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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

A PSICOLOGIA EDUCACIONAL: ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Helena Angolano Menhane: 61210361

Tete, Junho, 2021


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

A PSICOLOGIA EDUCACIONAL: ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Trabalho de Campo a ser submetido


na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Ensino de Português do
ISCED.
Tutor:

Helena Angolano Menhane: 61210361

Tete, Junho, 2021


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Índice
1. Introdução ................................................................................................................. 4

1.2. Objectivos: ............................................................................................................. 4

1.2.1. Objectivo geral: ................................................................................................... 4

1.2.2. Objectivos específicos: ....................................................................................... 4

1.3. Metodologias ......................................................................................................... 4

2. A Psicologia Educacional: origem e evolução histórica ........................................... 5

3. Antecedentes históricos ............................................................................................ 5

3.1. William James........................................................................................................ 5

3.2. John Dewey............................................................................................................ 6

3.3. E. L. Thorndike ...................................................................................................... 6

4. Diversidade e psicologia educacional inicial ............................................................ 7

5. Psicologia Educacional como uma ciência ............................................................... 8

6. Caracterização da Psicologia Educacional................................................................ 9

7. Conclusão................................................................................................................ 11

8. Bibliografia ............................................................................................................. 12
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1. Introdução
A psicologia educacional percorreu um longo caminho no processo de se tornar uma
disciplina com identidade própria, que ainda está em construção. Nesse processo Muitos
são os autores que influenciaram sua história, problemas conceituais e definição do seu
objecto de estudo. Essas influências vêm de diferentes áreas do conhecimento,
especialmente Filosofia, Educação e Psicologia. Além disso, tem dado respostas a
diferentes questões, influenciadas por sua história e o contexto em que esteve
desenvolvido.

Portanto, para entender o que é a Psicologia Educacional hoje, é importante percorrer sua
história e a partir daí conhecer seus precursores e raízes conceituais. Esse mesmo a
história é o que influenciou as dificuldades que esta disciplina teve para definir seu
objecto de estudo e para onde vai. É, então, vital reflectir sobre estes problemático. Este
trabalho irá desenvolver o seguinte temas: A Psicologia Educacional: origem e evolução
histórica.

1.2. Objectivos:

1.2.1. Objectivo geral:

 Conhecer a origem e evolução histórica da Psicologia Educacional.

1.2.2. Objectivos específicos:

 Descrever os momentos que, ao longo do tempo, foram destacando a importância


da Psicologia Educacional;
 Discorrer sobre os Antecedentes históricos da Psicologia Educacional;
 Caracterizar a Psicologia Educacional.

1.3. Metodologias

Segundo CERVO e BERVIAN, 1978: 17 in LAKATOS. “Método é o conjunto de


processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da
verdade.”

Quanto ao aparato metodológico, baseie-me em pesquisas e leituras de obras que


debruçam de forma profunda sobre o tema supracitado, pesquisas e leituras, que
contribuíram de forma bastante preponderante para o desenvolvimento e término do
trabalho.
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2. A Psicologia Educacional: origem e evolução histórica

A psicologia é o estudo científico do comportamento e de processos mentais. A


psicologia educacional é o ramo da psicologia dedicado à compreensão do ensino e da
aprendizagem em ambientes educacionais. A psicologia educacional é uma área tão
abrangente que precisa de um livro inteiro para ser descrita.

Alguns autores entendem que a psicologia da educação é o resultado da selecção entre o


conjunto de princípios e explicações que as diferentes área ou especialidade da psicologia
proporcionam, os aspectos especialmente relevantes e pertinentes para a educação e para
o ensino, sendo assim a psicologia da educação não constitui um âmbito especifico de
conhecimento e sim com um campo de aplicação da psicologia.

Porém existem autores que compartilham do princípio em que a psicologia da educação


tem relação básica com aplicação da psicologia aos fenômenos educativos sendo assim
algo mais que apensa um campo de aplicação.

3. Antecedentes históricos

O campo da psicologia educacional foi criado por diversos pioneiros em psicologia no


final do século XIX, bem antes do início do século XX. Três pioneiros – William James,
John Dewey e E. L. Thorndike – destacam-se no início da história da psicologia
educacional.

