Você está na página 1de 31

FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 1

Processos de fabricação por usinagem/conformação


Luiz Fernando Molz Guedes
Porto Alegre, 20 de março de 2006

Classificação e nomenclatura dos processos mecânicos de usinagem

1. Torneamento
Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfı́cies de revolução com auxı́lio de uma
ou mais ferramentas monocortantes. Para tanto, a peça gira em torno do eixo principal de rotação da
máquina e a ferramenta se desloca simultaneamente segundo uma trajetória coplanar com o referido
eixo. Quanto à forma da trajetória, o torneamento pode ser retilı́neo ou curvilı́neo:

1.1. Torneamento retilı́neo


Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória retilı́nea. O tornea-
mento retilı́neo pode ser:

1.1.1. Torneamento cilı́ndrico


Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória paralela ao eixo
principal de rotação da máquina. Pode ser interno ou externo. Quando o torneamento cilı́ndrico visa
obter na peça uma detalhe circular, na face perpendicular ao eixo principal de rotação da máquina, o
torneamento é denominado sangramento axial.

Figura 1: Torneamento cilı́ndrico externo

1.1.2. Torneamento cônico


Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória retilı́nea, inclinada
em relação ao eixo principal de rotação da máquina. Pode ser externo ou interno.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 2

Figura 2: Torneamento cilı́ndrico interno

Figura 3: Sangramento axial

Figura 4: Torneamento cônico externo

Figura 5: Torneamento cilı́ndrico.

1.1.3. Torneamento radial


Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória retilı́nea, perpendic-
ular ao eixo de rotação da máquina. Quando o torneamento radial visa a obtenção de uma superfı́cie
plana, o torneamento é denominado torneamento de faceamento. Quando o torneamento radial visa a
obtenção de um entalhe circular, o torneamento é denominado sangramento radial.

1.1.4. Perfilamento
Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória retilı́nea radial ou
axial, visa a obtenção de uma forma definida, determinada pelo perfil da ferramenta.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 3

Figura 6: Torneamento de faceamento

Figura 7: Sangramento radial

Figura 8: Perfilamento radial

Figura 9: Perfilamento axial

1.2. Torneamento curvı́lineo


Processo de torneamento, no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória curvilı́nea. Quando
à finalidade, as operações de torneamento podem ser classificadas ainda em torneamento de desbaste
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 4

e torneamento de acabamento. Entende-se por acabamento a operação de usinagem destinada a


obter na peça as dimensões finais, ou o acabamento superficial especificado, ou ambos. O desbaste
é a operação de usinagem, anterior a de acabamento, visando a obter na peça forma e dimensões
próximas das finais.

Figura 10: Torneamento curvilı́neo

2. Aplainamento
Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfı́cies regradas, geradas por movi-
mento retilı́neo alternativo da peça ou da ferramenta. O aplainamento pode ser horizontal ou vertical.
Quanto à finalidade, as operações de aplainamento podem ser classificadas ainda em aplainamento
de desbaste e aplainamento de acabamento.

Figura 11: Aplainamento de guias

Figura 12: Aplainamento de superfı́cies


FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 5

Figura 13: Aplainamento de perfis

Figura 14: Aplainamento de rasgos de chaveta

Figura 15: Aplainamento de rasgos

Figura 16: Aplainamento de ranhuras em T

3. Furação
Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de um furo geralmente cilı́ndrico numa peça,
com o auxı́lio de uma ferramenta geralmente multicortante. Para tanto, a ferramenta ou a peça giram
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 6

Figura 17: Aplainamento de superfı́cies cilı́ndricas

Figura 18: Aplainamento de superfı́cies cilı́ndricas de revolução

e simultaneamente a ferramenta ou a peça se deslocam segundo uma trajetória retilı́nea, coincidente


ou paralela ao eixo principal da máquina. A furação subdivide-se nas operações:

3.1. Furação em cheio


Processo de furação destinado à abertura de um furo cilı́ndrico numa peça, removendo todo o material
compreendido no volume do furo final, na forma de cavaco. No caso de furos de grande profundidade
há necessidade de ferramenta especial.

