Você está na página 1de 58

Duns Scot e

Santo Tomás de Aquino


Aula 11

por Olavo de Carvalho

colcção

História
Bssencial da
Filosofia
l\rrs Se{n c Sant0 Toinás de Á."inn
^uhII
frn'Ollvo dc Carvatho
(l)lcçao l lis(órja llsscnoinl da t-itôvnia

nha csla publicaAatrr um DVD,


qrc
^comp
ráo podc ser vcndido scparadantnre.

I»rprcsso nó Brasil, Icvcrcth de 20tl


CopJ.lght o 2004 byOlavo dc Carvàtho

Foto olavo de Carvalhô

Edilo
Fldson N{anocl dc Oiilcíâ Fitho

Moniquc §chenkck e Dàsmar Rizzolo

'Itrcza MaÍia l,oure.Ço l)ercira

Os dimilos auLuais dcsla ediqio perrcnccnr i


í: Rcàlizacõcs Edirorá, Llvraria c DisLÍibuid,trí t.l(h

CFIP: 0,1010 970 - §ào Paulo St,


Tclcrü: (l l) s572-53tj3
l].mail: cúi,ercalizaco.s.ú)m.br
!/WÚcalizacocs lom.br

,n / \.â.d,q
o.o,i,
IL...! Jo ,.,1,. 0., t,, i.l
0,rt,ci i i ., +.t,r/.
Duns Scot e
Santo Tomás de Aquino
Aula l1

por Olavo de Carvalho

coleção

História
Essencial da
Filosofia
&
20t3
Coleçáo História Essenciâl da Filosofia
Duns Scot e Santo Tomás de Aquino - Ar a 11
poÍ Olavo de Carvalho

Vamos lãzerhoje unr estudo compaÍativo dos dois maiores lilósolos


da Escolástica, Santo Tomás de Aquino e Duns Scot. (...) O que vamos
cstudar aqui já é suficiente para captar â1go pêlo menos do estiio inte-
lectual de cada um.
Na iniroduçáo sobrc a filosofia escolástica em geral, lembro-me dc
ter dito, ou digo agora, que o problehra básico de toda essa filosofia é
o problema da "ciôncia cristã ': como é que se poderia desenvolvet um
conhccimento científico abrangendo o conteúdo das Escriturâs. No
caso, esse conteÚdo náo enlra como elcmcnto doutrinal, rnuito nenos
como elemento tilosófico, mas con1o un1 dado da realidade. Ao longo
de toda a obra de Santo lbDrás de Àquino, por er€mplo, um dos traços
constantes é adocilidade com quc elecede à exigênciados lãios-ian1o
os faios obscrvados na sua experiência pessoâl quanto os obtidos por
in!.estigaqão científica e os relâtados pela trâdição crisiâ. Ele nao dis
cutcr sc ó fato, tem auioridâde divina. mesmo porque, explica clc cm
urn ceno momerro d0 Sumu fonttu o\ Eentto:. nô. no\ cnmunicamo\
com palavras e Deus o iãz aiÍavés das palavras e das coisas, isto é, dos
tàtos mesmos- Tlrdo o que acontece, setâdeque oÍdemlor, é scmpre um
discurso diüno e vem. porianto. con a garantia dâ autoridâde divina.
Os lalos da ordem crisiá, nêsse caso, nâo sào fatos de oiden pdvi
legiada, sào do mesmo tipo que os outros. Entâo, partindo da veraci-
dade da naüativa transmitida - seja nos Evangelhos, sejâ na tradiçáo
câiótica - e tâmbém dos dcmais fatos conhecidos. Santo Tomás trata
de elabord sua ciência crisiá usando essc mcsmo conhecinento obti
do por experiênciâ, por icstcmunho. e os conceitos lilosólicos que ele
ia conseguinlh elirborar com o matcriâl quc possuía. Iisse inaterial é
cL,lhi.lo basicanlcntc nas (,brâs dc Arislólcles Mas acho Í)talmc|tc
cirado lornrular o prohlcnlâ, conro tanros anuais de lilosofia o Iazen,
dizcndo ctuc Sitrto n)mis de ó o sujcito quc laz a conciliaçào
^quüro
de Arisló1cles conr o perlsamcnio crisiao cnr pri.reiro lugar. porque
para clc o cristialisü) rrao cra um pensaltlcnto, cra uIlra realidade. e,
ell1 segundo, porquc cslava preocupado Dilo eln conciliâr duâs .loLrt
Iasi iras enr clahor r .loutrina lorentc rm ccrir) conhecinrcfto que nào
cra dc oltlcrn dorlriual, rllàs .la.,r.]dn da cxpcriência. Essc é. cnláo, o
prol,len1a básico da ciência crisiá
Natulrlnrcrrtc. corno iá expliquei, a claboraçáo da ciôncia cris(á
t(»nâ a lorma de s/l]flrs. surnas não sao nnda ais do quc uma nti,
^s
lizaÇáo sistemitica.lo Drérodo da diâlóticâ de §l(ileles. lá devo ter
^
explicado qnc. cmbora Arisróicles acrediiassc que o discurso cic iiÍico
propriênütc diio dcvcria scmprc poll.r, cr úliinrâ aná isc. forrnâr
rôrà,r'(',rr "à'!'J. rdo,la. tri cr..'r.Iiyir. lurJ
as últimâs conseqiiênciâs, o rnéiodo |ara sc chegar às descobcrtas conr
que se laria essc discurso cicl,tlÍi.o t o tltébt1o Llidláli.o. poúanto, o
dâ conlrontaçáo dos c(niiftirios
Se vocês cxnlninarcm âs várias surtas pÍo.luziclas nesse periodo,
como às de Sanlo Alhcrlo, r dc dc Hàlcs. ó.k) pr(iprio
^lcliândrc
Sanlo Tomás, vcftio quc c.rdd oapitul(] ó unra discussáo dialótica. nns o
co iullt(l Lenr u ra cslru1um iógicr) âna]íticâ, qUcrdizcr às conclusaesde
oâda pârtc, dc câdr cipíiulo, a respostl (ada qucsttio. isso já consiilui
urra prclrissâ quc scrá Lrsâdà pàra a soiuc;ii) ck)§ problclnâs scguinics.
Elâs iôrü, criáo, uDl. cslruiura nrcn) (lialcticl u nrci,)-aDâ1íticâ: são
ânalí1icas no 1odo. nlas diâlaticas ik) irararrorlo (lc cada qUcsião cm
parlicular À quesiao erâ colocâda prioreir(, c(,rro unrir pcrgunta. uD1
dilcnta, ÍDr proble[ai crlr scl]uidaj crrin cnuncia(las as \,árias resposias
conhecjdils e concebidas rnâis algunras possi!cisi dcpois. r! nr ârhitradas
{liflcticarrcrtcicnlirr, chcga!a se u ma con clLr s.rc, e da concllrsao eranr
{lradrLs rcsposias às objeçôes.
Nao ó preciso.lizer que. ainda hoje. loda invesiigaçilo cieniilica
seguc cssâ cstÍLltrra. Eos problemas Llê que n! sumas tratavan1,
m cs ma
pclo próprio nome '$uma" iá se vé que sio un1í infinidadc. Estc quc
eu dcsc,âria cxpor hoic justânrcoic p{)rque ele oblénl soluçóes ditê
rcnlcs quando tratado pclos dois maiorcs filóson)s da Escoláslica, que
s:lo Santo Tomás e lohn lluns Scol é particularmente ürteressarltc. c
Il.lo só para ilusrrâr o matodo, mâs pârâ nx)stra| qual era o centro da
prcocupaçâo desses individuos
A Íilosoliâ dc Aristóicl.s. quândo chega à [uropa alr.Lvés deversões
árâbcs, náo iern ulna accilaçao irncdiata. Na apoca, há unr concilio
quc já imPugna 28 de suas ieses, e é atrâvés de Sânto Albcrio c Sanro
'ft)l]tás dc Aquino quc sc âdrnitc o uso do arisloielisrno ra claborâçao e
na criposiç:lLo da doutrina crislâ. Dcsse modo. parâ conrprccndcr o q0e
csses honlcns eslavam teniando lazcr é necessário voltar unr pouco a
e nâo poclenios esqueccr quc sua lilosolia iermina conr unr
^risiótcles
problemi, coni unlenigma. conl unlâcontmdiÇrio náorcsolvida. Mas. dc
cerio rodo. cssa a rnra colltrâdiÇáo que não é da Iiiosofia êrislotélicâ.
pârece inerente à própria natureza das coisâs, incrcnlc pclo rrcnos à

Arisióielcs h.ivia dito qiic todâ í realidade. tu.lo aquilo que existe
eletivanlenre, exisle conro sràrl.incia. c nâo como qualidâdc. ná., como
alribüb, nao conro prcdicado Ecledclines ásr?,rcr, comoaquiloquc
ncDr é partc dc outro, ncm ó prcdicâdo dc ou1tu; dito de outro modo: é
rlgo quc ó algo clr si mcsmo c por si mesüo. A substiircia, ncsse câso,
cvidclicmcntc. lcrn âs caracicristicas dc nrdividualidade. ou melhor. só
Lxistc subslânciâ singula! não podc |âvcr ulllâ "subsLància gclarica' :
aquilo quc lbr gcnórico scrá urn airibulo dos eutes iodividuais nos quaÀ
clc sc anifcsta. l,or outrc lado. toda a ciôncia arislolélicii é nontada
dc 1al l1x)do quc se va quc só sc obtóur conlrêcinrcnto cicniilico dâquil(l
quc a gcDérico ou cspccUico
t']ârc.c, cn(áo. quc a rcalidad( sc cstrüiura de un1 jeiio c o co hcci
nento humano sc estrulura dc outro, havc do, porlant(J. unra tcnsãor I
rcâlidàdc aparecc senrprc sob a tornra da cnlid dc shgulâr ou da subs
tirncia sifgulâr c nosso (on hecimcnl o, rosso odus t:oN oscctltli busca
senrpÍe os gêncros. as cspé.ies e as lci§ gerais por tftis do acontccer
Dilo iío. Aris((ilelcs nx)rrcu. Nadâ rrais disse rlcln lhc loi pcrgün

S{)bra ertâo cssc prohlcrna, c, a fàrlir dàí. orldc !Ucr quc sc busquc
unr conhccinrclllo cicntílico no Ocidcnic. sc prc halcirl cssa tcnsáo.
l'\, ,, ,u.1,, g,., ,ui(.,,, , , , ,
didâdc Iln oulro lado. lravia (lislirgujdo crn todos os sercr
^risióiclcs
existenles uur.rspeí1í) /rdrc,'i.rl, isto ó. aquelc dc quc elcs se compõern,
c úr1L1spc(1o íon ol.q|rc ó suâ litnrLrla espccilica, a coffposict«) esptl
cÍfica qüc ó drda a essa matériâ pârâ disiinguir esscs c]rtes dc ouirl)s

V.ja quc. p ssado t(xlo cssc tcillfo r ciência conlcnrporâncr âiIda


dependc frlndânrcllial]rcflc disso. llasta vrr a tcoria à1atrnicr ou â ia-
bclâ pcrirjllica dos cJrnlcnlos c sc !crÍ quc as ililcrcnças cntrc os vário\
corpos san) arrres li»mais do qUc nrâtcÍiuis. quc as nrniariâs dc quc clcs
se colnpõcnr sáo scnrprc as nicsnras, cstiir lporas (krsaclas. combinadas
ditcrcntcnrc ic I csse elerrento loÍnrtl], (t cairnaiclial,navcdâdcó
.,r.,,\.ÍJi1,.r,,..-r,1,,.rJ,1",Í, r..,.\ r...rtr...r r1 lL , ,.,,, '., i urÍ,
entc l)o nrcsmo nx)rlo. isso apnrcc(,nao âpcIas rra qrn lcJ. nras lam
baü na bnnogiâ Eaparc(c ainda cntrc os scrcs l rarx,s (j(nrsi(lcrados
t^i,,,,'.,,'Jr'r, r rc p^ \,.,., r, r,'\ t,r,,. (, ,n,r :,\ r.,i.'{\'.,',
i'rpulsos dc base. as ncccssidrdcs l)irsicas sáo cxâtânrcntc os nrcsnros,
rpenas sc cornparcll) com unra li;rDrula dilcrc ic dc ildividuo para
individuo

