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Kawasaki Z 900RS é naked moderna com visual dos
anos 70 por R$ 48.990

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Infomoto
16/07/2018 08h00

Teste Kawasaki Z 900RS


 "Que ano é essa moto, setenta e quatro?", perguntou-me o motorista de um
antigo Chevrolet Opala em um semáforo. Até mesmo o fã de carros clássicos
foi "enganado" pelo esforço dos desenhistas da Kawasaki para que a Z 900
RS 2018 se parecesse com a Z1 de 1972. Ainda mais vista por trás, com a
rabeta que lembra uma cauda de pato, arredondada, semelhante à naked
dos anos 1970 que, juntamente com a Honda CB 750, fez a fama das motos
japonesas em todo o mundo.
Mais que uma homenagem à Z1, nova clássica moderna japonesa mostra
evolução das motos 

Tanta fama que, ainda hoje, o design traduzido em um farol redondo, motor de
quatro cilindros, duas rodas e guidão conforto, é conhecido como "Universal
Japanese Motorcycle", ou motocicleta japonesa universal. Mas além do visual,
as CBs, Zs, GTs e TXs conquistaram mercado com o bom desempenho do
motor de quatro cilindros em linha e a pilotagem amigável. Características
ainda presentes na atual Z 900 RS.

Mas, embora o visual e a receita venham das clássicas nakeds japonesas, a Z


900 RS (que significa "retrô sport") não é somente uma homenagem à Z1. É
uma evolução. Mais leve, ágil e segura que as motos antigas. Ainda bem.
Pilotagem amigável

Posição confortável é um dos destaques da Z 900RS 

Basta subir na Z 900 RS para viajar no tempo. A posição de pilotagem ereta,


com as pedaleiras logo abaixo do assento e o guidão largo, parece a mesma
de quarenta anos atrás. Até o ronco do motor de quatro cilindros em linha, 948
cm³, duplo comando no cabeçote, mas agora com refrigeração líquida, foi
projetado pelos engenheiros da Kawasaki para relembrar as antigas motos
japonesas.

Farol e piscas usam LEDs

Mas as semelhanças param por aí. Alimentado por injeção e retrabalhado para
oferecer mais torque e potência em baixos e médios giros, o motor herdado da
moderna Z 900 tem uma resposta instantânea, sem buracos na aceleração ou
falhas na alimentação.

Motor tem 109 cv de potência máxima a 8.500 rpm e 9,7 kgf.m de torque a


6.500 giros

E, sinceramente, mal se nota a redução de potência. Ao invés dos 125 cv a


9.500 rpm da sua irmã moderna, a Z 900 RS oferece 109 cv a 8.500 giros, ou
seja, em uma faixa de rotação menor e mais utilizável. O torque, embora
menor, também vem "mais cedo": são 9,7 kgf.m a 6.500 rpm, contra os 10,1
kgf.m a 7.700 na Z 900.

Traseira "cauda de pato" imita as linhas da Z1 de 1972; lanterna também usa


LED

Com isso há força de sobra para rodar tranquilamente ou acelerar o ritmo para
curtir o ronco do motor. O câmbio tem a primeira marcha curta e a sexta
alongada, garantindo assim arrancadas impressionantes nos semáforos e
suavidade em uma rodovia: a 100 km/h o conta-giros analógico marcava
pouco mais de 4.000 rpm.

A embreagem é assistida, leve de acionar e evita travamentos da roda traseira


em reduções mais bruscas. Já o controle de tração com dois níveis de
atuação, além de poder ser desligado, evita sustos e nem entrou em ação, pelo
menos no modo menos intrusivo.

Painel tem tela LCD com útil computador de bordo

Mas nem mesmo o amplo torque e o bom escalonamento das marchas evitam
que a Z 900 RS seja uma moto "beberrona". O consumo variou entre 15 e 17
km/litro – o que, com o tanque de 17 litros, resulta em cerca de 250 km de
autonomia.
Ciclística moderna

Suspensões invertidas na dianteira e balança monoamortecida na traseira têm


ajustes

Graças ao quadro em treliça e os materiais mais nobres usados em sua


construção, a Z 900 RS pesa 215 kg em ordem de marcha – 30 kg a menos do
que a Z1 dos anos 70. A decisão da Kawasaki em usar um garfo invertido na
dianteira (totalmente ajustável) e um monoamortecedor na traseira foi
acertada, permitindo aproveitar do bom desempenho do motor em um ritmo
mais esportivo.

