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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.0

Mineralogia Óptica

Óptica de Cristais Transparentes

Parte Prática

Antonio José Ranalli Nardy1, Fábio Braz Machado2, Antenor Zanardo1, Tamar
Milca Bortolozzo Galembeck1.

1- Departamento de Petrologia e Metalogenia, Instituto de Geociências e


Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista – Unesp.
2- Pós-graduando do Instituto de Geociências e Ciências Exatas-Unesp

- 2008 -
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ÍNDICE
Aula Prática no 1 - O Microscópio Petrográfico e Tipos de Preparados
para Análise 02

Aula Prática no 2 - O Microscópio Petrográfico: Operações Preliminares 07

Aula Prática no 3 - Tema: Relevo e índice de refração dos minerais 12

Aula Prática no 4 - Observação dos Minerais Através de Luz Polarizada


Natural - Cor e Pleocroísmo. 19

Aula Prática no 5 - Hábito e Clivagem 26

Aula Prática no 6 - Ortoscopia I: Observação dos Minerais a Nicóis


Cruzados: Cores de Interferência, Carta de Cores, Posição e Ângulo de
Extinção. 33

Aula Prática no 7 - Ortoscopia II: Observação dos Minerais a Nicóis


Cruzados: Isotropia / Anisotropia, Posição de Máxima Iluminação,
Compensadores, Determinação da Ordem de uma Cor de Interferência. 42

Aula Prática no 8 - Ortoscopia III: Observação dos Minerais a Nicóis


Cruzados: Birrefringência, Sinal de Elongação e Espessura.
50
Aula Prática no 9 - O Sistema Conoscópico e a Conoscopia de Minerais
Uniaxiais
59
Aula Prática no 10 - Conoscopia de Minerais Biaxiais 70

Bibliografia 84
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Aula Prática no 1

Tema: O MICROSCÓPIO PETROGRÁFICO E TIPOS DE PREPARADOS PARA ANÁLISE

Tipos de preparados para análise


Minerais e rochas podem ser estudados através do microscópio petrográfico, de
duas maneiras:
1- Luz transmitida: onde o material a ser analisado é colocado entre a fonte de luz e a
objetiva. Para isso, é necessário que este seja transparente e sua espessura
suficientemente fina para deixar-se atravessar pela luz.
2- Luz refletida: o material a ser analisado recebe a luz em sua superfície e a reflete em
direção à objetiva. Assim o mineral deve ser opaco, para não absorver a luz incidente,
além de ter uma superfície plana e bastante polida.
No curso de Mineralogia Óptica, estudaremos apenas os minerais transparentes
observados através de microscopia de luz transmitida.
Basicamente podemos ter dois tipos de preparados para análise microscópica por luz
transmitida:
1- Lâminas Delgadas: são obtidas através de uma seção extremamente fina (da ordem de
0,03 mm) de uma rocha, solo ou mineral. Sua vantagem principal, é que todos os
minerais presentes na seção têm uma mesma espessura, conhecida, o que permite
determinar uma série de propriedades ópticas.
2- Lâminas de pó ou de material granulado: são obtidas através da moagem ou
concentração de espécimes minerais a serem estudados. Emprega-se este método em
mineralogia determinativa, petrologia sedimentar (estudos granulométricos,
morfológicos, identificação de minerais pesados presentes na rocha), etc

O microscópio petrográfico
O microscópio petrográfico é um microscópio ordinário (um tubo em cujas
extremidades são inseridas duas lentes convergentes: a objetiva e a ocular) no qual são
introduzidos dois polarizadores com direções de polarização (ou vibração)
perpendiculares entre si.
Identificação das peças do microscópio
O microscópio petrográfico é constituído por dois tipos básicos de peças:
1- Ópticas: ocular, analisador, objetiva, condensador móvel, diafragma íris, condensador
fixo, polarizador compensador e filtro (normalmente azul).
2- Mecânicas ou de suporte: canhão (ou tubo), revólver (ou porta objetivas), platina,
cremalheira macro e micrométrica, e base.
Observar com atenção a configuração do microscópio que está a sua disposição
procurando reconhecer as peças que compõe seu sistema óptico e mecânico, porém sem
desmontá-lo.
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É bom lembrar: um microscópio como esse que você está utilizando, custa ao redor de
US$ 20,000. Por isto, ao manejá-lo, faça com cuidado!
 Localizar as peças listadas abaixo, verificando o efeito de inserir e retirar do caminho
óptico, aquelas assinaladas com um *:
1- polarizador inferior (fixo)
2- compensador*
3- polarizador superior ou analisador *
4- diafragma íris *
5- condensador móvel *
6- filtro azul*
 Procure e anote a marca do microscópio em uso: ______________
 Verifique e anote qual é o seu número:_____________________
Recomendação: Procure utilizar sempre o mesmo microscópio, uma vez que, embora a
maioria seja da mesma marca e modelo, eles têm diferenças na iluminação, nitidez,
definição, etc. Assim ao acostumar-se a ele a tarefa de descrever os minerais ficará
bastante facilitada, nesta e nas demais disciplinas.

Oculares
A ocular é uma associação de lentes que permite conservar a imagem real do
objeto fornecida pela objetiva, colocando-a no plano focal do olho do observador.
As lentes que constituem a ocular acham-se fixas no interior de um tubo metálico.
A lente que se encontra mais próxima ao do olho do observador é chamada de FRONTAL
e a que recebe a luz proveniente da objetiva, de COLETORA.

Os microscópios disponíveis no laboratório são


binoculares. Ajuste a abertura entre elas de tal forma a enxergar a
mesma imagem com os dois olhos. Isto traz a sensação de visão
em 3-D, ou estereoscópica, ou em relevo.

No interior de uma das oculares, são observadas duas


linhas finas que são chamadas de retículos, sendo que um deles
está subdividido com pequenos traços, que tem como objetivo
realizar medições do tamanho dos cristais. Observar que elas
estão dispostas perpendicularmente entre si (N-S ou vertical e E-
W ou horizontal).

Os retículos devem coincidir com as direções de polarização do microscópio ou


seja com o polarizador inferior e com o analisador.

Se estas duas linhas não estiverem nesta posição, suspender levemente a ocular
e girá-la até atingir esta situação. Em sua parte metálica superior, está gravado o seu
aumento linear (na armação metálica que sustenta a lente frontal). No caso desse
microscópio este valor é de: __________________X
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Objetivas1
As objetivas são associações de lentes convergentes que
fornecem uma imagem real e aumentada do objeto observado. Em
seu corpo metálico acham-se gravadas informações importantes
como: espessura máxima da lamínula2, aumento linear3, abertura
numérica4. Além disso, observar que cada objetiva possui uma tarja
colorida ao seu redor. Observando a objetiva de maior aumento
linear, identificar e anotar esses números no esquema ao lado.
microscópio.

 Observando o microscópio, complete o quadro abaixo

Aumento Linear4 Abertura Numérica Cor da tarja

Objetiva maior

Objetiva média

Objetiva menor

 Para a objetiva maior, observar qual é a espessura máxima permitida para a lamínula3.
R: ___________ mm.

Atenção: As objetivas estão fixas no revólver (ou porta-objetivas). Quando for trocá-las,
deve-se rotacionar o revólver. NUNCA GIRE O REVÓLVER ATRAVÉS DA OBJETIVA,
pois isto pode danificá-la.

Ainda, quando se gira o revólver, a objetiva que está no sistema é aquela que fica
na posição vertical em sua parte posterior e que, quando ela se encaixa no caminho
óptico, ouve-se um "clic".

 Iniciando as análises ao microscópio. Para isso:

1- Observar se o polarizador inferior está devidamente encaixado.


2- Retirar do caminho óptico o analisador (descruze os nicóis)
3- Colocar qualquer uma das lâminas da série 961-975, ou 2638-2647 na platina do
microscópio, focalizar um pequeno cristal, procurando observar qual a diferença entre
as imagens obtidas por cada uma das objetivas. Comece pela de menor aumento e
treine focalizar, o mais nítido possível, um cristal com cada uma delas.
Atenção: quando for trabalhar com a objetiva de maior aumento linear, cuidado para não
esmagar a lâmina!

1
Uma objetiva custa entre US$ 500 e 2,000
2
Observar que a lente coletora da objetiva maior é retrátil pois a distância de enfoque é muito pequena e se a
lamínula for grossa demais, não se conseguirá focalizar o espécime mineral abaixo dela.
3
Aumento linear é quantas vezes a imagem obtida é maior que o objeto focalizado
4
É a quantidade de luz que efetivamente penetra na objetiva
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Platina

o
360

A platina do microscópio petrográfico é uma placa


retículo
metálica, que sustenta o preparado em análise.
retículo Apresenta um movimento de rotação e é graduada o
90
270
que permite, juntamente com os retículos da ocular,
efetuar medidas de ângulos entre direções
morfológicas e ópticas dos minerais.

180

Medindo ângulos:
Veja o exemplo:
Foram traçadas duas retas em uma lâmina de vidro: uma contínua
e outra tracejada. O ângulo agudo entre as retas é igual a ψo e
conseqüentemente, o obtuso será 180o - ψo. Colocar a lâmina
sobre a platina, e selecionar a objetiva de menor aumento linear
(tarja vermelha).
180o -

360

360

 Focalizar o ponto de intersecção entre as duas


retas e posicioná-lo no centro dos retículos. Para
medir o ângulo agudo entre as retas, gira-se a
platina de modo que uma delas se sobreponha a 270 90
um dos retículos. Neste caso foi escolhido a reta
tracejada e o retículo N-S. Anota-se o valor da
platina, que no caso é 360º.

180
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 Girar a platina e fazer coincidir com o mesmo 20


retículo a outra reta (no caso do exemplo a reta de
linha contínua) e o valor medido na platina foi 20o.
o

360
Subtrair um valor do outro. Como na segunda
rotação girou-se a platina no sentido oposto ao de
sua graduação, torna-se necessário subtrair 360o do 90
valor obtido assim: 360-20= 340º
O ângulo agudo entre as duas retas do exemplo é:
360-340o= 20o 0
27

Por conseqüência o ângulo obtuso será: 180o – 20o=


160o 180

 Repetir o processo acima. Em uma lâmina de vidro limpa, traçando-se duas retas com
um ângulo qualquer. Faça as leituras correspondentes esquematizando-as nas figuras
abaixo.

 Ângulo agudo entre as retas é: ______________graus

 Ângulo obtuso entre as retas é: ______________graus

Há informações adicionais acerca desta aula em: www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/elearn.html.


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Aula Prática no 2
Tema: O MICROSCÓPIO PETROGRÁFICO: OPERAÇÕES PRELIMINARES

Ajustes preliminares do microscópio


Perpendicularismo entre os polarizadores (nicóis)
 Selecionar a objetiva de menor aumento linear, que é de _______X, e iluminar
adequadamente o campo de visão do microscópio.
 Ajustar o compensador para a posição 0o
 Sem lâmina na platina do microscópio, inserir o analisador no sistema óptico (ou cruzar
os nicóis) através da alavanca apropriada.
 Observar o efeito produzido.
P  Se o campo de visão ficar totalmente escuro, significa que
os nicóis estão cruzados, ou seja, estão orientados
A A
perpendicularmente entre si. Como o feixe de luz que sai da
P
lâmpada não é polarizada e, portanto, vibra em infinitas
Analisador
direções, ao atingir o polarizador somente os raios de luz que
vibram paralelamente a ele é que conseguem atravessá-lo.
Não havendo lâmina na platina, o feixe de luz atravessa o ar,
ou seja, um meio isotrópico, atingindo então o analisador.
P
Como a direção de vibração do analisador é perpendicular ao
A A do polarizador, o feixe de luz que incide no analisador será por
ele absorvido. Assim, o campo de visão do microscópio ficará
P
Mineral Isotrópico
totalmente escurecido. Observar o esquema ao lado em forma
ondulatória e vetorial.
 Se houver passagem de luz, ou seja, o campo do
microscópio não ficar totalmente escuro, significa que as
direções de vibração dos polarizadores não estão
P
perpendiculares entre si. Chame um dos professores, pois o
A A
equipamento necessita de ajustes adicionais.
Os microscópios deste laboratório, não permitem a rotação da
P
Polarizador direção de vibração do analisador e do polarizador inferior,
mas apenas inserir ou retira-los da passagem óptica através
de alavancas próprias (ou seja, cruzar os nicóis).
Luz Natural  Terminada esta operação, descruzar os nicóis.

Paralelismo entre os retículos e os polarizadores.


 Observar se os retículos estão nas direções vertical (N-S) e horizontal (E-W). Se não
estiverem, proceder ao seu ajuste conforme foi visto na aula passada.
 Colocar qualquer uma das lâminas da série 961-975, ou 2638-2647 na platina do
microscópio, focalizar um pequeno cristal de turmalina. A turmalina é um mineral verde,
com hábito (forma) prismático. Quando se rotaciona a platina (sem o analisador
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cruzado, ou não inserido no caminho óptico), este verde muda de bastante claro
(iluminado) a escuro (a este fenômeno dá-se o nome de pleocroísmo).

 Orientar o cristal de turmalina, de forma que sua direção de maior comprimento


(direção do eixo cristalográfico "c") fique o mais
paralelo possível à direção de um dos retículos.

 Cruzar os nicóis e observar a cor assumida pelo


cristal. Convém esclarecer que a cor ora
resultante não é a natural do mineral, mas sim,
a de interferência.
 Se a turmalina ficou totalmente escura (chama-
se extinta) significa que este retículo é paralelo
a um dos polarizadores (polarizador inferior ou
analisador) e, uma vez que eles são
perpendiculares entre si, logo a outra direção
será paralela ao outro polarizador.
 Se a turmalina não ficar totalmente extinta (o que não deverá ocorrer se os passos
anteriores forem bem executados), significa que os polarizadores não estão paralelos
aos retículos e deve-se girar levemente a ocular para ajustá-los a esta posição.
 TERMINADA ESTA OPERAÇÃO, DESCRUZE OS NICÓIS.

Determinação das direções de vibração do polarizador e analisador.


