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Mineralogia Óptica
Parte Prática
Antonio José Ranalli Nardy1, Fábio Braz Machado2, Antenor Zanardo1, Tamar
Milca Bortolozzo Galembeck1.
- 2008 -
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.1
ÍNDICE
Aula Prática no 1 - O Microscópio Petrográfico e Tipos de Preparados
para Análise 02
Bibliografia 84
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.2
Aula Prática no 1
O microscópio petrográfico
O microscópio petrográfico é um microscópio ordinário (um tubo em cujas
extremidades são inseridas duas lentes convergentes: a objetiva e a ocular) no qual são
introduzidos dois polarizadores com direções de polarização (ou vibração)
perpendiculares entre si.
Identificação das peças do microscópio
O microscópio petrográfico é constituído por dois tipos básicos de peças:
1- Ópticas: ocular, analisador, objetiva, condensador móvel, diafragma íris, condensador
fixo, polarizador compensador e filtro (normalmente azul).
2- Mecânicas ou de suporte: canhão (ou tubo), revólver (ou porta objetivas), platina,
cremalheira macro e micrométrica, e base.
Observar com atenção a configuração do microscópio que está a sua disposição
procurando reconhecer as peças que compõe seu sistema óptico e mecânico, porém sem
desmontá-lo.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.3
É bom lembrar: um microscópio como esse que você está utilizando, custa ao redor de
US$ 20,000. Por isto, ao manejá-lo, faça com cuidado!
Localizar as peças listadas abaixo, verificando o efeito de inserir e retirar do caminho
óptico, aquelas assinaladas com um *:
1- polarizador inferior (fixo)
2- compensador*
3- polarizador superior ou analisador *
4- diafragma íris *
5- condensador móvel *
6- filtro azul*
Procure e anote a marca do microscópio em uso: ______________
Verifique e anote qual é o seu número:_____________________
Recomendação: Procure utilizar sempre o mesmo microscópio, uma vez que, embora a
maioria seja da mesma marca e modelo, eles têm diferenças na iluminação, nitidez,
definição, etc. Assim ao acostumar-se a ele a tarefa de descrever os minerais ficará
bastante facilitada, nesta e nas demais disciplinas.
Oculares
A ocular é uma associação de lentes que permite conservar a imagem real do
objeto fornecida pela objetiva, colocando-a no plano focal do olho do observador.
As lentes que constituem a ocular acham-se fixas no interior de um tubo metálico.
A lente que se encontra mais próxima ao do olho do observador é chamada de FRONTAL
e a que recebe a luz proveniente da objetiva, de COLETORA.
Se estas duas linhas não estiverem nesta posição, suspender levemente a ocular
e girá-la até atingir esta situação. Em sua parte metálica superior, está gravado o seu
aumento linear (na armação metálica que sustenta a lente frontal). No caso desse
microscópio este valor é de: __________________X
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.4
Objetivas1
As objetivas são associações de lentes convergentes que
fornecem uma imagem real e aumentada do objeto observado. Em
seu corpo metálico acham-se gravadas informações importantes
como: espessura máxima da lamínula2, aumento linear3, abertura
numérica4. Além disso, observar que cada objetiva possui uma tarja
colorida ao seu redor. Observando a objetiva de maior aumento
linear, identificar e anotar esses números no esquema ao lado.
microscópio.
Objetiva maior
Objetiva média
Objetiva menor
Para a objetiva maior, observar qual é a espessura máxima permitida para a lamínula3.
R: ___________ mm.
Atenção: As objetivas estão fixas no revólver (ou porta-objetivas). Quando for trocá-las,
deve-se rotacionar o revólver. NUNCA GIRE O REVÓLVER ATRAVÉS DA OBJETIVA,
pois isto pode danificá-la.
Ainda, quando se gira o revólver, a objetiva que está no sistema é aquela que fica
na posição vertical em sua parte posterior e que, quando ela se encaixa no caminho
óptico, ouve-se um "clic".
1
Uma objetiva custa entre US$ 500 e 2,000
2
Observar que a lente coletora da objetiva maior é retrátil pois a distância de enfoque é muito pequena e se a
lamínula for grossa demais, não se conseguirá focalizar o espécime mineral abaixo dela.
3
Aumento linear é quantas vezes a imagem obtida é maior que o objeto focalizado
4
É a quantidade de luz que efetivamente penetra na objetiva
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.5
Platina
o
360
180
Medindo ângulos:
Veja o exemplo:
Foram traçadas duas retas em uma lâmina de vidro: uma contínua
e outra tracejada. O ângulo agudo entre as retas é igual a ψo e
conseqüentemente, o obtuso será 180o - ψo. Colocar a lâmina
sobre a platina, e selecionar a objetiva de menor aumento linear
(tarja vermelha).
180o -
360
360
180
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.6
360
Subtrair um valor do outro. Como na segunda
rotação girou-se a platina no sentido oposto ao de
sua graduação, torna-se necessário subtrair 360o do 90
valor obtido assim: 360-20= 340º
O ângulo agudo entre as duas retas do exemplo é:
360-340o= 20o 0
27
Repetir o processo acima. Em uma lâmina de vidro limpa, traçando-se duas retas com
um ângulo qualquer. Faça as leituras correspondentes esquematizando-as nas figuras
abaixo.
