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HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE
No século XV mercadores árabes fundaram colônias comerciais em Sofala, Quelimane,
Angoche e na Ilha de Moçambique...
A Ilha de Moçambique foi visitada pela frota de Vasco de Gama no dia 02/03/1498;
pouco depois os portugueses ocuparam Sofala, em 1506.
De início, Moçambique era governada como parte constituinte da Índia Portuguesa,
tornando-se mais tarde em uma administração separada. Foi parte da África
Portuguesa desde 1751, colônia portuguesa até 1951 e a partir daí, Província
Ultramarina.
Presume-se que os Humanóides tenham se fixado em torno de Moçambique há 2 milhões
de anos e os Homo Sapiens se estabeleceram na área há pelo menos 100.000 anos.
Os povos Bantu (assim chamados por seu grupo linguístico) teriam começado a migrar
para a área há 2.000 anos, trazendo ferramentas do ferro e armas.
Ao fim do primeiro milênio, diversas cidades floresciam ao longo da costa de
Moçambique, onde os Bantu negociavam com outras partes de África, do Oriente Médio
e da Índia. A influência árabe nestes portos era forte e o suaíle era língua franca
do comércio.
Desde o século IX, existiu um importante comércio de marfim e talvez de ouro, na
região ao sul da foz do rio Zambeze, onde os árabes criaram posteriormente o porto
de Sofala. Os reinados Maravi entre o Lago Niassa (Malauí) e o rio Zambeze, parecem
ter sido uma confederação de pequenas tribos com dinastias hereditárias.
O país já era próspero quando os portugueses chegaram (Covilhã, 1490 e Vasco da
Gama, 1498) e se instalaram no litoral. Eles subiram o Zambeze até Tete (1632) e
derrotaram os árabes; observaram (Antônio Fernandes, 1512 a 1516) a existência, no
interior, de diversos reinados como Kiteve (ou Quiteve), tributários de Monomotapa,
cuja capital se situava no sul do vale do Zambeze; os comerciantes portugueses se
instalaram no baixo vale.
Durante o século XVII a supremacia do Monomotapa entrou em declínio, e os
portuguesas puderam mudar suas instalações para o norte da foz do Zambeze. O papel
dos árabes cresceu no norte e o comércio de escravos se ampliou.
Em 1752, os portugueses desvincularam seus estabelecimentos da colônia das Índias
Portuguesa e instalaram um administrador autônomo.
Com as explorações de Serpa Pinto (1878-1879), tentaram unir Angola e Moçambique,
acrescido desde 1875 da baia de Delagoa, em um império único transafricano, mas não
conseguiram diante da oposição britânica.
Os acordos de 1886 e 1890 fixaram as fronteiras com as possessões alemãs, os de
1891 e 1893 com as possessões britânicas. Ingleses e alemães aproveitaram as
dificuldades econômicas de Lisboa, tentaram dividir a colônia portuguesa, sem êxito.
Abaixo, série de 2 selos emitida em 1991 (Scott: 1159/1160), sobre o Centenário dos
2 Tratados (20/08/1890 e 11/06/1891) feitos para as fronteiras de Moçambique. Ambos
os selos mostram o mapa do país sobre pergaminho.
As Companhias em Moçambique
Os Portugueses confiaram a administração de Manica, Sofala e Beira à Companhia de
Moçambique (1891-1942) e a da província de Niassa à Companhia de Niassa (1893-1929).
Em 1904, os Portugueses se estabeleceram em Lourenço Marques, transformada em
capital em 1907, ao lado do alto comissariado – um conselho de governo constituído
de funcionários e de membros eleitos.
Em 1955, a República Portuguesa de Moçambique (Província de Além Mar) emitiu uma
série de 8 valores: Mapas de Moçambique, cujos selos mostram o mesmo desenho sobre
o mapa da região, o qual inclui a antiga cidade de Lourenço Marques. Fundada em
1887, a cidade foi transformada em capital do território depois de 20 anos, em 1907,
quando ainda era administrada por Portugal.
Valores faciais: $10 centavos (abaixo, lado esquerdo da tela), $20 centavos, $50
centavos, 1$00 escudo, 2$30 escudos, 4$00 escudos, 10$00 escudos e 20$00 escudos.