 Empregando a mesma lâmina do procedimento anterior (uma das lâminas das séries
961-975, ou 2638-2647), focalizar um pequeno cristal de turmalina
 Orientar esse cristal de forma que a sua direção de maior comprimento (direção do eixo
cristalográfico "c") fique paralela à direção de um dos retículos - NÃO CRUZE OS
NICÓIS!
 Se a turmalina estiver iluminada, esta será a direção de vibração do polarizador e
consequentemente a direção do outro retículo, à 90o do anterior, será a do analisador.
 Se a turmalina não se mostrar iluminada como descrito anteriormente, gire a platina em
90o em qualquer sentido.
 Do observado acima, a direção de vibração do polarizador é __________ (N-S ou E-W)
e a do analisador (à 90o do polarizador) é __________ (N-S ou E-W).
 Reorientar o cristal de turmalina, de forma que sua direção de maior comprimento fique
paralela à direção de um dos retículos.
 Em uma rotação de 360o observar quantas vezes o cristal mostra a esta mesma cor.
R:__________________.
 Representar em dois esquemas distintos o que acontece quando a direção do eixo
cristalográfico "C" da turmalina fica paralela ao polarizador e no outro, ao analisador.
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eixo c // polarizador eixo c // analisador

Verificação da centralização das objetivas


 Na lâmina que contém a turmalina focalizar, inicialmente com a objetiva de menor
aumento, um pequeno ponto (mineral pequeno, alguma imperfeição da lâmina ou
qualquer feição com aspecto puntiforme, transparente ou não),
 Movimentar a lâmina de forma a colocar este ponto no centro (ou no cruzamento) dos
retículos.
 Girar lentamente a platina e observar:

Caso 1- Este ponto se mostra imóvel com o movimento de rotação da platina. Nesse caso
a objetiva esta centralizada, ou,
Caso 2- O ponto descreve uma trajetória circular estando o centro do retículo contido na
circunferência. Caso isso aconteça, a objetiva está descentralizada e precisa de
ajustes adicionais. Chame um dos professores para isso.

Caso 1 Caso 2

Cálculo do aumento total da imagem produzida pelo microscópio


O microscópio petrográfico fornece uma imagem real aumentada do objeto
focalizado.
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Para calcular de quanto é este aumento (AT), basta multiplicar o aumento linear
promovido pela ocular (ALO) pelo daquele da objetiva (ALB), ou seja:

AT= ALO x ALB

 Qual é o aumento linear da ocular (ALO): ___________ X

 De posse dessa informação, preencher o quadro abaixo:

Objetiva Aumento Linear (ALB) Aumento Total (AT)

menor

média

maior

 Com o auxílio de uma régua transparente, medir o campo de visão total para cada
conjunto objetiva+ocular, preenchendo o quadro abaixo.

Objetiva Aumento Linear Campo de Visão Total

(ALB) (em mm)

menor

média

maior

Obs: Será difícil medir o campo de visão total da objetiva de maior aumento linear. Desta
forma estimar grosseiramente esse valor.

 Conhecido o campo de visão total para cada objetiva+ocular, pode-se estimar o


comprimento (ou tamanho) de qualquer objeto colocado na platina e devidamente
focalizado. Com as objetivas de médio e pequeno aumento linear, estimar o
comprimento de alguns cristais de turmalina das lâminas das séries 961-975, ou 2638-
2647.

 Evidentemente, o comprimento real de um certo cristal de turmalina é único, e assim,


as determinações feitas com objetivas de diferentes aumentos lineares, deverão
fornecer o mesmo valor! Preencher os esquemas abaixo mostrando a área visual
coberta pelo cristal escolhido para as três diferentes objetivas.
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Objetiva Menor Objetiva Intermediária Objetiva Maior

Sistemas de observação microscópica

O microscópio petrográfico se diferencia daquele ordinário por apresentar dois


polarizadores (polarizador inferior e analisador) entre o objeto a ser focalizado.

É possível configurar três sistemas distintos:

Sistema peças ópticas fundamentais propriedades ópticas observáveis

Luz Natural Polarizador inferior Morfológicas: hábito, relevo, cor,


divisibilidade, etc

Ortoscópico polarizador inferior e analisador Cores de interferência: birrefringência,


sinal de elongação, tipo de extinção,
etc

Conoscópico polarizador inferior, analisador e Figuras de interferência: caráter óptico,


condensador móvel. sinal óptico, ângulo 2V, etc

 Observar as diferenças entre cada um destes sistemas, através de um cristal de


moscovita, de uma das lâminas das séries 211-220 ou 1271-1280.

Sistema Luz Natural Sistema Ortoscópico Sistema Conoscópico


(use objetiva menor) (use objetiva menor) (use objetiva maior)

Há informações adicionais acerca desta aula em: www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/elearn.html.


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Aula Prática no 3

Tema: RELEVO E ÍNDICE DE REFRAÇÃO DOS MINERAIS


Relevo
As seções ou fragmentos de um mineral ao microscópio petrográfico são
caracterizados por superfícies desiguais, irregulares e algumas vezes, porosas (feições
morfológicas ou textura da superfície de um mineral). Ao maior ou menor contraste destas
feições dá-se o nome de relevo.
O relevo depende da diferença entre os índices de refração do mineral e do meio
que o envolve.
Quando o índice de refração de um mineral é igual, ou muito próximo, do índice de
refração do meio envolvente, o seu contorno e as suas feições morfológicas se tornam
praticamente invisíveis.
As seções delgadas para estudo petrográfico são montadas com o bálsamo do
Canadá cujo índice de refração é de 1,54.

Tipos de relevo

É definida uma escala de relevo baseada na diferença entre os índices de refração do


mineral e do meio que o envolve (∆n), com as seguintes características:

1- Relevo Forte: ∆n ≥ 0,12 – contorno, traços de clivagem e planos de fratura dos


minerais são acentuados. A superfície dos cristais parece ter aspecto áspero.

2- Relevo Moderado: 0,04 > ∆n < 0,12 - contorno, traços de clivagem e planos de
fratura dos minerais são distintos. A superfície dos cristais tem textura,
ondulações são perceptíveis.

3- Relevo Baixo: ∆n ≤ 0,04 - contorno, traços de clivagem e planos de fratura dos


minerais são fracamente visíveis. A superfície dos cristais parece ser lisa.

Sinal do Relevo

Costuma-se atribuir sinais ao relevo, comparando-se o índice de refração do


mineral (nm) em relação ao seu meio envolvente (nb). Sendo o relevo:

Positivo: quando nm > nb,

Negativo: quando nm < nb


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 Observar e comparar os diferentes relevos dos vários minerais apresentados abaixo,


representando-os de forma esquemática. (Obs: as lâminas foram montadas com bálsamo
do Canadá).
Moderado Negativo Fraco negativo Fraco Positivo

Lâminas: 321-330; 1201-1210 Lâminas: 1351-1370. Lâminas: 281-290, 1241-


Mineral Fluorita Mineral: Microclina, 1250,.Mineral: Quartzo
n= 1,433 n∝= 1,518, nβ= 1,522, nε= 1,553; nω= 1,544
nγ= 1,525

Moderado Positivo Forte Positivo

Lâminas: 331-340
Lâminas: 1521-1540 Mineral: Granada
Mineral: Apatita n= 1,800.
nε= 1,630; nω= 1,633

Relevo Indefinido
Todo raio de luz ao atravessar um mineral anisotrópico sofre o fenômeno da dupla
refração, ou seja, há o aparecimento de dois raios de luz (rápido e lento) que atravessam
o mineral vibrando com direções ortogonais entre si.
Se, entretanto, ao rotacionar a platina do microscópio de forma a que o raio
proveniente do polarizador inferior coincida com uma destas direções do mineral (raios
rápido ou lento), a outra direção não aparecerá. Assim, o relevo exibido pelo mineral, será
o daquele cuja direção é paralela ao polarizador.
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Para a grande maioria dos minerais, a diferença entre os índices de refração é


pequena (ou seja, a birrefringência é baixa), e assim a variação do relevo com a rotação
da platina é imperceptível. Porém há exceções. Por exemplo, a calcita, um mineral
uniaxial negativo (pois nε < nω), possui índices de refração nε= 1,486 e nω= 1,658, imersa
em bálsamo do Canadá (nb= 1,54), estiver orientada com seu raio rápido (direção E, cujo
índice de refração é nε= 1,486) paralelo à direção do polarizador, o mineral terá relevo
moderado negativo (pois 1,486 - 1,54= nε - nb= -0,054) – caso (a) da figura abaixo. Por
outro lado se o cristal for rotacionado, de forma que o seu raio lento (direção O cujo índice
de refração nω= 1,658) ficar paralelo à direção de vibração do polarizador, o mineral terá
relevo forte positivo (pois 1,658 – 1.54= nω - nb= 0,118), conforme mostrado no esquema
(b) da figura abaixo. Em posições intermediárias entre estas duas, o mineral apresentará
relevos intermediários entre estes dois extremos.

 Observar a variação do relevo da calcita com a rotação da platina do microscópio, nas


lâminas da série 1221-1230 (pó) e nos cristais de calcita das seções delgadas de
carbonatito da série 2469-2478 (rocha constituída por: calcita + apatita + magnetita).
Perceber, inclusive, que o relevo chega a ser nulo.
 Fazer esquemas mostrando essas variações extremas, um para a seção de grão e
outro para a seção delgada.

Lâmina de Grãos: 1221-1230 ou 351-360 Seção Delgada: 2469-2478

Relevo: Relevo: Relevo: Relevo:


Sinal: Sinal: Sinal: Sinal:
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Determinação do índice de refração de um mineral em relação a um meio de imersão


Método da Linha de Becke:
 Utilizando-se de uma das lâminas do item anterior (preferencialmente granada ou
fluorita), focalizar com a objetiva de médio aumento linear, o contato do mineral com o
meio de imersão.
 Fechar ligeiramente o diafragma íris
 Com o auxílio da cremalheira micrométrica do ajuste vertical da platina, levantar ou
abaixar a platina lentamente.
 Com este movimento, observar uma linha fina e sutil, bastante brilhante, de coloração
amarelo-azulada que se movimenta em direção do interior ou exterior do mineral,
dependendo do sentido da movimentação vertical da platina. Esta linha recebe o nome
de linha de Becke.
 Observar que:

Abaixando-se a platina do microscópio a linha de Becke se move para o meio de maior


índice de refração.

 Utilizando-se das lâminas abaixo, represente de forma esquemática para cada uma
delas, a morfologia do grão, seu relevo e a linha de Becke.

Moderado Negativo Fraco negativo Fraco Positivo

Lâminas: 321-330; 1201-1210 Lâminas: 1351-1370. Lâminas: 281-290, 1241-1250.


Mineral Fluorita Mineral: Microclina, Mineral: Quartzo
n= 1,433 n∝= 1,518, nβ= 1,522, nγ= 1,525 nε= 1,553; nω= 1,544
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Moderado Positivo Forte Positivo

Lâminas: 1521-1540 Lâminas: 331-340


Mineral: Apatita Mineral: Granada
nε= 1,630; nω= 1,633 n= 1,800.

 Determinar o relevo dos minerais das seguintes lâminas:

Lâmina Relevo (tipo e sinal)


1076-1080 ou 361-380
Mineral: cianita
nα= 1,712; nβ= 1,720; nγ= 1,728
2201-2220
Mineral: espodumênio
nα=1,651; nβ= 1,665; nγ= 1,677
1261-1270
Mineral: berilo
nε= 1,564; nω= 1,568

Método da Iluminação Oblíqua


A comparação entre os índices de refração entre duas substâncias pode também
ser feita através do método da iluminação oblíqua, que é particularmente interessante
quando se está estudando lâminas de fragmentos de cristais (ou pó), pois permite
visualizar um conjunto de cristais simultaneamente.
O método consiste em escurecer a metade do campo de visão do microscópio,
introduzindo a parte opaca do analisador. Com isso, deve-se observar que os grãos
minerais apresentam sombras, que se estiverem voltadas para o campo escurecido
indicam que o mineral possui índice de refração maior do que o do meio envolvente, e
assim, relevo positivo. Caso contrário, se as sombras exibidas pelos grãos estiverem
voltadas para o lado oposto àquele escurecido, o mineral possui índice de refração menor
do que o do meio envolvente e por conseqüência, relevo negativo.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.17

 Aplicar esse método para os minerais das lâminas indicadas abaixo. Representar nas
figuras abaixo a porção do campo visual escurecido, as sombras e os relevos dos
minerais.

Lâmina: 1076-1080 Lâmina: 2201-2220 Lâmina 1261- 1270


Mineral: cianita Mineral: espodumênio Mineral: berilo

O relevo de um mineral é função das diferenças entre seus índices de refração


com o do meio que o envolve. Assim, um mineral pode ter relevo muito baixo num meio
de imersão, mas muito alto em outro. Por isso, em montagens permanentes emprega-
se sempre um mesmo meio de imersão, ou seja, Bálsamo do Canadá, que possui
índice de refração constante e igual a 1,54

Como o relevo de um mineral depende da nossa percepção do contraste de suas


feições morfológicas, muitas vezes a presença de inclusões, fraturas, variações muito
grandes de espessura em um mesmo grão, cores muito fortes, etc, podem mascarar o
relevo, ou seja, este se mostra muito mais alto ou baixo do que deveria ser se
considerada apenas a diferença entre os índices de refração do mineral e do meio de
imersão. A esta anomalia, damos o nome de relevo aparente.

O relevo de um mineral pode variar dependendo do índice de refração do meio


que o envolve, porém, o(s) seu(s) índice(s) de refração não.

Identificando diferentes minerais através do relevo

 No conjunto de lâminas 2668-2677, que corresponde a uma lâmina de grânulos, em


montagem permanente, cujo meio de imersão é o bálsamo do Canadá, há dois
minerais com relevos distintos. Examinar a lâmina e individualizar estes minerais.
Caracterizar o relevo de cada um deles e esquematizá-los na figura abaixo.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.18

Mineral 1:
Relevo: _______________

Mineral 2:
Relevo: ________________

Como se pôde observar, muitas vezes o relevo, por si só, é uma propriedade que
permite a individualização e mesmo a identificação de um mineral.

Relevo dos minerais em seções delgadas

Até agora o relevo dos minerais foi obtido através de montagens permanentes de
pó de mineral em meio ao bálsamo do Canadá. As seções delgadas, de espessura
constante, também utilizam o bálsamo do Canadá. Porém, como mineral e bálsamo
devem estar em contatos verticais entre si, só é possível comparar seus índices de
refração nas bordas da lâmina. Assim deve-se atentar para o fato do relevo de um mineral
estar relacionado aos minerais que o cercam.

 Na lâmina 2548-2555 (gnaisse aluminoso c/ córindon)


determinar qual é o mineral que apresenta maior relevo
comparado aos demais. Fazer um desenho
esquemático mostrando este mineral, bem como os
demais, ressaltando suas relações de contato e
respectivos relevos.

