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1) Objetivo da lubrificação principais ensaios físicos padronizados para os óleos

lubrificantes são:
A lubrificação é uma operação que consiste em introduzir
uma substância apropriada entre superfícies sólidas que Ensaio de viscosidade: Resistência ao escoamento
estejam em contato entre si e que executam movimentos oferecida pelo óleo. A viscosidade é inversamente
relativos. Essa substância apropriada normalmente é um proporcional à temperatura. O ensaio é efetuado em
óleo ou uma graxa que impede o contato direto entre as aparelhos denominados viscosímetros. Os viscosímetros
superfícies sólidas. Isso substitui o atrito sólido por um mais utilizados são o Saybolt, o Engler, o Redwood e o
atrito fluido, e com isso, menor será o desgaste da peça. Ostwald.
Além da redução de atrito, a lubrificação garante:
Ensaio de Índice de viscosidade: Mostra como varia a
 Menor dissipação de energia em forma de calor; viscosidade de um óleo conforme as variações de
 Redução da temperatura, pois o lubrificante funciona temperatura. Os óleos minerais parafínicos são os que
como substância refrigeradora; apresentam menor variação da viscosidade quando varia
 Redução da corrosão; a temperatura e, por isso, possuem índices de viscosidade
 Redução de vibrações e ruídos; mais elevados que os naftênicos.

2) Tipos de lubrificantes Ensaio de Densidade relativa: Relação entre a densidade


do óleo a 20°C e a densidade da água a 4°C ou a relação
Os lubrificantes podem ser gasosos como o ar; líquidos
entre a densidade do óleo a 60°F e a densidade da água a
como os óleos em geral; semissólidos como a graxa e
60°F.
sólidos como o grafite, talco, a mica etc.
Ensaio de ponto do fulgor: Temperatura mínima à qual
Aqui, será dado enfoque aos lubrificantes líquidos e pode inflamar-se o vapor de óleo, no mínimo, durante 5
semissólidos. segundos. O ponto de fulgor é um dado importante
quando se lida com óleos que trabalham em altas
2.1) Classificação dos óleos quanto a origem: óleos temperaturas.
minerais, óleos vegetais, óleos animais e óleos sintéticos.
Ensaio de ponto de combustão: Temperatura mínima
Óleos minerais - São substâncias obtidas a partir do em que se sustenta a queima do óleo.
petróleo e, de acordo com sua estrutura molecular, são
classificadas em óleos parafínicos ou óleos naftênicos. Ensaio de Ponto de mínima fluidez: Temperatura
mínima em que ocorre o escoamento do óleo por
Óleos vegetais - São extraídos de sementes: soja, gravidade. O ponto de mínima fluidez é um dado
girassol, milho, algodão, arroz, mamona, oiticica, babaçu importante quando se lida com óleos que trabalham em
etc. baixas temperaturas.

Óleos animais - São extraídos de animais como a baleia, Ensaio de Resíduos de carvão: Resíduos sólidos que
o cachalote, o bacalhau, a capivara etc. permanecem após a destilação destrutiva do óleo.

