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ÍNDICE

Aula Título Página


I Introdução 03

II Obsessão e Desobsessão 06

III Ovoides 15

IV Organização de Grupo de Trabalho 21

V Bibliografia 30

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I - INTRODUÇÃO

DEFINIÇÃO DE APOMETRIA

São técnicas que utilizam recursos anímicos, baseados na projeção


mental e no desdobramento mediúnico consciente, com objetivos
terapêuticos.

OBJETIVO DA APOMETRIA

Tratamento da alma encarnada, do espírito desencarnado (corpo


espiritual) e, consequentemente, do corpo físico, uma vez que o corpo
espiritual é modelo biológico do físico.

RESSONÂNCIA COM O PASSADO

As influências que sofremos em nossos hábitos, atitudes e desejos, têm


muito a ver com o que se passou em vidas anteriores e tal fenômeno requer
cuidados especiais por parte da Apometria.

A APOMETRIA

A Apometria mostra que a maioria dos problemas somatizados no físico


ou na mente têm a sua origem ou suas raízes nas profundezas do inconsciente
e são alimentadas e adubadas por nossos comportamentos negativos, tais
como vícios e prazeres mundanos que desenvolvemos ou adquirimos durante
a vida.

Apometria é um conjunto de procedimentos terapêuticos


fundamentados e organizados em treze leis escritas em 1965, pelo Dr. José
Lacerda. Essas leis e as técnicas de aplicação possibilitam abordar, manusear
e tratar os corpos sutis do agregado humano.

Esse conjunto de corpos sutis forma o períspirito, onde estão as raízes


do problema a ser tratado e as técnicas são aplicadas através do impulso
mental de um operador treinado, movido pela vontade e pela força de
vontade, o querer.

Dr. Luiz Rodrigues não tinha a intenção de implantar essa técnica em


centros espíritas, pois estudava e trabalhava com hipnose.

“DAI DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA RECEBESTES”

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Este é o ponto de apoio moral de quem pratica a caridade espiritual ou
mesmo material.

FUNÇÃO DO DESDOBRAMENTO APOMÉTRICO

Promover a visão recíproca, independente de percepção mediúnica de


todos os envolvidos no evento espiritual.

O desdobramento anímico é importante pois torna possível que todos


os componentes do grupo de trabalho (doutrinado, doutrinador, médium
psicofônico, e intercessores espirituais) fiquem na mesma frequência.

ESPÉCIES DE DESDOBRAMENTO

O desdobramento anímico acontece pelo pensamento, em estado de


vigília, ou seja, acordados. Durante o dia, desdobramo-nos várias vezes sem
perceber; ao pensar em alguém distante, por exemplo.

O desdobramento mediúnico é a capacidade do médium sair do corpo


na direção desejada, realizar a tarefa e retornar, sendo capaz de descrever o
que fez.

DESDOBRAMENTO MÚLTIPLO

Ocorre quando dois ou mais médiuns de psicofonia captam, ao mesmo


tempo, durante um atendimento: componentes de níveis conscienciais, hoje
chamados subpersonalidades, ou personalidades múltiplas (vivências
passadas), ou ainda espíritos que estejam interferindo na vida do assistido.

NÍVEIS CONSCIENCIAIS = SUBPERSONALIDADES

Nós não somos um monobloco. Somos um condomínio composto por


diversas subpersonalidades.

CAPTAÇÃO MEDIÚNICA SUBPERSONALIDADES

O médium que captar subpersonalidades e não tiver experiência ou


estudo apométrico poderá confundir a captação de níveis como algo elaborado
por sua própria mente.

TRABALHOS APOMÉTRICOS COLETIVOS

Uma das vantagens da Apometria é a possibilidade do tratamento


coletivizado, até mesmo para multidões.

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Tudo depende da quantidade e da qualidade das energias que estejam
sendo direcionadas para a causa.

ANIMISMO x APOMETRIA

Quando Jesus nos disse: “Podeis fazer o que eu faço e muito mais”,
deixou bem claro que todas as Suas realizações tinham caráter pessoal,
anímico, animados pela Sua própria Alma, e que, tal como Ele disse,
prevalece, também, para nós.

A Apometria pratica, largamente, o animismo, a exemplo do que Jesus


praticou quando encarnado.

Realizamos as tarefas necessárias pelo comando mental.

Podemos acessar diversas personalidades, ao mesmo tempo, ou


subpersonalidades que estejam constituindo o nosso condomínio espiritual.

Vamos nos lembrar de que nunca fazemos nada sem o


acompanhamento de médicos do Plano Maior e mesmo de Pretos-Velhos,
Índios e Caboclos que já foram médicos em vidas anteriores.

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II - OBSESSÃO E DESOBSESSÃO

Em todos os aspectos de nossa vida material ou espiritual, haveremos


de ressaltar o fator preponderante para nosso sucesso ou insucesso, equilíbrio
ou desequilíbrio, que são as influências boas ou perniciosas, assimiladas por
nós, do meio em que vivemos.

Nossos pensamentos ou SINTONIA MENTAL podem voltar-se tanto para


o bem quanto para o mal.

Existe uma tendência, inclinação ou pendor que, por si só, influencia


nossa forma de agir numa dessas duas direções, ou até mesmo numa terceira,
hipoteticamente neutra: não fazer o bem nem o mal.

A Natureza Divina dotou-nos, entretanto, de um poder decisório, pelo


uso do qual ARBITRAMOS se seguiremos tão somente nossas tendências ou
selecionaremos e direcionaremos nossos atos, apoiando-os na observação, na
cultura e inteligência.

Por este caminho, adquirimos o poder comparativo, a condição de saber


e, finalmente, o poder de escolha, isto é, de como fazer ou da decisão a tomar.

Quando dominamos esse complexo mecanismo, participamos muito


mais ativamente da interação com o meio em que vivemos.

Passamos, então, a influenciar ou a ser seletivamente influenciados,


num crescendo de qualidade e intensidade.