Há informações adicionais acerca desta aula em: www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/elearn.html.


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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.19

Aula Prática no 4

Tema: OBSERVAÇÃO DOS MINERAIS ATRAVÉS DE LUZ POLARIZADA NATURAL - COR E


PLEOCROÍSMO.
Cor
A cor de um mineral transparente depende da absorção pelo mineral, dos
diferentes comprimentos de onda que compõem a luz branca incidente.

Se em um mineral incidir um feixe de luz branca, e não houver absorção de


nenhuma radiação com comprimento de onda (λ) na faixa da luz visível, ou seja toda a
radiação for transmitida (I), este mineral será incolor, caso A da figura anexa. Ao contrário,
se toda radiação incidente (IF) for absorvida (I=O), este mineral será de cor negra.
Ainda, se em um mineral, incidir um feixe de luz branca (IF) havendo absorção de
alguns comprimentos de onda e transmissão de outros, este será colorido, da cor (ou λ)
por ele transmitida (I), caso B da figura anexa.

1,0

-A-
Iφ I
0,8
Razão de Transmissão (lφ / I)

λB λB
Incolor
0,6
-B-
Iφ I

0,4 λB λV -C-
Vermelho Iφ

0,2 λV
Negro

0,0
4000 5000 6000 7000 l( )

Figura 1- Diagrama de intensidades de absorção relativas ou razões de


transmissão, para minerais de diferentes cores. Legenda: Iφ= intensidade da luz incidente,
I= intensidade da luz transmitida, l= comprimento de onda da luz (valores em Å), λB=
luz de cor branca, λV= luz de cor vermelha.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.20

Via de regra, minerais coloridos em amostras de mão só o serão ao microscópio


petrográfico, quando possuírem matizes (tonalidades) muito fortes.
 Observar as cores exibidas por alguns minerais em seções delgadas e faça esquemas
de suas observações, assinalado além da cor, o relevo destes minerais, conforme
tabela abaixo: (NÃO CRUZE OS NICÓIS)

série: 1761-1770 série 2488-2497 Série 2479-2487


mineral: augita minerais: rutilo e granada Minerais: cromita.
rocha: piroxenito rocha: paragnaisse Rocha: cromitito

Cor: cor: cor:


relevo: relevo: Relevo:
Esquema Esquema Esquema

série: 2603-2607 série: 2608-2617 série: 1746-1748 e 381-390


mineral: cassiterita minerais: titanita e epidoto mineral: olivina
rocha: graissen rocha: metagabro rocha: olivina basalto

cor: cor: cor:


relevo: relevo: relevo:
Esquema Esquema Esquema
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.21

Pleocroísmo ou Absorção Seletiva


Pleocroísmo é o fenômeno em que certos minerais anisotrópicos transparentes e coloridos
absorvem a luz de maneira seletiva segundo suas diferentes direções de vibração. Desta forma,
quando um mineral é pleocróico, girando-se a platina do microscópio ele muda de cor.

-A- O
E

-B-

O
E

I /I
-C-
Amarelo
Verde

E
B O

4000 5000 6000 7000

COMPRIMENTO DE ONDA-λ (A)

Figura 2- Diagrama que relaciona as cores com as intensidades de absorção relativas (Iφ/I) de
minerais anisotrópicos uniaxiais incolores (caso A), coloridos (caso B) e coloridos pleocróicos (caso
C). E e O = direções dos raios extraordinário e ordinário.
Quando a direção de vibração para a qual se verifica a máxima absorção, ficar paralela a
direção de vibração do polarizador inferior, a cor do mineral será escura. Por conseqüência, quando
a direção de vibração do polarizador inferior for paralela a direção de vibração para a qual se observa
a menor absorção, a cor exibida pelo mineral será clara.
Dá-se o nome de fórmula pleocróica a associação das diferentes cores
observadas às diferentes direções cristalográficas (ou ópticas) do mineral.
Pleocroísmo de Minerais Uniaxiais:
Os minerais uniaxiais coloridos que apresentam o fenômeno do pleocroísmo
exibem duas cores extremas: uma na direção do raio extraordinário e outra segundo a do
raio ordinário. Assim, diz-se que estes minerais são dicróicos.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.22

 Determinando a fórmula pleocróica do mineral turmalina da Lâmina 2639-2647.


A turmalina tem índices de refração: nε= 1,610 e nω= 1,631, ou seja, um mineral
uniaxial negativo (nε < nω), portanto com a direção de maior alongamento segundo a
direção do eixo cristalográfico “C”, que por sua vez coincide com “E” e com o eixo óptico
(C //eo // E).
Então:

Orientar o cristal de turmalina de forma a sua direção de maior


alongamento fique paralela ao polarizador inferior (PP). Nesta
posição, a cor verificada corresponderá àquela de “E”
(NÃO CRUZE OS NICÓIS).
Anotar a cor __________________________________

Representar o observado no esquema ao lado, assinalando as


direções de vibração do polarizador inferior (PP) e a do analisador
(AA). Girar a platina em 90o, ou seja, colocar a direção de maior
alongamento paralela ao analisador (AA). Nesta posição a cor
observada corresponderá aquela de “O”. (NÃO CRUZE OS NICÓIS).
Anotar a cor _______________________________

 Representar o observado no esquema ao lado, assinalando as direções de vibração do


polarizador inferior (PP) e analisador (AA).
.
Então se pode escrever a fórmula pleocróica da turmalina:
E= _______________ , absorção ____________
(cor) (forte ou fraca)
O= _______________ , absorção ____________
(cor) (forte ou fraca)
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.23

Pleocroísmo em minerais biaxiais

Os minerais biaxiais coloridos que apresentam o fenômeno do pleocroísmo exibem


três cores extremas de pleocroísmo, que são determinadas nas direções X, Y e Z da
indicatriz.
 Determinando a fórmula pleocróica do mineral piedmontita da Lâmina 2716-2723.

c X
eo eo
a
A piedmontita (um sorossilicato da família
do epidoto) possui índices de refração nα=
1,725; nβ= 1,730 e nγ= 1,750 e, portanto é
um mineral de caráter óptico biaxial, de
sinal positivo.
Z b
Y Como em um plano, ou uma fatia de
mineral, só pode haver dois índices de
refração associados (posto que X, Y e Z
são orogonais entre si), é necessário
eo observar as cores associadas a uma, ou no
a
eo máximo duas direções em diferentes
cristais de piedmontita.

 Observar na lâmina que são três as cores de pleocroísmo: amarela, rosa e vermelha.
Para associarmos corretamente estas cores com as direções ópticas são necessários
conhecimentos de ortoscopia e conoscopia (que serão vistos posteriormente). No
momento, pode-se reconhecê-las admitindo-se que toda vez que uma das direções
principais, X, Y ou Z, estiver paralela ao polarizador será observada a cor da respectiva
direção. Por exemplo, uma seção que tenha as direções X e Y, serão observadas as
cores amarela (quando X estiver paralelo ao polarizador) e rosa (quando Y estiver
paralelo ao polarizador).

 Observar também, que toda a seção que corresponde a uma seção circular da
indicatriz da piedmontita, esta conterá apenas a direção Y e exibirá apenas uma cor de
pleocroísmo, a rosa. Para encontrar esta seção, que tem comportamento de um cristal
isotrópico, cruzar os nicóis e rotacionar a platina do microscópio. Esta seção permanecerá
sempre escura ou extinta (É difícil achar um cristal que corresponda à seção circular
deste mineral).
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.24

 No esquema abaixo, foram assinaladas todas as possibilidades envolvendo as direções


principais da indicatriz da piedmontita. Veja quais você encontra.

Direções X e Y Direções X e Z

Cores observadas: amarela e rosa Cores Observadas: amarela e vermelha

X//PP Y//PP X//PP Z//PP

Direções Z e Y
Direção Y
Cores observadas: vermelha e rosa

Z//PP Y//PP Cor observada: rosa

Portanto, a fórmula pleocróica da piedmontita é:


X= absorção intermediária= cor amarela; Y= absorção fraca= cor: rosa e Z= absorção
forte= cor vermelha.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.25

Halos Pleocróicos
Halo é uma espécie de coroa, normalmente escura e finamente radiada, que
ocorre no interior de minerais coloridos, que apresentam diminutas inclusões de minerais
em cuja composição se verificam elementos radioativos instáveis (principalmente U e Th).
Os elementos radioativos presentes nestas inclusões emitem radiações nucleares (α e γ)
que afetam a estrutura do mineral hospedeiro modificando localmente sua estrutura,
fazendo então surgirem os halos pleocróicos.

 Observar o descrito acima no mineral biotita (cor marrom clara, fortemente pleocróico,
de hábito micáceo) que apresenta inclusões de zircão em seu interior e ao redor deles,
coroas escuras que mudam de cor ao girar-se a platina do microscópio. Lâmina 1951-
1970 (rocha: granada mica-xisto). Representar no esquema abaixo, a biotita, o zircão e
os halos pleocróicos observados. (NÃO CRUZE OS NICÓIS)

Há informações adicionais acerca desta aula em: www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/elearn.html.


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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.26

Aula Prática no 5

Tema: HÁBITO E CLIVAGEM

Hábito
Hábito de um mineral é a sua aparência externa, a sua forma característica e mais
comum, ou então uma forma cristalográfica específica. Pode haver certa dificuldade na
observação do hábito dos minerais em seções delgadas, pelo fato de sua estrutura
tridimensional (forma cristalina) ser seccionada segundo uma direção qualquer. Assim, na
identificação do hábito mineral, há necessidade de se ter algum conhecimento de
cristalografia para o reconhecimento da forma observada.
A determinação correta do hábito de um mineral é considerada muito importante
para a sua identificação microscópica.

1- Quanto à presença de faces cristalinas:


Mineral Euhedral= aquele bem formado, delimitado inteiramente por faces cristalinas.
Mineral Anhedral= aquele mal formado que não apresenta nenhuma face cristalina.
Mineral Subhedral= aquele razoavelmente formado que é delimitado parcialmente por
faces cristalinas.

2- Quanto à forma dos cristais ou agregados cristalinos. Os mais importantes são:

Hábito tabular Hábito prismático Hábito lamelar


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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.27

Hábito acicular Hábito equidimensional Hábito granular

Observar ao microscópio:

Hábito GRANULAR
Rocha: arenito da Formação Bauru
Mineral: quartzo
Lâminas: 571-580 ou 921-930
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.28

Hábito ACICULAR:
Mineral: Actinolita (pó)
Lâminas: 421-430, ou 1111-1120,

Hábito: PRISMÁTICO
Mineral: Sillimanita
Rocha: granada-sillimanita Gnaisse
Lâminas: 2421-2435.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.29

Hábito TABULAR
Mineral: Cianita

Seção Delgada Lâmina de pó


(2436-2441) (361-380 ou 1076-1080)

 Hábito: LAMELAR (micáceo ou foliáceo)

Mineral: Biotita em seção delgada de Epidoto-Biotita-Gnaisse com calcita e muscovita;


Lâminas 2455-2462 e

2051-2070 Mineral: Talco em seção delgada de Talco Xisto.


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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.30

Clivagem
Clivagem é a propriedade de um mineral se romper de forma a produzir superfícies
planas e regulares.
A clivagem pode ser classificada quanto à qualidade (perfeita, boa, imperfeita, etc)
e quanto ao número de direções e o ângulo entre elas.

Uma direção

Mineral: Biotita em Mela Biotita Sienito - Lâminas: 841-850

Duas direções

Mineral: hornblenda em seção delgada de anfibolito, Lâminas: 451-460,


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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.31

Mineral: augita em seção delgada de piroxenito, Lâminas 1761-1770


,

Três direções
Cúbica, Mineral: Halita (pó) Lâminas: 1891-1910

Romboédrica: mineral: calcita

calcita (pó) calcita em carbonatito


(Lâminas 1221-1230) (Lâminas 2469-2471
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.32

Quatro direções - Octaédrica, Mineral: Fluorita em pó, Lâminas 1201-1210,

Prática de Revisão e Fixação


 Determinar todas as propriedades assinaladas dos seguintes minerais:

681-690: mineral levemente acastanhado de relevo mais alto, olivina ou augita em


diabásio

Cor/pleocroísmo: ___________________________________
Hábito:___________________________________________

Relevo:___________________________________________

Clivagem:_________________________________________

2455-2462, mineral de mais alta cor de interferência (epidoto)

Cor/pleocroísmo: ___________________________________
Hábito:___________________________________________

Relevo:___________________________________________

Clivagem:_________________________________________

Há informações adicionais acerca desta aula em: www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/elearn.html.


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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.33

Aula Prática no 6

Tema: ORTOSCOPIA I: OBSERVAÇÃO DOS MINERAIS A NICÓIS CRUZADOS: CORES DE


INTERFERÊNCIA, CARTA DE CORES, POSIÇÃO E ÂNGULO DE EXTINÇÃO.

O sistema ortoscópico
O sistema ortoscópico é constituído pelo uso de todas as peças ópticas utilizadas
no sistema à luz natural mais o analisador, ou seja, é o estudo dos minerais entre nicóis
cruzados – ou com o analisador inserido na passagem óptica da luz.

Cores de interferência e a carta de cores


A cor de interferência produzida por uma seção de mineral, à nicóis cruzados, é
devida a diferença de percurso, ou atraso, ∆, promovida pelo mineral aos dois conjuntos
de onda que o atravessam vibrando em planos perpendiculares entre si.

