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DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo


Universidade Estadual de Campinas

CV812 – ESTRUTURAS DE PONTES

Prof. Dr. Gustavo Henrique Siqueira


DES-FEC-UNICAMP

PROF. GUSTAVO SIQUEIRA / PED MURILO MARQUES


Conteúdo
 Ações Permanente

 Ações Variáveis

 Forças horizontais

 Ações Excepcionais

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Ações Permanentes
 Peso próprio dos elementos estruturais;

 Carga proveniente dos elementos não estruturais: peso da


pavimentação, dos trilhos, dos dormentes, dos lastros dos
revestimentos, das defensas, dos guarda-rodas, dos guarda-corpos;

 Empuxo de terra e água;

 Protensão;

 Deformação imposta (fluência e retração do concreto e deslocamentos de


apoios.

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Ações Permanentes
Peso próprio dos elementos estruturais
 Pontes Metálica ou Madeira  formulas empíricas

 Concreto armado ou protendido


 Esboça o anteprojeto, fixando as dimensões (pré-dimensionamento);
 Calcula o peso próprio a partir do volume adotado;
 Caso a diferença entre o adotado e o final for superior a 5% deve-se refazer os cálculos
com a nova seção.

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Ações Permanentes
Peso próprio dos elementos não estruturais
 Pavimentação
 Considerar peso da pavimentação
 Prever eventual recapeamento
 Carga adicional de 2 kN/m²
 Peso específico  mínimo de 24 kN/m3

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Ações Permanentes
Lastro ferroviário, trilhos e dormentes
 Considerar espaço limitado pelo guarda-lastro preenchido;

 Cargas referente aos dormentes, trilhos e acessórios  8 kN/m por via;


 Peso especifíco do material de enchimento  18 kN/m³

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Ações Permanentes
Empuxo de terra
 Determinados de acordo com os príncipios da Mecânica dos Solos:
 Natureza do empuxo (ativo, passivo ou de repouso);
 Características do terreno;
 Inclinações do talude;
 Etc…

 Como simplificação
 Solo sem coesão;
 Não há atrito entre o solo e a estrutura;

 Peso específico mínimo  18 kN/m³;


 Ângulo de atrito interno máximo  30º

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Ações Permanentes
Empuxo de terra (efeito favorável)
 Considerar nas situações mais desfavoráveis;
 A situação estabilizante  empuxo passivo considerado se houver ocorrência
ao longo de toda a vida útil.

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Ações Permanentes
Empuxo de terra (superestrutura)
 Superestrutura ortogonal  Considerar empuxo em apenas uma direção;
 Superestrutura curva ou esconsa  ação simultânea em ambas extremidades
(desfavorável).

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Ações Permanentes
Empuxo de terra (pilar)
 Em pilares implantados em aterros: para cálculo do empuxo - largura fictícia
igual a 3 vezes a largura real do pilar.

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Ações Permanentes
Empuxo de água
 Empuxo de água e sobrepressão: situações mais
desfavoráveis;
 Especial atenção: nível máximo e mínimo do curso
d’agua e do lençol freático;
 Contrapeso enterrado: deve-se considerar a
hipótese do mesmo submerso;
 Drenagem: caso não considerada em toda a face
de contato (solo e arrimo), o arrimo deverá ser
dimensionado com empuxo da água resultante.

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Ações Permanentes
Força de protensão
 Consideradas conforme NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto

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Ações Permanentes
Deformações impostas - Fluência
 De forma geral: acréscimo na deformação das estruturas (CA e CP)  verificação
do estado limite de serviço;
 Importante nas pontes de CP: perdas de protensão;
 Elementos comprimidos: a fluência pode gerar aumento dos esforços 
consideração na analise de estado limite ultimo.

Deformações impostas - Retração


 Poderá ser considerada como uma diminuição da temperatura;
 Importante nas pontes de CP: perdas de protensão;
 Esturturas hiperestáticas: esforços adicionais;
 Estruturas isostáticas: consideração no projeto dos aparelhos de apoios.

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Ações Permanentes
Deformações impostas – Deslocamento de apoio
 Estudo cuidadoso  redistribuição dos esfoços devido aos deslocamentos dos
apoios em estruturas hiperestáticas;
 Recalques excessivos da fundação: deverá ser eliminada a opção de estrutura
hiperestática.

