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PROBLEMAS RESOLVIDOS DE FÍSICA

Prof. Anderson Coser Gaudio


Departamento de Física – Centro de Ciências Exatas – Universidade Federal do Espírito Santo
http://www.cce.ufes.br/anderson
anderson@npd.ufes.br Última atualização: 28/11/2006 14:49 H

19 - Potencial Elétrico

Fundamentos de Física 2 Física 2 Física 2


Halliday, Resnick, Walker Resnick, Halliday, Krane Resnick, Halliday, Krane
4ª Edição, LTC, 1996 4ª Edição, LTC, 1996 5ª Edição, LTC, 2003
Cap. 26 - Potencial Cap. 30 - Potencial Cap. 28 - Energia
Elétrico Elétrico Potencial Elétrica e
Potencial Elétrico

Prof. Anderson (Itacaré, BA - Fev/2006)


Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES

HALLIDAY, RESNICK, WALKER, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996.

FUNDAMENTOS DE FÍSICA 3

CAPÍTULO 26 - POTENCIAL ELÉTRICO

EXERCÍCIOS E PROBLEMAS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
91 92 93 94 95 96 97 98 99 100

[Início documento]

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Halliday, Resnick, Walker - Física 3 - 4 Ed. - LTC - 1996. Cap. 26 – Potencial Elétrico
Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES

RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996.

FÍSICA 3

CAPÍTULO 30 - POTENCIAL ELÉTRICO

PROBLEMAS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
61 62 63 64 65 66 67 68

[Início documento]

04. As cargas mostradas na Fig. 26 estão fixas no espaço. Encontre o valor da distância x tal que a
energia potencial elétrica do sistema seja nula.

(Pág. 72)
Solução.
Considere o esquema abaixo:
q1 d q2 q3
x
Energia potencial elétrica nula:
1 qi q j
U =∑ =0
i < j 4πε 0 rij

1 ⎛ q1q2 q1q3 q2 q3 ⎞
⎜ + + ⎟=0
4πε 0 ⎝ r12 r13 r23 ⎠
q1q2 q1q3 q2 q3
+ + =0
d x+d x
q1q2 x 2 + ( q1q2 + q1q3 + q2 q3 ) x + q2 q3d = 0 (1)
Raízes de (1):
x1 = −0, 07823 cm
x2 = 0, 20514 cm
Como x é uma distância, deve ser maior do que zero. Logo:
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x ≈ 20,5 cm

[Início seção] [Início documento]

08. A diferença de potencial elétrico entre os pontos extremos de uma descarga elétrica durante uma
tempestade é 1,2 × 109 V. De quanto varia a energia potencial elétrica de um elétron que se
move entre esses pontos? Dê a sua resposta entre (a) joules e (b) elétron-volts.
(Pág. 72)
Solução.
A variação da energia potencial elétrica sofrida por um elétron para ir do ponto 1 ao ponto 2, ΔU12,
é dada pela Eq. (1), em que W12 é o trabalho realizado pela força elétrica que age sobre o elétron no
percurso 1 → 2.
ΔU12 = −W12 (1)
A diferença de potencial elétrico entre os pontos 1 e 2 é dada por (2), em que q0 é a carga
transportada no percurso 1 → 2.
W
ΔV12 = − 12 (2)
q0
Combinando-se (1) e (2) e substituindo-se q0 pela carga do elétron, e, teremos:
ΔU12 = q0 ΔV12 = eΔV12
ΔU12 = (1,60 ×10−19 C )(1, 23 ×109 V ) = 1,968 ×10−10 J

ΔU12 ≈ 1,97 ×10−10 J


⎛ eV ⎞
ΔU12 = (1,968 ×10−10 J ) ⎜
1
= 1, 2284 ×109 eV
⎝ 1, 602 ×10
−19
J ⎟⎠
ΔU12 ≈ 1, 23 ×109 eV

[Início seção] [Início documento]

13. Uma partícula de carga (positiva) Q está em uma posição fixa P. Uma segunda partícula, de
massa m e carga (negativa) −q se move com velocidade constante em um círculo de raio r1, com
centro em P. Deduza uma expressão para o trabalho W que precisa ser realizado por um agente
externo sobre a segunda partícula para aumentar o raio do círculo, centrado em P para r2.
(Pág. 72)
Solução.
Considere o esquema a seguir:

