da América do Norte.
O maple é uma madeira muito utilizada na fabricação de fundos e faixas dos
instrumentos da família do violino e das guitarras archtop acústicas, tampos de violão,
braços e corpos de guitarra, devido ao desenho dos veios da madeira. Em alguns casos é
possível encontrar escalas feitas com essa madeira, embora não seja a melhor escolha,
por ser relativamente porosa, macia e clara. Portanto, se não for envernizada, a escala
poderá sujar rapidamente.

Encontrado no Paraguai, Uruguai e Argentina, o marfim é


uma madeira de grande beleza e relativamente fácil de ser encontrada nas madeireiras
do Brasil, devido à sua popularidade como material de acabamento de interiores de
residências e móveis. Sua densidade é boa e similar a dos Jacarandás, apresentando
diversos tipos de figuras e podendo ser reta ou ondulada como o maple.
Os instrumentos feitos com esta madeira têm um bom som, porém com um pouco
menos de sustentação que os de Jacarandá. Com um timbre agudo e grande resistência
mecânica, ele é muito utilizado na fabricação de braços de guitarra e baixos e filetes
decorativos. Tem boa estabilidade quando bem seca e quarteada, com uma coloração
dourada clara e um brilho muito bonito.

Madeira de alta densidade, com muito sustain, média


estabilidade, timbre grave e encorpado, além de uma grande resistência mecânica. O
mogno, também conhecido como Mahogany, é muito utilizado na fabricação de corpos
e braços de guitarras e baixos, fundo e faixa de violões.

Existe uma variedade bem grande de mogno, com texturas e influências diferentes. Mas
de forma geral, para o tampo, ele tem um forte punchy produzindo bons sustenidos e
uma velocidade de som relativamente lenta. Para o fundo e nas laterais, o mogno tem
uma velocidade relativamente alta de som, tendendo a enfatizar os graves e agudos.

O mogno brasileiro é uma madeira de comercialização proibida em face do perigo de


extinção, por isso é também uma das madeiras mais nobres e caras para a lutheria.
O marupá é uma madeira de média densidade, com
bom sustain e boa estabilidade, além de um timbre agudo e boa resistência mecânica. É
muito utilizada na fabricação de tampos, corpos de guitarra e baixos e em reforços
internos de violões, o que garante um instrumento leve. Assim como o mogno, o
marupá é uma madeira com baixa velocidade de propagação do som.

Encontrada na região norte do Brasil, é vulgarmente conhecida como caixeta, por ser
utilizada também na fabricação de caixas de feiras. Esta madeira tem a textura e as
características físicas muito parecidas com a do cedro rosa, diferindo apenas no cheiro e
na cor. Seu cheiro é bastante neutro e a cor é um branco amarelado que cria um
contraste bonito com madeiras mais claras como o mogno e o cedro. Geralmente os
instrumentos fabricados com ela são pintados pelo fato de a madeira não ser bonita.

O pau-brasil possui um sustain constante, ataque


moderado com uma boa massa sonora final. Também conhecido como pau-pernambuco,
palo brasil ou pernambuco wood, é originário da na Mata Atlântica, mais precisamente
no litoral da região nordeste e sudeste brasileira. Como é uma madeira rara,
virtualmente extinta na natureza, seu preço e uso são proibitivos.

É uma madeira adequada apenas para a confecção de arcos de violino, viola, violoncelo
e contrabaixo. Eventualmente pode ser também utilizada para a confecção de
escalas, fundo e lateral de violão e para percussão, essa madeira é melhor para
palhetadas e não tão boa para o dedilhado.

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