Caso contrário, iremos, progressivamente, nos despersonalizando e


recebendo as influências dos que estão ligados ou próximos a nós, pelo
simples fato de estarmos indiferentes ou passivos.

É a chamada invigilância.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS - QUESTÃO 459

É perfeitamente compreensível a conclusão de Allan Kardec quanto a


ser a obsessão o verdadeiro flagelo da humanidade. Basta que examinemos a
questão 459 do LE, quando o Codificador perguntou se:

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“INFLUEM OS ESPÍRITOS EM NOSSOS PENSAMENTOS E EM NOSSOS
ATOS?”

Obtendo como resposta:

“MUITO MAIS DO QUE IMAGINAIS. INFLUEM A TAL PONTO, QUE, DE


ORDINÁRIO, SÃO ELES QUE VOS DIRIGEM”.

Ao bem da nossa tranquilidade, antes de falarmos sobre influências


negativas, ressaltemos o quanto somos positivamente influenciados pelos
nossos Companheiros do Mundo dos Espíritos.

As influências negativas ou obsessões são definidas pelo Codificador


como “a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo”
(Gênese, cáp XIV, item 45).

A consagrada autora Suely Caldas Schubert, em “OBSESSÃO E


DESOBSESSÃO”, chama-nos a atenção para o fato de que “só um espírito
doente obsedia ou simplesmente influencia negativamente”.

Que seu estado doentio decorre de alguma ideia fixa a respeito de algo
que, portanto, o domina.

Julgamos útil repetir quão decisiva é a ajuda dos nossos benfeitores


espirituais, a qual será tão maior quanto mais permanecermos em sintonia
positiva.

Na medida em que se reduz a qualidade dos nossos pensamentos,


passando de edificantes para indiferentes, simulados, ingênuos, egoístas,
negativistas, maldosos, perversos, e assim por diante, iremos captando
influências nocivas gradualmente degradando-se para incômodas,
desconcertantes, desmoralizantes, viciosas, enlouquecedoras, não sendo
incomum as autodestrutivas.

Quando as influências se agravam, anulam-se as fronteiras entre os


males físicos e os psíquicos.

É preciso que nos preocupemos com:

SINTONIA ESPIRITUAL - Atração pelas virtudes e vícios.

VIRTUDES - Interação com espíritos virtuosos.

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VÍCIOS E DEFEITOS - Interação com espíritos viciados e
perturbadores.

CONSEQUÊNCIA DA SINTONIA - Captação de pensamentos e desejos


(bons e maus).

AFEIÇÕES DOS ESPÍRITOS - Aproximações edificantes ou


perturbadoras.

APROXIMAÇÕES EDIFICANTES - Mentores, simpatizantes anônimos,


parentes evoluídos.

APROXIMAÇÕES PERTURBADORAS - Espíritos desequilibrados


mentais / inconscientes quanto ao seu desencarne.

PROMOTORES DAS PERTURBAÇÕES - Parentes desencarnados com


fortes ligações afetivas ou desconhecidos perambulantes.

APROXIMAÇÕES OBSESSIVAS - Espíritos viciados, egoístas,


gananciosos, vingativos, perversos e galhofeiros.

LEI DE CAUSA E EFEITO

Colhemos hoje o que plantamos ontem. Colheremos amanhã o que


plantamos hoje.

INSTRUMENTOS DO EXERCÍCIO DO LIVRE ARBÍTRIO

Vontade, tendências, nível cultural convencional e nível cultural


evangélico

JESUS E O LIVRE ARBÍTRIO

“Orai e vigiai”

“Reconciliai-vos com...”

“Não julgueis para ...”

“Perdoar para ser perdoado”

“Não vos inquieteis pela posse do ouro”

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OBSESSÃO
Dentro do propósito de lançar as bases, visando posterior
desenvolvimento didático da Doutrina Espírita, Allan Kardec classificou, a
princípio, em apenas três os níveis das obsessões, chamando-as de:
OBSESSÃO SIMPLES, FASCINAÇÃO e SUBJUGAÇÃO. Posteriormente, foi
admitida a POSSESSÃO, o estágio mais elevado da obsessão.

OBSESSÃO SIMPLES

É assim entendida quando um espírito mal-intencionado interfere na


mente de um médium, deturpando seus pensamentos e propósitos
mediúnicos.

FASCINAÇÃO

É uma ilusão agradável produzida pelo espírito, gerando em sua vítima


uma sensação de deslumbramento enganoso, em todos os sentidos que se
possa imaginar.

SUBJUGAÇÃO

Na subjugação, a influência do Espírito pode ser moral ou corporal,


paralisando a vontade da vítima, que age sob um verdadeiro jugo.

"No primeiro caso (moral), o subjugado é levado a tomar decisões


frequentemente absurdas e comprometedoras, que, por uma espécie de
ilusão, considera sensatas.

No segundo (corporal), o Espírito age sobre os órgãos materiais,


provocando movimentos involuntários, levando-o, por vezes, a praticar atos
ridículos.” (LM, 2ª Parte, cáp. XXIII, item 240).

“O médium abdica inteiramente de sua vontade ainda que não o


queira.” (Espiritismo de A a Z, pág. 466)

POSSESSÃO

“Na possessão, em lugar de agir exteriormente, o Espírito substitui, por


assim dizer, o Espírito encarnado; faz domicílio em seu corpo sem que,
todavia, este o deixe definitivamente, o que só ocorre com a morte.

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A possessão é assim sempre temporária e intermitente, pois um Espírito
desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado.”
(GE, cap. XIV item 47).

“No caso da possessão, o domínio é mais completo do que na


subjugação. O espírito obsessor utiliza-se do corpo da vítima como se lhe
pertencesse.” (Espiritismo de A a Z, pág. 400)

Em 1858, na Revista Espírita, página 278, Allan Kardec declara:

“Para nós não há possessos, no sentido vulgar da palavra, há


simplesmente obsediados, subjugados e fascinados.”