A cor de interferência, ou atraso, ∆, é dada pela expressão:

∆ = e ( N - n ); equação 1
Onde:
e= espessura do mineral
N= índice de refração maior (ou do raio lento)
n= índice de refração menor (ou do raio rápido)
(N – n)= birrefringência do mineral (as vezes representada por δ) .
Então teremos:
Para minerais uniaxiais de sinal óptico:
+: N= nε e n= nω, a birrefringência (N-n) será igual a nε-nω,
-: N= nω e n=nε, a birrefringência (N-n) será igual a nω-nε, e

Para os minerais biaxiais teremos sempre:


N= nγγ e n= nα
α e a birrefringência (N-n) será igual a nγγ- nα
α
As cores de interferência produzidas por uma diferença de percurso (∆) entre 0 e
550 mµ, são chamadas de cores de interferência de 1a ordem, ∆ entre 550 e 1100 mµ de
2a ordem, ∆ entre 1100 e 1650 mµ de 3a ordem, ...
Esta seqüência de cores de interferência produzidas pelos valores crescentes de ∆
constitui a Carta de Cores de Interferência.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.34

Na carta de cores, verifica-se que algumas cores se repetem várias vezes como:

Atraso (∆) em mµ Cor Ordem


260 Amarela 1a
890 Amarela 2a
1440 Amarela 3a

 Por outro lado, há cores de interferência que são observadas somente na 1ª ordem.
Quais são essas cores, seus respectivos atrasos (∆)?
R: ______________________________________

 Qual é a cor de interferência que é observada em todas as ordens com exceção da 1a


? R: __________________________________________________________
 Qual é a única cor observada em todas as ordens? R: _____________________
d- Qual é a cor de interferência que marca a divisão das ordens, na carta de cores?
R: ____________________________________________________________
A repetição das cores de interferência se deve ao fato da interferência da luz
diminuir de intensidade quando o atraso entre dois raios de luz produzidos pelo mineral
for um múltiplo inteiro de comprimentos de onda, e que aquelas de ordem superior são
mais cintilantes (brilhantes) e com matizes (tonalidades) mais fracos do que aquelas
correspondentes, de ordem mais baixa. Veja o exemplo do vermelho, amarelo e verde.
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.35

 Na carta de cores o que significam os valores encontrados na:

Ordenada: ____________________________________________
Abscissa: ______________________________________________
Diagonal: _____________________________________________

 Utilizando a equação 1 e a carta de cores responder:


Qual será a cor de interferência e o valor de ∆, de um mineral com espessura de 0,03
mm e uma birrefringência de 0,020? (1 mm = 106 mµ).
R:___________________________________________________________________

 O Quartzo é um mineral anisotrópico, uniaxial positivo (ne > nw), com birrefringência
igual a 0,009. Quais são as cores de interferência e respectivos atrasos (∆ em mµ)
observados para o quartzo? Responder completando a tabela abaixo (Verifique primeiro o
resultado na carta de cores e depois faça os cálculos empregando a equação 1).

Espessura em Cor de Interferência ∆ em mµ


mm
(1 mm = 106 mµ).
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06

 Conclusão: No caso do exemplo - tendo-se um fragmento de uma espécie mineral, com


certa orientação óptica, as diferentes cores de interferência que o mesmo apresenta
resultam de diferentes ________________________________

 Verificar na prática o concluído acima, analisando em uma das lâminas da série 1241-
1250, cujo único mineral presente é o quartzo. Observar também que, em um mesmo
cristal, franjas que possuem a mesma cor têm a mesma espessura. Esquematize esta
observação na figura anexa.

 É possível identificar qual é o cristal que apresenta maior


espessura? Qual? R: ________________________ mm.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.36

 Escolher um cristal qualquer de quartzo, na Esquema


lâmina dada, e através das cores de interferência,
identificar sua forma tridimensional. Ex:

 Represente a forma determinada, em perfil, no


quadro ao lado.

Cores de interferência anômalas


Cores de interferência anômalas são aquelas não encontradas na carta de cores
de interferência, e podem ser causadas por dois motivos:
1- Minerais que apresentam cor natural muito forte
 O mineral aegirina, observado na seção delgada de aegirina sienito da série 821-830,
apresenta uma cor natural verde muito intensa. Com isso as cores de interferência
observadas serão sempre adicionadas a esta cor natural do mineral, no caso imprimindo
tonalidades esverdeadas.

 Representar nos esquemas abaixo, a cor natural do mineral e no outro, as cores de


interferência encontradas. Observar que nas bordas dos cristais, onde a espessura tende
a ser menor, a influência da cor natural do mineral é minimizada e as cores de
interferência se aproximam daquelas observadas na carta de cores.

cor natural – nicóis descruzados cores de interferência – nicóis cruzados

2- Minerais com dispersão variada dos índices de refração

Existem alguns minerais que apresentam valores discrepantes dos índices de


refração para diferentes comprimentos de onda que compõem a luz branca que incide em
um mineral. Esta dispersão nos índices de refração, pode ser muito grande e o mineral
poderá ter comportamento de uma substância isótropa para certos comprimentos de
onda, ou seja, as cores correspondentes serão completamente absorvidas pelo cristal.
Com isso, estes comprimentos de onda que faltarão na composição espectral da luz
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.37

branca (da luz incidente no mineral), levarão ao surgimento de tonalidades de cores


diferentes daquelas observadas na carta de cores que, via de regra, tendem para o roxo.

 Veja o exemplo da clorita, observado na seção delgada da série


2608-2617 onde as cores anormais são devidas a tonalidades azul-
arroxeadas assumidas pela forte absorção destes comprimentos de
onda pelo mineral. Represente no esquema ao lado, a morfologia
dos cristais de clorita e compare as cores de interferência anômalas
com aquelas da carta de cores.

Posição de extinção
Todo mineral anisotrópico observado à nicóis cruzados torna-se escurecido (de cor
preta, ∆=0), com a rotação da platina. Nestas situações, diz-se que o mineral está em
posição de extinção.

Isto ocorre porque a suas duas direções de vibração Do


mineral (raios rápido e lento – em branco na figura),
coincidem com as direções de vibração do polarizador
(P-P) e do analisador (A-A).
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.38

Ângulo de extinção
Ângulo de extinção (ε) é aquele formado entre uma direção cristalográfica qualquer
como: traços de clivagem, planos de geminação, eixos
cristalográficos, faces cristalinas, etc; e uma direção
de vibração do mineral (raio lento ou rápido).

No exemplo, o ângulo de extinção e, seria


aquele formado entre o eixo cristalográfico c, ou a
direção de maior alongamento, com o raio rápido do
mineral. Observar que os raios lento e rápido sempre
fazem um ângulo de 90o entre si, e que para o mineral
entrar em posição de extinção será necessária uma
rotação de ε graus no sentido horário.
Observar também que se a partir da posição
inicial (o representado na figura) rotacionarmos no
sentido anti-horário, para que o mineral entre em
extinção, será necessário um giro de 90 - ε graus.

Tipos de Extinção
Extinção Reta ou Paralela: Quando o ângulo entre a direção
cristalográfica coincidir com uma das direções de vibração
A
do mineral. No caso do exemplo, a direção cristalográfica r
considerada foi a clivagem. O ângulo entre o raio rápido (r)
e a direção de clivagem é 0o e o do raio lento com a direção
de clivagem é de 90o. P l P
Observar que no exemplo, o mineral está em posição de
extinção, pois os raios, rápido e lento, estão paralelos ao
analisador e polarizador.

εA
Extinção Inclinada ou Oblíqua: Quando o ângulo entre a
direção cristalográfica não coincidir com nenhuma das r
direções de vibração do mineral. No caso do exemplo, a
direção cristalográfica considerada foi a clivagem. O ângulo
entre o raio rápido e a direção de clivagem é igual a ε (≠ 0o) P l P
e o do raio lento com a direção de clivagem é igual a 90o - ε
Observar que no exemplo, o mineral está em posição de
extinção, pois os raios rápido e lento estão paralelos ao
analisador e polarizador.
A
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.39

Extinção Simétrica: Quando as direções de vibração


dos raios rápido (r) e lento (l) se posicionam na
bissetriz do ângulo formado entre duas direções A
cristalográficas.
No caso do exemplo, as direções cristalográficas r ε
consideradas foram os dois traços de clivagem e o ε
P l P
ângulo de extinção é igual a ε, ou seja, a bissetriz do
ângulo formado entre as duas direções de clivagem.
Observar que no exemplo, o mineral está em posição
de extinção, pois os raios rápido e lento estão
paralelos ao analisador e polarizador.
A
 Determinar os ângulos e tipos de extinção para os minerais das lâminas dadas, fazendo
para cada um, esquemas mostrando as relações entre as direções de vibração e
cristalográficas dos minerais.

1- Mineral: hornblenda (verde pleocróica)


Lâmina 621-630
Direção Cristalográfica Escolhida: ____________________________________
Tipo de Extinção: _________________________________________________
Ângulo de Extinção: _______________________________________________
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.40

2- Mineral: sillimanita (hábito acicular),


Lâminas: 2421-2435
Direção Cristalográfica Escolhida: ____________________________________
Tipo de Extinção: _________________________________________________
Ângulo de Extinção: _______________________________________________

3- Mineral: calcita (mais comum na lâmina)


Lâminas: 2469-2478
Direção Cristalográfica Escolhida: ____________________________________
Tipo de Extinção: _________________________________________________
Ângulo de Extinção: _______________________________________________
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.41

4- Mineral: biotita (marrom pleocróico)


Lâminas: 841-850
Direção Cristalográfica Escolhida: ____________________________________
Tipo de Extinção: _________________________________________________
Ângulo de Extinção: _______________________________________________

Há informações adicionais acerca desta aula em: www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/elearn.html.


______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.42

Aula Prática no 7
Tema: ORTOSCOPIA II: OBSERVAÇÃO DOS MINERAIS A NICÓIS CRUZADOS: ISOTROPIA /
ANISOTROPIA, POSIÇÃO DE MÁXIMA ILUMINAÇÃO, COMPENSADORES, DETERMINAÇÃO DA
ORDEM DE UMA COR DE INTERFERÊNCIA.

Isotropia e anisotropia

Minerais isotrópicos são aqueles que possuem um


único índice de refração (n) e suas indicatrizes são sempre
representadas por esferas, cujos raios (chamados de raios
vetores), correspondem aos respectivos índices de refração.

Os minerais isotrópicos são aqueles que se cristalizam


no sistema isométrico ou cúbico.

Os minerais isotrópicos (ou isótropos) não promovem o fenômeno da dupla


refração, e assim o raio de luz que parte do polarizador e atravessa o mineral, não muda
sua direção de vibração chegando ao analisador vibrando perpendicularmente a ele. Com
isso, não há passagem de luz ao observador.
Assim sendo minerais isótropos permanecerão sempre extintos com a rotação da
platina.
Os minerais anisotrópicos apresentam pelo menos dois índices de refração e suas
indicatrizes são representadas por elipses. Abaixo, são representadas duas indicatrizes
de minerais com sinais ópticos positivos.

Indicatriz Uniaxial Indicatriz Biaxial


______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.43

Pode-se dizer que os minerais anisotrópicos (ou


anisótropos) promovem o fenômeno da dupla refração, ou
seja, um raio de luz polarizado segundo a direção do
polarizador inferior (P-P), ao incidir na superfície do mineral
é refratado no seu interior segundo duas direções
principais, surgindo dois raios de luz que vibram
perpendicularmente entre si, com velocidades proporcionais
∆ aos índices de refração a eles associados. Desta forma
quando estes dois raios de luz (lento- l e rápido- r) deixam o
mineral e atingem o analisador, eles passam a interferir
Analisador entre si, gerando um raio resultante (R), que é paralelo à
direção do analisador. Com isso, há passagem de luz
através dele até o observador.
l
 Identificar o número de minerais isotrópicos presentes
nas lâminas, considerando que os minerais anisotrópicos
r observados à nicóis cruzados tornam-se coloridos com a
rotação da platina, ao contrário dos isotópicos que
permanecem sempre extintos.
Mineral Anisotrópico
r l

Polarizador

Luz Natural

Lâminas 2442-2454
Número de minerais isotrópicos:_______________

Lâminas 1581-1600
Número de minerais isotrópicos:_______________
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.44

Posição de máxima luminosidade ou máxima iluminação

Quando duas direções de vibração do mineral formam um ângulo de 45o com o


analisador e polarizador, o mineral estará na posição de máxima luminosidade, pois a
soma vetorial dos raios rápido e lento terá uma resultante que será a direção do
analisador. A posição de máxima luminosidade está a 45o da posição de extinção.

No quadro abaixo observar a representação gráfica das posições de extinção e


máxima iluminação de um mineral hipotético que apresenta hábito alongado segundo a
direção do eixo c, uma direção de clivagem paralela a ele e perpendicular a face
considerada.

P P
C
C

A A A A

P P
Posição de Extinção Posição de Máxima Iluminação

 Identificar as posições de extinção e máxima iluminação dos minerais das lâminas


abaixo, esquematizando suas observações conforme figuras anexas.

Mineral: Hornblenda (mineral verde pleocróico)


Lâmina 621-630
Direção Cristalográfica Escolhida: _________________________________
Tipo de Extinção: ______________________________
Ângulo de Extinção: _______________________

Posição de Extinção Posição de Máxima


Iluminação
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.45

Mineral: Sillimanita (hábito acicular)


Lâmina 2421-2435
Direção Cristalográfica Escolhida: _________________________________
Tipo de Extinção: ______________________________
Ângulo de Extinção: _______________________

Posição de Extinção Posição de Máxima


Iluminação

Mineral: Calcita (mineral mais comum)


Lâmina 2469-2478
Direção Cristalográfica Escolhida: _________________________________
Tipo de Extinção: ______________________________
Ângulo de Extinção: _______________________

Posição de Extinção Posição de Máxima


Iluminação
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.46

Mineral: Biotita (mineral marrom pleocróico)


Lâmina 841-850
Direção Cristalográfica Escolhida: _________________________________
Tipo de Extinção: ______________________________
Ângulo de Extinção: _______________________

Posição de Posição de Máxima


Extinção Iluminação

Lembre-se: Quando um mineral está em posição de extinção, suas direções de vibração


estão coincidindo com as direções de vibração do polarizador e do analisador.