8
lss,) qucr dizcr quc o col],ceito tlc ildkiia t Íotna ainda coDtinuit
\ hoic lU s se lodos os cnics cram esiruturados corno nràtória e
rl( ,tr|o
,'IrLiL, scfdo n natóriâ o lado gerórico c a l'oflra o clcnrc[to especíii
1,, slr) 4. i) elenrcnlo quc os dilcrcnclava: sc iftlos os cntcs eranl assinl
L,' ,srituí(tos, resiavr o següinlc problcnrâ o quc é (tue det.rmina. n:io
,, (lilrrerrÇâ espccílica. mas a {liliren(a individuâl'l Esse problenü é
1lr'r vissirrx), pois. sc tllclo o que exisLe s(, c\is1c sob â lbrma individuâl.
rih cristcexislênciagertórica, cntào nào sc podc irnaginâr, por cxemplo.
irr lcrôlrcrlo "vida", r1o serlldo l)i(r(igico, scnão manjlcstado ent Lr ra
,,(li!idualidâde vivertc c(mcrcta
Sc os entcs sc compôcrn.le matéria e l.,mâ. cntáo sLrrge o pro
ln.nra dâqüilo quc os cscolísiicos chturariam de t)rit1c+ia indiTri'
tllttkrtis, o princípio (tuc irdividualiza .lenlro da rrcsnrâ cspécie
s.us vtirios rrcrnbros. Sânto lirnrás dc AqLrino. trrbalhando enr urna
linlrà quc lhc parecia nl is oriodo-lamcnte arislolélica, dá a scguir'
rc soluçáo: clc diz qrc â tirmâ é scnlpre cspccílicâ. qucr dizer, é.r
i,)ira Llc uma cspécie. Se a li)flrra ó dâ cspécie, isto signilica quc a
(lilcrcnça nurérica enlrc (,s váÍios iodividuos s(', pocle êsiar dctcrni-
fir(lir pch nrâtóÍiâ. É como sc unla nrcsrnx âróriâ lossc coriacla enl
\xrios pcdaços segunclo o rrcsrlm llnrdc Usan.io ulna inr.rgcrn fiuiio
|rosscira. .liganros qúe vocô tcnl uDra tornrinha, c co r cssâ lornriflha
r(ü)rla dentro da nrcsma maiória várnrs individLros. várias entidâdcs
illdividuâis. segundo a Ircsma Íbrn1â. I']orlanlo, enlre dois lcrcs da
,rcsnra espócie rão havcria diÍêrcnçil loflIal, âpcnas urateriiLl. Por
.\cnrplo. c|lrc cu e vocrl. olr de você pâra você mesnlo, a diferençtt
lr)flnal cslaria apcnns nos caraclcrcs quc dclincllr à cspócic hulnana
rlcnlro.lc urtr rnatcrial (lue é constiluíLlo pclâ arilnalidade cln gerall
rrrssa rtilcrcltça individual scria apcnâs que, dcntro dessa rratéria
jrcial. cla.rninrrlidadc crr Êcrâ1. câda unr de Dós loi tccortado erI uln
hssa srnuçao lilrecia nruilo corre(a nrcsnro porque Srrto Tirmás d.
cxplicava quc a rnâtória a quc clc csiava sc rclcrirldo nalo era
^quino
rrfra nraléri genarica, o que Íria a mâtéria prinrâ inicial, (tuer di7cr.
a nrâlaria scnr !uris{lucr caildere$. a maiórií ir ilcrcrclâdâ, nras iá
unra nlaiéria cspccitica difcrcnlc dc ouiras. Hssa nralória seria o !ue
clc chrnra dc ;nalcrir iá assirialld.r pela !uanti.la.lc' â /xall,la
sig/ntd (tua titate: oLt scja, náo sc lrata da mâtória crr gcrâ1, r âs dc
urrr nraléria espccíljca (luc é sLrh.lividlcla enr pcdaços para lonrar os
várkrs indi!duos. porarr stlbdividida scgundo o nrcsm., rtoldc quc dá
âs carâclcrÍsticâs da espacic.
Àparcft cntão um sujcito chatrra.lo l)uns Sc(Í c diz qLrc isto náo
podc suJ assiln, pois â Bibliâ diz quc a alnri indilidual a inloriâl. e. sc a
alnla individual é imolal. enialo ela nio pode dcsaparccer no instanlr
cnr qrc sc dcsiaz o conrposto loflna c nrâtória, no insianlc Llâ nrorte.
Se a diierencâ individual estivcsse (ladâ na maiéria. etâ tcria dc cLcsa

parcccr nâ lrord crD quc se Lleslaz o cornposto: rslc iá é unr pr.úlcr a


«)locado por unr connonlo cnirc a rcvclâçào crislâ ri um clado dn l'ik)
§oliaari!totólica lliz I)uns Sü)t. (lrl.lo, quc a diliicnça dc in(livíduo
pam irdivíduo tcm dc scr unr dilcrcnçr dc ordcr)r iornral, isto a. lcnr
dc hzer partc da cssência.

|^|.r\Í': doit ?jÍtt Ínhtdttpokiita,\t:l


Os
tln vcio uDr pou«) Llcpois dr) rNlro l)urs Sc{)l c rais iovcr
Esrc a o pdrrciro p()nto: Duns Sc(Í (li, qrc ol),'I//.4)io ilduiiduutu)
xls nào podc csiar na nrârória. lcnr dc csrar râ ii)rnra Essa é a p[imeira
obscrllÇáo qrc clc lar Err suma: o (tur (i Drot)riarncnrc cssc pràlcipÍ)

l)iz elc quc é um prircíptu quc jí cíí prcsrnic na prófria essêrrcia


J,,,.t""r, l),,J, tu,' ,r'r., \ \pci'i ,ri,ra,l ''.r.,,r
dc scus lndiví.luos. â indivi(lLrrçio é Lrnr princípio que esli alivo nà
li,,.i rn.. I l2) )i l)r r s.,í,. I r),(r
'
1t

-..<_
t,ropria cssancia !lâ cspécie, nao é unr segundo principio, náo ó Lrmâ
t,,isiL dilcrulte da essência da cspécic. O priucípjo dc individuàção
t'sir ilado nit lbnÍa, isto é, na essênciâ, e não na matéria. E cLc náo ó
tl !ririo dà cssônciê dll espécie, é a pr(jpria nraneira pelfl quâl a espécic
,,( franili5ta: essc é o lcgurrdo ponkr.

Alunor Xlds se í) prrlú4rLo de itldiriduaçt1o lúz patle, cot o é que


tr\k'Lt?et ptú1e clo cssatrcia da espécie sa e\lii prest,ltt trt othls as

É porquc szr r:splcie coosistc cm manilcsiar sc nt.ayós.lc in.livi

M.,r rssircid xriL) é utna coiso ttue dislitUue ut a cvacin


^hmo:
rlt ttlaçtu às outkts, peb qu. í.stá prcsenle neld c fiio us aul ts? Se
t:ttí ptctÍ.nte en bda:i as cspiLies. e tào ( ..) |
Não. tistc é exalanrente (, problema no qual vanús cnúâr âgora.
Elc chcgâ cntão ncssc pl1Íncrna iuslanrenic repaiando qLrc não é
r.r lodâs as espécics quc os scrcs sáo iguâlmcric i dili.lu.rliza.los;
tL!cche qu. c\islcrr graos dil'crerlcs (le irdividLràlizaqâo. Por cxemplo:
sr voc.l pegâr ull1 pcdâço dc pcdrâ c qucbftr. tcnr duils po.lrast Ínas sc
r(gar uma planla e cortá 1â ao n1eio. ráo tcm duas plântâsr c sc pcitar
Lrri saio e corlá Io .to nreio. nao tcü dois gatos . Duns Scoi pcrccbc
i
t(l. cxistcm graus d€ indii,idüâ1izaçáo c quc. poÍranio, .lc cspacic prrr
( spócic pode havc. uma dilcrerça na própria naturcza do priocfun) dc

ri.livi.luaçáo EIc a.lmitc. cniáo, a hip(itese de que.


rtrllviLlualizr.los. o principio de individLrâlizaqunr fodc scr nuis lnatcriâI.
,1!llodiziâSâ 1(]Tírnás(lc^quino,c!ucrosentesmâisdifcrcnciados.
,,rnis individualizâdos. cLc tcria d( scr nrais lonral.
Isio signilica quc já se inlroduz clcntro cla ic{éia do ptlficipn ind i i.
1rl.r1rírr^- â iílóiâ dc ur a lcrisln) ( ue tanrbénr pcrpassâ lo(lo o tlniverso.

IL
Nào cxislc unra respostâ unívoca à qucstiro doprir.it)i.) ifidi?rtrttntio is.
pois {)s s(!cs nâo sdo igu.rlnrcfllc irxlividuâliza.los NahoraonqucDUrs
Scot diz isso. elc pcrcehc quc Arislótcles já trrvia insinuado âtgurna
c{)isa dcssc 1ipo. lsso qucr dizcr quc rinhir alguo]a noçao
^ristijlclcs
dcsià dillculcladc. dcsic prchlc|ul de qtlc d ildjvi.tualizacaí) Lidvcz
tivcssealsoav(J c(,n a li,rna e lalvcz iivessc algoavercoDr anrârcriir.
, ,,u, ,.'l\c,/, \,iri.r', rd,'.. l, iIJi\iLJu"l:/.h,,,, ...i\ r,i,, prn\ r,j,,\
da nrâ1ória. outros nrâis pl')ximos da lornrâ
I cvi(lcntc.tue a jrlividurliT4rio rnats ibmal quc c\isrc c â do
ur,it''i,i l \'.. 1,, r. l r . .,. rJ. rj||t',,, rn, Ld, I r,.t1.. . v. " i, .lu,
iá é ncccssariànrentc ull cssência cxislente E Etc icnr dn Si ntsnn)
scu própiio pri|cipn, dc irldividuacao: Dcus a o principio de indivi
duâ]izâÇao dclc urcsuro. c, dcsccndo havcria,rlras nr.,dâridrctes dc
illdividualizâçáo que sáo cada vcz mcnos indivi(tuatizadas t:tctar., quc.
dcrr{ro clo rcino dà Ia(urezâ. à ildividUalizaçar) (lo scr lturnano crisrc
cnr seniido enrinertc, p(rque sc rcnr rIar) apenas âs djtercnciacoes quc
cstã{) já no nascl rcnlo (lo indi!iduo, mâs lll.rbérr acluctas quc etc i|r
pôs â si alravós dâ âquisiciio dc harbilos, c qLrc lao li) ar, no tinr, sua
.lileicnciação hir)gúlica. Orâ. o quc conlrcccDos p(,r iidjvjduaiiílaLtc
hunrínâ. aquilo quc dcsignarros pclo rorlrc dà pcs§oa a iá csia iidivi,
(lualizâÇão biográlica que o brnâ âbír!ta ncriic inconllndnct r rril)
pcnas . i|dÀ,idualizâcáo lísica.
Quâodo cLr csiâva cxpondo a lilosolia do pcrn)&) hcLenisrjco, as
sinalci c.nr)o uma dc suâs caractcrÍsti.às nr is.stftIhls o taio LIc os
lill-rsolos sc prcocuparern ianio (rnn a i .lilidu tirlldc trunrana. pois
liaviam pcrdi&) o sriniido d{, clrcair. oÍgâni(r, do i rtivíduo na socic
dadc na pólis. c quo ialrr cnttn) crxr)|trâr uIr princípjo ou unra la,clricâ
.lrLâlqucr quc lhc pcnrriiisse sc ionrar indcpclldorlc do nrcto soci t t,or
(NIro la.lo. clcs havianr (lc lilo pcrdido o sdrlido da ildiv ualidadc
hünrrnr. c só lhcs í)hrava o scirtido.la indi!irtuirtidadc Iisica thlào.

l2
., \, 1, ! (r!rccl,iam.L indcpcndalci:L lru rânâ colno independência
lL., ir (tu! a urn:L coisâ iolalnlcntc Lrtóplca. pois ó lisic nrcntc quc
,, ., hurrrarro rrais clcpencle !lo seu mcior mcsmo o individuo mais
,l, turlcnlc, nrâis autínlnno. rrais irdivnluâlizâ(lo, nuis criativo. aindt'
'
.,,,ir (lc prccisa conrcr hcbcr, dormir, conro iodo murrdo.
\t ü(,s, cnlâo. por Lrnr lado. quc havia naquclc pcríodo uora ôntâse
lL t\ rl!,lica nir ;n.liviLlualid.rdc c, por oLrtro. unra pcrda qualiiaiiva Lla

i r rk, (l:r irdividualidade. E n(is. dcpois de chrSií os a Duns Scoi, per


,, tr ,r,,s que essa noçáo iti cstâva cnl {l próprlo Aüslólclcs
^ristótclcs.
L rihir n noÇao dr irtdivi(lualidade huminê conm rrnrâ individualidâdc
,l l1 rcllciadâ. cujo prr,.,rio oidi iduatuntis da dikrcnte dâquele dos
,,ri riLis. das plarrL.rs, das pcdras, dos anjo! ou d0 próprio ucus
liriordàlrús I importância nronstruolta Llcstc p )blcnra. quc ialvcz
., i,r ,, nrâis inporlnnte dr todâ I FIistóÍiâ da Filosofia. pois é justanrflrle
, tt!c lcríilntus a soluÇáô (laquclc eriglna conr o qual (errnilrii â lilosolia
,t quc ai unra oposiç,o erltc urra rcalidâdc constituida de
^ristotclcs
,,trlivr(luo! e um conlrccimcnio consriiuído .le gcneralidades Ou sejâ.
,\ir Dr)lrcilla a inrponanlc não só por isto. nras lâml)órD poÍquc l. a
.',1,-,1;.,.1,"1 .n. ,1, R,rr.r,,,r. .,r, .i, \.i iÍf i-,Í,1 .i.r,,.
I rr 1itrn() llestc porllr. Dcstâ mancira. quando (hegêrr)s nessc cidadão
, lrrràdo Duns Scoi. cslanús dc ccrlo nr).11) Io olll() do lrracão: iüdo
,,,trc aconiccclr pflra lrás c iudo o quc tcm dcpois já cstá, de algunr
rrrrlr crrrdcnsado ncle.
Duns Scot nâo é unr fllósr)lir lão abritirgcric quanro Santo lbnris
11,.^quioo. pois eslc lralâ dc lodos os problemas quc cxisteil. c sua
,,l,ra ú nlcnsâ lisicanrclrtc. Srnto'Iorrtis cstá no cenim dc sua ópoca,
. r grandc lorçi] estnriuradom dc sua apoca. Duns Scot já náo é lão
il)rrngerte irssirir. lrrta dc pll)blcmâs mais delellnina(]os. Mas l sirrplcs
(rnrlirruidade narmliva da llisL(n ia d |ilosolia não scria suticicrtc para
,\porosigrlllcado.lcstcprol)lcm .dcnnxloquc.(tuandodrcgarÍosern

.1
Duns Scot. somos dcccriomodo novâmente o brigâdos, talcomo fizemos
conl os pré+ocráticos, a quebrara ordcm cronológicada narativa pârâ
cxpor as transformâçoes que este problcma lcve enr seguida

l{lulto: Ten uma pBsap,etn quc cu nao entaldi: Lolo o coneço


aLê esíau1Ía.lando que na íabch periódica a maÍbia é a fiesfia,
mas- -l
As ma1érias sâo as nresmas. mas existcnr comhinacóes ditêrenies
Ofr.acnr rhrrá..rúc.n.i ||an. arcria nd,(. Lunn.or, rJlê.

lA\lno Q er dizet, a Íótmulã é d dispasíçào dilercnte. . Il Satlto


-lbtttis
de Aquino ldLou que acha[ú Ítue a fialéril.. l

Que a matéria ó que é o princípio individuanle.

