Você está na página 1de 24

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA


Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

Rendimento
Um motor elétrico é um dispositivo que transforma energia elétrica em energia
mecânica de movimento, no entanto, observa-se que a energia consumida pelo
mesmo é maior que a energia fornecida na ponta do eixo. Então o que significa essa
energia consumida a mais?
Vejamos, o motor em funcionamento mesmo que bem dimensionado apresenta
um leve aquecimento, mas você pode se perguntar, “mas a função do motor não é
transformar energia elétrica em mecânica?”.
Exatamente! Assim como qualquer equipamento elétrico a energia consumida é maior
que a transformada, em função de perdas por atrito, aquecimento etc.
A relação, que permite observarmos o quanto da energia consumida é
transformada em energia útil, chama-se Rendimento. É dada pela fórmula:

η= P saída / Pent

Observe que trata-se de uma unidade adimensional pois relaciona duas


grandezas iguais e é sempre menor que 1.
Mas podemos ainda representá-lo em termos percentuais, multiplicando-o por
100.
η (%)= (Psaída / Pentrada).100

Exercício resolvido:
Um motor de corrente contínua de 1500W apresenta um rendimento N de 85%.
Calcule a Potência Elétrica absorvida do circuito ao qual está ligado.

Solução:
η (%) = (Psaída / Pentrada).100
85 = (1500 / Pentrada)100
85 = 150000 / Pentrada
Pentrada = 1764,70W

POTÊNCIA APARENTE E TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS


Aparentemente, a potência fornecida à carga Z do circuito da figura 1 seria
determinada pelo simples produto da tensão eficaz pela corrente eficaz,
independentemente da composição da carga Z. Porém o teor da carga (resistivo,
indutivo, capacitivo ou misto) tem grande influência na potência dissipada. Definimos
Potência Aparente S como o simples produto da tensão eficaz pela corrente eficaz
numa impedância genérica Z.

Figura 1 – Fonte de tensão alternada senoidal aplicada a uma impedância Z.

1
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

Embora o produto da tensão pela corrente não represente a potência


efetivamente dissipada em alguns casos, a Potência Aparente (S) é uma
especificação importante.. Sua unidade, dada pelo produto da tensão pela corrente, é
o Volt-Ampère (VA), para diferenciar da Potência Média (Ativa) dada em Watts (W).
Geralmente os equipamentos elétricos são especificados em potência aparente
(VA ou kVA) e não em Watts (W). Sabendo-se a especificação de potência aparente e
a de tensão eficaz, pode-se determinar a especificação de corrente eficaz máxima.
Potência Ativa (P) é a Potência Média e corresponde à potência efetivamente
consumida (dissipada) no circuito (somente nos elementos resistivos dos circuitos). Já
estudamos que:

Como definimos S = Vef · Ief , então:

P = S · cos φ

A Potência Reativa (Q) está associada aos elementos indutivos e capacitivos.


Ela circula pelos condutores sendo absorvida e devolvida sem produzir trabalho
elétrico. Então:
Q = S · senφ

Observação: Embora P, Q e S sejam grandezas de mesma natureza, utilizam-se


unidades distintas para diferenciá-las, mas dimensionalmente equivalentes:

• Potência Aparente ( S ) ⇒ VA (Volt-Ampère)


• Potência Ativa ( P ) ⇒ W (Watt)
• Potência reativa ( Q ) ⇒ VAr (Volt-Ampère reativo)

Triângulo de Potências
Sabemos que a potência ativa P é função do cosseno do ângulo de defasagem
(cosΦ) e da potência aparente S. Já a potência reativa Q é função do seno do ângulo
de defasagem (senΦ) e da potência aparente S. Com isso encontramos a relação do
Teorema de Pitágoras:
S² = P² + Q²

Isso configura um triângulo retângulo chamado de Triângulo de Potências,


onde a hipotenusa é a potência aparente S, o cateto adjacente ao ângulo Φ é a
potência ativa P e o cateto oposto ao ângulo Φ é a potência reativa Q, como mostra a
figura 2. O posicionamento em quadratura (deslocamento de 90º) entre a potência
ativa P e a potência reativa Q, justifica a simbologia utilizada. A potência reativa
também é conhecida como Potência de Quadratura.
Num circuito misto composto por elementos capacitivos e indutivos, a potência
reativa total é dada pela diferença entre a potência reativa indutiva QL e a potência
reativa capacitiva QC:
QT = QL − QC

Figura 2 – Triângulo de Potências: (a)


teor indutivo; (b) teor capacitivo.