O compensador
O compensador é constituído por uma placa de uma substância anisotrópica onde
são conhecidas as direções dos raios lento e rápido além do atraso entre eles (∆), no
caso igual a 1λ ou 550 mµ (cor vermelha de 1ª ordem). Este acessório tem como função
adicionar ou subtrair 550 mµ à cor de interferência do mineral.
A montagem do compensador nos microscópios do Laboratório de Microscopia do
IGCE-Unesp, não é a usual para equipamentos empregados em análises de minerais sob
luz polarizada, pois estão sobre uma estrutura deslizante, de forma a permitir que as
direções lenta e rápida do compensador sejam introduzidas no sistema óptico formando
ângulos entre 0 e 75º (com divisões de 15º) com o polarizador e analisador. Por isso, esta
montagem é chamada de “sistema de contraste” e é usual para a obtenção de cores em
substâncias, via de regra, de natureza biológica com alguma birrefringência.
No estudo dos minerais, duas orientações são desejadas: a de 0o e a de 45º. No
primeiro caso, ou seja, 0o, o compensador estará fora de ação no sistema óptico pois seus
raios lento e rápido estarão paralelos ao polarizador e analisador. Na posição de 45º o
compensador mostra suas cores de interferência máxima, pois se encontra em posição de
máxima iluminação, com seus raios lento e rápido formando ângulo de 45º entre
polarizador e analisador.
A A

l l r
r P P P
P
75o 75o

45o A 45o
0o
A 0o
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.47

Determinação da Posição dos Raios Lento e Rápido do Compensador


A montagem do compensador é feita de tal forma que uma de suas direções de
vibração lenta ou rápida, seja paralela à alavanca metálica que o faz girar no anel onde se
encontra a sua graduação, conforme mostra a figura acima. Para identificar estes raios e
marcar aquele que está disposto paralelamente à alavanca metálica usar uma das
lâminas das séries 301-310 ou 1211-1210, que contém um único cristal de quartzo
cortado perpendicularmente ao seu eixo óptico. Esta seção fornece uma figura de
interferência uniaxial, do tipo eixo óptico centrado, que é caracterizada por uma cruz
escura que praticamente não se move no campo de visão com a rotação da platina.
Para obter a figura de interferência proceder da seguinte forma:
1- Localizar o cristal de quartzo empregando a objetiva de menor aumento linear;
2- Cruzar os nicóis;
3- Trocar a objetiva para a de maior aumento linear;
4- Inserir o condensador móvel;
5- Retirar a ocular (sem o retículo);
6- Observar a figura formada, uma cruz que não se desfaz com o movimento da
platina;
7- Reconhecer os diferentes quadrantes da figuras de interferência;
8- Girar o compensador até a posição de 45º;
9- Observar que a cruz se torna vermelha e surgem cores azuis e amarelas nos
diferentes quadrantes da figura de interferência..
10- Surgindo cores amarelas nos quadrantes NE e SW e azuis em NW e SE, a
direção da haste metálica representa o raio lento e consequentemente o rápido
estará perpendicular a ele. Verifique se a letra anotada na etiqueta acima da
logomarca do equipamento é a L.
11- Se aparecer cores azuis nos quadrantes NE e SW e amarelas em NW e SE, a
direção da haste metálica representa o raio rápido e consequentemente o lento
estará perpendicular a ele. Verifique se a letra anotada na etiqueta acima da
logomarca do equipamento é a R.
12- Representar o observado nos esquemas abaixo.
Esquemas:

NW NE  Figura de Interferência obtida e disposição dos


quadrantes com o compensador na posição de 0o.
W
SW SE

S
0o
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.48

 Girar a haste do compensador para 45º e


observar a disposição das cores (azul e amarela)
nos diferentes quadrantes, e o descrito nos itens
8 ou 9.
Conclusão: a direção da haste giratória do
compensador corresponde ao raio:
__________(lento ou rápido) do compensador.
Preencha o esquema ao lado, representando as
direções dos raios lento e rápido do
compensador.

Daqui para frente entenda introduzir o compensador no sistema óptico com sendo
rotacioná-lo em 45º.

Determinação da ordem de uma certa cor de interferência


Admitindo-se que um certo mineral, com espessura constante, apresenta uma cor de
interferência amarela e deseja-se saber a que ordem ela pertence (1a, 2a, etc).
Procedimento:
1- Girar a platina do microscópio até encontrar a posição de extinção do mineral.
2- A partir desta posição, rotacionar 45o até encontrar a sua posição de máxima
luminosidade
3- Inserir o compensador e verificar se houve adição ou subtração na cor de interferência.
4- Voltar à posição de extinção, girar a platina 45o no sentido oposto ao feito
anteriormente e repetir o descrito em 3 ( se em 3 houve soma agora haverá subtração).
5- Ver o resumo abaixo:

A cor de interferência do mineral é A cor de interferência se tornará:

com subtração de com a soma de


550 mµ 550 mµ

amarela (1a ordem)= 300 mµ cinza: - 250 mµ verde 850 mµ

amarela (2a ordem)= 900 mµ amarela: 350 mµ amarela 1450 mµ

amarela (3a ordem)= 1500 mµ laranja: 950 mµ vermelha 2050 mµ


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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.49

Atenção: Não confundir cor natural do mineral com sua cor de interferência!
A cor de interferência de um mineral é aquela observada antes de se introduzir o
compensador, as cores resultantes com este procedimento são causadas pelo atraso ou
compensação do acessório introduzido no sistema!

 Determinar as cores de interferência da augita (mineral marrom claro, relevo moderado)


das lâminas 1721-1740 (a rocha é um diabásio que é constituído pelos minerais: olivina,
augita, plagioclásio e a magnetita, que é opaca). As cores cinza e preta são
características da 1a ordem e assim podem ser reconhecidas de imediato!

Cor de interferência Com Adição de Com Subtração de Conclusão: ordem


observada 550 mµ 550 mµ da cor observada

1-

2-

3-

4-

5-

Há informações adicionais acerca desta aula em: www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/elearn.html.


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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.50

Aula Prática no 8

Tema: ORTOSCOPIA III: OBSERVAÇÃO DOS MINERAIS A NICÓIS CRUZADOS:


BIRREFRINGÊNCIA, SINAL DE ELONGAÇÃO E ESPESSURA.

Birrefringência
Um raio de luz polarizado ao atravessar um mineral anisotrópico, orientado
adequadamente, sofre o fenômeno da dupla refração, com o aparecimento de dois raios
refratados, um rápido (r) e outro lento (l), cujas velocidades são inversamente
proporcionais aos índices de refração associados àquela seção do mineral.
A diferença numérica entre os valores destes dois índices de refração, recebe o
nome de birrefringência.
A cor de interferência apresentada por um certo mineral anisotrópico, que
corresponde a diferença de percurso ou atraso (∆ ∆) entre os raios rápido e lento que
deixam o mineral, é função de sua espessura (e) e da diferença entre os índices de
refração associados a seção considerada, ou birrefringência (N-n):

∆= . e ( N - n ); equação 1.
Assim fica evidente que para uma mesma espécie mineral, com espessura
constante, a birrefringência por ele apresentada dependerá unicamente, de sua
orientação óptica.
A birrefringência de um mineral (N-n) pode variar de zero até um valor máximo. Ao
valor máximo da diferença de percurso ou atraso, ∆, corresponderá a maior diferença
entre os índices de refração (N-n), que é chamada de birrefringência máxima (δ δ), que é
aquela listada nos livros texto, designada apenas por birrefringência, ou δ.
Observar que:
Nos minerais uniaxiais, a birrefringência, δ será a diferença entre nε e nω, de tal
forma que o resultado seja sempre um número positivo. Assim, minerais uniaxiais com
sinais ópticos:
• positivos, onde nε > nω, δ= nε - nω:
• negativos, onde nω > nε, δ= nω - nε
Nos minerais biaxiais, onde nγ > nβ > nα, a birrefringência δ será sempre: nγ - nα.

Determinação da birrefringência
 A Lâmina 1761-1770 é uma seção delgada de uma rocha denominada jacupiranguito (o
mesmo que piroxenito: augita e magnetita), de espessura constante e igual a 0,03 mm.
Observar que os diferentes cristais de augita apresentam cores de interferência
diferentes. Identifique o cristal que apresenta o máximo atraso ∆, ou seja, escolha o cristal
que apresenta a maior cor de interferência comparada a dos demais cristais também de
augita.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.51

 Baseado nessa análise, preencha o quadro abaixo:


Cor de Interferência Máxima Ordem Atraso ∆, em mµ

Utilizando-se novamente da carta de cores e lembrando que a espessura da seção


em análise é uniforme e igual a 0,03 mm, determine a birrefringência do mineral.
Exemplo: Supondo que ∆= 540 mµ e a espessura (e) de 0,03 mm:
Utilizando da carta de cores: na ordenada, trace uma linha horizontal em 0,03 mm.
No das abcissas, uma linha vertical a partir de 540 mµ. Onde estas duas linhas se
cruzarem, trace uma linha que sai da origem passando por este ponto até atingir o eixo da
birrefringência, onde se lê o valor 0,018, conforme mostra a figura abaixo:

ou então utilizando-se da
equação 1:

∆ = e( N − n )


= ( N − n)
e
540 x10 −6
( N − n) = = 0,018
0,03

Voltando ao exemplo da lâmina 1761-1770:


 A birrefringência (N-n) do mineral augita, presente na seção delgada de espessura
aproximada de 0,03 mm é igual a: _____________________________
Observar a tabela abaixo que mostra a convenção dos valores de birrefringência mais
comumente usada:
Intervalo numérico Cor de interferência observada
Nomenclatura da birrefringência para espessura de 0,03 mm Exemplos
(N-n)
Fraca 0 – 0,010 cinza claro, branco, amarelo 1a quartzo (0,009)
ordem apatita (0,003)
a
Moderada 0,010 – 0,025 vermelho 1 ordem até verde augita (0,025)
de 2a ordem cianita (0,016)
Forte 0,025 – 0,100 da segunda ordem superior até zircão (0,062)
cores de 5a ordem talco (0,040)
Muito Forte 0,100 – 0,200 acima da 5a ordem calcita (0,172)
Extrema > 0,200 Ordens superiores rutilo (0,2885)
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.52

Determinação da espessura de um cristal


Quando se conhece a birrefringência de um certo mineral, pode-se determinar sua
espessura, através da carta de cores ou da equação1.
As seções delgadas de rochas possuem uma espessura constante para todos os
minerais que a constituem. Quando se quer avaliar se uma lâmina de fato está com sua
espessura correta, ou seja ≈ 0,03 mm, um mineral com birrefringência conhecida é
escolhido5.

Como a cor de interferência de um mineral é função de sua espessura (e), para se


determinar a espessura, escolhe-se um cristal do mineral conhecido que apresente cor de
interferência máxima, pois este também terá birrefringência máxima.
Escolhido o cristal e determinada sua cor de interferência, procurar a sua
birrefringência na parte superior da carta de cores, ou seja, estão determinadas uma linha
vertical (∆) e outra diagonal (N-n). Na intersecção destas duas linhas, transportada
horizontalmente para o eixo das ordenadas (ou espessuras), lê-se a espessura do cristal,
conforme mostra a figura abaixo.

Ex. Mineral Quartzo, cor de interferência máxima cinza de 1a ordem, = 225 mµ e (N-n)=
0,009:

Através da equação 1


e=
( N − n)

225 x10 −6
e=
0,009
então e= 0,025 mm

 Verificar a espessura da lâmina 571-580, arenito silicificado, utilizando-se do quartzo


que tem birrefringência igual a 0,009.

5
Normalmente este mineral é o quartzo devido a sua abundância nos diferentes tipos de rochas (ígneas,
metamórficas e sedimentares) e da constância de sua composição química (SiO2). Como conseqüência sua
birrefringência é praticamente a mesma, próxima à 0,009.
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.53

 Para isso determinar um cristal que possua cor de interferência máxima, ∆ que é:
________________________________________ ou ____________________mµ
(cor de interferência observada no microscópio) (valor numérico desta cor)

Representar estes dados na carta de cores abaixo:

E então, a espessura do cristal de quartzo e, por conseguinte, da lâmina é de ______ mm

Determinação das direções de vibração dos raios lento e rápido dos minerais com o uso
dos compensadores
Como discutido anteriormente, um raio de luz ao atravessar um mineral divide-se
em dois, denominados de raios lento e rápido, cujas velocidades são inversamente
proporcionais aos índices de refração destas direções.
Quando o mineral é levado à posição de extinção, as direções de vibração dos
raios lento e rápido (ou simplesmente as direções privilegiadas do mineral), coincidirão
com aquelas do polarizador e analisador.

Girando-se 45o a partir da posição de extinção, o mineral está na posição de


máxima luminosidade (ou iluminação) e suas direções privilegiadas estarão paralelas ou
subparalelas àquelas do compensador.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.54

Com a introdução do compensador, estando o mineral na posição de máxima


luminosidade, dois fenômenos podem ocorrer:

1- Adição das Cores de Interferência: há um aumento na diferença de caminhamento, ∆,


promovida pelo mineral e consequentemente, será observada uma cor de interferência de
ordem superior àquela verificada antes da introdução do compensador.
Nesta situação, os raios lento e rápido do mineral coincidem, respectivamente com os
raios lento e rápido do compensador.

2- Subtração das cores de Interferência: há uma diminuição, ou compensação, da


diferença de caminhamento ∆, promovida pelo mineral e consequentemente, será
observada uma cor de interferência de ordem inferior àquela verificada antes da
introdução do compensador.
Nesta situação, os raios lento e rápido do mineral coincidem, respectivamente com os raios
rápido e lento do compensador.
 Preencher os esquemas abaixo mostrando as direções dos raios lento e rápido de um
mineral (admita extinção reta) e do compensador (∆= 1λ) nas seguintes situações
1- Posição de Extinção 2- Posição de Máxima Iluminação

3- Posição Máxima Iluminação 4 - Posição Máxima Iluminação


(Adição cores de Interferência) (Subtração cores de Interferência)
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.55

 Para a augita presente na seção delgada (espessura constante) de uma rocha


denominada aegirina sienito – Lâminas da série 821-830, determinar as direções de
vibração dos raios lento e rápido em relação à direção de maior alongamento do
mineral, bem como os ângulos (∧ ∧) formados entre estas direções. Represente no
esquema abaixo as relações observadas

• tipo de extinção: ______________________


• maior alongamento ∧ raio lento: ________________
• maior alongamento ∧ raio rápido: _______________

O sinal de elongação
O sinal de elongação é definido exclusivamente para minerais que apresentam
hábito alongado (como prismático, acicular, tabular, etc). Basicamente, consiste em
identificar qual raio, lento ou rápido, é paralelo (ou subparalelo) à direção de maior
alongamento do mineral:

Elongação Positiva

Minerais onde a direção de vibração do raio Lento (ou direção


com maior índice de refração) é paralela ou subparalela a
direção de maior alongamento do mineral (em inglês: lenght
slow )

Elongação Negativa:
Minerais onde a direção de vibração do raio Rápido (ou
direção com menor índice de refração) é paralela ou
subparalela a direção de maior alongamento do mineral (em
inglês: lenght fast )
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.56

O sinal de elongação é uma propriedade óptica relevante na identificação de um


mineral. Porém “armadilhas cristalográficas” podem surgir fazendo com que a elongação
dependa da face cristalina e da direção de corte do mineral.
Veja, por exemplo, o que pode acontecer com minerais biaxiais que apresentem
hábito prismático:

Ou seja, toda vez que Y for paralelo à direção de maior alongamento do mineral,
seu sinal de elongação poderá ser positivo ou negativo.
Assim, determinar o sinal de elongação nas seções que apresentarem a
maior cor de interferência possível (com isto teremos maiores possibilidades de
encontrarmos X e Z contidos na seção).
 Determinar o sinal de elongação do mineral silimanita, presente nas seções delgadas
da rocha silimanita-granada gnaisse da série 2421-2435. Consultar os modelos óptico-
cristalográficos da silimanita para auxiliar a determinação e entender melhor o
significado da elongação..
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.57

 A silimanita que é um mineral anisotrópico ___________ de sinal óptico __________


(uni ou biaxial) (+ ou -)
apresenta sinal de elongação _____________ pois o raio ________________ é paralelo
(+ ou -) (lento ou rápido)
ou subparalelo à direção de maior alongamento do mineral. O tipo de extinção observada
para a silimanita foi ___________________, com ângulo de extinção igual a _____graus.
(reta, oblíqua, simétrica)

 Fazer o mesmo para o mineral turmalina, das seções delgadas de turmalina quartzito
das lâminas da série 2638-2647.

eo

 A turmalina que é um mineral anisotrópico _______________ com índices de refração


(uni ou biaxial)
nε= 1,610 e nω= 1,631 e portanto de sinal óptico ____________, apresenta sinal de
(+ ou -)
Elongação_________pois o raio ___________ é paralelo à direção de maior alongamento
(+ ou -) (lento ou rápido)
do mineral.