Já em 1886/1890, acordos fixaram fronteiras com as possessões alemãs; outros
acordos em 1891/1893, com as possessões britânicas. Os selos também mostram as
antigas fronteiras coloniais: Tanganica (atual Tanzânia), Niassalândia (Malauí),
Rodésia do Norte (Zâmbia), Rodésia do Sul (Zimbábue) e Transvaal (uma das 9
províncias da atual República da África do Sul).
Do lado direito, um selo emitido em 1987 (Scott: 1034), em comemoração ao
centenário da fundação da cidade de Maputo – capital de Moçambique que foi
renomeada em 1976. Chamada de Lourenço Marques, desde 1887, o selo mostra o mapa da
cidade por volta de 1887.
Em 1929 foi anexado o triângulo de Kionga (Triangle of Rovuma), tomado das
possessões Alemãs (1919). No século XX um teste de administração foi estabelecido
em Moçambique.
Longe de promover o desenvolvimento básico de sua colônia, os portugueses
simplesmente alugaram os recursos disponíveis para os países vizinhos
particularmente África do Sul e Rodésia, removendo assim, um grande segmento da
força de trabalho masculina.
Muito mais homens sairiam de Moçambique depois que as condições de vida se tornaram
ainda mais àsperas com a subida ao poder do líder fascista António Salazar, em
Portugal (1932 a 1968).
Salazar introduziu as colheitas mercantis tais como o algodão e o arroz e obrigou a
todos os homens acima de 15 anos a trabalhar nas plantações públicas ou de
propriedade dos grandes colonialistas durante a metade do ano.
O crescimento das culturas agrícolas monetárias foi acompanhada pela redução
drástica da produção de alimentos de subsistência, o que conduziu a uma situação de
fome difundida nos anos de 1940 e 1950.
Em 1951, Moçambique se tornou “província portuguesa” do além mar, ou província
ultramarina. Em 1960 mais de 800 mil pessoas eram submetidas ao regime de trabalho
forçado nas obras públicas a nas plantações de algodão.
A Situação de inferioridade dos Moçambicanos deu início a manifestações diversas
vezes reprimidas (500 mortos em Mueda, em 1960), e movimentos nacionalistas se
desenvolveram com o apoio dos países vizinhos, sobretudo a Tanzânia.
A pequena burguesia “assimilada” e os camponesas das cooperativas agrícolas foram
os primeiros a se mobilizar.
Em 1962, Eduardo Mondlane criou, em Dar es Salam (então capital da Tanzânia), a
Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que desencadeou a luta armada em
setembro de 1964 a partir do distrito de Chai, região makonde – província de Cabo
Delgado, no extremo norte do país.
A reação portuguesa foi severa, mas já em 1965, a Frelimo controlava um quinto do
país, obrigando Portugal a enviar forças militares.
Em fevereiro de 1969, Eduardo Mondlane foi assassinado na Tanzânia e, em 1970, com
a nomeação de Samora Machel como líder da Frelimo, a ideologia marxista passou a
predominar na organização. Ele rejeitou no mesmo ano a autonomia proposta por
Portugal.
Após a Revolução Portuguesa de abril de 1974, em Lisboa, os rebeldes moçambicanos
se recusaram a depor armas. A pressão militar da Frelimo cresceu, desencadearam-se
incidentes entre negros e brancos e em 07/09/1974 autoridades portuguesas e a
Frelimo assinaram o acordo de Lusaka que estabelecia um governo de transição rumo à
independênca de Moçambique...
... finalmente proclamada em 25/06/1975, como República Socialista de Moçambique;
até este ano, Moçambique foi governado por um Governador-Geral.
Com a independência de Moçambique, Lourenço Margues passou a chamar-se Maputo.
Maputo é o nome de um rio que desagua na baía que no tempo colonial se chamava de
Lourenço Marques, e que atravessa o espaço do então concelho de Bela Vista.
Nota: Maputo era também a designação de um regulado que se situava na margem
direita do mesmo rio (antes conhecido por Lisuto). Este topônimo vem de Maputo (ou
melhor Maputyo), pois assim se chamava o filho predileto do poderoso régulo Nuagobe,
que recebeu de seu pai aquelas extensas terras...