2
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

FATOR DE POTÊNCIA E ENERGIA


O Fator de Potência FP é definido como a relação entre a potência ativa e a
potência Aparente. Do triângulo de potências podemos concluir que é a relação de um
cateto adjacente pela hipotenusa, ou seja, é o cosseno do ângulo Φ:

Observações:

• O cosΦ é, conhecido como fator de deslocamento, e somente é igual ao Fator de


Potência quando o sinal é puramente senoidal.
• O fator de potência pode ser determinado diretamente da fase (Φ) da Impedância
Equivalente;
• O fator de potência não-unitário deve ser indicado como indutivo (em atraso) ou
capacitivo (em avanço).
• O fator de potência é uma medida do aproveitamento da energia fornecida pela fonte
à carga:

- carga puramente resistiva (φ = 0º) ⇒ cosφ = 1 (FP = 1)


- carga puramente indutiva (φ = +90º) ⇒ cosφ = 0 (FP = 0)
- carga puramente capacitiva (φ = -90º) ⇒ cosφ = 0 (FP = 0)
- carga mista (-90º < φ < +90º) ⇒ 0 < φ < 1 (0 < FP < 1)

Embora nos elementos reativos (capacitor e indutor) a potência média seja


nula, o estudo da potência reativa tem grande importância. Tanto para o capacitor
como para o indutor, energia deve ser suprida para o carregamento durante o
semiciclo positivo da curva de potência. Esta energia é devolvida durante o semiciclo
negativo. Porém, para o suprimento da energia, uma outra forma de energia primária
foi utilizada na geração, como por exemplo queima de carvão, água de um
reservatório, reação nuclear, queima de óleo etc. Quando a energia é devolvida pelos
elementos reativos, ela não retorna à sua forma original. Além disso, a energia sendo
fornecida e devolvida está ocupando uma capacidade dos sistemas elétricos. Isso tudo
tem custos para a companhia geradora e fornecedora de energia e estes custos são
repassados ao consumidor. Muitos consumidores que utilizam muitos equipamentos
reativos (motores, reatores de lâmpadas, fornos de indução para fusão de metais,
fontes de computadores, etc.) são obrigados a pagar por essa demanda de energia
reativa além da demanda de energia ativa dissipada. Nestes casos a medição do
consumo de energia é feito em VA (aparente) pois é uma medição mais sensível à
demanda de energia reativa.
Portanto: Uma instalação elétrica é mais eficiente quanto mais próximo de
1 for o seu fator de potência.
A legislação brasileira exige um fator de potência mínimo de 0,92 para as
instalações elétricas industriais e comerciais. Se este fator de potência mínimo não for
obedecido a concessionária de energia automaticamente aplica severas taxas ao
consumidor.
Para que o fator de potência de uma unidade consumidora esteja de acordo
com as exigências, deve ser feita a chamada correção do fator de potência. A
correção do fator de potência é feita através da instalação de capacitores em paralelo
com as cargas indutivas para compensar a demanda de potência reativa indutiva. Os
capacitores absorvem a energia dos indutores num ciclo e devolvendo-a no ciclo
seguinte, liberando a necessidade do fornecimento pelo sistema da concessionária.

3
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA


A maioria das cargas industriais e comerciais e, atualmente, também as
residenciais apresentam forte característica indutiva. Isto se deve, principalmente, ao
acionamento de motores, lâmpadas fluorescentes e equipamentos eletrônicos. É
inevitável, então, a solicitação de energia reativa da rede de alimentação, o que
provoca um baixo fator de potência para estas cargas. Essa energia reativa, como
estudamos, não realiza trabalho pois é constantemente trocada entre a carga e a
fonte, provocando sobrecarga nos condutores e perdas de energia na transmissão e
distribuição, além do aumento dos custos de geração.
Para minimizar este problema, devemos reduzir a energia reativa absorvida da
rede de alimentação através do processo conhecido por Correção do Fator de
Potência. Atualmente as normas brasileiras exigem que as unidades consumidoras
industriais e comerciais apresentem um fator de potência superior a 0,92, estando
sujeitos a multas e sobretarifação se este fator não for atingido. Instalações
residenciais e industriais e comerciais de pequeno porte ainda não se enquadram
nessa exigência.
A maneira tradicional e ainda a mais econômica para a correção do fator de
potência é a inclusão de capacitores para a compensação da energia reativa indutiva.
Esses capacitores conectados em paralelo com as cargas constituem os chamados
Bancos de Capacitores para correção do fator de potência.
O projeto de circuitos elétricos depende muito da intensidade da corrente
elétrica nas cargas para o dimensionamento dos condutores e dos dispositivos de
proteção (fusíveis, disjuntores, etc.). Correntes intensas aumentam as perdas de
energia por efeito Joule na resistência intrínseca dos condutores provocando maior
demanda de capacidade de geração de energia na concessionária, além de exigir
condutores de maior bitola o que também eleva os custos das instalações.
Dessa forma esforços devem ser feitos no sentido de manter os níveis de
corrente nos menores níveis possíveis. Como a tensão eficaz é um valor constante
mantido pela concessionária, a capacidade de potência aparente está diretamente
relacionada com os níveis de corrente:

Assim, quanto menor a potência aparente, menores os níveis de corrente nos


condutores do circuito. Pela análise do triângulo de potências de um circuito podemos
concluir que o menor valor de potência aparente ocorre quando a potência reativa é
nula (QT = 0) . Nesse caso S = P, ou seja, toda a potência aparente é potência ativa. A
figura 3 mostra que quanto menores os níveis de potência reativa, menores os níveis
de potência aparente requeridos e, portanto, menores os níveis de corrente nos
condutores que alimentam a carga. Portanto, quanto menor o ângulo Φ, mais próximo
da unidade (1) estará o Fator de Potência e mais resistivo será o teor do circuito
(menosreativo).

Figura 3 – Correção do Fator de Potência reduz a potência aparente S.