Óleos sintéticos - São produzidos em indústrias químicas 5) Graxas


que utilizam substâncias orgânicas e inorgânicas para As graxas são compostos lubrificantes semissólidos
fabricá-los. Estas substâncias podem ser silicones, constituídos por uma mistura de óleo, aditivos e agentes
ésteres, resinas, glicerinas etc. engrossadores chamados sabões metálicos, à base de
alumínio, cálcio, sódio, lítio e bário. Elas são utilizadas
3) Aplicação dos óleos onde o uso de óleos não é recomendado.
Os óleos animais e vegetais raramente são usados
isoladamente como lubrificantes, por causa da sua baixa Principais de ensaios de qualificações das graxas:
resistência à oxidação, quando comparados a outros tipos
de lubrificantes. Em vista disso, eles geralmente são
adicionados aos óleos minerais com a função de atuar
como agentes de oleosidade. A mistura obtida apresenta
características eficientes para lubrificação, especialmente
em regiões de difícil lubrificação. Os óleos minerais são
os mais utilizados nos mecanismos industriais, sendo
obtidos em larga escala a partir do petróleo.
5.2) Tipos de graxas
São baseados no tipo de sabão utilizados.
4) Características dos óleos lubrificantes
Os óleos lubrificantes, antes de serem colocados à venda
5.2.1) Graxa à base de alumínio: é bem macia e quase
pelo fabricante, são submetidos a ensaios físicos
sempre filamentosa; resistente à água; boa estabilidade
padronizados que, além de controlarem a qualidade do
estrutural quando em uso; pode trabalhar em temperaturas
produto, servem como parâmetros para os usuários. Os
de até 71°C. É utilizada em mancais de rolamento de
baixa velocidade e em chassis. 8.1) Lubrificação de mancais de rolamentos
Os rolamentos axiais autocompensadores de rolos são
5.2.2) Graxa à base de cálcio: vaselinada; resistente à lubrificados, normalmente,
água; boa estabilidade estrutural quando em uso; deixa-se com óleo. Todos os demais tipos de rolamentos podem
aplicar facilmente com pistola; pode trabalhar em ser lubrificados com óleo ou com graxa.
temperaturas de até 77°C. É aplicada em chassis e em
bombas d’água. A) Lubrificação com graxa
Em mancais de fácil acesso, a caixa pode ser aberta para
5.2.3) Graxa à base de sódio: geralmente fibrosa; em se renovar ou completar a graxa. Quando a caixa é
geral não resiste à água; boa estabilidade estrutural bipartida, retira-se a parte superior; caixas inteiriças
quando em uso. Pode trabalhar em ambientes com dispõem de tampas laterais facilmente removíveis. Como
temperatura de até 150°C. É aplicada em mancais de regra geral, a caixa deve ser cheia apenas até um terço ou
rolamento, mancais de rodas, juntas universais etc. metade de seu espaço livre com uma graxa de boa
qualidade, possivelmente à base de lítio.
5.2.4) Graxa à base de lítio: vaselinada; boa estabilidade
estrutural quando em uso; resistente à água; pode B) Lubrificação com óleo
trabalhar em temperaturas de até 150°C. É utilizada em O nível de óleo dentro da caixa de rolamentos deve ser
veículos automotivos e na aviação. mantido baixo, não excedendo o centro do corpo rolante
inferior. É muito conveniente o emprego de um sistema
5.2.5) Graxa à base de bário: características gerais circulatório para o óleo e, em alguns casos, recomenda-se
semelhantes às graxas à base de lítio. o uso de lubrificação por neblina.

5.3.6) Graxa mista: é constituída por uma mistura de Intervalos de lubrificação:


sabões. Assim, temos graxas mistas à base de sódio- No caso de rolamentos lubrificados por banho de óleo, o
cálcio, sódio-alumínio etc. período de troca de óleo depende, fundamentalmente, da
temperatura de funcionamento do rolamento e da
6) Lubrificantes sólidos possibilidade de contaminação proveniente do ambiente.
Algumas substâncias sólidas apresentam características Não havendo grande possibilidade de poluição, e sendo a
peculiares que permitem a sua utilização como temperatura inferior a 50°C, o óleo pode ser trocado
lubrificantes, em condições especiais de serviço. Entre as apenas uma vez por ano. Para temperaturas em torno de
características importantes dessas substâncias, merecem 100°C, este intervalo cai para 60 ou 90 dias.
ser mencionadas as seguintes:
 baixa resistência ao cisalhamento; 8.2) Lubrificação dos mancais dos motores
 estabilidade a temperaturas elevadas; Temperatura, rotação e carga do mancal são os fatores que
 elevado limite de elasticidade; vão direcionar a escolha do lubrificante.
 alto índice de transmissão de calor; Regra geral:
 alto índice de adesividade;
 ausência de impurezas abrasivas. Temperaturas altas: óleo mais viscoso ou uma graxa
que se mantenha consistente;
Os mais utilizados são o grafite e o bissulfeto de
molibdênio. Altas rotações: usar óleo mais fino;

7) Aditivos Baixas rotações: usar óleo mais viscoso.

Aditivos são substâncias que entram na formulação de 8.3) Lubrificação de engrenagens fechadas
óleos e graxas para conferir-lhes certas propriedades. A A completa separação das superfícies dos dentes das
presença de aditivos em lubrificantes tem os seguintes engrenagens durante o engrenamento implica presença de
objetivos: uma película de óleo de espessura suficiente para que as
 melhorar as características de proteção contra o saliências microscópicas destas superfícies não se
toquem. O óleo é aplicado às engrenagens fechadas por
desgaste e de atuação em trabalhos sob
condições de pressões severas; meio de salpico ou de circulação.
 aumentar a resistência à oxidação e corrosão;
 aumentar a atividade dispersante e detergente
dos lubrificantes;
 aumentar a adesividade;
 aumentar o índice de viscosidade.

