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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL - PCV
DISCIPLINA: ESTRUTURAS DE FUNDAÇÕES

Seminário

Alunos: Bruno Augusto Yoshioka RA: 903244

Professor: Jeselay Hemetério Cordeiro dos Reis

Maringá, 25 de Maio de 2018


APRESENTAÇÃO DO ARTIGO – ULTIMATE LATERAL LOAD OF SLOPE-STABILISING PILES
O artigo apresenta a análise de estacas utilizadas para a estabilização de taludes, no qual são apresentadas soluções analíticas para estacas
individuais, livres e fixas contra rotação no topo, para as condições drenada e não-drenada. Uma abordagem comum é a apresentada por
Viggiani (1981), no qual consiste em avaliar a força de cisalhamento necessária para aumentar a estabilidade do talude, que pode ser realizada
baseada no equilíbrio limite, determinando a força de resistência adicional necessária para elevar o fato de segurança do talude, além de avaliar
a contribuição da força de cisalhamento que as estacas podem oferecer ao transferir forças do solo instável para o estável. Uma limitação
relacionada a abordagem tradicional é que o cálculo da contribuição das estacas para a estabilidade é feito considerando a superfície de
deslizamento crítica. Entretanto, a presença das estacas altera as condições de estabilidade e a superfície crítica pode não interceptar as estacas
para um espaçamento transversal muito próxima entre os elementos de reforço. Para superar essa limitação, pode-se considerar a contribuição
da estaca diretamente na análise da estabilidade, para cada superfície de deslizamento, através de uma força e um momento representando a
pressão final de contato estaca-solo.
Carga última para estacas na condição não-drenada: Viggiani (1981) apresenta expressões analíticas para a carga última de estacas rígida-
plástica, com topo livre, atravessando uma camada de solo instável e uma estável. Tal formulação é adequada para a condição não drenada, no
qual as camadas superior e inferior apresentam forças de cisalhamento não drenado, equivalente a Su1 e Su2. Viggiani (1982) seguiu uma
abordagem a partir do equilíbrio limite, e identificou, para as estacas submetidas a cargas transversais, seis possíveis mecanismos de ruptura
para uma estaca rígida (A, B e C) e para uma estaca flexível (B1, BY e B2).
O mecanismo A ocorre quando a parte cravada na camada
estável é pequena, de forma que o solo deslizante carrega a
estaca, que mobiliza totalmente a resistência do solo na
camada estável. Para este mecanismo, a contribuição da
estaca para a estabilidade é limitada. O mecanismo C ocorre
quando a parte cravada no solo estável é longa e o solo
instável falha ao redor da estaca. Para este mecanismo, a
contribuição da estaca para a estabilidade é máxima. O
mecanismo B é para uma situação intermediária, no qual a
força do solo é totalmente mobilizada ao longo do
comprimento da estaca. E quando o momento fletor atinge
o momento de escoamento de uma certa seção da estaca,
ocorre a articulação plástica, e os mecanismos B1, BY e B2
se tornam possíveis. Para a análise dessa abordagem, é
conveniente definir as seguintes grandezas adimensionais:

𝑘 𝑆 𝑙
𝜒𝑢 = 𝑘𝑢1 𝑆𝑢1 𝜆 = 𝑙2
𝑢2 𝑢2 1

𝑀𝑦 𝑇
𝑚𝑢 = 𝑡𝑢 =
𝑘𝑢1 𝑆𝑢1 𝑑 𝑙1 ² 𝑘𝑢1 𝑆𝑢1 𝑑 𝑙1

Onde 𝑘𝑢1 e 𝑘𝑢2 são os fatores de capacidade de carga


(adotados como 4 e 8, respectivamente); 𝑇 é a força de
cisalhamento e 𝑀𝑦 é o momento de escoamento. Os valores das forças de reação e do momento, em relação a superfície de ruptura, oferecida
pela estaca para os seis mecanismos, podem ser obtidos através das equações de equilíbrio limite. Para uma dada configuração de solo e estaca,
a força de cisalhamento mínima na interface entre as duas camadas, para os seis mecanismos, representa a contribuição da estaca para a
estabilidade da camada de solo superior, como ilustrado a seguir:
Este método é aplicável quando a superfície de ruptura pode ser indicada como a separação
entre as duas camadas de resistências diferentes. Contudo, a solução analítica proposta pelo
autor pode ser utilizada para a análise de estabilidade de superfícies curvas (onde o solo
instável e o firme não apresentam contraste de força) junto com o momento fletor no nível
da superfície de ruptura. Esse momento é negativo e pequeno para o mecanismo A, e para o
mecanismo C o momento é positivo e a força resultante encontra-se acima da interface,
proporcionando uma contribuição desfavorável.

