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Direito Empresarial
SOCIEDADES
Características
A regra é serem pluripessoais (art. 981 do CC), isto é, composta por pelo menos duas
partes. Assim, prevalece como regra geral a obrigatoriedade da existência de pelo menos dois
sócios para configurar uma sociedade.
Por unipessoal entende-se que há somente uma pessoa (empresário individual que
exerce a atividade sozinho); por pluripessoal entende-se que há de duas ou mais pessoas.
Art. 207 – até um ano. Não pode surgir com somente um sócio.
Admite-se temporariamente a unipessoalidade das sociedades anônimas e nas demais
sociedades a fim de preservar a atividade que vinha sendo desenvolvida, evitando a extinção
da empresa e protegendo também os demais interesses envolvidos.
Art. 251 da Lei 6.404/76 – Sociedade subsidiária integral. É uma sociedade que tem por
única sócia uma sociedade brasileira. Existe um acionista, que deve ser pessoa jurídica
brasileira, e como a aquisição destas ações é diferenciada, devem ser adquiridas por escritura
pública, devendo sua aquisição ser assim documentada (exemplo: Banco do grupo Bovespa).
Pode existir a vida inteira desta forma (surgir com somente um sócio).
Obs.: EIRELI não é sociedade unipessoal. A EIRELI não representa uma sociedade.
Permite o exercício individual das atividades por meio de uma pessoa jurídica.
A personalidade jurídica, por seu turno, se inicia com o registro. Todavia, temos que não
é qualquer registro que é capaz de dar origem à personalidade. Ou se deu o registro por meio
de Junta Comercial, ou por meio de Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas; ou, ainda,
por meio da OAB.
A sociedade não personificada não possui personalidade jurídica e não foi registrada e
nenhum destes três locais mencionados anteriormente.
Uma vez que ocorrer a publicação da autorização, a empresa que adquiriu autorização
possui 12 meses para efetivar o registro na Junta Comercial e também para iniciar suas
atividades.
5) Sociedade Conjugal
ESPÉCIES SOCIETÁRIAS
A) Espécies
De fato
Irregular.
Na sociedade irregular, por outro lado, existe um contrato social que, todavia, não foi
registrado ou que até pode ter se dado a entrada em seu registro, mas este não foi finalizado
(exemplo: vício sanável, sendo necessária a juntada de documentos).
Estas espécies são previstas pelo legislador? Não. Possuem previsão doutrinária.
B) Responsabilidade dos sócios
É uma sociedade oculta, que não aparece perante terceiros, sendo desprovida de
personalidade jurídica. Se caracteriza pelos dois tipos de sócios: o ostensivo (que aparece e
assume a responsabilidade perante terceiros) e o participante (ou oculto, que não aparece
perante terceiros e só tem responsabilidade perante o ostensivo, nos termos do ajuste entre
eles).
É sociedade não personificada. Significa dizer que não tem personalidade jurídica e que
não teve registro naqueles órgãos mencionados.
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição
de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.
Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o
sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros,
sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier.
§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os
efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido.
Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio
sem o consentimento expresso dos demais.
A) Sócios
É quem realiza o objeto social. É alguém que não realiza o objeto social
(não faz parte da atividade contratada pelo
consumidor)
É quem contrata com terceiros no dia-a- Não contrata com terceiros.
dia.
Responde de forma ilimitada perante Não responde perante terceiros (não
terceiros. significa, todavia, que não tem prejuízos).
Entre ambos (sócio ostensivo e participante) existe patrimônio especial. O patrimônio
especial é atingido na falência, e constitui a principal garantia dos credores.
B) Dissolução da Sociedade
23/04/2018
A sociedade em conta de participação não é lícita. Mas o que pode ser lícita é a origem
do dinheiro.
Observação:
Investidor Anjo – na lei, é instituto novo, mas sempre existiu. Art. 61-A da LC 123/06.
Investe em microempresa ou empresa de pequeno pote. Este investimento será devolvido no
intervalo máximo de sete anos. Neste contrato de investidor, é possível que se especifique a
participação nos lucros do negócio.
Investidor anjo não participa das decisões. Esta situação protege ainda mais quem
realiza a atividade empresária do que a sociedade em conta de participação.
C) Falência
Por algum motivo, o sócio ostensivo veio à falência. A atividade então se encerra (quem
faliu é quem exercia a atividade da sociedade – é quem exerce a atividade fim). Se o sócio
participante tiver algo a receber, ele irá realizar a sua habilitação. Passará, portanto, a ser um
credor quirografário. Não se trata de privilégio especial concedido por lei.
No que tange ao sócio participante, este também pode falir. Se por ventura o sócio
participante sofrer falência, a atividade da sociedade em conta de participação continua.
Falindo o sócio participante, fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos
contratos bilaterais.
3) Sociedades Menores
Sociedade
Sociedade Pessoa Simples ou Responsabilidade dos Sócios
Jurídica Sociedade
Empresária
Sociedade em Nome Sim, possui. Pode ser tanto Sócios são necessariamente
Coletivo (arts. 1.039 e uma como pessoas físicas e respondem
ss do CC) outra. de forma ilimitada e solidária.
Sociedade em Sim, possui. Pode ser tanto Sócio comanditado é apenas
Comandita Simples uma como pessoa física (é quem
(art. 1.045 e ss do CC) outra. administra e responde
ilimitadamente*). Sócio
comanditário (que pode ser PF
ou PJ) não administra, e
responde limitadamente.
Acionista diretor (só pode ser
Sociedade em Sim, possui. É sociedade PF) responde ilimitadamente.