4
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

A Correção do Fator de Potência é, portanto, o processo no qual se introduz


elementos reativos no circuito para tornar o fator de potência mais próximo da
unidade. Como a maioria das cargas tem teor indutivo, o processo normalmente é feito
com a inclusão de elementos capacitivos para compensar (reduzir) a potência reativa
total do circuito. Esses elementos geralmente são capacitores que são conectados em
paralelo com a carga, de tal forma que, tanto a carga como os capacitores são
alimentados pela mesma tensão. O processo de correção do fator de potência deve,
portanto, determinar o valor da capacitância dos capacitores do Banco de Capacitores
para a compensação da energia reativa.

Exemplo: Um motor elétrico de 10CV de potência mecânica, cujo fator de potência é


de 0,75 apresenta um rendimento de 90% e é alimentado a partir de uma rede de
220Vef. Determine:

a) o triângulo de potência para este motor;


b) o capacitor ideal que deve ser conectado em paralelo ao motor para corrigir o fator
de potência para 0,92, segundo as normas brasileiras;
c) a variação no nível de corrente para o sistema não compensado e compensado;

Sabendo que 1CV = 736W, o motor disponibiliza em seu eixo uma potência
mecânica de:

Como o rendimento do motor é 90%, significa que para disponibilizar 7360W de


potência mecânica no eixo, o motor deverá absorver da rede uma potência elétrica
dada por:

O fator de potência é cosΦ = 0,75. Portanto a potência aparente pode ser dada
por:

ângulo Φ pode ser determinado por:

E a potência reativa pode ser determinada por:

Com os valores das potências e o ângulo podemos determinar o triângulo das


potências, como mostra a figura 6.6.2(a).
O fator de potência deve ser corrigido para 0,92. Isso significa que o ângulo Φ
após compensação deverá ser de:

A potência ativa deve permanecer a mesma. Portanto, a potência aparente final


será de:

5
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

A potência reativa resultante no circuito, após a compensação, será dada por:

A figura 4(b) mostra o triângulo de potência para a condição final compensada.

Figura 4 – Triângulo de potências do exemplo: (a) situação inicial; (b) sistema compensado.
O capacitor que deverá ser conectado para compensar o fator de potência
deverá fornecer uma potência reativa de:

Como é uma capacitância elevada, talvez mais de um capacitor deva ser ligado
em paralelo para que se obtenha esse valor.
A corrente inicial, antes da compensação, pode ser dada por:

A corrente final, após a correção do fator de potência, pode ser dada por:

Podemos concluir que houve uma redução substancial no valor da corrente


absorvida da rede elétrica, após a correção do fator de potência.

CIRCUITOS TRIFÁSICOS
O estudo dos circuitos trifásicos é um caso particular dos circuitos polifásicos.
Por razões técnicas e econômicas o sistema trifásico tornou-se padrão em geração,

6
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

transmissão e distribuição dentre todos os sistemas polifásicos.


Os sistemas trifásicos possuem a flexibilidade de poder atender cargas
monofásicas, bifásicas e trifásicas sem qualquer alteração em sua configuração,
porém as cargas não trifásicas ocasionam desequilíbrio no sistema.

CIRCUITOS TRIFÁSICOS EQUILIBRADOS


Definição: Trata-se de um sistema constituído de 3 senóides com valor máximo
VM e defasadas em 120º entre elas e podemos expressá-la matematicamente da
seguinte forma:

Onde:
VM = Tensão de pico ou máxima
ω = Velocidade angular
q = Ângulo de referência
Vetorialmente podemos demonstrar da seguinte maneira:

Por se tratar de vetores defasados em 120º cada e valores de módulos idênticos,


podemos verificar o seguinte resultado:
Vn = Va + Vb + Vc
Portanto podemos definir que um sistema trifásico equilibrado é aquele em que
a resultante da soma das tensões é igual a ZERO.
Existem alguns tipos de ligação para os sistemas trifásicos, dentre elas as mais
utilizadas são as ligações em ESTRELA ou Y e DELTA ou TRIÂNGULO.

RELAÇÃO ENTRE TENSÃO E CORRENTE DE FASE E DE LINHA


Ligação em estrela ou Y

Antes de começarmos a estudar a ligação em si, definiremos:


Tensão de fase: Tensão medida em cada uma das bobinas do gerador ou impedância
da carga.

7
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

Tensão de linha: É a tensão medida entre dois terminais (com exceção do centro da
estrela) do gerador ou da carga.
Corrente de fase: corrente que percorre cada uma das bobinas do gerador ou
impedância da carga.
Corrente de linha: Corrente que percorre os condutores entre o gerador e a carga
(com exceção do neutro).

Presumindo o valor do módulo da tensão


unitário e analisando vetorialmente, podemos
concluir:

Tensão

Do triangulo retângulo formado podemos definir, por


trigonometria, que:

8
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

Corrente

Como a corrente que passa pela bobina é a mesma que passa pela linha. Portanto:

Ligação em delta ou triângulo

Antes de começarmos a estudar a ligação em si, definiremos:


Tensão de fase: Tensão medida em cada uma das bobinas do gerador ou impedância
da carga.
Tensão de linha: É a tensão medida entre dois terminais do gerador ou da carga.
Corrente de fase: corrente que percorre cada uma das bobinas do gerador ou
impedância da carga.
Corrente de linha: Corrente que percorre os condutores entre o gerador e a carga.