Aula Prática no 2
Tema: O MICROSCÓPIO PETROGRÁFICO: OPERAÇÕES PRELIMINARES
cruzado, ou não inserido no caminho óptico), este verde muda de bastante claro
(iluminado) a escuro (a este fenômeno dá-se o nome de pleocroísmo).
Caso 1- Este ponto se mostra imóvel com o movimento de rotação da platina. Nesse caso
a objetiva esta centralizada, ou,
Caso 2- O ponto descreve uma trajetória circular estando o centro do retículo contido na
circunferência. Caso isso aconteça, a objetiva está descentralizada e precisa de
ajustes adicionais. Chame um dos professores para isso.
Caso 1 Caso 2
Para calcular de quanto é este aumento (AT), basta multiplicar o aumento linear
promovido pela ocular (ALO) pelo daquele da objetiva (ALB), ou seja:
menor
média
maior
Com o auxílio de uma régua transparente, medir o campo de visão total para cada
conjunto objetiva+ocular, preenchendo o quadro abaixo.
menor
média
maior
Obs: Será difícil medir o campo de visão total da objetiva de maior aumento linear. Desta
forma estimar grosseiramente esse valor.
Aula Prática no 3
Tipos de relevo
2- Relevo Moderado: 0,04 > ∆n < 0,12 - contorno, traços de clivagem e planos de
fratura dos minerais são distintos. A superfície dos cristais tem textura,
ondulações são perceptíveis.
Sinal do Relevo
Lâminas: 331-340
Lâminas: 1521-1540 Mineral: Granada
Mineral: Apatita n= 1,800.
nε= 1,630; nω= 1,633
Relevo Indefinido
Todo raio de luz ao atravessar um mineral anisotrópico sofre o fenômeno da dupla
refração, ou seja, há o aparecimento de dois raios de luz (rápido e lento) que atravessam
o mineral vibrando com direções ortogonais entre si.
Se, entretanto, ao rotacionar a platina do microscópio de forma a que o raio
proveniente do polarizador inferior coincida com uma destas direções do mineral (raios
rápido ou lento), a outra direção não aparecerá. Assim, o relevo exibido pelo mineral, será
o daquele cuja direção é paralela ao polarizador.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.14
Utilizando-se das lâminas abaixo, represente de forma esquemática para cada uma
delas, a morfologia do grão, seu relevo e a linha de Becke.
Aplicar esse método para os minerais das lâminas indicadas abaixo. Representar nas
figuras abaixo a porção do campo visual escurecido, as sombras e os relevos dos
minerais.
Mineral 1:
Relevo: _______________
Mineral 2:
Relevo: ________________
Como se pôde observar, muitas vezes o relevo, por si só, é uma propriedade que
permite a individualização e mesmo a identificação de um mineral.
Até agora o relevo dos minerais foi obtido através de montagens permanentes de
pó de mineral em meio ao bálsamo do Canadá. As seções delgadas, de espessura
constante, também utilizam o bálsamo do Canadá. Porém, como mineral e bálsamo
devem estar em contatos verticais entre si, só é possível comparar seus índices de
refração nas bordas da lâmina. Assim deve-se atentar para o fato do relevo de um mineral
estar relacionado aos minerais que o cercam.
Aula Prática no 4
1,0
-A-
Iφ I
0,8
Razão de Transmissão (lφ / I)
λB λB
Incolor
0,6
-B-
Iφ I
0,4 λB λV -C-
Vermelho Iφ
0,2 λV
Negro
0,0
4000 5000 6000 7000 l( )
-A- O
E
-B-
O
E
I /I
-C-
Amarelo
Verde
E
B O
Figura 2- Diagrama que relaciona as cores com as intensidades de absorção relativas (Iφ/I) de
minerais anisotrópicos uniaxiais incolores (caso A), coloridos (caso B) e coloridos pleocróicos (caso
C). E e O = direções dos raios extraordinário e ordinário.
Quando a direção de vibração para a qual se verifica a máxima absorção, ficar paralela a
direção de vibração do polarizador inferior, a cor do mineral será escura. Por conseqüência, quando
a direção de vibração do polarizador inferior for paralela a direção de vibração para a qual se observa
a menor absorção, a cor exibida pelo mineral será clara.
Dá-se o nome de fórmula pleocróica a associação das diferentes cores
observadas às diferentes direções cristalográficas (ou ópticas) do mineral.
Pleocroísmo de Minerais Uniaxiais:
Os minerais uniaxiais coloridos que apresentam o fenômeno do pleocroísmo
exibem duas cores extremas: uma na direção do raio extraordinário e outra segundo a do
raio ordinário. Assim, diz-se que estes minerais são dicróicos.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.22
A turmalina tem índices de refração: nε= 1,610 e nω= 1,631, ou seja, um mineral
uniaxial negativo (nε < nω), portanto com a direção de maior alongamento segundo a
direção do eixo cristalográfico “C”, que por sua vez coincide com “E” e com o eixo óptico
(C //eo // E).
Então:
c X
eo eo
a
A piedmontita (um sorossilicato da família
do epidoto) possui índices de refração nα=
1,725; nβ= 1,730 e nγ= 1,750 e, portanto é
um mineral de caráter óptico biaxial, de
sinal positivo.