 Estruturas isostáticas  colapso;

https://www.youtube.com/watch?v=CsmbM6rp7mw

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Ações Variáveis
 Cargas móveis
 Ação gravitacional;
 Força centrífuga;
 Choque lateral;
 Efeito de frenagem e aceleração;

 Variação de temperatura

 Ação do vento

 Pressão da água em movimento

 Empuxo de terra causado por cargas móveis

 Cargas de Construção

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Ações Variáveis
Carga móvel
 Comparação entre os carregamentos reais nas estradas brasileiras e o valor
normalizado.

Valores das máximas cargas por eixo nas


kN tf
rodovias nacionais
Eixo isolado com 2 pneus
60 6,0
(Distância entre eixos superior a 2,4 m)
Eixo isolado com 4 pneus
100 10,0
(Distância entre eixos superior a 2,4 m)
Conjunto de 2 eixos em tandem, com
170 17,0
espaçamento de 1,2 a 2,4 m entre eixos
Conjunto de 3 eixos em tandem, com
255 25,5
espaçamento de 1,2 a 2,4 m entre eixos
Lei da balança - 1998

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Ações Variáveis
Carga móvel – exemplos brasileiros

12,0 m
2,60 m

4,00 m
1,50 7,15 1,35 2,00

a) Caminhão com dois eixos traseiros (comprimento de 12,0m)

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Ações Variáveis
Carga móvel – exemplos brasileiros

b) Carreta com três eixos traseiros


(comprimento de 18,0m)

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Ações Variáveis
Basculante - 48,5 t
Comprimento
Carga móvel – exemplos total = 13,50m
brasileiros

6t 8,5 t 8,5 t 8,5 t 8,5 t 8,5 t

1,50 4,20 1,40 2,80 1,251,25 1,10

c) Caminhão com 6 eixos (comprimento de 13,5m)


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Ações Variáveis
Carga móvel – exemplos brasileiros
Bi-trem - 74 t
Comprimento total = 25,00m

6t 17 t 25,5 t 25,5 t

1,40 4,80 8,00m 8,00m 2,80

d) Bi-trem de 74 tf com 9 eixos (comprimento de 25m)

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Ações Variáveis
Carga móvel – exemplos brasileiros
Carga total Hipótese a* Hipótese b*
Modelo
(kN) (kN/m²) (kN/m²)
a) Caminhão com
230 7,4 2,4
dois eixos traseiros
b) Carreta com três
415 8,8 3,6
eixos traseiros
c) Caminhão com 6
450 12,3 4,4
eixos
d) Bi-trem de 74 tf
740 11,4 5,4
com 9 eixos

*Hipóteses:
a) Peso total divido pela projeção do veículo considerando largura de 2,6m para todos;

b) Peso total divido pelo comprimento do veículo mais 15m para cada lado (situação normal
de trânsito) e 3,5m de largura (equivalente à faixa de rolamento).
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Ações Variáveis
Carga móvel – casos especiais

GUINDASTES DE 60t (5 EIXOS)

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Ações Variáveis
Carga móvel – casos especiais

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Ações Variáveis
Carga móvel – casos especiais

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Ações Variáveis
Carga móvel – casos especiais

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Ações Variáveis
Carga móvel – NBR 7188:2013
 Composição entre carga Q (concentrada) , q e q’ (distribuídas)

Direção
3m q Veículo de 6 ou 4 rodas q do
tráfego

q
6m

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Ações Variáveis
Carga móvel – NBR 7188:2013
 A carga q é aplicada em todas as faixas da pista de rolamento e acostamento,
retirando a área ocupada pelo TB;
 São cargas fictícias para consideração da ação de multidão e de outros veículos mais leves;

 A carga q’ é aplicada no passeio;


 O veículo-tipo, sempre orientado na direção do tráfego, deverá ser analisado na
posição mais desfavorável para cada elemento.

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Ações Variáveis
Carga móvel – NBR 7188:2013
 Momento fletor positivo máximo em uma ponte contínua:
 Veículo: posição de maiores ordenadas da LI (colocado no centro da seção analisada);
 Cargas q e q’ : posição que provoque aumento do esforço;

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Ações Variáveis
Carga móvel – NBR 7188:2013
 A NBR 7188:2013 divide as pontes em duas categorias:
a) Estradas vicinais municipais de uma faixa e obras particulares
b) Restante
Pontes “a” Pontes “b”
Veículo Tipo TB-240 TB-450
Peso total
240 450
(kN)
P (Peso por roda)
40 75
(kN)
p (em toda a pista)
4,0 5,0
(kN/m²)
 Carga nos passeios (ambos os casos):
 Efeito global  3,0 kN/m²;
 Elementos estruturais do passeio  5 kN/m².
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Ações Variáveis
Carga móvel – NBR 7188:2013
 Disposição dos carregamentos