Figura 19: Furação em cheio


FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 7

Figura 20: Furação profunda em cheio

3.2. Escareamento
Processo de furação destinado à abertura de um furo cilı́ndrico numa peça pré-furada.

Figura 21: Escareamento

3.3. Furação escalonada


Processo de furação destinado à obtenção de um furo com dois ou mais diâmetros, simultaneamente.

Figura 22: Furação escalonada


FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 8

3.4. Furação de centros


Processo de furação destinado à obtenção de furos de centro, visando uma operação posterior na peça.

Figura 23: Furação de centros

3.5. Trepanação
Processo de furação em que apenas uma parte do material compreendido no volume do furo final é
reduzida a cavaco, permanecendo um núcleo maciço.

Figura 24: Trepanação

4. Alargamento
Processo mecânico de usinagem destinado ao desbaste ou ao acabamento de furos cilı́ndricos ou
cônicos, com auxı́lio de ferramenta geralmente multicortante. Para tanto, a ferramenta ou a peça
giram e a ferramenta ou a peça se deslocam segundo uma trajetória retilı́nea, coincidente ou paralela
ao eixo de rotação da ferramenta. O alargamento pode ser:

4.1. Alargamento de desbaste


Processo de alargamento destinado ao desbaste da parede de um furo cilı́ndrico ou cônico.

4.2. Alargamento de acabamento


Processo de alargamento destinado ao acabamento da parede de um furo cilı́ndrico ou cônico.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 9

Figura 25: Alargamento cilı́ndrico de desbaste

Figura 26: Alargamento cônico de desbaste

Figura 27: Alargamento cilı́ndrico de acabamento

Figura 28: Alargamento cônico de acabamento

5. Rebaixamento
Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de uma forma qualquer na extremidade de um
furo. Para tanto, a ferramenta ou a peça giram e a ferramenta ou a peça se deslocam segundo uma
trajetória retilı́nea, coincidente ou paralela ao eixo de rotação da ferramenta.

6. Mandrilamento
Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfı́cies de revolução com auxı́lio de uma
ou várias ferramentas de barra. Para tanto, a ferramenta gira e a peça ou a ferramenta se deslocam
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 10

Figura 29: Rebaixamento guiado

simultaneamente segundo uma trajetória determinada.


FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 11

6.1. Mandrilamento cilı́ndrico


Processo de mandrilamento no qual a superfı́cie usinada é cinlı́ndrica de revolução, cujo eixo coincide
com o eixo em torno do qual gira a ferramenta.

Figura 30: Mandrilamento cilı́ndrico.

6.2. Mandrilamento radial


Processo de mandrilamento no qual a superfı́cie usinada é plana e perpendicular ao eixo em torno do
qual gira a ferramenta.

Figura 31: Mandrilamento radial

6.3. Mandrilamento cônico


Processo de mandrilamento no qual a superfı́cie usinada é cônica de revolução, cujo eixo coincide
com o eixo em torno do qual gira a ferramenta.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 12

Figura 32: Mandrilamento cônico

6.4. Mandrilamento de superfı́cies especiais


Processo de mandrilamento no qual a superfı́cie usinada é uma superfı́cie de revolução, diferente das
anteriores, cujo eixo coincide com o eixo em torno do qual gira a ferramenta. Exemplos: mandrila-
mento esférico, mandrilamento de sangramento, etc.
Quanto à finalidade, as operações de mandrilamento podem ser classificadas ainda em mandrila-
mento de desbaste e mandrilamento de acabamento.