3.1. William James

Logo após lançar o primeiro livro-texto de psicologia, Principles of Psychology (1890),


William James (1842-1910) proferiu uma série de palestras intituladas “Talks to Teacher”
(James, 1899/1993), em que discutia as aplicações da psicologia na educação de crianças.
James argumentou que os experimentos laboratoriais em psicologia muitas vezes não
conseguem nos dizer, eficientemente, como ensinar crianças. Ele enfatizou a importância
de observar o ensino e a aprendizagem em sala de aula para aprimorar a educação. Uma
de suas recomendações era a de iniciar as aulas em um ponto além do nível de
conhecimento e compreensão da criança para expandir a mente dela.
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3.2. John Dewey

Uma segunda figura principal no desenvolvimento do campo da psicologia educacional


foi John Dewey (1859-1952), que se tornou uma força-motriz na aplicação prática da
psicologia. Dewey estabeleceu o primeiro e mais importante laboratório de psicologia
educacional nos Estados Unidos, na Universidade de Chicago, em 1894. Posteriormente,
na Universidade de Columbia, continuou seu trabalho inovador. Muitas ideias
importantes se devem a John Dewey (Berliner, 2006; Glassman, 2001).

Primeiramente, devemos a ele a visão da criança como um aprendiz activo. Antes de


Dewey, acreditava-se que as crianças deveriam permanecer sentadas silenciosamente em
suas cadeiras e aprender passivamente de uma maneira mecânica. Em contraste, ele
argumentou que as crianças aprendem melhor realizando.

Em segundo lugar, devemos a Dewey a ideia de que a educação deve enfocar a criança
como um todo e enfatizar a adaptação da criança ao ambiente. Dewey considerou que as
crianças não devem ser educadas apenas em tópicos acadêmicos, mas sim, aprender como
pensar e se adaptar em um mundo fora da escola. Ele pensou especialmente que as
crianças devem aprender uma forma de ser solucionadores de problemas reflexivos
(Dewey, 1933).

Em terceiro lugar, devemos a ele a crença de que todas as crianças merecem ter uma
educação competente. Este ideal democrático não estava em vigor no início da carreira
de Dewey, no final do século XIX, quando a qualidade da educação era reservada apenas
para uma pequena parcela das crianças, especialmente os meninos de famílias abastadas.
Dewey lutou por uma educação competente para todas as crianças – meninos e meninas
bem como para as crianças de diferentes grupos socioeconômicos e étnicos.

3.3. E. L. Thorndike

Um terceiro pioneiro foi E. L. Thorndike (1874-1949), que enfocou a avaliação e a


medição e promoveu os princípios básicos científicos da aprendizagem. Thorndike
argumentou que uma das tarefas mais importantes da escola é a de afiar as habilidades de
raciocínio das crianças, e ele se distinguiu ao fazer estudos científicos precisos de ensino
e aprendizagem (Beatty, 1998). Thorndike promoveu especialmente a ideia de que a
psicologia educacional deve ter uma base científica e deve enfocar fortemente a medição
(O’Donnell e Levin, 2001).
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4. Diversidade e psicologia educacional inicial

As figuras mais proeminentes no início da história da psicologia educacional, assim como


em outras disciplinas, foram principalmente homens brancos, tais como James, Dewey e
Thorndike. Antes das mudanças nas leis de direitos civis e políticas realizadas na década
de 1960, nos EUA, apenas alguns indivíduos não-brancos dedicados obtinham a
graduação necessária e rompiam as barreiras da exclusão racial para iniciar pesquisas no
campo (Banks, 2006; Cushner, 2006).

Dois psicólogos afro-americanos pioneiros, Mamie e Kenneth Clark, conduziram


pesquisas sobre o autoconceito e a identidade de crianças afro-americanas (Clark e Clark,
1939). Em 1971, Kenneth Clark tornou-se o primeiro presidente afro-americano da
Associação Americana de Psicologia (American Psychological Association – APA). Em
1932, o psicólogo latino George Sanchez conduziu uma pesquisa que mostrava que os
testes de inteligência foram culturalmente enviesados, desfavorecendo as crianças de
minoria étnica.

De modo sintético, podemos afirmar que a origem e evolução histórica da psicologia da


educação configura-se da seguinte maneira:

 Até o final do século XIX: a psicologia e a educação estiveram totalmente


mediadas pela filosofia; Até 1980 aproximadamente: não se falava da psicologia
da educação durante ente período, porém teve influência de caráter psicológico de
natureza filosófica no pensamente educativo;
 1890 – 1920 aproximadamente: a psicologia começa a se distanciar da filosofia e
se transforma em uma disciplina cientifica autônoma. Os precursores da
psicologia da educação foram: J. M. Cattell (1860-1944) e G. Stanley Hall (1844-
1924).
 1920-1955 aproximadamente: durante esse período, a psicologia da educação
mostrouse como a “rainha das ciências da educação”, segundo expressa Wall
(1979, p.376).
 A partir de 1955, aproximadamente: no decorrer da década de 50 ocorreram vários
factos que modificaram de maneira substancial o panorama da psicologia da
educação.

