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Tabela 1 – Razão de mortalidade materna bruta e corrigida – Brasil e Grandes Regiões 2001-2005
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Morte materna é a “morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da
gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada
com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais
ou incidentais”. São classificadas em diretas e indiretas.
A morte materna obstétrica direta é aquela que ocorre por complicações obstétricas na gravidez,
parto e puerpério, devidas a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos
resultantes de qualquer dessas causas. Por exemplo em 2004: pré-eclâmpsia e eclampsia (26% das
mortes), aborto (13,4%), hemorragia (9%), descolamento prematuro de placenta (5,7%), doença
hipertensiva (6,7%).
A morte materna obstétrica indireta é aquela resultante de doenças existentes antes da gravidez
ou de doenças que se desenvolveram durante a gravidez, não devidas à causas obstétricas diretas, mas
que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez. Por exemplo: O HIV (11,3%), hipertensão
pré-existente (5,8%).
Tabela 2
Número de óbitos maternos segundo grupo de causas utilizadas no cálculo da razão de morte materna, Brasil, 1996 a 2005
Maternas/Ano 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Abortos 146 163 119 147 128 148 115 152 156 150
Demais Causas Diretas 1015 1084 1159 1178 1132 1059 1101 1007 1010 1044
Aids (B20-B24) 56 75 72 77 64 45 49 42 49 40
Demais Causas Indiretas 279 475 628 409 295 269 346 326 354 327
Causas Obstetricas não especificadas 24 54 61 56 60 57 47 57 76 58
Total 1520 1851 2039 1867 1679 1578 1658 1584 1645 1619
- A vigilância de óbitos maternos é tema do Pacto pela Vida, Pacto pela redução de morte materna e
neonatal, e PAP-VS, na forma de prioridades, responsabilidade, objetivos, indicadores e metas;
- Estava na Portaria 1399/99, revogada e está na Portaria 1172/GM de 15 de junho de 2004 como
atribuição das Secretarias Municipais de Saúde.
- A notificação de óbito materno está na Portaria 653/2003, que é de um período de transição
CENEPI-SVS, e está defasada. O que está definido nesta portaria no que se refere a sistemas de
informação, fluxos e atribuições é insuficiente como instrumento normativo para a vigilância em
saúde atualmente.
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- Está no Manual dos Comitês de Morte Materna, que não cria obrigações para as vigilâncias.
- Inexistência de um sistema de informação sobre investigação ou sobre o trabalho dos comitês, para
consolidação nacional destes dados.
- O SIM passou a registrar se o óbito foi investigado ou não e a guardar as causas originais e as
causas investigadas somente a partir de 2006.
- Os dados de morte materna atualmente são os últimos a serem enviados para o nível federal pela
maior parte das UF, que esperam a conclusão de todo o trabalho de investigação dos comitês para
informar.
A portaria visa, com a investigação obrigatória, e a definição de atribuições para a vigilância em saúde,
aumentar a captação de casos de morte materna (Tabela 3), reduzir a sua subenumeração e colocar mais
casos à disposição dos comitês de morte materna para que estes possam analisar e subsidiar a tomada
de decisão e a implementação de ações para reduzir este tipo de mortes.
Tabela 3
Número de óbitos totais de mulheres, óbitos de mulheres em idade fértil,
e óbitos maternos, Brasil, 1996 – 2005
Óbitos fem Óbitos de MIF
totais (*) Óbitos maternos
1996 376502 64795 1520
1997 373714 63421 1851
1998 386954 64961 2039
1999 389910 64485 1867
2000 393606 63829 1679
2001 399576 63742 1578
2002 410737 64416 1658
2003 418714 64029 1584
2004 429625 64295 1645
2005 424061 63541 1619
(*) São consideradas mulheres em idade fértil (MIF) no Brasil, as mulheres com idade
de 10 a 49 anos
4. Estabelece que as DO com óbito materno declarado e os óbitos de mulher em idade fértil,
independente da causa, passarão a ter fluxo e prazos especiais de transferência do dado para
assegurar a chegada com prioridade da informação nos níveis estaduais e federal.
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5. Estabelece que o hospital ou serviço onde ocorreu ou que emitiu a declaração de óbito terá
prazo máximo de 48 horas para informar estes óbitos. E identifica quem deve apoiar esta ação
fazendo busca ativa de casos diariamente nos serviços.
7. Atribui à SES definir a forma de se organizar para garantir que os dados inseridos no SIM sejam
transferidos via sisnet (a partir do nível que considerar mais adequado, municipal, regional, ou
estadual) no prazo máximo de 30 (trinta) dias após o óbito, e estejam disponíveis na base
estadual e federal instantaneamente a partir de então
8. Induz o apoio dos hospitais, consultórios médicos e Unidades Básicas de Saúde, ou outro
serviço de saúde onde a falecida recebeu assistência, na facilitação do acesso às cópias dos
prontuários à equipe de vigilância de óbitos maternos, sugerindo prazos para isto.
Débora Malta
Diretora substituta do Departamento de Análise da Situação de Saúde
SVS