Figura 33: Mandrilamento esférico

7. Fresamento
Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfı́cies quaisquer com auxı́lio de ferra-
mentas geralmente multicortantes. Para tanto, a ferramenta gira e a peça ou a ferramenta se deslocam
segundo uma trajetória qualquer. Distinguem-se dois tipos básicos de fresamento:

7.1. Fresamento cilı́ndrico tangencial


Processo de fresamento destinado à obtenção de superfı́cie plana paralela ao eixo de rotação da ferra-
menta. Quando a superfı́cie obtida não for plana ou o eixo de rotação da ferramenta for inclinado em
relação à superfı́cie originada na peça, será considerado um processo especial de fresamento tangen-
cial.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 13

Figura 34: Fresamento cilı́ndrico tangencial

Figura 35: Fresamento cilı́ndrico tangencial concordante

Figura 36: Fresamento cilı́ndrico tangencial discordante

7.2. Fresamento frontal


Processo de fresamento destinado à obtenção de superfı́cie plana perpendicular ao eixo de rotação da
ferramenta.
O caso de fresamento indicado na figura a seguir é considerado como um caso especial de fresa-
mento frontal.
Há casos em que os dois tipos básicos de fresamento comparecem simultaneamente, podendo
haver ou não predominância de um sobre o outro.
A operação indicada na figura seguinte pode ser considerada como fresamento composto.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 14

Figura 37: Fresamento tangencial de encaixes tipo “rabo-de-andorinha”

Figura 38: Fresamento tangencial de perfil

Figura 39: Fresamento frontal

Figura 40: Fresamento frontal de canaletas com fresa de topo


FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 15

Figura 41: Fresamento frontal (caso especial)

Figura 42: Fresamento predominantemente frontal

Figura 43: Fresamento predominantemente tangencial

Figura 44: Fresamento composto

8. Serramento
Processo mecânico de usinagem destinado ao seccionamento ou recorte de peças com auxı́lio de
ferramentas multicortantes de pequena espessura. Para tanto, a ferramenta gira ou se desloca, ou
executa ambos os movimentos e a peça se desloca ou se mantém parada. O serramento pode ser:
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 16

8.1. Serramento retilı́neo


Processo de serramento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória retilı́nea, com movi-
mento alternativo ou não. No primeiro caso, o serramento é retilı́neo alternativo; no segundo caso, o
serramento é retilı́neo contı́nuo.

Figura 45: Serramento alternativo

Figura 46: Serramento contı́nuo (seccionamento)

Figura 47: Serramento contı́nuo (recorte)

8.2. Serramento circular


Processo de serramento no qual a ferramenta gira ao redor de seu eixo e a peça ou ferramenta se
desloca.

9. Brochamento
Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfı́cies quaisquer com auxı́lio de fer-
ramentas multicortantes. Para tanto, a ferramenta ou a peça se deslocam segundo uma trajetória
retilı́nea, coincidente ou paralela ao eixo da ferramenta. O brochamento pode ser:
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 17

Figura 48: Serramento circular

Figura 49: Serramento com rebolo de corte

9.1. Brochamento interno


Processo de brochamento executado num furo passante da peça.

Figura 50: Brochamento interno

9.2. Brochamento externo


Processo de brochamento executado numa superfı́cie externa da peça.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 18

Figura 51: Brochamento externo

10. Roscamento
Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de filetes, por meio da abertura de um ou vários
sulcos helicoidais de passo uniforme, em superfı́cies cilı́ndricas ou cônicas de revolução. Para tanto,
a peça ou a ferramenta gira e uma delas se desloca simultaneamente segundo uma trajetória retilı́nea
paralela ou inclinada ao eixo de rotação. O roscamento pode ser interno ou externo.

10.1. Roscamento interno


Processo de roscamento executado em superfı́cies internas cilı́ndricas ou cônicas de revolução.

Figura 52: Roscamento interno com ferramenta de perfil único

Figura 53: Roscamento interno com ferramenta de perfil múltiplo

10.2. Roscamento externo


Processo de roscamento executado em superfı́cies externas cilı́ndricas ou cônicas de revolução.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 19

Figura 54: Roscamento interno com mocho

Figura 55: Roscamento interno com fresa

Figura 56: Roscamento externo com ferramenta de perfil único

Figura 57: Roscamento externo com ferramenta de perfil múltiplo

11. Limagem
Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfı́cies quaisquer com auxı́lio de ferra-
mentas multicortantes (elaboradas por picagem) de movimento contı́nuo ou alternativo.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 20