Comandita por Ações empresária. Acionistas respondem
(arts. 1.091 e 1.092 do limitadamente (podem no
CC) máximo fazer um conselho
consultivo; não tomam
decisões)
Para a cooperativa o capital social pode ser tanto inexistente como variável. Não conta o
lastro que a empresa possui. É a soma dos investimentos, mas como as pessoas podem
livremente sair, é este investimento também pode ser retirado.
As quotas são intransferíveis (não podem ser alienadas, nem objeto de herança).
É possível a existência de sócio que apenas preste serviços (art. 997, V, do CC).
Quando se fala a respeito do sócio que presta serviços, há um destaque importante: ele
participa dos lucros de acordo com a média dos demais.
Ele não possui quota, de modo que o critério para que ele participe dos lucros é com
base na média paga aos demais sócios. Ele não participa das perdas (arts. 1006 –
impossibilidade de atuar em outra atividade sem autorização da sociedade - e 1007 do CC).
A cessão de quotas depende da concordância unânime dos sócios (art. 1.003 do CC).
6) Sociedade Limitada
É uma sociedade personificada e pode ser tanto sociedade simples como empresária. É
preciso saber qual o objeto social da limitadamente. Isso define também aonde ela será
registrada.
Sociedade de pessoas
Este tipo de cláusula define a necessidade de concordância dos demais para que se
tenha a entrada de terceiros na sociedade (caso de morte ou de cessão). Haverá, aqui, o
estabelecimento de um determinado quórum.
Sociedade de Capital
Para este tipo societário, a única coisa que interessa é o lucro. Não se fala em quebra de
“affectio societatis”. A entrada de terceiro é, portanto, livre.
Sociedade Híbrida
Sociedade Limitada
Sempre deve ser utilizada como primeira fonte as regras da sociedade limitada que
estão no Código Civil.
Lei de S/A?
C) Capital Social
Para uma empresa, capital social é o lastro que a sociedade possui. Informa que existe
ao menos aquela quantia. Se houvesse, pôs exemplo, prejuízo, deve-se alterar tal informação.
No caso das EIRELI, há valor mínimo de 100 salários mínimos (única empresa em que há
valor mínimo). No caso das demais sociedades, não há valor fixado em lei.
Toda vez que for necessária a avaliação (ou seja, toda vez que algum sócio disser que vai
investir algo que não seja dinheiro), temos que os sócios são solidariamente responsáveis pela
exata avaliação. Tal responsabilidade solidária dura 5 anos do registro.
Avaliação falsa/ imprecisa - A diferença do valor real para o valor avaliado pode ser
cobrado de todos os sócios, havendo a sua responsabilidade solidária.
Esta avaliação não caracteriza desvio de finalidade tampouco confusão. Pode ser
enquadrada no caso de responsabilidade do art. 1.080 do CC (quando sócio age contra a lei ou
contra ato constitutivo).
O prazo de 5 anos também implica que a discussão acerca da avaliação só pode se dar
neste período.
Além de alterar, deve ser realizada uma averbação no órgão competente (não
necessariamente na Junta Comercial, uma vez que a sociedade empresária pode ser simples ou
comercial, de modo que irá interferir no local de registro).
Art. 1.082 do CC trata de duas possibilidades: (i) a primeira por prejuízos reiterados e (ii)
porque aquele capital social é excessivo ao objeto social. Este é ato de vontade, de decisão dos
sócios.
Quando o motivo for prejuízos reiterados, deverá ser aplicada a regra geral de alteração.
Todavia, quando o motivo se der por ato de vontade para a diminuição do capital social, far-se-
á necessária a publicação no Diário Oficial do Estado de tal alteração.
07/05/2018
Sociedade Limitada
Subscrever não é o mesmo que pagar, não é o mesmo que colocar na sociedade. A
integralização pode ser ajustada internamente.
Art. 1052 do CC – Cada sócio responde pela integralização da cota que subscreveu (cada
sócio deve pagar a cota a que se comprometeu).
X LTDA – A = 40; B = ø
Sócio A – deve 40 —> É chamado de sócio remisso aquele sócio que não paga a sua
parte.
Todos os sócios são solidariamente responsáveis até o limite do que falta a integralizar.
Ex: Um credor qualquer pretende cobrar 2.000 da sociedade (pois esta está lhe devendo
esta quantia). Ele não pode cobrar diretamente os sócios. Quando cobrar a sociedade, mesmo
atingindo todos os bens, suponha-se que ainda remanesça 700. É possível, neste caso, que
este credor atinga os demais sócios A e B. A e B, neste caso, podem ser cobrados de 40 (só
pode ser cobrado do valor que faltou ser integralizado (caso da tabela). No caso, ambos
respondem pois há a sua responsabilidade solidária).
2) Responsabilidade Ilimitada
São aquelas nas quais todos os sócios respondem subsidiária e ilimitadamente pelas
obrigações da sociedade, vale dizer, se o patrimônio social não for suficiente, o patrimônio de
todos os sócios responde pelas obrigações da sociedade.
Se dá em duas situações:
Não tem relação com desconsideração, pois é uma penalidade à conduta dos sócios.
B) Desconsideração da Personalidade Jurídica
O empresário individual não tinha personalidade jurídica, e todos os seus bens eram
atingidos pelas dívidas. A desconsideração só se justifica quando há personalidade jurídica.
Hipóteses: (i) O credor da PJ atravessa por esta e atinge os sócios; (ii) o credor é credor
de determinado sócio, por obrigação por este assumida. É entao atravessada a personalidade
do sócio para atingir a personalidade jurídica. É a chamada desconsideração inversa.
É aplicável para credores negociais. São Se aplica aos credores não negociais, isto é,
aqueles que, ao contratarem, podem se aqueles que não puderam se preservar
precaver diante do não pagamento (adquirir (adquirir garantia para evitar prejuízo maior).
garantias, como no caso de um banco: aval, São credores não negociais: o consumidor,
garantia real) quanto a eventuais vícios; o trabalhador,
quanto ao recebimento de sua
contraprestação; danos ambientais.