Z b
Y Como em um plano, ou uma fatia de
mineral, só pode haver dois índices de
refração associados (posto que X, Y e Z
são orogonais entre si), é necessário
eo observar as cores associadas a uma, ou no
a
eo máximo duas direções em diferentes
cristais de piedmontita.
Observar na lâmina que são três as cores de pleocroísmo: amarela, rosa e vermelha.
Para associarmos corretamente estas cores com as direções ópticas são necessários
conhecimentos de ortoscopia e conoscopia (que serão vistos posteriormente). No
momento, pode-se reconhecê-las admitindo-se que toda vez que uma das direções
principais, X, Y ou Z, estiver paralela ao polarizador será observada a cor da respectiva
direção. Por exemplo, uma seção que tenha as direções X e Y, serão observadas as
cores amarela (quando X estiver paralelo ao polarizador) e rosa (quando Y estiver
paralelo ao polarizador).
Observar também, que toda a seção que corresponde a uma seção circular da
indicatriz da piedmontita, esta conterá apenas a direção Y e exibirá apenas uma cor de
pleocroísmo, a rosa. Para encontrar esta seção, que tem comportamento de um cristal
isotrópico, cruzar os nicóis e rotacionar a platina do microscópio. Esta seção permanecerá
sempre escura ou extinta (É difícil achar um cristal que corresponda à seção circular
deste mineral).
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.24
Direções X e Y Direções X e Z
Direções Z e Y
Direção Y
Cores observadas: vermelha e rosa
Halos Pleocróicos
Halo é uma espécie de coroa, normalmente escura e finamente radiada, que
ocorre no interior de minerais coloridos, que apresentam diminutas inclusões de minerais
em cuja composição se verificam elementos radioativos instáveis (principalmente U e Th).
Os elementos radioativos presentes nestas inclusões emitem radiações nucleares (α e γ)
que afetam a estrutura do mineral hospedeiro modificando localmente sua estrutura,
fazendo então surgirem os halos pleocróicos.
Observar o descrito acima no mineral biotita (cor marrom clara, fortemente pleocróico,
de hábito micáceo) que apresenta inclusões de zircão em seu interior e ao redor deles,
coroas escuras que mudam de cor ao girar-se a platina do microscópio. Lâmina 1951-
1970 (rocha: granada mica-xisto). Representar no esquema abaixo, a biotita, o zircão e
os halos pleocróicos observados. (NÃO CRUZE OS NICÓIS)
Aula Prática no 5
Hábito
Hábito de um mineral é a sua aparência externa, a sua forma característica e mais
comum, ou então uma forma cristalográfica específica. Pode haver certa dificuldade na
observação do hábito dos minerais em seções delgadas, pelo fato de sua estrutura
tridimensional (forma cristalina) ser seccionada segundo uma direção qualquer. Assim, na
identificação do hábito mineral, há necessidade de se ter algum conhecimento de
cristalografia para o reconhecimento da forma observada.
A determinação correta do hábito de um mineral é considerada muito importante
para a sua identificação microscópica.
Observar ao microscópio:
Hábito GRANULAR
Rocha: arenito da Formação Bauru
Mineral: quartzo
Lâminas: 571-580 ou 921-930
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.28
Hábito ACICULAR:
Mineral: Actinolita (pó)
Lâminas: 421-430, ou 1111-1120,
Hábito: PRISMÁTICO
Mineral: Sillimanita
Rocha: granada-sillimanita Gnaisse
Lâminas: 2421-2435.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.29
Hábito TABULAR
Mineral: Cianita
Clivagem
Clivagem é a propriedade de um mineral se romper de forma a produzir superfícies
planas e regulares.
A clivagem pode ser classificada quanto à qualidade (perfeita, boa, imperfeita, etc)
e quanto ao número de direções e o ângulo entre elas.
Uma direção
Duas direções
Três direções
Cúbica, Mineral: Halita (pó) Lâminas: 1891-1910
Cor/pleocroísmo: ___________________________________
Hábito:___________________________________________
Relevo:___________________________________________
Clivagem:_________________________________________
Cor/pleocroísmo: ___________________________________
Hábito:___________________________________________
Relevo:___________________________________________
Clivagem:_________________________________________
Aula Prática no 6
O sistema ortoscópico
O sistema ortoscópico é constituído pelo uso de todas as peças ópticas utilizadas
no sistema à luz natural mais o analisador, ou seja, é o estudo dos minerais entre nicóis
cruzados – ou com o analisador inserido na passagem óptica da luz.
∆ = e ( N - n ); equação 1
Onde:
e= espessura do mineral
N= índice de refração maior (ou do raio lento)
n= índice de refração menor (ou do raio rápido)
(N – n)= birrefringência do mineral (as vezes representada por δ) .
Então teremos:
Para minerais uniaxiais de sinal óptico:
+: N= nε e n= nω, a birrefringência (N-n) será igual a nε-nω,
-: N= nω e n=nε, a birrefringência (N-n) será igual a nω-nε, e
Na carta de cores, verifica-se que algumas cores se repetem várias vezes como:
Por outro lado, há cores de interferência que são observadas somente na 1ª ordem.
Quais são essas cores, seus respectivos atrasos (∆)?