Figura 58: Roscamento externo com cossinete

Figura 59: Roscamento externo com jogo de pentes

Figura 60: Roscamento externo com fresa de perfil único

Figura 61: Roscamento externo com fresa de perfil múltiplo

12. Rasqueteamento
Processo manual de usinagem destinado à ajustagem de superfı́cies com auxı́lio de uma ferramenta
monocortante.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 21

Figura 62: Limagem contı́nua com lima de disco

Figura 63: Limagem contı́nua com lima de segmentos

Figura 64: Rasqueteamento

13. Tamboramento
Processo mecânico de usinagem no qual as peças são colocadas no interior de um tambor rotativo,
juntamente ou não com materiais especiais, para serem rebarbadas ou receberem um acabamento.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 22

Figura 65: Tamboramento

14. Retificação
Processo de usinagem por abrasão destinado à obtenção de superfı́cies com auxı́lio de ferramenta
abrasiva de revolução. Para tanto, a ferramenta gira e a peça ou a ferramenta se desloca segundo uma
trajetória determinada, podendo a peça girar ou não. A retificação pode ser frontal ou tangencial.

14.1. Retificação tangencial


Processo de retificação executado com a superfı́cie de revolução da ferramenta. Pode ser:

14.1.1. Retificação cilı́ndrica


Processo de retificação tangencial no qual a superfı́cie usinada é uma superfı́cie cilı́ndrica. Esta su-
perfı́cie pode ser interna ou externa, de revolução ou não. Quanto ao avanço automático da ferramenta
ou da peça, a retificação cilı́ndrica pode ser com avanço longitudinal da peça, com avanço radial do
rebolo, com avanço circular do rebolo ou com avanço longitudinal do rebolo.

Figura 66: Retificação cilı́ndrica externa com avanço longitudinal

Figura 67: Retificação cilı́ndrica externa com avanço radial


FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 23

Figura 68: Retificação cilı́ndrica interna com avanço longitudinal

Figura 69: Retificação cilı́ndrica interna com avanço circular

14.1.2. Retificação cônica


Processo de retificação tangencial no qual a superfı́cie usinada é uma superfı́cie cônica. Esta su-
perfı́cie pode ser interna ou externa. Quanto ao avanço automático da ferramenta ou da peça, a
retificação cônica pode ser com avanço longitudinal da peça, com avanço radial do rebolo, com avanço
circular do rebolo ou com avanço longitudinal do rebolo.

Figura 70: Retificação cônica externa com avanço longitudinal

14.1.3. Retificação de perfis


Processo de retificação tangencial no qual a superfı́cie usinada é uma superfı́cie qualquer gerada pelo
perfil do rebolo.

14.1.4. Retificação plana


Processo de retificação tangencial no qual a superfı́cie usinada é uma superfı́cie plana.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 24

Figura 71: Retificação de perfil com avanço radial

Figura 72: Retificação de perfil com avanço longitudinal

Figura 73: Retificação tangecial plana

14.1.5. Retificação cilı́ndrica sem centros


Processo de retificação cilı́ndrica no qual a peça sem fixação axial é usinada por ferramentas abrasivas
de revolução, com ou sem movimento longitudinal da peça.
A retificação sem centros pode ser com avanço longitudinal da peça (retificação de passagem) ou
com avanço radial do rebolo (retificação em mergulho).

14.2. Retificação frontal


Processo de retificação executado com a face do rebolo. É geralmente executada na superfı́cie plana
da peça, perpendicularmente ao eixo do rebolo.
A retificação frontal pode ser com avanço retilı́neo da peça, ou com avanço circular da peça.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 25

Figura 74: Retificação cilı́ndrica sem centros com avanço longitudinal contı́nuo da peça

Figura 75: Retificação cilı́ndrica sem centros com avanço radial

Figura 76: Retificação cilı́ndrica sem centros com avanço em “fileira de peças”

Figura 77: Retificação frontal com avanço retilı́neo da peça

15. Brunimento
Processo mecânico de usinagem por abrasão, empregado no acabamento de furos cilı́ndricos de
revolução, no qual todos os grãos ativos da ferramenta abrasiva estão em constante contato com a
superfı́cie da peça e descrevem trajetórias helicoidais. Para tanto, a ferramenta ou a peça gira e se
desloca axialmente com movimento alternativo.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 26

Figura 78: Retificação frontal com avanço circular da peça

Figura 79: Brunimento

16. Superacabamento
Processo mecânico de usinagem por abrasão empregado no acabamento de peças, no qual os grãos
ativos da ferramenta abrasiva estão em constante contato com a superfı́cie da peça. Para tanto, a
ferramenta ou peça gira lentamente e a ferramenta se desloca com movimento alternativo de pequena
amplitude e freqüência relativamente grande.

