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“Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições
justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego”
Artigo 23 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (10/12/1948)
A crise econômica brasileira fechou um grande número de postos de trabalho com carteira
assinada em dezembro de 2014 (ainda no primeiro mandato de Dilma-Temer) e em 2015 e 2016,
os piores momentos da recessão. Em 2017, houve saldo positivo na geração de emprego durante
8 meses, mas no conjunto do ano o saldo foi negativo. No primeiro semestre de 2018, o saldo
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na geração de emprego é positivo, mas está longe de recuperar o que foi perdido desde
dezembro de 2014. O nível do emprego formal em junho de 2018 estava, aproximadamente, no
mesmo nível do emprego do final de 2010. O Brasil teve um octênio perdido no mercado de
trabalho formal.
Segundo dados da PNAD Continua do IBGE, o desemprego aberto está em torno de 13%
(representando cerca de 13 milhões de pessoas) e a taxa de subutilização da força de trabalho
chegou à impressionante taxa de 25%, no 1º trimestre de 2018, o que representa cerca de 27
milhões de trabalhadores “jogados na rua da amargura do desemprego”.
Este desperdício do potencial de trabalho humano acontece no instante em que o Brasil vive o
seu melhor momento demográfico da história, quando a razão de dependência demográfica
(que mede o percentual de pessoas em idade ativa em relação as pessoas dependentes) está
em seu menor valor. No passado, a razão de dependência era alta por conta de uma estrutura
etária jovem e, no futuro, a razão de dependência voltará a subir por conta do envelhecimento
populacional.
O desperdício do bônus demográfico equivale a jogar fora uma oportunidade única para dar um
salto na qualidade de vida da população. Todo país com alto IDH passou pelo bônus demográfico
e soube aproveitar esta chance singular. Mas a crise brasileira (com queda do PIB e do emprego)
e a lenta recuperação (com baixo crescimento do PIB e do emprego) estão fazendo o Brasil ter
a sua segunda década perdida e não haverá condições demográficas tão propícias jamias nos
séculos vindouros.
O Brasil está emparedado e o passo fundamental para mudar esta triste página da história é
possibilitar que cada cidadã e cidadão brasileiro possa ter orgulho de estar trabalhando para si
sustentar e para garantir a sustentabilidade econômica e ambiental da nação. O trabalho é a
base da riqueza das nações e o pleno emprego e o trabalho decente devem ser a prioridade
número 1, pois é o direito humano mais desrespeitado atualmente no Brasil.