Lourenço Marques foi um obscuro navegador do século XVI, que deu o nome à quarto
onde séculos depois viria a implantar-se a progressiva e bela cidade que tomou o
seu nome, um dos melhores e mais importantes portos da África Austral.
Nota: O Art.º n.º 1 do Decreto-Lei nº 10/76, de 13 de março de 1976, diz
textualmente: “A capital da República Popular de Moçambique passa a designar-se
Maputo”. No Artº 3 se pode ler: “O presente diploma produz efeitos a partir do
dia 5 de fevereiro de 1976, Dia dos Heróis Moçambicanos” (B.R. nº 30 - 1ª Série,
de 13/3/1976).
... continuando...
Uma violenta reação dos brancos foi rapidamente reprimida e, Samora Machel tornou-
se o primeiro presidente da República. Uma assembleia nacional foi eleita em 1977,
e “grupos de dinamização” foram encarregados de implantar a política
governamental.
O país se alinhou com o Marxismo-Leninismo aliando-se à União Soviética e ao bloco
do leste, principalmente a Alemanha Oriental. A coletivização da agricultura foi
iniciada em 1975; a saída maciça de portugueses desorganizou a economia, impondo o
reatamento de relações econômicas com a África do Sul.
Em 1979, surgiu uma rebelião armada anticomunista, liderada pela Resistência
Nacional de Moçambique (Renamo), com o apoio da África do Sul e baseada na
Republica da Rodésia (atual Zimbábue) então sob dominação branca.
Apesar da maciça campanha politico-ideológica e militar protagonizada pela Frelimo,
a guerrilha se alastrou pelo país, desestabilizando a base econômica agrícola e
sufocando os centros urbanos.
Essa guerra foi descrita como uma típica guerra civil, mas alguns indicam que a
Renamo foi criada, treinada e suprida completamente por agentes estrangeiros...
O alvo da Renamo era a destruição da infraestrutura social e das comunicações de
Moçambique e a queda eventual do governo. A seca e a fome de 1983 aguçaram o
desepero da nação...
Em 1984, Moçambique assinou um acordo de não-agressão com a África do Sul nos
termos do qual, o governo Moçambicano se comprometia a suspender o apoio logístico
ao Congresso Nacional Africano (ANC) que combatia o regime do “Apartheid” na
África do sul e em contrapartida, o governo sul-africano faria o mesmo em relação
aos rebeldes da Renamo, mas nos anos seguintes, o governo de Maputo denunciou
transgressões dos sul-africanos.
Em 1986, Samora Machel morreu num desastre de avião, e foi substituído por Joaquim
Alberto Chissano, até então Ministro das Relações Exteriores e tido como hábil
negociador político.
Mantendo relações previlegiadas com os países socialistas, principalmente com a
antiga URSS, Moçambique iniciou, no entanto, uma aproximação com os países
ocidentais que passaram a prestar-lhe apoio militar.
A Frelimo abandonou pouco a pouco sua rigidez ideológica, a liberalização econômica
se acelerou com o desmantelamento do Leste Europeu. No Congresso de julho de 1989,
a Frelimo renunciou ao marxismo-leninismo.
Uma nova constituição foi adotada em 1990 – quando é adotado um novo nome ao país,
República de Moçambique – e o multipartidarismo foi restaurado. Ainda naquele ano,
a Frelimo e a Renamo assinaram um cessar-fogo parcial em Roma e, em outubro de 1991,
um acordo para o processo de paz.
Com a assinatura do acordo de Roma, uma força das Nações Unidas foi encarregada de
fiscalizar o cumprimento do cessar-fogo e o início do processo de desmilitarização
geral, além de supervisionar a realização das eleições pluralistas.
Adiadas em função dos desentendimentos entre as partes beligerantes, elas
finalmente ocorreram em 1994 e Joaquim Chissano venceu o pleito.
Seu governo promoveu, a partir de 1996, a aproximação com o governo do recém eleito
Nelson Mandela, da África do Sul, tendo os dois países assinado vários tratados de
cooperação econômica.
Moçambique fez muito para reconstruir-se desde o fim da guerra, embora os minas
terrestres, as secas (a última em 1998) e os ciclones continuem a o flagelar...
Última atualização: 18/07/2011.

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