R: ______________________________________
Ordenada: ____________________________________________
Abscissa: ______________________________________________
Diagonal: _____________________________________________
O Quartzo é um mineral anisotrópico, uniaxial positivo (ne > nw), com birrefringência
igual a 0,009. Quais são as cores de interferência e respectivos atrasos (∆ em mµ)
observados para o quartzo? Responder completando a tabela abaixo (Verifique primeiro o
resultado na carta de cores e depois faça os cálculos empregando a equação 1).
Verificar na prática o concluído acima, analisando em uma das lâminas da série 1241-
1250, cujo único mineral presente é o quartzo. Observar também que, em um mesmo
cristal, franjas que possuem a mesma cor têm a mesma espessura. Esquematize esta
observação na figura anexa.
Posição de extinção
Todo mineral anisotrópico observado à nicóis cruzados torna-se escurecido (de cor
preta, ∆=0), com a rotação da platina. Nestas situações, diz-se que o mineral está em
posição de extinção.
Ângulo de extinção
Ângulo de extinção (ε) é aquele formado entre uma direção cristalográfica qualquer
como: traços de clivagem, planos de geminação, eixos
cristalográficos, faces cristalinas, etc; e uma direção
de vibração do mineral (raio lento ou rápido).
Tipos de Extinção
Extinção Reta ou Paralela: Quando o ângulo entre a direção
cristalográfica coincidir com uma das direções de vibração
A
do mineral. No caso do exemplo, a direção cristalográfica r
considerada foi a clivagem. O ângulo entre o raio rápido (r)
e a direção de clivagem é 0o e o do raio lento com a direção
de clivagem é de 90o. P l P
Observar que no exemplo, o mineral está em posição de
extinção, pois os raios, rápido e lento, estão paralelos ao
analisador e polarizador.
εA
Extinção Inclinada ou Oblíqua: Quando o ângulo entre a
direção cristalográfica não coincidir com nenhuma das r
direções de vibração do mineral. No caso do exemplo, a
direção cristalográfica considerada foi a clivagem. O ângulo
entre o raio rápido e a direção de clivagem é igual a ε (≠ 0o) P l P
e o do raio lento com a direção de clivagem é igual a 90o - ε
Observar que no exemplo, o mineral está em posição de
extinção, pois os raios rápido e lento estão paralelos ao
analisador e polarizador.
A
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.39
Aula Prática no 7
Tema: ORTOSCOPIA II: OBSERVAÇÃO DOS MINERAIS A NICÓIS CRUZADOS: ISOTROPIA /
ANISOTROPIA, POSIÇÃO DE MÁXIMA ILUMINAÇÃO, COMPENSADORES, DETERMINAÇÃO DA
ORDEM DE UMA COR DE INTERFERÊNCIA.
Isotropia e anisotropia
Polarizador
Luz Natural
Lâminas 2442-2454
Número de minerais isotrópicos:_______________
Lâminas 1581-1600
Número de minerais isotrópicos:_______________
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.44
P P
C
C
A A A A
P P
Posição de Extinção Posição de Máxima Iluminação
O compensador
O compensador é constituído por uma placa de uma substância anisotrópica onde
são conhecidas as direções dos raios lento e rápido além do atraso entre eles (∆), no
caso igual a 1λ ou 550 mµ (cor vermelha de 1ª ordem). Este acessório tem como função
adicionar ou subtrair 550 mµ à cor de interferência do mineral.
A montagem do compensador nos microscópios do Laboratório de Microscopia do
IGCE-Unesp, não é a usual para equipamentos empregados em análises de minerais sob
luz polarizada, pois estão sobre uma estrutura deslizante, de forma a permitir que as
direções lenta e rápida do compensador sejam introduzidas no sistema óptico formando
ângulos entre 0 e 75º (com divisões de 15º) com o polarizador e analisador. Por isso, esta
montagem é chamada de “sistema de contraste” e é usual para a obtenção de cores em
substâncias, via de regra, de natureza biológica com alguma birrefringência.
No estudo dos minerais, duas orientações são desejadas: a de 0o e a de 45º. No
primeiro caso, ou seja, 0o, o compensador estará fora de ação no sistema óptico pois seus
raios lento e rápido estarão paralelos ao polarizador e analisador. Na posição de 45º o
compensador mostra suas cores de interferência máxima, pois se encontra em posição de
máxima iluminação, com seus raios lento e rápido formando ângulo de 45º entre
polarizador e analisador.
A A
l l r
r P P P
P
75o 75o
45o A 45o
0o
A 0o
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.47
S
0o
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.48
Daqui para frente entenda introduzir o compensador no sistema óptico com sendo
rotacioná-lo em 45º.
Atenção: Não confundir cor natural do mineral com sua cor de interferência!
A cor de interferência de um mineral é aquela observada antes de se introduzir o
compensador, as cores resultantes com este procedimento são causadas pelo atraso ou
compensação do acessório introduzido no sistema!
1-
2-
3-
4-
5-
Aula Prática no 8
Birrefringência
Um raio de luz polarizado ao atravessar um mineral anisotrópico, orientado
adequadamente, sofre o fenômeno da dupla refração, com o aparecimento de dois raios
refratados, um rápido (r) e outro lento (l), cujas velocidades são inversamente
proporcionais aos índices de refração associados àquela seção do mineral.
