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4 obrigações aplicáveis à CIPA

que não estão na NR 5


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12 jul

4 obrigações aplicáveis à CIPA que não


estão na NR 5
 Ius Natura
 Dúvida da Semana,Geral,Normas Regulamentadoras - NRs,Saúde Ocupacional,Segurança do Trabalho
 Tags: CIPA, Gestão de Requisitos Legais em Saúde e Segurança do Trabalho, NR 05, Saúde Ocupacional, Segurança
do Trabalho, SST

A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) tem o objetivo de controlar a saúde


e segurança de todo trabalhador a fim de prevenir acidentes e doenças decorrentes do
ofício. Ela é regulamentada pela NR (Norma Regulamentadora) 5, porém, nem todas as
obrigações aplicáveis à CIPA estão nessa NR.

A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) é considerada um movimento muito


importante e necessário para os direitos dos trabalhadores, principalmente no que se refere
à saúde e segurança no ambiente do trabalho. Toda empresa deve constituir CIPA ou
treinar um designado para cumprir os objetivos da CIPA.
Sendo seu principal objetivo conciliar o andamento dos trabalhos com a preservação da
vida, saúde e bem-estar dos trabalhadores, a CIPA é composta pelos próprios
trabalhadores da empresa com duas formas de representação: a dos empregados e do
empregador.
Dessa forma, a comissão atua através de palestras preventivas, fiscalizações e incentivo à
utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) por todos os trabalhadores.
A CIPA deve ser criada e cumprida de acordo com o artigo 163 da CLT (Consolidação das
Leis do Trabalho) e da Norma Regulamentadora (NR) 5, aprovada pela Portaria nº 08/99.
Apesar da NR 5 tratar com complexidade o tema, há algumas outras legislações que
também abordam obrigações aplicáveis à CIPA complementares à NR.

Obrigações aplicáveis à CIPA


Portaria 10/2003 – Conscientização do uso e abuso de substâncias
psicoativas no trabalho
O Ministério do Trabalho recomenda às empresas que, através de suas CIPAs, sejam
desenvolvam atividades educativas e de conscientização do uso e abuso de substâncias
psicoativas no ambiente do trabalho, especificamente dos efeitos de bebidas alcoólicas e
sua relação com o trabalho.
A Portaria nº 10 disserta sobre estatísticas no uso de drogas no trabalho. Pesquisas
apontam que o álcool é considerado o principal agente direto ao absenteísmo, e
representa, mais precisamente, 50% das ausências e licenças médicas, aposentadores
precoces, por invalidez, entre outras consequências.
O uso e abuso de drogas no trabalho, em especial bebidas alcoólicas, aumenta a frequência
de doenças em geral e daquelas relacionadas ao trabalho, como acidentes de trabalhos
graves.

Entende-se, então, que o principal objetivo dessa Portaria é atribuir às empresas, através
das suas CIPAs, o estímulo à discussão de medidas da dimensão problemática do
alcoolismo e do uso de substâncias psicoativas que se relacionam ao trabalho e suas
consequências para a garantir a segurança e a saúde de todos os trabalhadores.

Portaria 3.257/1988 – Medidas restritivas ao hábito de fumar no trabalho


O Ministério do Trabalho recomenda que em todos os ambientes de trabalho sejam
adotadas medidas restritivas ao hábito de fumar, pois essa Portaria considera as acusações
científicas contra o cigarro por ter se tornado um dos maiores responsáveis por uma série
de doenças, algumas delas graves e até fatais, como o câncer de pulmão e insuficiência
respiratória.

O vício do tabagismo deve ser discutido e abatido mediante processos educacionais e


restritivos, uma vez que é proibido o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou
qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo fechado,
privado ou público. (Lei 9.294/1996)
Cabe, portanto, as empresas por meio de suas CIPAs implantarem medidas de desestímulo
ao hábito de fumar e delimitar áreas restritas para os fumantes, caso houver necessidade.
Para as medidas de desincentivo, é dever da comissão promover campanhas educativas
que mostrem os efeitos nocivos do fumo.

Portaria 3.195/1988 – Campanha interna de prevenção da AIDS


Ainda que a NR 5, em seu item 5.33, aborde como treinamento para a CIPA a discussão
sobre a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e, no item 5.16 citar a participar
anual de Campanhas de Prevenção da doença, a Portaria 3.195/1988 trata com mais
complexidade o tema.

O Ministério do Trabalho entende a indispensabilidade de instituir, em âmbito nacional, a


Campanha Interna de Prevenção da AIDS. Dessa forma, as empresas por meio de suas
CIPAs, têm a responsabilidade de divulgar conhecimentos e estimular entre seus
colaboradores a adoção das medidas preventivas contra a síndrome.

Instrução Normativa 98/2012 – Inclusão no trabalho das pessoas com


deficiência
A Secretaria de Inspeção do Trabalho dispõe sobre procedimentos de fiscalização do
cumprimento, por parte dos empregadores, das normas que tratam da inclusão das
pessoas com deficiência e beneficiários da Previdência Social reabilitados no trabalho.
O objetivo dessa Instrução Normativa é assegurar o exercício pleno do direito ao trabalho e
do respeito à dignidade da pessoa humana, conforme estabelece a Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, promulgados por meio do
Decreto n° 6.949/2009.
E o papel da CIPA nesse caso é obrigatoriamente realizar o acompanhamento da inclusão
dos trabalhadores portadores de deficiência e dos reabilitados. E a cada verificação,
documentar os resultados em ata.

Esse controle visa garantir a esses trabalhadores em condições especiais uma oportunidade
de trabalho segura e saudável, além de verificar se eles estão se sentindo acolhidos com
igualdade e respeito no ambiente de trabalho e pelos demais funcionários.

*Por Ingrid Stockler – Colaboradora da Ius Natura

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