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Mineralogia Óptica, Nardy, A.J.R ; práticas, PII, pag.1_____________

Aula Prática n o 2

Tema: O Microscópio Petrográfico: Operações Preliminares

Ajustes preliminares do microscópio


Perpendicularismo entre os polarizadores
ü Selecione a objetiva de menor aumento linear, que é de _______X, e ilumine
adequadamente o campo de visão do microscópio.
ü Sem lâmina na platina do microscópio, insira o analisador no sistema óptico (ou cruze
os nicóis) através da alavanca apropriada.
ü Observe o efeito produzido.
ü Se o campo de visão ficou totalmente escuro, significa que os nicóis estão cruzados, ou
seja estão orientados perpendicularmente entre si. Como o feixe de luz que sai da
lâmpada do microscópio não é polarizada e portanto, vibra em infinitas
direções, ao atingir o polarizador somente os raios de luz que vibram
paralelamente a ele é que conseguem atravessa-lo (N-S). Não
havendo lâmina na platina, o feixe de luz atravessa o ar, ou seja,
um meio isotrópico, atingindo então o analisador (E-W). Como a
direção de vibração do analisador é perpendicular ao do
polarizador (N-S), o feixe de luz que incide no analisador será por
ele absorvido. Assim, o campo de visão do microscópio ficará
totalmente escurecido. Observe o esquema , em forma vetorial, mostrando
o explicado acima.
ü Se houve passagem de luz, ou seja, o campo do microscópio não ficar totalmente
escuro, significa que as direções de vibração dos polarizadores não estão
perpendiculares entre si e assim, a alavanca de rotação do polarizador deverá ser
movimentada até conseguir a situação descrita anteriormente. Esta deverá ser a
posição dos polarizadores para todas as observações à serem feitas daqui para frente.
Os microscópios deste laboratório, não permitem a rotação do analisador, mas apenas
inserir ou retira-lo da passagem óptica através de uma alavanca própria.
ü Terminada esta operação, descruze os nicóis.

Paralelismo entre os retículos e os polarizadores.


ü Observe se os retículos estão nas direções vertical (N-S) e horizontal (E-W). Se não
estiverem, proceda o seu ajuste conforme foi visto na aula passada.
ü Coloque agora qualquer uma das lâmina das séries 961-975, ou 2638-2647 na platina
do microscópio, focalize um pequeno cristal de turmalina. A turmalina é um mineral
verde, com hábito (forma) prismático. Quando se rotaciona a platina (sem o analisador
cruzado, ou não inserido no caminho óptico), este verde muda de bastante claro
(iluminado) a escuro (a este fenômeno dá-se o nome de pleocroísmo).
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ü Oriente o cristal de turmalina, de forma a sua direção de maior comprimento (direção do


eixo cristalográfico "c") fique o mais paralelo possível a direção de um dos retículos.

ü Cruze agora os nicóis. Observe a cor assumida pelo cristal . Convém esclarecer que a
cor ora resultante não é a natural do mineral, mas sim, a
chamada de interferência.
ü Se a turmalina ficou totalmente escura (chamamos de
extinta) significa que este retículo é paralelo a um dos
polarizadores (polarizador inferior ou analisador) e, uma
vez que eles são perpendiculares entre si, a outra
direção será paralela ao outro polarizador.
ü Se a turmalina não ficar totalmente extinta (o que não
deverá ocorrer se os passos anteriores forem bem
executados), significa que os polarizadores não estão
paralelos aos retículos e deve-se girar levemente a
ocular para ajusta-los nesta posição.
ü Terminada esta operação, descruze os nicóis.

Determinação das direções de vibração do polarizador e analisador.


ü Empregando a mesma lâmina do procedimento anterior (uma das lâminas das séries
961-975, ou 2638-2647), focalize um pequeno cristal de turmalina

ü Oriente o cristal de turmalina, de forma a sua direção de maior comprimento (direção do


eixo cristalográfico "c") ficar o mais paralela possível a direção de um dos retículos -
NÃO CRUZE OS NICÓIS!!!!!!!

ü Se a turmalina se mostrar iluminada, esta será a direção de vibração do polarizador e


consequentemente a direção do outro retículo, à 90o do anterior, será a do analisador.

ü Se a turmalina não se mostrar iluminada como descrito anteriormente, gire a platina em


90o em qualquer sentido.