A diferença numérica entre os valores destes dois índices de refração, recebe o
nome de birrefringência.
A cor de interferência apresentada por um certo mineral anisotrópico, que
corresponde a diferença de percurso ou atraso (∆ ∆) entre os raios rápido e lento que
deixam o mineral, é função de sua espessura (e) e da diferença entre os índices de
refração associados a seção considerada, ou birrefringência (N-n):
∆= . e ( N - n ); equação 1.
Assim fica evidente que para uma mesma espécie mineral, com espessura
constante, a birrefringência por ele apresentada dependerá unicamente, de sua
orientação óptica.
A birrefringência de um mineral (N-n) pode variar de zero até um valor máximo. Ao
valor máximo da diferença de percurso ou atraso, ∆, corresponderá a maior diferença
entre os índices de refração (N-n), que é chamada de birrefringência máxima (δ δ), que é
aquela listada nos livros texto, designada apenas por birrefringência, ou δ.
Observar que:
Nos minerais uniaxiais, a birrefringência, δ será a diferença entre nε e nω, de tal
forma que o resultado seja sempre um número positivo. Assim, minerais uniaxiais com
sinais ópticos:
• positivos, onde nε > nω, δ= nε - nω:
• negativos, onde nω > nε, δ= nω - nε
Nos minerais biaxiais, onde nγ > nβ > nα, a birrefringência δ será sempre: nγ - nα.
Determinação da birrefringência
A Lâmina 1761-1770 é uma seção delgada de uma rocha denominada jacupiranguito (o
mesmo que piroxenito: augita e magnetita), de espessura constante e igual a 0,03 mm.
Observar que os diferentes cristais de augita apresentam cores de interferência
diferentes. Identifique o cristal que apresenta o máximo atraso ∆, ou seja, escolha o cristal
que apresenta a maior cor de interferência comparada a dos demais cristais também de
augita.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.51
ou então utilizando-se da
equação 1:
∆ = e( N − n )
∆
= ( N − n)
e
540 x10 −6
( N − n) = = 0,018
0,03
Ex. Mineral Quartzo, cor de interferência máxima cinza de 1a ordem, = 225 mµ e (N-n)=
0,009:
Através da equação 1
∆
e=
( N − n)
225 x10 −6
e=
0,009
então e= 0,025 mm
5
Normalmente este mineral é o quartzo devido a sua abundância nos diferentes tipos de rochas (ígneas,
metamórficas e sedimentares) e da constância de sua composição química (SiO2). Como conseqüência sua
birrefringência é praticamente a mesma, próxima à 0,009.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.53
Para isso determinar um cristal que possua cor de interferência máxima, ∆ que é:
________________________________________ ou ____________________mµ
(cor de interferência observada no microscópio) (valor numérico desta cor)
Determinação das direções de vibração dos raios lento e rápido dos minerais com o uso
dos compensadores
Como discutido anteriormente, um raio de luz ao atravessar um mineral divide-se
em dois, denominados de raios lento e rápido, cujas velocidades são inversamente
proporcionais aos índices de refração destas direções.
Quando o mineral é levado à posição de extinção, as direções de vibração dos
raios lento e rápido (ou simplesmente as direções privilegiadas do mineral), coincidirão
com aquelas do polarizador e analisador.
O sinal de elongação
O sinal de elongação é definido exclusivamente para minerais que apresentam
hábito alongado (como prismático, acicular, tabular, etc). Basicamente, consiste em
identificar qual raio, lento ou rápido, é paralelo (ou subparalelo) à direção de maior
alongamento do mineral:
Elongação Positiva
Elongação Negativa:
Minerais onde a direção de vibração do raio Rápido (ou
direção com menor índice de refração) é paralela ou
subparalela a direção de maior alongamento do mineral (em
inglês: lenght fast )
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.56
Ou seja, toda vez que Y for paralelo à direção de maior alongamento do mineral,
seu sinal de elongação poderá ser positivo ou negativo.
Assim, determinar o sinal de elongação nas seções que apresentarem a
maior cor de interferência possível (com isto teremos maiores possibilidades de
encontrarmos X e Z contidos na seção).
Determinar o sinal de elongação do mineral silimanita, presente nas seções delgadas
da rocha silimanita-granada gnaisse da série 2421-2435. Consultar os modelos óptico-
cristalográficos da silimanita para auxiliar a determinação e entender melhor o
significado da elongação..
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.57
Fazer o mesmo para o mineral turmalina, das seções delgadas de turmalina quartzito
das lâminas da série 2638-2647.
eo
Observar que todos os minerais uniaxiais mostrarão, sempre, extinção reta e sinal
de elongação igual ao seu sinal óptico!
Observar a augita, em uma seção delgada da série 681-690 (diabásio: olivina, augita,
plagioclásio e magnetita) e perceba a dificuldade em se obter o sinal de elongação
deste mineral. Representar a forma externa do cristal e suas direções rápida e lenta.
Determine pelo menos para dois cristais, os sinais de elongação obtidos
Cristal 1 Cristal 2
Aula Prática no 9
O Sistema Conoscópico
É constituído pelas seguintes peças ópticas (de baixo para cima): polarizador,
condensador móvel, objetiva de maior aumento linear, analisador, lente de Amici-
Bertrand6. Na determinação do sinal óptico dos minerais, um compensador, na maioria
dos casos o de ∆=1λ também é empregado.