Figura 80: Superacabamento cilı́ndrico

17. Lapidação
Processo mecânico de usinagem por abrasão executado com abrasivo aplicado por porta ferramenta
adequado, com o objetivo de se obter as dimensões especificadas da peça.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 27

Figura 81: Superacabamento plano

Figura 82: Lapidação

18. Espelhamento
Processo mecânico de usinagem por abrasão no qual é dado o acabamento final da peça por meio de
abrasivos, associados a um porta-ferramenta especı́fico para cada tipo de operação, com o fim de se
obter uma superfı́cie especular.

19. Polimento
Processo mecânico de usinagem por abrasão no qual a ferramenta é constituı́da por um disco ou
conglomerado de discos revestidos de substâncias abrasivas.

Figura 83: Polimento com disco com abrasivo


FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 28

Figura 84: Polimento com disco com abrasivo

20. Lixamento
Processo mecânico de usinagem por abrasão, executado por abrasivo aderido a uma tela e movimen-
tado com pressão contra a peça.

Figura 85: Lixamento com folhas abrasivas

Figura 86: Lixamento com fita abrasiva

21. Jateamento
Processo mecânico de usinagem por abrasão, no qual as peças são submetidas a um jato abrasivo,
para serem rebarbadas, asperizadas ou receberem um acabamento.

22. Afiação
Processo mecânico de usinagem por abrasão, no qual é dado o acabamento das superfı́cies da cunha
cortante da ferramenta, com o fim de habilitá-la a desempenhar sua função. Desta forma, são obtidas
os ângulos finais da ferramenta.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 29

Figura 87: Jateamento

Figura 88: Afiação

23. Denteamento
Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de elementos denteados. Pode ser conseguido
basicamente de duas maneiras: formação e geração.
A formação emprega uma ferramenta que transmite a forma do seu perfil à peça com os movi-
mentos normais de corte e avanço.
A geração emprega uma ferramenta de perfil determinado, que com os movimentos normais de
corte, associados aos caracterı́sticos de geração, produz um perfil desejado na peça.
Conforme foi visto há pouco, o número de operações na usinagem é muito grande, assim como é
grande a variedade de máquinas operatrizes e ferramentas de corte disponı́veis.
Resumidamente, as operações de usinagem podem ser assim classificadas:
- torneamento, para obtenção de superfı́cies de revolução, para o que a peça gira em torno de
um eixo principal de rotação da máquina e a ferramenta se desloca simultaneamente segundo deter-
minadas trajetórias; as várias modalidades de torneamento incluem: torneamento cilı́ndrico, tornea-
mento retilı́neo, torneamento cônico, torneamento radial, perfilamento etc.;
- aplainamento, destinado à obtenção de superfı́cies regradas, geradas por um movimento retilı́neo
alternativo da peça ou da ferramenta, no sentido vertical ou horizontal;
- furação, para a obtenção de furos geralmente cilı́ndricos, para o que a peça ou a ferramenta giram
e, ao mesmo tempo, a ferramenta ou a peça se deslocam segundo uma trajetória retilı́nea, coincidente
ou paralela ao eixo principal da máquina. As várias modalidades de furação são: furação em cheio,
escareamento, furação escalonada, furação de centros e trepanação;
- mandrilamento, destinado à obtenção de superfı́cies de revolução com o emprego de uma ou
várias ferramentas de barra; o mandrilamento compreende as seguintes operações: mandrilamento
cilı́ndrico, mandrilamento radial, mandrilamento cônico, etc.; Processos de Fabricação I Departa-
mento de Eng. Mecânica e Mecatrônica Prof. Luiz Fernando Molz Guedes 21
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 30