ü Do observado acima, a direção de vibração do polarizador é __________ (N-S ou E-W)


e a do analisador (à 90o do polarizador) é __________ (N-S ou E-W).
ü Re-oriente novamente o cristal de turmalina, de forma a sua direção de maior
comprimento ficar paralela a direção de um dos retículos.
ü Agora rotacione a platina do microscópio em 360o e observe quantas vezes ela mostra
esta mesma cor. R:__________________.
ü Faça agora 2 esquemas: um mostrando o que acontece quando a direção do eixo
cristalográfico "c" da turmalina fica paralela a do polarizador e outro quando fica paralelo
ao do analisador.
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eixo c // polarizador eixo c // analisador

Verificação da centralização das objetivas


ü Na lâmina que contém a turmalina focalize, inicialmente com a objetiva de menor
aumento, um pequeno ponto na lâmina (mineral pequeno, imperfeição da lâmina ou
qualquer feição com aspecto puntiforme, transparente ou não) .
ü Movimente a lâmina de forma a colocar este ponto no centro (ou no cruzamento) dos
retículos.
ü Gire lentamente a platina e observe se:

Caso 1- Este ponto se mostra imóvel com o movimento de rotação da platina è esta
objetiva esta centralizada, ou
Caso 2- Ele descreve uma trajetória circular estando o centro do retículo contido na
circunferência è esta objetiva esta descentralizada e assim precisa de ajuste, que
passamos a descrever:

Caso 1 Caso 2.
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Procedimento para a centralização de objetivas 1:


1 ð gire lentamente a platina e observe a trajetória descrita pelo ponto em relação ao
retículo (circulo menor, tracejado).
2 ð pare de rotaciona-la quando o ponto estiver o mais afastado possível do centro dos
retículos (.ponto 1)
3 ð introduza os pinos de centralização nas fendas apropriadas (peça-os a um dos
professores).
4 ð movimente os pinos, um deles ou os dois ao mesmo tempo, de forma a traze-lo em
linha reta, em direção ao centro dos retículos, até a metade da distância entre a sua
posição original e o centro dos retículos (semi-reta 1-1’).
5 ð movimente agora a lâmina e recoloque o ponto no centro dos retículos e repita as
operações de 1 a .4 quantas vezes forem necessárias até que se observe o descrito no
caso 1 da figura

6 ð repita a verificação e a centralização para as demais objetivas. Você sentirá


dificuldade se tiver de centralizar a de maior aumento, portanto peça ajuda a um dos
professores.

Cálculo do aumento total da imagem produzida pelo microscópio

Como vimos anteriormente, o microscópio petrográfico fornece uma imagem real


aumentada do objeto focalizado..

Para calcularmos de quanto é este aumento (AT) basta multiplicarmos o aumento linear
promovido pela ocular (ALO) pelo daquele da objetiva (ALB), ou seja:

AT= ALO x ALB

ü Relembre: Qual é o aumento linear de sua ocular (ALO): ___________ X

ü De posse dessa informação calcule agora qual é o aumento total de um objeto quando
observado por esta ocular e com a objetiva:

Objetiva Aumento Linear (ALB) Aumento Total (AT)

menor

média

maior

1
Todo texto em itálico referere-se à figura em destaque.
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ü Com o auxílio de uma régua transparente, meça o campo de visão total para cada
conjunto objetiva+ocular

Objetiva Aumento Linear Campo de Visão Total

(ALB) (em mm)

menor

média

maior

Obs: Será difícil medir o campo de visão total da objetiva de maior aumento linear. Desta
forma estime grosseiramente esse valor.

ü Conhecido o campo de visão total para cada objetiva+ocular, podemos agora estimar o
comprimento (ou tamanho) de qualquer objeto colocado na platina e devidamente
focalizado. Com as objetivas de médio e pequeno aumento linear, estime o comprimento
de alguns cristais de turmalina das lâmina das séries 961-975, ou 2638-2647.
Evidentemente, o comprimento real de um certo cristal de turmalina é único, e assim, as
determinações feitas com objetivas de diferentes aumentos lineares, deverão fornecer o
mesmo valor !! Faça os esquemas abaixo procurando mostrar a área visual coberta pelo
cristal escolhido para as três diferentes objetivas.

Objetiva Menor Objetiva Intermediária Objetiva Maior

Sistemas de observação microscópica

O microscópio petrográfico se diferencia daquele ordinário por apresentar dois


polarizadores (polarizador inferior e analisador) entre o objeto a ser focalizado.
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Sabemos também, que podemos utilizar parte ou todas as peças que compõe o
microscópio petrográfico, produzindo três sistemas distintos:

Sistema peças ópticas fundamentais propriedades ópticas observáveis

Luz Natural Polarizador inferior Morfológicas: hábito, relevo, cor,


divisibilidade, etc

Ortoscópico polarizador inferior e analisador Cores de interferência: birrefringência,


sinal de elongação, tipo de extinção,
etc

Conoscópico polarizador inferior, analisador, Figuras de interferência: caráter óptico,


lente de Amici-Bertrand e sinal óptico, ângulo 2V, etc
condensador móvel.

ü Observe agora as diferenças entre cada um destes sistemas, ou seja, monte cada um
dos sistemas e observe o mineral, muscovita, de uma das lâminas das séries 211-220 ou
1271-1280.

Sistema a Luz Natural:

(use objetiva de menor aumento linear)

Sistema Ortoscópico – Nicóis Cruzados:

(use objetiva de menor aumento linear)

Sistema Consocópico:

(use objetiva de maior aumento linear)

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