A conoscopia consiste na obtenção de figuras de interferência, o que permite avaliar
simultaneamente uma série de propriedades ópticas, principalmente, o caráter e sinal
óptico dos minerais, e o ângulo 2V e a dispersão dos índices de refração dos minerais
biaxiais.
6
Os microscópios do IGCE-Unesp não possuem lente de Amici-Bertrand, porém o mesmo efeito é produzido
retirando-se a ocular do sistema óptico.
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.60
Utilizando-se de uma das lâminas das séries 211-220 ou 1271-1280, que contém um
único cristal de muscovita, com corte paralelo à seção basal, obter uma figura de
interferência7.
A muscovita é biaxial negativa, com ângulo 2V igual a BXA
40o
o
2V = 40
eo
eo eo 2V
=
40
o
eo
7
À nicóis cruzados, com a objetiva de maior aumento linear, focalize o cristal único de muscovita. Coloque-o
no centro do campo de visão, troque a objetiva por aquela de maior aumento linear. Focalize novamente o
cristal. Torne a luz conoscópica, através da atuação do condensador móvel. Retire a ocular e observar a figura
de interferência obtida.
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.61
c // eo // E
ne
nw
(Seção Circular)
'
nε
comportamento isotrópico.
seção circular
No caso do raio R2, a incidência é oblíqua à
superfície do mineral, assim o raio refratado (na
verdade seria a normal aos raios O e E) tem as
nω
direções de vibração perpendiculares às de
R2 propagação, no caso E’(ne’) e O (nw).
R1
Legenda: = E’ ; =O
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.62
eixo óptico
Elipse de Intersecção: Círculo, ou seja, seção
melatopo
Seção paralela a seção circular e assim, perpendicular
circular
ao eixo óptico.
Características da Figura: Cruz escura, nítida,
cujo centro coincide com o cruzamento dos
retículos da ocular e também ao ponto de
Seção
circular emergência do eixo óptico (melatopo)
Características Ortoscópicas: Dentre os cristais
de uma mesma espécie mineral, os que se
apresentarem sempre extintos com a rotação da
platina serão os que apresentarão este tipo de
figura de interferência.
Nas lâminas da série 301-310, que corresponde a uma seção delgada de um único
cristal de quartzo cortado segundo (0001), ou seja, perpendicularmente ao eixo
cristalográfico “c” (ou ao eixo óptico) e consequentemente paralelo a seção circular.
Determinar a cor de interferência deste cristal: _____________________
Observar se há variação na cor de interferência com a rotação da platina:_______
Obter uma figura de interferência do mineral.
Observar que a cruz não se desfaz com a rotação da platina. Se a figura estiver
perfeitamente centrada, ou seja, a seção é perpendicular ao eixo óptico, com a rotação da
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.63
platina têm-se a sensação que a cruz (constituída pelas isógiras8)2 não se movimenta,
com o melatopo93 permanecendo fixo.
Esquematizar no quadro anexo a figura de interferência observada no quartzo,
localizando os seguintes elementos ópticos: isógiras, melatopo, e as direções de
vibração dos raios ordinários e extraordinários nos pontos assinalados na figura.
Observar também, se há o aparecimento de linhas
isocromáticas104 . Caso isso aconteça, elas serão
devidas à grande espessura do cristal, pois a
birrefringência do quartzo é fraca (0,009).
AM AZ AZ AM AZ AM AM AZ
AZ AM AM AZ AM AZ AZ AM
R R L L
+ - + -
8
Isógiras são os braços escuros observados na figura de interferência. São escuros ou extintos pois nesta região os raios
extraordinário (E) e ordinário (O), são paralelos aos polarizadores do microscópio
9
Melatopo é o ponto de emergência do eixo óptico na figura de interferência.
10
Linhas isocromáticas são linhas coloridas concêntricas em relação ao melatopo, que correspondem ao lugar geométrico
dos raios que percorreram uma mesma espessura no interior do mineral e assim tem o mesmo atraso (∆)
11
Nas figuras de interferência as cores próximas as isógiras normalmente são de coloração cinza com ∆≈ 140 mµ. Assim
adição nas cores de interferência resultam de: 140 mµ. (mineral) + 550 mµ. (compensador de 1λ)= 690 mµ.= cor azul. Na
subtração 550 mµ. (compensador de 1λ) - 140 mµ. (mineral) = 410 mµ.= cor amarela.