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r2

v1 F1

Q + r1

U1
q − F2
v2
U2
Quando a carga −q é transferida da órbita r1 para r2, há variação (positiva) de energia potencial
elétrica e (negativa) de energia cinética, ou seja, ocorre variação da energia mecânica do sistema.
Como este é conservativo, a variação da energia mecânica é causada pelo trabalho (W) de uma força
externa resultante, que desejamos determinar.
W = ΔE = E2 − E1 = ( K 2 + U 2 ) − ( K1 + U1 )
⎡1 kQ ( −q ) ⎤ ⎡ 1 2 kQ ( −q ) ⎤
W = ⎢ mv22 + ⎥ − ⎢ mv1 + ⎥
⎣2 r2 ⎦ ⎣ 2 r1 ⎦
⎛1 kQq ⎞ ⎛ 1 2 kQq ⎞
W = ⎜ mv22 − ⎟ − ⎜ mv1 − ⎟ (1)
⎝2 r2 ⎠ ⎝ 2 r1 ⎠
O movimento da carga −q na órbita circular de raio r é governado pela força de atração em relação
à carga Q. Essa força elétrica (F) age como força centrípeta (Fc). Logo:
F = Fc
kQq mv 2
=
r2 r
kQq
mv 2 = (2)
r
Substituindo-se (2) em (1):
⎛ kQq kQq ⎞ ⎛ kQq kQq ⎞ kQq kQq
W =⎜ − ⎟−⎜ − ⎟=− +
⎝ 2r2 r2 ⎠ ⎝ 2r1 r1 ⎠ 2r2 2r1
kQq ⎛ 1 1 ⎞
W= ⎜ − ⎟
2 ⎝ r1 r2 ⎠

Qq ⎛ 1 1 ⎞
W= ⎜ − ⎟
8πε 0 ⎝ r1 r2 ⎠
Como r2 > r1, teremos W > 0. Ou seja, um agente externo deverá realizar trabalho positivo sobre o
sistema para levá-lo do estado 1 para o estado 2.

[Início seção] [Início documento]

16. Uma placa infinita carregada tem densidade de carga σ = 0,12 μC/m2. A que distância estão as
superfícies equipotenciais cujos potenciais diferem de 48 V?
(Pág. 73)
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Solução.
Considere o seguinte esquema da situação:
A F
q0 d
B ds

+ + + + + + + + + + + + + + + + +

O módulo do campo elétrico gerado por uma placa infinita, que possui densidade de carga
homogênea σ, é dado por:
σ
E=
2ε 0
Ou seja, o campo elétrico gerado por essa placa é constante. A diferença de potencial entre duas
superfícies equipotenciais A e B localizadas nas proximidades da placa, sendo que B está mais
próxima da placa, vale:
W 1 B
ΔVAB = VB − VA = − AB = − ∫ F.ds
q0 q0 A
1
q0E.ds = − ∫ E.ds = − ∫ E.ds cos π = − E ∫ ds ( −1)
B B B B
ΔVAB = −
q0 ∫
A A A A

B
ΔVAB = E ∫ ds = Ed
A

Logo:
ΔVAB ΔVAB 2ε 0 ΔVAB 2 ( 8,85 ×10 C /N.m ) ( 48 V )
−12 2 2

d= = = = = 7, 08 ×10−3 m
E σ σ ( 0,12 ×10 C/m )
−6 2

2ε 0
d ≈ 7,1 mm

[Início seção] [Início documento]

18. Na experiência da gota de óleo de Millikan (veja Seção 28-6), um campo elétrico de 1,92 × 105
N/C é mantido entre duas placas separadas por 1,5 cm. Encontre a diferença de potencial entre
as placas.
(Pág. 73)
Solução.
Considere o seguinte esquema da situação, em que a carga de prova q0 será transportada da placa
negativa (A) para a placa positiva (B):