 O tipo de extinção observada para a turmalina foi _________________, com ângulo de


(reta, oblíqua, simétrica)
extinção igual a _____graus.

Observar que todos os minerais uniaxiais mostrarão, sempre, extinção reta e sinal
de elongação igual ao seu sinal óptico!

Sinal de elongação indefinido

O sinal de elongação resume-se a determinar se o raio lento ou o rápido é paralelo


ou subparalelo ao maior alongamento do mineral.
Entretanto, quando os raios rápido e lento de um mineral de hábito alongado,
formarem um ângulo de 45º com a direção de maior alongamento, o sinal de elongação
se torna indefinido. Mesmo quando a posição destes raios não é exatamente 45o, mas se
aproxima deste ângulo, qualquer inclinação um pouco maior da seção de corte em
relação a uma face longitudinal de um mineral, pode levar a obtenção de sinais de
elongação ora positivos ora negativos.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.58

A augita é um bom exemplo. Observar que na seção longitudinal 010, o ângulo


entre o maior alongamento do mineral (//c) varia de 35 a 48º com o raio lento (Z).

 Observar a augita, em uma seção delgada da série 681-690 (diabásio: olivina, augita,
plagioclásio e magnetita) e perceba a dificuldade em se obter o sinal de elongação
deste mineral. Representar a forma externa do cristal e suas direções rápida e lenta.
Determine pelo menos para dois cristais, os sinais de elongação obtidos
Cristal 1 Cristal 2

Há informações adicionais acerca desta aula em: www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/elearn.html.


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Aula Prática no 9

Tema: O SISTEMA CONOSCÓPICO E A CONOSCOPIA DE MINERAIS UNIAXIAIS

O Sistema Conoscópico
É constituído pelas seguintes peças ópticas (de baixo para cima): polarizador,
condensador móvel, objetiva de maior aumento linear, analisador, lente de Amici-
Bertrand6. Na determinação do sinal óptico dos minerais, um compensador, na maioria
dos casos o de ∆=1λ também é empregado.
A conoscopia consiste na obtenção de figuras de interferência, o que permite avaliar
simultaneamente uma série de propriedades ópticas, principalmente, o caráter e sinal
óptico dos minerais, e o ângulo 2V e a dispersão dos índices de refração dos minerais
biaxiais.

No sistema conoscópico os raios para o observador

incidentes sobre a face inferior do


mineral, procedentes do polarizador
inferior, não são paralelos entre si,
figura de interferência
mas sim, fortemente convergentes Lente de Amici-Bertrand

feixe de luz divergente = ângulo do campo conoscópio


devido a atuação do condensador
móvel. Desta forma, os raios de luz
mineral
que atravessam uma placa mineral,
percorrem distâncias diferentes em
feixe de luz convergente
seu interior, resultando na face
condensador móvel
superior do mineral em um cone de
luz divergente, que em uma primeira
aproximação, leva a formação da
feixe de luz paralelo
figura de interferência.

Estimativa do Ângulo do Campo Conoscópico


O campo conoscópico (θ), conforme mostrado na figura anterior, é aquele formado entre
os raios de luz mais divergentes do cone de luz que deixa o mineral e conseguem atingir
a objetiva.

6
Os microscópios do IGCE-Unesp não possuem lente de Amici-Bertrand, porém o mesmo efeito é produzido
retirando-se a ocular do sistema óptico.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.60

 Utilizando-se de uma das lâminas das séries 211-220 ou 1271-1280, que contém um
único cristal de muscovita, com corte paralelo à seção basal, obter uma figura de
interferência7.
 A muscovita é biaxial negativa, com ângulo 2V igual a BXA

40o
o

2V = 40

 A Figura de Interferência obtida será do tipo Bissetriz


Aguda, uma vez que a seção considerada secciona o
mineral segundo (001), ou sua seção basal, ou
perpendicularmente a sua bissetriz aguda (BXA).
 Com a rotação da platina, forma-se uma cruz escura
que se desfaz em dois ramos de uma hipérbole, que
rumam para quadrantes opostos e depois tornam a se
unir novamente configurando uma cruz.
 Quando estes ramos estiverem mais afastados entre si, o que corresponde a uma
rotação da platina de aproximadamente 45o (ou na posição de máxima luminosidade, a
de cruz é a de extinção!), a distância entre os pontos mais convexos será equivalente a
um ângulo de 40o, conforme mostra o esquema anexo. Observar que o campo
conoscópico representado é maior do que 40º pois, caso contrário, os ramos escuros
sairiam do campo de visão.

eo
eo eo 2V
=
40
o
eo

Posição de Cruz Posição de Máxima Luminosidade

 O ângulo conosópico do microscópio é de ____________________ graus

7
À nicóis cruzados, com a objetiva de maior aumento linear, focalize o cristal único de muscovita. Coloque-o
no centro do campo de visão, troque a objetiva por aquela de maior aumento linear. Focalize novamente o
cristal. Torne a luz conoscópica, através da atuação do condensador móvel. Retire a ocular e observar a figura
de interferência obtida.
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.61

Conoscopia de Minerais Uniaxiais


Os minerais uniaxiais são aqueles que se cristalizam nos sistemas trigonal,
tetragonal e hexagonal, apresentando dois índices de refração principais- nε e nω, sendo
que suas indicatrizes são representadas por elipsóides de rotação com dois eixos
principais (com comprimentos proporcionais aos seus dois índices de refração). O sinal
óptico destes minerais é definido pela relação entre seus índices de refração principais:
raios ordinário (nω) e extraordinário (nε), e quando:
ω o sinal óptico do mineral será positivo (+)
nεε > nω
ω= o sinal óptico do mineral será negativo (-)
nεε < nω

c // eo // E
ne

nw
(Seção Circular)

Indicatriz Uniaxial (+) Indicatriz Uniaxial (-)


(nε > nω) (nε < nω)
Um raio de luz que incide na face de um mineral anisotrópico sofrerá o fenômeno
da dupla refração, com o surgimento de dois raios de luz que vibrarão segundo as
direções dos índices de refração perpendiculares ao raio incidente.
No desenho da indicatriz anexa, o raio R1
C=eo=E
incide perpendicularmente à seção circular (O)
e na direção do eixo óptico (eo) Nessa situação
E´ existem infinitas direções perpendiculares ao
raio incidente, todas elas com o mesmo valor-
E´ nw. Nesta situação o mineral teria um

'

comportamento isotrópico.
seção circular
No caso do raio R2, a incidência é oblíqua à
superfície do mineral, assim o raio refratado (na
verdade seria a normal aos raios O e E) tem as

direções de vibração perpendiculares às de
R2 propagação, no caso E’(ne’) e O (nw).

R1
Legenda: = E’ ; =O
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.62

Tipos de Figuras de Interferência Uniaxiais


Quando observada a indicatriz de um mineral uniaxial, dois elementos ópticos se
destacam: o eixo óptico (que coincide com a direção E) e a seção circular (que contém
O). Como os nomes das figuras de interferência estão relacionados às seções
perpendiculares aos elementos ópticos seccionados, duas figuras de interferência
principais são obtidas para estes minerasi:
a- Eixo Óptico: quando o mineral é seccionado perpendicularmente ao eixo óptico,
b- Flash ou Relâmpago: quando o mineral é seccionado perpendicularmente à seção
circular.

FIGURA DE EIXO ÓPTICO CENTRADO

eixo óptico
Elipse de Intersecção: Círculo, ou seja, seção
melatopo
Seção paralela a seção circular e assim, perpendicular
circular
ao eixo óptico.
Características da Figura: Cruz escura, nítida,
cujo centro coincide com o cruzamento dos
retículos da ocular e também ao ponto de
Seção
circular emergência do eixo óptico (melatopo)
Características Ortoscópicas: Dentre os cristais
de uma mesma espécie mineral, os que se
apresentarem sempre extintos com a rotação da
platina serão os que apresentarão este tipo de
figura de interferência.

 Nas lâminas da série 301-310, que corresponde a uma seção delgada de um único
cristal de quartzo cortado segundo (0001), ou seja, perpendicularmente ao eixo
cristalográfico “c” (ou ao eixo óptico) e consequentemente paralelo a seção circular.
 Determinar a cor de interferência deste cristal: _____________________
 Observar se há variação na cor de interferência com a rotação da platina:_______
 Obter uma figura de interferência do mineral.
Observar que a cruz não se desfaz com a rotação da platina. Se a figura estiver
perfeitamente centrada, ou seja, a seção é perpendicular ao eixo óptico, com a rotação da
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.63

platina têm-se a sensação que a cruz (constituída pelas isógiras8)2 não se movimenta,
com o melatopo93 permanecendo fixo.
 Esquematizar no quadro anexo a figura de interferência observada no quartzo,
localizando os seguintes elementos ópticos: isógiras, melatopo, e as direções de
vibração dos raios ordinários e extraordinários nos pontos assinalados na figura.
Observar também, se há o aparecimento de linhas
isocromáticas104 . Caso isso aconteça, elas serão
devidas à grande espessura do cristal, pois a
birrefringência do quartzo é fraca (0,009).

Determinação do Sinal Óptico

 Utilizando-se da mesma seção delgada de quartzo da


série 301-310, obtenha sua figura de interferência
 Após, rotacionar o compensador para a posição de 45º cujo atraso: ∆= 1λ, e compare
com os esquemas abaixo11.5

AM AZ AZ AM AZ AM AM AZ

AZ AM AM AZ AM AZ AZ AM

R R L L

+ - + -

(Veja que é fundamental saber qual é o raio da haste do compensador!)

 O sinal óptico do quartzo é: ____________________


(positivo ou negativo)

8
Isógiras são os braços escuros observados na figura de interferência. São escuros ou extintos pois nesta região os raios
extraordinário (E) e ordinário (O), são paralelos aos polarizadores do microscópio
9
Melatopo é o ponto de emergência do eixo óptico na figura de interferência.
10
Linhas isocromáticas são linhas coloridas concêntricas em relação ao melatopo, que correspondem ao lugar geométrico
dos raios que percorreram uma mesma espessura no interior do mineral e assim tem o mesmo atraso (∆)
11
Nas figuras de interferência as cores próximas as isógiras normalmente são de coloração cinza com ∆≈ 140 mµ. Assim
adição nas cores de interferência resultam de: 140 mµ. (mineral) + 550 mµ. (compensador de 1λ)= 690 mµ.= cor azul. Na
subtração 550 mµ. (compensador de 1λ) - 140 mµ. (mineral) = 410 mµ.= cor amarela.
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.64

FIGURA DE EIXO ÓPTICO NÃO CENTRADO

eo Elipse de Intersecção: seção levemente inclinada


melatopo
E em relação a seção circular
Características da Figura: cruz escura, nítida,
cujo melatopo não coincide com o cruzamento
dos retículos. Dependendo da inclinação do corte
em relação a seção circular, pode-se observar
apenas partes da cruz (isógiras), com o melatopo
descrevendo uma trajetória circular em relação
ao cruzamento dos retículos.
Características Ortoscópicas: Dentre os cristais
de uma mesma espécie mineral, os que
apresentarão este tipo de figura de interferência
serão os de baixa cor de interferência (cinza) sem, entretanto, estarem permanentemente
extintos com a rotação da platina.

 Observar e esquematizar a figura de interferência do cristal de quartzo presente na


seção delgada das lâminas da série 271-280. A partir de uma posição, com pelo
menos uma das isógiras paralelas a um dos retículos (ou polarizadores), preencha os
esquemas abaixo com rotações sucessivas de 90º.

posição inicial P0 P0 + 90o P0 + 180o


______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.65

Determinação do Sinal Óptico

A dificuldade na determinação do sinal óptico


N
em figuras do tipo eixo óptico não-centrado, é devida a
melatopo
localização do melatopo na figura de interferência com
I
w
a rotação da platina. Determinada sua posição, é
E
possível reconhecer os diferentes quadrantes da figura
S de interferência e as suas cores correspondentes.
Observar nos esquemas que o melatopo está fora do
campo de visão.
II
esquema I: o melatopo está na porção E do campo de
visão e os quadrantes NW e SW estão sendo
observados.
esquema II: a partir da posição estabelecida em I,
girando-se 90o no sentido horário a platina do
microscópio, Observar o movimento do melatopo para
S e estão enquadrados no campo de visão os
III quadrantes NE e NW.
esquema III: a partir da posição estabelecida em II,
girando-se mais 90o, sempre no sentido horário
(apenas para efeito do desenho), o melatopo se
desloca para W e os quadrantes visíveis são NE e SE.
esquema IV: a partir de III, com nova rotação de 90o no
sentido horário, o melatopo se desloca para N e os
quadrantes visíveis passam a ser SW e SE.
Determinado o(s) quadrante(s), procede-se a
IV identificação das cores (através da inserção do
compensador) exatamente como é feito para as figuras
de eixo óptico centrado.
 Identificar os diferentes quadrantes das figuras de interferência a posição do melatopo
com a rotação da platina (indique nos esquemas o sentido da rotação), das seções
delgadas que contém um único cristal de quartzo das séries abaixo.