Presumindo o valor do módulo da tensão unitário e analisando vetorialmente,


podemos concluir:

Tensão
A tensão sobre a bobina é a mesma tensão entre os terminais do gerador. Portanto:

9
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

Corrente

Resumindo:

POTÊNCIA EM CIRCUITOS TRIFÁSICOS


Antes de analisarmos as potências em circuitos trifásicos vamos relembrar esta
grandeza no sistema monofásico.

De acordo com a lei de Ohm, temos:

No sistema trifásico, devemos fazer a mesma analogia, então:

Quando mencionamos V e I, temos que deixar claro que os valores são de


FASE, ou seja, os valores que estão aplicados diretamente sobre a impedância, desta
forma temos:

Estrela

Como geralmente não dispomos do valor Vf, vamos referenciar a equação para
valores de linha (geralmente possíveis de medição):

10
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

Substituindo:

Concluímos então que, tanto para ligação em triângulo e estrela a potência dos
sistemas trifásicos deve ser calculada assim:

CONDUTORES E TUBULAÇÕES
Os condutores fazem parte de qualquer instalação elétrica. O dimensionamento
correto, assim como as proteções requerida, são fatores que influenciam diretamente
na vida útil e na operação segura da instalação. A maneira de instalar, a quantidade
de circuitos carregados o tipo proteção mecânica são significantes por ocasião da
especificação do condutor.
A seguir, apresentamos algumas proteções mecânicas mais usuais.

ELETROCALHA - É um conduto fechado utilizado em linhas aparentes, com


tampas em toda a sua extensão, para permitir a instalação e remoção de condutores.
As calhas podem ser metálicas (aço, alumínio) ou isolantes (plástico); as paredes
podem ser maciças ou perfuradas e a tampa simplesmente encaixada ou fixada com o
auxílio de ferramenta.

Figura 5 - Eletrocalha

CANALETA - É um conduto com tampas ao nível do solo, removíveis e


instaladas em toda a sua extensão. As tampas podem ser maciças e/ou ventiladas e
os cabos podem ser instalados diretamente ou em eletrodutos.

Figura 6 - Canaleta

11
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

ELETRODUTOS - É a produção mecânica mais comum, em função do material


usado, podem ser metálicos ou isolantes, ou ainda magnéticos ou não magnéticos. Os
eletrodutos de PVC são os mais usuais no Brasil.

Figura 7 – Eletroduto e conexões

TIPOS DE CONDUTORES:

FIO: Condutor sólido de cobre ou alumínio, geralmente isolado e de pequena seção


transversal.
CABO: Condutor formado por um feixe de fios, não isolados entre si. O conjunto pode
ser isolado ou não dependendo somente da aplicação. Em geral aplicado em seções
maiores, para correntes maiores.
BARRA: Condutor de cobre maciço, geralmente aplicado em quadros elétricos e sem
isolamento.

TIPOS DE ISOLAMENTO:

PVC: Cloreto de Polivinila – são isolamentos não propagadores de chama, ou seja, ao


apagar a chama o processo de queima é interrompido. Troca menos calor com o
ambiente. Sua rigidez dielétrica e poder indutor são altos, mas sua resistência de
isolamento é mais fraca comparada ao isolante de polietileno e suas perdas dielétricas
acima de 20 kV são grandes. Por isso, são indicados para cabos de potência em
instalações elétricas de até 10 kV.
EPR: (Etileno propileno) – XLPE: O XLPE é resistente às deformações térmicas em
até 250 ºC e tem desempenho satisfatório quando opera em baixas temperaturas,
mantendo sua estabilidade química. A reticulação também otimiza o comportamento
mecânico do polietileno e aumenta a resistência à intempéries e ao fogo.

CORES DOS CONDUTORES:

A NBR-5410/90 recomenda a adoção das seguintes cores do encapamento isolante


dos condutores:

 FASE: preto, branco, vermelho, cinza


 NEUTRO: azul-claro
 TERRA: verde ou verde-amarelo
Também empregamos o cabo de cobre nu para a malha de Terra.

12
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

MOTORES ELÉTRICOS
Motor Elétrico é a máquina destinada a transformar energia elétrica em energia
mecânica.

CLASSIFICAÇÃO DOS MOTORES ELÉTRICOS


(quanto ao tipo de corrente)

MOTORES ELÉTRICOS DE MOTORES DE CORRENTE


CORRENTE ALTERNADA (CA) CONTÍNUA (CC)

MOTORES TRIFÁSICOS
(CA)
MOTORES UNIVERSAIS

de indução CA-CC
MOTORES
ou assíncrono MONOFÁSICOS
- síncrono

- de indução
ou assíncrono
- série
- repulsão

Motores de corrente alternada monofásicos


Os motores monofásicos são assim chamados porque os seus enrolamentos
de campo são ligados diretamente a uma fonte monofásica. Os motores de indução
monofásicos são a alternativa natural aos motores de indução trifásicos em locais
onde não se dispõe de alimentação trifásica, tais como residências, escritórios,
oficinas e zonas rurais. Apenas se justifica a sua utilização para baixas potências (1 a
2kW).
Entre os vários tipos de motores elétricos monofásicos, destacamos os motores
com rotor tipo gaiola, devido à simplicidade de fabricação e, principalmente, por sua
robustez, facilidade e manutenção reduzida. Por terem somente uma fase de
alimentação, esses motores não possuem um campo girante como os motores
trifásicos, mas sim um campo magnético pulsante. Isso impede que tenham um bom
torque, considerando-se que no rotor se induzem campos magnéticos alinhados com o
campo do estator.