- fresamento, destinado à obtenção de superfı́cies das mais variadas, mediante o emprego geral-
mente de ferramentas multicortantes ( com várias superfı́cies de corte); há dois tipos básicos de fre-
samento: fresamento cilı́ndrico tangencial e fresamento frontal;
- serramento, em que se seccionam peças com o auxı́lio de ferramentas multicortantes de pequena
espessura; a peça desloca-se ou fica parada, enquanto a ferramenta gira ou se desloca ou executa
ambos os movimentos; o serramento pode ser retilı́neo ou circular;
- brochamento, para obtenção de superfı́cies variadas, pelo emprego de ferramentas multicor-
tantes; a ferramenta ou a peça se desloca segundo uma trajetória retilı́nea coincidente ou paralela ao
eixo da ferramenta; o brochamento pode ser interno ou externo;
- roscamento, para obtenção de filetes, por meio da abertura de um ou vários sulcos helicoidais
de passo uniforme, em superfı́cies cilı́ndricas ou cônicas de revolução; a peça ou a ferramenta gira e
uma delas se desloca ao mesmo tempo, de acordo com uma trajetória retilı́nea paralela ou inclinada
em relação ao eixo de rotação; o roscamento pode ser interno ou externo;
- retificação, para a obtenção de superfı́cies lisas; é um processo de usinagem por abrasão, em que
uma ferramenta abrasiva de revolução- chamada geralmente de rebolo, constituı́da de grãos abrasivos
ligados por um aglutinante- gira e se desloca, juntamente com a peça, segundo uma trajetória deter-
minada; a peça pode girar ou não; a retificação pode ser frontal ou tangencial; esta última compreende
a retificação cilı́ndrica, a retificação cônica, a retificação de perfis, a retificação sem centros, etc. ;
Outros processos de usinagem compreendem brunimento, lapidação, espelhamento, polimento,
afiação, limagem, rosqueamento, etc.
Processos não-convencionais de Usinagem

24. Usinagem por descarga elétrica


É um processo para a produção de orifı́cios, ranhuras e cavidades, geralmente de pequenas dimensões.
A remoção de material ocorre pela fusão e vaporização desse, ocasionado por faı́scas elétricas inci-
dentes a alta freqüência. A descarga de faı́scas é produzida por pulsação controlada de corrente
contı́nua entre a peça-obra (eletrodo positivo) e a ferramenta (eletrodo negativo), ambas imersas num
fluido dielétrico, que é ionizado. A distância da ferramenta à peça varia entre 0,01 mm e 0,05 mm. O
fluido dielétrico serve como condutor da faı́sca e como refrigerante. O perfil do eletrodo corresponde
à contra-forma do detalhe a ser obtido na peça. Este processo aplica-se bem a materiais de elevada
dureza e baixa usinabilidade.

25. Usinagem eletroquı́mica


Consiste em um processo de ataque eletroquı́mico, empregando um eletrólito e corrente elétrica
contı́nua para ionizar e remover porções metálicas da peça-obra. Em termos da capacidade de produção
de detalhes nas peças, é semelhante à usinagem por descarga elétrica, mas é mais caro, utilizando mais
corrente elétrica, e é também mais rápido.
FENG/PUCRS - Processos de Usinagem e Conformação 31

26. Usinagem por feixe eletrônico


Processo baseado na utilização de um feixe de elétrons a alta velocidade, que atuam no vácuo, provo-
cando a vaporização do metal da peça-obra pelo seu choque contra a superfı́cie da mesma. Também
aplica-se à confecção de pequenos orifı́cios e cavidades.

27. Usinagem a laser


Neste processo, o metal é fundido por feixe colimado de luz monocromática intensa (laser). Também
aplica-se à confecção de pequenos orifı́cios e cavidades.

28. Usinagem a plasma


Semelhante ao processo de usinagem a laser; porém, utiliza-se o plasma como elemento da fusão da
peça-obra.

Figura 89: Sistema de eletroerosão (por descarga elétrica)

Você também pode gostar