Portanto, na época, ele não admitia a possessão.

Em 1863, na Revista Espírita, página 373, ele voltou atrás, afirmando:

“Temos dito que não havia possessos, no sentido vulgar do vocábulo,


mas subjugados. Voltamos a essa asserção absoluta, porque agora nos é
demonstrado que pode haver verdadeira possessão, isto é, substituição, posto
que parcial, de um espírito errante a um encarnado.”

Apresentou Kardec um relato sobre a possessão do corpo da Senhorita


Júlia que, de repente, tomou atitudes habituais do Sr. Charles (espírito
possessor):

“Mudando a voz, espreguiçando-se no encosto da cadeira, cruzando as


pernas, torcendo o bigode, passando os dedos pelos cabelos, de tal sorte que,
salvo as roupas, poder-se-ia crer estar em presença do Sr. Charles.”

Nada será impossível acontecer sob tal jugo, até mesmo a morte do
obsediado, o que já ocorreu quando terceiros tentaram a desobsessão.

OBSESSÃO COLETIVA

Quando se fala em obsessão, sempre nos lembramos das mais comuns,


ou seja, das individuais, esquecendo-nos da existência de obsessões coletivas,
quando uma legião se apodera de um grupo, de uma multidão ou da
população de uma localidade, “como se uma tropa de inimigos a invadissem”,
tal como aconteceu na Aldeia de Morzine, na Saboia, no ano de 1861,
conforme reportagem publicada na Revista Espírita em 1963.

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Aldeia de Morzine - 1861

Naquela ocasião, 120 pessoas foram acometidas de completo


desequilíbrio e, além de falarem em idiomas estrangeiros que jamais
dominaram (xenoglossia), tornaram-se agressivas e inteiramente
irresponsáveis. Curiosamente, não perderam o senso de pudor.

Londres - 1831

Igreja de Harton Garden

Tumultos: gritos, xenoglosia, discussões.

Estados Unidos - 1837

Os Shakers (grupo de protestantes ingleses que praticavam dança


coletiva) passaram a ser abordados por espíritos de índios Peles Vermelhas,
que se manifestavam através dos colonos.

As influências benéficas, maléficas ou obsessoras propriamente ditas


manifestam-se em todas as direções possíveis, tanto no âmbito do plano
terreno quanto no espiritual, ou entre os dois.

Não existem, portanto, exceções relativamente a quem influencia ou é


influenciado.

Não nos esqueçamos de que as auto obsessões também ocorrem nos


dois planos de vida, sempre de um ser para o próprio ser.

Noutras palavras:

• Encarnados obsediam-se entre si;


• Desencarnados obsediam-se entre si;
• Encarnados obsediam desencarnados;
• Desencarnados obsediam encarnados;
• Desencarnados se obsediam (auto obsessão);
• Encarnados se obsediam (auto obsessão);

Este último fenômeno às vezes ocorre de modo fugaz sob a forma de


manifestação anímica, com aparência de mediúnica (incorporação da própria
alma, quando em estágio evolutivo anterior).

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A pessoa supõe encarnar uma personalidade diferente, quando apenas
exterioriza o mundo de si mesma.

Inúmeros casos de dupla personalidade, alguns até explorados


cinematograficamente, são explicados pelo fenômeno acima.

Para bem assimilarmos, sem alarmismo, a afirmativa de que as


obsessões estão ligadas às imperfeições morais, ensejadas por: mentira,
egoísmo, negativismo, inveja, prevenção, proteção enciumada, usura,
vícios...

Em qualquer caso, porém, a invigilância, isto é, o descaso e a falta de


observação para com a nossa própria maneira de nos sentirmos, tudo isto,
agravado pela ausência das preces, constitui fatores determinantes dos
adoecimentos espirituais, em qualquer das suas gradações.

ALGUNS SINTOMAS (consequências superficiais)

Medo, pânico, moléstias diagnosticáveis ou não, indiferença com


conotação de irresponsabilidade, ideias repugnantes, pessimismo e manias,
mania de perseguição, fanatismo, megalomania (mania de grandeza), visões
aterradoras, ideias suicidas.

ALGUMAS CAUSAS

Afetividade possessiva, exacerbação do sentimento protetor, apego aos


bens materiais e ao exercício do poder ou fama, inaceitação do desencarne,
pensamentos de vingança, ódio, ciúme, escravização aos vícios, revivência de
lembranças terrenas, sentimento de culpa.

ALGUNS EFEITOS (consequências profundas)

Grave adoecimento físico ou mental, preguiça patológica, desrespeito às


leis, compulsão para humilhar, resistência à cura física ou espiritual, mudança
de personalidade, repulsa a princípios espirituais antes defendidos,
volubilidade ideológica ou religiosa, desregramentos e agressividades pelos
vícios profundas incompatibilidades sociais, domésticas e profissionais.
Depressão, desvarios sexuais, suicídio, crimes, doenças curáveis ou não.

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DESOBSESSÃO
Em algumas religiões, pratica-se o exorcismo (expulsão dos demônios).

Palavra DEMÔNIO do grego: “Daimónion”, gênio inspirador, bom ou


mau que presidia o destino e o caráter de cada indivíduo.

Outro significado: alma, espírito.

No Judaísmo e religiões cristãs: “Anjo mau, espírito das trevas,


representante do mal ou condenado a inferno eterno”. (Dicionário de Filosofia
Espírita de L. Palhano Jr.)

DESOBSESSÃO PELA DOUTRINAÇÃO OU EVANGELIZAÇÃO

Ao contrário do exorcismo, no qual pode ocorrer um processo violento,


na Doutrina Espírita e, consequentemente, na Apometria, utiliza-se processo
baseado no amor e na caridade, tratando a entidade com respeito e carinho,
fazendo-o ver que é um ser igual a nós, apenas menos esclarecido, jamais se
pretendendo a expulsão do espírito, porém sua conversão para o bem, após
ser recebida fraternalmente.