Motores de corrente alternada trifásicos


O motor de indução trifásico é o tipo mais usado tanto na indústria quanto no
ambiente doméstico, devido à maioria dos sistemas atuais de distribuição de energia
elétrica ser trifásica de corrente alternada. A utilização de motores de indução
trifásicos é aconselhável a partir dos 2kW. Para potências inferiores, justifica-se o
monofásico.
O motor de indução trifásico apresenta vantagens em relação ao monofásico,
como arranque mais fácil, ruído menor e custo mais baixo para potências superiores a
2kW. Nos sistemas trifásicos, as tensões padronizadas no Brasil são: 220, 380, 440,
660 e 760V. Os motores trifásicos são ligados às três fases, com ou sem neutro.

13
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

TIPOS MAIS COMUNS DE MOTORES ELÉTRICOS


MOTORES DE INDUÇÃO
O que caracteriza o motor de indução é que só o estator é ligado à rede de
alimentação. O rotor não é alimentado externamente e as correntes que circulam nele
são induzidas eletromagneticamente pelo estator, de onde vem o seu nome de motor
de indução. Os principais tipos são:

MOTOR DE INDUÇÃO OU ASSÍNCRONO - Funciona normalmente com velocidade


constante, que varia ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo; devido a
sua grande simplicidade, robustez e baixo custo, é o motor mais utilizado de todos,
sendo adequado para quase todos os tipos de máquinas industriais encontradas na
prática.

MOTOR SÍNCRONO - Funciona com velocidade fixa; utilizado somente para grandes
potências (devido ao seu alto custo) ou quando se necessita de velocidade invariável.

MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA (CC) - São motores de custo mais elevado e,


além disso, precisam de uma fonte de corrente contínua, ou de um dispositivo que
converta a corrente alternada comum em contínua. Podem funcionar com velocidade
ajustável entre amplos limites e se prestam a controles de grande flexibilidade e
precisão. Por isso, seu uso é restrito a casos especiais em que estas exigências
compensam o custo mais alto da instalação.

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
Existe um conjunto de bobinas no estator alimentadas por uma rede trifásica e
que produzem um campo magnético girante*. Imerso neste campo está o rotor, que
é constituído por enrolamento em curto-circuito. O movimento de rotação do fluxo
induz sobre os condutores de enrolamento do rotor uma tensão. Como o enrolamento
em gaiola é em curto-circuito haverá, portanto, um fluxo de corrente. Devido à
indutãncia natural do enrolamento, essa corrente induzida está atrasada da tensão. A
interação da corrente do rotor e do fluxo do estator resulta em torque (no rotor) na
mesma direção do campo grande.
O rotor sempre irá girar com rotação abaixo da síncrona (rotação do campo
girante) e, portanto, haverá corrente e torque induzidos. A relação entre velocidade do
rotor e a velocidade síncrona do fluxo do estator é conhecida como escorregamento e
representada por:
N sinc  N rotor
S
Equação 01
N sinc
Se examinarmos a característica torque x velocidade de um motor de indução
para diferentes freqüências fixas, deveremos observar efeitos diferentes em cada uma
delas.
Em qualquer circuito magnético a tensão induzida é proporcional ao nível de
fluxo e de freqüência; portanto, para se manter o nível de fluxo da máquina deve ser
respeitada a condição:

14
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

Tensão
 Constante Equação 02
Frequência
* Campo girante
Quando uma bobina é percorrida por uma corrente elétrica, é criado um campo
magnético dirigido conforme o eixo da bobina e de valor proporcional à corrente.
Quando um enrolamento trifásico é alimentado por correntes trifásicas, cria-se um
“campo girante”, como se houvesse um único par de pólos girantes de intensidade constante.
Este campo girante, criado pelo enrolamento trifásico do estator, induz tensões nas barras do
rotor as quais geram correntes, e consequentemente, um campo no rotor, de polaridade oposta
á do campo girante.
Como campos opostos se atraem e como o campo do estator é rotativo, o rotor tende a
acompanhar a rotação deste campo. Desenvolve-se, então, no rotor, um torque motor que faz
com que ele gire, acionando a carga.

CATEGORIAS
Conforme as suas características de conjugado em relação à velocidade e
corrente de partida, os motores de indução trifásicos com rotor de gaiola, são
classificados em categorias, cada uma adequada a um tipo de carga. Estas categorias
são definidas em normas (NBR 7094) e são as seguintes:

CATEGORIA N - Conjugado de partida normal, corrente de partida normal, baixo


escorregamento. Constituem a maioria dos motores encontrados no mercado e
prestem-se ao acionamento de cargas normais, como bombas, máquinas operatrizes,
ventiladores.