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.64
1 2 3 4
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.66
1 2 3 4
Determinar o sinal óptico da seção delgada de um único cristal de berilo da série 631-
640. Fazer um esquema que mostre a posição das isógiras, o melatopo e as cores de
interferência observadas nos diferentes quadrantes da figura. Observar que a seção
apresentada para análise é a (0001) – ou sua seção basal (a “tampa” do prisma).
seção principal
O Elipse de Intersecção: seção
perpendicular a seção circular, ou
paralela a uma seção principal
eo=c=E (contém o eixo óptico). Na seção de
corte (ou na elipse de intersecção)
estarão presentes E (nε) e O (nω).
eo
eo
Ver a tabela:
O EIXO ÓPTICO ESTÁ:
// POOLARIZADOR // ANALISADOR
ROTAÇÃO A cruz se desfaz nos quadrantes:
Horária NE-SW NW-SE
Anti-horária NW-SE NE-SW
Observar a figura de interferência do quartzo de uma das
lâminas da série 441-450 e determine a posição do eixo
óptico conforme descrito anteriormente. Após sua
localização, orientar o eixo óptico de tal forma que este fique
paralelo ao polarizador ou ao analisador. A direção de “E”
coincide com a direção do eixo óptico e a de “O” é
perpendicular a ele. No esquema da figura ao lado, faça um
esquema deste tipo de figura de interferência, mostrando a
posição das isógiras, do eixo óptico, e das principais
direções de vibração do mineral, E e O.
12
Depois de obtida a figura de interferência rotacione a platina até que a cruz se posicione ocupando
praticamente todo o campo de visão do microscópio. Fixe a platina nesta posição. Retire a lente de Amici-
Bertrand do sistema, o condensador móvel e observar a cor de interferência – o mineral deverá exibir “cor”
preta (estará extinto).
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.69
Aula Prática no 10
O sinal óptico destes minerais é dado pelo valor assumido por nβ:
Positivo: nβ se aproxima de nα fazendo com que a bissetriz aguda do ângulo 2V seja a
direção Z.
Negativo: nβ se aproxima de nγ fazendo com que a bissetriz aguda do ângulo 2V seja a
direção X.
Exemplos:
Topázio: nα= 1,607, nβ= 1,610, nγ= 1,617
nβ - nα= 1,610 – 1,607= 0,003 ou seja nβ está se aproximando mais de nα do que
nγ - nβ= 1,617 – 1,610= 0,007, de nγ,então o sinal óptico do mineral é positivo
nγ - nβ= 1,593 – 1,587= 0,006 de nγ, ou seja o sinal óptico do mineral é negativo.
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.71
Sempre que um raio de luz incidir na face de um mineral anisotrópico ele sofre o
fenômeno da dupla refração, com o aparecimento de dois raios de luz que vibrarão
segundo as direções da indicatriz. Veja nos esquemas anexos as direções de vibração
para os raios que incidem na direção da bissetriz aguda (R1) e na bissetriz obtusa (R2),
para minerais de sinais ópticos positivos e negativos
Resumindo:
seção circular
eo
BXA Elipse de Intersecção: Círculo,
resultante da intersecção de uma face
ou seção paralela a seção circular ou
BXO perpendicular a um dos eixos óticos.
eo
eo
R
R1 R2 eo
2
BXA eo BXO R2
R1
BXO
Y
BXO
BXA
- BXO
Z
R2
eo
Y BXO
Y Y
BXA
R2 R1
R2 R1
R1 eo eo
BXA
BXO eo BXA R1
R2
BXA
BXO
BXA (Z ou X)
Elipse de Intersecção: Elipse
resultante da intersecção de uma
eo face ou seção perpendicular à
bissetriz aguda (BXA).
eo
Consequentemente, as direções
associadas à ela serão: Y (nβ) e X
(nα) - quando o mineral for
positivo, ou Y (nβ) e Z (nγ) -
BXO quando o mineral for negativo).
(X ou Z)
BX
imposta a bissetriz obtusa (BXO). BXA BXA
O
Estes ramos atingem um afastamento máximo, quando se completa um giro de 45o a
partir da posição de cruz. Nesta posição, podem-se determinar os pontos de emergência
dos eixos ópticos – melatopos (eo), que estão nas porções mais côncavas das isógiras. A
partir desta posição, os ramos da hipérbole voltam a se reunir novamente, configurando a
cruz inicial.
Características Ortoscópicas: Dentre os cristais de uma mesma espécie mineral, aqueles
que apresentarão este tipo de figura de interferência serão os de cores de interferência
baixas, normalmente cinza de primeira ordem.
Empregando uma das seções delgadas das séries 211-221 ou 1271-1280, que contém
um único cristal de muscovita, verificar suas cores de interferência máxima
______________ e mínima _____________. No sistema conoscópico, obter a figura de
interferência do tipo bissetriz aguda fornecida pelo mineral
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.75
eo Z R1
BXA
eo Y
+ Y
BX
O
BX
O
R3
eo eo
R2 eo BXA eo R2
R3 R1 BXA
X BXO BXA R1
BXO R3 R1 R2 eo eo
R2
R3
Y
BXO
- Z
R2
Y
Y
BX
O
BX
O
eo R2
eo eo
eo R3
BXA eo R1 BXA
R1 BXO BXA
BXA R1
R2 R1 R3 eo eo
eo R3
R2
Y
R3
Determinar o sinal óptico do mineral muscovita de uma das seções delgadas das séries
211-221 ou 1271-1280 No esquema da figura que você representou a figura deste
mineral, assinale as direções de vibração de X, Y e Z.
X= BXA
c
eo
eo
001
b
110 Y
Z
a
Y
Características da Figura: cruz Y
escura mais ou menos nítida, que 45º
Y
se desfaz em dois ramos de uma
hipérbole. A bissetriz obtusa (BXO) eo
emerge do cruzamento dos retículos eo eo
BXA
ou no centro da cruz. A eo
movimentação das isógiras
acompanha a bissetriz aguda (BXA).