Freios têm disco duplo de 300 mm com pinças radiais na dianteira; ABS é de
série

Pode não transmitir a mesma confiança de uma naked esportiva em uma pista,
mas é o suficiente para se divertir em estradas sinuosas sem comprometer a
maneabilidade no trânsito urbano. O bom ângulo de esterço e a geometria do
quadro permitem usar a Z 900 RS no dia-a-dia sem nenhum esforço.

Z 900RS é "beberrona": consumo variou entre 15 e 17 km/litro

As rodas de liga-leve aro 17 não têm o mesmo charme dos clássicos raios,
mas ajudaram a reduzir o peso e calçam pneus Dunlop Sportmax sem câmara
– nas medidas 120/70, na dianteira, e 180/55, na traseira.

Rodas são de liga leve com pneus sem câmara

Os freios representam bem a evolução das motos japonesas – e de todas as


motocicletas– nas últimas décadas. Dois discos ventilados com pinças radiais,
na dianteira, e um disco simples, na traseira. Um conjunto bem mais eficiente
do que o único disco com pinça simples da Z1. Auxiliado por um sistema ABS,
proporciona frenagens progressivas e seguras.
Estilo tem seu preço

Z 900RS custa 15% a mais do que sua irmã "moderna", a Z 900

A Z 900 RS provou que é muito mais do que uma clássica moderna com o
charme dos anos 1970. É uma moto versátil para o dia-a-dia, ao menos para
os padrões dos modelos naked. Seu guidão largo, sua agilidade e o baixo
peso fazem dela uma companheira ágil e fácil de pilotar até no trânsito. E seu
assento estreito permite que a maioria das pessoas consiga alcançar os dois
pés no chão.

Mas, por outro lado, o banco não se mostrou confortável para longas viagens.
E essa nem é sua proposta, mas após um dia inteiro sobre a Z 900 RS a
espuma do banco parece ceder e começa a incomodar.

Naked vai bem na cidade e na estrada, mas banco cansa em longos trajetos

Nada que comprometa sua proposta e nem a tire da lista de opções de quem
procura uma naked japonesa de quatro cilindros. Mas o preço sugerido de R$
48.990 pode assustar até mesmo quem é fã do visual retrô. Afinal, mesmo que
tenha controle de tração e todo o charme de uma clássica, o valor da RS é
cerca de 15% maior do que a Z 900 "moderna", vendida por R$ 41.990.

Disponível apenas na mesma cor da Z1 (Candytone Brown), a Z 900 RS tem


acabamento refinado e um design atemporal. E a Kawasaki aproveita para
cobrar pelo estilo que até hoje ainda faz muitos suspirarem de nostalgia. (texto:
Arthur Caldeira / fotos: Renato Durães)
Kawasaki Z 900 RS

Ficha técnica
Motor Quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, duplo comando
de válvulas no cabeçote e refrigeração líquida
Capacidade cúbica 948 cm³
Diâmetro x curso 73,4 x 56,0 mm
Taxa de compressão 10,8:1
Potência máxima 109 cv a 8.500 rpm
Torque máximo 9,7 kgf.m a 6.500 rpm
Câmbio Seis marchas
Transmissão final Corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Tubular em aço
Suspensão dianteira Garfo telescópico invertido (upside-down) totalmente
ajustável com 120 mm de curso
Suspensão traseira Monoamortecedor fixado por links com ajuste no retorno e
na pré-carga da mola com 140 mm de curso
Freio dianteiro Disco duplo com 300 mm de diâmetro e pinças radiais com
quatro pistões (ABS)
Freio traseiro Disco simples de 250 mm de diâmetro e pinça de dois pistões
(ABS)
Pneus 120/70-ZR17 (diant.)/ 180/55-ZR17 (tras.)
Comprimento 2.100 mm
Largura 865 mm
Altura 1.150 mm
Distância entre-eixos 1.470 mm
Distância do solo 130 mm
Altura do assento 800 mm
Peso em ordem de marcha 215 kg
Tanque de combustível 17 litros
Cores Candytone Brown
Preço sugerido R$ 48.990

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Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência


INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é "louco", anda de moto todos os dias no caótico trânsito de
São Paulo.

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