Lâminas da série 271-280 – Mineral Quartzo (Uniaxial +)

1 2 3 4
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.66

Lâminas da série 1151-1170 – Mineral Quartzo (Uniaxial +)

1 2 3 4

 Observar que o melatopo da figura de interferência das lâminas da série 1151-1170


está mais afastado do centro dos retículos do que aquela da série 271-280. Isto ocorre
porque a inclinação da seção em relação à seção circular é maior, fazendo com que o
eixo óptico se incline mais em relação à platina do microscópio.

 Determinar o sinal óptico da seção delgada de um único cristal de berilo da série 631-
640. Fazer um esquema que mostre a posição das isógiras, o melatopo e as cores de
interferência observadas nos diferentes quadrantes da figura. Observar que a seção
apresentada para análise é a (0001) – ou sua seção basal (a “tampa” do prisma).

O sinal óptico do berilo é: ___________


(+ ou -)
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.67

FIGURA DO TIPO “FLASH” OU RELÂPAGO

seção principal
O Elipse de Intersecção: seção
perpendicular a seção circular, ou
paralela a uma seção principal
eo=c=E (contém o eixo óptico). Na seção de
corte (ou na elipse de intersecção)
estarão presentes E (nε) e O (nω).

O seção circular seção principal Características da Figura: Cruz


escura, difusa, compreendendo
praticamente todo o campo de visão
conoscópico, que se desfaz com a
rotação de alguns poucos graus da
platina, indicando a posição o eixo
eo=C=E óptico.
Características Ortoscópicas: Dentre
os cristais de uma mesma espécie
mineral, aqueles que apresentarão
este tipo de figura serão os de maior cor de interferência. Assim nesta seção estarão
contidos os índices de refração máximo e mínimo do mineral.
 Nas lâminas da série 441-450, que corresponde a uma seção delgada de um único
cristal de quartzo cortado segundo uma seção longitudinal, ou seja, paralela a uma
seção principal de forma a conter o eixo óptico.
 Determinar a cor de interferência deste cristal: _____________________
 Comparar a cor de interferência obtida com aqueles das séries 301-310 (figura de
interferência de eixo óptico centrado) _________________; 271-280 (figura de eixo óptico
não centrado) _________________e 1151-1170 (também figura de eixo óptico não
centrado) __________________
 Observar que quanto mais transversal é o plano de corte em relação à seção circular,
maior será a cor de interferência observada.
 Obter a figura de interferência do mineral.
 Observar que se forma uma cruz difusa que praticamente cobre todo o campo de visão
conoscópico do microscópio. Esta cruz se desfaz com a rotação de uns poucos graus
da platina.
Esquematizar na figura anexa o aspecto da figura de interferência obtida.
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.68

Determinação do Sinal Óptico

A determinação do sinal óptico a partir deste tipo de figura de interferência é um


pouco mais complexo do que aquelas do tipo eixo óptico, pois há necessidade de se
combinar técnicas de conoscopia e ortoscopia.
Vimos que a figura de interferência do tipo “flash” é caracterizada por uma cruz
escura difusa. Quando o mineral está nesta posição, ortoscopicamente ele se encontrará
extinto, ou seja as direções E e O estarão paralelas aos polarizadores. Verifique esta
situação12.7
Quando a platina é a partir desta posição rotacionada a cruz se desfaz em dois
ramos escuros que apontam para as extremidades do eixo óptico. Veja o esquema
abaixo:
Posição de cruz (extinto) Rotacionado

eo
eo

Ver a tabela:
O EIXO ÓPTICO ESTÁ:
// POOLARIZADOR // ANALISADOR
ROTAÇÃO A cruz se desfaz nos quadrantes:
Horária NE-SW NW-SE
Anti-horária NW-SE NE-SW
 Observar a figura de interferência do quartzo de uma das
lâminas da série 441-450 e determine a posição do eixo
óptico conforme descrito anteriormente. Após sua
localização, orientar o eixo óptico de tal forma que este fique
paralelo ao polarizador ou ao analisador. A direção de “E”
coincide com a direção do eixo óptico e a de “O” é
perpendicular a ele. No esquema da figura ao lado, faça um
esquema deste tipo de figura de interferência, mostrando a
posição das isógiras, do eixo óptico, e das principais
direções de vibração do mineral, E e O.

12
Depois de obtida a figura de interferência rotacione a platina até que a cruz se posicione ocupando
praticamente todo o campo de visão do microscópio. Fixe a platina nesta posição. Retire a lente de Amici-
Bertrand do sistema, o condensador móvel e observar a cor de interferência – o mineral deverá exibir “cor”
preta (estará extinto).
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.69

 Observar no sistema ortoscópico que o mineral está em posição de extinção.


 Rotacionar a platina do microscópio em 45o de forma a que o eixo óptico fique paralelo
à direção da haste do compensador, e:
 Se na direção do eixo óptico estiver o raio lento, então o mineral terá sinal óptico
positivo pois nε > nω.
 Por outro lado, se na direção do eixo óptico estiver o raio rápido então o mineral terá
sinal óptico negativo pois nε < nω.
 Representar nos esquemas abaixo

Eixo óptico // à haste do compensador (= raio _____________)


lento ou rápido

Cor observada com a introdução do compensador: ∆ (mineral)


+/- 550 mµ (compensador)= _____________

Eixo óptico perpendicular à haste do compensador

Cor observada com a introdução do ∆ (mineral) +/- 550 mµ


(compensador)= _____________

 Portanto: conclui-se que nε é ______________nω e consequentemente o sinal


(maior ou menor)
óptico do quartzo é ________________.
(positivo ou negaitvo)

Na prática, apenas as figuras de eixo óptico (centradas ou não) possuem definição


suficiente para caracterizar o caráter e o sinal óptico do mineral uniaxial. Assim dentre
diversos cristais da mesma espécie mineral de interesse, escolher sempre aquele de cor
de interferência baixa (cinza ou preto). Aqueles de cor de interferência máxima são
indicados para determinar a birrefringência do mineral.

Há informações adicionais acerca desta aula em: www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/elearn.html.


______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.70

Aula Prática no 10

Tema: CONOSCOPIA DE MINERAIS BIAXIAIS

Os minerais biaxiais são aqueles que se cristalizam nos sistemas monoclínico,


triclínico e ortorrômbico, apresentando três índices de refração principais, nα, nβ e nγ, dois
eixos ópticos (eo) e duas seções circulares (sc). As indicatrizes são representadas por
elipsóides de três eixos X, Y e Z cujos comprimentos são, respectivamente, proporcionais
aos índices de refração nα, nβ e nγ , sendo o primeiro índice o menor e o último o maior.

O sinal óptico destes minerais é dado pelo valor assumido por nβ:
Positivo: nβ se aproxima de nα fazendo com que a bissetriz aguda do ângulo 2V seja a
direção Z.
Negativo: nβ se aproxima de nγ fazendo com que a bissetriz aguda do ângulo 2V seja a
direção X.

Exemplos:
Topázio: nα= 1,607, nβ= 1,610, nγ= 1,617
nβ - nα= 1,610 – 1,607= 0,003 ou seja nβ está se aproximando mais de nα do que
nγ - nβ= 1,617 – 1,610= 0,007, de nγ,então o sinal óptico do mineral é positivo

Muscovita: nα= 1,556, nβ= 1,587, nγ= 1,593

nβ - nα= 1,587 – 1,556= 0,031 ou seja nβ está se aproximando mais de nα do que

nγ - nβ= 1,593 – 1,587= 0,006 de nγ, ou seja o sinal óptico do mineral é negativo.
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Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.71

Sempre que um raio de luz incidir na face de um mineral anisotrópico ele sofre o
fenômeno da dupla refração, com o aparecimento de dois raios de luz que vibrarão
segundo as direções da indicatriz. Veja nos esquemas anexos as direções de vibração
para os raios que incidem na direção da bissetriz aguda (R1) e na bissetriz obtusa (R2),
para minerais de sinais ópticos positivos e negativos

Resumindo:

Um raio de luz que os índices de refração os índices de refração


se propaga na associados a um associados a um Observações
direção mineral (+) serão mineral (-) serão
da bissetriz aguda
nα e nβ (ou nα’ e nβ Quando o Mineral é
(BXA) ou entre os nγ e nβ (ou nγ’ e nβ
entre os eixos ópticos Positivo:
eixos ópticos entre os eixos ópticos)
– ângulo agudo) BXA= Z e BXO= X
(ângulo agudo)
nγ e nβ (ou nγ’ e nβ Quando o Mineral é
nα e nβ (ou nα’ e nβ
da bissetriz obtusa
Negativo:
entre os eixos ópticos entre os eixos ópticos-
(BXO)
- ângulo obtuso) BXA= X, BXO= Z
ângulo obtuso)
A normal óptica (NO)
nα e nγ (ou nα’ e nγ’ nα e nγ (ou nα’ e nγ’ se será sempre Y,
da normal óptica (Y) se não houver perfeito não houver perfeito independente do
paralelismo com nβ) paralelismo com nβ) sinal óptico do
mineral

Conforme as diferentes seções de corte, ou elipses de intersecção, entre a face


considerada e a indicatriz, pode-se ter os seguintes tipos principais de figuras de
interferência:

a- Eixo Óptico (EO): quando a seção é perpendicular a um dos eixos ópticos


b- Bissetriz Aguda (BXA): quando a seção é perpendicular a Bissetriz Aguda
c- Bissetriz Obtusa (BXO): quando a seção é perpendicular a Bissetriz Obtusa
d- Normal Óptica (NO)- quando a seção é perpendicular a Y.
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.72

FIGURA DE INTERFERÊNCIA DO TIPO EIXO ÓPTICO (EO)

seção circular

eo
BXA Elipse de Intersecção: Círculo,
resultante da intersecção de uma face
ou seção paralela a seção circular ou
BXO perpendicular a um dos eixos óticos.

eo

Características da Figura: Barra


escura nítida que se curva, com Y
a parte convexa apontando 45º BXA
Y
sempre para a bissetriz aguda
(BXA) enquanto a parte côncava, eo
para a bissetriz obtusa (BXO). BXA eo BXO
No centro dos retículos acha-se
o ponto de emergência do eixo
BXO
óptico ou melatopo (eo).
Características Ortoscópicas: Dentre os cristais de uma mesma espécie mineral, aqueles
que apresentarão este tipo de figura de interferência serão aqueles que se mostrarem
sempre extintos com a rotação da platina.
 Obter as figuras de interferência do tipo eixo óptico do cristal de topázio presente na
seção delgada da série 2744-2751. Inicialmente verificar sua cor de interferência que é
_________________ .Representar, através de esquemas nas posições de barra e de
máxima concavidade os principais elementos ópticos presentes: eixo óptico (eo), bissetriz
aguda (BXA), bissetriz obtusa (BXO) e a direção de Y.
Posição de Barra Concavidade Máxima
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.73

Determinação do sinal óptico


Para a determinação do sinal óptico há necessidade de se reconhecer as direções
de vibração associadas aos raios de luz que emergem de diferentes pontos no plano da
figura de interferência. A direção R1 representa um raio de luz que atravessa o mineral na
direção (de forma paralela ou subparalela) da bissetriz aguda (BXA), enquanto que R2
está associado à direção da bissetriz obtusa (BXO).
O plano da figura sempre secciona a indicatriz perpendicularmente ao elemento
óptico considerado ao nome da figura e, todo raio que atinge o mineral, atravessa a
indicatriz passando pelo seu centro geométrico. A área hachurada na indicatriz (positiva
ou negativa) corresponde à porção abrangida pela figura de interferência.
A direção representada por uma seta corresponde àquela de introdução do
compensador de ∆= 1λ. A cor de interferência observada nas regiões da figura de
interferência que houver soma será azul e nas com subtração, amarela.
 Com estas informações, preencher o quadro abaixo, transportando as direções
de vibração segundo R1 e R2 das indicatrizes para as figuras de interferência.
Representar também as regiões onde há soma ou subtração das cores de interferência.
H= rotação de 45o no sentido horário e AH= idem no sentido anti-horário.
posição barra P1 + 45o H P1 + 45 o AH
P1 (máxima concavidade) (máxima concavidade)
BXA
eo eo
R1
Y
+ BXA
R1
Y Y
R2
BXO

eo
R

R1 R2 eo
2

BXA eo BXO R2
R1
BXO
Y
BXO
BXA

- BXO
Z
R2

eo
Y BXO
Y Y
BXA
R2 R1
R2 R1
R1 eo eo
BXA
BXO eo BXA R1
R2

BXA
BXO

eo  Determinar o sinal óptico do mineral topázio obtido em uma


eo das seções delgadas da série 2744-2751. No esquema da figura
que você representou a figura deste mineral, assinale as
direções de vibração de X, Y e Z.
O sinal óptico do topázio é: _______________________
b (positivo ou negativo)
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.74

A FIGURA DE INTERFERÊNCIA DO TIPO BISSETRIZ AGUDA (BXA)

BXA (Z ou X)
Elipse de Intersecção: Elipse
resultante da intersecção de uma
eo face ou seção perpendicular à
bissetriz aguda (BXA).
eo
Consequentemente, as direções
associadas à ela serão: Y (nβ) e X
(nα) - quando o mineral for
positivo, ou Y (nβ) e Z (nγ) -
BXO quando o mineral for negativo).
(X ou Z)

Características da Figura: Cruz


Y
escura, nítida, que se desfaz em
45º
dois ramos de uma hipérbole. A
bissetriz aguda (BXA) emerge no eo
cruzamento dos retículos ou no eo eo
centro da cruz. A rotação da BXO
platina faz com que a cruz
eo
observada se desfaça em dois
Y
ramos segundo a movimentação

BX
imposta a bissetriz obtusa (BXO). BXA BXA

O
Estes ramos atingem um afastamento máximo, quando se completa um giro de 45o a
partir da posição de cruz. Nesta posição, podem-se determinar os pontos de emergência
dos eixos ópticos – melatopos (eo), que estão nas porções mais côncavas das isógiras. A
partir desta posição, os ramos da hipérbole voltam a se reunir novamente, configurando a
cruz inicial.
Características Ortoscópicas: Dentre os cristais de uma mesma espécie mineral, aqueles
que apresentarão este tipo de figura de interferência serão os de cores de interferência
baixas, normalmente cinza de primeira ordem.
 Empregando uma das seções delgadas das séries 211-221 ou 1271-1280, que contém
um único cristal de muscovita, verificar suas cores de interferência máxima
______________ e mínima _____________. No sistema conoscópico, obter a figura de
interferência do tipo bissetriz aguda fornecida pelo mineral
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.75

 Representar através de esquemas nas posições de cruz e de máximo afastamento, os


principais elementos ópticos presentes: eixos ópticos (eo), bissetriz aguda (BXA),
bissetriz obtusa (BXO) e a direção de Y.
Cruz Máximo Afastamento

Observar que quando o mineral está na posição de cruz, ortoscopicamente, ele


estará em extinção. Por outro lado, quando a figura de interferência do mineral estiver na
posição de máximo afastamento, ele estará em máxima iluminação.
Determinação do Sinal Óptico
Como no caso da figura de interferência anterior, para a determinação do sinal
óptico há necessidade de se reconhecer as direções de vibração associadas a raios de
luz que emergem de diferentes pontos no plano da figura de interferência. R1 representa
um raio de luz que atravessa o mineral na direção (de forma paralela ou subparalela) da
bissetriz aguda (BXA), enquanto que R2 e R3 estão associados a direção da bissetriz
obtusa (BXO). A área hachurada na indicatriz (positiva ou negativa) corresponde à porção
abrangida pela figura de interferência. Com isso, transporte as direções de vibração
segundo R1, R2 e R3 para as figuras de interferência do quadro abaixo.
A direção representada por uma seta corresponde àquela de introdução do
compensador de ∆= 1λ. A cor de interferência observada nas regiões da figura de
interferência que houver soma será azul e nas com subtração, amarela..
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.76

posição cruz P1 + 45o H P1 + 45 AH


o

(ou extinção) (máxima iluminação) (máxima iluminação)


P1

eo Z R1
BXA
eo Y
+ Y

BX
O
BX

O
R3
eo eo
R2 eo BXA eo R2
R3 R1 BXA
X BXO BXA R1
BXO R3 R1 R2 eo eo
R2
R3
Y

BXO
- Z
R2
Y
Y

BX
O
BX

O
eo R2
eo eo
eo R3
BXA eo R1 BXA
R1 BXO BXA
BXA R1
R2 R1 R3 eo eo
eo R3
R2
Y
R3

Determinar o sinal óptico do mineral muscovita de uma das seções delgadas das séries
211-221 ou 1271-1280 No esquema da figura que você representou a figura deste
mineral, assinale as direções de vibração de X, Y e Z.