[Alütlo: Tahez (.. ) issa conhaÍliz o que aocê esl.aüa Íalondo da

Contradiz, claÍol A soluçào dc Sarto Tomás náo é sul'iciente. 0 quc


percebenos nâ explicaçáo de Duns Scot ó qu€ a explicaçáo de Santo
Ibmás não estava errada, lnas só se aplicava a um certo nÍrmcro de se
res, que sáojustamcnte aqueies menos individualizados. E qlre, quarto
mais pÍoiunda for a indivlduâlizacáo, meros ela dcpcnderáclo elemerto
rnaterial c mâis do elenento forrnal.

lAlnno: Ntlo é d mesna matúia? Você (tuebru a pedra ao meio, üAa


lliar natiia as duaíl
Sim. No caso vocé vcrá quc, nesle sentido, enire dois pcdaços de
pedra se aplicâ a solucáo de Santo Tonrás. A única diferença cntrc
eles é que este é unr pedaço de matéria, c o oüti) é um outro pedaço
de malória: náo há cljfcrença lormâI. Isio significa que uma pcdra icm
exatamente a mcsmíssinla lónnlrla. as mcsriríssinrês caracterísiicas dâ

t.t
,Írlrir, s(l quo cstâ formâ está recortàda ncsic pcdâço de matéria, e a
[tr,s r iin,Inâ está ali recorladâ em ouiro pedaço de mêtéÍia. Usando
rrL inragcnr grosscira. você poderia representar a forma como uma
i,,rLrinlra oofl a qual você recorta vários pedaços de massinha ou de
l,rLn1,. Quat é a dilêrença cotre um e outro? À dilerenaa é só matcrial,

O que implica. obúiametlle, que a ngÍétia seid hetetu!,ênea,


t\) ^lLrJ,a:
rll'()ue ela nào sei| ubsolutamente homogê et1. que quaLquet
t\\lnço de matdid fiAo seia ig,ual a ouLto, (1ue iú haia dilercfiça.
Nao, se exisie iá unla dilêrença espacial... Iá é uma difcrença.

l\lrno: De qúe lotma?)


li por isso qüc Santo'lbnás explica qüc a matória da qual ele está
iirl lldo não seria natéÍia prima indiferenciâda, mas já unra matória
a
s( tunda, que ele châma de matériu ossfu|Larla PeLa quanÍiÍlade. Quet

rli?or, sc já há essa dilêrença quântiiativa, cntâo já nâo é um.r nraléria


lorrlnrcnte indilêrcnciada As cxplicâçôes ai sâobastante sulis, mâs nâo
|rlcisamos ênÚar nclas
Com esse pouco que loi dado já dá para perceber que essa solução
t rpLica a certos seÍes, nlâs a outros não. principalnrenie quando se
r[ega ao ser humano, quando se tem que clar conla dc uma dilêrençê
udividual. que é unrê diterenÇa de destino eterno de Lrm e de outro: llnr
vri para o Céu, o ouiro vâi para o lúêrno. . Claro que isso ó individuâli-
zr(l) llenâis para poder ser erplicado só pela matória.
I rur,, .c ui.- s.cmo. quc lJ-ll' §LU' Llcu urn p"
r ia n izaçáo dâ fiLosofia, e a soluçào que eledáédetàto ião engenhosaque
rrú hoie não icnl como conceber oüim. Quando elc rccebe o nome de
se
lr)utor Slrril" náo é por acaso, por essa série de Í)hservâÇócs que ele
vr [r,cndo] primeiro. a nldividuÍrlizaça.r pela mâtér1anão confere con1a

l5
Biblia;segundo, elaiem de ser, porianlo, naforma, entâo o principio de
individualizaQáo é lblmal;ierceirc, esse FincÍpio de individuâlizaçâo náo
édiferente da essência da esÉcie. pois na pÍópria éspécie estácontidô seu
principio individuant€, umâ vez que ela só iem exisiência individu. izadâ;
quârto, nen1 todos os seres sâo igualnente individualizados. existindo
gaus de individuâ1izaEão, os quâis devem ir desde a matéria pura,
supondo casos eÍtremos. até a pura lolma - portantq se chegarmos
nii pura forma, teÍemos o indivíduo dos inalividuos, que é Deus; e do
ouiro lado teíamos a matéria-prina, que por nâo ter caÍacterísticas.
por nâo têr qualjdades, pode ser eÍpressâ corno um nada. Quândo se
diz que Deus criou o mundoef, /7ilrilo, esse "nada" o que é? Éa própria
matóriâ-prima. ou seja, é umâ mera potencialidêde vazia de qualidâdés,
na qual a forma imprime entâo suas qualidades.

llJunat Essa fiaLétia-ptima tetia alguma coisa a zter com o ápdtan


dos pté soctáticos? ( . ))
Ncnhum desses autores se rcfere em específico a Ànlximandro, mas
a idéia, sc nâo é a mesma, é análoga.

lÀluna: E esses glÍósÍicos, nesse momenÍo áa se admite uma


hierulqüía?)
Mas é disso rnesmo que ele está lãlando, quc há umà hierarquia da
individualizaçâo. Na ponla superior está o mâximamente individual,
que é o próprio Deusi que é um só enâo podc ser dois. e na outra ponta

[Alurot A hieruryuia rias indiüidualízações está ilustruda nos


ptóptios tettos que descrcüem a ctiaÇtio do set humano no Gênesis.
Primeio Deus Íoma o homem do bato, e depois aitlda dá ufia se,ufida
tormação atruaés dn sopto dà id.a, nao é?l
lix(trrDenle Já é umâ indiüdualizaçào em dois graus. Mas para
v(rós icronr idéia de como esse tema vai lender ao longo do tempo,
vrllllrr quc com isio Durc Scot havia criado a possibilidade de un-!a
rl(\r(,iu dd individualidâde, pois se o princípio individuanie esiá dado na
lrÍr I ri.r cssênciâ da espécie, já não se pode dizer cntáo aquilo que Santo
'lirlnris dc Aquino dizia, qüe indi?liduum est inelabile o iI,d]ri<lno é
Int)rcc sível. Isso quer dizerque, enquanto indivíduo, nada sl3 poderia
rlir!,r dolc; ele poderia ser apenas objeto de um cônhecimento intuitivo
Irrrprcssáve1, e sabemos que na prática não é âssim. O simples fato de
ilr txrdcr contar a história dos seres humanos... O faio é qlle nós nos
ú,rrprec,ndemos de modo individualizado, e essa compreensão náo é
"ir(xprcssável": ela pode ser exprêssá náo só narrativamente, mas aié

rInrlrinaLmente.
base d e uma ciência da individualidade humana já eslava lançada,
^
r.rlrio, por Duns Scot. E note bem: tudo o que Scot fez ó depois Íeex'
tn0s§o de uma maneim muito mais exata e muito mâis completa por
Itrrrcisco Suarcz, queiá é um escolásiico tardio, pois enquanto â Esco_
lflslica cstava ierninando em Õutros lugares, na Espanhâ e em Portugal
rntinuava Aparece entáo Frãncisco Suarez, já em um período que
r I r c(

rhonârelnos de RenascenÇa, que examina meticulosamente as várias


llll râtivas do princípio dc individuaçáo e lundamcnia definitivamente
l soluçâo dadê por Scot.
que, uma vez leitn isso, parece que esse mesno conheí-i
^contece
llrorLo acaba desaparecendo do panoraÍna europeu, ju§tamente quando
lrira tormaçáo de uma nova intelectualidade que já náo era Escolástica,
Iras sim â intelectüâlidade palaciana ou aristocrática, da qual faráo
t)lrie Descartes, Bacon, Hobbes e out1Í)s. E note que todâ a filosofia
(lc I)escades gira ianbém em torno da noçâo da individLralidade, que é
o cu singular. Mas esie eu singular onde ele tem seu princípio de indi
viduaÇáo? Tem nele mesmo. Isso qucl dizei que, para Descârtes, o eu

t7
quc p.,nsa c qüc sc cxamina ar o prinei() piincipio
lilosofia: o.1,sir)
dx
e tlo ru/,7 ar o lundrrirerio dc iolla sua lilosolia. À4as noic qu. cssc aq i

jrl nar, a o cu individual do qrlâlcstava lalando l)ürs Scol. quc lâlava


da ildivi.lu:rlidadc rcal..'xisie.te. l(Inporalmcnic cxistcntc. Írclusivc,
ar) passo quc o cu cârlcsiano ó um eu alonrístico o Pra)prio Dcscarlc§
L1i +)e a Lorito ctgo su,r. o penso. logo cxisio' . s(l ó vcdadciro fo
instnntc cu que clc ó pensallo cntao, cslr ocÍicza qLLe o cu tern dt si
.rcsrr) !x) iIslâ tc rln que de pensa q Lr! Pensa ó Parà clc o turdanrenlo
dc iodo o conhccimcnl0.
Conrc toda a lilosolia.lcsdc Dcscadcs ari o século XIx Nira crn torrlo
.lcsta rnrçáo do cu pcns nie, .liz se quc ussa é a crâ do individualisnn)
iilosófiro, quando (, eu isolâd,) donrina o universo dos !onhcci,Ic,rtos
e a llc ccri{) rr)do o ccntro do nrundo. Quan.lo sc chegr ao sóculo XX.
aparccc, entâo, com Nlírtin lleidcggcr, unrâ idéia quc cle dcPois irrns
Lriljriir à sur nanror.rdâ Hânna ulna cetla irteruclaqáo dc l(xlo
^rcndt
o ciclo lil(rsanico nlodcrno conrc algo iluc, crr prirlrciro lugat, gira cn
lorno dcssa idéiir .le irdividu., autocolrscicntc c. ern scgunLlo, lcrr conx)
sua cxpress,() hisiórica tolr c úliifra o itna)neno.k) totâlirüisnro.(]
kÍaliiârisnn) ó o quêi' Ii rrnra nrcntc quc consctuc aharcar o conjunlo
d rcaliLlade c tr{)rtârÍo, dourinâ raci(nralnrcnlc as lcis L]o univcrso por
conscguiuic, ó câtraz dc plancjar uDr nrund(, de ccrto nrorl., à sua imagern
. . ni, l Jr... ., ir r,r;, rr , .. rr ,'l ,á . , L r. .. ,

VrLr rcproduzir âqui rur irccho de unr (1(,s rrcllxnts li!ros quc cxi§1enr
à rcspcih dcsra lasc. sru dt inli lrl o. t1c ,\l.tir ltcnaui,r p ra vocês
^ (,
vcron ondc ó quc vai chcsâr isso .. 1slo a |)llrr nr)§lrrr e cstti Duns
Scoi par n(is hoic
Eln t(xla uDra liaLliÇào quc, pa[indo dc Hcidcggo, lcva larrro â
Harna Arcndi quânio a Claudc Lclon. o ltrônrcro totâlitário loi inter
prctado alravés de suir rclaçtn) com o rcilÍ) da subielividadc. conl.nmc
ufr rr(n)cÍrn) nr{) dcspro!ido dc scduqão O tolillirarisnÍ). com toda a
rÂrii'r rriiN^lrl:1rnrr,r,r,rnhn) Lutt)tL rt ttrtut túr Ir:üntr lt tth
is /ra rrnrrl. L-nrr r,!(r .]t)r)o
, !tr1!I(ir, sc dclinc c(,n1) â tentirtiva dc LIrrâ poliiica dc dominaÇao {ot l
( )ir. u tâl projeio niro podc scr concebido sen.t(, 1á orrdc sc representa

, , .n Lll t)o sa)c io his tíirico corito suscdivel clc s. r intcgralnrenle con ll.)iado

l , r n p()(tcr quc o ioÍnassc iransparcrtc â si llrcslnoie racjrnrâlizâssc


tni(À os scLrs aspeclos. Ncsic senti.kr, () lurLasr a da dominaç,o loial
ri!, scria senro o últil]xr c mais monstruoso rosio da pronn)Çar) údcrna
, ,,r1rslilnr.l:L srbictivida(le. c os bclos idcais do Flunrarismo c dàs Luzc§.
,
tr. rcrcdiia\ranr libtrar o honlcfi aii nando sua sobcraniâ sohn o roâl c
,lis,ipan(lo as lrcvas do não sabcr, acâbttialn tendo sc Lrànslorrnado cnr
.,i,r ,rrirnrios o llunÉnismo tcriâ conlo sua v€trladc o dcscncaden
,,urt(idoinunra o, c o lLumirisnrc (^ /Álírrr"Íl) se rcalizaria,rrrâ\'ós
,1, vis,r) dc uma socieda(lc intciratrrclric transprrcnlc ao olhaÍ da mzâo.

