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TERMOQUÍMICA NO ENEM

Aluno: ______________________________________________
Prof.: JESSÉ SUÁREZ Disciplina Material

Turno: GERAL Data: 2018 QUÍMICA 02


A termoquímica estuda a transferência de calor associada a reações químicas ou a mudanças no estado físico
de uma substância. Para essa medica são usados os calorímetros, que são aparelhos capazes de medir o
calor de uma reação química.
A entalpia (H) é o conteúdo energético de um sistema, que é medido na forma de calor. Diante de uma reação
química ou mudança de estado físico, uma quantidade de calor vai ser liberada (perdida) ou absorvida
(ganha). Já a variação de Entalpia (H) é a medida de calor trocado com o meio ambiente (vizinhança).
Uma interessante discussão sobre essa troca de calor é discutida num assunto específico chamado
calorimetria, aquele mesmo que você vê em Física na parte de Termodinâmica. Para nossos estudos vale
apenas lembra que o fluxo de calor é constante, ou seja, para que um sistema ganhe calor outro sistema
necessariamente deve perder esse calor, e vice versa. Outra ideia muito interessante é lembrar que o calor
sai da fonte quente e vai para a fonte fria.
Para facilitar nosso entendimento, chamaremos de ‘sistema’ toda reação química e de ‘vizinhança’ todo
ambiente externo à reação química.

Com relação ao sistema, temos três tipos: aberto, aquele que permite trocas de calor e matéria, fechado,
aquele que permite apenas trocas de calor, e o isolado, que não permite nenhum tipo de troca.

Em uma reação temos: Reagentes  Produtos


HR : Conteúdo energético dos reagentes
HP : Conteúdo energético dos produtos
E assim teremos que de forma geral, a variação de entalpia de um sistema é definida assim:
H = HP - HR

Processo exotérmico: nesse tipo de processo a reação (sistema) perde calor para o ambiente (vizinhança).
Como o sistema libera (perde) calor teremos que HP < HR, então, H < 0.
H possuirá sinal negativo
H = - x calor
Assim, queimar um pedaço e carvão é um processo exotérmico e podemos representar assim:
C(s) + O2(g)  CO2(g) H = - x cal
ou
C(s) + O2(g)  CO2(g) + calor

Processo endotérmico: nesse tipo de processo a reação (sistema) ganha calor do ambiente (vizinhança).
Como o sistema absorve (ganha) calor teremos HP > HR , então, H > 0
H possuirá sinal positivo
H = + calor
A fotossíntese é uma reação endotérmica e podemos representar assim:
6 CO2 + 6H2O + calor  C6H 12O6 + 6 O2
ou
6 CO2 + 6H2O  C6H 12O6 + 6 O2 H = + calor
O valor de ΔH depende apenas dos estados inicial e final do sistema, e não de como a variação ocorre. Sendo
assim, podemos entender que as trocas de calor com a vizinhança aconteme da seguinte forma:

É interessante observarmos quais os efeitos das reações endotérmicas e exotérmicas na vizinhança,


principalmente com relação à mudança de temperatura. Esses efeitos, podem ser assim resumidos:
REAÇÃO EFEITO NA VIZINHANÇA
Endotérmica Diminui a temperatura
Exotérmica Aumenta a temperatura

Calculando o H
Um fato interessante é que independente como calculemos o H o resultado sempre será o mesmo. Isso
ocorro porque, como já dito anteriormente, o H só depende dos estados inicial e final, não importando como
ocorre essa variação. Há 3 formas clássicas de se calcular o valor do H e na resolução de um exercício,
durante a leitura do texto e do enunciado, fica claro ao aluno qual das formas é necessária para se calcular o
valor final do H.

Energia de ligação: é a energia envolvida para romper ou formar 1 mol de ligações entre dois átomos e um
sistema gasoso, a 25ºC e 1 atm.
A energia de ligação pode ser determinada experimentalmente. Na tabela abaixo estão relacionadas as
energias de algumas ligações.
Energia de ligação
Ligação
kcal/mol de ligações

H–H 104,2

Cl – Cl 57,8

H – Cl 103,0

O=O 118,3

Br – Br 46,1

H – Br 87,5

C–C 83,1

C–H 99,5

C – Cl 78,5

O rompimento de ligações é um processo que consome energia, ou seja, é um processo endodérmico. A


formação de ligações, ao contrário, é um processo que libera energia, processo exotérmico.
Para se determinar o H de uma reação a partir dos valores devemos considerar:
 que todas as ligações dos reagentes são rompidas e determinar a quantidade de energia consumida
nesse processo;

 que as ligações existentes nos produtos foram todas formadas a partir de átomos isolados e determinar
a quantidade de energia liberada nesse processo.