Requisitos para a desconsideração: (i) não O único requisito exigido é o não pagamento
pagamento pela pessoa jurídica pela pessoa jurídica. Afirma o legislador que
(amplamente falando); (ii) abuso da é suficiente o mero obstáculo ao pagamento.
personalidade jurídica.
Verifica-se o abuso da personalidade de acordo com a teoria que está sendo adotada:
1) Teoria Objetiva – se vê o abuso por meio de critério objetivo; olha-se somente se houve
confusão patrimonial (bens parecem ser da PJ, mas não estão em seu nome. Ex: Uma
transportadora com diversos caminhões, mas ao se tentar atingir o patrimônio, verifica-se
que tais veículos estavam em nome dos sócios).
2) Teoria Subjetiva – Há, aqui, o que se entende por desvio de finalidade – é usar a pessoa
jurídica para fim diverso daquele a que se destina. Ex: cria-se uma padaria para lavar
dinheiro.
3) Administrador
A) Quem é o administrador?
Pode ser tanto um sócio como um terceiro. Não é necessário que seja sócio.
É possível, ainda, que haja uma declaração de que a administração caiba a todos os sócios. Se a
administração for assim fixada, esta cláusula não aproveita àqueles que sucederem aos sócios.
Ex: Sociedade com sócios A, B, C. Há cláusula dispondo que todos são administradores.
A é então substituído pelo E, passando a figurar como sócios, E, B e C, que passam a ser os
administradores.
Pode ser tanto no contrato social, como em algum documento separado (ex: ata de
designação de administrador).
Contrato social deve, para tanto, ser alterado. O quórum é de 3/4 do capital social. É
possível que seja fixado de maneira diversa pelo próprio Contrato Social.
Caso se queira designar um não sócio (terceiro), irá depender se o capital social estiver
100% integralizado, quando será necessária a concordância de 2/3 do capital social ou, ainda,
se o capital social não estiver integralizado, quando será necessária a concordância unânime.
D) Funções do Administrador
Possui, como função, a prática de atos de gestão (art. 1.015, “caput”, do CC). São atos
relacionados com o objeto social (ex: no caso de uma padaria, comprar e vender farinha de
trigo, fixar os preços, contratar funcionários, etc.)
O administrador é aquele que usa o nome empresarial (art. 1.064 do CC). Significa
assinar pela empresa.
É possível, ainda, que haja outros poderes, mas que irão depender de previsão expressa
ou no documento ou no contrato (ex: assinar como avalista).
A regra é que a responsabilidade seja da sociedade quando o sócio agir em nome da sociedade.
Quando irá ocorrer a responsabilidade pessoal (por perdas e danos, pelos prejuízos causados)?
A previsão é a dos arts. 1.013 a 1.017 do CC – quando o sócio agir com culpa ou dolo, quando
usar bens sem autorização dos demais; agir em desacordo com os sócios (tem poder para a
prática do ato - por ato de gestão ou por concessão – mas em determinado momento os sócios
optaram por não permitir aquela determinada prática e, ainda assim, o sócio violou à
disposição conjunta dos demais sócios).
Administrador praticou ato “ultra vires” – quer dizer “além das forças”. Surgiu nos EUA e
foi previsto no CC de 2002, época em que já estava em desuso na legislação estrangeira.
Excesso de poderes – ou porque agiu além dos poderes concedidos ou, ainda, porque
agiu além do objeto social (que estabelece as forças do administrador).
F) Formalidades
Documento separado
Uma vez que seja designado o administrador, o escolhido possui o prazo de 10 dias para
assinar o termo de designação, que é ato que será arquivado no Livro da Limitada denominado
de Livro de Registro de Atas (é um livro obrigatório para as sociedades limitadas).
Uma vez assinado o termo, fixa-se o prazo de 30 dias para que este ato seja levado a
registro.
4) Cessão de Cotas
Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para os
fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo instrumento,
subscrito pelos sócios anuentes”.
Se a cessão for para terceiros —> Se não houver a oposição de sócios com mais de ¼ do
capital social.
Se A quer vender para terceiro, B e C sozinhos não podem impedir (porque não possuem
mais de 25% juntos, uma vez que a lei afirma que deve ser + de ¼ do capital social).
5) Sócio Remisso
Art. 1.058 do CC: dispõe que a sociedade pode tomar duas atitudes diferentes.
A primeira delas é a que prevê a possiblidade de ingresso com ação de cobrança; a outra
possibilidade é a exclusão do sócio da sociedade, uma vez que houve a violação de dever por
parte deste sócio.
É indispensável que, para tanto, seja feita a apuração dos haveres (não é porque está o
sócio devendo, que pode haver a retenção do que ele pagou. Não se admite a retenção da
quantia como forma de penalidade).
Em regra, as decisões mais corriqueiras são tomadas unipessoalmente por aqueles que
tem poderes para administrar a sociedade. No entanto, aquelas decisões mais complexas
(alteração do contrato social, exclusão de sócio, ou fusão com outra sociedade, por ex.),
exigem uma deliberação colegiada.
Podem ser as decisões tomadas por reunião ou por assembleia, que é o órgão específico
responsável pela tomada de deliberações sociais . O critério é o de que, caso haja até 10 sócios,
as decisões se dão por meio de reunião (informalidade). O que é importante para ser
documentado a terceiros, pode se dar pela formalidade de convocação.
Quando uma sociedade limitada, todavia, possui mais de 10 sócios, faz-se necessária
uma assembleia, que significa uma formalidade de convocação (art. 1.072, §3º).