,tucl scria transli)rnrndr cnr unr universo tolalilário corno sociedr.lc


,rLciramen(e à.hlrinistrâda
lissa c a intcrpreiação de Ilcidcggcr. Orâ, o lue isv) tclll a ver (rnn
l)Lrrs Scot? Scgun.k) Flcidcggcr. a éia (arlcsiana do sujciio encrnrtrâ
,Ur pl(Jrà c\prcssào nib enr l)escartcs, ntâs cln L.cibniz, pr)is Dcscal1es
r,rihrL sc linriiâdo a .lnr ê cslJ idaia do sujeito urna crprcssáo cpi§lemo
l,,ri(r. ou seja. o sujcito ó o cclrlro da tcoÍiu do conhecinr(Irl(, l, cn'
I I hniz, a noçao do suieiLo, da irdividtlâlidâdc, a o ccrlro da ontologia
rr.slllr, pois cle di7 quc {r Uni\rcrso tod0 §c co.rfac dc nrónâdas. O que
.i!, nrônadas? Sào inll\ i(lualidades irredurivcis. Naro podcnros cs!ucccr
,tI. Lrdi!íduo enr grego át.trno, qriloquenaopr)dcscrcodadocqLrc.
ú

i or corlado. cleixa dc c\istir como lndivíduo Lciblúz diz, ent.lo. que


L ,,lo o que exiíc. criÍc sob tt li)rrn do nrônâdas. (tLrer cllTcr, dc irtdivi'

,lLrflida(lcs. c rlu. cad.r nranrada tcm Nfr si nrcsrra todas âs (lilircn(âs quc
.r (isilruuenr das dcrrais. Isio signilica quc ctlda Drôna.la 1cn1. (lc ccrto
, ,,\l). o univcrso irtciro, ni]o dertro dclâ, mas c(nno qur cnr súa volta.
,r)({)niunlodcsuasdilcrtnças oque(anrl)anrcrplicâriaâposslhilidrde
, r'urrra inürad conhccer de clrlo rrx)do o Lrnivcrso iflciro, sabcndo
nr qtrcr . i..,. ur !i,,.rtr,r,!, hsniiÚ ri ritr rfr,!f Lr,. v :í. llrdc !tr'
(11'lr(L (r11trrlr,
qüris as dilcrcrças cnlrc elâ própria c ludo âquilo qxc a rodela.
Ucvidcllcquc.rlonlcdessa idéialeihnizial dànrônâdaóopÍ;prn)
Uuns S(rn, nâ nrc.licll eDr quc o irrircÍrio dc jndiliduaÇao pcrpassa rodâ
a rriaÇio, quc nâo hai nalla qUc csrcia lora (lelc. Dc ccrio rnollo, cn1ão
rcaliiladc c individua(ao sáo crairnrente amcsn)a c{)isa. raciociDrindo,sc
scgur&) l)rurs Scoi Rnciocinan(lo sc scgundi) Heidcggcr esic princípio
d.:indiv uÀlizâcào dc Du alicnr Dcsc ites.
s Scot estariâ ràdicalizado
o lcria se 1rânsli)nnado {rnr urna lilosolia inicgral da indivi(tualidaLlc
c]n LcibniT. llndanlc]]trtrrdr) cntao a idóiâ Llc ufr tJnivcNo que tossc
rolalncntc irarsparcnlc a !Irâ individualidâdc lssa jndividuâlidade
podcria. cn1âo, atravós Llo conhecinrcnto universâl (tuc icrÍ. adnrinistra.
lambó|r o rnundo; dai. dontÍ) dcsla pcrspccrivâ hci.leggeriana. o tíriali
Laiislno apârcccril c\aiirnrclric ooino o últinro lrut(,.1o individUalis ro
c do suhiclivisllro modcí o

lAluro: À1d.s p/"ss.qd, Í/Lte suil i


dniduLtlidad? só. naa á?
unta
Lltit scr. u ltt tnolttia.. Só quc ?l.r díi a inpftssAo dc que sÍ,.tiLt.ssu
,tônodu quÍ. con\»eü l.cti.t d sactctlud? bda, í,o Ítsto tlo socieílade
tu se]Lt ntôn.kla. yil l
| ,..,.. r. , ,.\ ,r', !, J, 't ...,., .,r.r.lJ .l, , .r! l Lrirn, purà
rnaluquicc. Dc qurkluer modoj ó srnrprc possÍvcl quc uina ôrada
nrâis iridivi.lunlizada quc às orro.as conrprccrda nrais dilcrclças e qLrc.
porlÀnlo, d.xninc, clai). (] único prohlenia aÍ i' o scguirrlc: tleideggcr
csiá vendo a lilosoliâ dc l-eibniz c(,nú I culrrinaçào .k) crrlcsianisnnr.
.uDo a plclril crprcssáo .lo cartcsianisuro lsso q cr dizcr quc, sc on
Dcsca cs o cu pcnsantc cra o lündallrcnio de t«lo o cl)ntrccinrorkr.
cnr Lcihlliz ossc cu. cssâ nrônada pcrlsânrc aüloc(nrscienlc já sc ionra
o íundanrcllo da pra)pfia constiiuicáo do Lloivcrso Aconlccc quc I
mórrada dc l,cihniz náo a {).go cartcsiano, a a nia,rada do prlipr iÍ) l)u n§
Scd, ou scia. r nrônada lrunr:Lna individualirâda concrrlafrcnic. 1ráo o

Z\)
, ,,lrÍrsirnlr tornado Àionrjslicamenle na!uclc rúurcrrn) crr quc clc icrl
, ,,rr Laricià dc si. O r\r pcnsantc cartesinno nào é unr eu real, rao é unr

L ( ivr(luo rr.Ll:é o quc rnais tardc vai se clranrar dc r) cü translenLlcnlitl,


,t iI r uDr cu lilosanico O eu iransccrr.lcidal. no ücu nrodcsro cllicn.lcr.
ii, r\istc. Eu, pclo menos, náo creio possui l): o que posslro é só o
r!.Lr cLr crrpirico, e o eu iransccll.lcnial não pâssa do rcu próprio cü
, rrrprrico corrsiclc|ado dcsdc um ccrto ponto dc visla filoÍilico.

) Ou seia. qucn stia a cubtl|fioção do Des(:atLs setia Kant,


^1ut1o:

lslol Quer di,cr que a noçtú .là i..lividuàli!ladc corrcr§1a hunrxr ,


,tL. a tão bcnr âprccodida poÍ Durls Scol, é incdiataurelrto pcrdicla
\(tu ilo somc, c quando cnl Dcscartes reaparece o eu. a irdlvidualidade
r rira nir, é c(trno irdivi.luali.ladc lilosóIiüL só, o cso lilosanico, quc ó il
Lrir 1rrcrÍci|ansparcntca si. O clrcartesiano étransparcniea si próprio,
, . sabc tudo â seu próprio rcspeilo. Pois s(') exis{r rÍ) momcnlo enr quc
,liz 'I]u penso. logo cxisro'. Mâs a hdividuali.lâdc scotiana podc scr
.,\riLll? Podc scr inlcirancnlc lranspârcrte a si Dresma? Não podel

I,\lLÃo: tI»qk tlt tr iorna da (spat:ie )

llriaiamcntc. Porque cle não lem aperês suil clilerenqa individual. tenr
L,{la a clitererça clà espécie, ou sciâ. o ser hü.'ano pàriicipa dc iodàs
,,\,nodalidadcs de nrdivLclualizaqih, dcsde ê nrais nraterial alé.t majs
,,rnâI. tsso qucr diz(i que n!)ssa lndividu lizaçao a em pÀr(c lcira pela
rillaria. qur tarrból|r c-\istc cssc lado crr llós Sonros iodividuâliza.los
,,rirtcrialmente. ou não? Cl ro quc sonros. nao ocupar osonrcsmoluBar
r,, cspt'ço. Só osic laio iá basta para dcnx)irslrar quc târIbóÍr cxislc â
irtrlivi.lualiraçro rnâlcri:Ll crn âós. Entáo, lrós tâmbórn pariicipadx)s
(]o rível LIais hrixo dc ildividualizaç.tr) cl. nao basla. leDr de
^penas
ravcr nrais iridi!idualizâção Erisic cm scguidâ â indi!iduâlizaçao rc|r
poral: vocô cslá ent Unr ouir{) lenlpo hist(iric{), re(:ebe outras irlluanciirs
crlLur is. csiá cnr unr ou(ro Dreio. E\iste irrdivr([ralizaçáo gcnética. dc
sua lanrilia Ii cxisic a i .lividuâlização oblid ao loneo da vida pek)
proccss(, biográlico. por suâs cscoihas inclusiye escolhas o)orais !ue
dcicnÍinar.lo scu dcstino cterno no Cóu ou no lnttnro. Siglilica que o
scr hunrâno tenr derúo (lc si todos os grârs dc ildividuâiizaçâo c ir)Ltas
as lcnsócs cntrc csses graus.
lsro qücr dizer qUc a individualidârl. c(nrsi(lerâda por Uuns Scor
iamais podcyia scr loralmcntctrâ|spàrcnte a si mcsrlrâccapaz deaprccn
dcr Írcnrralmentc â t(Íalidadc do nrul.lo a por1lo dc podcr a.lnrinistrá-lo.
lbrquê? Porquea pcnâs urI ser huüano. A individualidadc caÍtcsiana
a ioiainrcnie ila sparcnte a si lncsnra por quêi,Porque eta nào ó urn
indivíduo hunràno, é urn cr liloíiíico crusiderado apcnns na!uctc seu
nromcnio justanrcnLc dc auloconsciência, o runncnlo dc rr ansparôncjà
a si rresrlo individuali.ladc considerada por Dcscarics é uma indi"
viduâlidâdc ^ ó âbsLrâLa, na vcrdadc, mas a de Duns Scoi n,o
suposta.
A dcle é umâ indn,idlali.ladc (oocrcia c quc. portarrro. jàmais podc scr
tolahrcnie lrafsparcnic l si nresma, pois lrrnsparenrc â si mc§nro só o
ipicc do proccssr) irdividuantc, quc a o próprio D.us. tlcus é o arri.o
quc a 1{)lalnrcntc irdivi(lualiTado. nós an)

i .,.1n,,-l\r,tll' J(1 ,ri r.rr irr .rrr,-,.,nr


poncntes quc lláo sâo propriarrcutc v«:ê. Por cxcripl) você tcnr unr
r nric dc inclinacõcs, insii ir)s. ctc., quc são (le sua lanrilia. pode até
fão gosrâr drlcs nras elcs csiâo aí prescntcs I,{)ssui ouiros quc sáo do
mcio sociali hábiús, cren(as. prccolcejlos, .tc, quc inrpiegnaraur o
Dreio social c csláo cnr você. Enlre csics c ünrâ làixê nais clcvâdâ dc
indivniuatidadc porlc h ver (onfliio. Íras nem poÍ isí, você se livrafti
,, lrr,-,r, (l(,.,,.J, :ruJ, r,i. irrpc.-,r ,.1 , po..Ui
l,lsrc a o nrÍjvo pelo qual nunca acredirej quc cxisia unr incoDs,
cicnlc pcssoàl. corro diz o Dr Ficud IIá nrais dc vinic arros cheguei

t2
., ,r,r(Lusâo cle qlre. se é urn nrconsciefte. nao pode ser pesírâ|, quc
trssoâ|" a cxclusivamc,ric âquilo quc i.,i indnidualizâdo por nrinha
', .1,,,,,, r, irrr.rt u t'c.rú(...,, n ri n rrr. rrruiunu cu r'ir t. nr t,,
rrinha pafte impcssonl. Ncnhunl cle rós é {ill) personulizâdo ou táo
(lL!idraLizâdo qu lo gosiâria dc scricaflcganús o inconsciente social,
) irconsciente Lriológico. o inconscicnte hislórico. l-ulLur:11, iarniliâr,
Ir||rI Nn porLâ de ludo isso lon.r parle quc l(is rncsllros indi!iduâli
,,,,t'cln, n,io,L ,1íô.,1 i,,Ji\i,IuJl ,,. !JU ,, . !ujr,.r.r,,,,..,
, !( r)lha consciente corn toda a drairÀLicidadc quc cla irrpóc Eâciônciâ
, t ssr in.lividuàlidade concrctâ qüc Duns Scor cstava ânunciando. Veja
,r ]]cfialjdade absoluiê Lleste suicitol

Il1na: (. .) ut incottsLiLnt( pesvil \etia uttlo u|ltudiçaa, ntlo ó?l


Scria umtr conirilcliçio: sc é o lnconscicntc, n,ro é pcssoali sc ó o in-
, ,rrscicnL.. é porquc csiá c|r nrirr, urzLs oáo soLl cul

lhd?|tuse t utna pdfte co :;Lie,ttequc st:!bnau itrcat\cie


^l|lna
tt . lo sí\ttirlo le ekt tet sido tcctllcadd?
Sc cle se tornou incorlscientc. sc li)i lolitlnrenle esqueciLlo, nao ó
rririsrrcu Despcrsoralizou.

.).lsttuccih por aultut pes.oí1 soA t ?11conscietllemellle?


^lrno:1.
| ) eu csqueci c o outto utio Lsqucuu Loi o eu.)
Naro, podc haver ulna parteminha quc loicsquecidâ. màs vr)cô nun
,l fode dizcr que lbi esquccida dclinit;vàrnenle Uà csril Ài dc .rlgunr

l^ltrltr. | ..) t:onscia t:ia c Nta ciu, pot assltn dizLj l

S(rir apcnas unra oonsoilncia pdcrcial.


lLfuito: Tltdo bem. nítt) dá paru lalar "o ificonscienÍe é ufia coisa',
mas F,eurl, quatldoíaLa do 1Í1, ele chana dL (...). Quer dizet, uma coisct
que está dí, nas ot:ê ,tiia se ap )Fia llela. Lla é inconscie le ( ..) e
aolazpa eda irulfli(lualidade. Nào é umtt escolha conscienle. las
esíá aí. (...))
Mr..rrroenrr-ntui(u.luctu.li ( ril!r, n" riqrrei J.
illa está âÍ, mas... fla esiá cm mim coÍro estão os nrelrs cârâctere!
gcnóticos. Meus câÍactcres genélicos sãomeu§? Sin1, sãomelr§, nrasnão
pertencenr à minha parle irdividual. e sinr à mir]ha parte colciiva.

l l\jlnà: É una inditiduíllidaÍle e


tao camPlera que ( ..) l
Claro. Cada indivi.lualidade telnlajxâs quc sáo lnais colctivas, até a
maximamenie individüalizada. Estao no indivíduo. nlas nào sâo inclivi
duais; s,o cârâcteres genéricos, ou especíl'icos. ou coletivos, de alguDr
nn)do. dâqucla individualnlade.

l{lúno: Llas q e apdtece malizada diÍerunteme te em cadtl itldi'


.'tdtrt tt',11t(1o totko tttJi, t.ttrut'dad" hL,t,,;:tru'. dtyo o\ d \t1,t t
diferent.e. quet rlizet, são tnarcas q ue.. )
A Ininha própria nrdividuaiidade biológica faz pitrtc dessâ helança

l1..l]\to: Sirl., mas é diÍercn le de " it\Ílil1íduo bioLó'ico ' ptlla eLe mes
no (...), dpatece rlL umn Íotn dilercnte. indioitluaLizdlla. tanbétll.)
Veja. úa individualidadc biolósica há nrüiias coisas quc podem se
pcrder no iempo. Por exemplo. todas as células do seu cl,rpo podem
ser troca.lasi sc elas lbsseln â suâ individualidâdc, você sumiria quando
ILlrno: Mas o pattimô io 4enético, biolólico deLo{la um, tanbém
t, tiJerc te. Lxisten peculiaticlades...l

Sim. mas essc pâtrimônio inllividualizado, ele náo é1rocável. eviden


rcnrente. Se iossctrocado. seria outro irdividu o. Eslcscria um elemerto
irrdividuante maiedal. Mas você châmâ isto de individualidâde? Cadâ
sujciio, quando msce, pelo simplcs fato de nasceÍ €le tcm uma indivi
([ra lidade gcnética. Você chama isso de hd ividLrâlidade huma na? Ainda
Iao. Porque, mesmo que o sujeito pcrcâ, por exemplo. sua idcntidade
por conplcto, fique esquizofrênico, ele não pcrde a nldividualiladc
lcnúiicâ. Entâo, quando fâlaDros cnl inLlividualidade humana, náo é da
I.lividuJliJdJc gcneric, quc e'rdrr ^' r0lírrJu.