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Ações Variáveis
Carga móvel – NBR 7188:2013
 Valores de Norma x Valores Reais
 Carga distribuída q de norma (5,0 kN/m²)
comparadas com o valor encontrado para os
veículos utilizados nas vias brasileiras (5,4
kN/m² para Bi-trem) os valores são próximos
para caso de tráfego normal;

 Situação de congestionamento: taxa subiria


para (8,0 kN/m²), porém esse valor refere-se a
um congestionamento apenas de bi-trem, com
baixa probabilidade de acontecer;

 Congestionamento: não irá gerar efeitos


dinâmicos consideraveis, e portanto não
devem ser majoradas por coeficiente de
impacto (será visto mais adiante)

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Ações Variáveis
Carga móvel – NBR 7188:2013
Ponderação das cargas verticais:

Q=P*CIV*CNF*CIA e q=p*CIV*CNF*CIA
 Coeficiente de Impacto vertical (CIV)

 𝐶𝐼𝑉 = 1,35 - vão menor do que 10,0 m,


20
 𝐶𝐼𝑉 = 1 + 1,06 ∗ - vão entre 10,0 e 200,0 m;
𝐿𝑖𝑣+50
 Para estruturas com vão acima de 200,0 m - estudo específico.

 Liv é o vão em metros para cálculo de CIV, conforme tipo da estrutura:


 Vão para estruturas isostáticas;
 Média aritméticados vão nos caso de vãos contínuos;
 Comprimento do próprio balanço.

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Ações Variáveis
Carga móvel – NBR 7188:2013
Ponderação das cargas verticais:

 Coeficiente de número de faixas (CNF)

 𝐶𝑁𝐹 = 1 − 0,05 ∗ 𝑛 − 2 > 0,9

 onde:
 n – é o número (inteiro) de faixas de tráfego (acostamento e faixas de seguranças não
são consideradas)

 Não se aplica ao dimensionamento de elementos estruturais transversais ao sentido do


tráfego (lajes, transversinas, etc)

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Ações Variáveis
Carga móvel – NBR 7188:2013
Ponderação das cargas verticais:

 Coeficiente de impacto adicional (CIA)

 𝐶𝐼𝐴 = 1,25, para obras em concreto ou mistas;

 𝐶𝐼𝐴 = 1,15, para obras em aço.

 CIA deverá ser utilizado na região de juntas estruturais e das extremidades da


obra, em toda a seção situada a uma distância perpendicular da junta ou
descontinuidade inferior a 5 m.

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Forças horizontais
Frenagem e aceleração
 𝐻𝑓 = 0,25 ∗ 𝐵 ∗ 𝐿 ∗ 𝐶𝑁𝐹

 Onde:
 Hf ≥ 135 kN
 B é a largura efetiva, expressa em metros (m), da carga distribuída de 5 kN/m²;
 L é o comprimento concomitante, expresso em metros (m), da carga distribuída.

Frenagem e aceleração – ponte curva


 𝐻𝑓𝑐 = 2,4 ∗ 𝑃, em kN para curva com raio R < 200 m;
480
 𝐻𝑓𝑐 = ∗ 𝑃,
em kN para curva com raio 200 m < R < 1500 m;
𝑅
 𝐻𝑓𝑐 = 0, curva com raios superiores a 1500 m;

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Ações Excepcionais
 Choque de veículos

 Outras ações excepcionais

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Ações Excepcionais
Colisão em pilares
 Pilares situados juntos à faixa rodoviária: carregamentos aplicados a uma altura
de1,25 m:

 Força horizontal paralela à direção do tráfego  1000 kN;


 Força horizontal perpendicular à direção do tráfego  500kN;

 Obs:
 Os carregamento não precisam ser considerados concomitantementes;
 O valor da força diminui linearmente a partir da distância do pilar à pista, chegando a zero
em 10,0 m.

Colisão em meio-fio
 Força horizontal perpendicular ao tráfego de 100kN, no ponto mais alto;

Colisão em guarda-corpo
 Carga transversal linearmente distribuída de 2,0 kN/m, no ponto mais desfavorável.
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Ações Excepcionais
Colisão em dispositivo de contenção
 Força horizontal perpendicular à direção do tráfego  100 kN;
 Força vertical  100 kN;
 Aplicadas no ponto mais desfavorável.

Colisão em dispositivo de contenção tipo cortina


 Força horizontal perpendicular à direção do tráfego  450 kN;
 Força vertical  100 kN;
 Aplicadas a 1,5 m acima do pavimento.

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