29/05/2018
7) Dissolução Parcial
Possibilidades:
A regra da lei é que os herdeiros são ressarcidos, e não tomam o lugar do sócio. Os
herdeiros levam a certidão de óbito para a sociedade, em seguida a sociedade altera o
contrato social, faz a averbação (na Junta ou no cartório de registro civil) e, em seguida, faz o
ressarcimento. Pode, porém, haver previsão contratual para que os herdeiros assumam a(s)
quota(s) do sócio falecido.
Deve ser motivada. Cabe essa retirada toda vez que o sócio não concordar com
alteração do contrato social.
Além da hipótese motivada, existe a retirada imotivada, ou seja, não há um motivo legal.
Constitucionalmente, a pessoa não é obrigada a se manter em uma sociedade. A alegação é a
quebra da “affectio societatis” e este rompimento pode existir por uma série de razões.
A fundamentação da retirada não motivada pode ser encontrada no art. 1.029 do CC.
c) Exclusão
A exclusão fora do Judiciário pode ser chamada também de exclusão extrajudicial. Ela é
apresentada no art. 1.085 do CC. Neste artigo, o legislador colocou requisitos para evitar a
exclusão de sócio por capricho. Se faltar um dos requisitos, a pessoa não pode ser expulsa
desta maneira.
Art. 1.085: “Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios,
representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão
pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá
excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a
exclusão por justa causa”.
Requisitos:
• Praticar falta grave, ou seja, ato contra a empresa (exemplos: desfalque e desvio de clientela).
Se todos os requisitos forem cumpridos, o art. 1.085 afirma ser necessário dar a
oportunidade de defesa. Marlon Tomazete afirma que o prazo de defesa deveria ser de 8 dias.
Para todas essas três formas de dissolução (morte, retirada ou exclusão de sócio), é
possível ingressar com ação de dissolução parcial, prevista nos arts. 599 a 609 do CPC (o nome
é o mesmo para as três formas; o que vai mudar é o motivo). Deve ser ajuizada toda vez que,
diante destes fatos, não se conseguir resolver a situação extrajudicialmente.
O CPC, no art. 599, I, faz menção às sociedades empresariais contratuais simples acerca
de sua dissolução parcial.
Hoje, esta ação conta com procedimento especial. Aborda-se a dissolução propriamente
dita, fixando-se a data da resolução (data da saída do sócio) e como o ressarcimento será
calculado. Havendo concordância expressa da dissolução na ação, o juiz a decretará, passando-
se à fase de liquidação.
O Novo CPC permitiu o uso da ação de dissolução parcial somente para (i) a resolução da
sociedade empresária em relação a um sócio (formas indicadas acima); (ii) ou somente para a
apuração de haveres de um sócio (pelos mesmos motivos).
Legitimados para ingressar com a ação: depende do motivo. Se o motivo for a morte, o
inventariante e os herdeiros podem ajuizá-la. No caso da retirada, o legitimado é o sócio que
deseja sair. Na exclusão, a legitimada é a sociedade. Art. 1.030 do CC: cabe a exclusão judicial
quando houver a concordância da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento
de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente.
Em relação à sociedade limitada, a sociedade anônima possui origem muito mais remota
e configura espécie societária bastante atrativa para os grandes empreendimentos.
É sempre uma sociedade empresária (art. 982, p.u., CC). Ademais, o capital social, ou
seja, o lastro que a empresa tem, é formado do mesmo jeito que na limitada. Ou o sócio
contribui com dinheiro ou com bens (não é possível contribuir com trabalho).
A avaliação dos bens é feita por três peritos diferentes e a sociedade escolherá a que
achar melhor (art. 7 e 8 da Lei de SA).
Art. 4º da Lei das S/A: “a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de
sua emissão estejam ou não sendo admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários”.
Tem autorização para negociar seus valores Não possui autorização para tanto.
mobiliários no mercado de capitais.
Títulos são negociados no mercado de Títulos são negociados na própria S/A. A CVM
valores mobiliários. A possibilidade de não interfere na S/A fechada, como o faz na
negociação de valores mobiliários é dada aberta. Há na S/A fechada uma liberdade de
pela CVM, autarquia federal ligada ao contratar semelhante às limitadas.
Ministério da Fazenda, que atua junto ao
Banco Central no controle e fiscalização das
operações realizadas no mercado de capitais.
Títulos são negociados no mercado de valores mobiliários (na bolsa de valores ou no
mercado de balcão – que compreende toda e qualquer operação do mercado de capitais
realizada fora da bolsa de valores).
A CVM fiscaliza S.A. aberta, mas não interfere em S.A. fechada. Esta última tem
liberdade de contratar semelhante à limitada.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é regida pela Lei 6.385/76. Ler art. 9 e 11. Ela é
autarquia federal ligada ao Ministério da Fazenda e não é subordinada ao Banco Central (eles
têm o mesmo lugar de hierarquia, mas com atribuições diferentes).
A CVM é ente estatal criado com a finalidade de assumir o controle e a fiscalização das
operações do mercado de capitais do Brasil. Possui qualidade de agência reguladora (autarquia
em regime especial). Possui personalidade jurídica e patrimônio próprios.
Atribuições da CVM:
• Fiscalizar – é a CVM que deve zelar pela lisura das operações realizadas no mercado de
capitais;
• Autorizar – uma vez que é a CVM que autoriza a constituição de companhias abertas e a
emissão e negociação de seus valores mobiliários;
• Punir – para fazer valer sua função fiscalizatória, possui, para tanto, poderes sancionatórios.
Por ex: acordo de leniência (firmado com pessoas físicas ou jurídicas que confessarem a prática
de infração às normas legais ou regulamentares) .
