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Fluxo continuo: Produção apenas do que é exigido pelo processo seguinte, ou cliente final, sem
geração de estoque (ROTHER; SHOOK, 1999). O impacto imediato da implementação do fluxo
continuo é a redução o lead time, ou seja, o intervalo de tempo entre a entrada da matéria-prima
até a saída dos produtos acabados (LIKER,2004).
Velocidade de produção: Taxa com que os produtos devem ser entregues aos clientes no tempo
solicitado, definida pelo temo takt (Tempo disponível [s] / Demanda [unidade]) (ALVAREZ; ANTUNES
JÚNIOR, 2001).
Mapa de Fluxo de Valor (MFV): Representação de todas as etapas envolvidas nos fluxos de material
e informação, procura identificar e eliminar os desperdícios por meio de um projeto de produção.
Linha de Balanço (LB): Método de representação gráfica da disposição temporal das atividades.
Método de Pesquisa:
A pesquisa adotada foi a pesquisa-ção com base empírica tomando como exemplos dois projetos
de construção diferente, a construção de um hotel de 20.000 m² e de um condomínio horizontal de
59 casas. Projeto A (hotel) teve como objetivo compreender os principais elementos de fluxo
contínuo no contexto de obras de edificações e identificar requisitos para a implementação. Nesta
linha foi utilizada a LB para o planejamento técnico e assim determinar sequências e ritmos de
trabalho, a fim de estabelecer um tempo do ciclo de trabalho e ferramentas de MFV, GBO, TTPC
como proposta de implementação do fluxo continuo. O trabalho foi dividido em três fases:
diagnóstico, proposta de aplicação de fluxo contínuo e a análise de dados e resultados.
O projeto B teve como objetivo investigar a estabilidade básica, considerada no trabalho, como um
pré-requisito para a implementação de fluxo contínuo. O processo também foi dividido em três
etapas: Diagnóstico, que era uma análise do PCP existente na obra, também foi feito um estudo
sobre os tempos dos ciclos de processos de produção na execução do trabalho. Na segunda etapa,
foi optado em trabalhar na melhoria da PCP baseada no sistema Last Planner para a obtenção da
estabilidade básica diretamente invés de propor a implementação de fluxo contínuo. Na terceira
etapa, foram analisados os dados e os resultados.
Resultados:
Estudo Empírico 1:
a. Planejamento por meio de LB antes de preparar o MFV gerado para definir os ritmos dos
processos de produção e por sua vez usá-los para a definição de tempo tack. Ao contrário
da indústria de manufatura, o tack não foi determinado pela demanda externa, mas
considerando os tempos disponíveis para a execução da obra.
b. A aplicação dos MFV ao contrário de outros contextos em que é usado como um lote de
produção numa peça, neste estudo o lote foi considerado como um apartamento.
c. Para o desenvolvimento do GBO não foi utilizado o conceito de elementos de trabalho, mas
grupos de lotes maiores, por exemplo, execução do piso do banheiro. Isto em consequência
do elevado T/C (24h trabalhadas).
Estudio Empírico 2:
a. A estabilidade foi alcançada apenas parcialmente em parte em função de limitações na
implementação do Last Planner. Uma das dificuldades para introduzir as mudanças no PCP
foi o foco no controle através do sistema ERP. Neste sistema, não havia hierarquização de
planos nem a explicitação dos ritmos dos principais processos.
b. O sistema trouxe alguns benefícios relacionados a gestão de obra, tais como maior
comprometimento das equipes e melhor gerenciamento das interdependências entre as
mesmas.
Diretrizes Propostas:
Diagnostico: São necessárias informações do processo de planejamento e controle existente, e os
principais problemas enfrentados pela obra tais como existência de estoques, falhas e dificuldades
com suprimentos.
Estabelecimento de condições iniciais: Estabelecimento das condições mínimas na obra para iniciar
a implementação do fluxo contínuo, a través de melhorias no sistema de planejamento e controle
da produção. As melhorias sugeridas são baseadas no Sistema Last Planner.
Controle: A etapa está relacionada ao monitoramento dos resultados e realização das ações
corretivas necessárias para que as metas do empreendimento sejam atingidas.
Conclusões:
- O uso de LB teve importante contribuição, pois auxiliou a entender os principais fluxos das equipes,
os ritmos por processos os tamanhos dos lotes de trabalho e permite detectar facilmente a falta de
balanceamento e sincronia entre as atividades, que é um dos passos iniciais para a implementação
do fluxo continuo.
- A través da técnica MFV, podem-se estimar algumas perdas comparando o LTP e o TAV, e analisar
a possibilidade de eliminar pontos de programação.
- Na construção civil é necessário um grande esforço para alcançar a estabilidade como pré-condição
para implementar fluxo contínuo, parece ser difícil atender a todas as condições iniciais sugeridas
pela bibliografia para atingir a estabilidade básica. O trabalho padronizado, sugerido como um dos
requisitos por Smalley (2005) parece ser um dos resultados da implementação de fluxo continuo e
não um pré-requisito para o mesmo.