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1. PAPEL DO ESTADO
O Estado é o produto da soma da vontade de todos os que vivem sob sua jurisdição. Ele é o garantidor da
pela paz social. Atenção é dada à proteção de bens jurídicos mais relevantes, que, quando agredidos,
geram profundos prejuízos físicos, emocionais e patrimoniais ao corpo social, sendo, em boa parte das
vezes, irreparáveis.
O Estado tem poder de editar normas (leis) e monopólio da força.
2. DIREITO PENAL
Ramo do direito público que tem por funções: a) selecionar os bens mais relevantes para a sociedade; b)
descrever as condutas consideradas agressões insuportáveis a esses bens jurídicos (crimes e
contravenções) e as diversas circunstâncias que possam influenciar de qualquer forma em algum aspecto
relevante; e c) estabelecer as sanções para aqueles que incorrerem na prática das infrações penais.
3. JUS PUNIENDI
1) Poder-dever de punir em abstrato
O direito de punir em abstrato é representado pela previsão legal do tipo penal de crime, que se aplica a
todas as pessoas dentro de determinado espaço.
2) Poder-dever de punir em concreto
O direito de punir em concreto é representado pela persecução penal exercida em face da pessoa que
comete qualquer fato definido como crime.
4. PERSECUÇÃO PENAL (PERSECUTIO CRIMINIS)
Conjunto de atividades estatais destinadas a propiciar ao Estado o exercício do Jus Puniendi, que significa
fazer cumprir em concreto a lei penal.
É necessário que sejam elucidados todos os acontecimentos relacionados ao fato, para que, em primeiro
lugar, se chegue a três conclusões:
1) Existe prova da existência da infração penal;
2) Existem, ao menos, indícios suficientes de autoria;
3) Quais foram as circunstâncias em que o fato aconteceu.
Em um segundo momento, deve-se processar os acusados e aplicar a pena àquele que cometeu a conduta
criminosa, levando em consideração todas as circunstâncias relacionadas ao fato.
Pode-se entender, desse modo, a persecução penal em duas partes distintas:
1) Pré-processual, investigativa (extrajudicial):
2) Processual, ação penal (judicial):
5. DIREITO PROCESSUAL PENAL
5.1. Obrigações para o Estado?
1) Aplicação efetiva da lei penal aos culpados pelo cometimento de um crime, contribuindo para a
manutenção da paz social;
2) Garantia a todos acusados de um devido processo legal.
3) Aplicação de uma pena previamente estabelecida e compatível com a conduta criminosa e com todas as
circunstâncias que a envolveram.
5.2. Necessidades:
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Define em que local a legislação processual penal brasileira será aplicada no processo
Princípio da territorialidade (lócus rigit actum): Expressão da soberania nacional;
Exceções:
(1) Afastamento do CPP a crimes cometidos dentro do território nacional:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes
conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de
responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100);
Constituição federal
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho
Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
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2) Aplicação de nova lei que extinga recurso nos procedimentos com prazo já iniciado para impetração do
recurso extinto
Tempus regit actum: não afasta o direito à recorribilidade subsistente pela lei anterior, quando o
julgamento tiver ocorrido antes da entrada em vigor da lei nova.
Normas processuais penais materiais
Em regra, a mais benéfica (regra de direito penal)
1) Dupla previsão (CPP e CP): Renúncia, decadência, perdão, perempção etc.
2) Liberdade do acusado: restrição cautelar de direitos
Decreto 3931/41 (Lei de Introdução do Código de Processo Penal)
Art. 2º À prisão preventiva e à fiança aplicar-se-ão os dispositivos que forem mais favoráveis.
1) Interpretação extensiva
Cabe: Literal, restritiva, analógica ou teleológico-sistemática
Ex.: Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa
poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.
2) Aplicação analógica:
3) Suplemento dos princípios gerais do direito:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares,
não repetíveis e antecipadas.
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De origem inglesa, o princípio do due process of law está consagrado, na legislação brasileira, no art. 5º,
inciso LIV, da CF/88, e consiste em assegurar a qualquer litigante a garantia de que o processo em que for
parte, necessariamente, se desenvolverá na forma que estiver estabelecido a lei.
Constituição
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Em decorrência do princípio do devido processo legal, podem-se alegar algumas garantias constitucionais
imprescindíveis ao acusado, que constituem corolários da regularidade processual:
a. Não identificação criminal de quem é civilmente identificado (inciso LVIII, da Magna Carta de 1988,
regulamentada pela Lei nº 10.054/00);
b. Prisão só será realizada em flagrante ou por ordem judicial (inciso LVI, CF/88), que importou em não
recepção da prisão administrativa prevista nos arts. 319 e 320 do Código de Processo Penal;
c. Relaxamento da prisão ilegal (inciso LXV, CF/88);
d. Comunicação imediata da prisão ao juiz competente e à família do preso (inciso LXII, Carta Magna de
1988);
e. Direito ao silêncio, bem como, a assistência jurídica e familiar ao acusado (inciso LXIII, CF/88);
f. Identificação dos responsáveis pela prisão e/ou pelo interrogatório policial (inciso LXIV, Magna Carta de
1988);
g. Direito de não ser levado à prisão quando admitida liberdade provisória, com ou sem o pagamento de
fiança (inciso LXVI, CF/88);
Impossibilidade de prisão civil, observadas as exceções dispostas no texto constitucional (LXVII, CF/88).