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+ + + + + + + + + + + + + + + + + B

ds
E d
q0
F

A
− − − − − − − − − − − − − − − −−
A diferença de potencial entre as placas corresponde ao negativo do trabalho realizado pelo campo
elétrico sobre uma carga de prova em seu movimento de uma placa à outra, dividido pela carga de
prova.
W 1 B
ΔVAB = VB − VA = − AB = − ∫ F.ds
q0 q0 A
1
q0E.ds = − ∫ E.ds = − ∫ E.ds cos π = − E ∫ ds ( −1)
B B B B
ΔVAB = −
q0 ∫
A A A A

ΔVAB = E ∫ ds = Ed = (1,92 ×105 N/C ) ( 0, 015 m ) = 2.880 V


B

ΔVAB ≈ 2,9 kV

[Início seção] [Início documento]

20. O campo elétrico dentro de uma esfera não-condutora de raio R, cuja densidade de carga é
uniforme, tem direção radial e seu módulo é
qr
E( r ) = ,
4πε 0 R3
sendo q a carga total na esfera e r a distância ao centro desta. (a) Determine o potencial V(r)
dentro da esfera, considerando V = 0 em r = 0. (b) Qual a diferença de potencial elétrico entre
um ponto da superfície e outro centro da esfera? Se q for positiva, que ponto possui maior
potencial? (c) Mostre que o potencial à distância r do centro, sendo r < R, é dado por

V=
(q 3R 2 − r 2 )
8πε 0 R3
onde o zero do potencial foi arbitrado em r = ∞. Por que este resultado difere do que foi
apresentado no item (a)?
(Pág. 73)
Solução.
(a) Considere o esquema abaixo, em que os pontos C, S e P estão localizados no centro, na
superfície e no interior da esfera, a uma distância r do centro, respectivamente:

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+
R +
+
+
E +
C r P S
+ + ds = dr
+ +
+
+

A diferença de potencial entre os pontos P e C vale:


P
ΔVCP = VP − VC = − ∫ E.ds
C

Considerando o potencial nulo no centro da esfera, teremos:


r r r
VP − VC = V( r ) − 0 = − ∫ E.ds = − ∫ E.ds.cos 0 = − ∫ E.ds
0 0 0

Neste caso, como o valor de referência do potencial é no centro da esfera ( e não no infinito), os
vetores ds (deslocamento a partir do ponto de referência do potencial) e dr (deslocamento radial a
partir de r = 0) são idênticos (ds = dr)
r qr q r q r2
V( r ) = −∫
4πε 0 R3 ∫0
dr = − rdr = −
0 4πε 0 R3 4πε 0 R3 2
qr 2
V( r ) = −
8πε 0 R3
(b) A diferença de potencial entre S e C vale:
qR 2
ΔVCS = VS − VC = V( R ) − V(0) = − −0
8πε 0 R3
q
ΔVCS = −
8πε 0 R
Como ΔVCS é negativo, isto significa que indo do centro para a superfície da esfera o potencial
elétrico diminui se a carga da esfera for positiva. Logo, o centro da esfera apresenta maior potencial
(c) Com V = 0 no infinito, o cálculo de V(r) é feito da seguinte forma:
S P
VP − V∞ = − ∫ Eext .ds − ∫ Eint .ds
∞ S

O cálculo deve ser feito em duas etapas, pois o comportamento do campo elétrico no interior da
esfera é diferente do comportamento no exterior.
S P
V( r ) − 0 = − ∫ Eext .ds.cos180 − ∫ Eint .ds.cos180
∞ S
S P
V( r ) = ∫ Eext .ds + ∫ Eint .ds
∞ S

Neste caso, como o valor de referência do potencial é no infinito, os vetores ds (deslocamento a


partir do ponto de referência do potencial) e dr (deslocamento radial a partir de r = 0) possuem
sentido contrário (ds = −dr).
1 q qr
. ( −dr ) + ∫ . ( −dr )
R r
V( r ) = ∫
∞ 4πε r 2 R 4πε R 3
0 0

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q R dr q r
V( r ) = −
4πε 0 ∫
∞ r 2

4πε 0 R3 ∫
R
rdr

q ⎡ ⎛ 1 1 ⎞⎤ q ⎛ r 2 − R2 ⎞
V( r ) = − −⎜ − ⎟ − ⎜ ⎟
4πε 0 ⎢⎣ ⎝ R ∞ ⎠ ⎥⎦ 4πε 0 R3 ⎝ 2 ⎠
q 1 q ⎛ r 2 − R2 ⎞
V( r ) = − ⎜ ⎟
4πε 0 R 8πε 0 R ⎝ R 2 ⎠
Após o desenvolvimento da equação acima, a resposta será obtida.
q ( 3R 2 − r 2 )
V( r ) =
8πε 0 R3
O valor de V(r) obtido no item (a) difere do valor acima devido à mudança observada na posição de
referência onde V = 0.