X= BXA
c
eo
eo

001
b
110 Y

Z
a

O sinal óptico da muscovita é: ______________


(positivo ou negativo)
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.77

A FIGURA DE INTERFERÊNCIA DO TIPO BISSETRIZ OBTUSA (BXO)


BXO
Elipse de Intersecção: elipse resultante da
intersecção de uma face ou seção
perpendicular a bissetriz obtusa (BXO).
Então as direções associadas à elipse serão Y
e Z (quando o mineral for positivo) ou Y e X
(quando o mineral for negativo).
eo eo
BXA

Y
Características da Figura: cruz Y
escura mais ou menos nítida, que 45º
Y
se desfaz em dois ramos de uma
hipérbole. A bissetriz obtusa (BXO) eo
emerge do cruzamento dos retículos eo eo
BXA
ou no centro da cruz. A eo
movimentação das isógiras
acompanha a bissetriz aguda (BXA).
As isógiras atingem um afastamento
BXO BXO BXA
máximo e depois voltam a agrupar-
se novamente para a formação da
cruz. Quando em posição mais afastada, (45o a partir da posição de cruz) nas porções
mais côncavas das isógiras estão emergindo os eixos ópticos (melatopos) que, via de
regra, estarão fora do campo de visão.
Características Ortoscópicas: Dentre os cristais de uma mesma espécie mineral, aqueles
que apresentarão este tipo de figura de interferência serão os de cores de interferência
baixa, mas sempre maior do que aqueles que apresentarão figura do tipo bissetriz aguda.
 De uma das seções delgadas de microclina da série 311-320, observar a sua cor de
interferência máxima que é ____________. Obter a figura de interferência da microclina.
 Represente através de esquemas nas posições de cruz e de máximo afastamento os
principais elementos ópticos presentes: a bissetriz aguda (BXA), bissetriz obtusa (BXO) e
a direção de Y. o que os eixos ópticos estão bem fora do campo de visão conoscópico e
assim, fora da figura de interferência.
Cruz Máximo Afastamento
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.78

Determinação do Sinal Óptico


Para a determinação do sinal óptico há necessidade de se reconhecer as direções
de vibração associados a raios de luz que emergem de diferentes pontos no plano da
figura de interferência. R1 e R3 representam raios de luz que atravessam o mineral na
direção (de forma paralela ou subparalela) da bissetriz aguda (BXA), enquanto que R2
está associado à direção da bissetriz obtusa (BXO). A área hachurada na indicatriz
(positiva ou negativa) corresponde à porção abrangida pela figura de interferência.
Transporte as direções de vibração segundo R1, R2 e R3 para as figuras de
interferência do quadro abaixo.
 A direção representada por uma seta corresponde àquela de introdução do
compensador de ∆= 1λ. A cor de interferência observada nas regiões da figura de
interferência que houver soma será azul e nas com subtração, amarela.

posição de cruz P1 + 45 H
o
P1 + 45 AH
o

(ou extinção) (máxima iluminação) (máxima luminosidade)


P1

+ BXA=Z
R1 eo Y
BX A
A BX
R1 eo eo R3
eo BXO eo BXO
X
R2
BXA R2 BXO R2
R1 R2 R3
BXO eo
eo
Y
Y R3 R1
eo
R3

- BXO= Z
R2
Y BX A
eo eo
A BX
R1 eo eo R3
R1 R3
X eo BXO eo BXO BXO R2
BXA BXA R2
R1 R2 R3 eo eo
Y
Y R3 R1

(Observar que as cores que aparecem nos diferentes quadrantes quando da determinação do sinal óptico de
figuras de interferência do tipo BXA são invertidas em relação aquelas do tipo BXO. :Cuidado!!)
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.79

 Determinar o sinal óptico da microclina de uma das seções


º b delgadas da séries 311-320 No esquema da figura que você
18
z representou a figura deste mineral, assinale as direções de
eo
vibração de X, Y e Z.O sinal óptico da microclina é:
______________
x 18º (positivo ou negativo)
a eo

A FIGURA DE INTERFERÊNCIA DO TIPO NORMAL ÓPTICA (NO)


Elipse de Intersecção: Elipse
plano óptico resultante da intersecção de uma face
ou seção, perpendicular a Y (normal
óptica), ou paralela ao plano óptico.
Y
Os dois eixos ópticos (eo), a bissetriz
aguda (BXA) e obtusa (BXO) estão
contidas na seção de corte. As
direções principais associadas à
seção ou elipse serão X e Z. Quando
o sinal óptico do mineral for positivo
eo BXA= Z e BXO= X e a BXA= X e
BXA BXO= Z quando for negativo.
eo Características da Figura: Cruz
escura muito mal definida, com Y
BXO emergindo do cruzamento dos
retículos ou no centro da cruz. A
rotação de poucos graus da platina, BXA BXA
provoca o desmanche da cruz, com
a movimentação das isógiras
indicando a posição da bissetriz
aguda (BXA). Y Y
BXO

Características Ortoscópicas: Dentre


os cristais de uma mesma espécie
mineral, aqueles que apresentarão BXO
este tipo de figura de interferência
serão os que mostrarem cor de interferência máxima. Estes cristais, também são
indicados para a obtenção da birrefringência do mineral, pois contém na seção X (nα) e Z
(nγ).
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.80

c
 De uma das seções delgadas de microclina da série 291-
300, observar a sua cor de interferência máxima que é
____________.Obter a figura de interferência do tipo normal
óptica da microclina. No desenho ao lado, observar que a
BXA do ângulo 2V é a direção X.

18
º b
eo z  Represente, através de esquemas nas posições de cruz e
de máximo afastamento, os principais elementos ópticos
x 18º presentes: as bissetrizes aguda (BXA) e obtusa (BXO), e a
direção de Y. Observar que os eixos ópticos estão contidos
a eo
no plano da figura de interferência.
Cruz Máximo Afastamento

Determinação do Sinal Óptico


As figuras de interferência do tipo normal óptica, a exemplo das figuras uniaxiais
do tipo flash, são de baixa definição, e o sinal óptico só pode ser obtido através da
identificação da direção óptica associada à bissetriz aguda (BXA). Quando BXA=Z, o
mineral tem sinal óptico positivo, porém quando BXA= X, seu sinal óptico será negativo.

 Obter a figura de interferência da microclina (série 291-300).

Girar a platina e observar a movimentação da cruz e


determinar a direção da BXA (a cruz se desfaz apontando a
direção da BXA).
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.81

Posicionar a BXA paralelamente a um dos retículos. Nesta


posição o mineral estará em posição de extinção.

Colocar o mineral em posição de máxima iluminação, de forma à


BXA ficar paralela a haste do compensador.

Inserir o compensador no sistema óptico e observar se associado


à BXA está X ou Z. Isto é fácil de reconhecer, pois à direção de X
se encontra na e à Z, ng. Como ng > na, X será o raio rápido e Z
o raio lento.

Então, a microclina tem sinal óptico _________________________


(positivo ou negativo)

Estimativa do ângulo 2V
O “ângulo 2V” é o ângulo agudo formado entre os dois eixos ópticos de um mineral
biaxial, medido sobre o plano óptico.
O ângulo 2V pode ser estimado para as figuras que tenham pelo menos um
melatopo contido no plano da figura de interferência. Pode-se portanto obter-se este
ângulo a partir das figuras dos tipos bissetriz aguda e eixo óptico. Para tanto, é necessário
que as figuras estejam centralizadas, ou seja que as seções sejam exatamente
perpendiculares aos elementos ópticos considerados nas figuras.
Conforme ilustra os esquemas abaixo, nas figuras de eixo óptico centrado, a
estimativa do ângulo 2V é feita através da curvatura máxima da isógira, que é obtida
quando o mineral é rotacionado da posição de extinção (0, 90 e 180 graus) para a de
máxima iluminação (45, e 135 graus).

0
o

135
o o

45 90
o

180
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.82

A curvatura da isógira será tanto maior quanto menor for o valor do ângulo 2V, ou
seja, quando o valor assumido pelo ângulo 2V for igual a 0o, a isógira tem a forma de um
ângulo diedro. Ao contrário, quando este ângulo for igual a 90o a isógira assume a forma
de uma linha reta. Pode-se também admitir que o ângulo formado entre a ponta da isógira
e o retículo que se posiciona em sua parte côncava é igual a V, conforme mostra o
esquema abaixo.
o
15 30o

o
2V= 0 2V= 30
o
2V= 60o 2V= 90
o

 Utilizando-se do ábaco da figura anexa, estime o valor do ângulo 2V do mineral topázio


de uma das seções delgadas da série 2744-2751. Represente na figura a posição da
isógira que você observa na posição de máxima iluminação deste mineral nesta lâmina.

O ângulo 2V do topázio é de aproximadamente


_____________ graus

Quando os dois melatopos (eo) estão presentes no plano da figura de


interferência, como no caso das figuras do tipo bissetriz aguda, a estimativa do ângulo 2V
é mais fácil, pois o traço do plano óptico (PO), que contém os
dois eixos ópticos, é perpendicular ao plano da figura de
eo interferência e assim, a distância entre eles é o equivalente ao
ângulo 2V.
2V

Se conhecermos o ângulo do campo conocópico, podemos


eo então inferir a distância entre os dois melatopos, ou seja, o
ângulo 2V.
PO

Deve-se perceber que na mineralogia óptica o valor do ângulo 2V obtido é na


verdade uma estimativa bastante grosseira dele. Na identificação dos minerais entretanto,
esta estimativa é suficiente pois o valor deste ângulo, em uma mesma espécie mineral
pode variar bastante. Como exemplo, é fornecido um ábaco para a estimativa do ângulo
______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.83

2V em figuras do tipo bissetriz aguda, sendo admitido o emprego de uma objetiva de


abertura numérica igual a 0,85 e um mineral com nβ= 1,60. Em todos os casos o mineral
está na posição de máxima iluminação.

Infelizmente, não podemos relacionar facilmente o ângulo em graus rotacionados


na platina do microscópio (µ) com o valor do ângulo 2V. Embora exista uma relação entre
eles, ela é um pouco complicada para ser usada rotineiramente:

( A.N / 2) 2 [1 − 1 / 2(sen V ) 2 ]
sen 2µ =
(sen V ) 2 [1 − 1 / 2( AN / n) 2 ]
Onde:
A.N= abertura numérica,
n= índice de refração médio do mineral: (nα+nβ+nγ)/3

 Utilizando-se de uma seção delgada de uma das séries


211-221 ou 1271-1280 que contém um único cristal de muscovita e que fornecem uma
figura de interferência do tipo bissetriz aguda, determine o valor de seu o ângulo 2V.
Represente na figura anexa, a posição das isógiras quando o mineral se encontra na
posição de máxima iluminação.
 O ângulo 2V, estimado para a muscovita é de ____________ graus.
 Utilizando-se de uma seção delgada da série 221-229, que contém um único cristal de
biotita, obtenha sua figura interferência (procure uma porção do mineral que à luz
c
natural seja a mais clara possível).
X eo
eo A figura de interferência obtida é do tipo bissetriz
aguda, e a seção que está em observação é a (001). Observar
também no esquema ao lado, que o ângulo 2V da biotita pode
variar de 0 a 25º.
001
b
A figura de interferência mostra que praticamente as
Y
110
isógiras não se movimentam com a rotação da platina, ou seja
Z ela é muito parecida com a de um mineral uniaxial que exibe
a
figura de eixo óptico centrado. Isto ocorre porque o mineral
o

2V= 0-25 possui um ângulo 2V muito próximo a 0o o que torna difícil a


distinção do caráter biaxial deste e de outros minerais com
ângulos 2V muito pequenos.
 No esquema anexo, represente a posição das isógiras na
figura de interferência obtida para a biotita na posição de
máxima iluminação. Qual é o sinal óptico da biotita?
R: __________________
(positiva ou negativa)

Há informações adicionais acerca desta aula em: www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/elearn.html.


______________________________ ___________
Mineralogia Óptica, Nardy et al.; caderno de atividades práticas, pag.84

BIBLIOGRAFIA

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EHLERS, E.G. (1987) - Optical mineralogy, volume 1: theory and techniques. Blackwell
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FUJIMORI, S. & FERREIRA, Y.A. (1979) - Introdução ao uso do microscópio petrográfico,


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microscope. Chapman & Hall Edit., 1st edition, New York, USA, 358 pp.

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