Exemplo: quando um espírito chega demonstrando desejo de vingança


contra o assistido, a primeira coisa que se deve fazer é dar razão a ele, pois
só se cobra de quem é devedor. Falar sobre a Lei de Causa e Efeito, mostrar
que ele agora é vítima, porém ontem foi algoz, trabalhar a prece e o perdão.

ORAÇÃO DO PERDÃO

Eu te perdoo

E peço perdão;

Eu me perdoo

E perdoo a situação.

Concluída a assistência, encaminhar a entidade que de obsessora,


muitas vezes, passará a ser protetora do assistido.

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PERFIL DOS TRABALHADORES

Caráter ilibado, solidez de conhecimentos, vivência evangélica,


assiduidade e pontualidade, ausência de vícios (fumo, bebida...), capacidade
de amar.

Quem integra os trabalhos de desobsessão deve, sempre, ter em mente


que a participação dos trabalhadores encarnados tem sua importância, porém
o verdadeiro mérito pertence aos Irmãos do Plano Espiritual, com as
indispensáveis criações pela ideoplastia, seu poder energético e
organizacional que, afinal, constituirão a realidade na qual viverão os irmãos
obsessores, antes desequilibrados, agora estimulados a percorrer novos
caminhos, inspirados por tudo quanto receberam de bom, segundo o
merecimento de cada um.

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III - OVOIDES

Perda da forma perispiritual – Base de estudo: Capítulo 16 da 1ª parte do livro


“Obsessão e Desobsessão” de Suely Caldas Schubert

DEFINIÇÃO
Segundo o Dicionário de Filosofia Espirita, de L. Palhano Junior:

“(Semelhante ao ovo, forma de ovo) - Formação atípica do perispírito,


causada por um forte monoideísmo de Espíritos que se mantêm em ideias
fixas, alienando-se dos mais simples cuidados de integridade pessoal. Há um
definhamento do corpo espiritual, com miniaturização.”

SIGNIFICADO DE “MONOIDEÍSMO” – Estado de alma, em todo


organismo psíquico que se acha dominado por uma ideia central. Em sua
forma patológica: ideia fixa.

Segundo Di Bernardi, médico e Presidente da Associação Médico-


Espírita de Santa Catarina:

Ovoides são espíritos em estado tão profundo de perturbação que


perderam a consciência da natureza humana de seu perispírito. Não perdem
o seu perispírito (psicossoma); ele fica tão deformado que perde a sua forma
humana, adquirindo apenas uma forma ovalada.

Di Bernardi afirma que se trata de um monoideísmo auto hipnotizante.


O espírito vibra de forma contínua e constante, gerando uma energia que gira
sempre de maneira igual e repetida pelo mesmo pensamento
desequilibrado. Ao vibrar repetidamente na mesma frequência e em
desequilíbrio com a Lei Cósmica Universal, gera este circuito arredondado que
vai deformando o corpo espiritual e tornando-o em ovoide.

Na prática, são espíritos que entram em pensamentos e sentimentos


repetitivos e negativos, como: excesso de apego, remorso e vingança. Isto
faz com que eles percam a noção do tempo e do espaço e vão aos poucos se
atrofiando, por falta de função nos órgãos do perispírito (psicossoma),
assumindo a forma de sua própria onda mental, ou seja, um círculo vicioso
em que vive mentalmente.

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Segundo publicação no site do Centro Espírita do Calvário:

O ovoide é uma verdadeira regressão biológica, representando o colapso


da forma e da consciência. O processo se efetua através de paulatinas
degradações em que a configuração humana se contrai, inicialmente pela
perda dos membros e redução significativa do tronco, até que se estaciona
em sua forma final.

O espírito perde a consciência, mas não a inteligência; sem a consciência


não consegue colocar em prática sua inteligência, que permanece em estado
de latência.

INTERPRETAÇÃO DE SUELY C. SCHUBERT:


A transubstanciação do corpo espiritual num corpo ovoide pode ocorrer
nos seguintes casos:

PRIMEIRO CASO:

O Homem selvagem quando retorna, após a morte do corpo denso, ao


Plano Espiritual, sente-se atemorizado diante do desconhecido. Sendo
primitivo, não dispõe de conhecimentos espirituais, e só tem condições de
pensar em termo de vida tribal a que se acostumou. Diz-nos A. Luiz que a
própria vastidão cósmica o assusta bem a como a visão de Espíritos, mesmo
os bons e sábios infundem-lhe grande temor. Dentro do estágio evolutivo que
lhe é próprio, crê-se à frente de deuses e, por isso, refugia-se na choça que
lhe serviu de moradia terrestre. Anseia por retornar à taba onde vivera e ao
convívio dos seus e alimentam-se das energias dos que lhes são afins.

Nessas condições, estabelece-se nele o monoideísmo, isto é ideia fixa,


abstraindo-se de tudo o mais. O pensamento que lhe flui da mente permanece
em circuito viciado, continuamente. É o monoideísmo auto hipnotizante.

Não havendo outros estímulos, os órgãos do corpo espiritual se retraem


ou se atrofiam, tal como ocorre aos órgãos do corpo físico que, paralisados,
se atrofiam. Aos poucos, esses órgãos do perispírito “se voltam,
instintivamente para a sede do governo mental, onde se localizam, ocultos e
definhados, no fulcro dos pensamentos em circuito fechado sobre si mesmos
quais implementos potenciais do germe vivo entre as paredes do ovo”.

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Diz-se então que o “desencarnado perdeu o seu corpo espiritual,
transubstanciando-se num corpo ovoide”.

SEGUNDO CASO:

Desencarnados, em profundo desequilíbrio, aspirando a vingar-se, ou


portadores de vicioso apego, envolvem e influenciam aqueles que lhe são
objeto de perseguição ou atenção e auto hipnotizam-se com as próprias
ideias, que se repetem indefinidamente. É o monoideísmo auto hipnotizante.