[Início seção] [Início documento]

28. Suponha que a carga negativa de uma moeda de cobre tenha sido removida para uma grande
distância da Terra - talvez uma galáxia distante - e que a carga positiva foi distribuída
uniformemente na superfície do nosso planeta. De quanto mudaria o potencial elétrico na
superfície da Terra? (Veja o Exemplo 2 no Cap. 27)
(Pág. 74)
Solução.
O planeta Terra apresenta um campo elétrico E de módulo igual a 150 N/C, que aponta diretamente
para baixo, ortogonalmente à sua superfície. Como a Terra pode ser considerada uma esfera
condutora, esse campo é gerado por uma distribuição de cargas negativas distribuídas
homogeneamente sobre sua superfície. Próximo à superfície do planeta, considerada plana, o campo
elétrico vale:
σ
E=
ε0
Logo:
σ = ε 0 E = ( 8,85 ×10−12 C2 /N ⋅ m2 ) (150 N/C ) = 1,3275 ×10−9 C/m2
A carga total sobre a superfície vale:
QT = −σ ⋅ 4π RT2 = (1,3275 ×10−9 C/m2 ) ⋅ 4π ( 6,37 ×106 m ) = −676.898,04…C
2

QT ≈ −6, 77 kC
O potencial elétrico na superfície e no exterior da Terra é o mesmo que seria produzido se a carga
QT fosse puntiforme e localizada no centro do planeta, ou seja:
1 q
V( r ) = (r ≥ RT)
4πε 0 r
Na superfície, o potencial vale:
1 QT
V( RT ) =
4πε 0 RT

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Portanto, mudanças na carga total da superfície do planeta acarretam variações no potencial elétrico
em sua superfície. A moeda de cobre citada no enunciado do problema, de massa igual a 3,11 g,
possui número de átomos de cobre igual a:
N A m ( 6, 02 ×10 átomos/mol ) ( 3,11 g )
23

N= = = 2,9483 ×1022 átomos


M ( 63,5 g/mol )
Na expressão acima, NA é o número de Avogadro, m é a massa da moeda de cobre, fornecida no
Exemplo citado no enunciado, e M é a massa molar do cobre. A carga positiva presente na moeda
QM é igual ao produto de N, do número de prótons por átomo Z e da carga do próton +e:
QM = NZe = ( 2,9483 ×1022 ) ( 29 ) (1, 60 ×10−19 C ) = 1,3680 ×105 C = 136,80 kC
Ao distribuir a carga QM sobre a superfície da Terra, o novo potencial será devido à carga Q = QT +
QM. Portanto, a variação no potencial elétrico será igual a:
⎛ 1 QT + QM ⎞ ⎛ 1 QT ⎞ 1
ΔV = VQ − VQT = ⎜ ⎟−⎜ ⎟= ( QT + QM − QT )
⎝ 4πε 0 RT ⎠ ⎝ 4πε 0 RT ⎠ 4πε R
0 T

ΔV =
QM
=
(1,3680 ×105 C )
= 1,9310 ×108 V
4πε 0 RT ⎛ C ⎞
2 ⎟(
6,37 ×106 m )
2
4π ⎜ 8,85 ×10−12
⎝ N⋅m ⎠
ΔV ≈ 193 MV

[Início seção] [Início documento]

35. Para a configuração de cargas da Fig. 35, mostre que V(r) para pontos no eixo vertical,
considerando r >> d, é dado por
1 q ⎛ 2d ⎞
V= ⎜1 + ⎟
4πε 0 r ⎝ r ⎠
(Sugestão: A configuração de cargas pode ser vista como a soma de uma carga isolada e um
dipolo.)