 O H será correspondente à soma algébrica das energias envolvidas (positiva para reagentes e
negativa para produtos) nos dois processos, o de ruptura e o de formação de ligações. É importante salientar
que este método fornece valores aproximados de H. Ele é muito útil na previsão da ordem de grandeza da
variação de entalpia de uma reação.

Assim, teremos:
H = + Hligações reagentes – Hligações produtos

Entalpia de Formação: a entalpia de formação, também denominada de calor de formação, entalpia padrão
de formação e ΔH de formação, é a variação da entalpia, isto é, o calor que foi liberado ou absorvido na reação
de formação de 1,0 mol de determinada substância a partir de seus elementos constituintes (substâncias
simples), no estado padrão.
O estado padrão corresponde à forma alotrópica mais estável da substância simples, sob pressão de 1,0 atm,
temperatura de 25ºC e concentração de 1,0 mol/L para as soluções. Os cientistas convencionaram dizer que
o valor da entalpia padrão, simbolizado por H0, para as substâncias simples nesse estado padrão é zero.
Até o momento não é possível medir experimentalmente o valor da entalpia (H) das substâncias, mas somente
o valor da variação da entalpia (ΔH). Mas se tivermos a reação de formação de um composto a partir de
substâncias simples no estado padrão e o valor da variação de entalpia da reação, conseguiremos calcular a
entalpia de formação da substância formada.
Por exemplo, considere a seguinte reação de formação do ácido sulfúrico a partir de substâncias simples no
estado padrão:

Pelo que foi convencionado, a entalpia das substâncias simples que formam o ácido sulfúrico na reação acima
é igual a zero, então podemos determinar a entalpia de formação de 1 mol desse composto usando a seguinte
fórmula:
ΔH = Hprodutos - Hreagentes
Substituindo os valores nessa fórmula, temos:
ΔH = Hprodutos - Hreagentes
-813,8 kJ/mol = HH2SO4 – (HH2 + HS+ H2 O2)
-813,8 kJ/mol = HH2SO4 – 0
HH2SO4 = - 813,8 kJ/mol
Temos que a entalpia padrão de formação é igual à entalpia do ácido sulfúrico (?Hf0 = H). Podemos ver isso
por meio do gráfico da reação:

Isso pode ser feito para todas as substâncias. Mas é necessário prestar atenção se na reação de formação a
proporção estequiométrica é dada por 1 mol da substância formada. Se não for o caso, será necessário
apenas multiplicar a entalpia de formação do reagente pelo número de mols.
A seguir temos uma tabela com valores de entalpias de formação para várias substâncias descobertos a partir
desse método:
Lei de Hess: em 1849, o químico Germain Henri Hess, efetuando inúmeras medidas dos calores de reação,
verificou que:
O calor liberado ou absorvido numa reação química depende apenas dos estados intermediários pelos quais
a reação passa. É a soma das entalpias das Etapas.
Esta é a lei da atividade dos calores de reação ou lei de Hess. De acordo com essa lei é possível calcular a
variação de entalpia de uma reação através da soma algébrica de equações químicas que possuam
conhecidos. Por exemplo, a partir das equações:

é possível determinar a variação de entalpia da reação de formação do metano, CH4, reação essa que não
permite medidas calorimétricas precisas de seu calor de reação por ser lenta e apresentar reações
secundárias.
A soma algébrica das reações dadas deve, portanto, resultar na reação de formação do metano, cujo
queremos determinar:

referências I II III

No entanto, para obtermos essa equação devemos efetuar as seguintes operações:


 Deixar a reação I como está pois já temos 1 mol de C no reagente;
 Multiplicar a reação II por 2, para que o número de mols de H2(g) seja igual a 2, consequentemente o
H também será multiplicado por 2;
 Inverter a reação III, para que CH4(g) passe para o segundo membro da equação. Em vista disso, o
H também terá seu sinal invertido, isto é, se a reação é exotérmica, invertendo-se o seu sentido,
passará a ser endotérmica e vice-versa;
 somar algebricamente as equações e os H.

Assim temos:

Bibliografia
FELTRE, R. Fundamentos de Química: vol. único. 4ª.ed. São Paulo: Moderna, 2005.
ATKINS, P.W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3.ed. Porto
Alegre: Bookman, 2006
ATKINS, P.W.; DE PAULA, J. Físico-Química, vol. 1 e 2. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2008.
CASTELLAN, G.W. Físico-Química, v. 1. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1984.
MAHAN, B.H. & MYERS, R.J. Química, um Curso Universitário. trad. 4. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1993.
KOTZ, J. C.; TREICHEL Jr., P. M. Química Geral. Trad. 5 ed. Thomson, 2003.
BROWN, T.L.; et al. Química: uma ciência central. 9 ed. Prentice Hall, 2005.
RUSSEL, J. B. Química geral. Ed. Makron Books do Brasil, 1994.

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