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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS DE CASTANHAL
FACULDADE DE PEDAGOGIA

PLANO DE ENSINO

IDENTIFICAÇÃO
Curso: Licenciatura Plena em Pedagogia
Disciplina: Psicologia da Educação
Carga Horária: 60hs – Teórica

OBJETIVOS

1. Percorrer a constituição histórico-cultural das matrizes epistemológicas da


Psicologia;

2. Evidenciar os campos teóricos-metodologicos da ciência psicológica construídas


ao longo da história e suas inserções no contexto cultural, especificamente na
Educação, visando a explicação do aparecimento e a dinâmica do psiquismo e
da aprendizagem humana;

3. Analisar e interpretar as aproximações entre Psicologia e Educação sua


dinâmica e transformação às práticas educacionais históricas.

COMPETENCIAS E HABILIDADES
 Compreender o desenvolvimento de processos de pesquisa científica, incluindo a
habilidade de selecionar abordagens, procedimentos e instrumentos de investigação
as problemáticas educacionais;

 Compreender e identificar princípios teórico-metodológicos do ensino da(s) área(s)


de conhecimento psicológico que se constituem objeto da prática pedagógica;

EMENTA
Principais matrizes teóricas epistemológicas de construção da Ciência Psicologia: matrizes
empírico-ambientalistas, matrizes racionalistas, matrizes históricas interacionistas. Da
padronização do comportamento a construção sócio-histórica dos sujeitos. Psicologia e
Educação e Psicologia da Educação: campos de ensino e pesquisa para a formação do
professor.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Unidade I. Razão e Sensibilidade: a ciência psicológica explicando os fenômenos
psíquicos
1. Os mitos da razão: do Racionalismo ao Empirismo.
2. O Estruturalismo, O Funcionalismo e o Associacionismo.
3. Três meta-discurso psicológicos: O Behaviorismo, A Gestalt e a Psicanálise.

Unidade II. Da Psicologia aplicada a Educação à Psicologia da Educação: concepções


de sujeito psicológico
1. O sujeito ativo da Psicologia da Educação
2. O sujeito reflexivo da Psicologia da Educação
3. O sujeito critico-transforformador da Psicologia da Educação

Unidade III. Catalisando saberes e pontos de confluência entre a Psicologia da


Educação e a Formação de Professores
1. A formação do sujeito e o sujeito em formação
2. Ações educativas reflexivas: o professor pesquisador

RECURSOS DIDATICOS E MATERIAS NECESSARIOS


 A disciplina será ministrada através de aulas expositivas, interativas e dialogadas
motivadas pela leitura de textos e artigos científicos, filmes e documentários e etc.
 Articulando-se o dialogo e a reflexão entre o pensar, o sentir, o falar e o agir, o
espaço da sala de aula será legitimo para o debate.
 Considerando-se a pluralidade das idéias, o desejo de saber e o reconhecimento das
dos obstáculos epistemológicos, dificuldades e possibilidades as transformações das
realidades educacionais, poderemos pensar estratégias de intervenção e inter-versão
as mudanças pessoais e a formação profissional.

METODOLOGIA
A sala de aula como espaço de reflexão na formação inicial, se constituirá enquanto
território de produção cientifica, de convivência com a diversidade seja ela política,
geracional, étnica, sexual, de gênero, cultural etc.
O respeito as diferenças e a alteridade com o exercício da ética das relações de
convivência social e da construção de uma postura cidadã proporcionará refletirmos sobre
possíveis mudanças em nossas realidades sócio-educacional.
Para tanto, nos referendamos na técnica dos Grupos Operativos de Enrique Pichon-
Rivière; este autor reconhece que “grupos heterogêneos em suas produções historias e
experiências de vida e formação, quando em grupos reflexivos, constroem estratégias de
emponderamento psíquico, constituindo-se em sujeitos singulares, únicos, pois, ao se
organizarem em processos grupais históricos” - aqui grupo operativo-reflexivo de ensino-
aprendizagem - terão como tarefa proposta refletir sobre o contexto educacional, pensar
sobre o possível e o necessário e as possibilidades de intervenção e inter-verão às realidades
educacionais a curto, médio e a longo prazo.

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Acreditamos que todo conhecimento apreendido, elaborado, subjetivado pode ser
uma ferramenta para usarmos enquanto instrumento de mudança social, o efeito pode ter
significado e sentido “terapêutico”
A programática de trabalho será orientada e planificada de forma flexível e reflexível
que segundo Guirado, (1990), pode se efetivar, considerando que:

1. Todo processo grupal deve incluir a dimensão institucional do grupo, tanto a partir do
instituído, como a partir do instituinte;

2. Todo grupo deve ser abordado a partir da abertura para o novo e reconhecer a
heterogeneidade, e não como uma estrutura homogênea e totalizadora;

3. Não nos importa o grupo como totalização, interessa-nos como espaço tático onde se vê
a produção de efeitos singulares, insólitos e criativos;

4. A alternativa no grupo não deve ser vista entre o todo e as partes, e sim entre a
produção por um lado, e o rompimento das estereotipias por outro;

5. No grupo, a função de coordenador consiste em buscar os pontos de encontro, as


encruzilhadas, as linhas de contradição entre o prazer e o trabalho, entre o desejo e a
produção;

6. O trabalho grupal inclui sempre uma análise política, uma análise de classe e uma
elucidação da fantasmática inconsciente;

7. Não há prazer no grupo fora do processo de trabalho. Igualmente, não há produção que
não inclua a prática de uma análise da vida cotidiana, o chamado âmbito das relações
afetivas e pessoais;

8. Toda crise grupal, toda comoção organizacional, deve ser tomada como analisador,
como dado revelador de uma certa verdade do grupo.

AVALIAÇÃO
A avaliação será compreendida enquanto processo contínuo de produção textual
conceitual e reflexiva – estilo narrativo, individual e ou grupal - que os sujeitos em
aprendizagem devem exercitar – Leitura, Escrita e Escuta de Si, através das tarefas
propostas pelo professor nas situações de construção de conhecimento. As produções
narrativas devem considerar e articular: (a) as discussões teóricas, (b) as interpretações da
realidade em foco, assim como (c) criticas as representações sociais do objeto em estudo
tendo como resultado a dinâmica da produção de subjetividades critico-reflexivas do sujeito
em formação frente aos conhecimentos científicos, filosóficos e histórico-culturais

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