A figura a seguir apresenta


uma representação
esquemática de todos os diferentes mecanismos no plano tu:λ. Para qualquer
valor de mu, a tendência da força de cisalhamento adimensional tu apresenta 3
regiões. Para o mecanismo A, é observado uma tendência linear, seguido de
uma tendência parabólica para os mecanismos B1 e B, dependendo de mu. Para
valores altos de λ, o valor de tu é constante (mecanismos BY, B2 e C). Para λ<
λ*, os valores de tu são determinados por uma equação linear, separando os
mecanismos B1 e BY. Já para quando λ> λ*, tu assume um valor constante,
separando os mecanismos BY e B2. A falha para os mecanismos BY ou B2
dependem se o momento de escoamento adimensional mu é menor ou maior do
que o momento crítico mu*. Além disso, existe um valor limite para λ no qual a
força de cisalhamento adimensional se torna constante e igual, no máximo, a 1.
Esse valor indica o mínimo comprimento de embutimento em solo firme para
que se alcance a força máxima de cisalhamento (intersecção dos mecanismos B e C). Essa força máxima pode ser obtida para o mecanismo C
e para uma condição particular do mecanismo B2, que é quando a articulação plástica está localizada no plano de deslizamento, com um valor
de capacidade de seção adimensional 𝑚𝑢,𝑙𝑖𝑚 , que indica o valor do momento de escoamento no qual valores acima não geram benefícios em
termo de performance para a estaca. As equações utilizadas nessa análise são indicadas a seguir:

𝜆 < 𝜆∗ 𝜆 > 𝜆∗
(√𝜒𝑢 + 1 − 1) 𝜒𝑢 + 1 (√𝜒𝑢 + 1 − 1) 𝜒𝑢 + 1 1 + 𝜒𝑢 𝜒𝑢 + 2 𝜒𝑢 + 1
𝜆∗ = 𝑡𝑢 = 𝜆 (√ − 1) 𝑡𝑢∗ = ( ) (√ + 1) 𝑚𝑢∗ = [ − √1 + 𝜒𝑢 ] 𝜆𝑙𝑖𝑚 = 𝜒𝑢 + √2𝜒𝑢2 + 2𝜒𝑢 𝑚𝑢,𝑙𝑖𝑚 =
𝜒𝑢 𝜒𝑢 𝜒𝑢 𝜒𝑢 2𝜒𝑢2 2 2
Estacas com topo restringido: Analisando os seis mecanismos de ruptura observados anteriormente, nota-se que os mecanismos B e B2
apresentam rotação no topo da estaca, e portanto, apenas os mecanismos A, B1, BY e C são admissíveis para esse caso. A figura a seguir
mostra uma representação esquemática para os diferentes mecanismos.
O efeito benéfico da restrição do topo da estaca fica evidente para altos valores
de capacidade da seção, uma vez que para uma estaca com topo livre que falharia
com o mecanismo B, passa a falhar no A ou no C, enquanto que as estacas
associadas ao mecanismo B2 muda para o BY, elevando a sua carga de ruptura.
Por outro lado, para valores baixos de capacidade de escoamento da seção,
nenhum benefício foi observado em termos de força estabilizadora, pois mesmo
para as estacas com topo livre, uma articulação plástica abaixo do topo da estaca
controlaria a falha da estaca. Para a estaca com topo restringido, o valor do
momento de escoamento limite (𝑚𝑢,𝑙𝑖𝑚,𝑟 ) é metade do valor correspondente à
estaca com topo livre. Valores de momento de escoamento maiores do que o
limite podem ser úteis para o mecanismo B1, no qual a força de cisalhamento
aumenta de 𝑚 até os valores limites correspondentes a estacas com topo livre,
para os quais o mecanismo B1 ocorre nas condições descritas pelo ponto de
interseção de A e C. A condição ótima é representada pelo ponto onde os
mecanismos B1, BY e C coincidem, isto é, quando o momento no topo da estaca for igual ao momento de escoamento para 𝑚𝑢 = 𝑚𝑢,𝑙𝑖𝑚 .
Carga última para estacas na condição drenada: Para este caso, as análises são feitas considerando o solo seco e sem coesão. No entanto,
se o nível d’água coincidir com o nível da superfície livre, todos os resultados ainda são válidos, desde que seja utilizado o peso específico
submerso ao invés do peso específico do solo seco. A figura a seguir apresenta os mecanismos de ruptura com as reações do solo e os esforços
internos ao longo da estaca.
Pelas condições de equilíbrio, tem-se que as forças de
cisalhamento e o momento fletor na interface, para os
mecanismos A e C são:

𝑇𝐴 𝜆 𝜆 𝑀𝐴 𝜆2 1 1
𝑡𝑑𝐴 = = ( + 1) =− ( + 𝜆)
𝑘𝑑1 𝛾𝑑𝑙12 𝜒𝑑 2 𝑘𝑑1 𝛾𝑑𝑙13 𝜒𝑑 2 3
𝑇𝐶 1 𝑀𝐶 1
𝑡𝑑𝐶 = = =
𝑘𝑑1 𝛾𝑑𝑙12 2 𝑘𝑑1 𝛾𝑑𝑙13 3

Onde γ é adotado, por simplicidade, como o mesmo para ambas


camadas de solo, de forma de 𝑘𝑑1 = 3𝑘𝑝1 e 𝜒𝑑 = 𝑘𝑝1 /𝑘𝑝2 .
Para o mecanismo B, as expressões para a força de
cisalhamento são determinadas numericamente, resolvendo
para cada conjunto de valores 𝜆 e 𝜒𝑑 as duas equações de
equilíbrio iterativamente. As soluções foram obtidas pelo
Matlab para os casos de valores finitos e infinitos de momento
de escoamento da seção (mecanismos B1, BY e B2), definida:

𝑀𝑦
𝑚𝑑 =
𝑘𝑑1 𝛾𝑑𝑙13
Os valores limites da taxa de embutimento e do momento fletor
adimensional podem ser obtidos através da interpolação dos
resultados numéricos. Fórmulas de regressão para a relação de embutimento crítico e momento fletor adimensional para as estacas livres e
restringidas na condição drenada são representadas na figura a seguir:

RESULTADOS DO ARTIGO: Os resultados atingidos no artigo são basicamente as


formulações fornecidas para o carregamento ultimo das estacas utilizadas para a estabilização de
taludes, para os casos de topo livre e restringido, nas condições drenada e não-drenada. Contudo,
foram realizadas análises quantitativas, utilizando valores arbitrados de 𝜒𝑢 para traçar a curva
𝑡𝑢 𝑥𝜆 para as estacas livres e fixas, nas condições drenada e não drenada. As figuras a seguir
apresentam as curvas traçadas para 𝜒𝑢 = 0,5.

Estaca com topo Estaca com topo


livre na condição restringido na
não drenada condição não drenada

Estaca com topo Estaca com topo


livre na condição restringido na
drenada condição drenada
APRESENTAÇÃO DA ABORDAGEM
Ruptura de estacas submetidas a cargas transversais: Quando uma estaca é submetida a uma carga transversal, o seu comportamento
depende do comprimento da estaca, do tipo de solo no qual a estaca está assentada e na condição em que o topo da estaca se apresenta (topo
livre ou restringido). O modo de ruptura para as estacas carregadas transversalmente depende da rigidez das mesmas, isto é, se são rígidas
(curtas) ou flexíveis (longas). O mecanismo de ruptura para estacas curtas é caracterizado pela rotação da estaca, no qual a ruptura ocorre por
insuficiência da resistência do terreno. Por outro lado, a ruptura para as estacas longas é caracterizada pela ocorrência de rótulas plásticas, no
qual a ruptura ocorre por flexão da estaca. Segundo Hetenyi (1946) e Miche (1930), as estacas podem ser consideradas vigas flexíveis semi-
infinitas com apoio elástico (longa) desde que seu comprimento enterrado L seja:

4 𝐾 𝐵 4 𝐾
𝜆𝐿 > 4 𝜆= √ ℎ = √ ℎ
4𝐸 𝐼 4𝐸 𝐼
𝑝 𝑝

Onde 𝜆 é a rigidez relativa solo-estaca, 𝐸𝑝 é o módulo de elasticidade da estaca e 𝐼 é o momento de inércia da seção transversal da estaca.
Portanto, se o comprimento enterrado da estaca for tal que 𝜆𝐿 < 4, a estaca é considerada rígida (curta). No caso das estacas, é comum usar a
rigidez relativa estaca-solo T, com 𝑇 = 1⁄𝜆, também conhecido como comprimento característico.
Cálculo da carga de ruptura – Método de Hansen: O método de Hansen (1961) é baseado na teoria do empuxo de terra, e é aplicável aos
solos com resistência ao cisalhamento expressa por c, φ e aos solos estratificados. Contudo, este método é restrito as estacas curtas, e a solução
é dada por tentativas. A reação do solo para a estaca submetida a uma carga
horizontal é apresentada a seguir:
O valor de H pode aumentar até Hu, no qual a reação do terreno atinge seu valor
máximo, correspondente ao empuxo passivo (P zu). A partir do equilíbrio de forças
verticais e momentos, é possível determinar por tentativas os valores de ZR e Hu, no
qual são determinados os valores do empuxo passivo para cada faixa de
profundidade, admitindo-se para cada uma das profundidades como sendo o centro
de rotação da estaca e por fim, determina-se o momento fletor atuante na estaca em
relação ao ponto de carga Hu. Após os cálculos, o centro de rotação é definido para
a altura em que o momento fletor muda de sinal, ou seja, entre as duas faixas de
profundidades, há um valor de ZR no qual a estaca encontra-se em equilíbrio. O
empuxo passivo é calculado através da seguinte equação:
′ 𝐾 +𝑐𝐾
𝑃𝑧𝑢 = 𝜎𝑣𝑧 𝑞 𝑐

′ é a tensão vertical efetiva no nível z, e 𝐾 e 𝐾 são os coeficientes de empuxo que podem ser determinados através das curvas em
Onde: 𝜎𝑣𝑧 𝑞 𝑐
função de φ e de 𝑍⁄𝐵 .

Método de Broms: este método adota os mecanismos de ruptura, sendo consequência da ruptura das estacas. De maneira geral, admite-se que
as estacas longas rompam pela formação de uma ou duas rótulas plásticas ao longo de seu comprimento. Já as estacas curtas rompem quando
a capacidade do terreno for ultrapassada. Recomenda-se que o projeto de estacas carregadas transversalmente baseie-se no comportamento da
fundação na ruptura, uma vez que a utilização das tensões admissíveis pode levar a um fator de segurança variável em relação à carga aplicada,
à resistência ao cisalhamento do solo e à resistência estrutural da estaca. Desta forma, são adotados coeficientes de majoração para as cargas e
de minoração da resistência, a fim de considerar as imprecisões das propriedades do solo, das determinações das cargas e no método de cálculo.
Os mecanismos de ruptura e as distribuições de pressões e os diagramas de momentos fletores são apresentados a seguir, para as estacas curtas
e longas com topo livre, para areia e argila.

Para as estacas curtas livres, a ruptura ocorre quando a estaca gira em torno de um ponto ao longo de seu comprimento. Quando esta apresenta
o topo restringido, a ruptura ocorre quando a estaca tem uma translação de corpo rígido. Já para as estacas longas com topo livre, a ruptura
ocorre quando a resistência à ruptura (ou plastificação) da estaca é atingida a uma certa profundidade. Quando esta apresenta o topo restringido,
a ruptura ocorre quando se formam duas rótulas plásticas, uma na seção de engastamento e outra ao longo de seu comprimento. Para este tipo
de análise, é necessário que, no estado de ruptura, a capacidade de rotação das rótulas plásticas seja suficiente para mobilizar o empuxo passivo
do solo acima da rótula plástica inferior, provocar a redistribuição completa dos momentos fletores ao longo da estaca e utilizar a total
resistência à ruptura da estaca nas seções críticas.