(Pág. 74)
Solução.
A forma mais direta de cálculo do potencial no ponto P devido às três cargas é por meio da soma
dos potenciais gerados por cada uma dessas cargas. Considerando-se no esquema acima como 1, 2 e
3 as cargas superior, do meio e inferior, teremos:
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V = V1 + V2 + V3
1 q 1 q 1 q
V= + −
4πε 0 ( r − d ) 4πε 0 r 4πε 0 ( r + d )

q ⎡ 1 1 1 ⎤ q ⎡ r ( r + d ) + ( r + d )( r − d ) − r ( r − d ) ⎤
V= ⎢ + − ⎥= ⎢ ⎥
4πε 0 ⎣ ( r − d ) r ( r + d ) ⎦ 4πε 0 ⎣ r ( r + d )( r − d ) ⎦
q ⎡ r 2 + 2rd − d 2 ⎤
V= ⎢ ⎥ (1)
4πε 0 ⎣ r ( r + d )( r − d ) ⎦
A Eq. (1) corresponde ao valor exato do potencial no ponto P gerado pelas três cargas. Para
obtermos a expressão do potencial para pontos onde r >> d, é preciso aproximar o denominador do
termo entre colchetes para r3, o que significa fazer r + d ≈ r e r − d ≈ r, e truncar em algum ponto a
soma que aparece no numerador do mesmo termo. Se o truncamento resultar em r2, o resultado será:
q r2 1 q
V≈ = (2)
4πε 0 r 3
4πε 0 r
A Eq. (2) corresponde ao potencial de apenas uma carga pontual q a uma distância r dessa carga.
Neste caso, percebemos que o truncamento foi exagerado, pois não existem traços da presença do
dipolo na expressão resultante. Aproximando-se o numerador do termo entre colchetes de (1) para
r2 + 2rd, teremos:
q ⎛ r 2 + 2rd ⎞
V≈ ⎜ ⎟
4πε 0 ⎝ r 3 ⎠
q ⎛ 2d ⎞
V≈ ⎜1 + ⎟
4πε 0 r ⎝ r ⎠
Podemos também acatar a sugestão dada no enunciado do problema e considerar o potencial
elétrico no ponto P como sendo o resultado da sobreposição do potencial elétrico produzido pelo
dipolo (cargas das extremidades do arranjo) e potencial da carga central (+q).
V = Vdip + Vq (3)
Na Seção 30.6 do livro, é feito o cálculo do potencial gerado por um dipolo, sendo que para r >> d,
o resultado é:
1 2qd cos θ
V≈ (4)
4πε 0 r2
Na Eq. (4), θ é o ângulo entre a linha que une as cargas do dipolo e a linha que une o centro do
dipolo ao ponto P. No presente caso, θ = 0. Substituindo-se (4) em (3), teremos:
1 2qd 1 q
V≈ +
4πε 0 r 2
4πε 0 r
1 q ⎛ 2d ⎞
V≈ ⎜1 + ⎟
4πε 0 r ⎝ r ⎠

[Início seção] [Início documento]

38. Uma quantidade total de carga positiva Q é espalhada sobre um anel circular plano de raio
interno a e raio externo b. A carga é distribuída de modo que a densidade de carga (carga por
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unidade de área) é dada por σ = k/r3, onde r é a distância desde o centro do anel a qualquer
ponto deste. Mostre que o potencial no centro do anel é dado por
Q ⎛ a+b⎞
V= ⎜ ⎟
8πε 0 ⎝ ab ⎠
(Pág. 75)
Solução.
Considere o esquema abaixo:

rdθ
dr
dq dθ
a
Q
q b

Elemento de carga no anel:


dq k
σ= =
dA r 3
dq k
= 3
rdrdθ r
kdrdθ
dq = (1)
r2
Carga total no anel:
Q = ∫ dq (2)
Substituindo-se (1) em (2):
b 2π dθ dr
Q = ∫ dq = k ∫ ∫
a 0 r2
⎛1 1⎞
Q = 2π k ⎜ − ⎟
⎝a b⎠
Potencial elétrico no centro do anel:
1 dq
dV =
4πε 0 r
1 dq
V = ∫ dV = ∫ (3)
4πε 0 r
Substituindo-se (1) em (3):
k b 2π dθ dr
4πε 0 ∫a ∫0 r 3
V=