V\lúol(--.)tL i íli irluítlidade genética, todos os |nimais têm, àt)


\() os que ,.1
Os ânimais iambém iêm, uma galinha icm. lsso quer dizeÍ quc pâr-
iicipamos tamhórt da individualizâção material a que se rcferia Santo
Ii) niis, mas elâ náo basia para nos explicar, pois há una tensáo enirc
i,sscs vários níveis dc individualização. Vcja, o camarada pensâr nisto
l|) século XIII, de certo modo clc iá estavê adianrc dc Descaúes. alé
,l) rrúprio Heideggeri

l!lnno Estou ainda fiaquih que é chttnMllo "tnnspaftncia". Só


tlrutl pode set ahsolutatne le lfinsparcntea si rnesmo é aqueLe que i
ltbtoluko ente i diuiduulizado... Deus... Dtl nulfieia totno o senhor
e t oh)@u, meàá a impressào... Etn untt hierutquiaÍle i diüitluttlizaçao,

m tlt)s ctll.es nais sítnples do máxino - o tníitilno sc]'ia Deus -, ou seia,


t)s íttles fiais simples setian...)

Mais simples não, porque Deus é que ó simplcs.


fAluno: Nos enles nais ruílimentares (...) da hierarquia, essa
utdiJiduahdoJp p \o p?tLt mltletio. P at. ão\ pau(o\. L que iria rP

Iria se acrescentando novas carnadas de individualizaçáo.

lAlúo E a indi?idualiztlaão tamul iia se acrcscentat em Eraus


ilílerenles- Mtis, d.os menos inditidualizttdos p.tru os maís i di idua'
liztldos, a indiúid.üatl.izttelio fiaÍetiaL ão clesaparccetia...)
Isio. exatanlentc. Nos seres menos inclividmlizâdos, a individuali
zaçào é maieriâI. Elâ nào desapatece, clato.

lAlrno Ela é só agtega fidis [otmal (.. ) . Só qüe, quafido chega


da e .

fio topo, es í Deus. E a questdo fiatetial? Quet dizer qae Ele lem uma
intliúida.tlizaçao maíetial? De s tem ufid ifidioid.ualiztlçào fitletial
Í,Ünbén , além da lotm a I?)
Não, porque quando você pega por um lado Deüs e por oütro o naala...
É evidenle que toda essas distiníióes que estamos fazendo de indiüduali_
zaçáo só se rcferem âos seres iniermedifuios. Os dois €xtremos da cscala
náo fazem parte, Deus náo pode ser explicado em tcrmos de lonna

ÍAlüjJa: Aí, sim, trunscende (...) ndo é?)


Q conceito de l'orma e matéria náo se aplica a Deu s de maneira â]guma.
pois forma matéÍiajá táo aspectos da própÍia ação divina no mündo.-.
e

Às criatuüs, osentescriados... O que Duns Scot cstáprocurandoé cÍiar


umaciênciadessa individualidade qu€ se chamao scrhumano porser
uma individuaiidade, primeiro, complexa, pois tem âs váriâs câmadás
de indjvidualizaçâoi segundo, problcmática, pois a indjvidualizaÇáo
náo nasce pronta. É justâmente a individualizaçáo biográfica que será
julgada no luízo Final. Você náo será iulgado por seu código genético,
1llrs pclo que escolheu e fez. Esta nao poderia, entáo, de maneira alguma,
rirnr total Fedestinâçâo genética, mâterial,
icrial;s€ losse, você leria â

r lllriâ condenado os absolvido por seu códigogenético.Iaçavocê o que


lilcr, o que seria totalmente contradii(irio conl â doutrinâ cristá.

l\lünà: Quer dizer, com 4 consciência (...) de que Descales laLL,

V)cô mesmo. na verdade, não tem, é Deus que tenr, é Ele que vai
lx,sir.lrpara vocô. lsso quer dizer que a individualidadc humanajamais
tr cseriotâl irânspârênciaa simesma. Eoego cadesiano é apenâs um
r,r \.ipoclo. em que. pôr aquele br(ve in.ranle. o eu {e imâgina cúmo 'e
losse o próprio Deus, isto é. tolalmente trênspârente a si mesmo.

l\lnno: Poderia dí^er que, fia concepçdo da lórmuLa da espécie


lüttúand (...), ek colocd línitações (...).1
Clarol individualldadc. lal como Duns Scoi a encara, ô a indivi
rluâlidade ^
hümana real, com lodas as suas limitaçÕe§, suas contradiçôes
ili0rnas, suâs opacidades, loda aquela parte süa que vocé não sabe, nâo
(1nrhcce, nào compreende, e sem a qüal não sedam possíveis a história
(lo pcsado original e toda a história da Sâlvação.

Al'r':,a Apsicoterupia pode ser entendiLa cofio una busca cle um


tomento de ta spaÉncia (...)?)
Sim, mas é uma tÍansparéncia humana. Scndo trânsparência huma
r, cla é. pdmeiro, patciâI. temporária, c é sempre problemáticâ; seglr ndo
(isso é irnpoftanle), sc cla é temporáI, não pode ser atomística como o
rl.lo cartesiâno. Dumnte quanto tempo o eu caftesianopensa qu€ pensa
(, portânio, pensa que existe? É úm momento atomisiico sepdrado de
irL biografia... Quando DescaÍes acredita ter provado a exisiênciê do
flr pelo làto de que cste sabe que pcnsa, durante lodo o curso desla

2t'
análise elc já esteve baseado na idéia da continuidade temporal desse
eu, entáo náo provou lrada, já deu por provado anieriormeni€, pois o
tempo iodo acreditou que o sujeito que estava Iazendo aquele exame
era o rnesmo. Ele náo provou que o eu exisie, iá acreditavaque existiâ;e
csse outro eu que eie quis provar quc exi§ie, e§se iusiamente náo exiíe,
pois é memmente hipotético. Orâ. âcontcce que a mônada de Leibniz
náo é o eu cartesiano. é â mônada de Duns Scot,

ÍÁJlttto: E de SanÍo AÉostinho Lambéh1? O eu indixridual, assim

Remotanente, sjlÍ, masnissoninguém se refere a Santo


"Agostinho.
A rclêrência a Duns Scot existe, em Leibniz. O que podemos dizer dê
Santo Agostinho é que algo de ludo isto ele iá tinha apr€endido, mas
de Llma maneira extremamente conJusa. Ele náo coloca o ptoblema do
ptincipio ifidiúidüátianís, vai por uma linha lllais putamentc crislá, sem
o conlronto com o problema de formâ c matéria, o pflrblemê aristotélico,
que para ele era... Ele conhecia pouquíssimo deÂristóielcs. A gente náo
podeesqueceÍ que, dufante esse período agostiniano. só o que se via de
Adstóieles era unl poucodas obraslógicâs;o rcsto tinha sumido. Entâo
Sanio Agostinho pega mais essa idéja da indiüduaiidade bio$áfica e
remporal hu nana (Àr'lu\iv0menle pL lo lado, risrao

fÁiunoi Iem tuínbén em Platào a questáo da ifidiúidualidade


bio{láíiclt, ttos de uma totma lnuito inícial ainda. Qaando ele trutíl
daquele mito da... (.,.)1
O mito dê Er? As possibilidades de vida, as váriês possibilidades
de vida que o suieito escolhe, não é? Tem, sim, Platâo iârnbém viu

O fato é que podemos traqar uma linha que vem da filosofiâ clássica,
lunde se com o crisúanismo de SantoAgostinho, até os escolásticos, €

28
e lxrs§ll por Leibniz. Ma§ ctisie uma outra linha que aomeça com René
o l)cscârlcs e que náo te
nada a ver com esta (denlro destâ linha Hei
e rbfllcr coloca indevidamentc â Íigura de Leibniz).
e ()rÂ, quando Heidegger
volta contra essatadiçâo de subietiú§mo
se

, (luc cle vê em Descaftes, em Leibniz e em todo mundo, ató chegar aos

z [.volucionários do sécüloXVIII eXlx, echegâr ao totalitarismo do sé-


r lr l( ) XX mzáo individual quc enrlerga tânsparentemente
(qu e seria o da

trxlo o universo histfuico social e, portânto, pode administrá-]o), o que


m rll] cs1á fazendo realrncnte? Está teniando destruir o ego subjetivista
rrÍesiano, mas através dele está acertando o ego humano real, con-
0rclo. o ego de Duns Scot. Está jogando tudo fora. Ôra, se você iogou
ê Ior o individualismo, e portanto o lhâmado humânismo, e iambóm o
s lrllúlanismo moderno, o que sobra?
o Se a gente jogar lora o ego caÍesiênoi tem que voltar Dâra oantigo

m cJ,lo concreto humaro, que é o da Bitlia, é o de Santo Agostinho, é o

Llu Duns Scot, o de Leibniz. Esse é o nosso ego, aquele que tem uma
rrt..r.que lau e.colna'eque. no lim. rera julgadoporsudsobÍa5 f i§ro

e qrc nos sobra. Mas acontecê que, para Heidegger, tüdo isso ó amesl1ra

o rr)isa:elenáo percebê a dilercnça entre ô ego concrctÕ, que é ode Dun§


e suot e o de Lcibniz, e o ego abstiâio, que é o de Descartes e o de todâ
rsria outm linhagem modeÍna Isio significa que, na hora em que ele
loga torê o individualismq some todoo individualismo. Sumindo todo
Í, indiyiduâlismo, o que sobra? SohIâ â individualidade coletivá, sobra o
yí)//.5geisl, o espírito do povo, o "sangu€ e terra"i a náçáo alemá, etc.

l{funo Aí ele caiu em um nazismo. Nãa percebeu que eÍa (...).1


Claro. caiu no na7-is o. Ou seja, o sujeito é perigosíssimol

lu'rno: Míts elc apoiau fiesmo o nazísmo.)


EIe era nazista mesmo, em toda a linha.

29
lÀluno: NLulco pediü desc lpa, fida é?l
PioÍ ainda: todo cssc movincnto revolucionário mllnclial de hoie,
incluindo os pâÍscs islânicos. é tlrdo inspirado em Ileidegger

lAluno: ,uas í.Le nàa petccbeu./rc csle Volksgeist estazta nluita


?ais ptó:Ni t11o da (...)?l
Náo, ele era con tra o totalitarismo racional, porque, nolundo, a única
dilcrcnça cntrc a lirhagem revolucion:lria coDrunista e a naziíâ é qLlc a
comunista é racional cientílicâ, e a naristâ ó irracional, é româniica. O
que o suieiio está quercndo fazcr. cniâo, é acabar co essa linhagenl
da trâdição moderna, racionalista, cartesiaoâ, hümanisia. para colocar
err seu lugêr uüra alirmação irrâcionalista. O1he, veja que a chave de
lodo e$sc ncgócio cstá crnDuns Scot, pois, un1avez perdjda a noção dâ
individualidade concreta, o que sobÍa! Sobrâ, dc umlado. oeu absirato
racional carlesiano e, do oü1ro lado, o aspccto aninalesco e inpessoal
do indivi rat. Ou sejâ. sobra de umlado tradiqáo. racionâlismo, huma-
nismo, Revobçáo Francesa e comunismo. c do outro lado o quevem do
romaniisnrc âié o razismo.

ÍAlüna:Comoque isso eúra nesscmoüíme Ío dos Íun dalnentalis-


ttls no mundo i:iLànico')l
Sáo todos leitores cle Heidegger

Aluno: Eles lôen Hcideg:er? O pcssottl .lo llamas e os aiatolás?

o principal teórico da revoiuçao irarrianà era iraduior dc Hcideggetl

l!\lutlo. l1.Les uiticaíL tanÍo o Ocidente, e ialam...)


Eles criticân o individualismo. o Íacionalisxro. o cicnliiicismo, entào
a crítica é heidesge.iànâl Épo|isso quc podemos considerarDuns Scot

30
Ll) ro o úllimo sujeito que teve nas máos toclos os dados do problcma
A rrarlir dai, só aparccc metade parâ um lado e melade para o outro.

dr entou |afibém?)
Srarez. mas cle náo leve influênciâ. Era espanhol, náo é? Vcia, o
LI r ico que lcu a Escolásticâ cspanhola e pottLrguesa loi Lcibniz. Isso quer
tlizcr que Heidegger dá ulna inteÍprciaçào cariesiânâ dc Leibniz

lAlrno: Quaido Leibniz dá ptossegLtimcnto à ídéia de Duns Scol,

l. ) tlesse üocessa de itldfuiduação, ele laml)én tetn uma prcoc upaçào


ttislà'?)
l,eibniz nào só tinha preocupação cristà. ele tbi o invcnlor do eclr
rcnismo, é o sujeito da u iáo das lgrejas. EIe prcicndiâ, atravós disso,
((üseguir resolver todos os problemas dâ Rcforma.