A CVM pode realizar todas estas atribuições em relação a S.A. aberta e a qualquer
pessoa que atue neste mercado (a própria bolsa de valores, os corretores, os distribuidores de
valores mobiliários). Seria possível a CVM alcançar uma pessoa física? Apenas se, de alguma
forma, ela manipular este mercado, como no caso de diretores e administradores de S.A.
aberta. A S.A. fechada não sofre nenhuma influência da CVM – a preocupação desta é se a
empresa está ou não na bolsa.
➔ A S.A. pode entrar com uma ação de execução. A própria lei de S.A. cria um título
executivo chamado boletim de subscrição (consta a quantidade de ações que foram
compradas e qual é o valor das ações adquiridas). Previsão no art. 106 e 107 da Lei de S.A.
➔ Tentativa de vender as ações.
A S.A. pode tentar as duas coisas. Conseguiu vender para alguém, desiste da execução.
Conseguiu o pagamento da dívida na execução, é cessado o ato de venda.
Obs.: A Assembleia Geral pode suspender os direitos dos acionistas. Art. 1.021 da Lei de S.A.
2. Ações
• Direito de retirada.
Obs. 1: O direito de retirada é explicado no art. 137 da Lei de S.A. Ele cabe ao acionista
dissidente que não concorda com decisão que altere o estatuto social. O prazo é de 30 dias
após a publicação da decisão. Deve ser realizada a apuração dos haveres de acordo com o art.
45 da Lei de S.A. Deve ser providenciado um balanço especial, no qual será buscada a
informação do patrimônio líquido para ressarcir o acionista que saiu. Este valor é denominado
valor patrimonial.
Obs. 2: O voto não é direito comum. Depende do tipo de ação que foi comprada – há ações
que dão direito a voto, há ações que não dão.
Ordinárias – art. 16 – conferem direitos normais ao seu titular, que não possui nenhuma
vantagem com relação aos demais sócios, mas também não se sujeita a nenhuma restrição;
Preferenciais – art. 17 – conferem uma preferência ou vantagem ao seu titular. Há uma
vantagem em relação aos ordinarialistas;
Gozo ou fruição – art. 44, §5º - conferem apenas direitos de gozo ao seu titular.
O direito de voto não é essencial. As ações preferenciais, em regra, não conferem tal
direito a seu titular. Em contrapartida, as ações ordinárias conferem tal direito a seu titular.
Temos, assim, que as ações podem ser com ou sem direito de voto. Do total das ações
emitidas, no máximo 50% podem ser sem direito de voto.
É a ação usada pela S.A. quando antecipa o que o acionista teria direito se houvesse a
liquidação da empresa. A palavra-chave é “amortização”.
Golden Share
05/06/2018
VALOR DA AÇÃO
1. Valor Nominal – capital social dividido pelo número de ações. Pode ou não estar expresso
na ação.
Divide-se o capital social total da S/A – calculado em moeda corrente – pelo número
total de ações por ela emitidas.
Art. 14 da LSA – permite que as companhias emitam ações sem valor nominal.
A atribuição de valor nominal às ações possui uma finalidade específica, a de conferir
certa garantia aos acionistas contra a chamada diluição injustificada do valor patrimonial das
ações quando da emissão de novas ações.
2. Valor de Emissão
É aquele fixado pela S/A. É resultado de operações entre a própria companhia, que
emite novas ações (o que ocorre quando a mesma é constituída ou quando aumenta o seu
capital social).
O valor de emissão não pode ser inferior ao valor nominal. Atribui-se um valor mínimo
para o preço das novas ações que serão emitidas, preço esse nunca inferior ao valor nominal
das ações. Nada impede, porém, que o seu valor de emissão seja superior ao valor nominal (a
diferença de valores de emissão e nominal é chamada de ágio, destinado à reserva de capital –
nos termos do art. 13, §2º).
Ex:
Obs.: Se o valor de emissão for inferior ao valor nominal, temos que essa emissão de
ações irá sofrer nulidade (sendo nulas todas as ações), admitindo-se a cobrança de perdas e
danos dos responsáveis pela emissão.
Art. 13 da Lei das S/A: “É vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor
nominal”.
3. Valor patrimonial
Por sua vez, o patrimônio líquido é calculado pela diferença entre o seu ativo e passivo.
A) Assembleia Geral
Somente acionistas podem fazer parte (função de fiscalização). O direito de voto não
está necessariamente presente.
É por meio da assembleia que são tomadas as decisões. Trata-se de decisões acerca de
questões que a lei obrigue.
A Assembleia é Ordinária quando tem por objeto as matérias previstas no art. 132, e
extraordinária nos demais casos
Dentro dos quatro primeiros meses cabe a AGO. Se fora deste período, AGE.
Pode ser: (i) presencial (pessoa ou procuração, válida por 1 ano); (ii) à distância (S/A aberta);
(iii) acordo de acionistas.
• Acordo de acionistas
Conteúdo (Art. 118 da LSA) – Os acordos de acionistas podem se referir aos seguintes assuntos:
(i) compra e venda de ações; (ii) preferência para aquisição de ações; (iii) exercício do direito
de voto (para a uniformização da política administrativa, desde que não tenha por objeto
“voto de verdade”); (iv) exercício do poder de controle da companhia.
- Acordos de Controle;
Edital – Na forma do art. 124 da LSA, tem-se que a convocação da assembleia geral far-se-á
mediante anúncio publicado por três vezes, no mínimo, contendo, além do local, data e hora
da assembleia, a ordem do dia, e, no caso da reforma do estatuto, a indicação da matéria.
Deveres
– Lealdade – A violação pode se dar quando ocorrer atuação contrária ao Estatuto Social;
quando se agir em interesse próprio ou de terceiro. A consequência é a responsabilidade por
perdas e danos.