A psicologia da educação, no decorrer das duas primeiras décadas do século XX,


identifica-se, pois, com as tentativas de utilizar e de aplicar na educação todos os
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conhecimentos potencialmente relevantes proporcionados pelas pesquisas desenvolvidas


no âmbito da psicologia cientifica nascente. Contudo, existem três áreas ou campos da
pesquisa psicológica que se sobressaem, entre outros, pelo interesse potencial na
educação escolar; chega a constituir, além da diversidade comentada, o núcleo da
psicologia da educação durante esse período: o estudo e a medida das diferenças
individuais e a elaboração de teses, a análise dos processos de aprendizagem e a
psicologia da criança.

Na metade da década de 50, 30 anos ou mais depois da data que marcou o seu nascimento
a psicologia da educação apresenta um panorama extremamente complexo e um pouco
contraditório. De um lado, e como consequência do protagonismo que lhe foi atribuído
na tarefa de abordar todos os aspectos, todas as dimensões e todos os factores presentes
no processo educativo. Por outro lado, seus limites perfilam-se progressivamente como
uma consequência dessa ampliação dos conteúdos e das temáticas que estuda, torna-se
cada vez mais difícil precisar em que consiste a sua especificidade em relação às outras
áreas da psicologia e ás outras ciências da educação.

5. Psicologia Educacional como uma ciência

A psicologia educacional extrai muito de seu conhecimento de uma teoria mais ampla e
da pesquisa em psicologia. Por exemplo, as teorias de Jean Piaget e Lev Vygotsky não
foram criadas com o objectivo de informar os professores sobre as formas de educar as
crianças. O campo também é traçado a partir da teoria e da pesquisa mais directamente
criada e conduzida por psicólogos educacionais, e das experiências práticas dos
professores. Os psicólogos educacionais também reconhecem que o ensino às vezes deve
partir de receitas científicas, que exigem improvisação e espontaneidade (Gage, 1978).

Como uma ciência, a psicologia educacional tem como objectivo fornecer conhecimento
de pesquisa que possa ser eficientemente aplicado a situações de ensino. Mas o ensino
ainda permanecerá uma arte. Além do que pode aprender com a pesquisa, você também
continuamente fará julgamentos importantes em sala de aula com base em suas
habilidades pessoais e experiências, bem como com a sabedoria acumulada de outros
professores.
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6. Caracterização da Psicologia Educacional

Para Barbosa (2001, apud MACHADO, 2010) compreende-se por Psicologia Escolar um
campo de actuação do psicólogo, caracterizado pela utilização da Psicologia no contexto
escolar. Tem o objectivo de contribuir para aperfeiçoar o processo educativo, entendido
como complexo processo de transmissão cultural e de espaço de desenvolvimento da
subjectividade.

A Psicologia Educacional se constitui, segundo Cassins (2007), desde os tempos antigos,


como uma prática que se articula com a educação buscando alternativas para auxiliar o
processo educativo. Nesse sentido, compreende o desenvolvimento ensino/aprendizagem
a partir dos conhecimentos sobre o desenvolvimento emocional, cognitivo e social, para
assim direcionar a equipe educativa no aperfeiçoamento da escolarização do aluno.

Para Cassins (2007) a participação do psicólogo Educacional na equipe multidisciplinar


é imprescindível, uma vez que, respalda essa equipe, com conhecimentos e experiências
científicas acerca do processo de aprender e aprendizagem do aluno. Mostrando que, os
déficits de aprendizagem muitas vezes têm as causas na educação familiar, outras vezes
na ausência de uma vinculação sólida familiar. Desta forma, é preciso levar em conta a
relação professor-aluno e estudar cada caso em profundidade.

Cassins (2007) descreve que a actuação do psicólogo também visa subsidiar a distribuição
apropriada de conteúdos programáticos, que deve ser efectuada de acordo com as fases
de desenvolvimento dos alunos, seleção de estratégias, apoio ao professor no trabalho
com uma população diversificada de alunos, desenvolvimento de técnicas inclusivas para
alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou comportamentais, programas de
desenvolvimento de habilidades sociais e outras questões relevantes no processo ensino-
aprendizagem.