,Nuna' Drnttu dpr\t t ttttt,'tto d. mnnatla\ t anr t 'p,Pr\an nhitttt)


tt ildi?)iílua1iz4çAa. existitid efi I'eib iz o cond2ilo ttplicado .t Deus
tesmo. a "fiônada superiot", au 1úo?l
Não, â rcalidade só cxiste sob ioÍma monádica. lsso quer dizer que
Lud{) âquilo que exisic, existe cono lndividualiclade quc contelll em
si iodas as difercnçâs enlre elâ própria e todas as ouiras. Isto é assim
t)r)rque o próprio Deus ó mônada. entãoâindividualidadc ó trânsrnitidâ
r tudo aquilo quc cxisic: Deus é um, e rudo o que cxiste, exisle sob

ora. a unidadc ó o conceito básico da tilosolia do Scot. Estes sáo


r)s irês conceitos fmdâmentais: o uno (que com clc se identil'ica com
,, vcrdadeiro:o uno é o verdadciro), o b€m e o bclo. Unidade e scr sào
( rrrao a mesma coisâ: 6,7s d Unum Lonlrerlü Lltt, qüer .lizcr, o ente e

ir unidade se convertem uln no outro logicâmcntc, pois sáo o m(rsmo

3l
conceito. Mas a únicâ ur dadc snnpics quc cristc é Dcus, todâs âs ou-
lrâs sáo complêxâs E quando se diz que siio conlplexas signitica qlre
só são rnidâdcs secr,rdrl/? qllld, ou scia, sob ccÍto âspecto, soh outro
rão o são. Elâs não são, então, unidadcs pcrfeitas, dai a grâdaçâo do
ptincipio itldi iduationrs êm toda a escala dâ criaçao. São unidades
criadas, porianto, rão sâo perfeitamente unidades: prirüciro, porqucsua
unidade é parcial; segurdo, porque é problemáiica. Mas vào subindo
cm dircção à tlnidâdc pcIIcila.
l)Llns Scoi esiava na pisia de urna ciéncia da nldividualidade e da
individuacáo humara, nras como tinha enl visia a questáo da salvaçao.
ó evidentc quc tinha ali a perspectiva bio$áficâ já cmbutidâ, pois o in-
dividuo vai se individualizando através de suas escolhas e de seus atos.
qu. seÍáo iLrlgados no Jüízo Iinâl Conr isso, êle iinha saltado o abiÍno
aristotélico quelicara entre a reàlidade individuale a ciência do seral, e
criou ê ciência do individual; segundo, ele criíianizou delidlivaDrente
â lilosoiia, pois â filosofia sc torna ar'a ciôncia dâ sâlvâÇão A ciência
da irdividualizaçao o quc é? [ a ciência dâ salvâçio.

l1\luno: E csseprojeto! e cetruclo e tLeib iz?


llsse proiek) é enceúado em Leibniz. e a pariir daí a libír l'ia .roderna
slrdcscartâdisso cdcscohrc umâ oLltra subjctividadc iovcntâdâ, quc. por
um lado. nâo existe e, por olrtro laclo, ê onipoierte. pois ó transparente
a si mcsÍrâ: ó o cgo cârtcsiano.
Podcmos dizcr quc Duns Scot (e náo Sanlo Tomás) é a culminaçâo
dalilosolia crisiâ. Neste sentido, Sínto lbDrás está para Duns Scot como
Plâtâo cstá pâra Aristótclcs: eic lança um certo pâiamar. mas o oLrtrc
vern. fecha e cria efetivanente a ciência cristá. que seria a ciênciâ dâ
salvaqão humana, a ciência da indivillualizaçao hunranâi a que permi
ic o es1üdo racional desse processo individuante. Mas o Dr Suiil era
cletivarrente lnLrilo sutil (para ler cinco páginas de l)uns Scot leva se

.12
nreses, porquc ó tudo muito compactado). Sua obra nào é tão grande
quanto a de Sanlo Tomás. e é muilo mais técnica. Já quando vocÔ 1ô
Suarez, nele cstá tudo muiio bem cxplicado. n1a! estit ião bcm explica
do que parâ uma menlalidade modcrna aquilo 5e lornâ sulbcânte, pelo
caráier técnico da coisa
Acho qnc é justamente esse suprassumo de pertciçáo da ciência
cscolástica que a torna repugnanie aos novos tilósofos que conreçan
a aparecer nâ classe aristocrírtica. Queriam chegâr mêis rápido a al'
guma soluçâo, e iodos eles guardam n1ás recordâçôcs dc seus estudos
cscolásticos. Desoaries diz que os jesuílas com quem ele estudoli lhc
derarn uma grande disciplina inlelcctual, e âté os elogia por isso, mas
só os admira pelo lado iócnico. Ao mesmo tempo. elc náo absorve essa
tócnicâ, nenr mesmo tcm essa disciplinâ c csse domínio. [le admirava
(,s icsuÍtas, como Antônio Gramsci os admirava: apcnas pelo lado da
torça física, por assim dizc! pela capacidade dc âçâo.

lÀluna: ,rrs Scol corr-iderdua essa patíe obscur.t, opacd, a alue


rccê Íalou que eúsüt cn nó:, só que 4 genle tlalo cottprcefide, não

É um resicluo cla inrlividualizaçaro maleÍial quc também carrcgamos.

lAlnna: l\las isso nao é iulgado... Ele não considetat)a que isso seria
iullado fio luízo I,i al, somenle aquib qtrc a Scnte lefi consciência
... l
Não, porque isto só é parciaLmente individuâli mâs ó unl dado coln
(tuc você tcm que contar o que você fcz conl isso tânrbérn Por cxcm-
plo, suas inclinaçôes genéticas. Vocé nasceu oon elast náo sâo indivi
duâlmcnie suas, mas eslão cm vocé individuallnentc, você as cârrega.
coisa vai icrque fâzercom €lâs. Você nâo serájLIlgado porclas,
^lsuma
rom base nelas, mas com basc no que você fez coÍn isso. Eniáo, âciDa

ll
da jndividualizaçáo genêticatem quc ter uma segunda individLralizaçâo
pelo livÍe arbÍtrio. para quc você possa ser iulgado.

l}J$no: (...) Orule enbaria o Be*eley? (.. ) Poryue e!.e tambén se

op^e de alguma rl1aneiru a essa lndiçao. (...))


BüLeley náo se cncaixa ben nisso aí. náo. Há dois camaradas que náo
se encaixam bcm: um é lferl€lcy, o outro é Malebranche Sâo exceqôes,

náo se cncaixan bem, mas nâo têm altcrnativas pârâ ela. À alternativa
está dada claramenie. poÍén1. no próprio Leibniz e. poÍtanto, também
em l)uns Scot. O que esioo dizendo àqüi é que essa intcrpretaçáo quc
Heidcsser dá de Leibniz étotâlmentc incomprecnsivel, ele sinplcsmente
náo o conprcend€u. A mônada de que elc fala, a rnônâda de iato i€m
em si todas as diferenças que a separam de todas ês demais, lÍas isso
não quet dizeÍ que todos os dcmais seres lhc sejam transparentes. [la
esiá de oerto modo conectada conl todo o Universo. e de algum modo
todos os códigos do Universo estáo cm cada umi serâo não poderian
cxistir Mas náÕ esttu) sob a forma de transparência Muitos estao sob
forna de individuaüzaçáo material, que náo é 1Íansparente a nós. Só
será transpârentc a individualizâçâo qüe lor conquistada por neios
huflanos. Isto signilica que, em Leibnlz, há lodos os elementos que
havia em Duns Scot para fazer todâ a gradaçao, desdc aindividuâlizaEào
material até o livre-arbítrio. Tudo isso há em Lcibniz.

lAll:üro: tlxiste uma peryunta que Íaqo há muito tempo e não otlsiqo
rcsolzrer (...) é ditícil tle expressar, el1tAo me perdoe se eu nào pudet
set muito cLdro. É a st2luifite: essa qucsuloda iruliüiduaLização, ttlfito
mateÍialquanto lormal, ou seia, a 8e ética (.. ), a bioStáÍica do suieito,
e len o li?)rc-aÍbítio (...). O Í1 e úocê Íaz tanlo com utnl coisa quanta

com oubd? (...) n{io s1o detetminadas Íarúa poÍ unctcoisa qua to pela

3l
oü1ru? Se o suieito lem lais caructerísticas Ee éticas fiAo aai... Íazet
detefininadas escoLhas? Cn tt as caructetísticas e ioqat pelo-..]
Náo querc discuiir a questâo do livre-arbítrio agora, n1as o lato é o
scguinle: tender a fazer uma coisa náo quer dizer que você vá fazer.,
E nresmo que você faça, isso náo quer dizer quc você aceiiâ. Freqüen
temente, estamos contra nós mesmos. E sobretudo âquelas tendênciâs
mais lort€s, que você nAo consegue vencer, vooê pode âié odiá_las, náo
âceiiâ aquilo.

lAlüno: É causa de muitô solúmeüto também.l

ÍAlLtna De tensões muito gandes.l

lAlunoi Pois é, fiít.s issa ndo tem iusülmefite do lato íle hazret
crltacterísticas ou qenéticas ou sociais? (...)l
Domesnonrodoqueexistemcertasiendênciasquevêmdaherança
genética, o ser humano tende â individuâlizar suas escolhas, mesmo
quando ele não o conscgue. Senáo ele náo se a humano, senáo nâo
lcria esse conÍ1ito. Por exemplo, qualqucr animal, a iendéncia que ele
iom vâi manifestar, Íão vai ter nada conira, não vai tü problema de
consciência poÍ causa disso.

lAluno: Mds essd intlititlualização fiao íren iustamente do íalo


tle haüet combinaQôes dilercfiles, em cada set humano, dessas q)ftrc'
teisticas? Ou seia,.ts caractetísticas Eenélic(ts se cambínam de uma
aneira diJercnte (...). bio+tálic.as se cotnbinam (...), e é isso que de'
ldmina as escolhas? Essa quesíao de liarc-atbítlio é ntuilo complicada
l)4ft nlim, poryue...l
Nâo, se você disscr qlre todas. . A elpressão "dcterminar as esco
lhas": s€ as escolhas sào determinadas. nâo sáo escolhas, náo é?
ÍlJrna: Ltlldo ao Len luízo Final.l
Então nào iem luizo Final. Isso quer dizer qüe precisa...

[^lun,:Jru. tnd, p di v nttt t\]ott lntulJa: L(Lt,tntn do au "


escoLho? Como é qüe lílo 1...).. ?l
Mas. escuie, o prúprio Duns Scot já cstá rlizendo: "Esta alternativa que
você está colocândo náo é ünla alternativa. isto é uma iensão'. Existe o
dctcrminado e existe o indeiernrinado, e o tcmpo todo eles estào eln luiâ,
islo não ieln sollrção. E ó cxatamcntc nessâ luta que surge a slra históriâl
lnrau r'\o..p.rq llrar: d,'r(rmini.mu(liv(lrhIrin : I carnquc
tem que apostar nos dois

lÀ]nno: E como é quc exisle un fieeócio desses?)


Porque os dois üi exisicm no scl hunano tendencjalmente. Nosso
determinisnro é um detcrminismo nâo absolub, mas probâbilhtico. c
nosso livre-arbítrio tamhénr náo é âhsolLrto, mas também probabilisti
co. Resuliâdo: â qucstáo "'detenninismo e livre arbíiÍio" náo podc tcr
solução. pois cla é que nos constitui. [tá L1nla tendência parâ o clcier'
rnirisno e uma tendência para o livrc-arbítrio, está coDrpreenden!lo?
Por q uc ninguém consegue resolver es ta qlresiáo? Porq uc dctcrminisnlo
c livre-ârbÍt o sáo liDites absiratos qüe vocô apcnâs supôe. Nâo se

conhece nada que scia âbsolutâmente delerDrinado sob todos os aspcc-


tos. Por quê? I']orque, em quaktLrer procêsso, lnclusivc natural, existe o
clemento acidental. D o que é o elcmcnto âcidcntal? Sáo milhares de
determinaçóes qüe sc combinam de maneira ürdeierlninada, olr seja.
imprevisivel

l{lnno: SilI. t as, dclemi


ado ou nao. o lato é que eLas sao conl
bi dçoes dessas cnructetístictis itlerc tes (..).)
Mas s€ são comhinações em número indeieÍnlirrado, como é quc o
rcsultado pocleÍia estar determinâdo'? Porque, se você tiver deiermina-
çoes em número ;nlleterminado, já náo sc trâta de determinações.

[^luno: ]qla sel. mas fiAo é essa a questdo. Seia deletmifiad.o ou


não (...), corno é que podemos Íazet escolhas, te nos liurc dtbíLtio.
se essas escolluls üào pttllir iustamefile daqueLas cataclelísticas em
Ít tlaisq uet co m b in açÓes?l
Você nâovai tazcr cscolhas enr ieÍmos de livre athíirio, rnas en1 termos
de delenninaçôes indeternlinadas. Querdizer cstáiudo deternrinado, mas
está tu do dcterminado por um tal nÍrmeÍodc fatores que é a mesma coisa
que nào eslar totalmente cteteÍminado. Você entcndc que, no iundo, no
lundo, dctcrminismo e livrc-arbitrio sáo à n1esma coisa? Sáo conceitos
limitc que você projeia. mas que não se aplicam realmertc a nâda.