A S/A não pode ingressar com nenhuma ação, visto que seu órgão soberano entende que esta
tudo certo. Assim, a legitimidade processual é dos acionistas com pelo menos 5% do capital
social (esta é uma situação de legitimidade extraordinária, atuando os acionistas em nome da
S/A).
Se, por exemplo:
Obs.: Elas ganham, mas. Dinheiro vai para a S/A. Não se trata de reparação individual aqui.
Para que o acionista ingresse com acao de reparação de danos individuais, não existe
dependência sobre a decisao da assembleia geral.
Contudo, se a assembleia não aprovar as contas, a própria S/A pode ingressar com a ação. A
acao é proposta diretamente contra o administrador, trata-se de responsabilidade por ato
individual.
Existe uma responsabilidade solidária de todos que integram o órgão, salvo quando o
administrador sabia do ilícito e faz constar em ata sua divergência.
06/06/2018
Se compõe de 3 a 5 pessoas.
É o órgão interno de fiscalização da gestão da administração da companhia e de
assessoramento da assembleia geral.
Ações
Valores Debêntures
Mobiliários Partes beneficiárias
Bônus de subscrição
Notas promissórias
É um direito de crédito contra a S/A. A S/A irá vender no mercado um papel e aquele que
comprá-lo irá se tornar credor da S/A. A emissão dos debêntures se dá pela necessidade da
S/A de aumentar o seu capital de giro.
Este papel tem, normalmente, um vencimento certo, uma data para o título ser pago.
Pagamento da debênture – pode ser feito em dinheiro; é possível também que a S/A pague a
debênture com ações.
A debênture, na falência, irá ficar em um local especifico, a depender do tipo de vantagem que
foi dado por ela.
É título que concede a participação nos lucros da S/A; conferem aos seus titulares um direito
de crédito eventual contra a companhia.
O seu vencimento é eventual, ou seja, irá depender da existência ou não de lucro. O direito de
credito que a parte beneficiaria confere ao seu titular é eventual: depende do resultado da
companhia, no respectivo exercício social, ter sido positivo, pois do contrário não haverá
lucros a serem partilhados.
A S/A aberta não pode emitir partes beneficiárias. Somente as companhias fechadas podem
emitir partes beneficiárias (art. 47, p.u. da LSA).
Decisão para a emissão desse título era da Assembleia Geral, admitindo-se a possibilidade de
se lavrar o título por parte da Diretoria.
Compra-se o bônus de subscrição para se ter acesso a um valor mais vantajoso das ações.
Faz-se uma primeira oferta com o valor de emissão aos acionistas. Se não for comprado nessa
primeira oferta, é oferecido ao público em geral, em uma segunda oferta, utilizando-se o valor
de mercado.
A S/A pode, todavia, emitir o bônus de subscrição, permitindo que aquele que o adquira tenha
uma vantagem, uma prioridade na ordem de compra. Assegura-se, assim, o direito de
participação desta primeira oferta inclusive a alguém do público em geral. A grosso modo,
pôde-se dizer que quem adquire um bônus de subscrição “compra” o direito de preferência,
tomando-o dos acionistas.
Capital autorizado – S/A com permissão de aumento no seu próprio estatuto. Só ira emitir,
todavia, a partir do momento em que publicados os documentos na CVM para a abertura do
capital, etc.
OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS
Consiste na mudança de um tipo empresarial em outro. Ex: Sociedade limitada que quer
se tornar um Eireli; uma sociedade limitada que quer se transformar em uma S/A.
Toda vez que houver uma transformação, é necessário que haja a decisão unânime dos
sócios, salvo se houver previsão diversa no Contrato Social (que pode estabelecer quórum
menor).
Conversão em S/A fechada em aberta não configura um transformação, visto que não se
altera o tipo societário, e somente uma de suas configurações.
De acordo com o art. 227 da LSA, “a incorporação é a operação pela qual uma ou mais
sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações”.
A empresa incorporada, precisa, para que se possibilite a operação: (i) se for uma
sociedade limitada, de sócios que representem 75% do capital social; (ii) se for uma S/A,
necessária a concordância de mais da metade do capital social com direito de voto.
De acordo com o art. 228 da LSA, a fusão é “a operação pela qual unem duas ou mais
sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações”.
Tem-se, assim, que enquanto na incorporação não há o surgimento de uma nova
sociedade, na fusão há o surgimento, sim, de uma nova sociedade, resultado da união das
sociedades fundidas.
Nos termos do art. 229 da LSA, a “cisão é a operação pela qual a companhia transfere
parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver a versão de todo o seu patrimônio,
ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão”.
Temos, assim, que com a cisão total ocorre a extinção da sociedade cindida.
12/06/2018
1) Grupo econômico:
Grupo econômico de direito – existe um registro no Junta Comercial. Não vai constituir
uma nova pessoa jurídica, ou seja, o ativo e o passivo vai ser cobrado de cada pessoa
jurídica na medida em que foi assumido.
I – Atividade de Controle;
II – Que as empresas exerçam atividades compatíveis entre si; Se ficar configurado o grupo
econômico, haverá solidariedade em relação a obrigações trabalhistas.
1) Introdução
Era utilizado o termo “quebra” para denominar a falência no Código Comercial de 1850.
2) Legitimidade passiva
Quem tem legitimidade passiva na falência, isto é, quem pode sofrer falência.
O devedor, o empresário que exerce atividade irregular pode sofrer falência (art. 1º da
Lei 11.101/05).
- Seguradora.
Intervenção
IV – Qualquer credor”.
O credor pode exercer ou não a atividade empresarial. Se, todavia, exercer a atividade
empresarial, esta deve ser regular, isto é, deve ter registro na Junta Comercial.