8) Aplicações da Lubrificação
A seleção do óleo para engrenagens depende dos - Em cada extremidade de fila, os tambores devem ser
seguintes fatores: tipo de engrenagem, rotação do pinhão, firmemente escorados por calços de madeira. Os bujões
grau de redução, temperatura de serviço, potência, devem ficar em fila horizontal;
natureza da carga, tipo de acionamento, método de - Fazer inspeções periódicas para verificar se as marcas
aplicação e contaminação. dos tambores continuam legíveis e descobrir qualquer
vazamento;
8.4) Lubrificação em engrenagens fechadas - Se os tambores precisarem ficar na posição vertical,
Não é prático nem econômico encerrar alguns tipos de devem ser cobertos por um encerado. Na falta do
engrenagem numa caixa. Estas são as chamadas encerado, o recurso é colocá-los ligeiramente
engrenagens abertas. As engrenagens abertas só podem inclinados, com o emprego de calços de madeira, de
ser lubrificadas intermitentemente e, muitas vezes, só a forma que se evite o acúmulo de água sobre qualquer um
intervalos regulares, proporcionando películas dos bujões.
lubrificantes de espessuras mínimas entre os dentes,
prevalecendo as condições de lubrificação limítrofe. Ao 11) O lubrificador
selecionar o lubrificante de engrenagens abertas, é O bom lubrificador deverá saber:
necessário levar em consideração as seguintes condições:  A forma certa de lubrificar um equipamento;
temperatura, método de aplicação, condições ambientais  Quais lubrificantes são utilizados na empresa;
e material da engrenagem.  Quais os efeitos nocivos da mistura de lubrificantes;
 Quais os equipamentos de lubrificação devem ser
8.5) Lubrificação de motorredutores utilizados;
A escolha de um óleo para lubrificar motorredutores deve  Quais as consequências de uma contaminação;
ser feita considerando-se os seguintes fatores: tipo de  Evitar a contaminação;
engrenagens; rotação do motor; temperatura de  Quais procedimentos seguir para a retirada de
operação e carga. No geral, o óleo deve ser amostras;
quimicamente estável para suportar oxidações e resistir à  Como estocar, manusear e armazenar lubrificantes;
oxidação.
 Qual a relação entre lubrificação e segurança
pessoal;
9) Lubrificação correta
 Quais as consequências de uma má lubrificação;
O lubrificante deve ser o certo, no volume adequado e o
no tempo exato.  Quais as funções e principais características dos
lubrificantes;
9.1) Lubrificante certo:  Quais os impactos dos lubrificantes no meio
-Especificação de origem e fabricante deve está correta; ambiente;
-Qualidade deve ser controlada;  O que são sistemas de lubrificação;
-Ausência de erros de aplicação;  Como funcionam os sistemas de lubrificação;
-Sistema de manuseio e estocagem estiver correto.  Como cuidar dos sistemas de lubrificação;
 Quais equipamentos devem ser lubrificados;
9.2) Volume adequado:  Quais pontos de lubrificação devem receber
-O homem da lubrificação deve estar habilitado e lubrificante.
capacitado para executar este trabalho;
-Deve existir procedimentos de execução de lubrificação,
e este deve ser seguido em todas as etapas;
- Inspeção regular e periódica nos reservatórios de
lubrificantes.

9.3) Momento certo:


-Deve existir programa de execução de lubrificação
(normalmente nas manutenções preventivas);
-As recomendações do fabricante devem estar corretas;
-Os sistemas centralizados devem estar regulados.

10) Armazenamento e manuseio dos lubrificantes


Os lubrificantes devem ser mantidos em local fechado e
arejado. Quando não for possível atender a esses
requisitos deve-se observar os seguintes pontos:

- Manter os tambores sempre deitados sobre ripas de


madeira para evitar a corrosão;
-Nunca empilhar os tambores sobre aterros de escórias,
pois estas atacam seriamente as chapas de aços de que eles
são feitos;

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