k ⎛ 1 1⎞
V= ⎜ − ⎟
4ε 0 ⎝ a 2 b 2 ⎠

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k ⎛ 1 1 ⎞⎛ 1 1 ⎞ ⎛ 2π ⎞
V= ⎜ − ⎟⎜ + ⎟ × ⎜ ⎟
4ε 0 ⎝ a b ⎠⎝ a b ⎠ ⎝ 2π ⎠
⎡ ⎛ 1 1 ⎞⎤ 1 ⎛ 1 1 ⎞
V = ⎢ 2π k ⎜ − ⎟ ⎥ ⎜ + ⎟
⎣ ⎝ a b ⎠ ⎦ 8πε 0 ⎝ a b ⎠
O termo entre colchetes é a carga total Q:
Q ⎛1 1⎞
V= ⎜ + ⎟
8πε 0 ⎝ a b ⎠

[Início seção] [Início documento]

40. O campo elétrico realiza trabalho de 3,94 × 10-19 J sobre um elétron no campo ilustrado na Fig.
37, para mover o elétron desde A até B, ao longo de uma linha de campo. Quais as diferenças de
potencial elétrico (a) VB − VA, (b) VC − VA e (c) VC − VB?

(Pág. 75)
Solução.
(a)

ΔVAB = VB − VA = −
WAB W
= − AB = −
( 3,94 ×10−19 J ) = 2, 4625 V
q0 e (1,60 ×10−19 C)
ΔVAB ≈ 2, 46 V
(b) Neste caso, o elétron é transportado entre as mesmas superfícies equipotenciais do item (a).
Logo:
ΔVAC = ΔVAB ≈ 2, 46 V
(c) Como o elétron permanece na mesma superfície equipotencial, não há variação de potencial
elétrico.
ΔVBC = 0

[Início seção] [Início documento]

51. Em um bastão fino de comprimento L, que está sobre o eixo x, com uma extremidade na origem
(x = 0), como na Fig. 42, está distribuída uma carga por unidade de comprimento dada por λ =
kx, sendo k uma constante. (a) Considerando nulo o potencial eletrostático no infinito, determine
V no ponto P do eixo y. (b) Determine a componente vertical Ey do campo elétrico em P,
utilizando o resultado de (a) e também por cálculo direto. (c) Por que a componente horizontal
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Ex do campo elétrico em P não pode ser encontrada usando o resultado de (a)? A que distância
do bastão, ao longo do eixo y, o potencial é igual à metade do seu valor na extremidade
esquerda do bastão?

(Pág. 76)
Solução.
Considere o esquema abaixo:
y
dE θ
P
θ
r dq
y

x
dx x
(a) Elemento de potencial (dV) gerado pelo elemento de carga (dq):
1 dq 1 dq
dV = = (1)
4πε 0 r 4πε 0 y 2 + x 2 1/ 2 ( )
Elemento de carga (dq):
dq
λ= = kx
dx
dq = kxdx (2)
Substituindo-se (2) em (1):
k xdx
dV =
4πε 0 ( y 2 + x 2 )1/ 2

k L xdx
V = ∫ dV = ∫
4πε 0 (y + x2 )
0 2 1/ 2

(y + x2 )
k 1/ 2 L
V= 2

4πε 0 0

V=
4πε 0 ⎢⎣
( y + L ) − y ⎤⎥⎦
k ⎡ 2 2 1/ 2

(b)

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∂V ∂ ⎧ k ⎡ 2 2 1/ 2 ⎤ ⎫⎬
Ey = −
∂y
=− ⎨
∂y ⎩ 4πε 0 ⎣⎢
( y + L ) − y
⎦⎥ ⎭
k ⎡ 1 2 2 −1/ 2 ⎤
Ey = − ⎢
4πε 0 ⎣ 2
( y + L ) .2 y − 1⎥

⎡ ⎤
k ⎢ y ⎥
Ey = 1−
4πε 0 ⎢ ( y 2 + L2 )1/ 2 ⎥
⎣ ⎦
Cálculo direto de V
dE = −dE sen θ i + dE cosθ j (3)
Módulo do elemento de campo elétrico:
1 dq
dE = (4)
4πε 0 r 2
Substituindo-se (2) em (4):
k xdx
dE = (5)
4πε 0 y + x 2
2