Em consequência, os órgãos perispiríticos se retraem, por falta de


função, assemelhando-se, então, a ovoides “vinculados às próprias vítimas
que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente, a influenciação”, por
trazerem os fatores predisponentes, quais sejam, a culpa, o remorso, o ódio,
o egoísmo, que externam em vibrações incessantes, sob o comando da mente.
Configura-se, neste caso, a parasitose espiritual.

O hóspede (o obsessor) passa a viver no clima pessoal do hospedeiro (o


obsediado). Esta situação pode prolongar-se até mesmo após a morte física
da vítima, dependendo da gravidade das dívidas e natureza dos compromissos
existentes entre ambos.

TERCEIRO CASO:

Os grandes criminosos, os pervertidos, os trânsfugas do dever, ao


desencarnar, ver-se-ão atormentados pela visão repetida e constante dos
próprios crimes, vícios e delitos, em alucinações que os tornam dementados.
Os clichês mentais que exteriorizam, infindáveis vezes, torna-lhes o fluxo do
pensamento vicioso, resultando no monoideísmo auto hipnotizante. E tal como
nos casos anteriores, perdem os órgãos do corpo espiritual,
transubstanciando-se em ovoides.

Os obsessores utilizam-se desses ovoides para intensificar o cerco sobre


suas vítimas, imantando-os a estas. Instala-se, daí em diante o parasitismo
espiritual. Envolvido nos fluidos dos obsessores, com o pensamento
controlado e cerceado, com o cérebro em desequilíbrio pela interferência
hipnótica dos algozes, o obsediado passa a viver no clima que estes criaram,
agravado pelas ondas mentais altamente perturbadoras dos ovoides, vendo,
inclusive, os clichês mentais que projetam em fenômenos alucinatórios ou
ouvindo-lhes acusações na acústica da mente.

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A subjugação, quando levada a efeito nessas condições, acarreta
consequências gravíssimas, lesando o cérebro ou outros órgãos que estejam
sendo visados. Essa situação produz um desequilíbrio total e pode levar a
vítima ao suicídio, à loucura irreversível ou ocasionar a morte por
deperecimento (desfalecimento, definhamento progressivo e lento do
organismo humano, produzido por doença ou distúrbio orgânico).

Quanto aos ovoides, através da bênção da reencarnação é que


conseguirão plasmar outra vez o perispírito, juntamente com a nova forma
carnal. Irão assimilando os recursos orgânicos maternos e, como explica
André Luiz, “conforme as leis da reencarnação, operam em alguns dias todas
as ocorrências de sua evolução nos reinos inferiores da Natureza.

A nova forma perispirítica assim desenvolvida terá condições de persistir


ao término da reencarnação, de volta ao Plano Espiritual.

OUTRAS ABORDAGENS SOBRE ESTE ASSUNTO


Boletim Médico – Espírita nº 5 - pág. 155 – Parasitas Ovoides:

“Inúmeros infelizes, depois de terem deixado o corpo físico ficam


obstinadamente dominados ou em fazer justiça pelas próprias mãos ou,
então, em manter o apego extremado ao veículo físico e aos entes amados
que ficaram na Terra. Levados pelo sentimento de vingança ou por imagens
de afetividade, acabam em deplorável situação de monoideísmo, perdendo
todas as noções de tempo e espaço. Nesse processo de auto hipnose, o corpo
espiritual deles sofre transformações, entrando em retração por falta de
funções, chegando ao triste estado de ovoides. Esses ligam-se às vítimas por
meio de ondas mentais incessantes que nutrem a ligação, por meio de
pensamentos de remorso tardio, ódio e vingança. O obsessor passa a viver no
clima pessoal da vítima, absorvendo-lhe as forças psíquicas. Essa situação,
em muitos casos, prolonga-se e continua no plano extra físico, após a morte
física do hospedeiro.”

Espírito Ângelo Inácio, psicografado por Robson Pinheiro, no


livro: Legião – um olhar sobre o reino das sombras, págs. 195 e 196:

“(...) Os magos, desde as épocas mais remotas, organizaram-se em


facções muito fechadas, sendo que cada agrupamento é governado por um
único mago negro. Evitam enquanto podem a reencarnação, mas quando a

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ação telúrica ameaça a estabilidade dos centros de força de seu perispírito,
não há como impedir o renascimento. (...) Essa força, que é própria do planeta
Terra, exerce ação constante sobre os corpos espirituais na erraticidade,
atraindo-os em direção à Crosta, de modo análogo à gravidade, porém
induzindo-os ao útero materno. No caso dos magos negros, eles se opõem à
natureza com relativo êxito, pois são dotados de intenso magnetismo e
rigorosa disciplina mental, que adquiriram durante os milênios a partir do
período de iniciação a que se submeteram, invariavelmente. Como disse,
protelam a reencarnação o máximo que podem. Alguns não reencarnam há
milênios.

(...) [Protelar a reencarnação] é perfeitamente possível, mas não por


tempo indeterminado. A atração telúrica, a que me referi, faz com que as
partículas astrais componentes do perispírito percam o poder de coesão, o
que provoca a degeneração progressiva da forma humana, originalmente
mantida pelo corpo astral. Pagam alto preço por sua obstinação, como se vê.
O tempo que resistem é proporcional à capacidade mental de cada um. (...)
Há um momento, portanto, em que os magos têm de reencarnar, senão
podem se transformar em ovoides, perdendo de vez a aparência perispiritual
e retrocedendo a uma forma mental inferior.”

Em outro trecho do livro: Legião – um olhar sobre o reino das


sombras, págs. 375 e 376, os autores trazem:

“(...) No outro ambiente, encontramos uma espécie de domo ou


redoma, dentro do qual estavam imersas formas espirituais estranhas,
mergulhadas em um líquido viscoso e ligadas a fios tenuíssimos.

– São ovoides capturados e mantidos em cativeiro pelos cientistas –


sentenciou Eliah, o antigo cientista resgatado pelos guardiões. Agora ele nos
auxiliava com informações importantes. (...)