I Altr]io: Enldo hii un espaqo paru escolhet.... Quet dize\ descle un


lugar úocê pode set wsponsabiLizada pcLa que üocê lizct. (...)l
SeÍia possível que qualquer ser estivessc totalmenle delerminado?
Se clc cstivesse totallncnte detenninâdo, seria a mesma coisa que ele
nâo ser nâda. porqlre dai cle ão deiemlira nada, c1e nâo age Se ludo
cstá dcicrminêdo de l(,ã. cntào ninguénr tcz coisa nenhum4 ninguém agiu
nunca. Este é unr conccito autocontrâdiiório l§so qucr dizer que nem
mesmo no mundo Iísico vooê podc Iâlar de uÍr dctcrminisrno lotiú, coisâ
qüê, aliás. o própÍio Lcibniztamhém jáfalava... Leibniz ó o lormulador
moderno do probabilismo.

ll.lüno: O dete ni ismo absoluÍo setid .t cslem de Partfiênides?l


Supondo quc nào iivesse nada 1á dertro do que exisie
Se há âlguma coisa, se algunia coisa é alguma coisa, entáo não pode
serinteimmenic determinada p€losoutms. Scelaéalgo cm sime§na, iá
cstá auiodctcrminada de âlgum n1odo. Quer dize! atotal deternrinaçào

37
implicadê totâl reduçáo de unl ente aos outros eÚes que o deteÍm;
a
puramente naturâl e
nam, Isso quff dizer quc nem mesmo na esiera
pois ele é uma
puramente tisica você pode ialar de iotal determinismo,
geral, quando as pessoas
noqáo autocontraditóÍiâ. Masaconteceque, em
de que aquilo
falam em alciemlinismo, elas náo captam esta nuançar
não
que losse deteÍminaalo pot complelo desde o oütro simple§mente
pedra é algo'
exisiiriâ, pois nâo seria nada em si mesmo' Mâs até uma
afé um á1omo é also em si me§mo, s€não ele seria sempre os outro§
outo§
átomos E os outros? (Js outros também seriam os outros' os
e
se aplica nem â
seriam os outros, entáo não existiÍia nada' Se isso não
sei humano?
um átomo ou a umâ pedra, como é que vai se aplicâr ao
Deiermir snlo quer alizer I1áo ser causa, ser apenas eleito' lmaginc'
de nada Se
entáo, se é possível âlgo ser apenas efeito e nDncâ cau§a
náo foÍ causa de nada, náo age, então náo existe'

pessoa ser apetxas eleilo e


l$.|lno: Mas pot que o iletelTninisab é a
fião crrustl? EIl fiao po(le ser eteito e clepois causa díeta?)
já estava deierminada
Mas se ela é câusâ de algo, ma§ esla causa
quando a§ pessoas
por outro. eniáo náo é causa- Isso quer dizer que,
discul.em determinismo e livte_arbítrio, elas geralnente náo compreen_
imagem errada
dem o conceito. O problenla é que você está com uma
por
do que ó determinúmo. Determinismo significâ set deierminado
outro e náo poÍ si mesmo; se foi por si mcsmo' é o que já
'leterminado
chamaríamos de livte-arbitrio.

tLmbém úfi| Ílebate parceido


lAluno: Nd eslera leotó|ica elciste
com esse, é paralelo, entre pftíLestinaQão c LiÜrc'atbítrio
Porque se

aryufiêttlL, do laiLo do§ prcílestínísías, q'e, se os setes


iltiLiztiduais
aí enlão eles
tkrercm possibilid.oÍ)e de tomar ações decidida§ pot eles'
cstaiam 'tioltlfido 4 dbsoluÍa sobeÚfiia de Deas )
É a mesmíssima coisa. Mas o sujeito raciocina assim quando nào
oompre€nale o termo qüe está usando. Às vezes a gente toma um ieÍino
filosófico como, por exemplo, determinismo - e atribui a eLe o §enii_
do do dicionáriô, sem tentar realizâr aquele conceito concretamerte.
ora, nenhum teÍmo filosólico pode ser compreenalido apenas em seu
cnunci.rüo verbal. Tem (e quc admitir que . m con.eiru e ilo.ólico no
medida em que ele lenià dizer algo de real.
Tente entáo realizar esse detcrminismo em quevocê está pensando-
o deterhinisno seÍia sempre determinado intefuamente desde fôra; se é

determinâdo inteiÍamcnie desde fora náo pode eriisiir, porque náo é nada
cm si mesmo, só em lunçáo doÕuiro. E o outro que o detemrinou? E1e
tanbém seria assjm. E o outro tambÉm seriaassim, entào nada existiria.
lsto significa que, quando \'tcê expressa o termo "dctcminismo". no
próprio conceiio já estádizcndo que é de aplicaçáo limitada, que é por
êssim dizer umâ ligum de linguagem e nâo um conceito rigoroso.
DeÍerninismo e liwe atbíirio sâo figuras de linguagem, evidenie_
menie. Náo sào conceitos filosóficos estritos, pois qualquer conceito
iilosóficq tem que admitir sua universaiizâçâo. Porexemplo, o conce;to
de indiüdualidade: tudo o que existe, existc indiüdualizâdanentei o
lonceiio de ser: tudo o que existe é sêrl

lÀlunaiMas o ser&o/ semprc repete que (...))


O livre-arbitrio, sc voeê tenlal aplicá_]o a toda a espécie humana,
nào consegue, poque não é um conceito filosófico puro, éum conceitô
empílico. conceito empírico significa que É um conceito meio misturado,
uma erpi(ie Ll( figura de liqguagenr qu< e\p,.\rr umê impres'ao quc
você ten, e nâo algo pe eiiamente distinto. Quando você Iida com con-
ceitos desse tipo, quando opõe um ao outro e diz "é a§sim ou assado",
náô vai chegar a conclusâo alguma, pois o conceito es1á muiio mâlfeito,
vocêestá qüerendo opor de modo filosólico, racionalc lógico conceitos
que logicamente nao querem dizer nada.

O clcÍer 1ifiismo1 quer ele seia um coficeito dbsttdlo ")


ll:lüla:
Determinismo é a quoia de ser que em um ceÍo enre está determi'
nado de tora e náo Por ele.

Í Al$na Ma s e o liürc' aÍbíttio? |


Livre-arbítrio é o contrário, é qlrota que nào esiá determinada por

puros que estão sefid'o inÍer-


ÍNuna: Pot foru... Ah. são os dois
ÊIaciofia tLos! 1

Mas sáo qrlotas. Pode havcr algo que §eja determjnístico? Náo'
Pode haver algo que sejalivre? lhmbém náo, é olaro que nâo
Entào 5áo

manerar Lle di/(r. c ndu cônce;ro' [iloso[i(u' ngorosos'

lA1$o É un conceito teolóqico?)


Náo,náoénemteológico.éumaligurâdelinguagem'Ateologiapode
usar-isio, mas quanilo vocé espreme o conceito, ele âpenas quer dizer uma
impÍessào quc você tem sobre certos âspcctos da realidadq eexpÍessâo
de impressôes é um conceito poético. Um conceilo é
filosófico quando ele

pode ser universalizado. Se ele não pode ser universalizado, náo o é'

lnno:Ten umcaso4lgoco crcto o AntigoTesíctfie toe elt Eos'


l
tatia de sabeÍ cofio é que o senhor o rcsolÚeria ilefitú desses co ceitos
lodos. É aqueLa quesfio do laftLó' quTfido Moisés Úai
pedt paft! eLe
tliz o seq,uinte: " mas Deus
deitat iúdeus saíftm do Eiito. Aí o texto
os

efiílúteceu o con(ao do laruó", e o Íotaô não {lebúu eles slírcm


daí
Moísés peúeu ÍJe (...). I

+0
Áh, Deus cndureceu o coração do fâraó contra a voniade do faraó?
e

O laÍaó disse para Deusr "Quero com preendsr tudo que eíe suieito está
falando", e Deus disse: "Náo, nao deixo"? Foi isso? Nao, clajo quenáo!
Deus 1êz pam o farâó o que o tàraó estava pedindo pala Ele fazerl Vamos
dizer: "Deus endureceu o corâçao do laraó" ou "o farâó endureceü seu
próprio coraçáo"? É exatamente a mesmâ exprcssão!

l/\lnlno: Mc-, essa é mi Apo tafido ufi laruó detetmi'


ha pergwLta.
fictdo, com uma série de cdructeisticas üé deteminadas (.. ) , eLa filto
.

é resulttldo da composiÇâo, por eÍemplo, de um coniunl.o de catucÍe'


rísÍicas que o ptupendeÍn a..,?l
É resuliado de uln oonjunto indeteminâdo de determinaçôes, e
se é indetenninaaio qucr dizer que náo está deiennirado lsso quer
dizer que existe um cefto elemento que só pode ser posto por aquela
individualidade.

l{l]una: Ufi certo eruu tle ince eza?l

lAlúno E como é que surge esse...)


Pelo simples laio de aquilo existir. Existir é ter individuâlidadc, e
ter individualidâde é não estâr totalmentc determinado por outro, é ser
algo em si mesmo. É quevocê esúvendo a determinação âpenas como
câusa eficiente. Mas é claro que a determinação nao pode sersó causa
eficiente. Setosse, tudo agida de lorâ. À deienninaçáo é causa eficiente,
é causa formal, causâ maierial e causê final. Se tudo está determinâdo
desde fora naquele ente, entáo ele nâo é nada. Se ele náo é nada. ele só
existe como predicado de outro ou parte de outrc, ou scia, ele náo éuma
substânciâ. Se ele nao é uma substânciâ, realmente nâo é nadâ.
lsto signilica que â possibilidâde de que tudo o qüe um cnte faz
seja delerminado por olrtro só existe se este mesmo ente náo existir. Só

+1
-=r--,-_

açáo ou obicto de irtrixão agir oÜ


cxisie aquilo qtrc podc scr §üjeiio 'lc
rrada'
umacoisa ncrüoutr ' cniáo nto ó I1
t""^.*,"ncü
",,i,"r*'arl.
qu,, ota i,,rot-cl'Lc dctcinirIa'k)dcsde
lorâuquc nâ1) nallr crn
'r
"qult,, pode' porqtrt ntto é nada'
,r."r,,, ,,* *U- "uao dc lora? Não' tLo
"' o na(La Pl)ria to paraque\ocêdciciürincu'n
at,Urr, *r" "*,.*,t"
por você E'
*'"'c não scia loraLrncnlcdctcrlninado
"ri",u "*"."r.u, você diz: .,^h' não tolalDrcntc poL nrrm'
,t. nrcsnn, nnxn,, 'lcrerminâdo
'r clc ó l(Íálrrcntc Llctcrnlina'lo Por
rr.rs é clctcminarlo por lora"' llonr' sc
p()tlc agir solrrc cle
'
olltros, clc ün si rrao ar nada, cnl'ro nirrgü'nr
.";"crsal lrcsa âcristência pÍ'prbobieio' Ó
(le scu
,, ,ir-,"i,i"""
dclcrnri isnÍ)
ur conccilo auloconliaditódo thsci ' para inlpugnaro
o próprn)
,,'""tt, *.0 nao lrccisa sc(tücr apclâr ao livÍc arbitrior
clc rr'to ó c(nrccbílit Nlas as
pcssors sa'r
dctcrnrinisnlo sc ilnpLrgnâ
nnrâ strposiq'io hiperb(llica'
csse icnro "dctcrnrinisnro universal ' ct)]no
lilos')fico Equândovocôabrc
,",i"., *,""*r, "a" "nDo unr corrcciro po'ticâ§'
dc lingLlagcü' duâs ligurís
,,,* U,.*,r"- *u" *'"s liguras
qrrc
dc arlnâi â discussio você icnr
vocl sunp.c sc tlá'llar ou seia a ics
ver se o c{,tccilo qLrc cstá usarrtio
urr contcit{) lil(»ólico 'rlcsino' sc c
' r'if''1"Ji 1
,,,r\-1,Í ,r i" ''rn'r'r'rrrrJ(!rrl\'i" " "" "'t'"'1'
rr'' ro Jr'J c l rrr n'rJr u' " t''n ' 1"'''
*,,,,,,, 'i"''''r"'
".' ",,,,,.li'
,,a., *''is'rs rcais' nras (lc inIprcs§'cscnLtilcns E'slá-Íi
".".tr,r,".U' mcnxiinavr assim c poi r§so
üciocinâtrdo conÍ) Niu(zschc quc só '
quc eu o considtro LLnr crctino
-"-,'rqr.t"" crrr unr situ'dc
t"*tn,, qu' e§crcvi §ohrc o Nictzsch( pus
caÍas licrr0rll olcndi
air.rr"i,, ""p",r\of "" para vcr no quc clavâ Os
dc Nielz§chc'
i,.",..,. ,,'r"*"ln' "lssr) Lrnr ataquc torpc à Pcs§oâ
'
*,.,r"r1" n*a *tr" " todo nrrrrrdo' nras sc v(ri
tlcl unra cuspirJcta
dclicadas
' Essas allrillhas nicr?«:hcanas s'o
iáo
".i..c, 0""".'
,,a,,
't-'ll
** rrclas " É irxrivcll E u$ culio
iotôrrico
",.0 "- 'rcxcr
nresnrol l,crrrbràrtr (lc O t:otu(;tlt) dts
/Ír"rs?L Elcs Ngnrr uln idiotâ
r§r'\'r!'!'l
r*r'r' crÃrr-rrr' o''*'"'tír rrt i ltrr'rtsrl

-<rt-
__________'!

c:r'opcrr,trr,l.t , r, , L, '.1r,'r'i,
r,, ' r, t1,.,.i,j,,:. I

[^luno: í.. J .]ssd parl? /ndete tlitldda denlto Llo sc]' hu lxtlo ntio
iusíilicú Ltn meio dc ctisl, n1tdlnld (...)'a Naa eúi d.elernl inado. pot
exenryLo, en ma curld Nulili&, d.igunlas |ttislotu ali ldd( )?l
Náo, a alma ó a própria li)rrra.Lâ individualid.ldc A àlrna não ó
ü|ra coisa distinta da indiviclualidade. ncln nrcsmo da indivi.iualidadc
tisica. Íi que. ianibóm. a Bcntc pcirsâ muitas vcrcs cnr aLIu crrno sc
lbsse unra coisa csiran|a à c{istôrcia nraicriâi. mas rLlo ó isto. Sc vocô
iivesse somcnie a in.livl.lualizacilo nral(I ial. nilo poderia scr disl;nio.lc
unrâ pedra. crtão nao podcriâ lcr cssc aspccto biogálico. Nao tcria uma
vid:L própri:L c náo podcriâ scr julsado e o qne vai scr julgado é sua
vi.lâ. O quc ó a almal' ]] cxàtrnr.nic csLà !ida rlo scntido hunrxrú Isio
quc. dizcr q co cspiriiual náo é dilcrcnie do malcrial ncsse scnLido. O
cspiriiualé apenas o quc scria o krlalnicrllc individualizado. portirnlo,

L^lufo: /s/o srrirl unid inl»essao o a ln ( ) tl. (ii ciditÍia


Ai a lLt a sí.tu tl!1 iLtl,rclxoo. ou stja, clt Ltào sobe Lxítt.üttLtúu o quc
(..)?l
Não. nras estan!os aqui clêii,rlr.lol No instanic crn !uc v{)cô .lclific
r) cspirituâl corro tuiahrcnlc indn idualizâdo. Dcus conro iolaLlnentc
livrc, cstá dizcndo clararüenlc que Illc nao c\istc denlro clesta estcra dc
rcàlidâ.Ie. ecsLa eslera .le rcali(laLlc cxisrc d.trltu.lclc Voci csth dizendo
qLLc llcus náo cslá conlnlo no nrufdo. nrtls o nrundo rslá conti.lo enr
Llcus lslo acho que cstír benr cla(). li5ic coniunio clc delernrinaçocs
que chn.ranrcs llrivcrso a apenâs uIr rcc{)Íc rrixílo dcntro dn rl)ral
inil.l.rrminâ..1o rnr .lâ ir)irl lih.rdâ(le divinâ

1:l

-
lvlas como distítl,uit isso de um pdnteísmo?)
l\t.úno:
Nopanteísmo Deus se identiticâ co m o Universo' é o próprio Univer

so. Mas sc entenalemos que o Universo é um conjurto deteÍminado' um


todo o Universo'
conjunio Iinito, entcnalemos que Deus pode perpassaÍ
porém náo pode §e identificar com ele, pois tem que ir inlinitâmente
no Univeͧo' tanto
além. Elc tem inlinitâs possibilidades que náo existefl
dos quais este
que há o conceito leibniziano sobrc universos possiveis'
aqui é somenle um deles.