9.2. Princípio da inocência ou presunção de inocência ou da não culpabilidade
Ninguém pode ser considerado culpado senão após o trânsito em julgado de uma sentença condenatória
(conforme art. 5º, inciso LVII, CF/88). Este princípio é também denominado de princípio do estado de
inocência ou da não culpabilidade.
Cabe à acusação o ônus da prova de culpabilidade, ou seja, a prova com relação a existência do fato e a sua
autoria, ao passo que à defesa incumbe a prova das excludentes de ilicitude e de culpabilidade, acaso
alegadas.
Em caso de dúvida, decide-se pela não culpabilidade do acusado, com a fundamentação legal no princípio
do in dubio pro reo.
Toda prisão processual será em caráter excepcional e deve estar fundada em dois requisitos gerais, o
periculum libertatis e o fumus comissi delicti.
Por fim, restou consagrado no art. 5º, LXIII, da CF/88 que ninguém é obrigado a fazer prova contra si,
consagrando, assim, o direito ao silêncio e a não auto incriminação.
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A autodefesa distingue-se ainda em direito de audiência (direito de o réu ser ouvido no processo, o que
ocorre geralmente durante o interrogatório judicial) e direito de presença (direito de o réu estar presente
aos atos processuais, geralmente audiências, seja de forma direta, seja de forma indireta, o que ocorre por
meio da videoconferência).
9.4. Princípio do contraditório ou da bilateralidade da audiência (art. 5º, LV, CF)
Por força do princípio do contraditório, estampado também no art. 5º, LV, da Carta Magna Federal, ambas
as partes (e não apenas o réu) têm o direito de se manifestar sobre qualquer fato alegado ou prova
produzida pela parte contrária:
1. Ser intimado sobre os fatos e provas.
2. Ser manifestar sobre os fatos e provas.
3. Interferir efetivamente no pronunciamento do juiz.
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9.10. Princípios da economia processual, celeridade processual e duração razoável do processo (art. 5º,
LXXVIII, CF)
Art. 5º (...)
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
9.11. Princípio da prevalência do interesse do réu ou favor rei, favor libertatis, in dubio pro reo , favor
inocente (art. 5º, LVII, CF)
Decorrente do princípio da presunção de inocência, esse princípio determina que, no momento do
veredito, havendo dúvida por parte do magistrado, a decisão prolatada deve ser em favor do réu.
Destarte, esse princípio não tem aplicação nas fases de oferecimento da denúncia e na prolação da decisão
de pronúncia do Tribunal do Júri, nas quais prevalece o princípio do in dubio pro societate.
CPP
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive,
como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for
parte ou diretamente interessado no feito.
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Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consanguíneos
ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive.
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter
criminoso haja controvérsia;
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a
processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade
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1. CESPE: PC-DF:2013 Escrivão de Polícia
O recebimento, pelo juiz, da denúncia deve ser pautado pelo princípio in dubio pro societate, bastando para isso a
presença da prova da materialidade delitiva e dos indícios suficientes de autoria.
( ) Certo ( ) Errado
2. Lei processual nova de conteúdo material, também denominada híbrida ou mista, deverá ser aplicada de acordo
com os princípios de temporalidade da lei penal, e não com o princípio do efeito imediato, consagrado no direito
processual penal pátrio.
( ) Certo ( ) Errado
4. O princípio da verdade real constitui princípio supremo no processo penal, tendo valor absoluto, inclusive para
conhecimento e para valoração das provas ilícitas.
( ) Certo ( ) Errado
7. A lei processual penal não admite o uso da analogia ou da interpretação extensiva, em estrita observância ao
princípio da legalidade.
( ) Certo ( ) Errado
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10. 2015 - CESPE-TRE-RS - Analista Judiciário – Judiciária
A respeito dos princípios gerais do direito processual penal e do inquérito policial, assinale a opção correta.
a) Lei processual que, de qualquer modo, altere rito procedimental, de forma a favorecer o acusado, aplica-se aos
atos processuais praticados antes de sua vigência.
b) A incomunicabilidade do indiciado somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da
investigação o exigir.
c) O arquivamento do inquérito policial embasado no princípio da insignificância faz coisa julgada material, o que
impede seu desarquivamento diante do surgimento de novas provas.
d) Expressamente previsto na Constituição Federal, o princípio do promotor natural garante a todo e qualquer
indivíduo o direito de ser acusado por órgão imparcial do Estado, previamente designado por lei, vedada a indicação
de acusador para atuar em casos específicos.
e) Diplomata de Estado estrangeiro que cometer crime de homicídio dentro do território nacional será processado
conforme o que determina a lei processual brasileira.
GABARITO
1. CERTO
2. CERTO
3. CERTO
4. ERRADO
5. ERRADO
6. CERTO
7. ERRADO
8. ERRADO
9. ERRADO
10. C
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