Senos e cossenos de θ:
x
sen θ = (7)
( y 2 + x2 )
1/ 2

y
cosθ = (8)
( y2 + x2 )
1/ 2

Substituindo-se (5), (6) e (7) em (3):


k x 2 dx ky xdx
dE = − i+ j
4πε 0 ( y + x
2
)
2 3/ 2 4πε 0 ( y + x 2 )3/ 2
2

k L x 2 dx ky L xdx
E = ∫ dE = − ∫ i+ ∫ j
4πε 0 ( y2 + x )
2 3/ 2 4πε 0 ( y 2 + x2 )
0 0 3/ 2

k ⎪ ⎢L +(L + y ) ⎥
⎧ ⎡ 2 2 1/ 2 ⎤ ⎫ ⎡ ⎤
L ⎪ ky ⎢1 − y ⎥j
E=− ⎨ln − ⎬ i+
4πε 0 ⎪ ⎢ y ⎥ ( y 2 + L2 ) ⎪ 4πε 0
1/ 2
⎢ ( y 2 + L2 )1/ 2 ⎥
⎩ ⎣ ⎦ ⎭ ⎣ ⎦
Nesta expressão, pode-se ver que :
⎡ ⎤
k ⎢ y ⎥
Ey = 1−
⎣ (y +L ) ⎦
4πε 0 ⎢ 2 2 1/ 2

(c) Não há dependência de V em relação a x na resposta do item (a).


(d) Potencial na extremidade esquerda do bastão, usando a resposta do item (a), com y = 0:

V(0) = ⎢
4πε 0 ⎣
(
k ⎡ 2 2 1/ 2 ⎤
0 +L − 0⎥ =
kL
⎦ 4πε 0
)
Valor de y para o qual V(y) = V(0)/2:
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V(0) kL
V( y ) = =
2 8πε 0

4πε ⎢

( y + L ) − y ⎤⎥ =
k ⎡ 2 2 1/ 2

kL
8πε
0 0

(y + L2 )
L
1/ 2
2
−y=
2
3L
y=
4

[Início seção] [Início documento]

55. Uma carga de 15 nC pode ser produzida por simples atrito. Que variação de potencial essa carga
causará em uma esfera condutora isolada de 16 cm de raio?
(Pág. 76)
Solução.
A variação de potencial elétrico que a esfera de raio r sofrerá vale:
ΔV = V − V0 ,
onde V0 é o potencial da esfera na ausência de cargas elétricas em sua superfície (V0 = 0) e V é o
potencial na superfície da esfera carregada homogeneamente com carga q. O potencial V é o mesmo
que se verifica a uma distância r de uma carga puntiforme.

ΔV =
1 q
=
1 (1,5 ×10
= 842,58
−8
C)
V
4πε 0 r ⎛ C ⎞ ( 0,16 cm )
2
4π ⎜ 8,85 ×10 −12

⎝ N.m 2 ⎠
Apresentando-se a resposta com dois algarismos significativos:
ΔV ≈ 840 V

[Início seção] [Início documento]

56. Encontre (a) a carga e (b) a densidade de carga na superfície de uma esfera condutora de 15,2
cm de raio, cujo potencial é de 215 V.
(Pág. 76)
Solução.
(a) O potencial elétrico no exterior de uma esfera condutora de raio R e carga q é dado por:
1 q
V( r ) = (r ≥ R)
4πε 0 r
Conhecendo-se V(R), pode-se calcular q:
1 q
V( R ) =
4πε 0 R
⎛ C2 ⎞
q = 4πε 0 RV( R ) = 4π ⎜ 8,85 ×10−12 ⎟ ( 0,152 m )( 215 V ) = 3, 6344 ×10−9 C
⎝ N ⋅ m2 ⎠

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q ≈ 3,63 nC
(b) A densidade superficial de carga σ vale:
q
σ= =
q
=
( 3,6344 ×10−9 C )
= 1, 2518 ×10−8 C/m2
A 4π R 2 4π ( 0,152 m )
2

σ ≈ 12,5 nC/m 2

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RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 5.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 2003.

FÍSICA 3

CAPÍTULO 28 - ENERGIA POTENCIAL ELÉTRICA E POTENCIAL ELÉTRICO

EXERCÍCIOS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

PROBLEMAS

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11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

[Início documento]

[Início seção] [Início documento]

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