– Os ovoides são capturados com o auxílio de magos negros e


conduzidos a inúmeros laboratórios como este aqui. (...) Diariamente, vários
magos comparecem aqui e ficam horas e horas, sentados diante de cada um
dos nichos onde esses seres se alojam. Somente depois de muito tempo é que
vão embora, sem falar nada.

– Com certeza realizam um procedimento hipnótico nas mentes ovoides


– afirmou Pai João. – No estado em que se encontram, esses seres infelizes
não têm mais condições de resistir sem auxílio externo.”

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A REENCARNAÇÃO
Apenas através da reencarnação e de tratamentos espirituais (como o
passe magnético) é que os ovoides poderão plasmar outra vez o perispírito,
juntamente com a nova forma carnal, mas trazendo consigo as marcas, as
deformidades e as lesões provocadas pelos excessos.

Em algumas situações, a curta gestação está relacionada com casos de


ovoide em recuperação. Cria-se um elo de fluidos, onde o amor imantado pela
onda mental da mãe regenera as células do Espírito doente. A gravidez fluídica
(que pela ciência é a gravidez psicológica) também ajuda na reconstituição do
perispírito lesado. A oração também é bálsamo de alívio para estes irmãos
que necessitam da compaixão e da compreensão sem julgamento para as
dores morais e físicas.

A família e principalmente o amor dos pais são bênçãos de luz sobre


este ser sofrido, que ainda vive no estado da ignorância espiritual. São o
remédio e a oportunidade de tentarmos nos melhorar para futuras
reencarnações.

Há alguns casos nos quais, dentro de um só ovo, há vários outros


ovoides. Muitas vezes são falanges inteiras de Espíritos afins, que criaram
uma simbiose tamanha, entrelaçando seus corpos espirituais uns aos outros,
pela onda mental criada e compartilhada pelos mesmos hábitos, sentimentos
e pensamentos. E, em muitas ocasiões, demoram-se séculos e séculos para a
libertação dos laços que os prenderam de ódio e vingança.

Jesus, o Mestre incondicional, de todas as horas, sempre nos lembrou


que o melhor remédio para nos livrarmos da obsessão é a oração que nos liga
ao ser supremo (“orai!”). E o vigiar na conduta reta, ajudando os nossos
irmãos sofredores através da caridade cristã (“vigiai!”).

“Orai e vigiai” são as ferramentas necessárias que nos darão o


sustento e o equilíbrio para caminharmos, lembrando sempre que o passado
ingrato nos serve de alerta para um futuro sem quedas.

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IV - ORGANIZAÇÃO DE GRUPO DE TRABALHO

Base de estudo: 1ª parte do livro “Diálogo com as Sombras” de Hermínio Miranda

ESTUDO PREPARATÓRIO

Há, na literatura espírita, um acervo considerável de livros que


constituem leitura obrigatória para todo aquele que se propõe a um trabalho
sério junto aos companheiros desencarnados,

O relacionamento com o mundo espiritual se reveste de enganosa


simplicidade.

O importante é que, ao iniciarmos o trato com os Espíritos


desencarnados, voluntária ou involuntariamente, estejamos com um mínimo
de preparação, apoiada num mínimo de informação.

A prática mediúnica não deve ser improvisada, pois não perdoa


despreparo e ignorância.

Se é incompleto o conhecimento sem a prática mediúnica, também o é


o exercício desta sem o estudo daquilo que já se sabe sobre o fenômeno.

FORMAÇÃO DO GRUPO

Assim, é preciso insistir: a formação ou nascimento de um grupo é muito


importante, e deve ser cercado dos mesmos cuidados que precedem à
formação e ao nascimento de uma criança: ou seja, a educação dos pais.

Estão preparados para a tarefa? Desejam o filho? Dispõem-se aos


sacrifícios e renúncias que o trabalho impõe?

É bom que o grupo seja pequeno, de preferência familiar, composto de


pessoas que se harmonizem perfeitamente e que estejam interessadas num
trabalho sério e contínuo.

Que não se deixe desencorajar por dificuldades ou pela aparente


insignificância dos primeiros resultados, nem se deixe fanatizar ou fascinar
por pseudo-guias.

Aos poucos, demonstrada a seriedade de propósitos, os trabalhos irão


surgindo, sob a orientação de Espíritos esclarecidos.

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COMPONENTES DO GRUPO

Como todo grupamento humano, este também deve ter alguém que
assuma a posição de coordenador, de condutor.

Liderar é coordenar esforços, não impor condições.

O líder natural e espontâneo é aceito também com naturalidade e


espontaneidade, sem declarar-se tal.

A natureza dos trabalhos a serem programados dependerá dos


diferentes tipos de mediunidade que for possível reunir, do grau de
sensibilidade, tato, inteligência, conhecimento e evangelização de cada um e
de todos, e da qualidade do relacionamento pessoal entre os que se propõem
a trabalhar juntos nesse campo.

Um só membro que desafine dessa atmosfera de harmonia, poderá


transformar-se em brecha por onde espíritos desajustados introduzirão
sutilmente fatores de perturbação e eventual desintegração do grupo.

É preciso entender, logo de início, que os componentes encarnados de


um grupo são apenas a sua parte visível, o papel que lhes cabe é importante,
por certo, mas nada se compara

Lá é que se realiza a parte mais crítica e delicada das responsabilidades


atribuídas a qualquer grupo mediúnico, desde o cuidadoso planejamento das
tarefas até a sua realização no plano físico, no tempo certo. Os componentes
encarnados já fazem bastante quando não atrapalham, não perturbam, não
interferem negativamente.

É óbvio que ajudam de maneira decisiva, quando se portam com


dignidade, em perfeita harmonia com o grupo; mas se não puderem ajudar,
que pelo menos não dificultem as coisas.

O grupo pode funcionar bem até com duas pessoas, pois, segundo a
palavra do Cristo, bastará que dois ou mais se reúnam em seu nome, para
que Ele aí esteja.