AREIAS Estaca curta com topo livre Estaca longa com topo livre Estaca curta impedida Estaca longa impedida
𝑀𝑢 𝑀𝑢 + + 𝑀𝑢 −
0,5 𝛾𝐵𝐿3 𝐾𝑝 𝐻𝑢 = 𝐻𝑢 =
Carga ruptura 𝐻𝑢 = 𝐻 𝐻𝑢 = 1,5 𝐿2 𝐵 𝛾 ′ 𝐾𝑝 𝐻
(𝑒 + 𝐿) 𝑒 + 0,55√ ′ 𝑢 𝑒 + 0,54√ 𝑢
𝛾 𝐵 𝐾𝑝 𝛾 𝐵 𝐾𝑝
ARGILAS Estaca curta com topo livre Estaca longa com topo livre Estaca curta impedida Estaca longa impedida
𝑀𝑚á𝑥 = 𝐻𝑢 (𝑒 + 1,5𝐵 + 0,5𝑧𝑜 ) 𝑀𝑚á𝑥 = 𝑀𝑢 𝐻𝑢 = 9𝑆𝑢 𝐵(𝐿 − 1,5𝐵)
𝐻𝑢 𝑀
Carga ruptura 𝐻𝑢 𝐻𝑢 𝑀 𝐻𝑢 → ⁄𝑆 𝐵 2 𝑥 𝑢⁄
𝐻𝑢 → ⁄𝑆 𝐵 2 𝑥 𝐿⁄𝐵 𝐻𝑢 → ⁄𝑆 𝐵 2 𝑥 𝑢⁄ 𝐻𝑢 (0,5𝐿 + 0,75𝐵) < 𝑀𝑢 𝑢 𝑆𝑢 𝐵³
𝑢 𝑢 𝑆𝑢 𝐵³
Modelos alternativos: Para o caso da utilização da estaca para a estabilização do talude, podem ser adotados modelos alternativos, baseados
na teoria do empuxo de terra. Um primeiro modelo alternativo sugerido é para uma estaca curta em argila não drenada. Para este modelo,
considera-se que o solo instável, da superfície de ruptura, não mobiliza a resistência do solo dessa superfície.

Para a argila não drenada, a coesão é equivalente a resistência não drenada


(c = Su), e o ângulo de atrito interno é igual a 0, e como consequência, o Kp
é igual a 1, transformando a tensão de ruptura em:

𝜎𝑟𝑢𝑝 = 𝛾. 𝑧 + 2. 𝑆𝑢

Como a tensão é calculada por metro, a carga de ruptura da estaca é:

𝑃𝑟𝑢𝑝 = 𝛾. 𝑧. 𝑑 + 2. 𝑆𝑢 . 𝑑

Um segundo modelo alternativo é também para uma estaca curta em argila


não drenada, considerando uma rotação que seja suficiente para a mobilização da resistência do solo da camada de solo instável.

Exemplo de aplicação: Por fim, será analisado um exemplo de estaca curta


em argila não drenada para todos os métodos citados anteriormente. Para
a realização do exemplo, será adotado uma estaca curta, com 5 m de
comprimento e 0,60 m de diâmetro, executada em argila não drenada,
considerando o mesmo solo para as camadas de solo instável e estável,
sendo o peso específico do solo igual a 𝛾 = 18 𝑘𝑔/𝑚3 e a resistência não
drenada igual a 𝑆𝑢 = 10 𝑘𝑃𝑎. A partir destes dados, calculou-se a altura
de solo instável para a condição de iminência de ruptura (FS=1,0), através
𝑆𝑢 +𝛾𝐻𝑐𝑜𝑠 2 𝛽 𝑡𝑔𝜙′
do método do talude infinito, descrito como: 𝐹𝑆 = ,
𝛾 𝐻 𝑠𝑒𝑛𝛽 𝑐𝑜𝑠𝛽
adotando um talude com inclinação de 20°. A partir da altura de solo instável definida, é possível determinar a carga atuante 𝐻𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 exercida
pela camada de solo instável na estaca. Em seguida, determina-se a carga de ruptura 𝐻𝑢 , isto é, a força limite para qual o sistema esteja em
equilíbrio. E para tal, analisou-se os diferentes diagramas de reação do solo fornecidos pelos diferentes métodos citados anteriormente. Por
fim, é determinado o fator de segurança para a estaca, comparando a carga devido o maciço de solo instável (𝐻𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 ) com a carga máxima
𝐻𝑢
suportada pela estaca sem que esta saia da condição de equilíbrio (𝐻𝑢 ). De forma que: 𝐹𝑆 = deve ser maior ou igual a 2,0 para atender
𝐻𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒
ao requisito mínimo de segurança.

RESULTADOS DA ABORDAGEM
Através do método do talude infinito, determinou-se que a altura de solo instável para a condição da iminência da ruptura (FS=1,0) é equivalente
a 1,73 m. Por simplicidade, a altura de solo inclinado presente acima da escada foi transformada em uma sobrecarga, equivalente a 59,4 kN/m.
A partir dos dados obtidos, calculou-se as cargas atuantes, as de ruptura e os fatores de segurança.

RUPTURA Mecanismo A Hansen Broms Modelo alternativo I Modelo alternativo II


𝐻𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 57,06 kN 57,06 kN 57,06 kN 57,06 kN 57,06 kN
𝐻𝑢 156,96 kN 82,5 kN 91,8 kN 158,07 kN 34,09 kN
FS 2,75 1,45 1,61 2,77 0,60

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