[Alunai Éssa "ÍiLosoÍia t)a sabtlção"


seia aocê pertlEr cada Úe'
ais essa indíúiduali\açào? Quando os b distas Íalam'
pot exemplo'

patu z)ocê süll1it...)


Nào, ao conirário, évocê se individualiza-r câdavez
mais Eles estáo
inpÍessáo de
dizendo a mesnríssima coisa com outra linguagem' Dá a
que é o contrário. mas ai iá é poético também"'

L$'rno: você tefi qtrc se sepdmt cLas coisas a qüe ílá a)Iot" 'l
individuali_
Náo, as coisas a que você dá valor fazem parte de sua
que é mais
zaçáo mateÍial. No tundo, o que diz a doutrina vedaniina'
individualizaçao
clara. é que você se identifica com elcmenios íle sua
e chama â
material que realmente não são você' Se você se identiflca
reu
r:ro Llc ssu cu enrír, rcrn quc iugdr e'\c eu Inra' \44\ e\se nao é o

ll:l,rno: Mas túo seria ne huma alte&çdo soÍridít' íLolons|' ioEat


essís patLes loÍtt?l
Nao sei, âí dePende. Cada um: cadâ um'

ÍAfurlot kfi lica claro no bÚdismo:


aleo que qLrc aocê se despede

c depois Trocê se abraÇ1 a outÍa @isa'l

1+
ÍAIlJl1a: Nao, naa é você se despedir do meio esse sentido que ele
está lalando. é í)ocê passat por um prccesso de conscie llz.tçAo pav
se Íundi ít ufia cofisciência que lhe tÍansce de.l
Essa consciência, quâniâs delas existem? Uma. Entáo é o único elr
que existc. Só Deus pode dizer mesmo que Ele é Eu, tanto é assim que
Ele se define nâ Bíblia: "Eu sou aquele que é". Só Ele é.

lAlú,J?.: E tao, e fiao é aocê che\at alé Ele?)


Mas aí é que você virou mais eu ainda, náo é? O quevocê fez? é

que você sê individualizou. ^i

ÍAlunat Entendemos. Nl.ts ão é esse e\o q e 4 Eente...?l


Nãol É que você chama de "ego" os elcmentos provisórios de suâ
individualizaçáo material, que de faio náo sáo propdamente o ego, sâo
apenas um substrato. Se é verdade que loda a realidade só existe sob a
forma dâ substância individual. cntâo só existe uma substância indivi-
duâI. e essa é Dcus. O resto é uma exislência parciâl e impermanente,
que existc cm seu próprio g-lau de realidade, mas nâo existe absoluta
mente. Isto é irrelevanle, metafisicamenie falandoi enira no princípio
dos "indiscerniveis" de Íeibniz:é tâo pequcno quenâo conta. Mas nào
esqueça queloda essa ieÍminologiâ mistica é hiperbólica, todê ela.

l{lrno: Mas se tátias pessoas üao deiiear seus eus lefipotários paÍa

ticat mctís üó;aimds de DeL6, pan se idizlid alizttr fiais, eLas tio
che\ar a set mesma coísa ou aLSo parccido, üão ser mekos tliterentes
umas dís oulrus.l
Quem Iàlou? Al é que serâo diferentes I Porque ai é como diz Sanlo
Tomás deAquino: "Como é que estaÍemos no Céu? Estaremos fundidos,
mâs não conlundidos".
santos
tlilercllCd claru que etiste enlru os
lAh)n(): Bast| peyaÍ a
eútrc os sanlos é l
c|ls;aos e os t11üçu1111(!nas' A dilercnçu
ün'a ciar r\o\áo' qu<
Bam niô cci .. Lu e'r.r\ a (1pli' rndo apenr'
é a fórnrLrla da incliv;dual idaáe'o
ptitlcipio intli?tidaal;o is' Pal1indo
para se làzer todas
U"i" ,oo" * uo.o"r"t um grancle núnero' mas
hindus isso vai
t."."ttõ* *"" t"t(), por exemplo' e as
'lÔutrinas
"" Claro que dá paÍa fazer' mas
dar um enorme lrabâlhol Não é a§sim
assirn''
i""n. t""" pronto, no bolso clo colete para dizcr: "É
"4" quc nioguém está apto a
Ninguéin iem, na verala'le lsio significa
entre uma doutrina e
tazet a qualqu instante unla comparação
annlise' estão convcrgindo
nrr,O*.*,* Sabc_se quc, em ílltima tossc lotal' as doutrinas
á" ag-, -.a.. v.l^ q,e, se a conveÍgênciâ
aí um ceÍio mistério de que
scriair inaiscerniveis. rUas que exisic
é um Processo de individuação'
o processo dc "absoÍçao em Deus'
pÍocesso de absorçáo em Deus ' é claro
nr" *u*4"*- U
" 'm
"
cnigma' eu digo que nâo
você me pcrgunta qual â soluçáo ilesse
Se

sei e que ninguém sabe Tcnho


a impressào porém' de quc ató rentar
pois aquele
,.*t". **Ltr." a.Íicamente seria um polrco ab§urdo'
provarsua própda incxisiência Mas se
mesmo que iala csiaria tcntando
você pe§sar essaidéiade iusáo no
divino' eu digo:"Bom espera aí' que
qu€ você é diicreni€
'llsao'no tlivino é essa? Será que Deus não sâbe
glc conlunde um com
é táoburro que
de scu vizinho? Parecc quc llcus I
signitica que' quândo você esiiver I
o outro. Nao podc se1 nao é'?"' lsto
n,,itu. *, ,*,
O. oo'to visla cle Dcus' você ainda es1ârá periei
'le em Dcus' náo é tusâo aiguma "Ftrsáo"
i".,"*" O*,,". Essa "tusâo

é unl teÍmo poéiico. é um icnno


hipetbóli'o tanrhén' nAo é un ternÚ
iécnico rigoroso.

ssr' u "Ltniào" ]úa e? lJttiilo sen idenlklade" l


[AILL o: rllals cor?Ío
Nem isto, porque estâ uniáo é uma diteÍenciâçãn. Você hâgina
Deus sozinho anies da Criação. E1c já nào conhecia todos nós âqui?
Oü Ele só ficou sabendo de você mais târde? AtÍavés dos jornais? Ou
porquc você avisou? Náo, Ele já conhecia você e você já era distinto.
En1áo, quando se lãla de uniáo com Deus. lusáo e Deus, etc., o q're
sc qucr dizer é apenas quc o scr humano, ainda durânte estavida. tem
â possibilidade dc vivcnciar conscientementc o que Deus sabe dclc, e
se v()r colno Deus o vê, isto ó, náo como um enie quc é subsiancial en
si, mas conlo um entc que é fundanlentado por Outro, que é ctiado por
Outro, e que é mantido na existênciê por cste Outro, eíe Outro que,
no entanto. náo é disiinto dclc

lAlLlna: Mas conf nde...l


Náo. nao Lonlundc. pclo seguinte: DeLrs não édistinto devocê, por-
que iodas as possibilidades que você icm sáo dele. Mas Ele tcm outras
que você nâo tem, entáo Deus nunca vai conlundir.

lAluno: Se a púrssoí] I semüe üiLtdà e manlidít fia etistência pot


outrc, e aocà fiAo é en si, e tào(...)eslru ho.l
Meiâlisicamcnte falando. se você conlronlar a existênciâ do ser
linito com o infinito, o linito é obviâmcnte inexistente pelo p ncípio
dos indiscerníveis, qucr dizcr ele é tlo insignificante que é como se
náo existissc. Não obsiante. é estc mcsmo in-tinito que lhe fundamenta
na exisiência. Isto signilicâ quc nào é possível ouira relaçâo com esse
inÍinito seDáo a relaçáo de sratidáo por üe eslar fâzcndo algo que para
você scria irnpossível. Você sabc quc sua cxistência não icm o menor
fundâmenio €m si mesmâ. Sabe que poderia não cxistir e até, pensan
do ben1, metalisicamcnte, você nem exisle Não obstânte, AqLrel€ quc
erisi. .siá áté conversanLlo com você. Mas este é o mistério do amor
divino. e desse você não vai passar, por(lue essa é a própria realidade,

+7
disso?
próprio ltndameDto da reaiidâde' Você quer a explicaçáo
esse é o
gsta é uma arhitrariellade divina' uma
Isso náo pode ter cxplicaçâo
arbitraricdadc do amor divino Ou scia: nós não precisamos existir
aqui por um ato
absolutamente e. náo obstante, cstamos aqui, estamos
da grâçâ, entáo, de graqa.

Ii desse saber o que


ütrliztil.uaçao )umana. O qtle ele está Íatafido?
Deus pen§a. . .?)
Náo. o processo de salvâçáo é um' e esse proccs§o de conhecimento
dc Deus é outro

|Lluna: Sal ílçiio é 0 quê?)


o conhecinento de Deus
Você só po.le ser salvo qlrando moÍÍcr' e
completamente
você só pode ier enquarto esiávivo' Sáo dois assuntos
('r \(r\i\o'
d,l. renrc.: Lm (.ab<r ôquan,u !ou errrenderd'sro(rou'rnro
e o outro é saber o que será mim depois da morte' Por cxemplo se
'le
no conhecimento;
vocêpegaro budismo. elc está muito mais inicressâdo
coisas
já o cristianisrno, muiio mais intercssado na salvaçâo Mas sâo
pode chegar
que náo iên nada a vcr uma com a outra, pois o §ujeito
u tao .ont1""im"rrto c. depois, quan'lo morrer' ir pâra o lnferno'
"r"e que esse conhecimenlo'
Não poale? OLr no Céu, clâro' lsso queÍ dizer
essa auto rcalizaçâo metatísica nào
garanien a salvaçao'
por exemplo, que â pcr§pcctivad:r salva'
Quando I{enó Cuéno, diz,
pcl.l'ccrivd d'r Ícali/dcuo n(raf i'a'
çou c inrcÍiôr merari'i dm(nrc 'r
Inas cn1 outro ê supcrio! pois
clieu q.," si,,,, nr- s"nddo ela é inlerior'
o sujcito pode alcançar toda a sua realizaçAo metafisica depois moÍre
e vai para o Infetno. Esiá lá meiafisicamenie
Ícalizado cstá sabendo

4rJ
Alrtno: A salúaqda é stllüacdo du alma.l
Da alma jndividual. claro. E a realizaçào metafísica, o que é? É sim-
plcsmcnte a absorçáo cognitiva da alma naquito que a lundârnenta.

l{lnna: E ao kn (...) do Eraça, e isso setitr o ptóptío Enosticís


tno.)
IstoaÍé o gnosticismo nresmo. O processoda iniciaçao, daÍealizaçao
tnelafísica, bom, mas ele nâo gdrante a salvação a ninguém: o Inferno
está cheio de iniciados. OLr seia, o sujeito se realizou e descobriu que
ele era Lrm demônio ou um condenado do Inferno. Ele cstá lá, está

Tudo isto é paravocôs vcrcm como ó csrâ ligura chamâda Duns Scoi,
que é a figurâ ccntral da filosofia universal. Tudo o que tem para trás e
lJdu u qu( .ern pJrd üdià1rr c a r que e\rê n ên(ar\c
Lameniei passar iáo brcvcmcnte por Santo Tomás dc Aquino, mas
isto âqui era tâo iDrportante, pois, dlinal de corltas. isto é sonente a

soluçáo de um problema quc cstava crn Santo Toniás, se pensaÍmos


b€m. Isso qucr dizer que Scot. neste senlido, é um aperfeiçoamento dc
Sanio Tomás de Aquino.

,]

i
-7
7

Leituras sugeridas

CHIiSTBIIION, G. K Sl Trúr,/si4ri,rr Dirpdnivclcú


p://§Mcdu r.. tr l, nartin *âÍ.?glc/bo.k s/aqu inar hh I
h Lt

COPLUS'IíJN Ê C ,tui.?al Tirlosop/,r. N..w Yor li Dôvofm, 2001


(Lôndon. Methucn, r9s2)

LlsÉRA, dc.Á lrlrsolú Mcdreral. Trad NicôlásNvihi


^laln
Cân+ranôjoc Yeoôc Ma a dc Câmpos T.iÍeira dâ Silva
Siô Paulo, I-oyol., I qS3
Dados Int rnacionals de Caialog!Ção na lrubü.aqáo (CIP)
(cán n gmsileüa do l-ivro. sq Brasil)

Hidtuià essncial dâ lil,x.tu/


Dor olayo dê c,rvàIho SáoPâulo ÉIt aliTaçóes.2004

e;Dreúdo:aula 1r Hiíóilr dar hhróriss dn hlo§olia


aul.: Opbj.tosocrálico 6 145r §óolicsc PlatÀ.
aula4 Arhkiteles aúla 5 Pré-socrili.N -
aula 6i Pciódo lrLnlÍi{o I - alla 7r +Íodo hdL.iíis Il
aulâ 31Ádvent., d. ÉiÍianl$no -
aula 9r Filo$Íia Edtristiea. es&lasLi.â aull 10: Sônto Axôslinho
aula 11: Duns §.ír ê §án(! fonri! dc Aqunx)

I Fil.$Íiâ - E+xno rmsino: Fil.s.iià Hisniria


3. &oi, Dun!, 1265 t3(t 4 $E {§. né Àquino s! 10. 12251- 12741 Tüllo

indi.er plra útr,lôgo sisteeário:

Eíe lívro é a íaNcrição da aula qu e


loi sralBda no diê 1rY0ll2ú03.
na Í: Redi;açócs, !n são Paulo SII Brasil.

Impres$ pela Pról para a


Í
Rcalizaçóes, eú levúôiro do 2il1l.
Os tipos úsados sào ilá ladilià Dulch
O r.l)!l ó Chdois BuIi 90 g/d pàm
o nrlolo c §uprenô 2s0g/n PÍraâ capa

Você também pode gostar