CATEGORIA H - Conjugado de partida alto, corrente de partida normal, baixo


escorregamento. Usados para cargas que exigem maior conjugado na partida, como
peneiras, transformadores carregadores, cargas de alta inércia, britadores etc.

CATEGORIA D - Conjugado de partida alta, corrente de partida normal, alto


escorregamento (+ de 5%). Usado em prensas excêntricas e máquinas semelhantes,
onde a carga apresenta picos periódicos.

Figura 8 - Categorias

15
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

LIGAÇÃO EM FREQÜÊNCIA DIFERENTE


Motores trifásicos bobinados para 50 Hz poderão ser ligados também em rede de
60 Hz.
a) Ligando o motor de 50 Hz com a mesma tensão, em 60 Hz:
- a potência do motor será a mesma;
- a corrente nominal é a mesma;
- a corrente de partida diminui em 17%;
- o conjugado de partida diminui em 17%;
- o conjugado máximo diminui em 17%;
- a velocidade nominal aumenta em 20%

b) Se alterar a tensão em proporção á freqüência:


- aumenta a potência do motor 20%;
- a corrente nominal é a mesma;
- a corrente de partida será aproximadamente a mesma;
- o conjugado de partida será aproximadamente o mesmo;
- o conjugado máximo será aproximadamente o mesmo;
- a rotação nominal aumenta 20%.

LIMITAÇÃO DA CORRENTE DE PARTIDA EM MOTORES TRIFÁSICOS


Nos casos em que a corrente de partida do motor é elevada podem ocorrer as
seguintes conseqüências prejudiciais:

a) elevada queda de tensão no sistema de alimentação da rede;


b) o sistema de proteção (cabos, contatores) deverá ser superdimensionado,
ocasionando custo elevado;
c) a imposição das concessionárias de energia elétrica que limitam a queda de
tensão da rede.
Caso a partida direta não seja possível pode-se usar sistemas de partida
indireta tais como:
 Partida estrela-triângulo;
 Partida com chave compensadora;
 Partida eletrônica (soft-start).

PLACA DE IDENTIFICAÇÃO DO MOTOR


Quando o fabricante projeta um motor e o oferece à venda, ele tem que
adequar certos valores adotados para:

- Características da rede elétrica de alimentação do motor.


- Características da carga a ser acionada.
- Condições em que o motor irá funcionar.
O conjunto desses valores constitui as “Características Nominais” do motor. A
maneira pela qual o fabricante comunica estas informações ao cliente, é através da
placa de identificação do motor.

MOD HZ
CV rpm
Δ /Y V Δ Y A
FS ISOL IP/IN
REG.S CAT IP

16
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

Figura 9 - Exemplo de placa de identificação de motor

POTÊNCIA NOMINAL (CV) - É a potência que o motor pode fornecer, dentro de suas
características nominais, em regime contínuo de serviço.

TENSÃO NOMINAL (V) - É a tensão da rede para a qual o motor foi projetado.

FREQÜÊNCIA NOMINAL (Hz) - É a freqüência para qual o motor foi projetado.

CATEGORIA (CAT) - Define as limitações de conjugados (máximo e de partida) e de


corrente de partida estipulados em norma.

CONJUGADO - O conjugado (também chamado torque, momento ou binário) é a


medida do esforço necessário para girar o eixo (acionar uma máquina). Conforme as
suas características de conjugado em relação à velocidade e corrente de partida, os
motores de indução trifásico com rotor de gaiola são classificados em categorias, cada
uma adequada a um tipo de carga. Estas categorias são definidas em norma, e são as
seguintes:

CATEGORIA N – Conjugado de partida normal, corrente de partida normal;


baixo escorregamento constituem a maioria dos motores encontrados no
mercado e prestam-se ao acionamento de cargas normais, como bombas,
máquinas operatrizes.

CATEGORIA H – Conjugado de partida alto, corrente de partida normal, baixo


escorregamento. Usados para cargas que exigem maior conjugado na partida,
como peneiras, transportadores, carregadores, cargas de alta inércia etc.

CATEGORIA D – Conjugado de partida alto, corrente de partida normal, alto


escorregamento (mais de 5%). Usados em prensas excêntricas e máquinas
semelhantes, onde a carga apresenta picos periódicos. Usados também em
elevadores e cargas que necessitam de conjugados de partida muito altos e
corrente de partida limitada.

17
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

CORRENTE NOMINAL (A) - É a corrente que o motor absorve da rede quando


funciona à potência nominal, sob freqüência e tensão nominais.

VELOCIDADE NOMINAL (rpm) - É a velocidade do motor funcionando à potência


nominal, e sob tensão e freqüência nominais.
60  f 120  f
ns  ou ns  (rpm)
p /2 p
Onde: ns - rotação por minuto (Rotação Síncrona)
ƒ - freqüência nominal (Hz)
p - n° de pólos
p/2 - pares de pólos

Tabela 1: Velocidade do motor em rpm de acordo com o número de polos


e frequência de funcionamento

FATOR DE SERVIÇO (FS) - É o fator que aplicado a potência nominal, indica a carga
permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor.

OBSERVAÇÃO: O fator de serviço não deve ser confundido com a capacidade de


sobrecargas momentâneas, durante alguns minutos.