Antunes (2008) corrobora esta ideia, pois também visualiza o psicólogo Educacional,
com a função de desenvolver, apoiar e promover a utilização de instrumental adequado
para o melhor aproveitamento acadêmico do aluno. Não somente no plano escolar, mas
principalmente, no plano social. Como discutido anteriormente, o psicólogo escolar
desenvolve actividades direcionadas com alunos, professores e funcionários.
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Antunes (2008) acredita que em seu trabalho, o psicólogo deve formar parcerias com
vários segmentos da escola: com a coordenação, direção, professores, comunidade,
familiares, profissionais que acompanham os alunos fora do ambiente escolar. Buscando
agir de forma preventiva e a transformadora, que requer ajustes ou mudanças. Desta forma
agindo e contribuindo para o desenvolvimento cognitivo, humano e social de toda a
comunidade escolar.

Para Coll (2007), a actuação da Psicologia da educação auxilia no processo educacional.


Esta tem uma dimensão psicológica, a qual deve ser considerada, assim como os
processos psicológicos oriundos do ambiente educacional. Desta forma se faz necessário
a análise do comportamento e demais componentes psicológicos dos alunos e/ou
indivíduos inseridos naquele contexto.

Novaes (1996, apud MACHADO, 2010) coloca que, a Psicologia Educacional se trata de
uma área da Psicologia. Entretanto, na realidade moçambicana, esta área é ainda
visualizada sem grande importância sendo considerada por várias instituições escolares,
desnecessária. Os serviços de Psicologia Educacional se encontram fundamentado
teoricamente e visam favorecer todo o processo educacional, pois é desenvolvido nas
instituições de ensino.

Para Novaes (1996, apud MACHADO, 2010), actualmente a actuação do psicólogo


emerge com objectivo contextualizado e direcionando a Psicologia Educacional para
problemas individuais e/ou colectivos concernentes ao aprender. Desta forma, o tema
favorece discussões e padrões de prevenção referentes ao fracasso escolar do aluno. O
ambiente escolar é uma área que contribui para o caráter reflexivo e interventivo do
psicólogo, o que torna como fundamental o desempenho da Psicologia nesse campo
educacional.

De acordo com a abordagem dos autores acima citados, podemos expressar a importância
que a psicologia pode ter para a análise e para resolução dos problemas educativos,
através da psicologia da educação podemos, por exemplo, observar as diferenças entre os
alunos e não mais qualificar com “inteligentes” e “burros”, observar que os factores
externos influenciam no aprendizado, que a relação aluno x professor é de suma
importância.
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7. Conclusão

Feito o trabalho concluímos que a Psicologia da Educação surge como resultado do


esforço empreendido por muitos psicólogos e pedagogos, preocupados em aplicar o
conhecimento, os princípios, as explicações e os métodos da Psicologia no campo das
práticas da Educação. Assim, parece lógico que, como fruto do trabalho de psicólogos e
pedagogos, a história da origem e da evolução da Psicologia da Educação confunde-se
com a história da Psicologia científica.

Até por volta de 1890, ocorre a justificativa para o emprego do método da disciplina
formal, que, orientado pela principal finalidade que é de exercitar as faculdades humanas
dos alunos como a inteligência, memória, raciocínio, atenção, concentração etc., priorizou
os conteúdos de ensino. Nessa época, a teoria educativa vigente era a das faculdades ou
funções cognitivas. Considerando que em razão de tomar como objecto de estudo os
aspectos psicológicos das vidas humanas, o estudo do desenvolvimento pela Psicologia
revela-se complexo. Ocorrendo o mesmo com a teoria educativa.
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8. Bibliografia

ANTUNES, M. A. M. & Meira, M. E. M. (org.). Psicologia Escolar: Práticas Críticas.


São Paulo: Casa de Psicólogo, 128 p. 2003.

CASSINS, A. M. et al. Manual de Psicologia escolar – educacional. Curitiba: Gráfica e


Editora Unificada, 2007.

COLL, C. Desenvolvimento psicológico e educação: Psicologia da educação escolar.


V.2. Porto Alegre: Artmed, 2007.

GOULART, Iris Barbosa. Psicologia da Educação: fundamentos teóricos, aplicações à


prática pedagógica. Petrópolis: Vozes, 2001

MACHADO, F. L. B. A. Sobre a atuação do psicólogo escolar. Faculdade de Ciências


da Educação e Saúde. Brasília, 2010.

NOVAES, M. H. (1996). In: MACHADO, F. L. B. A. Sobre a atuação do psicólogo


escolar. Faculdade de Ciências da Educação e Saúde. Brasília, 2010.

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