OBJETIVOS DO GRUPO

É bom começar sem grandes ambições ou planos grandiosos. O mais


certo é que, ao se planejar a instalação de um grupo, ainda não saibamos

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quanto à intenção dos Espíritos que nos são familiares, nem quanto à natureza
dos trabalhos que pretendem realizar conosco.

É certo, porém, que, sempre que um grupo se dispõe a reunir-se, com


a finalidade de entrar em contato com os desencarnados, estes se
apresentarão no momento oportuno.

Isto é válido, tanto para os que se dedicam, com seriedade e boas


intenções, quanto para aqueles outros que se reúnem para se divertirem ou,
pior ainda, para práticas condenáveis.

Se a intenção é apenas fazer passar o tempo, virão os Espíritos levianos,


galhofeiros, fúteis e inconsequentes, quando não claramente mal-
intencionados, do que poderão resultar obsessões penosas e tenazes.

Não há fórmulas mágicas, nem ritos especiais para fazer eclodir a


mediunidade numa pessoa que a tenha em potencial.

O desenvolvimento mediúnico é trabalho delicado, difícil e muito


importante, que exige conhecimento doutrinário, capacidade de observação,
vigilância, tato, firmeza e muita sensibilidade para identificar desvios e
desajustes que precisam ser prontamente corrigidos, para não levarem o
futuro médium a vícios funcionais e até mesmo a perturbações emocionais de
problemática recuperação.

Colocado num grupo harmonioso e bem assistido, em que funcionem


médiuns bem disciplinados e já em plena atividade, é possível ao médium
incipiente desenvolver, pouco a pouco, suas faculdades.

Sabemos, por outro lado, do aprendizado espírita, que a mediunidade,


longe de ser a marca da nossa grandeza espiritual, é, ao contrário, o indício
de renitentes imperfeições.

Não tema, mas não seja temerário. Não deixe de estudar suas
faculdades, mas não se envaideça do que aprendeu nem dos recursos que
conseguiu desenvolver. Na hora da tarefa, é um simples trabalhador, como
qualquer outro: nem melhor, nem pior, nem inferior, nem superior.

ESTUDO

Mesmo que os componentes da futura equipe se julguem


suficientemente informados e conhecedores da Doutrina dos Espíritos, vale a

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pena uma revisão geral. Embora não gostemos de admitir, nosso
conhecimento é menor do que pensamos.

Será útil para todos um período de atualização de conhecimentos, a


começar, naturalmente, pelo O LIVRO DOS ESPÍRITOS, seguido de O LIVRO
DOS MÉDIUNS.

Esse período é, ainda, muito útil para afinar o grupo, ajustar seus vários
componentes, revelar as tendências e potencialidades de cada um e, até
mesmo, por um processo natural de seleção, excluir, sem atritos ou desgosto,
aqueles que não se sentirem em condições de se entregar ao trabalho, que
exige, certamente, renúncia, dedicação, assiduidade, tolerância, estudo e
amor.

MANUTENÇÃO DO GRUPO

Os impacientes deixarão o grupo espontaneamente, em processo de


exclusão natural. Não que sejam impuros (por favor!), mas por ser melhor
que abandonem a tarefa pela metade, do que insistirem em ficar, em prejuízo
dos resultados. No primeiro caso, estariam prejudicando apenas a si mesmos;
no segundo, sacrificariam todo o conjunto.

Tarefas como essas não podem ser impostas, nem forçadas; têm que
se apoiar num impulso interior, no desejo de servir, de apagar-se, se
necessário, dentro da equipe, de modo que os resultados obtidos sejam
impessoais, coletivos, não creditáveis exclusivamente ao trabalho individual
deste ou daquele componente do grupo.

A tarefa precisa ser desenvolvida com muita assiduidade e continuidade


ininterrupta. Nem sempre estaremos fisicamente dispostos a ela, em virtude
do cansaço, das lutas naturais da vida diária, do desgaste e das tensões
provocados pela atividade profissional, dos inconvenientes oriundos de
pequenas indisposições orgânicas.

O dia destinado à reunião exige renúncias diversas, pequenas, mas às


quais nem sempre estamos acostumados: moderação e vigilância, por
exemplo.

A responsabilidade é grande, pois, e sabemos disso. Encontraremos


percalços e nos empenharemos em lutas remidas pelo bem.

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Não planejamos um grupo para reformar o mundo, nem para conquistar
todos os grandes Espíritos que se debatem nas sombras. Haveremos de nos
preparar apenas para a nossa pequena oferenda.

Os orientadores espirituais saberão o que fazer dela, porque, muito


melhor do que nós, estão em condições de avaliar as nossas forças, recursos,
possibilidades e intenções, bem como as nossas fraquezas. O planejamento é
realizado no mundo espiritual. A nós, encarnados, caberá executá-lo, dentro
das nossas limitações.

De tudo isto estamos conscientes. Tudo isto aceitamos. Resta o


compromisso do amor fraterno, que não pode ser parcial, condicionado, a
meio coração, reservado; tem de ser total.

Começa com o relacionamento entre os componentes do grupo, que


precisa apoiar-se no perfeito entrosamento emocional de todos, para o que,
obviamente, é indispensável que todos se estimem e se respeitem.

Sem isso, impraticável seria doar o amor de que necessitam os irmãos


desencarnados que nos procurarem, movidos pela esperança secreta de que
os conquistemos para as alegrias do amor fraterno.

É nessa oportunidade, que se renovará em todos os encontros, que


colocaremos em prática aquele sábio ensino de Jesus, que nos recomenda
amar os nossos inimigos.

ATENDIMENTO FRATERNO

Vamos nos defrontar com Espíritos desajustados que, no desespero em


que se precipitaram, voltam-se contra nós, muitas vezes sem razão alguma,
senão a de que estamos tentando despertá-los para realidade extremamente
dolorosa, da qual se escondem aflitivamente.