4) Juízo Competente
5) Órgãos
A) Administrador Judicial (arts. 21 a 24 da Lei) – é nomeado pelo juiz (e não escolhido
pelos credores). O critério definido por lei é o de que a pessoa poderá ser física ou
jurídica e se for pessoa física, preferencialmente, será um advogado, administrador de
empresas, contador ou economista. O administrador judicial pode contratar pessoas
para auxiliá-lo. Ele possui as seguintes funções: é responsável por fazer a arrecadação
dos bens (procurar o que pode ser negociado , o que tem valor); é responsável pela
avaliação dos bens e pela venda dos mesmos (podendo sugerir a venda antecipada,
antes do momento oportuno), se o bem for perecível, por ex. Vai depender da
concordância dos credores (que representam 2/3 dos crédito); vai ter que produzir
relatórios ao longo da falência (como forma de se comunicar com o juiz); é ele quem
fará o quadro de credores, que é o documento que ordena os credores.
Quem irá fixar os honorários do administrador é o juiz. Há, todavia, um teto máximo,
que é de, no máximo, 5% do valor da venda dos bens. Em 2014, a lei foi alterada e o
teto será de 2% se a empresa falida for uma microempresa ou empresa de pequeno
porte.
C) Assembleia de Credores
Art. 4º da Lei – foi vetado. Atualmente a atuação do MP é menor do que na Lei anterior. O MP
não é ouvido antes da decisão. Ele é intimado dela (o juiz não leva em conta a opinião do MP
para decidir). O MP pode ingressar com uma peça chamada “impugnação ao quadro de
credores”- art. 8º.
O Ministério Público pode ingressar com uma ação de retificação ao quadro de credores (art.
19).
I – pode pedir a falência se tiver um título executivo (judicial ou extrajudicial), respeitando dois
requisitos: (i) precisa estar protestado; (ii) o valor dos créditos precisa ser superior a 40 salários
mínimos;
Informativo 547 do STJ – Um título executivo não precisa ser executado previamente.
II – Uma execução em andamento (está atrelado à execução e há quem acredite também que
se aplique ao cumprimento de sentença); o devedor foi regularmente citado e diante dessa
citação ele não pagou, não depositou o valor em juízo e não nomeou bens à penhora. Nessa
situação, não existe valor mínimo – necessário apenas uma certidão que prove o momento
processual;
III – É o motivo mais raro na prática – são os atos de falência. Todas as situações elencadas no
art. 94, inciso III, da Lei, são exemplificativas.
Falência
Credores
B) Natureza Salarial
Aquele que tem direito ao pedido de restituição é quem for proprietário de um bem
arrecadado pela massa (ex: cliente deixou carro para conserto e esta faliu).
Alienação fiduciária e arrendamento mercantil – são contratos nos quais o credor tem a
propriedade e o devedor tem a posse direta.
Se o bem não mais existir, é possível se requerer a restituição em dinheiro. Todavia, quando
for quantia, esta será automaticamente habilitada para ser paga ao final.
É novidade trazida pela Lei de Falências. Devem ser pagos antes de qualquer outro crédito
concursal.
Créditos trabalhistas
São créditos concursais os derivados da legislação do trabalho (inciso I), limitados a 150
salários mínimos por credor, e os decorrentes de acidente de trabalho.
É este o valor de 150 salários mínimos que cada trabalhador poderá receber como crédito
preferencial. O que exceder tal quantia irá ser reclassificado como crédito quirografário. Nesse
sentido, tem-se a Súmula 540 do STJ
Quanto aos créditos decorrentes de acidente de trabalho, esses concorrem como créditos
preferenciais pela totalidade do seu valor. A limitação de 150 salários mínimos não os atinge.
Créditos com garantia real
Estão previstos, em segundo lugar (inciso II) os créditos com garantia real até o limite do valor
do bem gravado (ex: dívida de 200 mil reais e imóvel dado em garantia avaliado em 120 mil.
Será somente de 120 mil o crédito com garantia real).
Podem ser citados como exemplos de créditos com garantia real os créditos hipotecários,
pignoratícios, caucionados, de debêntures com garantia real e os créditos de instituições
financeiras decorrentes de cédula de crédito rural.
Créditos fiscais
Em terceiro lugar (inciso III), estão os créditos tributários, independentemente de sua natureza
e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias.
Tem-se, como exemplo: todas as situações em que o credor tem direito de retenção do bem
são de crédito com privilégio especial. Outro exemplo é a microempresa ou empresa de
pequeno porte.
Em quinto lugar, estão os créditos com privilégio geral, quais sejam: os previstos no art. 965 do
CC, os previstos no p.u. do art. 67 desta Lei; os assim definidos em outras leis civis e comerciais,
salvo disposição em contrário da Lei de Falências.
Créditos quirografários
Em sexto lugar, tem-se os créditos quirografários, a saber: aqueles que perfazem o saldo de
créditos trabalhistas (que excederam os 150 salários mínimos), aqueles não previstos nos
demais incisos deste artigo, os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos
bens vinculados ao seu pagamento.
2) Procedimento Falimentar
Pedido de Falência (Petição Inicial) – Citação - Prazo de 10 dias para a resposta do devedor ao
pedido de falência – Contestação (no prazo de resposta, como matéria de defesa, o devedor
pode elidir a falência, na forma do art. 94, incisos I e II e p.u. Do art. 98 da LF – de modo a
assegurar que o juiz não irá decretar a falência de maneira alguma -, pleitear a recuperação
judicial) - Sentença (decisão se decreta ou não a falência) * – Fase de recursos
* Sentença:
Nos termos do art. 99 da LRE, temos que a sentença que irá decretar a falência:
Conterá a síntese do pedido, identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo
seus administradores;
Fixará o termo legal, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 dias, contados do pedido de
falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1º protesto por falta de pagamento,
excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
Ordenará, no prazo máximo de 5 dias, relação nominal de credores (apresentada pelo falido),
indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já
não se encontrar nos autos.