CLASSE DE ISOLAMENTO (ISOL) - Identifica os tipos de materiais isolantes


empregados no enrolamento. Define o limite da elevação da temperatura do motor em
funcionamento normal.
A temperatura do ponto mais quente do enrolamento deve ser mantida abaixo
do limite da classe. A temperatura total vale a soma da temperatura ambiente já com a
elevação de temperatura Δt mais a diferença que existe entre a temperatura média do
enrolamento e a do ponto mais quente.
As normas de motores fixam a máxima elevação de temperatura Δt, de modo
que a temperatura do ponto mais quente fica limitada, baseada nas seguintes
considerações:

a) A temperatura ambiente é, no máximo 40°C, por norma, e acima disso as


condições de trabalho são consideradas especiais.
b) A diferença entre a temperatura média e a do ponto mais quente não varia muito
de motor para motor e seu valor estabelecido em norma, baseado na prática é
5°C, para as classes A e E, 10°C para a Classe B e 15°C para as Classes F e H.

As normas de motores, portanto, estabelecem um máximo para a temperatura


ambiente e especificam uma elevação de temperatura máxima para cada classe de
isolamento. Deste modo, fica indiretamente limitada a temperatura do ponto mais
quente.Os valores numéricos e a composição da temperatura admissível do ponto
mais quente são indicados na tabela a seguir:

18
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

TABELA - COMPOSIÇÃO DA TEMPERATURA EM FUNÇÃO DA CLASSE DE


ISOLAMENTO
Classe de isolamento A E B F H
Temperatura ambiente °C 40 40 40 40 40
Δt = Elevação de temperatura
°C 60 75 80 100 125
(método de resistência)
Diferença entre o ponto mais quente e
temperatura média °C 5 5 10 15 15
Total: Temperatura do ponto mais quente °C 105 120 130 155 180

REGIME (Reg) - É o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido –


contínuo em que a carga é constante. Veja os tipos de Reg, o código e suas
características.

CARACTERÍSTICAS DO REGIME EM
TIPO DE CÓDIGO RELAÇÃO À CARGA
REGIME
Funcionamento a carga constante, de duração
Regime contínuo S1
suficiente para que alcance o equilíbrio térmico.
Funcionamento a carga constante, durante um
Regime de tempo certo tempo, inferior ao necessário para atingir o
S2
limitado equilíbrio térmico, para restabelecer a igualdade
de temperatura com meio refrigerante
Seqüência de ciclos idênticos, cada qual
incluindo um período de funcionamento a carga
constante e um período de repouso, sendo tais
Regime intermitente
S3 períodos muito curtos para que se atinja o
periódico
equilíbrio térmico durante um ciclo de regime e
no qual a corrente de partida não afeta de modo
significante a elevação de temperatura
Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada
qual consistindo de um período de partida, um
Regime intermitente período de funcionamento a carga constante e
S4
periódico com partidas um período de repouso, sendo tais períodos
muito curtos, para que se atinja o equilíbrio
térmico
Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada
Regime qual consistindo de um período de partida, um
Com frenagem por interm. período de funcionamento a carga constante,
contracorrente periódico um período de frenagem elétrica rápida e um
S5 período de repouso sendo tais períodos curtos
para que se atinja o equilíbrio térmico
Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada
Regime de qual consistindo de um período de
funcionamento contínuo S6 funcionamento a carga constante e de um
com carga intermitente período de funcionamento vazio, não existindo o
período de repouso
Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada
Regime de
qual consistindo de um período de partida, de
funcionamento contínuo
S período de funcionamento a carga constante e
com frenagem por 7
um período frenagem elétrica, não existindo o
contracorrente
período de repouso

19
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada


ciclo consistindo de um período de partida e um
Regime de período de funcionamento a carga constante,
funcionamento contínuo correspondendo a uma velocidade de rotação
com mudança periódico S8 pré-determinada, seguidos de um ou mais
na relação carga/ períodos de funcionamento a outras cargas
velocidade do motor constantes, correspondentes a diferentes
velocidades de rotação. Não existe o período de
repouso

OBSERVAÇÃO: Quando se deseja motores para outros regimes de funcionamento


não especificados nesta tabela, a especificação deverá ser feita mediante consulta ao
fabricante.

GRAU DE PROTEÇÃO (IP) - Define o tipo de proteção contra a entrada de água ou


de objetos estranhos no interior do motor. As normas IEC e ABNT-NBR 6146 definem
os graus de proteção dos equipamentos elétricos por meio das letras características IP
seguidas por dois algarismos:

1° ALGARISMO

Indica o grau de proteção contra penetração de corpos sólidos estranhos e


contato acidental:
0 – Sem proteção
1 – Corpos estranhos de dimensões acima de 50mm
2 – Idem, acima de 12mm
4 – Idem, acima de 1mm
5 – Proteção contra o acúmulo de poeiras prejudicial ao motor

2° ALGARISMO

Indica o grau de proteção contra penetração de água no interior do motor:


0 – Sem proteção
1 – Pingos de água na vertical
2 – Pingos de água até a inclinação de 15° com a vertical
3 – Água de chuva até a inclinação de 60a com a vertical
4 – Respingos de todas as direções
5 – Jatos d’água de todas as direções
6 – Água de vagalhões
7 – Imersão temporária
8 – Imersão permanente