As isógiras atingem um afastamento
BXO BXO BXA
máximo e depois voltam a agrupar-
se novamente para a formação da
cruz. Quando em posição mais afastada, (45o a partir da posição de cruz) nas porções
mais côncavas das isógiras estão emergindo os eixos ópticos (melatopos) que, via de
regra, estarão fora do campo de visão.
Características Ortoscópicas: Dentre os cristais de uma mesma espécie mineral, aqueles
que apresentarão este tipo de figura de interferência serão os de cores de interferência
baixa, mas sempre maior do que aqueles que apresentarão figura do tipo bissetriz aguda.
De uma das seções delgadas de microclina da série 311-320, observar a sua cor de
interferência máxima que é ____________. Obter a figura de interferência da microclina.
Represente através de esquemas nas posições de cruz e de máximo afastamento os
principais elementos ópticos presentes: a bissetriz aguda (BXA), bissetriz obtusa (BXO) e
a direção de Y. o que os eixos ópticos estão bem fora do campo de visão conoscópico e
assim, fora da figura de interferência.
Cruz Máximo Afastamento
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.78
posição de cruz P1 + 45 H
o
P1 + 45 AH
o
+ BXA=Z
R1 eo Y
BX A
A BX
R1 eo eo R3
eo BXO eo BXO
X
R2
BXA R2 BXO R2
R1 R2 R3
BXO eo
eo
Y
Y R3 R1
eo
R3
- BXO= Z
R2
Y BX A
eo eo
A BX
R1 eo eo R3
R1 R3
X eo BXO eo BXO BXO R2
BXA BXA R2
R1 R2 R3 eo eo
Y
Y R3 R1
(Observar que as cores que aparecem nos diferentes quadrantes quando da determinação do sinal óptico de
figuras de interferência do tipo BXA são invertidas em relação aquelas do tipo BXO. :Cuidado!!)
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.79
c
De uma das seções delgadas de microclina da série 291-
300, observar a sua cor de interferência máxima que é
____________.Obter a figura de interferência do tipo normal
óptica da microclina. No desenho ao lado, observar que a
BXA do ângulo 2V é a direção X.
18
º b
eo z Represente, através de esquemas nas posições de cruz e
de máximo afastamento, os principais elementos ópticos
x 18º presentes: as bissetrizes aguda (BXA) e obtusa (BXO), e a
direção de Y. Observar que os eixos ópticos estão contidos
a eo
no plano da figura de interferência.
Cruz Máximo Afastamento
Estimativa do ângulo 2V
O “ângulo 2V” é o ângulo agudo formado entre os dois eixos ópticos de um mineral
biaxial, medido sobre o plano óptico.
O ângulo 2V pode ser estimado para as figuras que tenham pelo menos um
melatopo contido no plano da figura de interferência. Pode-se portanto obter-se este
ângulo a partir das figuras dos tipos bissetriz aguda e eixo óptico. Para tanto, é necessário
que as figuras estejam centralizadas, ou seja que as seções sejam exatamente
perpendiculares aos elementos ópticos considerados nas figuras.
Conforme ilustra os esquemas abaixo, nas figuras de eixo óptico centrado, a
estimativa do ângulo 2V é feita através da curvatura máxima da isógira, que é obtida
quando o mineral é rotacionado da posição de extinção (0, 90 e 180 graus) para a de
máxima iluminação (45, e 135 graus).
0
o
135
o o
45 90
o
180
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.82
A curvatura da isógira será tanto maior quanto menor for o valor do ângulo 2V, ou
seja, quando o valor assumido pelo ângulo 2V for igual a 0o, a isógira tem a forma de um
ângulo diedro. Ao contrário, quando este ângulo for igual a 90o a isógira assume a forma
de uma linha reta. Pode-se também admitir que o ângulo formado entre a ponta da isógira
e o retículo que se posiciona em sua parte côncava é igual a V, conforme mostra o
esquema abaixo.
o
15 30o
o
2V= 0 2V= 30
o
2V= 60o 2V= 90
o
( A.N / 2) 2 [1 − 1 / 2(sen V ) 2 ]
sen 2µ =
(sen V ) 2 [1 − 1 / 2( AN / n) 2 ]
Onde:
A.N= abertura numérica,
n= índice de refração médio do mineral: (nα+nβ+nγ)/3
BIBLIOGRAFIA
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Barcelona, Espanha, 320 pp.
DEER, W.A.; HOWIE; R.A.; ZUSSMAN, Y. (1966) - Minerais constituintes das rochas:
Uma introdução. Editora Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal, 1a Edição,
358 pp.
EHLERS, E.G. (1987) - Optical mineralogy, volume 1: theory and techniques. Blackwell
Scientific Publ., 1st edition, 158 pp.
EHLERS, E.G. (1987) - Optical mineralogy, volume 2: mineral descriptions: Theory and
techniques. Blackwell Scientific Publ., 1st edition, 286 pp.
GRIMBLE, C.D. & HALL, A.J. (1992) - Optical mineralogy: Principles & practice. UCL
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HENRICH, E.W. (1965) - Microscopic identification of minerals. McGraw Hill Inc., New
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microscope. Chapman & Hall Edit., 1st edition, New York, USA, 358 pp.
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