Após a publicação do edital com a relação e credores apresentada pelo falido, inicia-se o prazo
de 15 dias (Art. 78, §1º). Após, segue-se com as habilitações ou manifestações de divergência
ao administrador judicial. Será, então, publicado o quadro de credores. Inicia-se, assim, o
prazo de 10 dias – para se apresentarem então as impugnações ao quadro de credores ao juiz
(art. 8º da LRE). Após as impugnações, é elaborado um novo quadro de credores pelo
administrador judicial. Após, o juiz irá homologar o quadro de credores.
Segue-se, assim, a fase de liquidação dos bens, por meio da qual tenta-se realizar a venda em
conjunto dos bens, ou isoladamente.
Obs.: Habilitação Retardatária – Os credores que não entrarem na falência no prazo do art. 7º,
§1º, o farão de forma retardatária e só terão direito ao seu crédito quando for julgada a sua
habilitação. Para diminuir ou evitar o prejuízo, é possível requerer na habilitação retardatária a
reserva de valor (art. 10).
Haverá as extinções das obrigações do falido (podendo então voltar a ser empresário
individual) com: o pagamento total; o pagamento de 50%; o decurso de 5 anos do
encerramento da falência quando não houver condenação em crime falimentar; ou o decurso
de 10 anos do encerramento da falência, se houve condenação por crime falimentar.
4) Atos ineficazes
Previsão: Art. 129 da LF, art. 45, §8º da Lei 6.404/76.
Nunca a intenção pela qual este ato foi praticado interessa. O que interessa é o que foi
descrito na lei.
Termo legal – art. 99, inciso II – Será ineficaz, ocorrendo no termo legal: o pagamento
antecipado (antes do vencimento); o pagamento de forma diferente da contratada (audiência
de conciliação, dação em pagamento); a garantia real de contrato firmado anteriormente.
Tem-se, ainda, os atos gratuitos realizados dois anos antes da falência (doação, renúncia de
herança, renúncia de marca, patente) não importando a intenção.
27/06/2018
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
1) Requisitos
É o devedor que deve preencher os requisitos. Nos termos do art. 48 da LRE, para que
haja o deferimento do processamento do pedido de recuperação judicial, deverá o devedor ter,
no momento do pedido, exercido regularmente suas atividades há pelo menos dois anos,
atendendo, ainda, aos seguintes requisitos:
3) Procedimento
É o devedor que deverá propor a inicial que, segundo o art. 51 da LRE, deverá ser
minuciosamente preparada e devidamente instruída com os documentos exigidos, sob pena
de indeferimento”.
Deverá conter:
a) balanço patrimonial;
III - a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou
de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor
atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e
a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente;
IX - a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure
como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos
valores demandados.
Obs.: Todas as ações e execuções contra o devedor são suspensas, exceto as ações que
demandam quantia ilíquida (art. 6º, §1º), as ações que correm perante a Justiça do Trabalho
(art. 6º, §2º), as execuções fiscais (art. 6º, §7º) e as ações e execuções movidas por credores
cujos créditos não se sujeitam à recuperação judicial, nos termos do art. 49, §§3º e §4º da LRE.
Nesse sentido: ato de constrição de bens – juiz da recuperação judicial – Resp 1.694.316.
Art. 54 da LRE - Crédito de natureza salarial no valor de até 5 salários mínimos, que não
foram pagos em até 3 meses antes do pedido.
Quanto aos créditos de natureza trabalhista, estes não podem atrasar mais de 1 ano.
D) Objeções
Se nenhum credor apresentar objeções, significa que houve aprovação tácita. Nesse
caso, não se convoca assembleia, e passa-se à fase do art. 57 da LRE.
Se, por outro lado, for apresentada alguma objeção por parte de qualquer credor,
dispõe o art. 56 da LRE que “o juiz convocará a assembleia geral de credores para deliberar
sobre o plano de recuperação”. A data designada para a realização da assembleia geral não
excederá 150 dias contados do deferimento do processamento da recuperação judicial.
Publicado o edital, após o prazo de 15 dias, deverá ocorrer a habilitação dos credores e,
após, apresentado o quadro de credores, seguindo-se eventuais impugnações. Após, deverá
ser homologado o quadro de credores.
Após ser interposta a petição inicial pelo devedor, sendo deferido o processamento da
Recuperação, será fixado o prazo de 60 dias para o devedor apresentar a sua proposta de
recuperação e, esgotado este prazo, haverá o prazo de 30 dias para a apresentação de
eventuais objeções.
Demais – dupla maioria. Precisa-se da maioria dos credores presentes e, de acordo com
o segundo critério, tais credores devem representar mais da metade dos créditos.
§ 1º. O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não
obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembléia, tenha
obtido, de forma cumulativa:
II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei
ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo
menos 1 (uma) delas;
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos
credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei”.
Quando se aplica o “cram down”, deve-se evitar o “abuso da minoria”. Apesar dos
requisitos não estarem cumpridos, o juiz, no julgamento do caso em questão, porque analisou
a viabilidade e entendeu a empresa ter sua função social, deferiu a recuperação judicial.
Art. 59 da LRE: “O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores
ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias,
observado o disposto no art. 50, §1º da Lei”.
O não cumprimento do plano de recuperação judicial: (i) em até dois anos, o juiz poderá,
de ofício, convolar a recuperação judicial em falência; (ii) após dois anos da concessão, tem-se
que o credor prejudicado poderá pedir a execução da obrigação que não foi paga ou, ainda,
ingressar com um pedido de falência.