As combinações entre dois algarismos, isto é, entre dois critérios de proteção,


estão resumidos na tabela a seguir. Note que, de acordo com a norma, a qualificação
do motor em cada grau, no que se refere a cada um dos algarismos, é bem definida
através de ensaios padronizados.
TABELA – GRAUS DE PROTEÇÃO
MOTOR CLASSE DE 1° ALGARISMO 2° ALGARISMO
PROTEÇÃO PROTEÇÃO PROTEÇÃO PROTEÇÃO
CONTRA CONTRA CORPOS CONTRA ÁGUA
CONTATO ESTRANHOS
IP 00 não tem não tem não tem pingos de
IP 00 não tem não tem água até uma

20
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

inclinação de 15°
com a vertical
toque acidental corpos estranhos pingos de água na
com a mão sólidos de dimensões vertical
acima de 50mm
pingos de água até
IP 11
uma inclinação de
IP 12
15° com a vertical
IP 13
água de chuva até
uma inclinação de
60° com a vertical
toque com os corpos estranhos pingos de água na
dedos sólidos de dimensões vertical
acima de 12mm
pingos de água até
IP 21
uma inclinação de
IP 22
15° com a vertical
IP 23
água de chuva até
uma inclinação de
60° com a vertical
toque com corpos estranhos respingos de todas
IP 44 ferramentas sólidos acima de as direções
1mm
proteção proteção contra respingos de todas
completa contra cúmulo de poeiras as direções
IP 54
choque nocivas
IP 55 jatos de água de
todas as direções

CÓDIGO DE PARTIDA (IP / IN) - É a indicação padronizada, através de uma letra, de


corrente de rotor bloqueada do motor, sob tensão nominal.
TABELA – CÓDIGO DE PARTIDA
Ip / In  0,736 100
Código de partida – KVA/cv =
  cos 
CÓD KVA/cv CÓD KVA/cv
A 0 3,14 L 9,0 9,99
B 3,15 3,54 M 10,0 11,09
C 3,55 3,99 N 12,2 12,49
D 4,0 4,49 P 12,5 13,99
E 4,5 4,99 R 14,0 15,99
F 5,0 5,59 S 16,0 17,99
G 5,6 6,29 T 18,0 19,99
H 6,3 7,09 U 20,0 22,39
J 7,1 7,99 V 20,4 ou mais
K 8,0 8,99

OBSERVAÇÃO: A letra Código de Partida pode ser definida como a relação entre a
corrente do rotor bloqueado (corrente de partida) e a corrente nominal, ou seja, IP/IN –
NBR 7094.

21
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

FATOR DE POTÊNCIA (cos φ) - Indicado por co-seno de φ, onde φ é o ângulo de


defasagem da corrente – é a relação entre a potência real (ATIVA) “P” e a potência
aparente “S”.
P
Fator de potência cos φ = Quando φ = 0°, cos φ = 1
S
Quando φ = 90°, cos φ = 0

SISTEMA DE LIGAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS


MOTOR TRIFÁSICO DE 6 TERMINAIS
O número de terminais que mais se encontra nos motores trifásicos é o de 6
terminais. Esse motor pode ser ligado para duas tensões, geralmente 220/380V ou
220/440V.
MOTOR TRIFÁSICO DE 6 TERMINAIS PARA TENSÕES DE 220V
A ligação dos terminais do motor de 6 terminais para uma tensão de 220V é
feita em triângulo ( Δ ).

MOTOR TRIFÁSICO DE 6 TERMINAIS PARA TENSÕES DE 380V OU 440V


No motor com 6 terminais para tensão de 380V ou 440V, a ligação dos
terminais é feita em estrela ( Y ).

MOTOR TRIFÁSICO DE 12 TERMINAIS


O motor trifásico de 12 terminais pode ser ligado para quatro tensões: 220V,
380V, 440V e 760V.

MOTOR TRIFÁSICO DE 12 TERMINAIS PARA TENSÃO DE 220V


O motor trifásico de 12 terminais para uma tensão de 220V deve ter os
terminais ligados em duplo triângulos paralelo ( ΔΔ ).

22
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

MOTOR TRIFÁSICO DE 12 TERMINAIS PARA TENSÃO DE 380V


O motor com 12 terminais para tensão de 380V deve ter os terminais ligados
em dupla estrela paralela ( YY ).

MOTOR TRIFÁSICO DE 12 TERMINAIS PARA TENSÃO DE 440V


O motor com 12 terminais para tensão de 440V deve ter os terminais ligados
em duplo triângulo série ( Δ ).

MOTOR TRIFÁSICO DE 12 TERMINAIS PARA TENSÃO DE 760V


O motor com 12 terminais para tensão de 760V deve ter os terminais ligados
em dupla estrela série ( Y ).

23
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – CFP AUA
Curso Técnico em Mecânica
Automação de Processos Industriais – Nota de Aula 01

Tabela 2 – Esquemas de ligação dos motores elétricos

DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

FUSÍVEIS

São dispositivos de proteção contra sobrecorrente que quando usados em


circuitos alimentadores de motores, protegem os mesmos, principalmente contra
correntes de curto-circuito e seletivamente (em combinação com relés de sobrecarga)
contra sobrecargas de longa duração.

24

Você também pode gostar