Sem aquele amor incondicional que nos recomendava o Cristo, como


iremos oferecer-lhes a segurança da compreensão e da tolerância de que
tanto necessitam?

No caso das sessões mediúnicas, o objetivo não é disputar uma peleja


de vida ou morte, mas dialogar amistosamente com um Espírito em estado de
confusão e desespero, que desejamos despertar para uma realidade que ele
se recusa tenazmente a aceitar.

Se opomos, à sua agressividade, a nossa, nada conseguiremos.

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Tudo deve ser feito, pois, para eliminar qualquer empecilho que possa
existir entre o comunicante e o doutrinador.

PODE-SE TRABALHAR EM CASA?

Se for possível um local apropriado, num centro espírita bem orientado,


o trabalho deve ser feito aí.

Num lar tumultuado por disputas, rivalidades, ciúmes, paixões


subalternas e desajustes de toda sorte, a realização de trabalhos de
desobsessão poderá agravar as condições, pois será difícil aos companheiros
desencarnados, que orientam o grupo, assegurar um clima de equilíbrio e
proteção, tanto para os espíritos trazidos para serem atendidos, como para
as pessoas que vivem na casa.

Num lar normal, porém, o trabalho mediúnico equilibrado e bem


dirigido, sob a proteção de orientadores espirituais competentes e
esclarecidos, pode funcionar sem problemas e até com benefícios para a vida
doméstica.

Isto não exclui a necessidade de vigilância e atenta observação, pois é


evidente que Espíritos infelicitados pela desarmonia interior tenderão sempre
a transmitir sua perturbação àqueles aos quais tiverem acesso, ou seja,
àqueles que deixarem cair suas guardas, criando brechas por onde penetrem
emissões negativas e inquietantes.

Mas isto acontece, haja ou não haja grupo mediúnico reunido em casa.
O que nos defende da investida de companheiros infelizes das sombras não é
a realização de sessões bem distantes do local onde vivemos, é a prece, são
as boas intenções, é o desejo de purificar-se, de aperfeiçoar-se, de servir.

Para cobrar nossos compromissos, os Espíritos desajustados nos


buscam em qualquer lugar, até nas profundezas de esconderijos mais abjetos
na carne, ou nas furnas do mundo espiritual inferior.

Por outro lado — e isto vai dito com bastante pesar — nem todos os
centros oferecem condições ideais para o difícil trabalho da desobsessão.

Pode haver casos em que o ambiente psíquico de uma instituição esteja


sob a influência de rivalidades, disputas internas, questões de ordem material
ou financeira.

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Em tais condições, torna-se muito difícil um trabalho mediúnico sério e
responsável. Os espíritos perturbadores poderão encontrar meios para
neutralizar tarefas que se anunciam, de início, promissoras.

INÍCIO DOS TRABALHOS

É feita a prece, que também não deve ser longa, nem decorada, ou em
tom de discurso: uma rogativa simples, na qual se solicite a proteção para os
trabalhos, a colaboração dos amigos espirituais, a inspiração e a predisposição
para receber os companheiros aflitos com amor, tolerância e compreensão.

PONTUALIDADE

É escusado dizer que a sessão deve ter hora prefixada para começar e
para terminar.

O trabalho mediúnico é protegido e assistido por uma equipe de


segurança, composta de obreiros do lado de lá. Esgotado o prazo, eles têm
que se retirar, de vez que outras tarefas

Os Espíritos turbulentos, sabendo disso, procuram demorar-se, para


provocar distúrbios e levar o pânico ao grupo, o que seria desastroso.

A lição é importante.

TRABALHO CONTÍNUO

É preciso, porém, observar que o trabalho dos componentes de um


grupo mediúnico não termina com o encerramento da sessão. Mesmo durante
o espaço de tempo que vai de uma reunião à próxima, de certa forma todos
estão envolvidos nas tarefas.

Inúmeras vezes, os Espíritos em tratamento nos dizem claramente que


nos seguiram em nossa atividade normal.

É preciso que se tenha o cuidado para não pregar uma coisa e fazer
outra inteiramente diversa.

É claro que não nos podemos colocar como seres puríssimos e


redimidos, incapazes de errar.

Estejamos, assim, preparados para uma interpelação, pois eles o farão,


certamente.

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ASSIDUIDADE

Enfrentemos com disposição e coragem os empecilhos naturais que


possam obstar o comparecimento à reunião: um mal-estar de última hora,
por exemplo.

Muitos obreiros promissores têm sido afastados de tarefas redentoras


por pequeninos incidentes como estes, que se vão somando, até neutralizá-
los de todo. Nem percebem que os companheiros das sombras souberam tirar
bom partido dos acontecimentos, ou até mesmo os provocaram, como no caso
do súbito mal-estar próprio ou de um membro da família.

No dia seguinte, ou horas depois, o mal-estar terá passado, como por


encanto, mas o trabalho das trevas já está feito: um obreiro a menos na seara,
pelo menos naquele dia.

Nosso curso chega ao fim, mas nossa jornada está apenas


começando...

Que saibamos aproveitar os conhecimentos em benefício de tantos


irmãos necessitados, encarnados e desencarnados.

E que possamos prosseguir aprendendo e ensinando, nos aperfeiçoando


e contribuindo para a evolução espiritual nossa e daqueles que vêm até nós.

Prece das Fraternidades

Nosso Divino Mestre e Salvador, fortalecei-nos e amparai-nos, para


que possamos auxiliar as forças do bem a transformar o mundo.

Veneráveis Mensageiros Celestiais, Auxiliares de Jesus, fortalecei-


nos e amparai-nos, para que possamos auxiliar as forças do bem a
transformar o mundo.

Pai Nosso, Criador Nosso, fonte eterna de amor e de luz, fortalecei-


nos e amparai-nos, para que possamos ajudar as forças do bem a
transformar o mundo.

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28
Jesus disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço,
e elas me seguem.”

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V – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AZEVEDO, José Lacerda de. Espírito e matéria - novos horizontes para a medicina.
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1989.

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