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Posse INJUSTA:
Observações:
1. A posse obtida de maneira violenta ou clandestina poderá gerar usucapião extraordinária. A posse
obtida com precariedade pode gerar usucapião por meio da interversão (inversão) da posse, a partir de
quando há animus domini, embora a posse continue sendo injusta. Deve haver mudança perceptível no
comportamento do possuidor (pagamento de tributos, realização de acessões, comportamento de
proprietário), não apenas de ânimo, e sem oposição do proprietário por longo período [não é pacífico].
2. Os vícios objetivos são relativos, não produzindo efeitos erga omnes. A posse somente é injusta perante
o esbulhado. Aquele que tem posse injusta pode se valer dela perante terceiros (perante quem é justa),
tanto por meio de ações possessórias quanto pela autotutela.
3. A “posse injusta” do art. 1.228 é diferente. Diz respeito àquele que não é proprietário ou não possui um
fundamento jurídico atualmente válido para a posse. Cabe ação reivindicatória mesmo contra posse que
não seja violenta, clandestina ou precária.
4. Após ano e dia da cessação da violência e da clandestinidade, o esbulhado não mais poderá se valer dos
interditos possessórios.
5. Enunciado n. 237 (III Jornada DC): “É cabível a modificação do título [caráter] da posse – interversio
possessionis – na hipótese em que o até então possuidor direto demostrar ato exterior inequívoco de
oposição ao antigo possuidor indireto, tendo por efeito a caracterização do animus domini.”
Possibilita a usucapião pelo possuidor precarista.
Não torna a posse justa.
2. Quanto aos vícios subjetivos da posse: posse de boa-fé e de má-fé.
Posse de boa-fé: quando o possuidor ignora a ilicitude no fundamento jurídico de sua posse ou os vícios
que lhe impedem de adquirir a coisa, ou quando ele tem um justo título (causa/fundamento jurídico)
que embase a sua posse.
o Justo título: contrato de locação; contrato verbal de comodato por quem aparenta ser
proprietário.
o Enunciado n. 303 (III Jornada): “considera-se justo título para presunção relativa da boa-fé do
possuidor o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não
materializado em instrumento público ou particular.
Posse de má-fé: quando o sujeito sabe do vício que macula a origem de sua posse, em violação a
direito de outrem. Sempre é sem justo título. Pode se valer dos interditos possessórios, desde que a
posse seja justa.
Observações:
1. A posse pode ser justa e de má-fé: Ex1: sujeito que compra imóvel sabendo ser de terceiro. Ex2: venda
de imóvel com dolo, erro ou coação. O alienante não poderá se valer de interdito ou da autotutela; pois,
embora de má-fé, a posse do comprador é justa (sem violência, clandestinidade ou precariedade).
2. A posse pode ser injusta e de boa-fé: compra de um bem furtado, sem saber ser produto de crime. Os
vícios objetivos (a “injustiça”) da posse se transmitem, cfe. art. 1.203 do CC: “Salvo prova em contrário,
entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.”
3. A posse de boa-fé com justo título somente se converte em de má-fé após a citação, a partir de quando
se presume a ciência sobre a ilicitude. Sem justo título, pode ser reputada de má-fé desde o início,
retroagindo os efeitos da sentença até então.
4. Ao possuidor sem justo título incumbe o ônus de provar sua boa-fé.
Posse ad interdicta: aquela que pode ser defendida por ações possessórias diretas ou interditos
possessórios.
o Requisito: desde que seja justa perante quem se opõe.
Posse ad usucapionem: posse usucapível. Pode ser justa ou injusta, não importa. Deve ser mansa,
pacífica, contínua, ininterrupta, duradoura por lapso previsto em lei e com animus domini.
o Cessada a violência e a clandestinidade, havendo animus domini, passa a correr o prazo da
usucapião.
o Posse precária: admite usucapião desde que haja a interversão da posse, com animus
domini [não é pacífico].